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Relatórios de Estágio realizado na Farmácia da Liga e no Hospital Privado de Gaia (Grupo Trofa Saúde)

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Ana Rita Alçada Bragança Ribeiro

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II

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Farmácia da Liga das Associações de Socorro Mútuo

Vila Nova de Gaia

18 de fevereiro de 2019 a 21 junho de 2019

Ana Rita Alçada Bragança Ribeiro

Orientador: Dr.ª Marta Sofia Freitas Diogo

Tutor FFUP: Prof. Doutora Maria Helena Vasconcelos Meehan

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III

Declaração de integridade

Declaro que o presente relatório é de minha autoria e não foi utilizado previamente noutro curso ou unidade curricular, desta ou de outra instituição. As referências a outros autores (afirmações, ideias, pensamentos) respeitam escrupulosamente as regras da atribuição, e encontram-se devidamente indicadas no texto e nas referências bibliográficas, de acordo com as normas de referenciação. Tenho consciência de que a prática de plágio e auto-plágio constitui um ilícito académico.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, 21 de junho de 2019

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IV

Agradecimentos

Chegou o momento de agradecer a todas as pessoas que me ajudaram nesta longa caminhada que nem sempre foi fácil, mas que com o apoio de todos foi possível ser feita sempre com um sorriso na cara.

Primeiramente, gostaria de agradecer à Faculdade de Farmácia da Universidade do

Porto por ter sido a minha “segunda casa” nestes 5 anos e por me ter proporcionado dos

melhores momentos que guardo comigo, bem como à Comissão de Estágios pela oportunidade deste estágio ser realizado. À professora Dra. Helena Vasconcelos agradeço a sua disponibilidade e ajuda durante este percurso.

À Farmácia da Liga, também a minha “segunda casa” nestes últimos 4 meses, reservo um especial agradecimento a todos os que me acompanharam, e que me fizeram sentir que fazia parte da equipa, por terem estado sempre disponíveis em ajudar e ensinar, sempre com um sorriso para oferecer. Para além disso, por terem estado disponíveis para dizer as palavras certas nos momentos mais difíceis. À Dra. Rita Sá gostaria de agradecer a oportunidade de realizar o estágio na Farmácia da Liga, e por ter estado sempre disponível e pronta a ajudar sempre que precisei. À Dra. Marta Diogo, a minha orientadora durante estes 4 meses, um especial agradecimento por tudo o que me ensinou e transmitiu, e ainda por ter a capacidade de me incentivar a ser melhor e descobrir novos horizontes. À Dra. Ana Júlio, reservo também um especial agradecimento por me ter acompanhado nestes meses, por me ajudar a crescer e mostrar como ser uma melhor farmacêutica. À Dra. Joana Cardoso, agradeço por ter sido o “meu braço esquerdo”, e por me ter acompanhado durante este tempo, bem como toda a sua disponibilidade em ajudar. À Dra. Paula, Olga, Sofia, Sandra, Lígia, Diana, ao Dr. Nuno,

João, à Lúcia, ao Tiago, ao Rafael, à D.Cidália por me terem recebido tão bem e estarem

sempre dispostos a ensinar e ajudar quando mais precisei, e por toda a amizade que transmitiram ao longo deste período. À Dra. Joana Ribeiro, reservo também um especial agradecimento por ter confiado e acreditado em mim, e por toda a paciência que sempre demonstrou em tudo o que me ensinou. À menina Paula e ao Sr. Jorge, um enorme obrigada por terem sido os primeiros a “tomar” conta de mim, por terem ajudado a entrar num mundo “desconhecido”, por toda a amizade que me transmitiram e por nunca me terem falhado. Ao resto da equipa da Farmácia da Liga: à D. Palmira, à Lurdes, à Susana, ao Filipe, ao Sr.

Lino e ao Tomás, uma obrigada por estarem sempre disponíveis em ajudar e por todo o

carinho que me transmitiram. Foi um gosto poder ter realizado o estágio com uma equipa que sabe receber, ensinar e acompanhar. Levo todos comigo e sinto-me uma privilegiada por ter encontrado pessoas como vocês.

Ao “quadrado manhoso” – Tati, Guina e Tânia- um enorme obrigada por estes 5 anos que percorremos juntas. Foram anos recheados de aventuras, risos sem fim, viagens, dias de estudo com várias pausas pelo meio, e muitas histórias para contar. Mas acima de

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V tudo, um obrigada pelas palavras certas e pela amizade que nunca falha, e que sei que vamos levar até sermos velhinhas.

À Bia por caminharmos juntas desde o 5ºano até agora, e por todo o apoio, companheirismo, risos e momentos inesquecíveis ao longo deste tempo.

À minha afilhada Mariana, um especial obrigada pela amizade, pelas palavras certas e por mostrar um orgulho enorme em tudo o que alcanço.

Ao resto dos meus amigos, Morais, Sofia, Mariana, Touças, Tope, Chico, um obrigada por me ajudarem a crescer e a levar a vida com descontração, mas sempre com os pés bem assentes na terra.

Aos meus Pais e à minha irmã, um obrigada por tudo o que fizeram e fazem por mim, por nunca terem duvidado das minhas capacidades, e acima de tudo por terem aturado os meus momentos mais difíceis, mas que no fundo só queria que ficassem orgulhosos de mim. E tenho a certeza que isso conquistei. Ao resto da minha família e amigos, quero agradecer por me terem acompanhado durante esta caminhada e por nunca falharem os momentos mais importantes para mim.

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VI

Resumo

No fim de quase cinco anos, chega o momento de realizar o estágio curricular do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas (MICF). O estágio curricular tem a duração de 6 meses, e existe a possibilidade de ser repartido em farmácia comunitária e farmácia hospital, durante 4 e 2 meses, respetivamente. Este é o momento de os estudantes colocarem em prática todo o seu conhecimento teórico adquirido ao longo dos anos, com a ajuda dos profissionais que os acolhem, incentivam, ajudam e os desafiam a ser melhores farmacêuticos.

No meu caso, os 4 meses de estágio em farmácia comunitária foram realizados na Farmácia da Liga em Vila Nova de Gaia. É uma farmácia com uma área de atendimento bastante grande e muito conhecida na cidade em que se encontra. Este período de estágio, bem como todas as pessoas que passaram por mim, ajudaram-me a desenvolver enquanto profissional e conhecer a importância que o farmacêutico representa na sociedade.

Ao longo deste relatório encontra-se descrito na 1º parte o dia-a-dia de um farmacêutico comunitário, bem como as tarefas que testemunhei e realizei durante estes 4 meses. Para além disso, na 2º parte é possível encontrar descrito os projetos que desenvolvi durante este tempo. No que diz respeito ao Tema I, foi possível estudar as doenças cardiovasculares, nomeadamente os hábitos de vida saudáveis adotados pelos utentes, pela realização de um inquérito. Este tema surgiu com a caminhada que a farmácia realizou durante o mês de maio, com o objetivo de combater este tipo de doenças e por ser um tipo de doenças com elevada incidência. Relativamente ao Tema II, o objeto de estudo foi a proteção solar, devido à vasta procura de protetores solares por parte dos utentes, bem como da grande oferta de produtos e marcas que a farmácia disponibiliza. Assim, tratando-se de um tema com elevada importância na atualidade, realizei um panfleto a promover a proteção solar.

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VII

Índice

Declaração de integridade ... III Agradecimentos ... IV Resumo………...……….VI Índice….. ... VII Lista de Abreviaturas ... X Índice de Tabelas ... XI Índice de Figuras ... XI Índice de Anexos ... XII

Parte I - descrição das atividades desenvolvidas em Farmácia Comunitária .... 1

1.Farmácia da Liga ... 1

1.1.História ... 1

1.2.Localização e Horário de atendimento... 1

1.3.Recursos Humanos e Direção Técnica ... 2

1.4.Serviços Prestados pela Farmácia ... 2

1.5.Espaço Físico ... 3

1.5.1.Espaço Exterior ... 3

1.5.2.Espaço Interior ... 3

1.6.Sistema Informático ... 6

1.7.Perfil dos utentes ... 7

2.Encomendas e Aprovisionamento ... 7

2.1.Fornecedores e Aquisição ... 7

2.2.Receção e conferência de encomendas ... 8

2.3.Marcação de preço e armazenamento ... 9

2.4.Controlo de Prazos de Validade ... 9

2.5.Reservas de produtos ... 10

2.6.Devoluções de produtos ... 10

3.Dispensa de medicamentos e de outros produtos ... 11

3.1.Medicamentos Sujeitos a Receita Médica ... 11

(8)

VIII

3.1.2.Medicamentos Genéricos ... 13

3.1.3.Medicamentos Psicotrópicos e Estupefacientes ... 14

3.1.4.Sistemas de Comparticipação ... 14

3.2.Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica ... 15

3.3.Outros Medicamentos ... 16

3.3.1.Medicamentos e produtos de uso veterinário ... 16

3.3.2.Medicamento e produtos homeopáticos ... 16

3.3.3.Suplementos Alimentares ... 16 3.3.4.Produtos De Puericultura ... 16 3.3.5.Dispositivos Médicos ... 17 3.3.6.Produtos de dermocosmética ... 17 3.3.7.Produtos Manipulados ... 17 4.Cuidados Farmacêuticos ... 18 5.VALORMED ... 19

2. Parte II - Projetos desenvolvidos em Farmácia Comunitária ... 19

Tema I – Mês do Coração ... 19

Contextualização ... 19

1.Doenças Cardiovasculares ... 19

1.1.Fatores de Risco Modificáveis ... 20

1.1.1.Açúcar elevado no sangue – Diabetes ... 20

1.1.2.Colesterol e Triglicéridos elevados ... 21

1.1.3.Hipertensão Arterial ... 21

1.1.4.Tabagismo... 22

1.1.5.Excesso de peso, Obesidade e Sedentarismo ... 22

1.2.Fatores de Risco Não Modificáveis ... 22

1.2.1.Idade e Sexo ... 23

1.2.2.Genética ... 23

2.Adoção de estilo de vida saudável ... 23

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IX

4.Caminhada “Unidos Pelo Bem Estar” ... 24

5.Inquérito aos utentes da Farmácia da Liga – apresentação e discussão de resultados25 6.Conclusão ... 27

Tema II – A importância de proteger a nossa pele ... 28

Contextualização ... 28 1.A pele.. ... 28 2.Camadas da pele ... 29 2.1.Epiderme ... 29 2.2.Derme ... 29 2.3.Subcutânea ... 29 3.Tipos de pele ... 29 3.1.Pele Normal... 30 3.2.Pele Seca ... 30 3.3.Pele Mista ... 30 3.4.Pele Oleosa ... 30

4.Cuidados com a pele ... 30

4.1.Proteção Solar ... 31

4.1.1.Protetor Solar ... 31

4.1.2.Cancro da pele ... 32

4.1.3.Aconselhamento farmacêutico ... 32

5.Panfleto “Pele: o que fazer para a proteger?” ... 33

6.Conclusão ... 33

Bibliografia ... 34

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X

Lista de Abreviaturas

ANF- Associação Nacional das Farmácias AVC- Acidente Vascular Cerebral

CNP- Código Nacional do Produto

DCI- Denominação Comum Internacional DCV- Doenças Cardiovasculares

DGS- Direção Geral de Saúde DNA- Ácido desoxirribonucleico FEFO – First-Expire, First-Out FIFO – First-In, First-Out FL- Farmácia da Liga

FPS- Fator de proteção solar FR- Fatores de Risco

HDL- High Density Lipoproteins

INFARMED- Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P IVA- Imposto de Valor Acrescentado

LDL- Low Density Lipoproteins

MNSRM – Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica

MNSRM-EF- Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica de Venda Exclusiva em

Farmácias

MSRM- Medicamentos Sujeitos a Receita Médica PV- Prazo de Validade

PVF- Preço de Venda à Farmácia PVP- Preço de Venda ao Público RM – Receita Médica

ROS- Espécies reativas de oxigénio

SAMS- Serviços de Assistência Médico-Social do Sindicato dos Bancários do Norte SNC- Sistema Nervoso Central

SNS- Sistema Nacional de Saúde UV- Ultravioleta

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XI

Índice de Tabelas

Tabela 1- Classe de medicamentos utilizados em doentes com fatores de risco. ...24

Índice de Figuras

Figura 1 - A) Distribuição do género entre os utentes que responderam ao inquérito. B)

Distribuição de idades entre os utentes que responderam ao inquérito. ...25

Figura 2 - A) Distribuição da prática de hábitos de vida saudável entre os utentes que

responderam ao inquérito. B) Distribuição da prática de exercício físico entre os utentes que responderam ao inquérito. ...26

Figura 3 - A) Distribuição dos utentes que responderam ao inquérito e que adotam uma

alimentação equilibrada e saudável. B) Distribuição dos utentes fumadores e não fumadores que responderam ao inquérito. ...26

Figura 4 - Distribuição dos utentes que responderam ao inquérito e que visitam regularmente

o médico...27

Figura 5 - Representação das camadas da pele.. ...28

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XII

Índice de Anexos

Anexo I – Ficha de Preparação de uma Solução de Minoxidil a 5 %.………...39 Anexo II – Rótulo de Solução de Minoxidil a 5%.………42 Anexo III - Caminhada “Unidos Pelo Bem Estar” ………...42 Anexo IV – Inquérito sobre os Hábitos de vida saudável, no âmbito do Tema I..

………..………..43

Anexo V – Panfleto elaborado no Tema II, “Pele: o que fazer para a

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1

Parte I - descrição das atividades desenvolvidas em Farmácia Comunitária

1. Farmácia da Liga 1.1. História

A Farmácia da Liga das Associações de Socorro Mútuo de Vila Nova de Gaia tem início com a criação da Liga das Associações de Socorro Mútuo de Vila Nova de Gaia a 11 de maio de 1905, sendo constituída por 5 associações [1]. Contudo, só a 23 de julho do mesmo ano é que a Liga inaugurou a sua farmácia social, Farmácia da Liga (FL), que se distinguiu por ser a segunda farmácia a ser fundada por uma associação mutualista em Portugal [1].

Com o passar dos anos, juntamente com o aumento das necessidades por parte dos utentes, em 1998 foi efetuada uma reformulação da farmácia que permitiu uma modernização do edifício e dos serviços prestados. Já em 2013 foi instalado um sistema robotizado, permitindo uma redução do tempo de espera por parte dos utentes [1]. Também, possibilitou investir numa equipa de recursos humanos preparada e qualificada, aumentando a qualidade, produtividade e rentabilidade nos serviços, tornando a FL uma das farmácias mais desejada da cidade.

Atualmente, as instalações da FL contam com uma área com mais de 700 m2 reservada

aos serviços farmacêuticos, com 15 balcões de atendimento, dois gabinetes que se destinam a consulta farmacêutica e também, a consultas de nutrição, uma zona de receção de encomendas, uma zona destinada ao farmadrivre, um laboratório de manipulados, um armazém e ainda, um auditório [1].

1.2. Localização e Horário de atendimento

A FL encontra-se situada na Rua Marquês Sá da Bandeira, número 344 em Vila Nova de Gaia. O seu edifício é partilhado juntamente com a Clínica da Liga, Clínica Estética da Liga e Ótica da Liga, facilitando desta forma o acesso à medicação por parte dos utentes. O acesso à farmácia é facilitado através do uso de carro, transportes públicos e via pedonal. A FL encontra-se perto de escolas, zonas comerciais, bancos e lojas de comércio local, representando desta forma uma zona com densidade populacional.

Relativamente ao horário, nos dias úteis a FL funciona entre as 8 horas e as 24 horas, sendo que aos sábados o seu horário de funcionamento é entre as 9 horas e as 20 horas, encontrando-se encerrada aos domingos e feriados. Os funcionários cumprem este horário recorrendo a turnos. Desta forma, a farmácia cumpre os requisitos legais presentes na Portaria n.º 277/2012, de 12 de setembro, sobre o horário de funcionamento das farmácias de oficina [2]. O meu horário de estágio variou consoante as necessidades as necessidades da farmácia. Durante o horário da manhã trabalhava entre as 9 horas e 17 horas com uma

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2 hora para o almoço, e durante o turno da tarde trabalhava entre a 13 horas e as 20 horas com uma pausa de 30 minutos para lanchar.

1.3. Recursos Humanos e Direção Técnica

A equipa da FL é constituída por 28 colaboradores, formando uma equipa apta e diversificada com funções distintas, 14 farmacêuticos, 5 técnicos farmacêuticos, 3 pessoas encarregues pelo apoio ao cliente, 4 colaboradores auxiliares e ainda 2 pessoas responsáveis pela limpeza. Como referido anteriormente, o trabalho por turnos realizado pela equipa é extremamente necessário de forma a conseguir dar uma resposta rápida, eficaz e qualificada aos utentes. Cada funcionário é responsável por funções específicas de forma a obter o melhor serviço, tais como: gestão de encomendas, controlo de validades e stocks, receção de encomendas e devoluções, reposição de stocks, disposição dos produtos na farmácia, preparação de manipulados, entre outras. Em caso de necessidade, estas tarefas podem ser divididas entre os diferentes colaboradores da farmácia. No meu caso, durante o estágio para além do atendimento ao público fui também responsável pela reposição de stocks, disposição dos produtos na farmácia, receção de encomendas, controlo de validades e ainda, preparação de manipulados. A direção técnica da FL pertence à Dr.ª Ana Rita Miranda de Sá Pereira.

1.4. Serviços Prestados pela Farmácia

A criação de um espaço amplo e uma equipa dinâmica com as ferramentas necessárias permite que a FL ofereça uma grande variedade de serviços aos seus utentes. Entre os diversos serviços é possível encontrar: cuidados farmacêuticos, homeopatia, fitoterapia, produtos veterinários, produtos manipulados, produtos dietéticos, dietética infantil, puericultura, ortopedia, produtos de ostomia, higiene capilar, dermocosmética, serviços de enfermagem, consultas de nutrição, serviços de ótica e, ainda, participa nos Programas: Valormed; “Diz não a uma seringa em segunda mão”; e recolha de Radiografias [3]. Para além desta vasta oferta, a FL dispõe, também, de um serviço de atendimento exterior de uso exclusivo a clientes com a sua viatura automóvel, designado por farmadrive. Um serviço Pick-Up, no qual os utentes podem realizar a encomenda dos seus produtos através do número de telemóvel ou pela aplicação do Whatsapp®, recolhendo posteriormente a encomenda na farmácia com um atendimento prioritário. Por fim, a FL usufrui de um serviço de Entrega ao Domicílio, permitindo a entrega dos produtos na casa dos clientes.

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3

1.5. Espaço Físico

1.5.1. Espaço Exterior

A FL situa-se num rés-do-chão com duas portas tendo acesso a utentes com mobilidade reduzida. O espaço exterior é bastante apelativo com montras onde a decoração varia consoante a época do ano, campanhas em vigor e apresentação de novos produtos. Na fachada exterior do edifício existe uma faixa que divulga os descontos existentes para sócios da Liga Vilanovense (10% de desconto direto em todos os serviços e produtos + 5% de desconto a acumular em cartão). Nessa mesma fachada, também está disponibilizado o horário de funcionamento da farmácia, a respetiva Direção Técnica, o mapa das farmácias que se encontram em serviço no município, letreiros que alertam para a proibição de fumar dentro do espaço da farmácia, proibição de entrada de animais e aviso de que o espaço se encontra vigiado por um sistema fechado de videovigilância. Por fim, é possível encontrar o letreiro que identifica a farmácia e a típica cruz verde iluminada.

Nas traseiras existe o serviço farmadrive que permite a dispensa dos medicamentos de uma forma mais fácil, tornando-se uma mais valia para os utentes, uma vez que não precisam de sair das suas viaturas.

1.5.2. Espaço Interior

Relativamente ao espaço interior, a FL possui dois pisos com espaço amplo e acessíveis por elevador e escadas.

No piso térreo encontram-se as diversas áreas necessárias, como a área de atendimento ao público com o sistema robotizado, um gabinete destinado à dermocosmética, um gabinete para serviços farmacêuticos e consultas de nutrição e o serviço de ótica. Numa zona restrita aos colaboradores, existe uma área de receção de encomendas, espaços de armazenamento dos medicamentos, o sistema robotizado, dois frigoríficos destinados a armazenar medicamentos sujeitos a refrigeração, o gabinete de Direção Técnica, um espaço para o descanso dos colaboradores, instalações sanitárias e ainda, uma sala destinada ao atendimento farmadrive que também é utilizada para formações aos funcionários. É de salientar que na zona de atendimento existe um letreiro que informa os utentes que não são efetuadas trocas nem devoluções dos medicamentos, uma vez que não é garantida a qualidade dos mesmos relativamente ao armazenamento ao nível da temperatura e humidade.

No piso inferior encontra-se o armazém, o laboratório destinado à preparação dos produtos manipulados e um auditório.

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4 ▪ Zona de atendimento

A zona de atendimento ao público é composta por 15 balcões equipados por um computador, leitor de código de barras, impressora de receituário e/ou faturas e, por fim, um terminal de multibanco. Atrás dos balcões é possível encontrar os Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) em prateleiras designadas lineares, e os restantes produtos de dermocosmética, produtos de higiene corporal e oral, produtos capilares, suplementos alimentares e produtos de puericultura. Determinados produtos como testes de gravidez, pensos rápidos, termómetros, gazes, compressas, entre outros encontram-se guardados em gavetas identificadas atrás dos balcões, de forma a facilitar o acesso aos funcionários. Todos os produtos encontram-se distribuídos de uma forma estratégica consoante a época do ano. Alguns destes artigos de venda livre encontram-se dispostos em gôndolas consoante as campanhas da farmácia em vigor.

Numa das portas da entrada existe uma máquina, designada por dispensador de senhas, onde os utentes tiram uma senha, podendo escolher entre cinco opções: A – Atendimento Geral; B – Atendimento Prioritário; C – Cosmética; D - Serviço Pick-up; E – Ótica. Todos os computadores estão equipados com um sistema de chamada de senhas, sendo que a ordem e o respetivo balcão aparecem nos dois ecrãs televisivos presentes na zona de atendimento. Nesta zona existe ainda cadeiras e sofás onde os utentes podem esperar pela sua vez e, ainda, uma zona infantil destinada a crianças.

Durante o meu estágio tive a oportunidade de repor todos os produtos da zona de atendimento, de acordo com as campanhas em vigor e a época do ano respeitando sempre o método FEFO (First Expire First Out”), garantindo desta forma que o produto com a data a expirar mais cedo era dispensado primeiro. Numa fase inicial este trabalho foi bastante importante, uma vez que tive a oportunidade de conhecer os diferentes produtos e o local dos mesmos, facilitando posteriormente o atendimento.

▪ Gabinete de atendimento personalizado

Este gabinete situa-se na zona do atendimento, contudo tem a vantagem de permitir que os utentes usufruam de um aconselhamento farmacêutico personalizado e privado. Neste gabinete encontra-se o material necessário à determinação de parâmetros bioquímicos e fisiológicos, como a pressão arterial, colesterol, triglicerídeos e valores de glicémia. Adicionalmente, é neste gabinete que se efetuam as consultas de nutrição, duas vezes por semana, e os atos de enfermagem que por norma estão disponíveis às segundas, quartas e sextas-feiras das 19 horas às 22 horas.

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5 ▪ Gabinete de Dermocosmética

Este gabinete serve de apoio às promotoras de marcas de dermocosmética e a atividades disponibilizadas pelas mesmas. É composto por uma maca utilizada nas ações das campanhas e armários onde são guardados produtos diversificados, tais como amostras.

▪ Ótica da Liga

A Ótica da Liga encontra-se na zona de atendimento e embora não seja um serviço prestado pelos farmacêuticos, é um serviço prestado pela farmácia, o que permite aos utentes da farmácia usufruírem de uma variedade de serviços num só local.

▪ Área restrita aos colaboradores

Como acima referido, nesta área encontra-se o espaço onde é realizada a receção de

encomendas. Este local está equipado com três computadores, uma

impressora/fotocopiadora e todo o material necessário ao apoio durante o atendimento. Neste espaço estão também disponíveis todos os arquivos, onde são guardados os documentos com interesse para a farmácia, como créditos de utentes da farmácia, documentação de produtos emprestados e/ou pedidos a outras farmácias, documentação de devolução de produtos, documentação de produtos pagos e reservados, documentação de medicamentos psicotrópicos, entre outros. Existem ainda, dois frigoríficos com a temperatura devidamente controlada que se destinam a produtos que devem ser conservados a temperaturas entre 2-8ºC, como é o exemplo de vacinas e insulinas.

Relativamente ao armazenamento, a FL tem disponível o sistema robotizado que permite armazenar Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM). Este armazenamento pode ser realizado de duas formas: de forma automática – prolog – ou de uma forma manual. Relativamente ao sistema prolog, o próprio robot faz o scan do código do medicamento e armazena o mesmo. Para este sistema em específico, é necessário ter em atenção que só os medicamentos com Prazo de Validade (PV) superior a um ano são colocados no mesmo. Já a nível manual, o sistema necessita de uma pessoa, por norma um colaborador da farmácia, que efetua a leitura do código do medicamento, regista a validade e o insere no robot, que posteriormente o armazena.

Existem alguns medicamentos como xaropes, ampolas, produtos veterinários, embalagens frágeis e medicamentos que o robot não consegue armazenar, desta forma, os funcionários da farmácia, organizam-nos por ordem alfabética em armários que deslizam, designados por “deslizantes”. Nestes armários também é possível encontrar os

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6 produtos que se encontram reservados pelos utentes, os produtos previamente pagos e ainda as encomendas realizadas pelo serviço Pick-up.

▪ Armazém

O armazém situa-se no piso inferior, possuindo uma área de grandes dimensões de forma a dar resposta ao volume de encomendas que a farmácia requer, bem como armazenar os produtos em excesso que se encontram nos deslizantes, lineares e gôndolas. Neste espaço encontram-se dois computadores que são utilizados para dar entrada de encomendas, produtos de venda livre, transferências (transferência dos produtos do armazém necessários na zona de atendimento) e etiquetagem. Posteriormente, os produtos são armazenados de acordo a sua tipologia.

▪ Laboratório de Manipulados

A FL dispõe de um laboratório certificado e equipado com todo o material necessário para a produção de produtos manipulados em farmácia comunitária, estando este situado também no piso inferior. É neste local que se realiza o acondicionamento, rotulagem e controlo de qualidade dos manipulados preparados. A preparação de manipulados pela FL tem bastante procura, pelo que tive a oportunidade de conhecer o funcionamento do laboratório e ajudar na execução de uma Solução de Minoxidil a 5 %, bem como calcular o seu Preço de Venda ao Público (PVP) (Anexo I, Anexo II).

▪ Auditório

O auditório situa-se no piso inferior e corresponde a um espaço onde a comunidade e os funcionários da farmácia podem assistir a palestras e formações.

1.6. Sistema Informático

A FL dispõe do Serviço Informático Sifarma 2000®, disponibilizado pela Glintt, Global

Intelligent Technologies HealthCare Sollutions S.A®, que faz parte da Associação Nacional

das Farmácias (ANF). Este sistema informático está presente em 90% das farmácias portuguesas e atua em diferentes operações, desde a dispensa dos medicamentos durante o atendimento, ao próprio atendimento ao público, gestão de stocks, receção de encomendas e devoluções de produtos [4].

O sistema informático permite criar uma gestão de stocks estabelecendo mínimos e máximos, gestão do produto desde a sua entrada na encomenda até à sua dispensa, controlo dos PV, consulta de vendas, controlo do PVP, criação de fichas de utentes com o objetivo de possibilitar um acompanhamento farmacêutico personalizado, entre outras funcionalidades. É importante salientar que durante o atendimento a dispensa dos

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7 medicamentos é facilitada pelas opções que o sistema disponibiliza sobre a informação científica do produto, tais como: princípio(s) ativo(s) e quantidades, indicações terapêuticas, interações, posologias e doses, contraindicações, reações adversas, garantindo desta forma um ato farmacêutico mais seguro, tendo sido bastante útil e importante durante os atendimentos que realizei no meu estágio.

Todos os computadores da farmácia têm instalado o sistema informático havendo um código de utilizador e a respetiva palavra-passe para cada colaborador da farmácia, permitindo o registo das movimentações para cada código. Para além do sistema informático Sifarma 2000®, os computadores possuem gadget do distribuidor (Cooprofar

Portugal®), uma ferramenta que apoia de forma bastante positiva os colaboradores. Este

programa permite realizar encomendas instantâneas dos produtos durante o atendimento e consultar o estado e a hora de entrega da encomenda, resultando numa mais valia para o utente, bem como para o farmacêutico.

1.7. Perfil dos utentes

O perfil dos utentes da FL varia consoante a idade e os produtos desejados. Os principais utentes da farmácia têm uma faixa etária superior a 65 anos. Contudo, parte dos utentes que se desloca à farmácia à procura de produtos específicos, consegue-os devido à diversificação de artigos que a farmácia dispõe. Muitos dos utentes são considerados habituais devido à existência do sistema de associados que a Liga dispõe, oferecendo aos seus associados 10% de comparticipação em todos os produtos, bem como 5% do valor das vendas a acumular em cartão. Esta estratégia da farmácia permite uma maior fidelização dos utentes.

A FL preocupa-se em ter um serviço atual e moderno, pelo que aposta de uma forma positiva nas suas redes sociais, Facebook® e Instagram®, o que permite fazer a divulgação das campanhas em vigor, assim como uma maior aproximação aos seus clientes.

2. Encomendas e Aprovisionamento 2.1. Fornecedores e Aquisição

Na FL as encomendas podem ser realizadas diretamente com os laboratórios ou com distribuidores grossistas, sendo que a farmácia trabalha preferencialmente com a Cooprofar® e Alliance Healthcare®. No entanto, a compra direta à Cooprofar® apresenta uma mais valia para a farmácia, uma vez que oferece melhores condições. Relativamente às encomendas realizadas diretamente aos laboratórios, as condições oferecidas em compras de grandes quantidades são mais vantajosas para a farmácia, sendo negociadas entre a Diretora Técnica e os respetivos delegados das marcas.

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8 Existem dois tipos de encomendas: as encomendas diárias onde o próprio sistema informático cria as encomendas de acordo com os stocks mínimos e máximos dos produtos definidos, sendo posteriormente revistas pelo colaborador responsável pelas encomendas alterando, se necessário, as quantidades e/ou produtos de forma a satisfazer as necessidades; e as encomendas instantâneas que são realizadas na opção “Encomenda Instantânea” do Sifarma 2000® ou no gadget do distribuidor Cooprofar®, solicitando produtos que se encontram esgotados na farmácia devido à pouca rotatividade que apresenta. Durante o estágio tive contacto direto com este último tipo de encomendas, verificando que se mostram bastante benéficas tanto para o utente como para o farmacêutico, uma vez que nos dá a informação da hora e dia a que o produto chega à farmácia.

2.2. Receção e conferência de encomendas

A receção e verificação das encomendas são realizadas na zona destinada à receção das mesmas e apresenta um papel crucial para o bom funcionamento da farmácia. As encomendas são entregues em contentores específicos devidamente identificados juntamente com a fatura e nota de encomenda, que apresentam as seguintes informações: identificação da farmácia e do fornecedor, o número da fatura/guia, a quantidade dos produtos encomendados e a quantidade de produtos efetivamente enviados, o Preço de Venda à Farmácia (PVF), o PVP, imposto de valor acrescentado (IVA), código nacional do produto (CNP), descontos e o valor total das faturas. Os produtos que se destinam a ser armazenados no frigorífico são acondicionados em contentores com condições específicas e armazenados assim que possível após serem conferidos.

No momento de receção das encomendas estas devem ser realizadas no Sifarma

2000® selecionando a opção “Receção de Encomendas”, escolher a encomenda a rececionar, inserir o número da respetiva fatura e fazer a leitura do código de barras ou de forma manual pelo CNP, verificando sempre se o número de embalagens coincide com o enviado, bem como o PV das mesmas. Durante este processo é fundamental ter em atenção o PVF e as margens, principalmente em produtos sem preço marcado na embalagem. No fim, é necessário conferir se o valor total faturado se encontra igual ao impresso na fatura. Caso existam embalagens danificadas, produtos enviados incorretamente ou em falta, deve ser feita uma reclamação de imediato ao fornecedor de forma a resolver o problema.

No caso da FL existem “Produtos Reservados Pagos”, ou seja, produtos que aquando da compra não se encontram no stock da farmácia, contudo são encomendados, e o utente fica responsável pelo levantamento dos mesmos após o produto chegar à farmácia. Nestas

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9 situações, é necessário verificar as reservas e separar os medicamentos, guardando-os num local específico dos “deslizantes” até os utentes os virem levantar.

2.3. Marcação de preço e armazenamento

Em farmácia comunitária existem dois tipos de produtos: os que já têm o seu PVP definido e que não pode ser alterado, e os produtos com preços estabelecidos pelas próprias farmácias de acordo com o PVF, o IVA e as margens, sendo que esta última difere consoante o tipo de produtos. Relativamente ao último tipo de medicamentos, é necessário proceder à impressão de etiquetas com o PVP final dos produtos.

Após a receção e estipulação dos preços dos produtos, é importante proceder ao armazenamento dos mesmos em condições de temperatura, humidade e iluminação adequadas para cada produto nos seus lugares específicos, incluindo os de frio que são armazenados em frigoríficos com uma temperatura entre 2-8ºC.

Os MSRM são essencialmente armazenados no robot das duas formas possíveis mencionadas anteriormente. Na eventualidade dos produtos não conseguirem ser armazenados pelo robot, estes podem ser guardados nos deslizantes. Alguns dos MNSRM são armazenados no robot bem como nos deslizantes, na zona de atendimento, gavetas e o excesso no armazém. Os restantes produtos, como dermocosmética, puericultura, suplementos alimentares, produtos capilares, entre outros, são armazenados na zona de atendimento e no armazém.

Os medicamentos de controlo mais rigoroso como psicotrópicos e estupefacientes, são armazenados no cofre existente na zona de receção de encomendas, sendo que o seu acesso é restrito a alguns colaboradores da farmácia. Este controlo deve-se ao facto destes medicamentos terem características que podem provocar dependência psíquica e física.

Todos os lineares e gavetas são organizados de acordo com o princípio FEFO, que se baseia na prioridade em dispensar os produtos com PV a terminar mais cedo. Em produtos que não têm impresso o PV nas embalagens, deve-se reger ao princípio “First In, First Out”

(FIFO), dispensando os produtos que chegam primeiro à farmácia.

2.4. Controlo de Prazos de Validade

O controlo do PV dos produtos é fundamental para o bom funcionamento da farmácia bem como para a segurança da saúde dos utentes. Assim, o controlo deste parâmetro é realizado de uma forma regular por pessoas responsáveis. Este processo pode ocorrer de duas formas: aquando da receção de encomendas onde se atualiza o PV dos produtos ou através da criação de listas mensais de produtos em que o PV termina no prazo dos 3 meses posteriores, sendo confirmado e corrigido.

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10 Na eventualidade do PV terminar num curto espaço de tempo, os produtos são destacados com uns autocolantes que sinalizam descontos, de forma a chamar à atenção dos utentes e serem vendidos de uma forma mais fácil, evitando o prejuízo para a farmácia. Os produtos em que o PV já terminou, são colocados de lado para posteriormente se proceder à sua devolução aos fornecedores.

2.5. Reservas de produtos

Como referido anteriormente, é possível realizar encomendas instantâneas de produtos que os utentes desejam, mas que não existe em stock na farmácia, reservando o produto. No momento da reserva, o utente tem a possibilidade de escolher se paga ou não o produto, havendo assim dois tipos: Produtos Reservados Pagos e Produtos Reservados Não Pagos. No caso dos Produtos Reservados Pagos são impressos dois talões que indicam os produtos encomendados. Entrega-se um talão como comprovativo ao utente para posteriormente levantar o produto, e o outro talão é guardado na capa destinada a estes produtos de forma a serem separados e guardados no local reservado nos deslizantes. Relativamente aos Produtos Reservados Não Pagos, existe uma folha onde se anota todas as informações necessárias: nome do utente, data, número de operador, produto e quantidade desejada e a possível data de entrega, e após a sua separação é armazenado nos deslizantes até o utente o vir levantar.

Sempre que o utente se dirige à farmácia com o talão para levantar os Produtos Reservados Pagos, fica registado o dia em que ocorreu o seu levantamento, a assinatura do utente, data, e ainda o número do operador que o atendeu.

2.6. Devoluções de produtos

As devoluções de produtos podem ocorrer por diversas situações, como por exemplo: embalagens danificadas, produtos enviados mas não encomendados, produtos que os utentes reservam, mas já não querem, produtos retirados do mercado, quantidade enviada superior à da encomenda, e ainda quando o PV já expirou. Assim sendo, a devolução é efetuada escolhendo a opção “Gestão de Encomendas” criando uma nota de devolução onde são indicadas as seguintes informações: o fornecedor, o produto a devolver e a respetiva quantidade, o motivo de devolução, e em alguns produtos é necessário adicionar o número de fatura que lhe deu origem. A nota de devolução é impressa em triplicado, sendo que se deve carimbar e assinar cada uma das guias. O original e o duplicado vão juntamente com os produtos e o triplicado é arquivado na farmácia numa capa específica até regularização da mesma.

As devoluções podem ter dois estados, aceites ou rejeitadas pelos fornecedores. No primeiro caso, o fornecedor cria uma nota de crédito que posteriormente deve ser resolvida

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11 na “Regularização de Devoluções” no sistema informático. Contudo, no caso de rejeição da devolução, o produto retorna à farmácia e é necessário também proceder à regularização da devolução, com a desvantagem que o produto fica como quebra, representando prejuízo para a farmácia.

3. Dispensa de medicamentos e de outros produtos

O uso de medicamentos e de outros produtos de saúde são essencialmente utilizados para tratar ou prevenir determinadas patologias. O farmacêutico apresenta um papel fundamental na dispensa dos mesmos, uma vez que este deve promover o uso responsável dos medicamentos, alertando de uma forma simples e clara os utentes para possíveis interações medicamentosas, reações adversas, e ainda avisar alguns cuidados a ter na utilização. Adicionalmente, o farmacêutico deve garantir que o regime posológico e a forma farmacêutica são os corretos [5]. De forma a prevenir erros na utilização dos medicamentos e produtos de saúde, a FL recorre à colagem de etiquetas nas embalagens, estando descrito a posologia dos mesmos.

O farmacêutico possui um papel crucial no aconselhamento ao utente quando é procurado como primeiro profissional de saúde, uma vez que o utente procura respostas perante os seus sintomas e/ou dúvidas. Desta forma, podem ser oferecidas alternativas de tratamento ou em último caso, o farmacêutico pode recomendar uma ida ao médico. Assim, é necessário ter um conhecimento teórico adquirido durante os anos de estudo e com a própria experiência profissional.

Durante o meu estágio, várias vezes foi-me pedido aconselhamento por parte dos utentes, sendo que quando não possuía informação suficiente para lhes dar, todos os colaboradores da farmácia me ajudavam a esclarecer os utentes da melhor forma. Senti que todo o ensinamento e a informação transmitida durante o meu estágio foram importantes para me tornar uma melhor profissional e farmacêutica.

3.1. Medicamentos Sujeitos a Receita Médica

Segundo o Estatuto do Medicamento, presente no Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, um dos medicamentos de uso humano são os MSRM. Estes medicamentos só podem ser dispensados na presença de uma Receita Médica (RM) válida. Segundo esta lei, estes medicamentos estão sujeitos a RM no caso de preencheram uma das seguintes condições [6]:

• Possam constituir um risco para a saúde do doente, direta ou indiretamente, mesmo quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam utilizados sem vigilância médica;

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12 • Possam constituir um risco, direto ou indireto, para a saúde, quando sejam utilizados com frequência em quantidades consideráveis para fins diferentes daquele a que se destinam;

• Contenham substâncias, ou preparações à base dessas substâncias, cuja, atividade ou reações adversas seja, indispensável aprofundar;

• Destinem-se a ser administrados por via parentérica. Ainda dentro do MSRM estes podem ser classificados como [6]:

• Medicamentos de RM renovável (medicamentos que se destinam a determinadas doenças ou a tratamentos prolongados);

• Medicamentos de RM especial (receitas com uma substância classificada como estupefaciente ou psicotrópico, nos termos da legislação aplicável; em utilização anormal causar toxicodependência ou ser utilizados para fins ilegais);

• Medicamentos de RM restrita, de utilização reservada a certos meios especializados (medicamentos que se destinam a uso hospitalar ou regime ambulatório).

3.1.1. Prescrição Médica

A Portaria n.º 137 -A/2012, de 11 de maio estabelece o regime jurídico com as regras necessárias para a prescrição de medicamentos, os modelos de RM e as condições de dispensa de medicamentos [7]. As prescrições médicas podem ser efetuadas por Via Eletrónica utilizando meios informáticos; Materialização correspondendo à impressão da RM resultante de uma prescrição efetuada por meios eletrónicos; ou ainda, Via Manual onde os medicamentos são prescritos em documentos pré-impressos [7].

A prescrição de MSRM é efetuada a partir da RM, sendo que nesta se encontra obrigatoriamente a respetiva Denominação Comum Internacional (DCI) da substância ativa, a forma farmacêutica, a dosagem, a apresentação e a posologia [7]. Em alguns casos o médico prescritor pode achar necessário adicionar as exceções por DCI, tais como: “Exceção a)” Margem ou índice terapêutico estreito; “Exceção b)” Reação adversa prévia; “Exceção c)” Continuidade de tratamento superior a 28 dias [8].

No que diz respeito às prescrições médicas por via manual, estas surgem de uma forma excecional de acordo com as seguintes situações: Falência do sistema informático; Inadaptação fundamentada do prescritor, previamente confirmada e validada anualmente pela respetiva Ordem profissional; Prescrição ao domicílio; Outras situações até um máximo de 40 receitas médicas por mês [7]. Este tipo de receitas para

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13 serem válidas necessitam de cumprir algumas condições, tais como: conter a vinheta do médico prescritor; data de validade sendo que estas receitas possuem uma validade de 30 dias; a assinatura do médico prescritor; identificação da especialidade médica; nome e número do utente, e em alguns casos torna-se necessário colocar se o utente é beneficiário de subsistema. Para além destes requisitos, as receitas manuais não podem ser rasuradas, conter caligrafias diferentes ou apresentar canetas de cores diferentes, e o número de embalagens deve estar por escrito e em cardinal. Por fim, em cada receita podem ser prescritos até quatro medicamentos diferentes sendo que devem ser dispensados no total 4 embalagens por receita. É importante salientar que apenas podem ser prescritas 2 embalagens por cada medicamento [8].

Atualmente, as RM mais comuns são as por via eletrónica que permitem uma diminuição dos erros de prescrição e também, facilitam o atendimento ao farmacêutico e utente. Estas receitas apresentam-se de duas formas: Receita Eletrónica Materializada (em papel) e Receita Eletrónica Desmaterializada (sem papel) [8]. Nestas últimas, o utente recebe uma mensagem no seu telemóvel ou um email do Ministério da Saúde com os dados necessários para a dispensa dos medicamentos, tais como: número da receita, o código da dispensa (6 dígitos) e o código de direito de opção (4 dígitos).

Estas receitas trazem vantagens para o utente, uma vez que este não necessita de levantar a medicação toda de uma vez, fazendo consoante a sua necessidade e pode levantar os medicamentos em locais diferentes. Contudo, as receitas desmaterializadas apresentam como desvantagem o facto de o utente não conseguir saber que medicamentos lhe foram prescritos e ainda deixar o PV passar.

Durante o estágio que realizei, trabalhei maioritariamente com receitas eletrónicas, tanto materializadas como desmaterializadas. Contudo, em alguns casos apareceram receitas manuais, fazendo com que tivesse uma atenção redobrada pedindo sempre a um colega da farmácia para confirmar, de forma a evitar erros na dispensa.

3.1.2. Medicamentos Genéricos

Os Medicamentos Genéricos correspondem a medicamentos que possuem a mesma substância ativa, forma farmacêutica e bioequivalência que o medicamento de marca que lhe serviu de referência demonstrada por estudos de biodisponibilidade [6,9]. Estes medicamentos estão sujeitos às mesmas leis que os medicamentos que lhes deram origem, contudo não estão sujeitos a ensaios pré-clínicos e clínicos [9]. A vantagem da existência destes medicamentos para os utentes é o preço de venda reduzido em relação ao medicamento que lhe deu origem.

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14 Durante o estágio questionava sempre os utentes se pretendiam levar o medicamento de marca ou genérico, sendo que na maior parte dos casos optavam pelo genérico que já lhes era habitual ou o genérico mais barato. Em algumas situações, os utentes preferiam manter o medicamento de marca por estarem habituados e por se sentirem melhor com a sua utilização.

3.1.3. Medicamentos Psicotrópicos e Estupefacientes

Medicamentos Psicotrópicos e Estupefacientes são uma classe de medicamentos que necessita de uma prescrição médica especial, estando sujeitos a um controlo legal e medidas de segurança elevados [6]. Estas substâncias atuam de uma forma direta no Sistema Nervoso Central (SNC) podendo atuar como depressores ou estimulantes [10]. Podem ser utilizados em diversas doenças, desde doenças psiquiátricas, oncológicas, como analgésicos ou antitússicos [10]. Para além de possuírem benefícios, estão sujeitos a um controlo por parte das entidades competentes nacionais (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P - INFARMED, I.P.) devido ao facto de poderem causar habituação e dependência física e psíquica [10].

Durante os atendimentos em que se dispensa esta classe de medicamentos, sendo que alguns se encontram no cofre, o Sifarma 2000® não deixa terminar o atendimento sem que o farmacêutico verifique a identidade do adquirente, podendo ser o próprio utente ou outra pessoa. O farmacêutico preenche um formulário com o nome do utente ou do adquirente, no caso de não ser o próprio utente, o número do cartão de cidadão ou bilhete de identidade e a sua validade, data de nascimento, morada, código-postal e o nome do médico prescritor [11]. No fim, são impressos dois talões com a informação necessária, que ficam arquivados na farmácia pelo menos durante três anos. No caso de receitas manuais, estes talões devem ser agrafados à receita [11].

3.1.4. Sistemas de Comparticipação

Durante o levantamento de MSRM e MNSRM comparticipados, o utente paga uma percentagem do seu PVP e o Estado paga a outra parte. Assim, o Decreto-Lei n.º 19/2014 de 5 de fevereiro autoriza o regime geral das comparticipações do Estado no preço dos medicamentos [12]. As comparticipações do Estado variam consoante os escalões e ainda com os grupos e subgrupos farmacoterapêuticos de medicamentos sujeitos a serem comparticipados [13]. Os regimes de comparticipação podem ser consultados na Portaria n.º 195-D/2015 de 30 de junho, que indica os seguintes [13]:

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15 • Escalão B: comparticipação de 69% do PVP dos medicamentos;

• Escalão C: comparticipação de 37% do PVP dos medicamentos; • Escalão D: comparticipação de 15% do PVP dos medicamentos.

Para além dos regimes de comparticipação mencionados anteriormente, existem situações especiais que se relacionam com determinadas patologias havendo, desta forma, Regimes Especiais de Comparticipação, podendo em alguns casos a comparticipação ser de 100%. Contudo, este Regime Especial de Comparticipação também pode surgir em pensionistas com rendimentos inferiores ao rendimento mínimo nacional [14]. Os médicos prescritores devem mencionar os regimes especiais com os despachos ou portarias a que o utente está sujeito.

Algumas das patologias sujeitas a Regimes Especiais de Comparticipação são: Psoríase (Lei n.º 6/2010, de 07/05); Dor crónica não oncológica moderada a forte (Portaria n.º 329/2016, de 20 de dezembro); Doença de Alzheimer (Despacho n.º 13020/2011, de 20 de setembro); Lúpus (Despacho n.º 11387-A/2003, de 23 de maio); Psicose maníaco-depressiva (Despacho n.º 21094/99, de 14 de setembro); Artrite reumatoide (Portaria n.º 281/2017 de 21 de setembro) [15].

Para além destas comparticipações, é possível ainda serem aplicados em simultâneo outros subsistemas de saúde, como seguros de saúde ou membros de sindicatos. A percentagem de comparticipação depende de entidade para entidade, sendo que nestes casos é necessário o utente alertar o farmacêutico, de forma a conseguir usufruir dessa comparticipação apresentando o cartão com o número de beneficiário válido. Alguns dos regimes de comparticipação são: Serviço de Assistência Médico Social (SAMS), EDP Sã Vida, Multicare, entre outros.

3.2. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica

Os MNSRM são uma classe de medicamentos que se destinam a tratamentos de doenças ligeiras ou pouco graves, sem que seja necessária uma prescrição médica para serem dispensados da farmácia [6]. Estes medicamentos podem ser publicitados, fazendo com que os utentes os fiquem a conhecer [6]. Assim, aquando da sua dispensa, torna-se importante o farmacêutico aconselhar o uso responsável dos medicamentos prestando toda a informação necessária sobre a terapêutica.

Por norma estes medicamentos não estão sujeitos a comparticipação por parte do Estado, exceto em alguns casos específicos [6]. Também, é de salientar que existem MNSRM de venda exclusiva em Farmácias (MNSRM-EF), sujeitos a legislação, protocolos de dispensa e normas de intervenção farmacêutica em locais registados pelo INFARMED, [6,8].

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3.3. Outros Medicamentos

3.3.1. Medicamentos e produtos de uso veterinário

Os medicamentos e produtos de uso veterinário destinam-se a ser administrados aos animais de forma a curar ou a prevenir doenças, promovendo o seu bem-estar e evitando em alguns casos, a passagem de doenças dos animais aos humanos, protegendo assim a saúde pública [16]. Alguns medicamentos de uso humano podem ser prescritos para uso veterinário e serem dispensados perante a presença de uma RM válida com vinheta.

Na FL existem diferentes medicamentos e produtos de uso veterinário, sendo que durante o meu estágio a procura refletia-se principalmente em antiparasitários internos e externos para cães e gatos.

3.3.2. Medicamento e produtos homeopáticos

Os medicamentos e produtos homeopáticos segundo o Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto correspondem a:” medicamentos obtidos a partir de substâncias denominadas stocks ou matérias-primas homeopáticas, de acordo com um processo de fabrico descrito na farmacopeia europeia ou, na sua falta, em farmacopeia utilizada de modo oficial num Estado membro, e que pode conter vários princípios” [6]. Estes medicamentos baseiam-se em restabelecer os sinais vitais do organismo, tratando as doenças em pessoas saudáveis pela produção de sintomas semelhantes à doença [17].

3.3.3. Suplementos Alimentares

Os suplementos alimentares são considerados géneros alimentícios que se destinam a complementar as falhas nutricionais, sem nunca substituir uma alimentação variada e saudável [18]. Estes produtos apresentam aspetos benéficos para os utentes, mas não são medicamentos, pelo que não devem apresentar atividade terapêutica para as doenças [19].

Durante o meu estágio, os produtos mais procurados destinavam-se ao combate de carências nutritivas, cansaço físico e mental, queda de cabelo, entre outros. Durante as épocas de exames, o aconselhamento para suplementos alimentares que auxiliam a concentração também é elevado, pelo que na FL estão disponíveis diferentes produtos para esse fim.

3.3.4. Produtos De Puericultura

Os produtos de puericultura são produtos que se destinam a promover o bem-estar e a saúde dos bebés e crianças. Dentro dos diversos produtos existentes é

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17 possível destacar alguns presentes na zona de atendimento na FL: papas, leites, fraldas, produtos de higiene como champôs, gel de banho e cremes, toalhitas, biberões, chupetas, entre outros.

3.3.5. Dispositivos Médicos

Os Dispositivos Médicos representam “qualquer instrumento, aparelho, equipamento, material (…) cujo principal efeito pretendido no corpo humano não seja alcançado por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos, destinado pelo fabricante a ser utilizado em seres humanos para fins de: i) Diagnóstico, prevenção, controlo, tratamento ou atenuação de uma doença; ii) Diagnóstico, controlo, tratamento, atenuação ou compensação de uma lesão ou de uma deficiência; iii) Estudo, substituição ou alteração da anatomia ou de um processo fisiológico; iv) Controlo da conceção” [20].

Na FL estão disponíveis diferentes dispositivos médicos como por exemplos, meias de descanso e compressão, joelhos elásticos, pensos, soro, lancetas, agulhas, compressas, entre outros.

3.3.6. Produtos de dermocosmética

Os produtos de dermocosmética correspondem a “qualquer substância ou mistura destinada a ser posta em contacto com as diversas partes superficiais do corpo humano, designadamente epiderme, sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos, ou com os dentes e as mucosas bucais, com a finalidade de, exclusiva ou principalmente, os limpar, perfumar, modificar o seu aspeto, proteger, manter em bom estado ou de corrigir os odores corporais” [21].

Na FL existe uma vasta área destinada a estes produtos, sendo possível encontrar diferentes marcas e produtos. Esta área tem uma grande relevância para a farmácia, uma vez que existe uma grande procura por parte dos utentes. Desta forma, é possível encontrar uma opção de atendimento específico destinada a dermocosmética, estando disponíveis farmacêuticos especializados com conhecimento nesta área. Para além deste serviço disponível, existem diariamente campanhas e ações de promoção com promotores das diferentes marcas.

3.3.7. Produtos Manipulados

Um Produto Manipulado pode corresponder a uma Fórmula Magistral, quando o produto necessita de uma receita que especifica o doente a quem é destinado o produto, ou então, um Preparado Oficinal, que corresponde a um medicamento preparado segundo as indicações presentes na farmacopeia ou formulário galénico. Na Portaria

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18 n.º 594/2004, de 2 de junho estão presentes as boas práticas a observar na preparação de medicamentos manipulados em farmácia de oficina [22].

4. Cuidados Farmacêuticos

Atualmente, o papel do farmacêutico tem vindo a ganhar uma elevada importância na intervenção social, pois muitas das vezes o farmacêutico é o primeiro profissional de saúde a ter contacto com os utentes. Para além de promover o uso responsável dos medicamentos e a sua dispensa, o farmacêutico pode aconselhar os utentes, bem como intervir ao nível da revisão terapêutica, possível identificação de pessoas em risco em diferentes doenças, promoção de estilos de vida saudáveis e ainda, a determinação de parâmetros bioquímicos. No que diz respeito aos Cuidados Farmacêuticos, a FL possui um gabinete especializado que permite a determinação dos seguintes parâmetros bioquímicos e fisiológicos: Monitorização da pressão arterial; Determinação da glicémia, do colesterol e de triglicerídeos. Estas determinações permitem que os utentes controlem as suas patologias e possibilitam a prevenção das mesmas

Relativamente à determinação da pressão arterial, a FL dispõe de uma máquina que realiza três medições, sendo obtido no final o valor médio das mesmas. Durante esta medição, o utente fica sozinho no gabinete de forma relaxada e sem a presença do farmacêutico ou técnico de farmácia de forma a evitar o efeito da bata branca. No fim, o farmacêutico ou técnico de farmácia responsável pelo utente dirige-se novamente ao gabinete e anota os valores obtidos num cartão oferecido pela farmácia fornecendo aconselhamento se os valores assim o indicarem. Segundo a Direção Geral de Saúde (DGS), estamos perante hipertensão arterial quando os valores da pressão arterial sistólica/pressão arterial diastólica se encontram iguais ou superiores a 140 mmHg/90 mmHg, respetivamente [23].

A medição dos valores de glicémia, colesterol total e triglicerídeos é realizada recorrendo a punção capilar, sendo que cada parâmetro possui dispositivos e tiras de testes específicas. No final de cada determinação, os valores obtidos são também anotados no cartão. De acordo com a DGS, os valores de glicemia devem se encontrar inferiores a 126mg/dl em jejum, enquanto os valores de colesterol total e triglicerídeos devem ser inferiores a inferior a 190 mg/dl e 150 mg/dl, respetivamente [24,25].

Durante o estágio tive a oportunidade de ter contacto com estas medições, permitindo dar ao utente a atenção que este necessitava bem como o aconselhamento indispensável para se obter o melhor resultado na prevenção e monitorização das suas patologias. Com o recurso a estes serviços, foi possível ter o primeiro contacto com os utentes e perceber a relevância que enquanto farmacêuticos temos no dia-a-dia das pessoas.

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5. VALORMED

O VALORMED corresponde a uma sociedade sem fins lucrativos fundada em 1999, com o objetivo de recolher os resíduos de embalagens vazias e medicamentos fora de uso [26]. Ao possibilitar esta recolha nas farmácias aderentes em diferentes pontos do território nacional, é possível diminuir o acesso deste tipo de resíduos que acabariam misturados com os resíduos orgânicos, permitindo ter um impacto positivo ao nível da saúde pública [26]. Esta recolha é feita através do uso de contentores presentes nas farmácias, como é o caso da FL. Durante o estágio foi possível observar que os utentes se encontram consciencializados para o problema que é colocar os medicamentos no lixo comum, pelo que diversas pessoas se deslocavam à farmácia com sacos de medicamentos que já não usavam ou que se encontravam fora da validade.

2. Parte II - Projetos desenvolvidos em Farmácia Comunitária

Tema I – Mês do Coração

Contextualização

Atualmente as doenças cardiovasculares (DCV) apresentam uma elevada relevância na sociedade devido à sua incidência a nível mundial. As DCV são, por vezes, silenciosas e o seu aparecimento depende, essencialmente, dos maus hábitos que as pessoas adquirem. Assim, com o objetivo de as combater e/ou prevenir são realizadas várias campanhas de sensibilização, como é o caso das diversas atividades desenvolvidas ao longo do mês de maio, uma vez que este é considerado o “Mês do Coração”.

Deste modo, o Tema I será referente às DCV, por estas representarem uma problemática nos dias de hoje e pelo facto de a FL realizar uma caminhada com o objetivo de combater este tipo de doenças. Neste sentido, realizei um inquérito com algumas questões sobre os hábitos de vida saudável que os utentes adotam no seu dia-a-dia.

1. Doenças Cardiovasculares

As DCV correspondem a patologias que afetam de forma negativa o coração. Apesar de estarem associadas a diversos fatores, a principal causa corresponde à acumulação de gordura nos vasos e artérias, denominada por aterosclerose, dificultando a passagem do sangue até aos órgãos [27,28].

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20 As DCV representam a nível mundial a principal causa de morte, tendo provocado em 2016, segundo a Organização Mundial de Saúde (WHO), 17,9 milhões de mortes. É possível destacar os ataques cardíacos e os acidentes vasculares cerebrais (AVC) como sendo as principais causas de morte [28, 29]. Relativamente a Portugal, segundo o Sistema Nacional de Saúde (SNS), as doenças oncológicas e DCV são as principais causas de morte. Em 2015, as DCV provocaram cerca de 29,7% das mortes em Portugal [27,30].

A prevenção das DCV passa pela adoção de medidas que possibilitam a modificação dos fatores de risco (FR) presentes, e caso não sejam suficientes é necessário haver a introdução de tratamento farmacológico. Existem FR Modificáveis e FR Não Modificáveis [27]. Assim, é fundamental haver um acompanhamento médico e ainda, a realização de rastreios e diagnósticos de forma a impedir o aparecimento ou agravamento das doenças.

1.1. Fatores de Risco Modificáveis

Os FR modificáveis correspondem a FR que se pode modificar no dia-a-dia com o objetivo de prevenir ou alterar o estado das DVC. Relativamente a estes fatores, podem ser considerados os seguintes [27,31]:

• Açúcar elevado no sangue (diabetes) • Colesterol elevado

• Triglicéridos elevados • Hipertensão arterial • Tabagismo

• Excesso de peso e obesidade • Sedentarismo

1.1.1. Açúcar elevado no sangue – Diabetes

A diabetes corresponde a uma doença crónica que se caracteriza pela presença de estados de hiperglicemia marcados, ou seja, valores de açúcar elevados no sangue, que resultam de alterações ao nível da hormona insulina [32]. Esta hormona é produzida no pâncreas e permite a regulação do nível de açúcar no sangue. Apesar de ser uma doença com diversos sintomas, a diabetes corresponde a um FR para as DCV, uma vez que provoca a acumulação de açúcar prejudicando a passagem do sangue pelos vasos sanguíneos [27, 33]. Em Portugal, a diabetes afeta cerca de 10% da população entre os 25-74 anos, principalmente o sexo masculino [31].

Existem diferentes tipos de diabetes, mas essencialmente é possível destacar os seguintes: diabetes tipo 1, que se caracteriza pela falta de produção de insulina pelas células do pâncreas, sendo necessário a administração de insulina; e diabetes tipo 2,

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21 que é o mais comum e é assinalado pela resistência à insulina. Para ambos os tipos de diabetes é necessário haver o controlo diário dos valores de glicémia. Contudo, em relação ao diabetes tipo 2 o tratamento passa essencialmente pela prática de hábitos de vida saudáveis e administração de terapêutica oral [32,33].

1.1.2. Colesterol e Triglicéridos elevados

O colesterol é uma gordura que pode ser produzida ao nível do fígado como também pode ser obtida a partir da dieta. Estados de colesterol elevados são designados por Hipercolesterolemia, e manifestam-se pela acumulação desta gordura no sangue, impedindo posteriormente a passagem normal do sangue nos vasos [27,34]. Relativamente ao colesterol, existem dois tipos de colesterol: o LDL (Low Density Lipoproteins) designado como “mau colesterol” e que se acumula nas artérias provocando aterosclerose; e o HDL (High Density Lipoproteins) conhecido como “bom colesterol” uma vez que auxilia no transporte de remoção do LDL, promovendo a proteção cardiovascular [35]. Em Portugal, os níveis de colesterol encontram-se elevados em 63,3% dos portugueses com idades entre os 25-74 anos [31].

Os triglicerídeos, tal como o colesterol, correspondem a uma gordura presente no organismo. Um excesso desta gordura provoca a obstrução das veias e artérias pela formação de placas ateroscleróticas, resultando numa má circulação do sangue [27,35].

É possível ter um impacto positivo na diminuição do risco cardiovascular pelo decréscimo tanto dos valores de colesterol e triglicerídeos. Esta diminuição é conseguida pela adoção de estilos de vida saudáveis, como uma alimentação saudável e a prática de exercício físico. Quando não são suficientes, é necessário o uso de medicamentos para possibilitar o controlo dos valores no organismo.

1.1.3. Hipertensão Arterial

A hipertensão arterial caracteriza-se por ser uma doença crónica silenciosa com grande impacto na vida das pessoas. Estamos perante esta doença, quando a pressão exercida pelo sangue para passar nas veias e artérias é elevada, provocando um esforço acrescido do músculo cardíaco. É importante realçar, que este esforço exercido por parte do coração para que o sangue chegue aos órgãos, provoca o aumento do risco cardiovascular [27,36]. Em Portugal, cerca de 36% dos portugueses entre os 25 e os 74 anos apresentam hipertensão arterial [31]. Antes de uma pessoa começar com tratamento farmacológico, deve haver um cuidado redobrado relativamente à sua alimentação e a quantidade de sal da mesma, bem como a realização de exercício físico.

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1.1.4. Tabagismo

Atualmente, o tabaco é assinalado como uma das principais causas de morte prematura em diversas doenças, como é o caso das DCV. Um fumador encontra-se exposto a diferentes substâncias que se acumulam no organismo provocando aterosclerose, contribuindo para o aumento das doenças em causa. Para além de estar suscetível a um risco cardiovascular maior, o fumador está mais predisposto a doenças respiratórias, diminuição da fertilidade, a um envelhecimento prematuro, entre outras consequências. Em Portugal, o tabaco provoca uma morte em cada 50 minutos, sendo que em 2016 morreram cerca de 11800 pessoas com doenças atribuíveis ao tabaco [27,31,37].

Apesar do número de fumadores ainda ser elevado, este tem vindo a diminuir devido à existência de consultas de cessação tabágica, campanhas que promovem a cessação tabágica, iniciação da comparticipação dos medicamentos para cessação tabágica, proteção à exposição do fumo do tabaco em ambientes fechados e ao aumento do valor monetário dos produtos de tabaco [37,38].

1.1.5. Excesso de peso, Obesidade e Sedentarismo

O excesso de peso e obesidade para além de condicionarem o aparecimento de DCV, possibilitam também o aparecimento de outras doenças. Surgem devido a uma alimentação inadequada, principalmente com um elevado consumo de gordura e açúcar. Igualmente, estão associados ao sedentarismo que se caracteriza pela pouca prática de exercício físico [27,31]. Assim, o excesso de peso juntamente com o sedentarismo leva a um aumento de gordura nas veias e artérias, para além de outras co-morbilidades associadas (doenças respiratórias, lesões ortopédicas, cancro, entre outras). Cerca de 5,9 milhões de portugueses apresentam excesso de peso [31].

1.2. Fatores de Risco Não Modificáveis

No que diz respeito aos FR Não Modificáveis, estes são fatores que não podem ser alterados, sendo característicos de cada pessoa. Assim, é possível apresentar os seguintes fatores [27]:

• Idade • Sexo

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