• Nenhum resultado encontrado

Modelo de simulação para avaliar o efeito chicote em cadeias de suprimentos

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Modelo de simulação para avaliar o efeito chicote em cadeias de suprimentos"

Copied!
202
0
0

Texto

(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO E DOUTORADO EM ADMINISTRAÇÃO. MODELO DE SIMULAÇÃO PARA AVALIAR O EFEITO CHICOTE EM CADEIAS DE SUPRIMENTOS. FABRÍCIA ABRANTES FIGUEIREDO DA ROCHA. NATAL, RN 2017.

(2) FABRÍCIA ABRANTES FIGUEIREDO DA ROCHA. MODELO DE SIMULAÇÃO PARA AVALIAR O EFEITO CHICOTE EM CADEIAS DE SUPRIMENTOS. Tese submetida ao Curso de Doutorado em Administração, do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para a obtenção do título de Doutora em Administração. Prof. Orientador: Dr. Luciano Ferreira. NATAL, RN 2017 i.

(3)                     Catalogação  da  Publicação  na  Fonte.     UFRN  /  Biblioteca  Setorial  do  CC  . Rocha,  Fabrícia  Abrantes  Figueiredo  da.   Modelo   de   simulação   para   avaliar   o   efeito   chicote   em   cadeias   de   suprimentos  /  Fabrícia  Abrantes  Figueiredo  da  Rocha.  -­‐  Natal,  RN,  2017.   199f.  :  il.     Orientador:  Prof.  Dr.  Luciano  Ferreira.     Tese  (Doutorado  em  Administração)  -­‐  Universidade  Federal  do  Rio  Grande   do   Norte.   Centro   de   Ciências   Sociais   Aplicadas.   Departamento   de   Ciências   Administrativas.  Programa  de  Pós-­‐graduação  em  Administração.       1.   Efeito   Chicote   -­‐   Cadeias   de   suprimentos   -­‐   Tese.   2.   Ações   de   Marketing   -­‐   Tese.  3.  Racionamento  do  fornecimento  -­‐  Tese.    4.  Dinâmica  de  Sistemas  -­‐  Tese.   I.    Ferreira,  Luciano.  II.  Universidade  Federal  do  Rio  Grande  do  Norte.  III.  Título.     RN/BS/CCSA                                                                                                                                                                CDU  658.78  . i.

(4) FABRÍCIA ABRANTES FIGUEIREDO DA ROCHA. MODELO DE SIMULAÇÃO PARA AVALIAR O EFEITO CHICOTE EM CADEIAS DE SUPRIMENTOS Tese submetida à banca de avaliação composta pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com vistas à obtenção do título de Doutora em Administração. Aprovada em: 27/07/2017 BANCA EXAMINADORA. Prof. Dr. Luciano Ferreira Presidente – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Prof. Dr. Afrânio Galdino de Araújo Membro Interno – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Prof. Dr. Éverton Santi Membro Externo – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Prof. Dra. Marli de Fátima Ferraz da Silva Tacconi Membro Externo – Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte. Prof. Dra. Teresa de Sousa Membro Externo – Universidade Potiguar NATAL, RN 2017 ii.

(5) Dedico esta Tese a meu esposo Alexandro; aos meus filhos Larissa e Mateus; aos meus pais Vicente (in memorian) e Mundica; e aos meus irmãos Giovannini, Jorge e Jason. iii.

(6) AGRADECIMENTOS Alexandro, Larissa e Mateus, o apoio incondicional de vocês foi decisivo. Agradeço o amor e a paciência que tiveram em conviver com meu stress e minha constante falta de tempo. Vocês foram e são agentes motivadores em minha vida. A meu pai, que sempre foi um grande incentivador dos filhos na conquista do saber, que, por sinal, eram sempre os melhores e mais capacitados do mundo. Gostaria muito de estar compartilhando esse momento com o Senhor em vida, mas tive que conviver com sua partida durante o período dessa pesquisa, o que foi e continua sendo difícil. Sua força e proteção me ajudou a seguir em frente. A minha mãe, que sempre me incentivou a encarar desafios e, mais do que isso, sempre acreditou que conseguiria vencê-los. Seu amor, sua presença e sua benção são elementos essenciais em tudo que faço. Aos meus irmãos, grandes referências na minha vida. Às minhas cunhadas e sobrinhos, que sempre estiveram proferindo palavras de incentivo, sobretudo Gabriela e Arthur, por conhecerem tão bem o quanto é árduo concluir uma pesquisa de pós-graduação. Rafael, obrigada pelo carinho: sua presença física foi muito importante! Ao professor Luciano Ferreira, pelo compromisso assumido de orientar esta pesquisa. Seus ensinamentos e sugestões foram fundamentais para que os objetivos fossem alcançados. Ao professor Afrânio Galdino, que sempre me incentivou a enveredar no campo da pesquisa; suas contribuições foram decisivas. Ao professor Éverton, que participou de todas as etapas desta pesquisa. E às professoras Marli e Teresa, pelas contribuições relevantes nessa etapa final. A parceira de doutorado Jeanne, minha consultora de inglês, de quem me tornei amiga e com quem compartilhei não apenas estudos de quanti, mas angústias, dúvidas e alegrias. E a Dinara, outra amizade adquirida nesse período e que, entre os estudos e análises, passava ensinamentos nutritivos. Meninas, nosso “café com nitrato” deve continuar acontecendo, mas agora com uma pitada de nostalgia. As minhas amigas Lidiane e Rochele, pessoas iluminadas e especiais, fontes inesgotáveis de estímulos: nosso “café gourmet”, regado a uma boa conversa e um ambiente maravilhoso, é algo revigorante! Ao IFRN, por incentivar e permitir que seus profissionais possam se capacitar. Em particular, cito pessoas queridas e que sempre me estimularam a seguir nos estudos: Wandirce,. iv.

(7) Luiz Henrique, Bruno Campelo, Andreza, Giovanninni, Pauleany, Iran e Cesar. Também registro o apoio de Felipe Neves, meu monitor para assuntos estatísticos. Por fim, pessoas iluminadas e que sempre me motivavam com suas palavras, ações e orações: Cazuy, Eliz, D. Fátima, Michelle, Cleide, Virgínia, Aldecira, Iva e Fátima.. v.

(8) RESUMO O Efeito Chicote (EC) é um fenômeno presente nas cadeias de suprimentos caracterizado pela variabilidade da demanda, ocasionando uma amplificação a montante das quantidades movimentadas, implicando na formação de estoques em excesso e, consequentemente, na elevação dos custos logísticos. Há consenso nos estudos anteriores quanto à definição e às causas que origina o EC. No entanto, os modelos propostos para a quantificação e o desenvolvimento de soluções para a mitigação do EC ainda constituem um amplo campo de pesquisa, face as lacunas identificadas na literatura, a exemplo de análises que contemplem composto de Marketing, capacidade de transporte, sazonalidade e custos. Desse modo, este trabalho tem como objetivo desenvolver um modelo de apoio à gestão de cadeias de suprimentos para avaliar o impacto que ações de Marketing, desenvolvidas em períodos delimitados de tempo para estimular a comercialização dos produtos, exercem no EC. O racionamento no fornecimento, o lead time e o estoque mínimo, que são agentes causadores da variabilidade da demanda, além da diferenciação dos itens segundo a classificação ABC, foram considerados na estruturação do modelo. O estudo, então, pode ser enquadrado como exploratório, descritivo e explicativo. Quanto a abordagem, a pesquisa assume um caráter qualitativo e quantitativo, de natureza aplicada, mediante o levantamento de dados junto a uma empresa atuante no varejo da construção civil, para auxiliar na identificação de valores de referência para validar o modelo proposto. Para viabilizar o estudo, diante da complexidade decorrente do relacionamento entre as variáveis envolvidas, foi utilizada como ferramenta a simulação, a partir da Dinâmica de Sistemas (DS), pois trata-se de um ambiente controlado, possibilitando a replicação com facilidade dos experimentos, viabilizando a construção de cenários e favorecendo análises, cujos resultados auxiliam o processo de tomada de decisão. As simulações executadas, respaldadas nas referências bibliográficas, permitiram atestar que o resgate do saldo de fornecimento na composição do pedido de compra reduz significativamente o EC; a presença de mais canais de distribuição elevam o EC; o estabelecimento de pontos mínimo e máximo para o estoque, em conformidade com a classificação ABC, permite reduzir o EC, dada a representatividade dos itens; a avaliação dos níveis de estoque e dos saldos de fornecimento atuam como elementos reguladores, podendo acarretar na redução do EC; e a prática de calendários de promoção e de racionamento do fornecimento incidem no aumento do EC. Conclui-se que o modelo proposto é capaz de mitigar o EC na cadeia de suprimentos.. Palavras-chave: Efeito Chicote. Ações de Marketing. Racionamento do fornecimento. Dinâmica de Sistemas..  . vi.

(9) ABSTRACT The bullwhip effect (BE) is a phenomenon present in the supply chains characterized by the variability of the demand, causing an amplification upstream of the quantities handled, implying in the formation of excess stocks and, consequently, in the increase of logistic costs. There is consensus in previous studies regarding the definition and causes of BE. However, the proposed models for the quantification and development of solutions for BE mitigation still constitute a broad field of research, given the gaps identified in the literature, such as analyzes that contemplate the composition of Marketing, transport capacity, seasonality and costs. Thus, the objective of that work is to develop a support model for the management of supply chains to evaluate the impact that Marketing actions, carried out in defined periods of time to stimulate the commercialization of the products, exercise in the BE. Supply rationing, lead time and minimum inventory, which are agents that cause variability in demand, besides the differentiation of items according to the ABC classification, were considered in the model structuring. The study, then, can be classified as exploratory, descriptive and explanatory. Regarding the approach, the research assumes a qualitative and quantitative nature, of an applied nature, through the collection of data from a company that operates in the retail of civil construction, to assist in the identification of reference values to validate the proposed model. In order to make the study feasible, due to the complexity resulting from the relationship between the variables involved, it was used as a tool the simulation, from the System Dynamics (SD), because it is a controlled environment, allowing the replication with ease of the experiments, enabling the construction of scenarios and favoring analyzes, the results of which help the decision-making process. The simulations carried out, supported by bibliographical references, allowed us to confirm that the redemption of the supply balance in the purchase order composition significantly reduces the BE; the presence of more distribution channels elevates the BE; the establishment of minimum and maximum points for the stock, in accordance with the ABC classification, allows to reduce the BE, given the representativeness of the items; the evaluation of stock levels and supply balances act as regulatory elements, which may lead to the reduction of the BE; and the practice of promotion and supply rationing calendars focus on increasing the BE. It is concluded that the proposed model is able to mitigate the BE in the supply chain.. Keywords: Bullwhip Effect. Marketing actions. Supply rationing. Systems Dynamics.. vii.

(10) LISTA DE ABREVIATURAS APIOBPCS APVIOBPCS Ct CAL P CD D Dm DA DS EC ECR EDI Eseg FORN 1 FORN 2 FS HD IBPCS IOBPCS It LEC LT LTm MRP Nt P Pped PP %PR %PROM %RAC Rt RAC St T TI VIOBPCS VMI. Automatic Pipeline Inventory and Order Based Production Control System Automatic Pipeline Variable Inventory and Order Based Production Control System. Fator cíclico Calendário promoção Centro de distribuição Demanda Demanda média Demanda ações Dinâmica de Sistemas Efeito Chicote Efficient Consumer Response Electronic Data Interchange Estoque de segurança Fornecedor de primeira camada Fornecedor de segunda camada Fator de serviço Hipótese dinâmica Inventory Based Production Control System Inventory and Order Based Production Control System Componente irregular ou aleatório Lote econômico de compra Lead time Lead time médio Material Requirements Planning Nível da demanda-base Período de revisão Ponto de pedido Periodicidade Percentual volume promoção e racionamento Percentual volume promoção Percentual racionamento Componente promocional Calendário racionamento Fator de sazonalidade Tendência Tecnologia da Informação Variable Inventory and Order Based Production Control System Vendor Managed Inventory. viii.

(11) LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: REPRESENTAÇÃO DE UMA CADEIA DE SUPRIMENTOS ...................................................... 23   FIGURA 2: CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS DAS CADEIAS DE SUPRIMENTOS .......................... 24   FIGURA 3: GESTÃO DE UMA CADEIA DE SUPRIMENTOS ........................................................................ 26   FIGURA 4: RELAÇÃO GERAL ENVOLVENDO O CUSTO DE TRANSPORTE ........................................... 32   FIGURA 5: RELAÇÃO NÍVEL DE SERVIÇO E ESTOQUE DE SEGURANÇA ............................................. 35   FIGURA 6: PROCESSO GENÉRICO DE ENTRADA E PROCESSAMENTO DOS PEDIDOS ...................... 39   FIGURA 7: PROCESSO GENÉRICO DE FORMAÇÃO DE PREÇO ................................................................ 43   FIGURA 8: ARQUITETURA DO SISTEMA DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ............................................ 44   FIGURA 9: FALTA DE ALINHAMENTO ENTRE A DEMANDA E O ABASTECIMENTO ......................... 47   FIGURA 10: AMPLIFICAÇÃO DA VARIABILIDADE DA DEMANDA (EC) ............................................... 48   FIGURA 11: DINÂMICA DA PREVISÃO DE DEMANDA .............................................................................. 49   FIGURA 12: NOTAÇÃO DE UM DIAGRAMA CAUSAL ................................................................................ 70   FIGURA 13: NOTAÇÃO DO DIAGRAMA DE ESTOQUE E FLUXO ............................................................. 72   FIGURA 14: VARIÁVEIS AUXILIARES ........................................................................................................... 73   FIGURA 15: NOTAÇÃO DE ATRASO (DELAY) ............................................................................................... 74   FIGURA 16: ARQUÉTIPO LIMITE AO CRESCIMENTO ................................................................................ 76   FIGURA 17: ARQUÉTIPO TRANSFERÊNCIA DE RESPONSABILIDADE ................................................... 77   FIGURA 18: ARQUÉTIPO METAS DECLINANTES ........................................................................................ 78   FIGURA 19: ARQUÉTIPO ESCALADA ............................................................................................................. 79   FIGURA 20: ARQUÉTIPO SUCESSO PARA OS BEM-SUCEDIDOS ............................................................. 80   FIGURA 21: ARQUÉTIPO CONSERTOS QUE ESTRAGAM .......................................................................... 80   FIGURA 22: ARQUÉTIPO CRESCIMENTO E SUBINVESTIMENTO ............................................................ 81   FIGURA 23: ARQUÉTIPO TRAGÉDIA DOS COMUNS .................................................................................. 82   FIGURA 24: MODELO IOBPCS USANDO A DS .............................................................................................. 87   FIGURA 25: METODOLOGIA ADOTADA NO ESTUDO ................................................................................ 88   FIGURA 26: ETAPAS PARA A CONSTRUÇÃO DE UM MODELO ............................................................... 92   FIGURA 27: REPRESENTAÇÃO GERAL DE UMA CADEIA DE SUPRIMENTOS ...................................... 98   FIGURA 28: AS ÁREAS FUNCIONAIS E O SUPRIMENTO FÍSICO .............................................................. 99   FIGURA 29: DIAGRAMA CAUSAL GERAL DO MODELO BASE .............................................................. 101   FIGURA 30: DIAGRAMA CAUSAL – RACIONAMENTO NO FORNECIMENTO DE PRODUTOS ......... 103   FIGURA 31: DIAGRAMA CAUSAL – PROMOÇÃO NO FORNECIMENTO DE PRODUTOS .................. 104   FIGURA 32: DIAGRAMA CAUSAL – ESTOQUE EM UMA EMPRESA FABRIL ...................................... 106   FIGURA 33: DIAGRAMA CAUSAL – REABASTECIMENTO VIA CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO ......... 107   FIGURA 34: NÍVEL DO ESTOQUE (EMPRESAS DISTINTAS) .................................................................... 109   FIGURA 35: NÍVEL DO ESTOQUE (ABASTECIMENTO VIA CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO)................ 111   FIGURA 36: NÍVEL DO SALDO DE FORNECIMENTO ................................................................................ 112   FIGURA 37: NÍVEL DO ESTOQUE EM TRÂNSITO ...................................................................................... 113   FIGURA 38: PEDIDO DE COMPRA ................................................................................................................. 113   FIGURA 39: AÇÕES DE MARKETING NA COMPOSIÇÃO DO PEDIDO DE COMPRA ............................ 115   FIGURA 40: RACIONAMENTO NO FORNECIMENTO DE PRODUTOS .................................................... 116   FIGURA 41: ABASTECIMENTO DOS CANAIS VIA CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO ................................ 117   FIGURA 42: PREVISÃO DE DEMANDA NOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO ............................................ 118   FIGURA 43: ARRANJO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS CONSIDERADO NO ESTUDO ...................... 122  . ix.

(12) LISTA DE QUADROS QUADRO 1: FOCO DOS TRABALHOS ACERCA DO EC ............................................................................... 46   QUADRO 2: SÍNTESE DOS TRABALHOS DESENVOLVIDOS ACERCA DAS CAUSAS DO EC ............. 56   QUADRO 3: SÍNTESE DOS TRABALHOS DESENVOLVIDOS ACERCA DO EC ....................................... 64   QUADRO 4: ELEMENTOS DE UM MODELO EM DS ..................................................................................... 69   QUADRO 5: FERRAMENTAS QUE ABORDAM A DINAMICIDADE COM A DS ...................................... 83   QUADRO 6: GRUPOS DE ESTUDOS DA DS EM CADEIAS DE SUPRIMENTOS ....................................... 84   QUADRO 7: VARIÁVEIS QUE INTEGRAM O MODELO BASE ................................................................. 108   QUADRO 8: VARIÁVEIS QUE INTEGRAM O MODELO BASE NO CENÁRIO DE REFERÊNCIA ........ 132   QUADRO 9: VARIÁVEIS QUE INTEGRAM O MODELO BASE NO CENÁRIO 2 ..................................... 137   QUADRO 10: VARIÁVEIS QUE INTEGRAM O MODELO BASE NO CENÁRIO 3 ................................... 140   QUADRO 11: VARIÁVEIS QUE INTEGRAM O MODELO BASE NO CENÁRIO 4 ................................... 143   QUADRO 12: VARIÁVEIS QUE INTEGRAM O MODELO BASE NO CENÁRIO 4 MODIFICADO ........ 145   QUADRO 13: VARIÁVEIS QUE INTEGRAM O MODELO BASE NO CENÁRIO 5 ................................... 146   QUADRO 14: VARIÁVEIS QUE INTEGRAM O MODELO BASE NO CENÁRIO 6 ................................... 150   QUADRO 15: VARIÁVEIS QUE INTEGRAM O MODELO BASE NO CENÁRIO 7 ................................... 151   QUADRO 16: VARIÁVEIS QUE INTEGRAM O MODELO BASE NO CENÁRIO FINAL ......................... 152  . x.

(13) LISTA DE TABELAS TABELA 1: NÍVEL DE SERVIÇO E FATOR DE SERVIÇO ............................................................................ 29   TABELA 2: DEMANDA DO ELO 1 (CONSUMIDOR FINAL) ...................................................................... 124   TABELA 3: VALORES MÍNIMO E MÁXIMO PARA SUPRIMENTO DAS LOJAS .................................... 125   TABELA 4: COBERTURA DO ESTOQUE PARA OS ELOS DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ................ 125   TABELA 5: LEAD TIME PRATICADO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS................................................... 126   TABELA 6: PERÍODOS DE OCORRÊNCIA DAS AÇÕES DE MARKETING (ELO 1)................................. 127   TABELA 7: CALENDÁRIO PROMOÇÃO (PERÍODOS) ................................................................................ 127   TABELA 8: INCREMENTOS PERCENTUAIS (AÇÕES DO MARKETING) ................................................. 128   TABELA 9: CALENDÁRIO RACIONAMENTO NO FORNECIMENTO ...................................................... 128   TABELA 10: NÍVEIS DE ESTOQUE (VALORES INICIAIS) ......................................................................... 129   TABELA 11: SIMULAÇÃO INICIAL (DESCONSIDERANDO OS SALDOS DE FORNECIMENTO) ....... 131   TABELA 12: EC – CENÁRIO DE REFERÊNCIA (ITEM CLASSE A) ........................................................... 133   TABELA 13: EC – CENÁRIO DE REFERÊNCIA (2 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO) ................................... 134   TABELA 14: EC – CENÁRIO DE REFERÊNCIA (REDUÇÃO DO LEAD TIME) ......................................... 135   TABELA 15: EC – CENÁRIO DE REFERÊNCIA (COMPARATIVO CLASSES) ......................................... 136   TABELA 16: EC – CENÁRIO 2 (ITEM CLASSE A) ........................................................................................ 138   TABELA 17: EC – CENÁRIO 2 MODIFICADO (ITEM CLASSE A) ............................................................. 138   TABELA 18: EC – CENÁRIO 2 MODIFICADO (COMPARATIVO ENTRE AS CLASSES) ....................... 139   TABELA 19: LIMITES INFERIORES E SUPERIORES (LEAD TIME) .......................................................... 141   TABELA 20: EC – CENÁRIO 3 (LEAD TIME VARIÁVEL) ........................................................................... 141   TABELA 21: LIMITES INFERIORES E SUPERIORES (AUMENTO DO LEAD TIME) ............................... 142   TABELA 22: EC – CENÁRIO 3 MODIFICADO (AMPLIAÇÃO DO LEAD TIME) ....................................... 143   TABELA 23: ESTOQUE MÍNIMO NOS ELOS DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ...................................... 144   TABELA 24: EC – CENÁRIO 4 (ESTOQUE MÍNIMO E LEAD TIME VARIÁVEL) .................................... 144   TABELA 25: EC – CENÁRIO 4 MODIFICADO (DEMANDA AÇÕES) ........................................................ 145   TABELA 26: EC – CENÁRIO 5 (PERCENTUAL VOLUME PROMOÇÃO) ................................................. 147   TABELA 27: EC – CENÁRIO 5 (PERCENTUAL RACIONAMENTO) .......................................................... 148   TABELA 28: EC – CENÁRIO 5 (PERCENTUAL VOLUME PROMOÇÃO E RACIONAMENTO)............. 149   TABELA 29: EC – CENÁRIO 6 (CALENDÁRIO RACIONAMENTO) .......................................................... 150   TABELA 30: EC – CENÁRIO 7 (CALENDÁRIO PROMOÇÃO – SITUAÇÃO 1) ........................................ 151   TABELA 31: EC – CENÁRIO 7 (CALENDÁRIO PROMOÇÃO – SITUAÇÃO 2) ........................................ 152   TABELA 32: EC – CENÁRIO FINAL ............................................................................................................... 153   TABELA 33: EC – SÍNTESE DOS CENÁRIOS DE SIMULAÇÃO................................................................. 154   TABELA 34: PEDIDO DE COMPRA (QUANTIDADE MÉDIA POR PEDIDO EMITIDO) ......................... 154   TABELA 35: CONCESSÃO DE DESCONTOS (CENÁRIO DE REFERÊNCIA X CENÁRIO FINAL) ....... 155   TABELA 36: ESTOQUE MÉDIO (CENÁRIOS DE REFERÊNCIA E SEM SALDO FORNECIMENTO) ... 156   TABELA 37: ESTOQUE MÉDIO (CENÁRIOS DE REFERÊNCIA E MODIFICADO 2) .............................. 156   TABELA 38: ESTOQUE MÉDIO (CENÁRIOS MODIFICADO 2 E % VOLUME PROMOÇÃO) ................ 157   TABELA 39: ESTOQUE MÉDIO (CENÁRIOS MODIFICADO 2 E % RACIONAMENTO) ........................ 157   TABELA 40: ESTOQUE MÉDIO (CENÁRIOS MODIFICADO 2 E % VOLUME PROM E RAC) .............. 157   TABELA 41: ESTOQUE MÉDIO (CENÁRIO 6) .............................................................................................. 158   TABELA 42: ESTOQUE MÉDIO (CENÁRIO 7 – SITUAÇÃO 1) ................................................................... 159   TABELA 43: ESTOQUE MÉDIO (CENÁRIO 7 – SITUAÇÃO 2) ................................................................... 160   TABELA 44: ESTOQUE MÉDIO (CENÁRIOS DE REFERÊNCIA, 2 MODIFICADO E FINAL) ................ 160  .  .  . xi.

(14) SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 14   1.1   PROBLEMA DE PESQUISA....................................................................................... 16   1.2   OBJETIVOS ................................................................................................................. 19   1.2.1   Objetivo geral ........................................................................................................... 19   1.2.2   Objetivos específicos ................................................................................................ 20   1.3   ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DO TEXTO......................................................... 20   2.   AS CADEIAS DE SUPRIMENTOS E O EFEITO CHICOTE ................................ 22   2.1   CADEIA DE SUPRIMENTOS..................................................................................... 22   2.1.1   Variáveis que integram uma cadeia de suprimentos ............................................ 28   2.1.1.1 Nível de serviço ......................................................................................................... 28   2.1.1.2 Transporte ................................................................................................................ 30   2.1.1.3 Estoque ...................................................................................................................... 33   2.1.1.4 Processamento do pedido ........................................................................................ 39   2.1.2   O Marketing na cadeia de suprimentos .................................................................. 41   2.2   EFEITO CHICOTE ....................................................................................................... 45   2.2.1   Definindo o EC ......................................................................................................... 47   2.2.2   Causas e consequências do EC ................................................................................ 49   2.2.3   Modelos utilizados para a quantificação do EC .................................................... 57   2.2.4   Soluções para reduzir o EC ..................................................................................... 61   3.   DINÂMICA DE SISTEMAS ........................................................................................ 66   3.1   FUNDAMENTOS DA DINÂMICA DE SISTEMAS .................................................. 66   3.1.1   Diagramas causais .................................................................................................... 69   3.1.2   Diagramas de estoque e fluxo .................................................................................. 71   3.1.3   Auxiliares .................................................................................................................. 73   3.1.4   Atrasos ....................................................................................................................... 74   3.1.5   Arquétipos ................................................................................................................. 75   3.1.5.1 Arquétipo limite ao crescimento ............................................................................. 76   3.1.5.2 Arquétipo transferência de responsabilidade ........................................................ 77   3.1.5.3 Arquétipo metas declinantes ................................................................................... 78   3.1.5.4 Arquétipo escalada ................................................................................................... 78   3.1.5.5 Arquétipo sucesso para os bem-sucedidos ............................................................. 79   3.1.5.6 Arquétipo consertos que estragam ......................................................................... 80   3.1.5.7 Arquétipo crescimento e subinvestimento ............................................................. 81   3.1.5.8 Arquétipo tragédia dos comuns .............................................................................. 82   3.2   A DINÂMICA DE SISTEMAS EM CADEIAS DE SUPRIMENTOS ....................... 82   3.2.1 Estrutura para modelar a cadeia de suprimentos .................................................... 85   4.   PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................... 88   4.1   TIPOLOGIA DA PESQUISA....................................................................................... 88   4.2   O PROCESSO DE MODELAGEM ............................................................................. 91   4.3   TRATAMENTO DE DADOS ...................................................................................... 94   5.   MODELO DE SIMULAÇÃO PROPOSTO ............................................................... 97   5.1   A SELEÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................... 97   5.2   FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES DINÂMICAS .................................................. 100   5.3   DIAGRAMA DE ENLACES CAUSAIS ................................................................... 101   5.4   VARIÁVEIS DO MODELO BASE ........................................................................... 108   5.5   DIAGRAMAS DE ESTOQUES E FLUXOS ............................................................. 109   5.5.1   Níveis de estoque na cadeia de suprimentos ........................................................ 109   xii.

(15) 5.5.2   Composição do pedido de compra ........................................................................ 113   5.5.3   Abastecimento dos canais via centro de distribuição.......................................... 117   5.5.4   A demanda nos elos da cadeia de suprimentos .................................................... 118   5.6   FORMULAÇÃO DO MODELO DE SIMULAÇÃO ................................................. 119   5.6.1   Dados utilizados no modelo base .......................................................................... 120   5.7   ARRANJO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ........................................................ 122   5.7.1   A demanda do consumidor final da cadeia de suprimentos ............................... 123   5.7.2   Frequência de pedidos e quantidades solicitadas ................................................ 124   5.7.3   Influência das ações de Marketing no suprimento físico..................................... 126   5.7.4   O racionamento da entrega no suprimento físico ............................................... 128   5.7.5   Valores atribuídos aos níveis de estoque .............................................................. 129   6.   VALIDAÇÃO DO MODELO PROPOSTO ............................................................. 130   6.1   CENÁRIOS DE SIMULAÇÃO .................................................................................. 130   6.1.1   Cenário de análise sem a consideração dos saldos de fornecimento ................. 131   6.1.2   Cenário de referência do modelo proposto .......................................................... 132   6.1.3   Cenário de simulação incluindo demanda ações ................................................. 137   6.1.4   Cenário de simulação com lead time variável ...................................................... 140   6.1.5   Cenário de simulação com estoque mínimo ......................................................... 143   6.1.6   Cenário de simulação com variáveis de regulação .............................................. 146   6.1.7   Cenário de simulação com calendário de racionamento .................................... 149   6.1.8   Cenário de simulação com calendário promoção ................................................ 151   6.1.9   Cenário de simulação final .................................................................................... 152   6.1.10      O estoque médio nos elos da cadeia de suprimentos .......................................... 155   7.   CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................... 161   7.1   RECOMENDAÇÕES PARA A GESTÃO DE ESTOQUES ..................................... 165   7.2   RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ......................................... 166   8.   REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 167   APÊNDICE 1 ...................................................................................................................... 179   APÊNDICE 2 ...................................................................................................................... 190    . xiii.

(16) 1. INTRODUÇÃO   Nos últimos anos, a Logística vem se consolidando no cenário empresarial, estando mais presente nas estruturas organizacionais. De fato, o mercado apresenta-se dinâmico. Fatores como globalização e avanços tecnológicos constituem a realidade, fazendo com que as organizações busquem meios para agregar valor às operações. O acirramento da concorrência tornou o cliente voz ativa no processo, exigindo produtos e serviços certos, em locais e quantidades corretas, com menores custos (PIRES, 2004; TAYLOR, 2005; BALLOU, 2006; BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006; CHRISTOPHER, 2007; CORREA, 2010). A Logística tem como foco proporcionar o abastecimento dos canais de distribuição. Para tanto, mantém um estreito relacionamento com as áreas de Produção e de Marketing, assumindo o desafio de garantir o equilíbrio entre as expectativas de serviços e os gastos envolvidos, vislumbrando alcançar os objetivos do negócio, dada a maximização de resultados (BALLOU, 2006; BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006; CHRISTOPHER, 2007;. JUTTNER;. CHRISTOPHER;. BAKER,. 2007;. HILLETOFTH;. ERICSSON;. CHRISTOPHER, 2009; CORREA, 2010). Porém, a dinâmica do mercado faz com que a Logística não deva ser entendida apenas como uma área destinada à orientação e estruturação de um plano único para o fluxo de produtos. Surge o conceito de cadeia de suprimentos: rede de organizações interdependentes, que desenvolvem conjuntamente o planejamento das quantidades a serem movimentadas nos canais de distribuição, objetivando assegurar um fluxo contínuo de produtos e informações, dos fornecedores aos consumidores finais (CHRISTOPHER, 2007; HILLETOFTH; ERICSSON; CHRISTOPHER, 2009; CORREA, 2010). A gestão da cadeia de suprimentos abrange o planejamento, a execução, o controle e o monitoramento das atividades relacionadas ao fluxo de produtos e serviços envolvendo organizações, buscando a criação de valor, mediante a concepção de estruturas competitivas, caracterizadas pelo sincronismo entre suprimento e demanda, sendo esta projetada individualmente em cada nível de distribuição, mas ocasionando um reflexo em toda extensão da cadeia de suprimentos (PIRES, 2004; CORREA, 2010). Nesse contexto, a demanda é considerada um fator crítico na gestão das cadeias de suprimentos, no sentido de prover a disponibilização adequada dos produtos e serviços nos canais de distribuição. Como, em geral, é calculada de forma independente pelas organizações. 14.

(17) em cada nível da cadeia e dimensionada a partir da análise de dados históricos de consumo, tem-se a ocorrência do Efeito Chicote (EC). O EC é caracterizado pela variabilidade da demanda nas cadeias de suprimentos, resultando na amplificação à montante das quantidades movimentadas, isto é, desde o varejista até o fornecedor de primeira camada, refletindo em estoques excessivos ao longo da cadeia, gerando impactos negativos sobre o processamento dos pedidos (FORRESTER, 1961; LEE;. BILLINGTON,. 1992;. LEE;. PADMANABHAN;. WHANG,. 1997a;. 1997b;. CARLSSON; FULLÉR, 2000; CHEN et al., 2000; PIRES; 2004; TAYLOR, 2005; OUYANG; DAGANZO, 2006; SILVA, 2008; BHATTACHARYA; BANDYOPADHYAY, 2011). Geralmente, para realizar um pedido de compra em uma cadeia de suprimentos formada por vários níveis, cada empresa define um método de previsão, levando em consideração a demanda do nível anterior para efeito de análise. Como existe um atraso no repasse da informação acerca da demanda, a previsão é baseada em uma expectativa e não em um valor real, imprimindo maior complexidade ao controle do estoque (FIORIOLLI, 2007). Desse modo, a previsão da demanda tende a apresentar distorções em relação ao seu valor real. Além disso, quanto maior for o número de níveis de suprimentos existentes entre os consumidores finais e os fornecedores, maior será a amplificação da variabilidade da demanda, tornando vulneráveis os resultados organizacionais, em virtude da possível elevação dos estoques. Geary, Disney e Towill (2006) alertam para o fato de que a amplificação da variabilidade da demanda nas cadeias de suprimentos pode alcançar valores superiores a uma escala de 20:1, em determinados setores econômicos, refletindo em uma significativa elevação dos custos. De maneira mais efetiva Lee, Padmanabhan e Whang (1997a, 1997b) afirmam que o EC pode ocasionar um aumento de custos situado no intervalo de 12,5% a 25% ao longo da cadeia de suprimentos. Já Metters (1997) enfatiza que a sua redução pode repercutir em um aumento de lucratividade entre 15% e 30%. Esses números servem de referência para entender a importância de se desenvolver mecanismos capazes de reduzir a ocorrência do EC. Para reforçar esse posicionamento, tornase oportuno destacar algumas consequências provenientes do EC (LEE; PADMANABHAN; WHANG, 1997b; CARLSSON; FULLÉR, 2000; CHEN et al., 2003): • Baixos níveis de serviços, decorrentes da dificuldade de amortecer, no tempo oportuno, as variações extremas da demanda; 15.

(18) • Vendas perdidas, reflexo direto da ruptura do estoque, ocasionada pelas variações extremas da demanda; • Compras emergenciais, efetuadas devido a antecipação dos pedidos de suprimentos, tendo em vista a ruptura do estoque; • Gestão deficiente dos recursos de pessoal, equipamentos e de capital, derivada da variação dos cenários, mediante as alterações da demanda; e • Elevação de custos, provocada pelo aumento dos estoques locais, considerando cada nível que integra a cadeia de suprimentos. Portanto, este trabalho está dedicado à análise do EC em cadeias de suprimentos, conforme problema de pesquisa e objetivos detalhados nas seções seguintes.. 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA   A revisão bibliográfica acerca da temática EC, que será apresentada na seção 2.2, permitiu identificar que os estudos desenvolvidos nesta área podem ser enquadrados em quatro grupos: o primeiro abrange a demonstração da sua existência; o segundo envolve a identificação das suas causas e consequências; o terceiro está relacionado ao desenvolvimento de modelos para quantificá-lo; e o quarto apresenta soluções para mitigar a sua ocorrência (WANGPHANICH, 2008). No que diz respeito a sua existência, é consenso o entendimento de que o EC, em cadeias de suprimentos, é decorrente da variabilidade dos pedidos encaminhados aos fornecedores ser maior do que a variabilidade das vendas praticadas junto aos clientes (FORRESTER, 1961; LEE; PADMANABHAN; WHANG, 1997a; CARLSSON; FULLÉR, 2000; CHEN et al., 2000; WARBURTON, 2004). Por outro lado, também é consolidada a informação de que o EC se eleva à medida que a extensão da cadeia de suprimentos aumenta, ou seja, os níveis mais distantes dos consumidores finais tendem a apresentar os maiores valores (SVENSSON, 2005; GEARY; DISNEY; TOWILL, 2006; OUYANG; DAGANZO, 2006). Quanto à identificação das causas que levam ao EC, a literatura destaca os estudos de Lee, Padmanabhan e Whang (1997a, 1997b), os quais associam o problema a quatro fatores: processamento da demanda, racionamento da quantidade fornecida, pedidos em lote e variação nos preços dos produtos. 16.

(19) Com relação à quantificação do EC, têm-se os modelos propostos por Lee, Padmanabhan e Whang   (1997b), Chen et al. (2000), Fransoo e Wouters (2000), Chen e Disney (2003), Hosoda e Disney (2004), Warburton (2004), Fioriolli (2007), Wangphanich (2008), Wangphanich, Kara e Kayis (2008) e Fioriolli e Fogliatto (2009). Os modelos de Lee, Padmanabhan e Whang (1997b), Chen et al. (2000) e Warburton (2004) admitem lead time constante, sendo a demanda definida a partir de um modelo autoregressivo de primeira ordem. Uma cadeia de suprimentos que apresenta um arranjo simples (fornecedor/varejista/cliente) é utilizada na análise. No modelo proposto por Fransoo e Wouters (2000), o lead time é constante e a variação da demanda se dá pela relação entre o desvio padrão e a média aritmética da demanda. Com base no modelo de Chen et al. (2000), Chen e Disney (2003) propuseram o uso de controladores proporcionais para diminuir a variância dos níveis históricos da dispersão da demanda e dos estoques. A alteração incide diretamente no cálculo do pedido de compra. O lead time é admitido constante. A partir dos modelos de Lee, Padmanabhan e Whang   (1997b) e Chen et al. (2000), Hosoda e Disney (2004) abordaram em seus estudos uma cadeia de suprimentos de três níveis, com formação de demanda segundo um modelo auto-regressivo, combinando métodos estatísticos e simulação. Além de admitir lead time constante, incorre na mesma fragilidade do modelo de Lee, Padmanabhan e Whang   (1997b), ou seja, quando o fator de correlação situa-se próximo de -1, o EC pode ser negativo, o que é incorreto. Fioriolli (2007), tomando como referência Chen et al. (2000), propôs um modelo matemático considerando a variabilidade do lead time e incorporando uma constante correspondente ao nível de serviço desejado. O estudo baseou-se em uma cadeia de suprimentos de três níveis (fornecedor/varejista/cliente). Aspectos como diversidade de produtos, localização física e preço não foram incluídos no modelo. Diferentemente dos modelos matemáticos apresentados anteriormente, Wangphanich (2008) utilizou a simulação, desenvolvendo um modelo segundo a Dinâmica de Sistemas (DS). Os resultados obtidos contribuíram com a quantificação e com a identificação da influência das variáveis na redução do EC. Este modelo admitiu uma cadeia de suprimentos multi-níveis e com multi-produtos, incorporando na estrutura a flexibilidade para lidar com diferentes maneiras de processamento de demanda, a exemplo das políticas de inventário, sistemas MRP (Material Requirement Planning) e just in time. Entretanto, novos estudos se. 17.

(20) fazem necessários, já que os custos envolvidos no estoque, o composto de Marketing e a sazonalidade não foram contemplados no modelo. Assim, as limitações dos modelos existentes para a quantificação do EC, a partir da análise da literatura, apontam para a ausência das seguintes variáveis: • Capacidade de transporte, pois o aproveitamento máximo da capacidade do modal de transporte utilizado na distribuição física implica em menores custos de transporte, porém tende a elevar o nível de estoque. Dessa forma, é importante avaliar até que ponto a exploração dessa capacidade é satisfatória, não refletindo no aumento do EC; • Composto de Marketing (preço, produto, promoção e praça), pois como reflete na demanda e, consequentemente, no dimensionamento das quantidades a serem colocadas nos canais de distribuição, poderá impactar no EC; • Custo, considerando, inclusive, a classificação do produto, no sentido de identificar o impacto econômico-financeiro gerado pelo EC ao longo da cadeia de suprimentos e como este se comporta à medida que os níveis de canais de suprimentos vão aumentando; • Localização, mediante a análise do EC quando menores distâncias são percorridas para a realização do suprimento físico; e • Sazonalidade, entendendo que este conceito não implica apenas em épocas específicas de demanda, mas também é decorrente de picos de consumo que ultrapassam o seu valor médio em 30%, é relevante analisar como essas oscilações interferem no EC. Wang e Disney (2016) atestam essas limitações quando evidenciam que as tendências de pesquisas acerca do EC apresentam-se relacionadas à estrutura da cadeia de suprimentos, tipo de produto, preço, concorrência e sustentabilidade. Trapero e Pedregal (2016) corroboram com esta afirmação notificando a ausência de estudos que avaliem o impacto que as campanhas promocionais podem ocasionar na amplificação da demanda. Portanto, entendendo que o EC é a relação entre a variância da demanda de saída e a variância da demanda de entrada, os modelos desenvolvidos para quantificá-lo se baseiam em variáveis respaldadas pelos estudos de Lee, Padmanabhan e Whang   (1997a, 1997b) e Chen et al. (2000). A tendência para o desenvolvimento de novos trabalhos convergem para a expansão desses modelos, agregando variáveis capazes de tratar as limitações existentes.. 18.

(21) Assim, dentre as variáveis não consideradas nos modelos de quantificação do EC, destacadas anteriormente, entende-se que a inserção de variáveis relacionadas ao composto de Marketing deve ser priorizada em novas pesquisas, pois segundo Bowersox, Closs e Cooper (2006), os objetivos estratégicos apresentam-se fundamentados nas metas financeiras e mercadológicas, sendo que estas últimas englobam, além do estabelecimento dos mercadosalvos, a variedade de produtos e os níveis de desempenho desejados, os quais norteiam o planejamento das quantidades a serem movimentadas nas cadeias de suprimentos. Dessa forma, sabendo que o EC relaciona-se à variabilidade da demanda, é importante que os modelos de quantificação incluam variáveis que apresentem representatividade no estabelecimento da demanda, a exemplo do produto e promoção, pois interferem diretamente no dimensionamento dos níveis de estoque a serem disponibilizados nos canais de distribuição. O estudo de Wangphanich (2008) é a representação mais próxima do trabalho aqui proposto. É utilizada a simulação, que constitui uma ferramenta que tende a contribuir para a atenuação das limitações dos modelos, já que viabiliza a incorporação de diferentes variáveis. Além disso, por se tratar de um ambiente controlado, os experimentos podem ser facilmente replicados, possibilitando a construção de cenários, favorecendo o processo de tomada de decisão. Diante da contextualização apresentada, considerando as lacunas identificadas e sabendo do estreito relacionamento que o Marketing apresenta com a Logística, foi elaborada a seguinte questão, com a finalidade de orientar o desenvolvimento desta pesquisa: em que medida ações de Marketing, desenvolvidas em períodos delimitados de tempo, tendo em vista estimular a comercialização de produtos, influenciam o EC na cadeia de suprimentos?. 1.2 OBJETIVOS   1.2.1 Objetivo geral   Desenvolver um modelo de apoio à gestão de cadeias de suprimentos para avaliar o impacto que ações de Marketing, desenvolvidas em períodos delimitados de tempo para estimular a comercialização dos produtos, exercem no EC.. 19.

(22) 1.2.2 Objetivos específicos Para se atingir o objetivo geral deste trabalho foram definidos os seguintes objetivos específicos: •. Definir um modelo conceitual para representar os elos que integram uma cadeia de suprimentos;. •. Estabelecer variáveis que representem ações de Marketing no modelo;. •. Estruturar o modelo diferenciando os itens segundo sua classificação ABC;. •. Avaliar o impacto que o racionamento no fornecimento dos produtos, além do lead time e do estoque mínimo, promovem no EC; e. •. Validar o modelo proposto a partir dos cenários de simulação.. 1.3 ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DO TEXTO      . O trabalho apresenta, além deste capítulo inicial, outros sete capítulos, abrangendo. aspectos conceituais e empíricos descritos a seguir. No capítulo 2 tem-se uma revisão da literatura, organizada em duas partes. A primeira diz respeito a uma abordagem geral acerca das cadeias de suprimentos, seguida da delimitação das variáveis que as integram e da influência exercida pelo Marketing. A segunda trata da temática desta pesquisa, sendo evidenciadas definições sobre o EC, além das causas e consequências desse problema, bem como os modelos existentes para a sua quantificação e as soluções adotadas em busca de mitigá-lo. O capítulo 3 retrata a DS, método a ser utilizado nesta pesquisa, a partir de dois aspectos: o primeiro diz respeito aos fundamentos gerais, considerando seus elementos essenciais. O segundo assume um caráter mais específico, já que aborda o seu uso em cadeias de suprimentos. O capítulo 4 apresenta os procedimentos metodológicos, mais precisamente a tipologia da pesquisa, o processo de modelagem e o tratamento dos dados. O capítulo 5 trata da formulação das Hipóteses Dinâmicas (HD) e da construção do modelo dinâmico. Logo, tem-se a apresentação dos diagramas causais, das variáveis do modelo e dos diagramas de estoque e fluxo.. 20.

(23) O capítulo 6 é destinado à validação do modelo proposto. Considerando a realidade vivenciada em uma empresa da construção civil, teve-se a concepção de um arranjo da cadeia de suprimentos, bem como a definição dos valores de referência atribuído às variáveis. As simulações executadas conduziram à construção de um cenário de referência e de outros cenários que, respaldadas na teoria, permitiram atestar as HD definidas para o estudo e, assim, validar o modelo proposto. O capítulo 7 apresenta as considerações finais do trabalho, sintetizando os resultados obtidos e estabelecendo aspectos que devem ser priorizados pelos gestores, objetivando mitigar o EC. São apresentadas também as limitações da pesquisa e, consequentemente, sugestões para estudos futuros. O capítulo 8 exibe as referências bibliográficas utilizadas na pesquisa. Por fim, os apêndices contendo os testes estatísticos realizados e as representações gráficas dos cenários simulados.. 21.

(24) 2. AS CADEIAS DE SUPRIMENTOS E O EFEITO CHICOTE      . O objetivo deste capítulo consiste em apresentar conceitos essenciais para o. embasamento desta pesquisa. Assim, encontra-se estruturado em duas partes. A primeira parte direciona-se às cadeias de suprimentos, abordando conceitos gerais e fluxos que as caracterizam, culminando com a classificação das suas estruturas e as atividades logísticas que as integram, bem como sua relação com a área de Marketing. A segunda parte destina-se à exploração do EC, viabilizando o entendimento do seu conceito, das suas causas e consequências, da evolução dos modelos desenvolvidos para a sua quantificação, explicitando as variáveis consideradas em cada um, e das soluções adotadas para a sua mitigação ao longo da cadeia de suprimentos.     2.1 CADEIA DE SUPRIMENTOS Os administradores vivenciam mudanças na área de Logística. As estruturas tradicionais, nas quais os fluxos de materiais aconteciam de forma empurrada, não existindo compartilhamento de informações entre fornecedores e canais de distribuição, estão sendo substituídas por estruturas integradas, caracterizadas pela interdependência entre as organizações, fazendo surgir o conceito de cadeia de suprimentos. Uma cadeia de suprimentos, de forma prática, pode ser representada conforme arranjo apresentado na Figura 1, na qual a empresa foco supre suas necessidades a partir dos fornecedores, que integram a primeira camada de fornecimento. Porém, estes fornecedores já dependem do suprimento de outras fontes e assim sucessivamente, originando camadas de fornecedores. Por outro lado, a empresa foco apresenta clientes com os quais mantém um relacionamento direto (distribuidor). Contudo, estes clientes, diante de um arranjo de duas camadas, já suprem as necessidades de outros consumidores (varejista e consumidor final). Evidencia-se, assim, um fluxo de materiais com camadas de relacionamentos. No sentido dos fornecedores tem-se um fluxo a montante (upstream); no sentido dos clientes tem-se um fluxo a jusante (downstream) (PIRES, 2004). Uma cadeia de suprimentos consiste em uma rede de organizações que coletivamente respondem por atividades de suprimento, produção e distribuição de produtos (CHOPRA; MEINDL, 2003; PIRES, 2004; CORREA, 2010). Engloba um conjunto de instalações que se 22.

(25) conectam a partir de rotas de distribuição, objetivando atender a demanda existente (TAYLOR, 2005).. Figura 1: Representação de uma cadeia de suprimentos. Fonte: Adaptada de Pires (2004). Ainda pode ser entendida como um arranjo complexo, abrangendo todos os estágios relacionados ao atendimento de um pedido realizado por um cliente. Dessa forma, além de fabricantes e fornecedores, têm-se as transportadoras, os depósitos, os varejistas e os clientes (CHOPRA; MEINDL, 2003). Lambert, Cooper e Pagh (1998) relatam que as cadeias de suprimentos podem ser classificadas segundo sua estrutura em três dimensões: estrutura horizontal, estrutura vertical e posicionamento horizontal da empresa. A estrutura horizontal faz referência ao número de níveis da cadeia de suprimentos, estabelecendo a sua extensão, ou seja, o número de empresas arranjadas sequencialmente. A estrutura vertical é caracterizada a partir do número de fornecedores e consumidores existentes em cada nível da cadeia de suprimentos. O posicionamento horizontal da empresa dentro da cadeia de suprimentos retrata a localização da empresa no arranjo, ou seja, se esta encontra-se mais próxima da fonte inicial de suprimento, mais próxima da fonte final de distribuição ou em uma posição intermediária. Para Beamon e Chen (2001), as cadeias de suprimentos podem ser estratificadas segundo os níveis e hierarquias das organizações que as integram em quatro tipos: convergente, divergente, ligante ou rede. A Figura 2 ilustra tais arranjos.. 23.

(26) Figura 2: Classificação das estruturas das cadeias de suprimentos  .      .  .  .  .  .  .  .  .    .  .  . EM  REDE.  .  .  .          .  . LIGANTE.  .  .        .  .  . DIVERGENTE.    .  .    . CONVERGENTE.        .  .        .  . Fonte: Adaptada de Beamon e Chen (2001). A cadeia de suprimentos convergente é caracterizada por apresentar uma maior concentração de organizações localizadas à montante; já no arranjo divergente, a concentração de organizações situa-se à jusante; quando existe uma combinação dos arranjos convergente e divergente, o que implica em concentração de organizações tanto à montante quanto à jusante, com uma organização posicionada na parte central da cadeia de suprimentos, tem-se uma estrutura ligante; e quando inexiste um padrão entre as organizações que integram a cadeia de suprimentos, ou seja, não há uma hierarquia definida, tornando o relacionamento entre as organizações mais complexo, tem-se um arranjo em rede. Entretanto, independentemente do arranjo apresentado pelas cadeias de suprimentos, existe uma característica comum entre elas: a presença de três fluxos básicos, ou seja, demanda, suprimento e caixa. Uma gestão eficaz é atingida mediante a sincronia e a coordenação desses fluxos (LAMBERT; COOPER; PAGH, 1998; PIRES, 2004; TAYLOR, 2005). O fluxo de demanda acontece à montante na cadeia de suprimentos, impulsionando o fluxo de suprimento à jusante, o qual habilita o fluxo de caixa à montante, com o propósito de efetuar ao fornecedor o pagamento pelo produto ou serviço solicitado.. 24.

(27) Segundo Sterman (2000), uma cadeia de suprimentos envolve o estoque e a estrutura de fluxo para a aquisição de materiais e serviços, bem como as políticas de gestão que regem os vários fluxos. Para Vollmann et al. (2004), a gestão da demanda apresenta interface com a produção, com os sistemas de planejamento e de controle, além do mercado. Seu escopo abrange atividades direcionadas a prover o equilíbrio entre a oferta e a demanda, buscando converter os pedidos realizados pelos clientes em datas de entrega. De maneira mais específica, sob a ótica de Lambert, Cooper e Pagh (1998), demonstrada na Figura 3, oito processos devem ser considerados em uma gestão de cadeia de suprimentos: gerenciamento do relacionamento com o cliente, gerenciamento do serviço ao cliente, gestão da demanda, execução do pedido, gerenciamento do fluxo produtivo, suprimentos, desenvolvimento e comercialização de produto e retorno. O gerenciamento do relacionamento com o cliente abrange a identificação do mercado-alvo, bem como a geração de informações que conduzam a um melhor entendimento acerca dos clientes, viabilizando conceder apoio às operações, no sentido de encantá-los. O gerenciamento do serviço ao cliente foca na disponibilização de informações sobre os produtos e o posicionamento do pedido, incluindo tanto a atividade de produção quanto a de distribuição física. A gestão da demanda é um processo que busca determinar a previsão de vendas mediante a necessidade dos clientes, sincronizando-a à capacidade produtiva da empresa, o que reflete no planejamento das demais empresas que integram a cadeia de suprimentos (CROXTON et al., 2008). A execução do pedido corresponde a entrega correta dos produtos, que deve acontecer em conformidade com os prazos acordados entre as organizações. Atrasos e faltas em um nível da cadeia de suprimentos repercutem em todos os níveis à jusante. O gerenciamento do fluxo produtivo diz respeito à fabricação do produto que irá fluir ao longo da cadeia de suprimentos, tendo em vista o atendimento das necessidades dos clientes. Considerando a tendência à variação nas vendas, este fluxo deve ser flexível, adaptando-se à evolução do consumo do produto no mercado. O processo de suprimentos envolve o relacionamento da organização com seus fornecedores, ou seja, a interação entre os níveis da cadeia de suprimentos, com o propósito de realizar as aquisições dos produtos. É importante que exista uma troca efetiva de informações entre os processos de demanda e o fluxo produtivo.. 25.

(28) O ciclo de vida dos produtos está cada vez mais reduzido. Assim, os processos de desenvolvimento e comercialização apresentam-se vinculados à cadeia de suprimentos devido a necessidade crescente de promover mudanças nos produtos. O retorno constitui um fluxo reverso de materiais, sendo responsável pelo gerenciamento das devoluções de produtos e recolhimento de embalagens utilizadas na cadeia de suprimentos. Portanto, uma gestão eficaz da cadeia de suprimentos pode promover a vantagem competitiva de uma organização, conduzindo a melhorias no seu desempenho, quando do atingimento de seus objetivos. Entretanto, o cenário empresarial sinaliza que a concorrência não deve ser visualizada apenas entre organizações, mas sim entre as próprias cadeias de suprimentos (LI et al., 2006).. Figura 3: Gestão de uma cadeia de suprimentos FLUXO DE INFORMAÇÃO. CAMADA 2 FORNECEDOR. CAMADA 1 FORNECEDOR. LOGÍSTIC A COMPRAS.          .          .  . CLIENTE. CONSUMIDOR/ CLIENTE FINAL. FINANÇAS. FLUXO DE PRODUTO. PRODUÇÃO. MKT.          .  . P&D. GERENCIAMENTO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE. GERENCIAMENTO DO SERVIÇO AO CLIENTE. GESTÃO DA DEMANDA.  .  .   EXECUÇÃO DO PEDIDO. V. V. GERENCIAMENTO DO FLUXO PRODUTIVO. SUPRIMENTOS. DESENVOLVIMENTO E COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTO. RETORNO. Fonte: Adaptada de Lambert, Cooper e Pagh (1998). 26.

(29) A gestão da cadeia de suprimentos é dotada, então, de complexidade, decorrente do relacionamento entre os fluxos de produtos, serviços e informações, da existência de cronogramas de produção distintos, da diversidade de sistemas de controle de estoque e de documentos resultantes da emissão dos pedidos e da falta de planejamento quando da estruturação das cadeias (SILVA, 2008). Silva (2011) relata que a curto prazo, quando o foco direciona-se à gestão da cadeia de suprimentos, os objetivos almejados pelas organizações abrangem a produtividade, bem como a redução do inventário e do tempo de ciclo. Com relação ao longo prazo, os objetivos passam a priorizar o aumento da vantagem no mercado e dos lucros para todas as organizações que compõe a cadeia. As organizações envolvidas no fluxo de produtos e serviços em direção ao consumidor se deparam, então, com decisões estratégicas. Estas envolvem, dentre outros fatores, a necessidade de integração das organizações na definição dos produtos e serviços a serem colocados nos canais de distribuição, no estabelecimento da quantidade de produtos a ser movimentada, associada à gestão dos custos envolvidos na operação, no planejamento dos locais nos quais os produtos deverão ser produzidos e armazenados, objetivando menores deslocamentos diante dos suprimentos físicos e na combinação dos modais para prover o transporte, de maneira a otimizar o volume movimentado e diminuir os custos da operação (BERTAGLIA, 2003; CHOPRA; MEINDL, 2003; SIMCHI-LEVI; KAMINSKY; SIMCHILEVI, 2003; BALLOU, 2006; BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006; CHRISTOPHER, 2007). Para Simchi-Levi, Kaminsky e Simchi-Levi (2003), as cadeias de suprimentos apresentam um conjunto de metas conflitantes, comumente denominadas de trade-offs, as quais incluem a formação do estoque e o lote de compra, o custo de estoque e o custo de transporte, o lead time e o custo de transporte, a variedade de produtos e a formação do estoque, além dos custos e o serviço ao cliente. Logo, diante desse cenário, os processos que integram uma cadeia de suprimentos tendem a ser extensos. Na sua estrutura tem-se o conceito da Logística: área funcional que inclui atividades e, consequentemente, variáveis, que geram valor mediante configuração do tempo e do posicionamento do estoque, envolvendo a gestão de pedidos, o controle do estoque, o armazenamento, o suprimento físico e a distribuição física.. 27.

(30) 2.1.1 Variáveis que integram uma cadeia de suprimentos As variáveis presentes em uma cadeia de suprimentos podem ser referenciadas a partir da Logística, sendo classificadas em dois grupos de atividades, ou seja, atividades-chave e atividades de suporte (BALLOU, 2006; BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006). Nas atividades-chave da Logística têm-se o nível de serviço, o transporte, o estoque e o processamento de pedido. As atividades de suporte, também denominadas de atividades de apoio, abrangem o armazenamento, o manuseio dos materiais, a compra, a embalagem, a cooperação entre as unidades e a manutenção da informação. Considerando a temática da pesquisa, centrada no EC, bem como os objetivos pretendidos, que delimitam a análise do impacto que variáveis relacionadas a ações de Marketing acarretam na amplificação da demanda, tem-se, a seguir, uma abordagem mais detalhada das atividades-chave da Logística.. 2.1.1.1 Nível de serviço        . O nível de serviço consiste em uma meta estipulada pela empresa quanto a. disponibilidade que deseja garantir para o cliente, influenciando diretamente na quantificação do estoque de segurança1 (TAYLOR, 2005). Assim, o nível de serviço interfere diretamente nos custos, pois quanto maior for o percentual desejado de atendimento ao cliente, maior serão os custos vinculados ao estoque, ao transporte e a produção. A adoção de tecnologias adequadas para prover a gestão da demanda, o controle dos estoques, o processamento dos pedidos e o monitoramento do fluxo de materiais entre os elos das cadeias de suprimentos, torna-se essencial. A consolidação de parcerias entre os membros das organizações e a integração entre as áreas funcionais também são fatores que devem ser colocados em prática. O nível de serviço é representado, então, por uma constante, denominada de Fator de Serviço (FS), definida a partir de tabelas estatísticas, visando assegurar que apenas uma porcentagem da demanda não seja atendida de forma completa durante o lead time (SIMCHI-.                                                                                                                 1. O estoque de segurança representa uma quantidade adicionada à demanda média durante o lead time, visando proteger a empresa contra oscilações acima desse valor, o que ocasiona a falta de produtos (CORREA, 2010).. 28.

Referências

Documentos relacionados

Lembramos que, na forma do Regimento Interno, em seu artigo 30 § 2°, o prazo para apresentação do parecer é de 30 (trinta) dias, e que deve ser precedido de ementa e encerrado

O segundo Beneficiário será designado pelo Segurado na Proposta de Adesão, podendo ser substituído a qualquer tempo, mediante solicitação formal assinada pelo próprio Segurado, para

Júri de Seleção de trabalhos Ginecologia/ Obstetrícia Hélder Ferreira Luís Guedes Martins Júri de Prémio CO Ginecologia/ Obstetrícia Anabela Branco José Cabral Luísa Vieira

O bloqueio intempestivo dos elementos de transmissão de energia entre os equipamentos e acessórios ou reboques está impedido ou se não está existem medidas que garantem a segurança

Através dos modelos ajustados aos semivariogramas foi possível realizar a estimativa dos valores amostrados pelo método da krigagem ordinária, para construção dos mapas

Analysis of relief and toponymy of the landscape based on the interpretation of the military topographic survey: Altimetry, Hypsometry, Hydrography, Slopes, Solar orientation,

No período de primeiro de janeiro a 30 de junho de 2011, foram encaminhadas, ao Comitê de Segurança do Paciente da instituição sede do estudo, 218 notificações de

Discussion The present results show that, like other conditions that change brain excitability, early environmental heat exposure also enhanced CSD propagation in adult rats.. The