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Sistema fotovoltaico: uma análise do investimento sob a ótica contábil

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Academic year: 2021

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ADSON OLIVEIRA SANTOS

SISTEMA FOTOVOLTAICO:

UMA ANÁLISE DO INVESTIMENTO SOB A ÓTICA CONTÁBIL

NATAL-RN 2019

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SISTEMA FOTOVOLTAICO:

UMA ANÁLISE DO INVESTIMENTO SOB A ÓTICA CONTÁBIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do diploma de Graduação no Curso de Ciências Contábeis.

Orientadora: Profª Dra. Adriana Isabel Backes Steppan.

NATAL-RN 2019

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Santos, Adson Oliveira.

Sistema fotovoltaico: uma análise do investimento sob a ótica contábil / Adson Oliveira Santos. - 2019.

68f.: il.

Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Departamento de Ciências Contábeis. Natal, RN, 2019. Orientadora: Profª Drª Adriana Isabel Backes Steppan.

1. Contabilidade Financeira - Monografia. 2. Análise de

Investimento - Monografia. 3. Sistema Fotovoltaico - Monografia. I. Steppan, Adriana Isabel Backes. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

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Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovada em: 29 de Novembro de 2019.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________________

Profª Dra. Adriana Isabel Backes Steppan

_____________________________________________________________

Prof.ª Msc. Camila Catarine de Araújo Azevedo

_____________________________________________________________

Prof.ª Msc. Vanessa Câmara de Medeiros

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço à Deus por ser a razão e a intuição de todas as coisas. Agradeço aos meus pais, por ser quem sou e pela ajuda onipresente.

A minha família pelo comprometimento, paciência, incentivo e compreensão que foram essenciais para o início, o desenvolvimento e a conclusão deste trabalho.

Aos meus amigos e amigas pela amizade de valor incalculável e insubstituível.

Agradeço a minha orientadora Adriana Isabel Backes Steppan, pela paciência, apoio, incentivo e orientações que foram essenciais para a correta realização deste trabalho.

Aos professores e professoras do corpo docente do Departamento de Ciências Contábeis da UFRN pelo conhecimento contábil e pelo auto conhecimento que recebi, durante toda a convivência ao longo do curso.

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“O que você sabe não tem valor. O valor está naquilo que você faz com o que você sabe.”

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RESUMO

Segundo pesquisa (2018) do Instituto Ilumina o Brasil tem o quinto megawatt mais caro do mundo. Além disto, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, o reajuste médio anual da tarifa de energia elétrica (R$/MWh) nos últimos 10 anos, foi de 7%. No Brasil, os valores repassados para as distribuidoras estaduais de energia, representam, em média, 17% do valor total da conta de energia que é paga pelo consumidor brasileiro, sendo que, no estado do Rio Grande do Norte este valor chega a 32,29% repassado para a Cosern. Além destes fatores, foi criado, em 2015, pela Aneel, o sistema de bandeiras tarifárias que adicionou mais custos a serem pagos pelo consumidor em sua conta de energia elétrica. Como solução à redução deste alto custo atual, surge a necessidade de se estudar a aquisição de um gerador próprio de energia elétrica, no caso, um sistema fotovoltaico. Uma vez que a geração independente de energia elétrica foi permitida em 2012, este trabalho teve como principal objetivo analisar a viabilidade econômica- financeira da aquisição de um sistema fotovoltaico pelo Clube X. Para realizar este objetivo, foi necessário realizar os seguintes passos: identificar as despesas do Clube X pela Cosern; encontrar os valores de um sistema fotovoltaico (através de solicitação à Empresa Y) e calcular a redução dos custos que tal gerador próprio do Clube X pode proporcionar ao longo da vida útil do sistema, ou seja, 25 anos. Mediante esta metodologia, chegou-se as informações necessárias para a aplicação das técnicas de análise de investimentos ofertadas e utilizadas pela Contabilidade Financeira, a saber: a Taxa Interna de Retorno, o Valor Presente Líquido e o tempo de recuperação do investimento, ou seja, o Payback simples e descontado. Estando o Clube X classificado pelo Ministério de Minas e Energia, como um consumidor do Grupo A, realizou-se a análise do investimento neste cenário real (Clube no Grupo A) e também no cenário possível (Clube no Grupo B).Como resultados finais, considerando a opção de financiamento do sistema II proposto pela empresa Y, a TIR resultou em 7,06%, o Payback descontado em 10 anos e o VPL em R$ 1.632.942,86. Já no cenário possível (Clube no Grupo B) a TIR resultou em 5,44%, o Payback descontado em 8 anos e 5 meses e o VPL em R$ 1.874.513,06. Como pode-se perceber o Payback descontado no Grupo B resultou 1 ano e 7 meses a menos que no Grupo A, e o VPL resultou R$ 241.570,20 a mais que o VPL no Grupo A. Portanto, de acordo com o Payback descontado e o Valor Presente Líquido, o investimento fotovoltaico é mais viável e financeiramente mais atraente, considerando o Clube X no Grupo B.

Palavras-chave: Contabilidade Financeira. Análise de Investimentos. Sistema Fotovoltaico. Tarifa Binômia.

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ABSTRACT

According to a survey (2018) of the Illuminates Institute, Brazil has the fifth most expensive megawatt in the world. In addition, according to the National Electric Energy Agency, the average annual readjustment of the electricity tariff (R $ / MWh) in the last 10 years was 7%. In Brazil, the amounts passed on to state energy distributors represent, on average, 17% of the total amount of the energy bill that is paid by the Brazilian consumer, and in the state of Rio Grande do Norte this amount reaches 32, 29% passed on to Cosern. In addition to these factors, in 2015 Aneel created the system of tariff flags that added more costs to be paid by the consumer to their electricity bill. As a solution to the reduction of this high current cost, the need arises to study the acquisition of its own generator of electricity, in this case, a photovoltaic system. Since the independent generation of electricity was allowed in 2012, the main objective of this work was to analyze the economic and financial viability of Club X's acquisition of a photovoltaic system. Club X expenses by Cosern; find the values of a photovoltaic system (upon request to Company Y) and calculate the cost savings that such a Club X generator can provide over the life of the system, ie 25 years. Through this methodology, the necessary information was obtained for the application of the investment analysis techniques offered and used by Financial Accounting, namely: the Internal Rate of Return, the Net Present Value and the recovery time of the investment, ie Simple and discounted Payback. As Club X is classified by the Ministry of Mines and Energy as a Group A consumer, investment analysis was conducted in this real scenario (Club in Group A) and also in the possible scenario (Club in Group B). Considering the financing option of system II proposed by Company Y, the IRR resulted in 7.06%, the Payback discounted in 10 years and the NPV in R $ 1,632,942.86. In the possible scenario (Group B Club) the IRR resulted in 5.44%, the Payback discounted in 8 years and 5 months and the NPV in R $ 1,874,513.06. As you can see the discounted Payback in Group B resulted 1 year and 7 months less than in Group A, and the NPV was R $ 241,570.20 more than the NPV in Group A. Therefore, according to the discounted Payback and Net Present Value, photovoltaic investment is more viable and more financially attractive, considering Club X in Group B.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURAS

Figura 1 – O Efeito Fotovoltaico no painel solar...19

Figura 2 – Resumo da Metodologia utilizada...40

GRÁFICOS Gráfico 1- Resultados positivos citados pelas micro e pequenas empresas acerca de um investimento fotovoltaico...18

Gráfico 2 – Valores das contas de energia elétrica do Clube...43

Gráfico 3 – Parcela de custo de cada componente do sistema...49

QUADROS Quadro 1 - Opções de sistemas fotovoltaicos propostas ao Clube X...48

Quadro 2 – Variáveis e constantes utilizadas no cálculo Grupo A...52

Quadro 3 - Variáveis e constantes utilizadas no cálculo Grupo B...54

LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Resumo das pesquisas anteriores...28

Tabela 2 – Resumo dos resultados das pesquisas anteriores...29

Tabela 3 – Conjunto de tarifas na conta do Clube X...43

Tabela 4 – Comparativo das despesas do Clube com energia elétrica – Clube Grupo A...46

Tabela 5 – Comparativo das despesas do Clube com energia elétrica – Clube Grupo B...47

Tabela 6 – Valores dos sistemas propostos para o Clube...48

Tabela 7 – Estimativa da dinâmica de funcionamento energético do Clube com o sistema fotovoltaico instalado...50

Tabela 8– Valores do investimento fotovoltaico II à vista e à prazo...51

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...12 1.1CONTEXTUALIZAÇÃODOPROBLEMA ... 14 1.2OBJETIVOS ... 16 1.2.1OBJETIVO GERAL ... 16 1.2.2OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 16 1.3JUSTIFICATIVA ... 16 2 REFERENCIAL TEÓRICO...19 2.1OSISTEMAFOTOVOLTAICO ... 19 2.1.1CONCEITO ... 19 2.1.2FUNCIONAMENTO ... 20 2.1.3CLASSIFICAÇÃO ... 21

2.2AAQUISIÇÃODEUMSISTEMAFOTOVOLTAICO:UMADECISÃODE INVESTIMENTO ... 22

2.3AIMPORTÂNCIADACONTABILIDADEFINANCEIRAEMDECISÕESDE INVESTIMENTOS... 24

2.4RESULTADOSDEPESQUISASANTERIORES ... 28

3 METODOLOGIA...32

3.1TIPODEPESQUISA ... 32

3.2DEFINIÇÃODAUNIDADE-CASO(OBJETOESTUDADO) ... 33

3.2.1 Determinação do Número de Casos ... 34

3.3ELABORAÇÃODOPROTOCOLOO ... 34

3.4REDAÇÃODORELATÓRIO ... 35

3.5COLETAEANÁLISEDOSDADOS ... 36

3.5.1COLETA DOS DADOS DE PESSOAS ... 36

3.5.2COLETA DOS DADOS DE FONTES DE PAPEL ... 36

3.6DEFINIÇÃODATAXAMÍNIMADEATRATIVIDADE ... 38

3.7LIMITAÇÕESDAPESQUISA ... 39

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS...41

4.1CLASSIFICAÇÃODOCLUBECOMOUNIDADECONSUMIDORADEENERGIA ... 41

4.2.1DESPESAS TOTAIS (DEMANDA E CONSUMO) DO CLUBE X ... 43

4.2.2DESPESAS COM CONSUMO DO CLUBE X ... 44

4.2.3DESPESA COM DEMANDA DO CLUBE X ... 45

4.2.3DESPESAS DE CONSUMO –CLUBE X NO GRUPO B(CENÁRIO POSSÍVEL) ... 46

4.3PROPOSTATÉCNICA-COMERCIALDAEMPRESAYPARAOCLUBEX ... 47

4.3.1DADOS FINANCEIROS DA PROPOSTA ... 48

4.3.2ESTIMATIVA DA DINÂMICA DE FUNCIONAMENTO ... 50

4.3.3PROPOSTA DE FINANCIAMENTO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO ... 51

4.4ANÁLISEDOINVESTIMENTOFOTOVOLTAICODOCLUBEX ... 51

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4.4.2RESULTADOS CLUBE X NO GRUPO A––SISTEMA II ... 54

4.4.3RESULTADOS CLUBE X NO GRUPO B––SISTEMA II ... 56

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...59

REFERÊNCIAS...60

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1 INTRODUÇÃO

Uma das principais funções da Contabilidade, como Ciência Social Aplicada, é a de oferecer a sociedade, conhecimento teórico e prático para incentivar e criar o desenvolvimento econômico. Segundo Marion (2004) a Contabilidade existe principalmente para auxiliar as pessoas na tomada de decisões.

A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões. Uma empresa sem boa Contabilidade é como um barco, em alto-mar, sem bússola. (MARION, 2004, pág.26).

A Contabilidade é mantida tanto para Pessoas Físicas quanto para Pessoas Jurídicas. Pessoa Física é a pessoa natural, todo indivíduo sem qualquer exceção. Pessoa Jurídica é a união de indivíduos que, através de um contrato reconhecido por lei, formam uma nova pessoa, com personalidade distinta de seus membros. As pessoas jurídicas, no exercício de suas atividades, podem ter como objetivo final a geração de lucro (objetivo financeiro) ou, quando classificadas como associação (desportiva por exemplo) podem ter objetivos sociais, como é o caso do Clube X.

Diante do alcance do impacto social que uma pessoa jurídica naturalmente possui, não basta realizar a Contabilidade dentro da empresa. É preciso realizar uma Contabilidade de qualidade. E isto, nem sempre é fácil ou simples. Dependendo do tipo e porte da empresa, uma tomada de decisão (um investimento, por exemplo) pode exigir profundo estudo, dedicação de tempo ou a busca por um grande volume de informações. O conhecimento dos fatores internos e externos à empresa, deve levar a identificação dos fatos que são capazes de formar as bases sólidas para a tomada de decisão. Sem este conhecimento, o gestor fica impossibilitado de saber quais serão verdadeiramente os potenciais benefícios (ou prejuízos) que sua decisão pode causar. A Contabilidade então, surge como um instrumento que pode trazer clareza e precisão aos gestores. Silva e Filho (2015) reforçam esta ideia:

É de posse de informações úteis que os administradores se instrumentalizam para tomar decisões sobre problemas enfrentados no dia-a-dia. A literatura sugere que quanto mais importante for a decisão, maior a necessidade de informação. Logo, a decisão não pode ser adotada sem nenhum fundamento, mas sim por meio de informações reais e documentadas sendo avaliadas e discutidas pelos responsáveis pela decisão. É sob esse prisma que a Contabilidade ganha importância. Um adequado processo de gestão organizacional necessita de informações

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precisas, verificáveis e que evidenciem a verdadeira situação da organização. À luz desse pensamento, a Contabilidade se posiciona como fonte de informações que contribuirão para orientar as decisões a serem tomadas por parte dos gestores.[...].O administrador, ao decidir, interfere no patrimônio e no resultado da organização. (SILVA; FILHO, 2015, pág.5).

Os relatórios produzidos pela contabilidade podem servir de guia e auxílio para as pessoas físicas, bem como, às micro e pequenas empresas em decisões de investimento. Como reforça Carvalho:

Uma informação relevante nas demonstrações financeiras é aquela capaz de fazer diferença na tomada de decisão ajudando os usuários a preverem resultados de eventos do futuro ou para confirmar ou corrigir expectativas anteriores. (CARVALHO et al., 2013, pág.2).

Com a aplicação das técnicas determinísticas de análise de investimentos, Taxa Interna de Retorno, Valor Presente Líquido e Payback simples e descontado, os gestores tomam posse dos instrumentos oferecidos pela matemática financeira e utilizado pela Contabilidade Financeira, que oferecem o poder de auxiliá-los cientifica e contabilmente, em suas tomadas de decisões, principalmente, em relação as decisões de investimentos. A Taxa Interna de Retorno, conhecida como TIR, indica para o gestor, qual é o potencial de remuneração que o investimento possui em determinado período fixado. Esta Taxa é o resultado do somatório dos valores financeiros que retornam ao gestor, ou seja, os ganhos líquidos (ou as economias de caixa) que o investimento escolhido tem a capacidade de oferecer. A TIR deve ser comparada com a Taxa Mínima de Atratividade, ou seja, a taxa de remuneração interna do investimento deve ser comparada com o mínimo que o investidor deseja (ou pode) ganhar.

Já o Valor Presente Líquido indica para o gestor ou agente tomador de decisão, qual é o valor atual desse somatório (das remunerações futuras). Uma vez que, científica e contabilmente, o custo do capital tende sempre a crescer com o passar do tempo, na análise do investimento deve-se descontar, das remunerações futuras, o valor monetário do capital, para que assim possa se chegar a uma estimativa mais próxima da realidade externa e interna do investimento.

Por fim, a técnica do Payback oferece ao gestor a estimativa do tempo necessário para que o montante do capital investido seja pago, ou seja, quanto tempo levará para que as remunerações proporcionadas pelo investimento paguem o próprio investimento inicial, e

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assim, após esse tempo estimado, o gestor passa a ter ganhos líquidos, livres da “dívida” do investimento.

Adquirir um sistema fotovoltaico, o qual tem a capacidade de tornar uma empresa ou residência, produtora de sua própria energia elétrica, é visto como uma decisão complexa em função dos vários aspectos relacionados à natureza do seu funcionamento físico e financeiro, necessitando portanto, de um bom estudo e de uma boa análise contábil.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

Em matéria publicada pela revista Veja em 09 de maio de 2018, foi divulgada uma pesquisa realizada pelo Instituto Ilumina que descreveu sobre o valor da tarifa energética (R$/MWh) em alguns países. Roberto D´Araújo, diretor do Instituto responsável pela pesquisa, afirmou na matéria, que

temos o quinto megawatt/hora (MWh) mais caro do mundo.” Segundo a pesquisa:

De acordo com o levantamento feito com 30 países, a tarifa nacional só é mais barata que a da Alemanha, Bélgica, Itália e Espanha. Entre as nações que fizeram parte da pesquisa, o México tem o menor preço. (INSTITUTO ILUMINA, maio 2018).

O diretor do Instituto Ilumina, ainda afirma que “a quantidade de encargos é enorme e isso tem reflexo no custo da energia”, avalia o representante do Instituto Ilumina, que faz parte do desenvolvimento estratégico do setor energético. A ANEEL esclarece:

Os encargos setoriais são criados por leis aprovadas pelo Congresso Nacional para tornar viável a implantação das políticas de Governo para o setor elétrico. Seus valores constam de resoluções ou despachos da ANEEL e são recolhidos pelas distribuidoras por meio da conta de energia. Cada um dos encargos é justificável, mas, considerados em conjunto, impactam a tarifa e a capacidade de pagamento do consumidor (ANEEL, 2019).

Pode-se perceber que a própria Agência regulamentadora do mercado de energia elétrica no Brasil, reconhece que, o conjunto dos encargos eleva o valor da tarifa e compromete a capacidade de pagamento do consumidor. Aprofundando mais esta questão, a Aneel esclarece que “são entendidos como encargos setoriais os custos não gerenciáveis suportados pelas concessionárias, instituídos por Lei, cujo repasse aos consumidores é decorrente da garantia do equilíbrio econômico-financeiro contratual também instituídos por lei. Em outras palavras, quando a conta de energia elétrica chega nas mãos do consumidor, no valor total estão inseridos o preço pela compra da energia (custos da geração hidrelétrica),

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o preço da transmissão (custos da transmissora) e o preço da distribuição (serviços prestados pela distribuidora), além dos encargos setoriais e tributos.

Além desta problemática do alto custo da energia elétrica brasileira, a ANEEL criou em 2015, um sistema de cobrança que adicionou mais um custo na conta de energia elétrica do consumidor. Tal custo tem sua causa nas condições de geração da usina hidrelétrica. Este sistema recebeu o nome de Sistema de Bandeiras Tarifárias.

O Sistema é composto pelas bandeiras tarifárias verde, amarela e vermelha (patamar 1 e 2) que hoje estão presentes na fatura elétrica do consumidor. São chamadas de bandeiras por que visam sinalizar para o consumidor as condições atuais de produção de energia elétrica nas usinas. Tais bandeiras avisam (ao final de cada mês) para o consumidor, se haverá ou não acréscimo no valor da energia elétrica no mês seguinte. Antes da ANEEL criar este Sistema de Bandeiras Tarifárias, os custos adicionais de geração eram incluídos no reajuste anual, de uma só vez, não dando a oportunidade para o consumidor se prevenir, para economizar em seu consumo de energia. Nas palavras da própria Agência:

A bandeira verde sinaliza boas condições de geração de energia e a tarifa não sofre nenhum acréscimo. A bandeira amarela sinaliza condições de geração menos favoráveis e a tarifa sofre acréscimo de R$ 1,50 a cada 100 kWh consumidos. A bandeira vermelha (patamar 1) representa condições mais custosas de geração e a tarifa sofre acréscimo de R$ 4 a cada 100 kWh consumidos. E a bandeira vermelha (patamar 2) representa condições ainda mais custosas de geração e sofre um acréscimo de R$ 6 a cada 100 kWh consumidos (ANEEL, 2019).

Nos meses de agosto e novembro de 2019, o consumidor brasileiro ficou sujeito a tarifa de bandeira vermelha em sua conta de energia elétrica, ou seja, tal bandeira sinalizou que as condições de geração estavam desfavoráveis (nível mínimo dos reservatórios). Diante disto, tarifa de energia elétrica com altos encargos e que depende de reservas hídricas, e recente elevação do preço final com a criação do sistema de bandeiras, observa-se que o custo da energia elétrica está bastante atrelado a legislação regulamentadora vigente, e a eventos que fogem ao controle das organizações. Resulta oportuno então, analisar os custos e benefícios de um gerador próprio de energia elétrica, no caso, um sistema fotovoltaico.

Este estudo parte do pressuposto de que, a contabilidade, a partir de seus relatórios e análises adicionais, pode oferecer informações aos gestores no processo decisório da aquisição de um sistema solar de geração de energia elétrica. Assim sendo, em se tratando desse projeto de investimento, tem-se a seguinte questão de pesquisa: Quais os critérios que devem ser observados na análise da viabilidade do investimento em um sistema fotovoltaico?

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1.2 OBJETIVOS 1.2.1OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem como objetivo geral verificar a viabilidade econômica- financeira da aquisição de um sistema fotovoltaico pelo Clube X através de técnicas utilizadas pela Contabilidade Financeira, a saber: Taxa Interna de Retorno, Payback simples e descontado e Valor Presente Líquido.

1.2.2OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Para realizar o objetivo geral deste trabalho são necessários realizar previamente os seguintes objetivos específicos:

• Evidenciar a importância das técnicas de análise de investimentos;

• Identificar as despesas de energia elétrica do Clube X pelo sistema da Cosern; • Demonstrar os valores da aquisição de um sistema fotovoltaico pelo Clube X; • Simular as despesas de energia elétrica do Clube X com o sistema fotovoltaico;

1.3 JUSTIFICATIVA

Apesar do alto crescimento do mercado fotovoltaico na última década no Brasil, e da comprovação de que o melhor resultado positivo de se realizar o investimento em um sistema fotovoltaico é a redução dos gastos com energia elétrica (ver Gráfico 1), é preciso reconhecer que este é um mercado novo, criado há aproximadamente 10 anos, com a publicação da Resolução 482 da ANEEL.

Além disto, a aplicação comercial da tecnologia de aproveitamento da luz solar para produzir energia elétrica, é uma aplicação contemporânea, com aproximadamente 70 anos de existência, uma vez que o primeiro material fotovoltaico para fins comerciais foi criado em 1950, como será explicado a seguir. Tais fatos, naturalmente, podem explicar a ainda existente (e grande) falta de conhecimento das pessoas físicas e jurídicas sobre o sistema fotovoltaico. No entanto, o Brasil não foi o primeiro país do mundo a criar este tipo de mercado.

Segundo José Luís Colaferro (e-book Blue Sol, 2016, pág. 15), sócio diretor de uma das empresas líderes do mercado fotovoltaico no Brasil, a primeira célula fotovoltaica

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para aplicações práticas e comerciais foi fabricada em 1950 pela Bell Telephone Company empresa sediada em Boston, Estados Unidos.

As legislações regulamentadoras começaram a surgir um pouco depois, durante os anos 90. Tais legislações criaram a base política e econômica para que a aplicação da tecnologia pudesse ser expandida, para residências, empresas, e na construção de usinas solares. Na Europa, a produção independente de energia elétrica teve a sua semente plantada e desenvolvida pela Alemanha, a qual liderou a expansão do mercado fotovoltaico naquele continente. Seguindo a evolução histórica da tecnologia, foi somente após os anos 2000 que o uso fotovoltaico explodiu ganhou o mundo, crescendo mais de 196 vezes em apenas 16 anos.

Entre 2008 e 2013, a regulamentação foi sendo criada por outros países ao redor do globo, resultando em um crescimento da tecnologia de mais de 50% ao ano. Os custos dos sistemas solares caíram com a construção das enormes fábricas chinesas. Algumas linhas de financiamento e modelos de negócios inovadores fizeram com que cada vez mais pessoas tivessem acesso à tecnologia fotovoltaica. (COLAFERRO, 2016, pág.15).

No entanto, é uma realidade brasileira o fato de que as organizações sofrem pela falta de informação sobre a natureza do sistema fotovoltaico e de seus benefícios. Tal desconhecimento ou pouco conhecimento caracteriza-se pela presença de muitas dúvidas, incertezas e insegurança no momento da decisão de investir em um sistema fotovoltaico. Em pesquisa realizada entre maio e julho de 2019, pelo Sebrae e pela Associação Brasileira de Energia Solar, foram entrevistadas, por telefone, 3.199 pessoas jurídicas acerca da experiência deles com sistemas fotovoltaicos. A pesquisa revelou que apenas 9% dos micro e pequenos negócios estão bem informados sobre a natureza e os benefícios de um sistema fotovoltaico. Apesar disto, segundo a mesma pesquisa citada acima, entre 68 e 85% das 3.199 empresas entrevistadas acreditam que haveria benefício se a empresa adquirisse um sistema fotovoltaico. O Gráfico 1 revela os resultados positivos do investimento em sistema fotovoltaico.

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GRÁFICO 1 - RESULTADOS POSITIVOS CITADOS POR MICRO E PEQUENAS EMPRESAS ACERCA DE UM INVESTIMENTO FOTOVOLTAICO

Fonte: Pesquisa “Energia Solar e os Pequenos Negócios no Brasil”, pág.7 (Sebrae, 2019).

Portanto, diante da problemática atual do alto custo de energia elétrica no Brasil e o aumento intensivo do mercado fotovoltaico, este trabalho justifica-se pela necessidade de informar de forma quantitativa e qualitativa, às pessoas físicas e jurídicas, dos benefícios da aquisição de um sistema fotovoltaico quanto a sua capacidade de reduzir a despesa com energia elétrica. Além disto, este trabalho justifica-se pelo interesse do autor, em se se adicionar ao universo da pesquisa científica contábil, a comprovação de que, as técnicas de análise contábil financeira (TIR, VPL e Payback) são ferramentas úteis e práticas que devem ser utilizadas pelos gestores em sua tomada de decisão quanto ao investimento fotovoltaico.

84% 20,3% 12,7% 10,0% 7,2% 3,0% 2,5% 2,1% 4,0% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

Redução de gastos com energia elétrica Benefícios Ambientais Retorno do investimento Redução dos impostos ou taxas Segurança, regularidade e autonomia na produção

Imagem e competitividade da empresa Créditos de energia

Outros Não teve resultados

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2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 O SISTEMA FOTOVOLTAICO 2.1.1CONCEITO

A luz do Sol pode ser aproveitada tanto para gerar energia térmica (calor) quanto para gerar energia elétrica. Quando a luz do Sol é aproveitada para gerar energia térmica se diz que seu uso é foto térmico. E a luz do Sol é aproveitada para gerar energia elétrica se diz que seu uso é fotovoltaico. Este nome, fotovoltaico, é o resultado da junção de duas palavras: fóton (a menor partícula da luz do Sol) e volt (unidade de medição do potencial elétrico, quantidade de energia) (PORTAL SOLAR, 2019).

O sistema fotovoltaico é o sistema que, através de painéis de silício, recebe os fotóns da luz do Sol para que estes, “energizem” os átomos de silício e estes liberem seus elétrons, fazendo com que surja o fluxo destes, ou seja, a corrente elétrica. Este efeito de energização eletro-atômica é chamado de efeito fotovoltaico. Tal efeito foi descoberto em 1838 pelo cientista francês Alexandre-Edmond Becquerel. No entanto, tal efeito só foi utilizado para fins comerciais na década de 50, ganhando suas primeiras regulamentações a partir da década de 90. O efeito fotovoltaico só acontece, porque os painéis solares de silício, são eletricamente positivos sua superfície superior, e eletricamente negativos em sua superfície posterior, ou seja, os átomos de silício que compõem a parte superior do painel estão com mais energia (mais elétrons) que os átomos que compõem a parte posterior. Esta diferença de potencial é feita na fábrica de painéis. São os fótons da luz do Sol, a energia que une os elétrons de cima, com os de baixo (PORTAL SOLAR, 2019).

FIGURA 1- O EFEITO FOTOVOLTAICO NO PAINEL SOLAR

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Um sistema fotovoltaico é um gerador de energia elétrica que tem como fonte geradora renovável e limpa, a luz do Sol. As principais diferenças entre este tipo de gerador e um gerador comum é que, por exemplo, o gerador comum utiliza como fonte geradora, o gás natural ou diesel, e geralmente tais geradores sãos instalados no chão. Já o gerador solar (sistema fotovoltaico) utiliza a luz do Sol e geralmente é instalado no telhado da casa ou do edifício comercial. Um sistema fotovoltaico, é um conjunto físico material formado por painéis solares, estruturas metálicas, inversor (aparelho especial), cabos elétricos e quadros de medição de energia. Este é um sistema fotovoltaico completo.

Para fins práticos toda vez que for citado o nome sistema fotovoltaico neste trabalho, entenda-se pelo conjunto completo, ou seja, o conjunto formado pelos painéis, estruturas, cabos, inversor e quadros de medição. Além disto, toda vez que for citado aquisição do sistema fotovoltaico, isto representa o pagamento do valor global do investimento no conjunto, que inclui: projeto, compra, instalação e ligação do sistema. A tipologia padrão de um sistema fotovoltaico está presente na seção Anexos deste trabalho. 2.1.2FUNCIONAMENTO

Depois que a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) publicou a Resolução de Nº 482, toda pessoa interessada em produzir sua própria energia elétrica através da compra de um sistema fotovoltaico por exemplo, foi permitida legalmente a fazer a aquisição. Depois da aquisição, segue a instalação. A empresa instaladora, destelha parte do telhado onde será fixado o sistema, parafusa as guias metálicas nos caibros do telhado, repõe as telhas e logo em seguida conecta os painéis solares são conectados uns aos outros. Por fim, os painéis solares são fixados nos perfis metálicos. Três cabos finais (positivo, negativo e neutro) descem do telhado até o quadro de energia de medição do local onde foi instalado o sistema, podendo este ser uma casa ou uma residência (PORTAL SOLAR, 2019).

Depois de instalado, o sistema é conectado à rede. Realizada a ligação na rede, o sistema fotovoltaico passa a funcionar da seguinte forma: os painéis solares captam a luz do Sol e a corrente elétrica é gerada pelo efeito fotovoltaico já explicado anteriormente. A corrente elétrica gerada pelo sistema é de tipo contínua e precisa passar pelo inversor para se tornar corrente alternada (a corrente de uso comum nas residências). Depois de sua passagem pelo inversor, a corrente elétrica segue para o quadro de distribuição (geralmente colocado na cozinha) e deste, para os pontos de consumo da casa. Quando alguém compra

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um sistema fotovoltaico e o instala em sua casa, é importante ter em mente três aspectos: geração, consumo e créditos (PORTAL SOLAR, 2019).

Pela manhã o sistema fotovoltaico produz mais energia do que as pessoas da casa estão consumindo, então, o excesso de energia elétrica é enviado para a rede pública da concessionária, por isto a necessidade de conectar o sistema à rede pública. Conforme este excesso é injetado na rede, um medidor acompanha o saldo de créditos. O consumidor acumula estes créditos de energia que normalmente serão utilizados a noite, quando a produção é menor e o consumo é maior. Se ao final do mês o saldo total de créditos gerados superar o valor do consumo total, a conta de energia elétrica será significativamente reduzida. Tudo depende da capacidade de produção do sistema e do consumo da família. Um bom sistema fotovoltaico (com muitos painéis solares) tem poder de reduzir em até 98% o valor da fatura do consumidor.

Em dias nublados ou chuvosos o sistema fotovoltaico também produz energia elétrica, porém em menor quantidade. Nestes casos, a energia necessária mas que falta para o consumo, é fornecida pela rede. Uma das desvantagens de um sistema fotovoltaico é o de não produzir energia elétrica a noite. No entanto, geralmente seu tempo de produção é de 12hrs (das 06h da manhã até as 18h da tarde) e e o consumo maior é das 18h até as 00:00h (6 horas). A capacidade de produção do sistema (kW) dependerá do número de painéis necessários para produzir o consumo da casa. Cada placa produz uma quantidade de energia medidas em Watts. E o consumo da casa é medido em kilowatts. (PORTAL SOLAR, 2018).

Na seção Anexos deste trabalho estão as imagens que explicam a dinâmica do funcionamento de um sistema fotovoltaico durante o dia e a noite, onde quer que ele esteja instalado. Ao analisar as imagens é muito importante observar os três aspectos da dinâmica de funcionamento: geração de energia elétrica (pelo sistema), consumo (da casa ou prédio) e créditos (excesso/sobra de energia elétrica que não foi consumida).

2.1.3CLASSIFICAÇÃO

Na contextualização deste trabalho foi citado que, com a entrada em vigor da Resolução de Nº 482 da ANEEL, dentro do mercado elétrico brasileiro, foi criado um novo mercado, o mercado da produção elétrica independente. Tal mercado foi nomeado de geração distribuída e dividido em micro e mini geração. Esta divisão tem como base a quantidade de energia produzida.

(23)

Para compreendermos como a quantidade de energia é calculada, devemos apelar a Física Básica, que nos oferece a equação: Potência = Voltagem x Corrente elétrica. Um sistema fotovoltaico é classificado de acordo com a sua potência, ou seja, o tamanho da carga de energia que é capaz de produzir. Basicamente a quantidade de energia produzida, depende da quantidade de corrente elétrica (fluxo de elétrons) produzida. A unidade de medida da potência elétrica é o Watt, em homenagem ao engenheiro e matemático britânico James Watt (WIKIPEDIA, 2019).

Quanto maior o número de painéis solares, maior será a potência do sistema, uma vez que cada placa produz uma certa quantidade de corrente elétrica, e a soma da quantidade produzida pelos painéis solares, nos dá a corrente total produzida. No entanto, a quantidade de energia produzida depende também da quantidade de radiação solar recebida, da voltagem escolhida, da posição de instalação do sistema, entre outros fatores.

Todo sistema fotovoltaico que produza uma quantidade de energia menor ou igual a 75 quilowatts (kW) é classificado como um micro gerador, se inserindo portanto, dentro da micro geração distribuída. No entanto, todo sistema fotovoltaico que produza uma quantidade superior a 75 quilowatts (kW) e menor que 5 megawatts (MW) é classificado como sendo um mini gerador, inserindo-se portanto, dentro da mini geração. Sistemas geradores que sejam capazes de produzir acima de 5 MW de potência são classificados como geradores centrais e inserem-se na geração centralizada de produção de energia elétrica sendo considerados usinas solares (ANEEL, 2016). Geralmente, todos os sistemas fotovoltaicos instalados nas residências são micro geradores. O sistema fotovoltaico do Clube X se classifica como um micro gerador (menor que 5 MW).

2.2 A AQUISIÇÃO DE UM SISTEMA FOTOVOLTAICO: UMA DECISÃO DE INVESTIMENTO

A aquisição de um sistema fotovoltaico pode ser estudada como uma decisão de investimento. Camila Camargo, em seu livro “Análise de Investimentos e Demonstrações Financeiras” explica:

Entendemos por investimento o comprometimento atual de dinheiro ou de outros recursos feito na expectativa de colher benefícios maiores no futuro. Assim, reduzir os desembolsos de caixa pode ser tão benéfico para a organização quanto aumentar as entradas de caixa em função de um novo projeto de investimento (CAMARGO, 2009, pág. 23).

Segundo Marion (2004) desembolso é “todo dinheiro que sai do caixa pelo pagamento de uma despesa ou por outra aplicação qualquer.” A aquisição de um sistema

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fotovoltaico atende as características citadas por Camargo uma vez que pode reduzir, em até 98%, e de forma imediata, (30 dias após a ativação do sistema) o desembolso com os custos fixos de energia elétrica. Segundo Camargo (2009, pág.19), “quanto maior for o retorno esperado de um projeto de investimento, mais atraente ele se mostrará para a empresa. Mas cabe lembrar que essa decisão envolve a observância do nível de risco de cada escolha.”

Além dos aspectos puramente técnicos, fatores psicológicos e subjetivos interferem na decisão sobre investimentos pessoais ou mesmo organizacionais. Isso quer dizer que, mesmo que o estudo técnico indique um determinado projeto como mais atrativo, o gestor poderá fazer outra opção, em razão de preferências pessoais, amizade, interesse, construção de relacionamento com outras empresas ou status, os quais não podem ser mensurados em uma abordagem estritamente financeira (CAMARGO, 2009, pág. 20).

Bruni (2008) afirma que decisões de investimentos são primeiramente, decisões financeiras. Tal autor citou:

As decisões financeiras podem ser de dois tipos principais: decisões de investimento e decisões de financiamento. Ao investir, o administrador financeiro deve procurar auferir melhores ganhos. Sob o ponto de vista das decisões de investimentos, busca-se ganhar mais, aumentos o retorno dos investimentos, considerando os riscos corridos (BRUNI, 2008, págs. 9 e 17).

Bruni (2008) também cita a Contabilidade Financeira como importante aliada dos gestores em suas tomadas de decisões.

As análises das relações entre as variáveis tempo e dinheiro afetam toda a entidade. A maioria das decisões empresariais são medidas em termos financeiros. Todas as áreas da empresa, incluindo contabilidade, produção, marketing, etc. necessitam interagir com a área de finanças para realizar o seu trabalho e precisam dos conceitos apresentados em finanças para melhor fundamentar as suas decisões. A Contabilidade Financeira assume papel importante para auxiliar as Finanças no que se refere ao fornecimento de informações relevantes (BRUNI, 2008, pág. 6)

A informação contábil é essencial para a tomada de decisão. Muito são os gestores que sabem da importância das informações contábeis quando se deparam frente a um desafio de decisão. Moreira (2013) citou que:

Estudo realizado por Silva et al. (2010) com 55 empresas localizadas na região metropolitana do Recife revelou que, ao serem questionados sobre a relevância atribuída à informação contábil na tomada de decisões, 60,3% dos respondentes consideraram estas como importantes para a empresa (MOREIRA, 2013, pág. 13).

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2.3 A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE FINANCEIRA EM DECISÕES DE INVESTIMENTOS

Na Introdução deste trabalho foi destacada a importância da Contabilidade para a tomadas de decisões de forma geral pelos gestores. Neste item, este contexto de decisões será especificado, ou seja, será tratada a importância da Contabilidade Financeira na tomada de decisões de investimentos. A Contabilidade Financeira é um caminho científico que pode prover o gestor e/ou tomador de decisão das informações essenciais para que sua decisão seja analiticamente estudada, e assim, seja possível estimar os benefícios, e/ou se prever e evitar prejuízos financeiros, perda de tempo ou gastos de energia desnecessários. Sant’Anna (2012) apud Amorim (2014) reforçam esta ideia ao dizerem:

A contabilidade financeira, ou geral, por ser uma ciência social, é universal. A forma e a falta de padronização de apresentação das informações de desempenho pela contabilidade financeira ou geral trazem dificuldades para os gestores (usuários internos) em suas análises e tomadas de decisões. A informação contábil é uma ferramenta extremamente importante para o sucesso de qualquer empresa, mas não deve apenas se restringir ao atendimento das determinações legais, pois deve contribuir decisivamente para a tomada de decisão pelos gestores da empresa, bem como por outros usuários interessados nas informações (como acionistas, investidores, empregados etc.) (SANT’ANNA, 2012). Dentro do contexto das decisões de investimentos, a Contabilidade Financeira utilizando-se da Matemática Financeira, oferece técnicas contábeis que servem como instrumentos científicos de avaliação de investimentos. Bruni (2008) traz a base desta ideia ao citar que:

O processo de avaliação de investimentos envolve o uso de técnicas, que geralmente comparam os ganhos dos ativos ou investimentos, mensurados sob a forma de fluxos de caixa livres, com os custos dos financiamentos, mensurados sob a forma da taxa mínima de atratividade. O processo de avaliação de investimentos envolve três etapas distintas: projeção do fluxo de caixa, cálculo do custo de capital e aplicação das técnicas de avaliação. Após definir o horizonte de análise, coletar os dados relevantes, elaborar as estimativas de fluxo de caixa e obter a média ponderada dos custos de financiamento, o passo seguinte à elaboração da perspectiva do investimento consiste na análise dos ganhos e estudo dos riscos oferecidos pela decisão. (BRUNI, 2008, págs.227 e 228).

Uma vez que os dados são coletados, e os fluxos de caixa são estimados e o custo do capital considerado o próximo e último passo é a aplicação das técnicas. Bruni (2008) classifica as técnicas da seguinte forma:

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As técnicas de avaliação das decisões de investimentos podem ser agrupadas em dois grandes grupos. A depender dos conceitos e parâmetros empregados na avaliação, pode-se classificar as técnicas como de avaliação contábil ou de avaliação financeira, propriamente dita (BRUNI, 2008, pág.199).

Já Camargo, em 2009, analisou que “financeiramente, qualquer investimento pode ser analisado em função do lucro ou do prejuízo econômico que produz, da taxa percentual de retorno que proporciona ou do tempo que leva para retornar o investimento inicialmente despendido.” E ainda acrescentou:

Existe, na teoria financeira, uma diversidade de técnicas de análise de investimento, cada qual responsável por informar ao gestor um aspecto do projeto. Os principais métodos que o gestor pode levar em conta para a tomada de decisão, são nove: Valor Presente Líquido (VPL); Valor Presente Líquido anualizado (VPLa); Índice Benefício/Custo (IBC); TIR (Taxa Interna de Retorno); Ponto de Fisher; Taxa Interna de Retorno modificada (TIRm); Período de payback (PB); Período de payback descontado (PBd) e Análise conjunta das técnicas. (CAMARGO, 2009, pág. 79).

Estas nove técnicas citadas por Camargo, oferecem ao gestor muitas informações úteis que podem ajudá-lo no embasamento de sua decisão. Tais técnicas, como diz Camargo (2009) são “modelos determinísticos de avaliação, pois exigem um valor certo e único para cada variável de entrada. Isto quer dizer que os métodos tem como parâmetro a taxa de desconto conhecida e os fluxos médios.” Já Lizote et al. (2014) afirmam:

A avaliação básica de um projeto de investimento envolve um conjunto de técnicas, sendo necessária a análise criteriosa dos métodos para que se possam compreender os reflexos nos resultados financeiros. Braga (1995), Motta e Calôba (2002), Souza e Clemente, (2004), Casarotto e Kopittke (2008) e Hoji (2010) citam como métodos de análise o Valor Presente Líquido (VPL), a Taxa Interna de Retorno (TIR), o Prazo de Retorno do Investimento Inicial (Payback), o Índice de Lucratividade (IL) e a Taxa Mínima de Atratividade (TMA). Constituindo possíveis formas de analisar os novos investimentos (LIZOTE, et al. 2014).

Como foi visto, Bruni (2008) dividiu as técnicas em dois grandes grupos, Camargo (2009) recomendou nove técnicas e Lizote et al sugeriram cinco técnicas. O presente trabalho caracteriza-se por utilizar quatro técnicas da Contabilidade Financeira, a saber: Payback simples, Payback descontado, Taxa Interna de Retorno (TIR) e Valor Presente Líquido (VPL). A aplicação das técnicas para a análise do investimento terá como base de dados as informações contábeis do Clube X e as informações entregues pela proposta técnica-comercial elaborada pela empresa Y Engenharia.

(27)

No entanto, existem técnicas de análises de investimento para aqueles que investimentos que envolvem risco e incerteza. Tais técnicas não se aplicam ao investimento fotovoltaico, uma vez que, segundo Camargo, investimentos com risco e incerteza devem cumprir as seguintes características:

a) Os gastos e as receitas do projeto podem variar ao longo do tempo, em função de fatores externos ou internos; b) a taxa de juros pode sofrer variação no mercado ou c) o tempo de vida útil de um bem pode não ser conhecido com exatidão (CAMARGO, 2009, pág. 130). Em relação ao primeiro fator, os gastos com o projeto do sistema fotovoltaico são constantes ao longo do tempo. Quanto ao tempo de vida útil do equipamento solar está em média 25 anos, o que reforça a aplicação lógica das técnicas determinísticas de análise do investimento. Bruni (2008) nos auxilia resumindo que, o processo de avaliação de um investimento consiste sucessivamente em: coleta de dados relevantes; elaboração do fluxo de caixa; cálculo da TMA; análise dos ganhos e riscos; decisão financeira e por fim, aceitação ou rejeição do projeto. O mesmo autor faz o seguinte comentário sobre o Payback:

Para obter o payback simples de um projeto de investimento, basta verificar o tempo necessário para que o saldo do investimento (soma dos fluxos de caixa colocados e gerados pelo investimento) seja igual a zero. Tal método só pode ser aplicado quando o fluxo de caixa é do tipo simples, ou seja, os fluxos de caixas apresentam apenas uma mudança de sinal, com o investimento com sinal negativo e n recebimentos com sinal positivo. Quando o valor do dinheiro no tempo é considerado na análise, o método do payback passa a ser denominado payback descontado. Os procedimentos de cálculo são similares aos empregados no payback simples, bastando trazer os fluxos de caixa ao valor presente, usando o regime de juros compostos (BRUNO, 2008, págs. 227 a 229).

Quanto ao Valor Presente Líquido, Bruni (2008) explica que, em caso de projetos de investimentos onde é feito um desembolso inicial com o objetivo do recebimento de uma série de fluxos de caixa futuros, o Valor Presente Líquido, mais conhecido como VPL, representa os recebimentos futuros trazidos e somados na data zero, subtraídos do investimento inicial. Quando o VPL é maior que zero, esse fato indica que os fluxos futuros trazidos e somados ao valor presente superam o investimento inicial. Logo, o projeto de investimento deveria ser aceito. As equações matemáticas dos indicadores financeiros Valor Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno podem ser encontradas em livros de Análise de Investimentos, Contabilidade Financeira ou Matemática Financeira. A equação do VPL é dada por:

(28)

Fonte: Bruni (2008).

Onde:

VPL = Valor Presente Líquido;

Fc = Fluxo de Caixa;

i = taxa de desconto ou TMA igual a 0,2871% ao mês (para o Clube X);

n = 300 meses (vida útil do sistema = 25 anos);

Já a equação da Taxa Interna de Retorno, a TIR é dada por:

Fonte: Bruni (2008). Onde:

Tir = Taxa Interna de Retorno;

Fct = Fluxo de Caixa líquido no mês n;

n = de 0 a 300 meses (vida útil do sistema fotovoltaico = 300 meses);

No entanto, devido ao longo período do investimento (N = 300 meses), a equação do VPL e a do TIR teriam que ser escritas 300 vezes para a montagem da tabela. Devido a isto, os resultados da Taxa Interna de Retorno e do Valor Presente Líquido deste trabalho, serão obtidos mediante o programa Microsoft Excel, que disponibiliza estas equações matemáticas através das funções “=TIR”, e “=VPL”. Ambas funções automatizam o cálculo. O cálculo do Fluxo de Caixa Descontado, ou seja, o Fluxo de Caixa trazido para o valor monetário presente, também será realizado mediante equação disponível no Excel, a saber a função “VP”. No entanto sua equação encontra-se a seguir.

VP = VF (1+ i) n

Fonte: Bruni (2008). Onde:

VP = Fluxo de Caixa trazido para o Valor Presente; VF = Fluxo de Caixa Futuro;

i = 0,2871% ao mês (para o Clube X);

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2.4 RESULTADOS DE PESQUISAS ANTERIORES

A demonstração dos resultados científicos obtidos por meio de trabalhos acadêmicos já realizados, é interessante para comprovar a utilidade e a eficiência das técnicas de análise de investimento.

Na pesquisa bibliográfica realizada, foram encontrados quatro trabalhos acadêmicos semelhantes à pesquisa deste trabalho. Tais pesquisas, diferem-se da pesquisa deste trabalho, em dois aspectos: o primeiro refere-se ao fato de que os pesquisadores não realizaram a análise do investimento considerando o financiamento do investimento; e o segundo aspecto refere-se ao fato de que nenhum dos pesquisadores realizou a análise do investimento considerando a migração tarifária, ou seja, considerando o cenário real e o cenário possível.

Estes dois fatos ausentes nas pesquisas encontradas, resultaram oportuno para que o presente trabalho realizasse estas duas hipóteses, ou seja, a análise do investimento fotovoltaico considerando seu financiamento e a análise do investimento fotovoltaico considerando a migração tarifária do ambiente simulador, no caso, o Clube X. A seguir, seguem as Tabelas 1 e 2 resumem as pesquisas encontradas.

TABELA 1 – RESUMO DAS PESQUISAS ANTERIORES

Fonte: Elaboração própria.

Pesquisa Autor (res)

Ambiente Simulador (Pessoa Jurídica) Geração Energética Mensal Classificação do Sistema Fotovoltaico Viabilidade Econômica-Financeira de Investimento em Sistema Fotovoltaico Dassi et al (2015) Instituto Superior de

Santa Catarina 13.000 kW Micro Gerador

Fonseca (2016) UFRN (10%) 2 GW Média Usina Solar Júnior et al (2018) Organizações Militares do Exército em Santa Maria (RS) I – 48.000 kW II – 19.0000 kW III – 343 kW I – Micro II – Micro III – Mini gerador Costa (2018) 4º Comando da Região

Militar 70.000 kW Micro gerador

Escola de Formação

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TABELA 2 – RESUMO DOS RESULTADOS DAS PESQUISAS ANTERIORES Autor (es) Ambiente (s) Simulado (Pessoas Jurídicas) Valor do Investimento Técnica de

Análise TMA Payback

Taxa Interna de Retorno (TIR) Valor Presente Líquido (VPL) Economia Anual Estimada R$ R$ R$ Dassi et al (2015) Instituto Superior de Santa Catarina 544.799 Payback Descontado 10% 13 anos e 6 meses 10,89% 28.026 75.311 Fonseca (2016) UFRN (10%) 231.958 Payback Simples 11 anos 7,60% 32.871.671 1.314.687 *Júnior et al (2018) Organizações Militares do Exército em Santa Maria (RS) 1.890.060 Payback Simples e Payback Descontado 7,4% 14 anos, 1 mês e 1 dia Ambiente I 10,76% 590.321 220.568 753.300 14 anos, 2 meses e 8 dias Ambiente II 10,71% 231.236 87.555 17.550 24 anos, 7 meses e 27 dias Ambiente III 7,46% 90,03 87.555 Costa (2018) 4º Comando da Região Militar 2.90.042 Payback Simples 14% 5 anos e 6 meses Proposta I-18,23% 601.635 3.050.910 3 anos e 6 meses Proposta II-28,90 % 1.003.622 2.056.500 3 anos e 2 meses Proposta III 31,63% 732.723 Escola de Formação do Exército 2.467.960 7 anos e 6 meses Proposta I-13,02% 420.033 3.050.910 6 anos e 6 meses Proposta II 14,39% 374.077 2.056.500 7 anos e 10 meses Proposta III 12,68% 282.302 Fonte: Elaboração própria (*os Paybacks escritos na pesquisa de Júnior et al foram obtidas pelo Payback descontado.

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Dassi et al (2015) obtiveram como resultado, uma TIR de 10,89% para o sistema fotovoltaico simulado e um Payback descontado de 13 anos e meio. A TMA foi definida pelos autores, em 10%. Neste trabalho a TIR e a TMA resultaram praticamente iguais, no entanto, a TIR encontrada significou a estimativa de que, pelo menos o sistema poderá fornecer o mínimo de remuneração esperada. Dassi et al (2015) obtiveram para o sistema fotovoltaico simulado, um Valo Presente Líquido (VPL) de R$ 28.025,50 (vinte e oito mil vinte cinco reais e cinquenta centavos).

Fonseca (2016), analisou a viabilidade econômica da implantação de painéis fotovoltaicos na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Em sua simulação foi considerada apenas a utilização de 10% da área de cobertura do telhado das edificações da UFRN contendo painéis solares. A autora obteve como resultado uma TIR de 7,6 % a.a. Segundo ela:

O período de retorno simples do investimento dar-se-ia em aproximadamente 11 anos, enquanto a vida útil do conjunto de painéis fotovoltaicos é de 25 anos. Portanto, a utilização de painéis fotovoltaicos para geração de energia elétrica no campus central da UFRN apresenta-se economicamente viável (FONSECA, 2016, pág. 1).

Em seu trabalho, Fonseca encontrou um VPL para o sistema fotovoltaico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, de R$ 32.871.671 (trinta e dois milhões, oitocentos e setenta e um mil e seiscentos e setenta e um reais). Fonseca (2016) estimou uma economia de R$ 1.314.687 (um milhão trezentos e catorze mil seiscentos e oitenta e sete reais).

Júnior et al (2018), realizaram a análise da viabilidade econômico-financeira da implantação de energia solar em Organizações Militares do Exército Brasileiro na cidade de Santa Maria (RS). Dentre os objetivos do trabalho estavam a análise dos indicadores obtidos pelos métodos de viabilidade de projetos e a estimativa do tempo de retorno do investimento. Ditos pesquisadores obtiveram uma TIR de 10,76% e Payback de 8 anos e 6 meses. Já para o Projeto II (Organização Militar II), Júnior et al obtiveram uma TIR de 10,71% e Payback de 8 anos e 7 meses. E para o Projeto III (Organização Militar III), Júnior et al obtiveram uma TIR de 7,46% e Payback de 11 anos e 2 meses.

Costa (2018) também realizou o estudo da viabilidade da implantação de sistemas fotovoltaicos. Em seu trabalho, ele analisou a viabilidade em organizações militares. Seu trabalho teve como ambientes simulados, dois locais: o Comando da 4ª Região

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Militar (CMDO 4ª RM) e a Escola de Formação Complementar do Exército em Salvador-Bahia.

As taxas de retorno de 31,63% e 12,68% ao ano, proporcionados pelos sistemas fotovoltaicos da Comando e da Escola de Formação encontraram-se muito acima da TMA (Taxa Mínima de Atratividade) considerada por Costa (2018). Isto comprovou a viabilidade do investimento para os dois locais, o Comando e a Escola, de acordo com a proposta realizada pela empresa Astra Energia Solar. Costa utilizou como parâmetro de comparação uma TMA de 14% ao ano para todas as simulações.

É preciso esclarecer que Júnior et al (2018) utilizaram como ambiente simulador três locais diferentes, no entanto, somente uma empresa de venda de sistemas fotovoltaicos foi solicitada para desenvolver as propostas técnicas-comerciais, no caso, a Sonnem Energia. Já Costa (2018) além de ter escolhido dois locais diferentes como ambiente simulador, tal pesquisador solicitou as propostas técnicas comerciais para três empresas diferentes, a saber, a empresa GSE, a Algiztech Energia Solar e a Astra Energia Solar. Costa (2018) aplicou as técnicas de investimento sobre (6) propostas técnicas comerciais. E Júnior et al (2018) em três. Júnior et al aplicou as técnicas de Payback simples e Payback descontado. Costa (2018) aplicou a técnica de Payback simples e calculou a TIR.

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3 METODOLOGIA

Resulta interessante descrever um pouco sobre o que vem a ser metodologia dentro do universo da pesquisa. Segundo Gil:

A metodologia é a parte do projeto onde descrevem-se os procedimentos da pesquisa. Sua organização varia de acordo com as peculiaridades de cada pesquisa. Requer-se, no entanto, a apresentação de informações acerca de alguns aspectos que são: tipo de pesquisa, população e amostra, coleta de dados e a análise de dados (GIL, 2002, pág.162).

3.1 TIPO DE PESQUISA

Gil (2002) também cita que “com relação às pesquisas, é usual a classificação com base em seus objetivos. Assim, é possível classificar as pesquisas em três grandes grupos: exploratórias, descritivas e explicativas.” A pesquisa deste trabalho classifica-se, segundo seu procedimento fim, como sendo uma pesquisa do tipo exploratória, pois:

As pesquisas exploratórias têm como objetivo, proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que “estimulem a compreensão”. (GIL, 2002, pág.41).

Gil (2002) ainda enfatiza que “embora o planejamento da pesquisa exploratória seja bastante flexível, na maioria dos casos assume a forma de pesquisa bibliográfica ou de estudo de caso”. A tipologia da pesquisa deste trabalho é classificada como sendo um estudo de caso, pois segundo Gil (2002):

O estudo de caso é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados (GIL, 2002, pág. 54).

Portanto, de acordo com esta citação de Gil, pode-se afirmar que este trabalho traz o estudo profundo do sistema fotovoltaico (objeto), detalhando-o em suas características

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físicas e financeiras para que assim o objetivo geral do trabalho seja realizado. Yin (2001) apud Gil (2002) enfatiza a questão de como o estudo de caso é visto pela academia:

Nas ciências, durante muito tempo, o estudo de caso foi encarado como procedimento pouco rigoroso, que serviria apenas para estudos de natureza exploratória. Hoje, porém, é encarado como o delineamento mais adequado para a investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, onde os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente percebidos (Yin, 2001). (GIL, 2002, pág. 54).

Como foi visto anteriormente, o mercado de geração de energia elétrica de forma independente é um fenômeno contemporâneo no Brasil e no mundo. Desta forma, o estudo de caso é o delineamento mais apropriado para o estudo deste fenômeno. Ainda segundo Gil (2002, pág. 54), “a crescente utilização do estudo de caso no âmbito das ciências sociais tem diferentes propósitos, como: preservar o caráter unitário do objeto estudado; descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação ou formular hipóteses e desenvolver teorias.”

Neste presente trabalho faz-se presente a descrição do contexto onde está sendo feita a investigação, ou seja, faz-se a descrição do contexto do mercado fotovoltaico brasileiro, e desenvolve-se a hipótese da possível viabilidade econômica- financeira da aquisição de um sistema fotovoltaico pelo Clube X. Gil (2002) conclui sua análise destacando os propósitos de um estudo de caso, ao dizer:

Os propósitos do estudo de caso não são os de proporcionar o conhecimento preciso das características de uma população, mas sim o de proporcionar uma visão global do problema ou de identificar possíveis fatores que o influenciam ou são por ele influenciados (GIL, 2002, pág. 55).

Realmente, o propósito da presente pesquisa não é descrever as unidades consumidoras do Grupo A que desejam adquirir um sistema fotovoltaico, mas sim, proporcionar uma visão global do problema da viabilidade do investimento fotovoltaico utilizando um caso específico, a saber, a aquisição de um sistema fotovoltaico pelo Clube X. 3.2 DEFINIÇÃO DA UNIDADE-CASO (OBJETO ESTUDADO)

O objeto de estudo de caso é o sistema fotovoltaico II proposto pela empresa Y Engenharia para o Clube X. É sobre o valor à vista e sobre o valor financiado do sistema fotovoltaico II, que serão aplicadas as técnicas de análise do investimento. Dita aplicação será realizada tanto no cenário real - Clube no Grupo A - quanto no cenário possível - Clube

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no Grupo B. Dito Clube ou associação recreativa, caracteriza-se como o ambiente simulador responsável pela compra do objeto estudado, ou seja, o sistema fotovoltaico II, cujo valor será descrito no Capítulo 4 a seguir.

O Clube X possui duas sedes: uma localizada na cidade de Parnamirim/RN e outra localizada na cidade de Natal/RN. A sede que será foco deste trabalho, será a sede localizada na cidade de Parnamirim. A estrutura desta sede é grande, contando atualmente com quatro salões de festas (capacidade total de recepção de 1.870 pessoas); 2 campos de futebol gramados com iluminação, 17 churrasqueiras, entre outros.

O autor deste trabalho foi nomeado Diretor Administrativo do Clube X em 2019. Devido ao acesso a informações que o cargo oferece, resultou oportuno utilizar o Clube X como um ambiente simulador para o desenvolvimento do estudo de caso.

3.2.1 Determinação do Número de Casos

Segundo Oliveira (1995) apud Gil (2002) “os estudos de caso podem ser constituídos tanto de um único quanto de múltiplos casos.” No presente trabalho, a empresa Y Engenharia, apresentou em sua proposta técnica-comercial, dois sistemas fotovoltaicos para o Clube X, no caso, o sistema fotovoltaico I e o sistema fotovoltaico II, que serão descritos técnica e financeiramente no Capítulo 4. Por questões de concisão e simplificação do trabalho, o autor optou por escolher como estudo de caso a opção de maior valor financeiro, uma vez que, na hipótese do investimento ser viável para esta opção, resulta lógico correlacionar a viabilidade para a opção de menor valor. Portanto, apesar de existirem dois casos, o número de casos a ser estudado no presente trabalho, é somente um, ou seja, o sistema fotovoltaico II.

3.3 ELABORAÇÃO DO PROTOCOLO

Segundo Gil (2002)

Após a definição da unidade-caso e da determinação do número de casos a serem pesquisados, recomenda-se a elaboração do protocolo, que se constitui no documento que não apenas contém o instrumento de coleta de dados, mas também define a conduta a ser adotada para sua aplicação. O protocolo constitui, pois, uma das melhores formas de aumentar a confiabilidade do estudo de caso, e a elaboração

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torna-se mais importante nas pesquisas que envolvem múltiplos casos. O protocolo, de acordo com Yin (2001, p. 89), inclui as seguintes seções: a) visão global do projeto; b) procedimentos de campo; c) determinação das questões e d) guia para a elaboração do relatório. (GIL, 2002, pág. 140).

Estas quatro alíneas citadas por Yin (2001) apud Gil (2002) foram realizadas pelo autor deste trabalho e encontram-se descritas ao longo de todo o trabalho.

3.4REDAÇÃODORELATÓRIO

Segundo Gil (2002):

Considerando que o estudo de caso é um delineamento mais flexível que os demais, é natural que a elaboração do relatório possa ser caracterizada por um grau de formalidade menor que o requerido em relação a outras pesquisas. Os relatórios referentes a estudos constituídos de um único caso tradicionalmente foram elaborados sob a forma de uma narrativa. Estudos que envolvem múltiplos casos, por sua vez, muitas vezes foram apresentados individualmente, como narrativas em capítulos ou tópicos separados. Atualmente, porém, verifica-se a tendência para apresentar os estudos de caso de maneira muito próxima à dos demais relatórios de pesquisa, envolvendo partes destinadas à apresentação do problema, à metodologia empregada, aos resultados obtidos e às conclusões (GIL, 2002, pág. 142).

Portanto, o relatório do estudo de caso desta pesquisa resume-se à própria apresentação da pesquisa descrita com problemática, metodologia, resultados e conclusões. Para dar início a descrição da coleta e da análise de dados convém apelar mais uma vez a Gil (2002), que auxilia dizendo:

A classificação das pesquisas em exploratórias, descritivas e explicativas é muito útil para o estabelecimento de seu marco teórico, ou seja, para possibilitar uma aproximação conceitual. Todavia, para analisar os fatos do ponto de vista empírico, para confrontar a visão teórica com os dados da realidade, torna-se necessário traçar um modelo conceitual e operativo da pesquisa (GIL, 2002, pág. 43).

Segundo este autor, este modelo conceitual pode ser chamado de delineamento. Gil (2002) também reforça que “o elemento mais importante para a identificação de um delineamento é o procedimento adotado para a coleta de dados.” O autor esclarece:

Podem ser definidos dois grandes grupos de delineamentos: aqueles que se valem das chamadas fontes de "papel" e aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas. No primeiro grupo, estão a pesquisa bibliográfica e a pesquisa

(37)

documental. No segundo, estão a pesquisa experimental, a pesquisa ex-post facto, o levantamento e o estudo de caso (GIL, 2002, pág. 44).

3.5 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

Tratando-se do estudo de caso, Gil (2002) comenta que:

Pode-se dizer que, em termos de coleta de dados, o estudo de caso é o mais completo de todos os delineamentos, pois vale-se tanto de dados de gente quanto de dados de papel. Com efeito, nos estudos de caso os dados podem ser obtidos mediante análise de documentos, entrevistas, depoimentos pessoais, observação espontânea, observação participante e análise de artefatos físicos (GIL, 2002, pág.141).

3.5.1COLETA DOS DADOS DE PESSOAS

Por questões de simplificação e economia de tempo, o autor deste trabalho optou por não realizar entrevistas locais com pessoas que adquiriram um sistema fotovoltaico. No entanto, foi encontrada na internet, uma pesquisa social do tipo descritiva de nome “Energia

Solar e os Pequenos Negócios no Brasil”. Dita pesquisa, realizada pelo Sebrae, teve alcance

nacional. A instituição Sebrae entrevistou, por telefone, 3.199 gestores de micro e pequenas empresas acerca de sua experiência com o sistema fotovoltaico. O gráfico 1 deste trabalho foi retirado desta pesquisa realizada entre 14 maio e 15 de julho de 2019.

Também como fonte de dados pessoais foi utilizada uma pesquisa social de nome

“O Mercado Brasileiro de Geração Distribuída Fotovoltaica”, realizada pelo Instituto Ideal

entre 15 fevereiro e 02 abril de 2019. Segundo o Instituto Ideal, 343 empresas (vendedoras) do mercado de energia fotovoltaica responderam todas as perguntas de um questionário padrão enviado via e-mail. O gráfico 3 deste trabalho foi retirado desta pesquisa.

3.5.2COLETA DOS DADOS DE FONTES DE PAPEL

Para coletar os dados de papel foi necessário a realização de duas coletas: uma bibliográfica e outra documental. A coleta bibliográfica consistiu basicamente na exploração de duas fontes, a saber: a Biblioteca Central Zila Mamede da UFRN, e o mecanismo de busca específico, Google Acadêmico, recomendado pela orientadora deste trabalho. Na Biblioteca Zila Mamede, o autor buscou e encontrou, na seção de Contabilidade, subseção Investimentos, os livros necessários para seu auxílio informativo. No Google Acadêmico, o buscador específico, a medida em que o autor foi encontrando os trabalhos e artigos

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científicos cujos temas e resumos lhe interessavam, foi realizando o salvamento dos arquivos e posteriormente a sua leitura exploratória.

Diante disso, na medida que o autor foi encontrando cada vez mais fontes (principalmente estudos de instituições reconhecidas) e referências, após seleção e leitura analítica e interpretativa, realizou seus apontamentos, registros e citações. Os dados da coleta bibliográfica foram tratados tanto de forma quantitativa (hipóteses e correlações) quanto qualitativa (análise de conteúdo e discurso). A internet em si, foi a terceira fonte de coleta de dados, principalmente para colher os dados e documentos, divulgados no site da Agência Nacional de Energia Elétrica.

Já a coleta documental, teve sua representação na coleta dos dados contábeis do Clube X, com o objetivo de conhecer as suas receitas e despesas, principalmente com energia elétrica. Sendo o Diretor Administrativo do Clube X, o autor deste trabalho, solicitou ao Departamento Financeiro, os dados contábeis do Clube, os quais foram gentilmente cedidos via e-mail. Os dados financeiros cedidos, referiram-se ao período janeiro-junho 2019, encontrando-se em um único arquivo Excel. Ao receber tais dados, o autor fez as análises e conclusões necessárias para o seu estudo, as quais em sua grande maioria, estão demonstradas no Capítulo 4 deste trabalho.

O autor deste trabalho também solicitou ao Departamento Financeiro do Clube X, uma conta de energia elétrica. Esta coleta foi necessária para desenvolver o Capítulo 4. A conta de energia elétrica do mês de abril 2019 foi cedida gentilmente, também via e-mail. A coleta documental foi fundamental para o desenvolvimento da análise dos resultados deste trabalho.

Aos fins do mês de outubro de 2019, a busca por coletar os dados financeiros e técnicos do sistema fotovoltaico do Clube X resultou em uma visita técnica da empresa Y Engenharia para conhecer o Clube X e elaborar uma proposta do sistema fotovoltaico. O documento da proposta técnica e comercial (com orçamento prévio) para o Clube X, foi realizado sem custos. Tal proposta, apresentada em um arquivo PDF, foi enviada via e-mail. Foram realizadas análises qualitativas (análise de conteúdo) tanto dos dados contábeis do Clube quanto dos dados da proposta técnica comercial do sistema. Foi realizada também uma análise quantitativa dos dados do Clube X.

Referências

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