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O ensino da atenção à hanseníase em cursos de graduação em enfermagem

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Academic year: 2021

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(1)0. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM ENFERMAGEM CURSO DE DOUTORADO. ANA ELISA PEREIRA CHAVES. O ENSINO DA ATENÇÃO À HANSENÍASE EM CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM. NATAL- RN 2017.

(2) 1. ANA ELISA PEREIRA CHAVES. O ENSINO DA ATENÇÃO À HANSENÍASE EM CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção o Título de Doutora em Enfermagem. Área de Concentração: Enfermagem na Atenção à Saúde. Linha de Pesquisa: Vigilância à Saúde Orientadora: Profa. Dra. Soraya Maria de Medeiros.. NATAL - RN 2017.

(3) Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas – SISBI Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN – Biblioteca Setorial Bertha Cruz Enders Escola de Saúde da UFRN – ESUFRN. Chaves, Ana Elisa Pereira. O ensino da atenção à hanseníase em cursos de graduação em enfermagem / Ana Elisa Pereira Chaves. – 2018. 181f. Tese (Doutorado em Enfermagem) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós -Graduação em Enfermagem. Natal, RN, 2018. Orientadora: Profa. Dra. Soraya Maria de Medeiros. 1. Hanseníase - Tese. 2. Educação em Enfermagem – Tese. 3. Avaliação Educacional – Tese. I. Medeiros, Soraya Maria de. II. Título. RN/UF/BS-ESUFRN. CDU: 616-002.73. Elaborado por Magali Araújo Damasceno de Oliveira CRB15 519.

(4) 2. ANA ELISA PEREIRA CHAVES. O ENSINO DA ATENÇÃO À HANSENÍASE EM CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção o Título de Doutora em Enfermagem.. Aprovada em: 15 de dezembro de 2017. COMISSÃO EXAMINADORA. ________________________________________ Prof.ª Dra. Soraya Maria de Medeiros (Presidente) Departamento de Enfermagem da UFRN ________________________________________ Prof.ª Dra. Cecília Nogueira Valença (Titular) Departamento de Enfermagem da UFRN ______________________________________________ Prof.ª Dr. Jonas Sâmi de Albuquerque de Oliveira (Titular) Departamento de Enfermagem da UFRN _______________________________________ Prof.ª Dra. Francisca Patrícia Barreto de Carvalho (Titular) Departamento de Enfermagem da UERN ________________________________________ Prof.º Drº. Francisco Clementino Sales (Titular) Departamento de Enfermagem da UFCG.

(5) 3. Dedico este trabalho a Deus, minha luz, meu guia, que sempre me conduz pelo melhor caminho. Aos meus pais, Francisco Chaves e Esmeraldina Pereira Chaves (in memorian), que me proporcionaram, muito carinho e amor, ensinamentos significativos sobre integridade e perseverança, não medindo esforços para que eu pudesse realizar todos os meus sonhos..

(6) 4. AGRADECIMENTOS. À Deus, por me conceder o dom da vida, por seu amor, por sua direção, por seu cuidado nos momentos de conquistas e nas tribulações. Sou Grata ao Senhor, por tudo. Aos meus pais Francisco Chaves e Esmeraldina Pereira Chaves (in memorian), por todo amor, dedicação e encaminhamento que proporcionaram em prol da minha vida, vocês são as minhas maiores referências, obrigada por todo amor. À minha orientadora Profª Dra. Soraya Maria de Medeiros, pelo acolhimento, pelos ensinamentos e orientações para que eu chegasse ao conhecimento, pela competênci a e compreensão, serei sempre grata por tudo. Ao meu filho precioso Pedro Ulisses Chaves Sousa, maior e melhor presente que Deus me deu na vida. Ao meu marido Rinaldo Lima Sousa, pela força, pela paciência, pelo companheirismo, e por respeitar as minhas escolhas. À minha irmã Liginha, pelo amor que nos une, pelo seu cuidado, preocupação e estímulo no decorrer deste processo. Aos meus irmãos Anatólio, Anailton, Anailson, cunhadas, cunhados, sobrinhos e sobrinhas pela força e torcida. Ao meu sogro Sr. Pinho e minha sogra D. Valdice, pelas orações diárias, pelo estímulo e por todo carinho. Às filhas de coração Nathália Oliveira e Bianca Gomes, pelo carinho e amizade. À UFRN e ao PPGENF, pela oportunidade de realização do doutorado. À todos os docentes do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (Curso de Doutorado) pelos ensinamentos. Aos professores Dra. Cecília Nogueira Valença, Dr. Jonas Sâmi de Albuquerque de Oliveira, Dra. Francisca Patrícia Barreto de Carvalho e Dr. Francisco de Sales Clementino, por aceitarem o convite para compor a banca deste trabalho e contribuírem no seu desenvolvimento, enriquecendo-o com valiosas considerações. Aos professores Dr. Francisco de Sales Clementino, Dra Clélia Simpson, Dra. Berta Enders e Dra Lenilde Sá (in memorian), pelas sugestões oportunas por ocasião do exame de qualificação..

(7) 5. Aos docentes que aceitaram participar do estudo, por se disporem com o desenvolvimento desta pesquisa. As suas falas foram preciosas para a concretude e a realização desta tese. Ao meu grande amigo, Jank Landy Simoa, você tem uma participação especial nesta minha conquista, sou grata à Deus por ter me presenteado com um companheiro tão grande, você é, e sempre será uma jóia rara. Aos meus colegas de turma de doutorado, pelo companheirismo, crescimento coletivo, momentos de conversas e distrações. Aos coordenadores dos cursos de graduação em enfermagem e diretores administrativos das IES que participaram deste estudo, Profa. Dra. Maria de Lourdes Farias, Profa. Dra. Aurilene Cartaxo, Profa. Dra. Nilza Cunha, Profa. Dra. Gisetti Corina Brandão, Profo. Dr. Erik Cristóvão Araújo, Profo. Dr. Marcelo Costa Fernandes, Profa Ms. Eloide André Oliveira, Profa. Ms Lenilde Ramalho, e Profa Ms Lúcia Magnólia pela presteza, apoio e acolhimento durante a coleta de dados. À Yanna Gomes, amiga firme do grupo de pesquisa Caleidoscópio, por todo apoio e atenção prestada nessa caminhada. À Marília Souto, Rayrla Timóteo e Fillipi André dos Santos, anjos que surgiram na minha vida e estenderam suas mãos em momentos importantes do doutorado. À Profa Dra Solange Costa, uma amiga/irmã do coração, pela competência, pelo incentivo, por acreditar e apoiar-me sempre. Aos amigos Arleusson e Tobias, por fazerem parte da minha vida e por saber que posso sempre contar com vocês. Aos amigos e colegas de trabalho Arleusson Ricarte, Luzibênia Leal, Jank Simoa, Francisco Sales, Maria Luisa Almeida, Kleane Azevedo, e Ranulfo Cardoso por quem tenho estima, admiração e por sempre me apoiarem. Às amigas, Geísa Campos, Maragarete Carvalho e Conceição Medeiros, profissionais que atuam com dedicação, compromisso e responsabilidade na atenção à hanseníase e que sempre estiveram disponíveis a me ajudar. À Profa Dra Ana Suerda Leonor Gomes da UFPB e ao colega enfermeiro e servidor da UEPB Raenilson Araújo, pela colaboração no momento da coleta de dados dos planos de ensino. A Luciana Rocha, secretária da Pós Graduação de Enfermagem/UFRN, pela atenção prestada durante o período do doutorado.. A todos minha mais sincera gratidão!.

(8) 6. ¨¨Ela age em silêncio. Atinge o corpo, fere a carne e marca a alma. Nasce da falta de informação e de saúde básica. Multiplica-se na miséria. Alimenta se da vida que rouba, aos poucos, de suas vítimas. Atinge adultos e, cada vez mais, jovens e crianças. Esconde-se na vergonha e no preconceito. Ela é uma doença e também um nome. Palavra, carregada de estigmas, que corta como navalha. Mas é preciso lutar contra ela. Informar e desmistificar. Tirar os doentes do escuro dos seus quartos. Contar suas histórias. Ir além das estatísticas que, por sinal, são muito ruins. Dizer seu nome com coragem e sem preconceito: HANSENÍASE.¨ (Fundação PróHansen).

(9) 7. CHAVES, A.E.P. O Ensino da Atenção à Hanseníase em Cursos de Graduação em Enfermagem. 2017. 181fls. (Doutorado em Enfermagem na Atenção à Saúde) – Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017. RESUMO. A hanseníase é um grande problema de saúde pública no Brasil. O controle da doença é realizado no Sistema Único de Saúde, tendo as Unidades Básicas de Saúde como espaço prioritário para realização das ações de prevenção e vigilância, e as Instituições de Ensino Superior, como órgãos responsáveis pelo ensino da hanseníase aos futuros profissionais da área da saúde. Este estudo objetiva analisar as abordagens do ensino da atenção à hanseníase em Cursos de Graduação em Enfermagem (CGEs). Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, de natureza qualitativa. Foi empregada também a pesquisa documental, utilizando-se os planos de ensino. A pesquisa foi realizada em CGEs localizados no Estado da Paraíba. Participaram do estudo 21 docentes. A coleta de dados ocorreu no período de setembro a outubro de 2016, após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, CAAE: 57947916.4.0000.5537. Foi utilizado um roteiro para levantamento dos planos de ensino e um roteiro de entrevista aplicado aos docentes. Após o levantamento dos dados dos planos de ensino, os mesmos foram agrupados em quadros, e analisados à luz da literatura pertinente ao tema investigado. A análise do material empírico foi realizada por meio do software IRAMUTEQ. Verificou-se nos planos de ensino que existe um número reduzido de componentes curriculares que abordam a hanseníase; o estudo da hanseníase é realizado na maioria dos CGEs a partir do ciclo profissional; os conteúdos abordados não priorizam a promoção e vigilância em saúde, e a Sistematização da Assistência de Enfermagem não tem sido uma prioridade nos CGEs. Nos discursos dos docentes, através da análise do software IRAMUTEQ, a classificação hierárquica das entrevistas referentes às possibilidades produziu as seguintes classes: problema de saúde pública; utilização de novos métodos de ensino; realização de aulas teóricas e práticas; competência profissional para atuar na prevenção e vigilância da hanseníase; oportunidade do ensino na rede de atenção à saúde; a importância da educação em saúde; e o enfermeiro no controle da hanseníase. Quanto aos limites do ensino, foram evidenciadas as seguintes classes: reduzido número de casos de hanseníase na atenção básica; carga horária de aula reduzida; falta de prioridade em ações educativas sobre hanseníase na atenção básica; doença relacionada ao preconceito e estigma; insegurança dos profissionais da atenção básica no diagnóstico da hanseníase; e falta de apoio dos gestores na descentralização das ações de controle da hanseníase. Diante dos resultados encontrados, faz-se necessário que os CGEs cumpram sua missão de trabalhar em função de uma formação profissional que valorize a promoção da saúde e vigilância da doença, com vistas a contribuir com a eliminação da hanseníase e à melhoria da qualidade de vida das pessoas. Palavras-chave: Hanseníase. Educação em Enfermagem. Avaliação Educacional..

(10) 8. CHAVES, A.E.P. The Teaching of Attention to Leprosy in Undergraduate Courses in Nursing. 2017. 181 pp. (Doctorate in Nursing in Health Care) - Health Sciences Center, Federal University of Rio Grande do Norte, Natal, 2017.. ABSTRACT. Leprosy is a major public health problem in Brazil. Disease control is carried out in the Unified Health System, with the Basic Health Units as a priority area for prevention and surveillance actions, and Higher Education Institutions, as organizations responsible for teaching leprosy to the future health professionals. This study aims to analyze approaches to teaching leprosy in undergraduate nursing course (UNC). It is an exploratory, descriptive, qualitative study. Documentary research was also used, using the teaching plans. The research was carried out in UNC located in the state of Paraíba. Twenty-one teachers participated in the study. Data collection occurred from September to October 2016, after approval of the Ethics and Research Committee of the Federal University of Rio Grande do Norte, CAAE: 57947916.4.0000.5537. It was used a script for surveying the teaching plans and an interview script applied to the teachers. After the data collection of the teaching plans, they were grouped in tables, and analyzed in light of the literature pertinent to the researched topic. The analysis of the empirical material was performed using IRAMUTEQ software. It has been found in the teaching plans that there is a reduced number of curricular components that deal with leprosy; the study of leprosy is carried out in the majority of UNC from the professional cycle; the content addressed does not prioritize health promotion and surveillance, and the Systematization of Nursing Care has not been a priority in the UNC. In the teachers' discourses, through the analysis of the IRAMUTEQ software, the hierarchical classification of the interviews regarding the possibilities, produced the following classes: public health problem; use of new teaching methods; theoretical and practical classes; professional competence to act in the prevention and surveillance of leprosy; opportunity of teaching in the health care network; the importance of health education and the nurse in the control of leprosy. Regarding the educational limits, the following classes were evidenced: reduced number of leprosy cases in Primary Care; reduced class time load; lack of priority in educational actions on leprosy in Primary Care; disease related to prejudice and stigma; insecurity of Primary Care professionals in the diagnosis of leprosy, and lack of support from managers in the decentralization of leprosy control actions. In view of the results found, it is necessary that the UNC fulfill their mission of working in function of a professional training that values the promotion of health and disease surveillance, with a view to contributing to the elimination of leprosy and to the improvement of the quality of life of people. Keywords: Leprosy. Nursing Education. Educational Evaluation..

(11) 9. CHAVES, A.E.P. La enseñanza de la Atención a la Lepra en Cursos de Grado en Enfermería. 2017. 181fls. (Doctorado en Enfermería en la Atención a la Salud) – Centro de Ciencias de la Salud, Universidad Federal del Rio Grande del Norte, Natal, 2017. RESUMEN La Lepra es un gran problema de salud pública en Brasil. El control de la enfermedad es realizado en el Sistema Único de Salud, teniendo las Unidades Básicas, como espacio prioritario para realización de las acciones de prevención y vigilancia, y las Instituciones de Enseñanza Superior, como órganos responsables por el enseño de la Lepra a los futuros profesionales del área de la salud. Este estudio objetiva analizar los enfoques de la enseñanza de la atención a la lepra en Cursos de Graduación en Enfermería (CGE). Se trata de un estudio exploratorio, descriptivo, de naturaleza cualitativa y documental, utilizándose los planes de enseñanza. La investigación fue realizada en CGE localizado en el Estado de Paraíba. Participaron del estudio 21 docentes. La recolección de datos ocurrió en el período de septiembre a octubre de 2016, tras aprobación del Comité de Ética e Investigación de la Universidad Federal del Rio Grande del Norte, CAAE: 57947916.4.0000.5537. Fue utilizado un plan para el levantamiento de los procedimientos de enseñanza y un plan de entrevista aplicado a los docentes. Tras el levantamiento de los datos de los procedimientos de enseñanza, los mismos fueron agrupados en cuadros, y analizados a la luz de la literatura pertinente al tema investigado. El análisis del material empírico fue realizado por medio del software IRAMUTEQ. Se verificó en los procedimientos de enseñanza, que existe un número reducido de componentes curriculares que abordan la Lepra; el estudio de la Lepra es realizado en la mayoría de los CGE desde el ciclo profesional; los contenidos abordados no priorizan la promoción y vigilancia en salud, y la Sistematización de la Asistencia de Enfermería, no tiene sido una prioridad en los CGE. En los discursos de los docentes, a través del análisis del software IRAMUTEQ, la clasificación jerárquica de las entrevistas referentes a las posibilidades, produjeron las siguientes clases: problema de salud pública; utilización de nuevos métodos de enseñanza; realización de clases teóricas y prácticas; competencia profesional para actuar en prevención y vigilancia de la Lepra; oportunidad de la enseñanza en la red de atención a la salud; la importancia de la educación en salud y el enfermero en el control de la Lepra. Cuanto a los límites de la enseñanza, fueron evidenciadas las siguientes clases: reducido número de casos de Lepra en la Atención Básica; carga horaria de clase reducida; falta de prioridad en acciones educativas sobre Lepra en la Atención Básica; enfermedad relacionada al prejuicio y estigma; inseguridad de los profesionales de la Atención Básica en el diagnóstico de la Lepra, y falta de apoyo de los gestores en la descentralización de las acciones de control de la Lepra. Delante de los resultados encontrados, se hace necesario que los CGE cumplan su misión de trabajar en función de una formación profesional que valore la promoción de la salud y vigilancia de la enfermedad, con vistas a contribuir con la eliminación de la Lepra y a la mejora de la cualidad de vida de las personas. Palabras Clave: Lepra; Educación en Enfermería; Evaluación Educacional.

(12) 10. LISTA DE QUADROS. Quadro 1- Esquema de Vacinação com BCG................................................................. 45 Quadro 2 - Indicadores de Monitoramento do Progresso da Eliminação da Hanseníase ............................................................................................................................ 46 Quadro 3 - Indicadores para avaliar a qualidade dos serviços de hanseníase ......... 49 Quadro 4 - Descrição das ACHs desempenhadas nos Serviços do SUS.................. 51 Quadro 5 - Descrição das ações de promoção da saúde e prevenção da hanseníase desempenhadas pelo enfermeiro na ESF ........................................................................ 52 Quadro 6 - Caracterização dos CGEs selecionados para o estudo ............................ 58 Quadro 7- Descrição das Técnicas de Análise do IRAMUTEQ utilizadas no estudo62 Quadro 8 - Componentes Curriculares teórico-práticos que contemplam o ensino da atenção à hanseníase em CGE relacionado à carga horária e ao período de oferta. João Pessoa/Campina Grande/Cajazeiras, Paraíba, Brasil, 2016. .............................. 66 Quadro 9 - Componentes Curriculares teórico-práticos que contemplam o ensino da atenção à hanseníase em CGE relacionado ao conteúdo abordado e ao período letivo vigente dos planos de ensino. João Pessoa/Campina Grande/Cajazeiras, Paraíba, Brasil, 2016 ............................................................................................................................ 69 Quadro 10 - Tipos de referências bibliográficas recomendadas nos planos de ensino dos componentes curriculares que contemplam o ensino da atenção à hanseníase em CGE. João Pessoa/Campina Grande/Cajazeiras, Paraíba, Brasil, 2016 .................... 74 Quadro 11 - Descrição dos corpus produzido pelo software IRAMUTEQ.................. 81.

(13) 11. LISTA DE TABELA. Tabela 1 - Caracterização dos docentes participantes da pesquisa que ministram componentes. curriculares. que. contemplam. a hanseníase. em CGE. João. Pessoa/Campina Grande/Cajazeiras, Paraíba, Brasil, 2016......................................... 76.

(14) 12. LISTA DE FIGURAS. Figura 1 - Mapa do Estado da Paraíba, de acordo com a localização dos municípios prioritários para o Programa Nacional de Controle da Hanseníase ............................. 56 Figura 2 - Dendograma das Classes das Possibilidades para o Ensino da Atenção à Hanseníase em CGE. João Pessoa/Campina Grande/Cajazeiras, Paraíba, Brasil, 2016 ........................................................................................................................................ 82 Figura 3 - Dendograma das Classes dos Limites para o Ensino da Atenção à Hanseníase em CGE. João Pessoa/Campina Grande/Cajazeiras, Paraíba, Brasil, 2016 ...................................................................................................................................... 103.

(15) 13. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS. ABS – Atenção Básica de Saúde ACH – Ações de Controle da Hanseníase ACS – Agente Comunitário de Saúde APS – Atenção Primária de Saúde BCG - Bacilo de Calmette-Guérin CGE - Curso de Graduação em Enfermagem CEP - Comitê de Ética em Pesquisa CLT - Consolidação das Leis do Trabalho CNS – Conferência Nacional de Saúde COAP- Contrato Organizativo da Ação Pública COFEN – Conselho Federal de Enfermagem DCN – Diretrizes Curriculares Nacional DCN/ENF – Diretrizes Curriculares Nacional de Enfermagem DSS - Determinantes Sociais da Saúde DIRES – Diretoria Regional de Saúde DTN - Doenças Tropicais Negligenciadas ENADE – Exame Nacional de Enfermagem EPS – Educação Permanente em Saúde ESF – Estratégia Saúde da Família FR – Forma Reduzida IDH – Índice De Desenvolvimento Humano IES – Instituição de Ensino Superior INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira IRAMUTEQ - Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires LDB - Lei de Diretrizes e Bases LOS – Lei Orgânica de Saúde MB - Multibacilar MEC – Ministério da Educação e Cultura MS – Ministério da Saúde.

(16) 14. NDE – Núcleo Docente Estruturante NOAS - Norma Operacional da Assistência à Saúde NASF – Núcleo de Apoio a Saúde da Familia OMS – Organização Munidal de Saúde ONG – Organização Não Governamental PACS – Programa de Agente Comunitário de Saúde PB - Paucibacilar PCH – Programa de Controle da Hanseníase PCIDCH - Protocolo Complementar de Investigação Diagnóstica de Casos de Hanseníase PET-SAÚDE – Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde PET- VIGILÂNCIA EM SAÚDE - Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde em Vigilância em Saúde PMAQ-AB – Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica PNAB – Política Nacional de Atenção Básica PNEH - Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase PNEPS - Política Nacional de Educação Permanente em Saúde PNI - Programa Nacional de Imunização PP – Projeto Pedagógico PQT - Poliquimioterapia PROMED - Programa de Incentivo às Mudanças Curriculares nos Cursos de Medicina PRÓ-SAÚDE – Programa de Saúde PSF – Programa Saúde da Família RAS – Rede de Atenção à Saúde SAE - Sistematização da Assistência de Enfermagem SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação. ST – Seguimento de Texto SUS – Sistema Único de Saúde TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido UBS – Unidade Básica De Saúde VERSUS - Vivência Estágio na Realidade do Sistema Único de Saúde.

(17) 1. SUMÁRIO. 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 19 2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 30 2.1 GERAL .................................................................................................................... 30 2.2 ESPECÍFICOS ....................................................................................................... 30 3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 32 3.1 PROMOÇÃO DA SAÚDE: CONCEITOS, REFLEXÕES E PRÁTICAS ....... 32 3.2 VIGILÂNCIA EM SAÚDE: CONCEPÇÕES RELACIONADAS À PROMOÇÃO DA SAÚDE E PREVENÇÃO DAS DOENÇAS........................................................ 40 3.3 AÇÕES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E VIGILÂNCIA DA HANSENÍASE NO SUS ................................................................................................................................ 43 3.4. AÇÕES DE CONTROLE. DA HANSENÍASE. REALIZADAS. PELO. ENFERMEIRO.............................................................................................................. 51 4 PERCURSO METODOLÓGICO ............................................................................ 55 4.1 TIPO DE ESTUDO ................................................................................................ 55 4.2 CENÁRIO DA PESQUISA ................................................................................... 55 4.2.1 Características Gerais dos Municípios Prioritários para o Programa Controle de Hanseníase no Estado da Paraíba ................................................. 56 4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ................................................................................ 58 4.4 ETAPAS OPERACIONAIS DO ESTUDO ......................................................... 59 4.5 POSICIONAMENTO ÉTICO DO PESQUISADOR .......................................... 63 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 65 5.1 ANÁLISE DOS PLANOS DE ENSINO............................................................... 65 5.1.1 Componentes Curriculares Teórico-Práticos, Carga Horária e Período de Oferta ....................................................................................................................... 65 5.1.2 Componentes Curriculares Teórico-Práticos, Conteúdo Abordado e Período Vigente dos Planos de Ensino ............................................................... 69 5.1.3 Referências Bibliográficas Recomendadas ............................................. 74 5.2 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS........................................................................... 76 5.2.1 Caracterização dos Docentes participantes da Pesquisa .................... 76 5.2.2 Análise das Entrevistas ................................................................................. 80 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................126.

(18) 2. REFERÊNCIAS..........................................................................................................132 APÊNDICES ...............................................................................................................156 ANEXOS .....................................................................................................................166.

(19) 18. 1. Introdução.

(20) 19. 1 INTRODUÇÃO. A. hanseníase. é. uma. doença. infectocontagiosa. milenar,. conhecida. mundialmente como lepra, causada pelo Mycobacterium leprae. Esta patologia se manifesta através de sinais e sintomas dermatoneurológicos com lesões na pele e nos nervos periféricos, que podem ocasionar sequelas físicas e neurológicas caso não diagnosticada e tratada precocemente (BRASIL, 2016a). As sequelas do adoecimento da hanseníase. ocasionam características. desfigurantes, mutilantes e incapacitantes, que podem desencadear transtornos de ordem multidimensional, inclusive aqueles decorrentes do estigma e exclusão social (LIMA, 2012). Na atualidade, a hanseníase encontra-se inserida em um grupo de 17 doenças consideradas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs). Sua inclusão. nesse grupo atende a características. relacionadas à baixa condição econômica e à situação de desigualdade social em vive o ser humano; ao acometimento em populações com baixa visibilidade e força política; por ser uma doença estigmatizada e discriminada socialmente, e também por ser negligenciada na área de pesquisa e de desenvolvimento (FOSS; MOTTA, 2012). No cenário mundial foram diagnosticados 214.783 mil casos novos de hanseníase no ano de 2016. Os dados mostram ainda que o Brasil, Índia e Indonésia juntos são responsáveis por 82% desses casos. Destaca-se que, apesar de ser uma doença curável, existe uma preocupação relevante com o número de casos que vem surgindo na população menor de 15 anos de idade e com as mais de três milhões de pessoas que vivem com incapacidades físicas e deformidades permanentes, comprometendo significativamente a qualidade de vida dos pacientes (WHO, 2017). No território brasileiro, ano de 2016 foram diagnosticados 25.218 casos novos de hanseníase. e, devido à permanência dos seus elevados coeficientes de. prevalência e detecção, o Brasil encontra-se na lista dos países signatários das diretrizes mundiais propostas pela OMS para eliminação da doença (WHO, 2017). As Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil apresentam os maiores coeficientes de detecção de hanseníase (BRASIL, 2017). Dados estatísticos da OMS mostram que ao longo dos anos vem ocorrendo um decréscimo da hanseníase no Brasil, mas ainda há muito o que ser concretizado, já.

(21) 20. que o panorama epidemiológico nacional da hanseníase é considerado heterogêneo e aproximadamente trinta mil pessoas são acometidas a cada ano pela doença no país (BASSEGIO, 2016). Com base nos indicadores epidemiológicos da hanseníase e no reflexo social da doença, eis que a gestão de saúde pública brasileira, seguindo as recomendações da OMS para eliminação da doença, passou a intensificar as propostas e estratégias para a ampliação, o fortalecimento e a integração das ACHs nos serviços de saúde com o intuito de contribuir na prevenção e na eliminação da doença. É importante mencionar que no Brasil, só a partir da VIII Conferência Nacional de Saúde (CNS), em 1986, da consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1988 e da promulgação das Leis Orgânicas de Saúde (LOS), Lei nº 8080 e Lei nº 8142 de 1990, que normatizaram os princípios e as diretrizes do SUS, é que o acesso e direito à saúde passaram a ser universais e igualitários e as ações nos serviços de saúde passaram a ser descentralizadas.. Essas conquistas influenciaram. o. atendimento na perspectiva da integralidade, da participação popular, apropriadas ao contexto das práticas de cuidado à saúde (FERTONANI et al., 2015). Mediante o processo de descentralização das ações de saúde e a reorientação do modelo assistencial denominado vigilância em saúde, implantado no Brasil no início da década de 90, voltado para a qualidade, a efetividade, a equidade e as necessidades prioritárias de saúde, é que as ACHs passaram a ser integradas aos serviços da Atenção Básica de Saúde (ABS), que possui papel fundamental na ordenação dos serviços de saúde (LANZA, 2014). É oportuno destacar que a primeira estratégia de integração das ACHs na ABS ocorreu com a implantação do Programa de Agente Comunitário de Saúde (PACS) em 1991 e do Programa Saúde da Família (PSF) em 1994, atualmente Estratégia Saúde da Família (ESF), considerada como a principal porta de entrada para a ABS (BRASIL, 2011b). A ESF procura reorganizar os serviços, bem como reorientar as práticas profissionais na lógica da promoção da saúde e prevenção de doenças. Ela pressupõe o modelo de atenção da vigilância à saúde, a multidisciplinaridade e a integralidade do cuidado sobre a população que reside na área de abrangência de suas unidades de saúde (CAMPOS; GUERRERO, 2010). Para fortalecer o processo de descentralização e da integralidade da assistência à hanseníase e outras doenças endêmicas, o Ministério da Saúde (MS) publicou a Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS) em janeiro de 2001,.

(22) 21. que regulamentou e ampliou as responsabilidades dos municípios para o acesso da população com equidade aos serviços de saúde em todos os níveis de atenção e definiu a eliminação da hanseníase como uma das áreas estratégicas de atuação dos serviços de saúde (BRASIL, 2001b). Ressalta-se que ao longo dos anos foram lançadas novas portarias, decretos e pactos pelo MS, com a inclusão de inovações nas ações e estratégias para avançar no controle da hanseníase no Brasil. Destaca-se a Portaria nº 399/2006, que divulgou o Pacto pela Saúde e que, através do componente Pacto pela Vida, citou a hanseníase como uma das doenças endêmicas que necessitava ser fortalecida em suas ações de controle no SUS (BRASIL, 2006a). Outro destaque foi a Portaria nº 3.125/2010, que aprovou as Diretrizes para Vigilância, Atenção e Controle da Hanseníase na Rede de Atenção à Saúde (RAS), com vistas a fortalecer a assistência, a vigilância epidemiológica, a organização das ações de controle e a educação em saúde (BRASIL, 2010a). Posteriormente a Portaria nº 594/2010 definiu as ACHs a serem realizadas pela ABS e pela média e alta complexidade (BRASIL, 2010b). Em 2011, foi sancionado o Decreto 7.508/2011, referente ao Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP), que dispõe sobre a organização do Sistema único de Saúde (SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, possibilitando o aprimoramento do Pacto Federativo e que inclui metas a serem cumpridas em relação à hanseníase (BRASIL, 2011d). Em 2012, a Portaria nº 841/2012 publicou a relação nacional de ações e serviços de saúde no âmbito do SUS, que evidencia a importância do atendimento clínico da hanseníase na ABS, além de implantar a coleta de linfa de usuários neste nível de atenção (BRASIL, 2012a). No ano de 2016, a Portaria nº 149/2016 aprovou as Diretrizes para a Vigilância, a Atenção e a Eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública, com a finalidade de orientar os gestores e os profissionais dos serviços de saúde quanto à gestão, ao planejamento, à uniformização, ao monitoramento e à avaliação no que se refere ao acolhimento, diagnóstico, tratamento, cura e à prevenção de incapacidades, bem como à organização da rede de atenção integral e promoção da saúde, com base na comunicação, na educação e na mobilização social (BRASIL, 2016b). Mesmo diante de recomendações da OMS e de esforços na produção de planos estratégicos elaborados no Brasil para a eliminação da hanseníase, verifica-se.

(23) 22. ainda que o retardo do diagnóstico tem sido uma realidade prática nos serviços de ABS (ALVES et al., 2014). Lanza e Lana (2011b) referem que municípios. brasileiros enfrentam. dificuldades na integração das ACHs na ABS, tanto no âmbito individual, devido à ausência de equipes de saúde capacitadas para realizar todas as ações específicas de prevenção da hanseníase, quanto no âmbito coletivo, com a realização de ações pontuais em educação em saúde para a comunidade. Estudo realizado no Brasil no ano de 2010 mostrou que 74% dos usuários notificados com hanseníase realizaram tratamento com Poliquimioterapia (PQT) em Unidade Básica de Saúde (UBS), 14%, em ambulatórios de referência para a doença, e 12%, em hospitais (PENNA; GROSSI; PENNA, 2013). Portanto, os dados apontam que ainda há uma concentração de pessoas realizando acompanhamento da hanseníase em unidades de média complexidade, que poderiam estar sob a atenção dos profissionais que atuam nas UBS. Uma pesquisa realizada nos serviços de saúde na cidade de Anápolis/GO por Resende, Souza e Santana (2009), a respeito das dificuldades enfrentadas para conduzir um caso de hanseníase, mostrou que profissionais sentem insegurança para diagnosticar a doença e acompanhar os usuários em seus tratamentos. Outro importante estudo realizado no Município de Jequitinhonha/MG, que apresenta 90,0% de cobertura populacional pelas equipes da ESF, evidenciou que 70,6% do total de casos diagnosticados entre 1998 e 2006 já apresentavam grau I e II de incapacidade física no momento do diagnóstico (LANZA, 2009). Sabe-se que o aumento de incapacidades entre os casos novos de hanseníase diagnosticados em um período representa o resultado da demora entre o surgimento dos primeiros sintomas e a realização do diagnóstico (VAN VEEN; MEIMA; RICHARDUS, 2006). Sob esse prisma, Oliveira (2009) destaca que as razões encontradas para explicar as dificuldades nos serviços de saúde para realização das ACHs despontam desde as características específicas da doença, aos aspectos culturais como o estigma, aos determinantes político-administrativos, até a problemas pertinentes à formação dos futuros profissionais de saúde em Instituições de Ensino Superior (IES). No âmbito do ensino, Fertonani et al. (2015) destacam que a formação de profissionais da área de saúde se tornou objeto de frequentes estudos e reflexões, mediante. a necessidade de recursos. humanos. capacitados, habilitados e. comprometidos para atender as reais demandas do SUS. Contudo, Mendes (2012).

(24) 23. destaca que os problemas relacionados ao ensino são graves e manifestam-se desde a graduação até a pós-graduação. Os discentes em diversas IES na área da saúde não são formados para o exercício pleno das funções de futuros profissionais, com vistas a um cuidado integral e em equipe. Para Ceccim e Feuerwerker (2004); Ronzani e Ribeiro, (2003); Mattos (2001) os conteúdos curriculares devem ser revistos a fim de que teoria e prática não se distanciem, ou seja, a universidade deve estar preparada para capacitar seus alunos no sentido de atender às necessidades de saúde da população. Além disso, Carvalho e Ceccim (2007) apontam que o ensino de graduação na saúde tem uma tradição centrada em conteúdos e numa pedagogia da transmissão, de desconexão entre temas, desvinculação entre ensino, pesquisa e extensão, predominando um formato enciclopédico e uma orientação pela doença e reabilitação. Ainda, para os autores, tal modelo não está voltado para uma formação teóricoconceitual e metodológica que potencialize competências para a integralidade da assistência no SUS. No que tange à hanseníase, Dias, Cyrino e Lastória (2007), em uma pesquisa realizada no interior do Estado de São Paulo, mencionam que, dentre os fatores que têm dificultado as ACHs nos serviços de saúde, destacam-se o baixo nível de conhecimento sobre a doença, a falta de investimento nas ações de promoção da saúde e a não percepção da hanseníase como um problema de saúde pública entre os discentes e os profissionais de saúde. Considera-se ainda, nesse estudo, que o ensino sobre atenção à hanseníase tem sido negligenciado nas IES que ofertam cursos na área de saúde, mesmo nos países endêmicos. No Estado do Paraná, no ano de 2013 foi concretizado um estudo com acadêmicos de um curso de medicina sobre o conhecimento a respeito da hanseníase.. Concluiu-se. que, mesmo no meio acadêmico, ainda há muita. desinformação sobre o diagnóstico e o tratamento da doença. Alguns discentes acreditavam ser necessário o isolamento do paciente, desconheciam o correto diagnóstico clínico e as sequelas decorrentes da doença e não priorizavam as ações de promoção da saúde e prevenção da doença (RODRIGUES et al., 2013). Outra pesquisa realizada por Zimmermann et al. (2014), no curso de terapia ocupacional de uma universidade pública do Estado de Pernambuco, evidenciou que, apesar de os discentes apresentarem conhecimento acerca da hanseníase, ao terem contato com pessoas em tratamento ou diante das complicações decorrentes da.

(25) 24. doença mostraram-se apreensivos, intimidados ou assustados ao perceberem o quanto a hanseníase pode marcar a pessoa doente no aspecto físico e emocional. As pesquisas descritas por Dias, Cyrino e Lastória (2007), Rodrigues et al. (2013) e Zimmermann et al. (2014) apontam a necessidade de mudanças no ensino da atenção à hanseníase, seja nas dimensões biológicas, históricas, epidemiológicas e sociais, que precisam de compreensão e abordagem direcionadas à integralidade da assistência. Ressalta-se que a formação de profissionais da área de saúde necessita de mudanças em seus modelos conceituais, com a implementação de uma nova política na saúde e na educação para a construção de um novo perfil profissional que valorize os problemas sociais e de saúde, as estratégias de compartilhar o conhecimento, as relações interpessoais e o trabalho humanizado (GONZE; SILVA, 2011). Vale destacar que, como o SUS propõe um conceito ampliado de saúde que inclui os determinantes sociais do processo saúde e doença e coloca como prioridades a ABS na lógica da vigilância e um trabalho em equipe, os profissionais que atuarem nos serviços de saúde deverão apresentar um perfil generalista (CONTERNO; LOPES, 2013). Através desse novo perfil requerido pelo SUS, a formação do futuro profissional passa a ser regida pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB) nº 9.394/1996, que propõe a substituição dos currículos mínimos pela adoção das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos de graduação na área de saúde (BRASIL, 2007). Nesse contexto, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Enfermagem (DCNs/ENF) expressam o compromisso na formação de um profissional crítico, reflexivo e comprometido para atuar em diferentes níveis de atenção do SUS e nas políticas públicas vigentes no território nacional. Para tanto, as DCNs/ENF assinalam a necessidade de os Projetos Pedagógicos (PPs) dos cursos incorporarem o arcabouço teórico do SUS e valorizarem os postulados éticos, a cidadania, a epidemiologia e o processo saúde/doença/cuidado, estimulando a inserção precoce e progressiva do estudante no SUS, com o intuito de favorecer o conhecimento e o compromisso com a realidade de saúde regional e, enfim, do país (BRASIL, 2001a). As DCNs/ENF reafirmam, ainda, a necessidade da utilização de metodologias ativas de ensino-aprendizagem, a relação teoria e prática, a elaboração de competências gerais comuns a todas as profissões da saúde, além das específicas a.

(26) 25. cada uma, em que se preconize o trabalho em equipe multiprofissional (BRASIL, 2001a). Além da mudança curricular, o MS e o Ministério da Educação e Cultura (MEC) vêm instituindo, ao longo dos anos, propostas e programas relacionados ao ensino, pesquisa e extensão que possibilitem um amplo processo de ensino-aprendizagem entre as instituições comprometidas com a formação direcionada para uma transformação das práticas profissionais e da própria organização do trabalho. Dentre as propostas, citam-se a criação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) e os programas como: o Aprender-SUS, Vivência Estágio na Realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS), o Programa de Incentivo às Mudanças Curriculares nos Cursos de Medicina (PROMED), o Programa de Saúde (Pró-Saúde), que inclui os cursos da área da saúde, bem como o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) em suas distintas modalidades, com vistas a intervir nos problemas prioritários da área da saúde que envolvam a academia, os serviços e a comunidade (KUABARA et al., 2014). Ademais, Ceccim e Feuerwerker (2004) reforçam que para acontecer uma formação de qualidade saúde é importante vislumbrar a imagem do quadrilátero que articula, em cada um dos seus vértices: o ensino, a gestão setorial, as práticas de atenção e o controle social. Vislumbram-se a construção e organização de uma educação pautada na ação e na realidade para operar mudanças significativas para a saúde das pessoas e das populações, redimensionando o desenvolvimento da autonomia das pessoas até a condição de influência na formulação de políticas do cuidado. Apesar desse novo cenário e das propostas que visam à transformação do ensino para formação de um profissional crítico da realidade em que vive, ainda se identifica o distanciamento entre a formação universitária e a realidade de trabalho que o aguarda como futuro profissional para o enfrentamento dos principais problemas de saúde que envolvem a população brasileira. Ressalta-se que na atualidade existem cursos de graduação, docentes e disciplinas que permanecem estáticos na teoria e na prática, prejudicando assim o processo de formação profissional, bem como traçando um perfil limitado e deficitário para os futuros profissionais de saúde (PEREIRA et al., 2014). Essa situação se remete a conteúdos e temáticas considerados como problema de saúde pública no.

(27) 26. mundo e no Brasil, que são relevantes no processo de ensino-aprendizagem dos profissionais de saúde que irão atuar no SUS, em destaque a hanseníase. Frente a esse cenário, surgiu o interesse pela escolha da temática em estudo , motivado pelas experiências já vivenciadas como profissional da assistência na ABS, na gestão de saúde, colaboradora de pesquisa no MS e atualmente na docência. No desempenho das atividades assistenciais como enfermeira, durante dez anos tive oportunidade de atuar como preceptora dos cursos de graduação de enfermagem e medicina, e durante essa experiência percebia com frequência que os discentes apresentavam limitações para atuação em determinados problemas de saúde da população, principalmente em relação às doenças infectocontagiosas como a tuberculose e hanseníase. Era perceptível a falta de conhecimento dos discentes para realização de ações de em relação à tuberculose e hanseníase, bem como era notório o estigma existente para com as referidas doenças. Como coordenadora do Programa de Controle da Hanseníase (PCH) durante quatro anos, em um município hiperendêmico no interior do Estado de Pernambuco, percebia que médicos e enfermeiros, em geral, encaminhavam os casos suspeitos de hanseníase para o centro de referência de tuberculose e hanseníase do referido município, apesar de este se apresentar com total cobertura da ESF, tanto em área urbana, quanto rural. Tal fato mostra que os profissionais daquele município não desempenhavam de forma efetiva as ações de controle e vigilância relacionadas à hanseníase preconizadas para Atenção Básica. Debruçada na temática de hanseníase ao longo da vida profissional, ao realizar o mestrado na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) tive oportunidade de desenvolver uma pesquisa sobre a consulta de enfermagem em hanseníase nas unidades de saúde no Estado da Paraíba, a qual, mediante os resultados, mostrou as limitações dos enfermeiros quanto às ações de prevenção, recuperação e reabilitação destinadas aos usuários, família e comunidade. Ainda, entre os anos de 2001 e 2002, através do MS, com a oportunidade de atuar como colaboradora técnica em trabalho de pesquisa e supervisão na ESF nos Estados do Maranhão, São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Pará, mantive contato com médicos e enfermeiros que no cotidiano de trabalho realizavam ações pontuais em relação às ACHs, e em várias UBS os profissionais encaminhavam os casos suspeitos aos centros de referência do PCH. Essa experiência mostrou que o Estado do Pará se sobressaiu com o maior número de UBS com ACHs descentralizadas..

(28) 27. Outra vivência importante esteve relacionada à capacitação de profissionais que atuavam na ESF nos Estados da Paraíba e Pernambuco. Durante essa experiência notava o desconhecimento de profissionais em relação às ACHs e, ainda, que os profissionais experientes realizavam ações limitadas apenas ao diagnóstico e ao tratamento. Faz-se necessário mencionar que, na atual prática como docente em Curso de Graduação em Enfermagem (CGE), ministrando o componente de saúde coletiva com foco na vigilância em saúde, vejo que, ao abordar a temática hanseníase, grande parte dos alunos desconhecem a referida doença como problema de saúde pública no Brasil. Também expressam pouco conhecimento acerca dos aspectos clínicos, epidemiológicos e sociais relacionados a essa enfermidade. Ainda, nas aulas práticas verifica-se a resistência de alguns discentes em realizarem as ações de prevenção e vigilância direcionadas à hanseníase. Outra importante experiência vivenciada nas IES foi como tutora do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde em Vigilância em Saúde (PET-Vigilância em Saúde), na linha de Tuberculose/Hanseníase, ao perceber que, ao iniciar o planejamento e a execução das atividades relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão em relação à hanseníase, a maioria das ações e discussões representavam um conhecimento novo para os discentes que se encontravam próximos à conclusão do curso de graduação. Com base no exposto, estabeleceram-se como pressupostos deste estudo que: a abordagem do ensino da hanseníase com foco na promoção e vigilância em saúde constituem-se como ferramentas favoráveis para o desenvolvimento. de uma. assistência integral com intuito de contribuir na prevenção e eliminação da referida doença, assim como a utilização de novas estratégias de ensino para contribuir na melhoria processo de ensino-aprendizagem. Diante da problemática acerca da hanseníase, apresenta-se o objeto de estudo da presente investigação: o ensino da atenção à hanseníase em cursos de graduação em enfermagem. Nesse sentido, com a intenção de nortear a construção do estudo, elencaram-se as seguintes questões norteadoras de pesquisa: Como a hanseníase tem sido abordada nos planos de ensino dos componentes curriculares dos CGEs? Quais as possiblidades do ensino da atenção à hanseníase em CGEs na perspectiva dos docentes? Quais os limites do ensino da atenção à hanseníase em CGEs na perspectiva dos docentes?.

(29) 28. Ressalta-se que a justificativa de estudos em hanseníase e sua interface com as profissões de saúde contribuirão de forma específica na promoção da saúde, na prevenção da doença, no diagnóstico precoce para evitar sequelas e disseminação da doença, na prestação da assistência aos usuários em tratamento e seus familiares e na reflexão acerca do preconceito e do estigma em uma perspectiva da promoção e vigilância em saúde. De forma geral, o estudo poderá contribuir com as IES e seus respectivos cursos de graduação, no sentido de refletir acerca de como se encontra o ensino da atenção a diversas doenças negligenciadas e transmissíveis que precisam ser abordadas no ensino, pesquisa e extensão para fortalecer o processo de ensino e aprendizagem dos futuros profissionais que irão atuar no sistema de saúde do Brasil. Em relação à realização do estudo em CGEs, torna-se relevante por ser o enfermeiro um profissional que tem responsabilidade legal pelas ações de enfermagem,. e o seu engajamento. no. trabalho. permite compreender as. determinações sócio-político-econômicas que interferem nas políticas de saúde e políticas sociais, nas quais se incluem as pessoas em acompanhamento de hanseníase..

(30) 29. 2. Objetivos.

(31) 30. 2 OBJETIVOS 2.1 GERAL Analisar as abordagens do ensino da atenção à hanseníase em cursos de graduação em enfermagem.. 2.2 ESPECÍFICOS . Identificar as abordagens do ensino da atenção à hanseníase através dos planos de ensino dos componentes curriculares dos cursos de graduação em enfermagem selecionados para o estudo;. . Discutir as possibilidades e limites relacionados as abordagens do ensino da atenção à hanseníase em curso de graduação em enfermagem na perspectiva de docentes.

(32) 31. 3. Referencial Teórico.

(33) 32. 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 PROMOÇÃO DA SAÚDE: CONCEITOS, REFLEXÕES E PRÁTICAS Para melhor entendimento da concepção sobre a promoção da saúde, considerou-se relevante expor uma apresentação desta, a partir da descrição de seus conceitos e das conferências realizadas no mundo. Assim, compreende-se sua aplicabilidade no ensino e na prática assistencial em enfermagem, a fim de viabilizar e reforçar as ações de promoção da saúde nos serviços e sistemas de saúde e educação. Ao analisar o termo "promoção da saúde", de imediato pode-se associar a uma prática que se dispõe a promover saúde. Entretanto, a promoção da saúde constitui-se como um campo próprio de práticas e ações específicas, que se desenvolveram ao longo dos anos. Promoção é um conceito tradicional, definido por Leavell e Clarck (1976), como um dos elementos do nível primário de atenção em medicina preventiva (CZERESNIA, 2009). Ao longo dos anos o conceito da promoção da saúde, assim como sua prática, foi evoluindo, processo que se deu principalmente em países desenvolvidos como Canadá, Estados Unidos e na Europa ocidental (BUSS, 2009). A revalorização do conceito de promoção da saúde resgata, através de um discurso novo, o pensamento da medicina social do século XIX encontrado na obra de autores como Virchow e Villermée, para o qual a saúde depende das condições de vida (CZERESNIA, 2009). Para se chegar ao conceito atual de promoção da saúde, ao longo dos anos ocorreram diversas discussões importantes, as quais suscitaram vários documentos e concepções acerca do tema. O movimento da promoção da saúde teve início no Canadá com a publicação do Informe Lalonde em 1974, que se expressou como o primeiro documento de motivação política a considerar a promoção da saúde como uma maneira de reduzir custos e conter os agravos das doenças crônico-degenerativas. Foi marcante neste momento histórico o enfoque eminentemente preventista de mudança de estilo de vida e de comportamento, através de propostas de intervenção fortemente moralizadoras , nas quais prevalecem a responsabilização e culpabilização dos indivíduos pelo processo de adoecimento (HEIDEMANN et al., 2006)..

(34) 33. O Relatório Lalonde propunha algumas dimensões a serem consideradas relevantes para a elaboração das políticas de saúde relacionadas ao ambiente, a biologia humana, os estilos de vida das pessoas e o sistema de saúde (WESPHAL, 2008). Diversas discussões foram realizadas após o Relatório Lalonde e, na década de 80, começaram a surgir discursos alternativos acerca da promoção da saúde. Em 1984, a OMS/Europa elaborou um documento contendo os elementos-chave da nova promoção da saúde, reforçando a noção da determinação social da saúde. Nesse mesmo ano realizou-se na cidade de Toronto, no Canadá, a Conferência Beyond Health Care, que divulgou as bases do movimento das cidades saudáveis. Em 1985, a OMS/Europa divulgou as 38 metas para a saúde na região europeia e, em 1986, tornou público o documento Health City Movement, este discurso encontrando expressão no Canadá (BUSS, 2009). O documento supracitado propõe um marco referencial para a promoção da saúde, o qual busca manter uma estreita ligação com a Carta de Ottawa. Através desta motivação, foi delineada a I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em Ottawa, no Canadá, em novembro de 1986, a qual teve a participação de trinta e cinco países e resultou na Carta de Ottawa, que define a promoção da saúde como o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da qualidade de vida e saúde, incluindo uma participação maior no controle deste processo, fixando-se, assim, no grupo de conceito mais ampliado, reforçando (empowerment) a responsabilidade e os direitos dos indivíduos,. famílias e. comunidade pela sua própria saúde (BRASIL, 2002a). Buss (2010) destaca que, para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o ambiente natural, político e social. A saúde é, portanto, um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas. Assim, não é responsabilidade exclusiva do setor da saúde e vai além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global. A referida carta ainda afirma que as condições ideais e indispensáveis para ter saúde são: paz, habitação, educação, alimentação, renda, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade, com toda a complexidade que implicam alguns desses conceitos. A promoção da saúde é o resultado de um conjunto de fatores sociais, econômicos, políticos e culturais, coletivos e individuais, que se.

(35) 34. combinam de forma particular em cada sociedade e em conjunturas específicas, resultando em sociedades mais ou menos saudáveis (BUSS, 2010). Ressalta-se que a partir da Conferência de Ottawa, em 1986, foram difundidos conceitos básicos que exigem a revigoração da saúde pública em torno do compromisso de saúde para todos. Ao longo dos anos, relevantes conferências internacionais sobre a promoção da saúde foram organizadas pela OMS, entre as quais destacaram-se: a Conferência de Adelaide, na Austrália em 1988, a Conferência de Sundsval, na Suécia em 1991, a de Conferência de Jacarta, na Indonésia, em 1997, e a Conferência do México no ano 2000 (CZERESNIA, 2009). As Conferências supracitadas procuraram reafirmar a Conferência de AlmaAta, destacando a necessidade de aceitar propostas de intervenção inovadoras e mais abrangentes na implementação de políticas públicas saudáveis. Definiram, ainda, as políticas públicas saudáveis como o interesse de todas as áreas das políticas públicas em relação à saúde e equidade (PELLEGRINI-FILHO; BUSS; ESPERIDIÃO, 2014). Tratando-se da América Latina a introdução da reconceituação da Promoção da Saúde e o estabelecimento de estratégias de desenvolvimento de ações de promoção da saúde nos países em desenvolvimento tiveram início com a Conferência de Promoção da Saúde realizada em Santa Fé de Bogotá, em 1992. A iniquidade sem precedentes da América Latina, agravada pela crise econômica e pelos programas das políticas de ajuste macroeconômico, a situação política que limita o exercício da democracia e a participação pela cidadania foram consideradas fatores determinantes na deterioração das condições de saúde e vida das populações latino-americanas (HEIDMANN et al., 2006). Cada conferência citada originou contribuições para o desenvolvimento do conceito da promoção da saúde que propõe a articulação de saberes técnicos e populares e a mobilização de recursos institucionais e comunitários, públicos e privados para enfrentamento. dos problemas. relacionados ao processo de. saúde/doença e seus determinantes (BUSS, 2000). Descrevem-se, a seguir, as estratégias de promoção da saúde, entre as principais conferências internacionais, iniciando pela Carta de Ottawa, que preconiza cinco campos de ação para a promoção da saúde. O primeiro campo de ação tratase da elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis, no qual a promoção da saúde inclui, além dos cuidados de saúde, outros determinantes como: renda, proteção ambiental, trabalho e agricultura. A saúde deve estar na agenda de.

(36) 35. prioridades dos políticos e dirigentes em todos os níveis e setores, que devem tomar consciência de suas decisões e responsabilidades. A Carta de Ottawa sugere a diminuição das desigualdades sociais e a melhoria da qualidade de vida da população. Recomenda, também, a adoção de uma postura intersetorial para a formulação de políticas públicas e sua ação sobre o setor da saúde (BUSS; PELLLEGRINI, 2007). O segundo campo é a criação de ambientes favoráveis à saúde, propõe a proteção do meio ambiente e a conservação dos recursos naturais como parte da estratégia de promoção da saúde. O acompanhamento sistemático do impacto que as mudanças no meio ambiente produzem sobre a saúde, em particular, nas áreas de tecnologia, trabalho, produção de energia e urbanização, é essencial e deve ser seguido de ações que assegurem benefícios positivos para a saúde da população. A proteção do meio ambiente e a conservação dos recursos naturais devem fazer parte de qualquer estratégia de promoção da saúde (BRASIL, 2002a). O terceiro campo é o reforço da ação comunitária, posto que a promoção da saúde. trabalha. através. de. ações. comunitárias. concretas. e. efetivas. no. desenvolvimento das prioridades, na tomada de decisão, na definição de estratégias e na sua implementação, visando à melhoria das condições de saúde. O núcleo deste processo é o incremento do poder das comunidades – a posse e o controle dos seus próprios esforços e destino. O desenvolvimento das comunidades é feito sobre os recursos humanos e materiais nelas existentes para intensificar a autoajuda e o apoio social, e para desenvolver sistemas flexíveis de reforço da participação popular na direção dos assuntos de saúde, o empowerment comunitário. Isto requer um total e contínuo acesso à informação, às oportunidades de aprendizado para os assuntos de saúde, assim como o apoio financeiro adequado (BUSS; PELLEGRINI FILHO, 2007). A Reorientação dos serviços de saúde é o quarto campo de ação, no qual recomenda-se que esta reorientação deva voltar-se na direção de um enfoque na saúde e não na doença, que aponte para a integralidade das ações de saúde. Propõe, para isto, mudanças na formação dos profissionais e nas atitudes das organizações dos serviços de saúde (BRASIL, 2002a). O último campo trata do desenvolvimento de habilidade pessoais, a fim de capacitar pessoas para aprenderem através da vida e se preparar para todos os estágios. Essa é uma das estratégias prioritárias da nova promoção da saúde. Apoia, também, o desenvolvimento pessoal e social mediante a divulgação de informação, educação para a saúde e intensificação das habilidades vitais (BRASIL, 2002a)..

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