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Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo. Mariana Araújo Oneto

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(1)

Mariana Araújo Oneto

Evolução do perfil de infraestrutura bancária nas prefeituras

regionais Vila Mariana, Pinheiros, Mooca e Santana-Tucuruvi na

cidade de São Paulo

São Paulo

2018

(2)

Mariana Araújo Oneto

Evolução do perfil de infraestrutura bancária nas prefeituras

regionais Vila Mariana, Pinheiros, Mooca e Santana-Tucuruvi

na cidade de São Paulo

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Instituto de Pesquisas Tecnológicas do

Estado de São Paulo - IPT, como parte dos

requisitos para a obtenção do título de

Mestre em Habitação: Planejamento e

Tecnologia

Data da aprovação ____/_____/_______

___________________________________

Prof. Dr. André Luiz G. Scabbia (Orientador)

IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas

do Estado de São Paulo

Membros da Banca Examinadora:

Prof. Dr. André Luiz Gonçalves Scabbia (Orientador)

IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

Prof. Dr. Jefferson Mariano (Membro)

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Prof. Dr. Joaquim Rocha dos Santos (Membro)

(3)

Mariana Araújo Oneto

Evolução do perfil de infraestrutura bancária nas prefeituras regionais

Vila Mariana, Pinheiros, Mooca e Santana-Tucuruvi na cidade de São

Paulo

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Instituto de Pesquisas Tecnológicas do

Estado de São Paulo - IPT, como parte dos

requisitos para a obtenção do título de Mestre

em Habitação: Planejamento e Tecnologia.

Área de Concentração: Planejamento, Gestão

e Projeto - PGP

Orientador: Prof. Dr. André Luiz G. Scabbia

Coorientador: MSc. Ivan Luiz Portugal Basile

São Paulo

Dezembro/2018

(4)

Ficha Catalográfica

Elaborada pelo Departamento de Acervo e Informação Tecnológica – DAIT do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT

(5)

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho àqueles que sempre me incentiveram a

seguir os meus sonhos, meus pais Elisa e Marco Aurélio.

(6)

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente ao meu orientador Prof. Dr. André Scabbia, por

aceitar me guiar nesta jornada, me apoiar e motivar mesmo enquanto estive longe.

Por me orientar não apenas em minha carreira acadêmica, mas também em meus

caminhos profissionais.

Ao meu coorientador e colega MSc. Ivan Luiz Portugal Basile por compartilhar

sua experiência, me auxiliar com bibliografias e ideias. Por me oferecer o seu tempo

em reuniões e discussões sobre o tema aqui tratado.

A todos os colegas, professores e funcionários do IPT pela atenção,

contribuição e conhecimentos compartilhados.

Aos meus pais pelo total suporte dado aos meus irmãos, Gabriel e Beatriz, e a

mim para que sempre nos dedicássemos aos estudos.

Aos meus avós (in memoriam) pelos sábios conselhos que tive o prazer de

receber durante 27 anos da minha vida e cujos ensinamentos ainda me guiam

diariamente.

Ao meu marido Rodrigo, pelo apoio e por sempre estar disposto a ouvir sobre

os rumos que este estudo tomava.

(7)

RESUMO

As características da infraestrutura bancária brasileira têm sofrido intensas

mudanças nos últimos 20 anos, podendo ser notadas pela própria população. A

cidade de São Paulo, uma das maiores metrópoles do mundo, possui uma rede

bancária abrangente que permite uma análise profunda desta evolução. Este estudo

destaca as variações relacionadas à quantidade de pontos de atendimento ao

público de cinco das principais instituições bancárias de varejo do país, bem como

às alterações de área (m²) destas construções, em quatro importantes distritos da

cidade, sendo eles Vila Mariana, Mooca, Pinheiros e Santana-Tucuruvi. Analisa-se

também, os fatores que impactaram estas mudanças desde 1996 até 2017, como

eventos históricos e a implantação de novos canais de atendimento ao cliente que

não necessitam de uma estrutura predial, como é o caso de suporte e serviços

oferecidos por telefone e internet. A introdução destas novas tecnologias tem

possibilitado a realização de crescentes transações remotas, reduzindo a demanda

por estas edificações e possibilitando a redução de espaço disponível para

atendimento e consequentemente de custos de manutenção. Traçados os perfis das

agências de cada uma das regiões analisadas no período acima definido, pode-se

identificar padrões e similaridades, bem como as peculiaridades de cada prefeitura

regional, verificando também a ocorrência ou não de alguma influência da densidade

populacional a cada ano. Além de confirmar a tendência de redução de área e

quantidade de agências, a análise dos resultados possibilita estimar a variação nos

custos de manutenção das instituições estudadas.

Palavras Chaves: agências bancárias; custo; manutenção; operação; tecnologias

digitais

(8)

ABSTRACT

The evolution of the profile of bank branches infrastructure in the districts Vila

Mariana, Pinheiros, Mooca and Santana-Tucuruvi of the city of São Paulo

The main characteristics of Brazilian bank infrastructure have been going

through an intense transformation in the past 20 years, in a way that can even be

noticed by the ordinary population. The city of São Paulo, one of the biggest

metropolis in the world, count with an embracing banking network allowing a deep

analysis of this evolution. This research highlights not only the changes related to the

number of customer service facilities of five of the most important retail bank

institutions in the country but also the variation of size (area in m²) of these

constructions in four relevant neighborhoods of the city: Vila Mariana, Mooca,

Pinheiros, and Santana-Tucuruvi. The factors that influenced these modifications

since 1996 to 2017 are also analyzed, such as historical events and the introduction

of new customer service channels that are non-dependents of the physical building

structure, for instance, the support and services provided via telephone or internet.

The establishment of these new technologies has been creating an environment for

the increase of remote transactions and consequently reducing the demand for these

buildings, enabling thus the contraction of the available space for providing support

and therefore the costs with its maintenance. When determined the profiles of the

branches in each region during the period above, it is possible to verify the patterns,

similarities and even the singularities of the neighbourhoods, including the influence

or not of the population density year by year. Beyond confirming the tendency of the

area and the number of edifice decrease, the analysis of the results allows to

estimate the reducing of costs in maintenance for the studied institutions.

Key words: bank branches; building cost; maintenance; operation; digital

technologies

(9)

Lista de Figuras

Figura 1 - Tipos de varejo. ... 17

Figura 2 - Maiores bancos do Brasil em números de agências. ... 18

Figura 3 - Tripartite para definição do tema ... 24

Figura 4 - Fluxograma das etapas de estudo. ... 26

Figura 5 - Histórico da taxa de bancarização brasileira desde 2008 até 2016. ... 28

Figura 6 - Evolução do número de agências desde 1996. ... 30

Figura 7 - Evolução do número de agências desde 1996 em São Paulo ... 33

Figura 8 - Variação da área média das agências inauguradas por instituição

financeira ... 34

Figura 9 - Linha do tempo dos acontecimentos na economia brasileira por ano ... 39

Figura 10 - Quantidade de agências no Brasil e PIB per capita (US$) ao ano ... 40

Figura 11 - Histórico do internet banking e características da geração Y. ... 41

Figura 12 - Evolução das transações digitais desde 2000 ... 42

Figura 13 - Porcentagem de utilização do mobile banking por idade nos EUA. ... 45

Figura 14 - Porcentagem de utilização do mobile banking por nível de escolaridade

nos EUA. ... 46

Figura 15 - Fechamento de bancos no Reino Unido de 2013 a 2015 ... 47

Figura 16 - Percentual dos canais em que cada tipo de transação foi efetuada nos

EUA em 2012. ... 48

Figura 17 - Exemplo de sala interativa em uma agência do Citibank “Smart Banking”.

... 49

Figura 18 - Características dos novos formatos de agências. ... 51

Figura 19 - Mapa da cidade de São Paulo com as áreas estudadas destacadas. ... 52

Figura 20 - Mapa da cidade de São Paulo com os distritos da Vila Mariana

destacados. ... 53

Figura 21 - Representação gráfica da variação da população nos distritos da Vila

Mariana. ... 55

(10)

Figura 22 - Mapa da cidade de São Paulo com os distritos da Mooca destacados. . 57

Figura 23 - Representação gráfica da variação da população nos distritos Mooca. . 59

Figura 24 - Mapa da cidade de São Paulo com os distritos de Pinheiros destacados.

... 61

Figura 25 - Representação gráfica da variação da população nos distritos de

Pinheiros. ... 63

Figura 26 - Mapa da cidade de São Paulo com os distritos de Santana-Tucuruvi

destacados. ... 64

Figura 27 - Representação gráfica da variação da população nos distritos de

Santana-Tucuruvi. ... 66

Figura 28 - Exemplo de planta de agência tradicional. ... 71

Figura 29 - Esquema simplificado da distribuição de ambientes em de agência

tradicional. ... 72

Figura 30 - Exemplo de compilação de dados do relatório ESTBAN de setembro de

2017 no Microsoft Excel. ... 73

Figura 31 - Exemplo de compliação de dados do relatório ESTBAN de setembro de

2017, incluindo a localização das agências, no Microsoft Excel. ... 75

Figura 32 - Evolução da quantidade de agências em cada prefeitura regional ano a

ano no período de 1996 a 2017. ... 77

Figura 33 - Gráfico da evolução em números de agências nos distritos da Vila

Mariana. ... 79

Figura 34 - Evolução da infraestrutura bancária em área média de agências na Vila

Mariana. ... 80

Figura 35 - Gráfico da evolução em números de agências nos distritos da Mooca. . 82

Figura 36 - Evolução da infraestrutura bancária em área média de agências na

Mooca. ... 84

Figura 37 - Gráfico da evolução em números de agências nos distritos de Pinheiros.

(11)

Figura 38 - Evolução da infraestrutura bancária em área média de agências em

Pinheiros. ... 87

Figura 39 - Gráfico da evolução em números de agências nos distritos de

Santana-Tucuruvi. ... 88

Figura 40 - Evolução da infraestrutura bancária em área média de agências em

Santana-Tucuruvi. ... 90

Figura 41 - Custo estimado anual de manutenção das agências das quatro

prefeituras regionais ... 92

Figura 42 - Comparativo de lay out de agências do Jyske Bank. ... 95

Figura 43 - Gráficos de área média das agências por ano, nos quatro distritos. ... 97

(12)

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Valores de manutenção ao ano das agências bancárias selecionadas -

Brasil... 21

Tabela 2 - Valores de energia elétrica ao ano das agências bancárias selecionadas -

Brasil. ... 21

Tabela 3 - Evolução do número de agências no período estudado (1996 a 2017). .. 30

Tabela 4 - Variação da área média das agências inauguradas desde a década de

1940 até 2015. ... 34

Tabela 5 - Transações totais e por canais (agência, internet e mobile) desde 2000.43

Tabela 6 - Variação da população nos distritos da Vila Mariana (1996 a 2017). ... 54

Tabela 7 - Variação da população dos distritos da Mooca (1996 a 2017) ... 58

Tabela 8 - Variação da população dos distritos de Pinheiros (1996 a 2017) ... 62

Tabela 9 - Variação da população dos distritos de Santana-Tucuruvi (1996 a 2017)

... 65

Tabela 10 - Evolução da infraestrutura bancária em número de agências na Vila

Mariana. ... 78

Tabela 11 - Evolução da infraestrutura bancária em área média de agências na Vila

Mariana. ... 79

Tabela 12 - Evolução da infraestrutura bancária em número de agências de

agências na Mooca. ... 81

Tabela 13 - Evolução da infraestrutura bancária em área média de agências na

Mooca. ... 83

Tabela 14 - Evolução da infraestrutura bancária em número de agências em

Pinheiros... 84

Tabela 15 - Evolução da infraestrutura bancária em área média de agências em

Pinheiros. ... 86

Tabela 16 - Evolução da infraestrutura bancária em número de agências em

(13)

Tabela 17 - Evolução da infraestrutura bancária em área média de agências em

Santana-Tucuruvi. ... 89

(14)

SUMÁRIO

1

INTRODUÇÃO ... 15

1.1

Pontos de Varejo ... 16

1.1.1

Agências bancárias ... 17

1.2

Rede bancária no Brasil ... 18

1.2.1 Bancos comerciais ... 19

1.3

Objetivo ... 19

1.4

Justificativa do trabalho ... 20

1.5

Premissas ... 22

2

MÉTODO DE TRABALHO ... 24

2.1

Definição do tema ... 24

2.2

Fluxograma ... 25

3

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 28

3.1

Variação do número de agências no Brasil ao longo dos anos ... 29

3.1.1

Evolução das áreas das agências no período estudado ... 33

3.1.2

Impacto de acontecimentos históricos ... 35

3.1.3

Tendência de digitalização ... 40

3.2

Panorama mundial ... 46

3.3

Caracterização dos distritos ... 51

3.3.1

Vila Mariana ... 52

3.3.2

Mooca ... 56

3.3.3

Pinheiros ... 60

3.3.4

Santana-Tucuruvi ... 63

3.4

Análise do cenário em função da revisão bibliográfica... 66

4

ESTUDO DE APLICAÇÃO ... 68

4.1

Caracterização do Local de Estudo ... 68

4.2

Procedimentos e metodologia ... 72

4.3

Perfil das agências por prefeitura regional ... 76

4.3.1 Vila Mariana ... 78

4.3.2 Mooca ... 81

4.3.3 Pinheiros ... 84

4.3.4 Santana-Tucuruvi ... 87

(15)

4.4.1

Custo de aluguel e aquisição dos imóveis ... 92

4.4.2

Transações digitais e área das agências ... 93

5

ANÁLISE DOS RESULTADOS E COMPREENSÃO DO CENÁRIO ... 96

5.1

Tamanho médio das agências por ano ... 96

5.2

Tamanho médio das agências pelo número de habitantes ... 97

6

CONCLUSÕES ... 100

REFERÊNCIAS ... 102

APÊNDICE ... 109

(16)

INTRODUÇÃO

1

Por ser uma atividade que promove contato direto com consumidores, o setor

varejista está em constante mudança e adaptação. Compreender o que o cliente

deseja e entregar o que ele precisa são pontos cruciais deste tipo de comércio que

está intrínseco às atividades e interações humanas.

De acordo com Kärrholm (2016), atualmente, comprar não está ligado apenas

a preço e qualidade, mas também à identidade de um grupo de pessoas. Desta

forma, a arquitetura dos pontos de venda ou pontos de varejo (PDV) é tão

importante quanto a publicidade para atração dos consumidores e deve ser sempre

atual.

O dinamismo necessário ao varejo tem impacto direto nos altos custos de

reformas e construção de novas unidades (Basile, 2017) e ultimamente tem

colocado em xeque a necessidade real de se manter toda uma estrutura predial,

sendo que novas tecnologias permitem diferentes formas de comprar por meio de

outros canais (Farnfield, 2018).

Apesar do varejo ser a atividade econômica mais conhecida pela quantidade

e diversidade de lojas, outros setores da economia não classificados pelo CNAE

(Classificação Nacional de Atividades Econômicas) como comércio varejista também

são associados a PDV. Traça-se portanto um paralelo entre o varejo e as atividades

dos bancos, classificados sob o seguimento de serviços (Maringá, 2018).

No Brasil, as instituições financeiras, objeto deste estudo, contam atualmente

com uma vasta rede de PDV, conhecidas como agências bancárias. Estas

edificações levam os serviços destas empresas a mais de três mil municípios

brasileiros (Banco Central do Brasil, 2017).

Apesar de bem estabelecidas, tem ocorrido mudanças nesta rede. Após o

pico de postos ativos em 2014, quando existiam 23.126 unidades no país, tem-se

notado constante queda até os dias atuais (Banco Central do Brasil, 1996 a 2018).

Nota-se porém, de acordo com os dados de Febraban (2017), um intenso

movimento de digitalização de serviços, com ofertas diversificadas de meios de

acesso, tendo obtido cada vez mais destaque os aplicativos de celulares do tipo

(17)

Esse avanço digital, bem como a situação econômica, podem estar

relacionados ao fechamento das agências como uma importante forma de redução

de custos. Sem querer abrir mão da forte presença no dia a dia dos seus clientes e

devido à maior facilidade e mobilidade de acesso, o investimento em canais remotos

é alto. Em 2015 68,1% da população brasileira possuía e movimentava conta em

banco (Banco Central do Brasil, 2015) e 56% das transações foram feitas por meios

digitais em 2016 (Febraban, 2017).

Pensando na idade da população, na qual mais de 70% tem menos de 45

anos (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2017), e na crescente facilidade

de acesso à internet, há um aumento da identidade dos usuários com esses meios,

sendo que a facilidade também é usada pelo marketing das empresas para

promover essa nova forma de utilizar o banco.

1.1 Pontos de Varejo

Os PDV nada mais são do que as conhecidas lojas, que promovem o contato

direto dos clientes com os produtos que procuram, sendo o seu faturamento

proveniente majoritariamente das vendas de produtos e serviços oferecidos pela

companhia (Kotler, 2000).

De acordo com Bernardino et al. (2011), existem basicamente duas formas de

varejo: varejo com loja e varejo sem loja. Quando há os dois tipos de varejo em uma

mesma empresa denomina-se multicanal. O varejo pode ocorrer de forma individual

ou em redes, conforme destacado na figura 1.

Dentre as diversas organizações de varejo encontradas no mercado,

destacam-se as grandes lojas de departamento, surgidas no século XX, e que hoje

enfrentam desafios para manter os serviços e padrões conhecidos pelos

consumidores, sem aumentar os preços dos produtos vendidos.

Com a expansão da indústria da propaganda e a difusão do consumo na

década de 1980, as grandes redes de varejo viram potencial de crescimento e

disseminação (Kärrholm, 2016). Esse crescimento foi ainda maior nos anos 1990,

quando o consumo passou a ser cada vez mais visto como um estilo de vida e o

modo como cada um se insere na sociedade.

(18)

Figura 1 - Tipos de varejo.

Fonte: Elaborado pela autora com dados de Bernardino et al. (2011)

As lojas, butiques, restaurantes e agências bancárias, por exemplo, que antes

atendiam em um determinado local, nos últimos 40 anos passaram a ir onde o

cliente estivesse, como grandes centros de compras, os shoppings, ou de

concentração de pessoas, como os aeroportos (Vernet; Wit, 2007). As redes então

passaram a integrar o mundo globalizado, sendo que lojas idênticas de uma mesma

marca poderiam ser encontradas e reconhecidas pelos consumidores não apenas

por uma cidade ou país, mas diversos locais do mundo.

Ainda de acordo com Vernet e Wit (2007), os PDV são também dispositivos

de promoção, sendo a sua localização e os designs dos projetos essenciais para a

formação da imagem da marca reconhecida pelos consumidores.

1.1.1 Agências bancárias

As agências bancárias, aqui estudadas, apesar de não classificadas como

comércio de varejo pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Maringá,

2018), nada mais são do que as lojas dos bancos de varejo e são parte de grandes

redes corporativas que tem a finalidade de oferecer serviços aos seus clientes,

assim como os exemplos apresentados no item anterior.

Conforme a Resolução n

o

3.919 do Banco Central do Brasil (2010), todas as

instituições financeiras atuantes no país devem oferecer os chamados serviços

•Poder total de decisão

dos sócios

•Administrados

diretamente pelos

proprietários

Estabelecimentos

independentes

•Lojas de propriedade de

grupo controlador

•Vantagens em

propaganda e marketing

Redes corporativas

•União de proprietários de

um mesmo ramo

•Adoção de uma mesma

identidade visual

Cooperativas de

varejo

(19)

essenciais, como cartão de débito, até quatro saques mensais, fornecimento do

extrato e prestação de serviços por meio eletrônico, sem qualquer cobrança de

valores aos seus clientes.

A mesma Resolução trata também dos serviços especiais e diferenciados,

que são aqueles passíveis de cobrança de tarifas, como cartões de crédito e

administração de investimentos. Esses PDV, portanto, devem estar prontos,

mantendo pessoal e infraestrutura adequada para atendimento tanto das demandas

de serviços essenciais, como de serviços especiais e diferenciados.

Durante muitos anos, tal qual nas demais empresas de outros ramos de

varejo, as agências foram o maior ponto de contato direto entre a empresa e o

cliente, sendo que a sua arquitetura deveria identificar a marca.

Isto se reflete na vasta rede de agências em crescimento desde o

estabelecimento dos bancos no país. Esta movimentação é demonstrada e

analisada neste trabalho, nos tópicos da revisão bibliográfica.

1.2 Rede bancária no Brasil

A rede bancária brasileira está distribuida por todo o territótio nacional, com

cerca de 120 instituições financeiras que juntas totalizavam em 2017 20.904

agências, segundo dados de Banco Central do Brasil (2017). Levando-se em

consideração apenas as cinco maiores empresas do setor, pode-se levantar 18.905

edificações, ou cerca de 90% do total, conforme apresentado na figura 2.

Figura 2 - Maiores bancos do Brasil em números de agências.

Fonte: elaborado pela autora com dados de Banco Central do Brasil (2017)

24%

23%

16%

16%

12%

10%

Bradesco

Banco do Brasil

Caixa Econômica

Federal

Itaú Unibanco

Banco Santander

Outros

(20)

Apesar de bem estabelecida, a quantidade de edificações desta infraestrutura

varia com frequência e pode-se notar fechamentos e aberturas intensos de seus

pontos, todos os meses, desde o início da elaboração dos relatórios “Estatística

Bancária Mensal por Município” do Banco Central do Brasil (1994 a 2018).

Como já mencionado, o pico de maior quantidade destes edifícios foi em

2014, com 23.126 unidade em todo o Brasil e 2.289 na cidade de São Paulo. A

relação entre estes números e as atividades econômicas no país serão

apresentadas no item 3.1.2 desta dissertação.

1.2.1 Bancos comerciais

Dentre os tipos de bancos presentes no Brasil, os bancos comerciais são os

mais conhecidos e acessados pela população em geral. Suas funções estão ligadas

ao suprimento de recursos para pessoas físicas e jurídicas. O principal serviço

prestado é a captação de depósitos e a sua livre movimentação (Banco Central do

Brasil, 2018).

Desde 1994, o Banco Central do Brasil instituiu a resolução n

o

2.099 na qual

ficou estabelecido que os bancos comerciais devem ser constituídos de sociedade

anônima, podendo ser públicos ou privados.

A mesma resolução regulamenta as atividades dos bancos múltiplos, de

investimento, de desenvolvimento (como o Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social, o BNDES), sociedades de crédito financiamento e investimento,

sociedades de crédito imobiliário, sociedades de arrendamento mercantil,

sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades distribuidoras de

títulos e valores mobiliários e sociedades corretoras de câmbio.

1.3 Objetivo

Analisar o comportamento da infraestrutura bancária no Brasil de 1996 a

2017, com olhar mais detalhado para os distritos Vila Mariana, Mooca, Pinheiros e

Santana-Tucuruvi da cidade de São Paulo. Para isto serão obtidas as áreas médias

das agências nestas localidades a cada ano e previstos os valores de manutenção

desta cadeia.

(21)

Pretende-se também compreender fatores que possam impactar nestes

números, como a economia do país como um todo e a migração do fornecimento de

serviços para outros canais.

Obtidos estes dados, propõe-se indicar tendências da evolução desta

infraestrutura e o seu papel nas instituições bancárias.

O presente trabalho se atém a estudar a infraestrutura dos bancos

comerciais, em especial as maiores instituições que se enquadram na categoria:

Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Bradesco e Santander (Guia

Banco, 2018).

1.4 Justificativa do trabalho

Considerando-se a grande quantidade de agências de bancos comerciais no

Brasil, presume-se que estas representem importantes gastos às empresas,

considerando toda a sua vida útil, desde a concepção até o seu encerramento.

Quanto maior o número de agências, maior o valor empregado para o seu

funcionamento e prestação de serviços. Apresentando-se uma estimativa deste

montante ao ano, pretende-se justificar a necessidade de análise mais aprofundada

do comportamento desta cadeia.

Estes valores elucidam a importância desta rede de infraestrutura tanto para

os bancos que as administram, como para o cenário econômico nacional e

demonstram a relevância deste trabalho.

De acordo com Basile (2017), os custos de manutenção e uso das filiais

representam grandes montantes financeiros, principalmente quando é levada em

conta a grande quantidade desses PDV a ser administrada por cada companhia.

Considerando-se apenas os elementos que mais impactam nos custos de

manutenção tem-se ar condicionado, comunicação visual externa e porta giratória,

sendo os valores de 4.500 imóveis com área média de 220 m², destacados na tabela

1 (Basile, 2017, p.91).

Para que a tabela apresentasse um valor médio por ponto, os custos totais de

cada ano foram divididos por 4.500.

(22)

Os valores que constam nas tabelas 1 e 2 foram atualizados para valores de

setembro de 2017 de acordo com o índice financeiro IGP-M (Índice Geral de Preços

do Mercado). Para o reajuste foi utilizada a página da internet Atualização de um

valor por um índice financeiro (Cálculo Exato, 2018).

Tabela 1 - Valores de manutenção ao ano das agências bancárias selecionadas - Brasil.

Itens de manutenção

2012

2013

2014

2015

Ar condicionado

R$ 7.703

R$ 9.889

R$ 9.952

R$ 9.253

Comunicação visual externa

R$ 1.711

R$ 1.924

R$ 1.834

R$ 1.461

Porta giratória

R$ 1.141

R$ 1.373

R$ 1.571

R$ 1.461

R$ total médio por agência

R$ 10.555

R$ 13.186

R$ 13.357

R$ 12.175

Fonte: elaborado pela autora com dados de Basile (2017).

Outros custos recorrentes inerentes à operação das edificações, são aqueles

relacionados ao seu uso, como é o caso das contas de consumo (como energia,

água e gás), impostos municipais (IPTU, taxas de coletas de lixo) e seguros.

Basile (2017, p.83) aponta os gastos com energia elétrica como um dos de

maior impacto na contabilidade das agências e estes serão considerados nesta

justificativa. Neste caso, os dados foram obtidos de 10 imóveis nos meses de 2014 e

2015.

Os números da tabela 2 são a média do gasto anual por edificação.

Tabela 2 - Valores de energia elétrica ao ano das agências bancárias selecionadas - Brasil.

Item de uso

2014

2015

Energia elétrica

R$ 63.950

R$ 106.934

Fonte: elaborado pela autora com dados de Basile (2017).

A média de gastos reajustados com manutenção e uso ao ano fica em R$

97.760 por agência baseada nos dados das tabelas 1 e 2. Esta foi obtida pela soma

das médias das duas tabelas, sendo R$ 12.318 a média de manutenção anual e R$

85.442 a de uso.

(23)

Ressalta-se que esses valores são estimados e pretendem mostrar a

grandeza do montante justificando a importância deste estudo de forma simples,

além de considerar apenas alguns dos custos principais.

Cada instituição, bem como as características dos seus PDV podem gerar

dados diferentes.

Levando-se em consideração apenas os cinco maiores bancos de 2017 em

número de agências, tem-se 5.016 do Bradesco, 4.753 do Banco do Brasil, 3.301 da

Caixa Econômica Federal, 3.269 do Itaú e 2.566 do Santander, totalizando 18.905

pontos em todo o país (Banco Central do Brasil, 2017).

Multiplicando-se esta quantidade total de filiais pela média anual de gastos

definida acima (R$ 97.760) acredita-se que a manutenção e operação acima possam

atingir anualmente mais de R$ 1,8 bilhões,

um potencial extremamente atrativo,

principalmente quando se tratam de instituições financeiras.

1.5 Premissas

Os resultados deste trabalho foram obtidos das análises de dados

provenientes de planilhas e relatórios de instituições do setor bancário brasileiro.

Apesar de considerar-se que estas informações são completas e confiáveis, como

elas não são efetuadas para o propósito das análises aqui apresentadas, foram

estabelecidas as premissas abaixo, com o intuito de tornar este estudo factível.

1) Considerou-se nesta dissertação as agências dos cinco maiores

bancos comerciais ativos atualmente no país em número de agências.

Em coerência ao já apresentado na justificativa deste trabalho, estas

instituições são: Banco Bradesco S.A., Banco do Brasil S.A., Caixa

Econômica Federal, Itaú Unibanco BM S.A. e Banco Santander S.A.;

2) O período estudado se inicia em setembro de 1996, sendo que foram

analisados os dados dos anos seguintes, até 2017, sempre

considerando os relatórios de Estatística Bancária Mensal por

município, por agência do mesmo mês a cada ano (Banco Central do

Brasil, 1996 a 2017);

(24)

3) Embora tenham-se considerado as aquisições e fusões que deram

origem ao passivo das cinco instituições acima citadas, devido ao

grande número de agências, este trabalho não considerou as

alterações de CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) de uma

agência ao longo do período estudado;

4) Considerou-se os limites dos distritos estudados de acordo com o

mapa das prefeituras regionais da cidade de São Paulo (Prefeitura

Municipal de São Paulo, 2010);

5) Considerou-se o endereço (logradouro, bairro ou distrito e CEP)

constante no Comprovante de Inscrição de Situação Cadastral ou

Certidão de Baixa de Inscrição no CNPJ (Secretaria da Receita Federal

do Brasil, 2018) como base para verificação se a localização de cada

agência está compreendida nos limites das prefeituras regionais Vila

Mariana, Pinheiros, Mooca e Santana-Tucuruvi. Caso um ponto tenha

sido localizado no mapa como dentro de uma das áreas estudadas,

este foi considerado no estudo mesmo que o nome do distrito esteja

divergente na documentação;

6) Os valores de manutenção e uso utilizados neste trabalho foram

reajustados para setembro de 2017. Já os valores do PIB (Produto

Interno Bruto) são em valores correntes, conforme obtido da referência

bibliográfica;

7) Por não ser focado em economia ou na administração das instituições

bancárias aqui estudadas, não foram levantados dados de quantidade

e variação de correntistas nas regiões delimitadas para este trabalho.

Foram obtidos os dados populacionais absolutos dos distritos.

(25)

MÉTODO DE TRABALHO

2

Esta dissertação teve sua metodologia de trabalho dividida em duas etapas,

sendo a primeira a definição do tema com base em um tripartite de assuntos

relacionados e a segunda, um fluxograma dos tópicos a serem estudados em busca

do objetivo inicial. As duas etapas são explicadas nos itens que seguem.

Todas as fases do trabalho baseiam-se em dados teóricos, obtidos

principalmente de relatórios gerados pelo setor bancário por meio de fundações,

instituições e associações nacionais, com é o caso da Febraban (Federação

Brasileira de Bancos) e do BCB (Banco Central do Brasil).

2.1 Definição do tema

O tema deste trabalho, bem como os itens de pesquisa necessários para a

sua concepção, foram definidos a partir de três tópicos principais dispostos em um

tripartite. Este método determina a interligação entre os assuntos chave abordados

para formar o tema final, sendo que suas intersecções representam os demais

pontos a serem explorados no tema, conforme figura 3 abaixo.

Figura 3 - Tripartite para definição do tema

Fonte: Elaborado pela autora

Evolução

anual

Quatro

distritos de

São Paulo

Agências

bancárias

1

2

3

(26)

As interseções representadas pelos números 1, 2 e 3 são explicadas em

seguida:

1. Variações ocorridas no período: este tópico destaca as alteração

sofridas pela infraestrutura bancária analisada durante o período

proposto, levando em consideração o tamanho em área (m²) das

edificações, a quantidade de agências, qual o objetivo destas

edificações e se houve alteração do seu propósito com o passar do

tempo, bem como o impacto da introdução das transações remotas por

internet ou aplicativos móveis e o contexto histórico;

2. Mapeamento dos distritos estudados no período definido: serão

analisadas as alterações populacionais dos distritos estudados

considerando a quantidade de habitantes e aspectos sociais da

população;

3. Cenário atual das agências nos quatro distritos: este tópico une os

dados populacionais aos dados bancários, proporcionando uma análise

individual do comportamento bancário referente à infraestrutura em

cada uma das regiões.

No centro do tripartite encontra-se o tema do trabalho que auxiliou na

definição do seu título: “Evolução do perfil de infraestrutura bancária em quatro sub

prefeituras da cidade de São Paulo: Vila Mariana, Mooca, Pinheiros e

Santana-Tucuruvi”.

Uma vez determinado o tema de estudo, foi elaborado um fluxograma para

definição das etapas a serem analisadas na revisão bibliográfica, conforme item a

seguir.

2.2 Fluxograma

As etapas do estudo foram definidas com o auxílio do fluxograma abaixo,

sendo que cada uma das caixas do fluxo compreende um ou mais dos principais

tópicos do presente trabalho, subdividido em introdução, revisão bibliográfica, estudo

de caso, análise de dados e conclusões.

(27)

Esta forma de representação (figura 4) é de extrema importância para a

organização do estudo, entendimento do seu método e etapas compreendidas.

Figura 4 - Fluxograma das etapas de estudo.

Fonte: Elaborado pela autora

Os primeiros itens, destacados em verde, compreendem a introdução do

trabalho, que contextualiza o tema a ser estudado, considerando o cenário atual do

Brasil em função do tipo de edificação e já foram apresentados anteriormente.

Em seguida, os retângulos preenchidos com a cor laranja, abrangem a

revisão bibliográfica, ou seja, o capítulo 3, que contém a maior parte das pesquisas

(28)

bibliográficas que sustentam os tópicos definidos na escolha do tema, no subitem

2.1 Definição do Tema, acima.

Os retângulos em azul são abordados no capítulo 4, que é o caso no qual é

aplicada a metodologia definida no contexto apresentado na revisão bibliográfica.

Nesta dissertação aprofunda-se a análise dos perfis das agências bancárias em

cada um dos distritos propostos.

Os últimos tópicos, em vermelho e cinza, representam os capítulos 5 e 6 são

a análise dos resultados e conclusões que devem ir de encontro ao que foi definido

no objetivo. Os derradeiros capítulos representam o que se deseja entregar à

sociedade com este estudo.

(29)

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3

Em 2017, o Brasil possuía 207,8 milhões de pessoas, sendo

aproximadamente 78%, ou seja 162 milhões, com 15 anos ou mais (Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística, 2017). Este trabalho considera esta a idade a

partir da qual pode-se iniciar a trabalhar em caráter de aprendiz, e portanto, deve-se

abrir conta corrente em bancos.

De acordo com o Relatório de Inclusão Financeira do Banco Central (2015),

em 2014, 84,5% da população adulta possuía conta bancária. Ao analisar o número

de pessoas que movimentavam essas contas, chegava-se a 68,1% dos adultos, na

época 86,3 milhões de pessoas com 18 anos ou mais.

A taxa de brasileiros adultos com contas em banco é chamada de indicador

de bancarização segundo Febraban (2017) e é obtida pelo número de CPF

(Cadastro de Pessoa Física) de pessoas com mais de 15 anos ativos no Banco

Central do Brasil, dividido pelo total da população com essa faixa etária. O histórico

do número de brasileiros com contas bancárias desde 2008 é apresentado no

gráfico da figura 5, a seguir.

Figura 5 - Histórico da taxa de bancarização brasileira desde 2008

até 2016.

(30)

O período acima demonstra um crescimento anual médio de 2,8% ao ano no

número de brasileiros com contatos com bancos. Apesar destes 90% não

representarem a parcela da população adulta que movimenta frequentemente a sua

conta bancária, pode-se concluir, que o país possui um alto índice de bancarização

e que lidar com estas instituições faz cada vez mais parte dos afazeres dos

brasileiros.

Estes dados vão em oposição aos apresentados anteriormente, na introdução

e justificativa desta dissertação e auxiliam a explicar a existência de 20.904 agências

em 2017 no território nacional.

Esta revisão bibliográfica tem início com a apresentação da variação do

número de agências bancárias no Brasil e na cidade de São Paulo de 1996 a 2017,

no subitem 3.1. Neste mesmo tópico, aprofunda-se a análise com a variação de área

das agências inauguradas a cada ano e as influências históricas e da digitalização

das transações nestas alterações.

Apresenta-se também um panorama das mudanças ocorridas em alguns

lugares do mundo e conclui-se este capítulo apresentando-se os distritos propostos

para análise mais aprofundada e suas características.

3.1 Variação do número de agências no Brasil ao longo dos anos

O Banco do Brasil, criado em 1808 por meio de um alvará outorgado pelo

príncipe regente D. João VI, foi a primeira instituição bancária do país, sendo que

sua primeira praça foi inaugurada no ano seguinte com o início das suas operações

na cidade do Rio de Janeiro. O banco iniciou sua expansão pelo país, tendo

estabelecido agências filiais em Salvador e São Paulo, em 1818 e 1820

respectivamente (Piñeiro, 2003). Desde então, inúmeros bancos foram criados ou

vieram de outros países para instalar filiais no Brasil.

O quadro e a imagem a seguir mostram a evolução da quantidade de

edificações destinadas ao atendimento de clientes e correntistas desde 1996,

sempre considerando dados de dezembro de cada ano (Banco Central do Brasil,

1996 a 2017).

(31)

Tabela 3 - Evolução do número de agências no período

estudado (1996 a 2017).

Ano

Número de agências

Aumento / Queda

1996

16.286

-

1997

15.972

-2%

1998

15.800

-1%

1999

15.916

1%

2000

16.323

3%

2001

16.769

3%

2002

16.987

1%

2003

16.784

-1%

2004

17.203

2%

2005

17.627

2%

2006

18.087

3%

2007

18.572

3%

2008

19.142

3%

2009

20.046

5%

2010

19.813

-1%

2011

21.278

7%

2012

22.218

4%

2013

22.918

3%

2014

23.126

1%

2015

22.826

-1%

2016

22.473

-2%

2017

20.904

-7%

Fonte: elaborado pela autora com dados de Banco

Central do Brasil (1996 a 2017).

Figura 6 - Evolução do número de agências desde 1996.

Fonte: elaborado pela autora com dados de Banco Central do Brasil (2017).

10,000 12,000 14,000 16,000 18,000 20,000 22,000 24,000 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 Número de agências por ano

(32)

Com base nos dados das imagens acima, pode-se analisar algumas

tendências e variações conforme abaixo:

• O maior crescimento anual ocorreu de 2010 para 2011, com 7% de

aumento no número de agências;

• O primeiro período de queda ocorreu entre 1997 e 1998, totalizando

3% de redução. Em 1999 iniciou-se um período de crescimento que

durou até 2002;

• De 1999 a 2014 houve um longo período de alta, com apenas

pequenas quedas anuais de 1% em 2003 e 2010. Em todo o período, o

aumento total no número de agências foi de 28%;

• Em 2014, pode-se observar o maior número de agências da série,

totalizando 23.126 unidades;

• Um novo período de redução teve início em 2015, sendo que a maior

queda anual ocorreu em 2017, com -7% no número de praças em

relação ao ano anterior.

Entende-se ser possível fazer uma comparação entre os dados e análises

feitos acima com a situação econômica brasileira, sendo este assunto discorrido com

maiores detalhes no tópico 3.1.2 Impacto de acontecimentos históricos, desta

dissertação.

Aprofundando-se nestes números para análise do cenário estudado, a tabela

e gráfico a seguir ilustram o mesmo movimento, desta vez considerando apenas o

município de São Paulo. Os dados foram obtidos de Banco Central do Brasil (1996 a

2017), considerando setembro de cada ano.

Inicialmente comparando-se superficialmente as tabelas, destaca-se a

importância da cidade no cenário bancário brasileiro, uma vez que esta

compreendeu sozinha em 2017 cerca de 10,4% do total de agências da nação.

Esta porcentagem é de quase o dobro da relação entre habitantes da cidade

e do país, que foi de 5,8% em 2017, considerando a população da cidade estimada

em cerca de 12,1 milhões de habitantes (Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística, 2017).

(33)

Em 2017, São Paulo continha por volta de 5.570 habitantes para cada

agência e o Brasil, 9.940 habitantes por agência.

A relevância da cidade no setor bancário do país está condizente, porém, com

a sua participação no Produto Interno Bruto, que representa cerca de 11% do total

nacional (FecomercioSP, 2018).

Apesar de notar-se curva similar quando comparados os gráficos referentes

aos números do país e da cidade, percebe-se que quando o foco é dado na

metrópole, não há queda no número de agências nos mesmos períodos, apenas em

2016 e 2017.

Verifica-se também uma alta taxa de crescimento em 1999 de 17% em São

Paulo, que não foi acompanhada pelo restante do país, que no mesmo ano

retomava o crescimento a 1% após um período de queda.

Tabela 6 - Evolução do número de agências na cidade

de São Paulo no período estudado (1996 a 2017).

Ano

Número de agências

Aumento / Queda

1996

1.057

-

1997

1.064

1%

1998

1.132

6%

1999

1.329

17%

2000

1.412

6%

2001

1.528

8%

2002

1.591

4%

2003

1.640

3%

2004

1.691

3%

2005

1.713

1%

2006

1.792

5%

2007

1.894

6%

2008

1.987

5%

2009

2.043

3%

2010

2.118

4%

2011

2.146

1%

2012

2.173

1%

2013

2.239

3%

2014

2.289

2%

2015

2.284

0%

2016

2.218

-3%

2017

2.171

-2%

(34)

Figura 7 - Evolução do número de agências desde 1996 em São Paulo

Fonte: elaborado pela autora com dados de Banco Central do Brasil (1996 a

2017).

3.1.1 Evolução das áreas das agências no período estudado

Além do número de agências, para análise da evolução do perfil da

infraestrutura bancária, optou-se por compreender o comportamento relacionado ao

seu tamanho. Entende-se, que quanto maiores as edificações, maiores os custos de

implantação, manutenção e operação.

Os dados apresentados na tabela e gráfico a seguir são referentes a uma das

instituições bancárias atuantes no país desde a década de 1940. Os números abaixo

mostram uma grande variação das áreas por metro quadrado, desde o período

inicial até 2015, sendo demonstradas apenas as áreas das agências inauguradas

em cada período.

0 500 1,000 1,500 2,000 2,500 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15 20 16 20 17 Número de agências por ano

(35)

Tabela 4 - Variação da área média das agências

inauguradas desde a década de 1940 até 2015.

Ano

inauguradas no período (m²)

Área média das agências

Variação área

no ano (%)

1940s

1.400

-

1950s

1.750

25%

1960s

1.600

-9%

1970s

950

-41%

1980s

930

-2%

1990s

800

-14%

2000

700

-13%

2001-2005

600

-14%

2006-2010

600

0%

2011

650

8%

2012

600

-8%

2013

520

-13%

2014

540

4%

2015

330

-39%

Fonte: elaborado pela autora com dados de Basile

(2017).

Figura 8 - Variação da área média das agências inauguradas por instituição financeira

(36)

Considerando os dados acima, no geral, desde a criação desta instituição

houve redução de área média das agências inauguradas a cada ano, de tal forma

que a queda total no período foi de 76%, totalizando mais de mil metros quadrados.

Destaca-se também dois períodos de intensa queda em pouco tempo. O

primeiro nos anos 1970 em comparação com a década anterior, com uma redução

de 650 m², ou seja -41%, e o segundo em 2015, com uma redução de área média de

210 m² em comparação com o ano anterior, ou seja -39%.

Apesar de este estudo basear-se em dados de área de apenas uma

instituição financeira e não poder afirmar-se categoricamente que os demais bancos

possuiriam valores similares, estes serão considerados uma tendência do setor

bancário brasileiro como um todo.

Tendo sido apresentadas e analisadas as informações dos itens 3.1 e 3.1.1,

conclui-se haver um movimento de redução da infraestrutura bancária intensificado

desde 2015 tanto em relação à quantidade de agências, como às áreas dos pontos

inaugurados.

Os tópicos a seguir apresentam dois fatores que possivelmente impactam

estas tendências, como os fatores históricos desde a década de 1990, que por

influenciarem a economia, afetam diretamente os bancos, e a recente migração para

serviços prestados de forma remota, por telefone e pela rede mundial de

computadores.

3.1.2 Impacto de acontecimentos históricos

O cenário macroeconômico do início dos anos 1990 herdou parte dos

problemas econômicos vindos da década anterior, entre eles a alta inflação e a

retração econômica.

No ano de início do período aqui estudado (de 1996 à 2017), o país passava

por uma etapa de estabilização da economia iniciada em 1994 com sinais de suave

crescimento e queda considerável da inflação (Bourroul e Ferreira, 2014). Foi neste

período que, em 1994 iniciou-se o Plano Real e em 1995 que surgiu o PROER,

Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro

Nacional (Banco Central do Brasil, 2018).

(37)

O Real foi implantado como moeda do Brasil em primeiro de julho de 1994,

sendo a quinta alteração monetária feita no país desde 1986 com o intuito de conter

a inflação. Seu sucesso, que culmina na permanência do Real até os dias atuais, é

atribuído às alterações graduais sempre divulgadas com antecedência pela

imprensa, oferecendo um cenário otimista à economia brasileira (Bourroul e Ferreira,

2014).

O início de retomada do crescimento econômico, porém, não foi benéfico a

alguns dos maiores bancos privados brasileiros que, acostumados a lucrar com a

alta variação de preços, ficaram próximos da falência entre 1994 e 1995. O PROER

foi criado no início do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso

(1995-2002) no intuito de auxiliar a reestruturação destas instituições, com assistência

financeira (Villaverde, 2015).

Apesar de o programa ser apontado muitas vezes como polêmico, no ano de

sua implantação, houve um aumento significativo de 10% na quantidade de

agências no país, passando de 15.342 para 16.907 (Banco Central do Brasil, 2017),

fenômeno também alavancado pelo otimismo dos primeiros anos da criação do Real.

Em seguida, logo no início do período estudado, em 1996, houve redução na

quantidade de agências em 4%, passando naquele ano para 16.286 unidades. Esta

queda se estendeu até 1998, quando se chegou a 15.800 agências, patamar similar

ao anterior à implantação do Plano Real e do PROER.

Ampliando-se a visão para o cenário financeiro mundial, desde 1994

notava-se situações instáveis nos paínotava-ses emergentes, iniciando-notava-se pelo México, passando

por diversos países asiáticos, até a declaração de moratória da Rússia em 1998

(Avemburg e Giambiagi, 2000).

Com o intuito de driblar a crise e mitigar os impactos da economia mundial no

país, entre 1997 e 1999, o governo brasileiro optou por subir os juros e pela

proposital desvalorização da moeda nacional. Após o longo período de frequente

variação da inflação entre as décadas de 1980 e a primeira metade dos anos 1990,

tais medidas geraram descontentamento da população.

Apesar das medidas, o Brasil foi o país latino-americano mais afetado pela

chamada crise dos Tigres Asiáticos, iniciada em 1997 quando os países do sudeste

daquele continente viram suas moedas despencarem devido a altos índices de

(38)

endividamento, conforme O Globo (2013). Com relação ao impacto desta

instabilidade na infraestrutura bancária, pode-se notar a redução no número de

agências de 3% entre 1996 e 1998.

No início dos anos 2000 até 2002, observa-se uma retomada do investimento

dos bancos em infraestrutura das agências, com um saldo positivo entre pontos

inaugurados e fechados de 664 unidades nestes anos no país.

O desgaste de parte da população brasileira com relação às medidas

tomadas nos últimos anos do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso

acabou por levar o país a uma mudança radical de posicionamento político,

resultando na eleição do presidente Luís Inácio Lula da Silva (2003-2010). Os

primeiros anos do seu governo foram marcados por um quadro dúbio de

desconfiança e otimismo em diferentes camadas da população (Barbosa, 2012), que

foi superado por um período de estabilidade da economia acompanhado de medidas

sociais para redução das desigualdades (Cruz et al., 2012).

No contexto mundial, na primeira metade dos anos 2000, a China se

consolida como forte economia após três décadas de intenso crescimento. O Brasil

passa a se beneficiar de tal desenvolvimento com o estreitamento da parceria entre

ambos, se destacando pela venda de commodities ligadas aos seus recursos

naturais e agropecuária (Cruz et al., 2012).

Ainda de acordo com Cruz et al. (2012), a forte confiança da população na

economia causada por medidas de fortalecimento e o aumento da renda familiar,

mantiveram o país praticamente inatingido pela crise econômica mundial que vigorou

de 2007 a 2010.

Apesar de o desequilíbrio ter sido atribuído à alta exagerada dos preços dos

imóveis e à desestabilização dos bancos nas nações desenvolvidas, não houve

impacto negativo significativo nos ativos da infraestrutura bancária brasileira.

Pode-se notar, inclusive, um período de grande investimento em inaugurações de

agências que se estendeu de 2011 até 2014, quando se atingiu o pico de

quantidades destes pontos no país.

Os anos que se seguiram porém, não mostram a continuidade do boom

econômico ocorrido na década de 2000 e a partir de 2012, o PIB (Produto Interno

Bruto) per capita brasileiro sai de uma curva ascendente para uma constante queda

(39)

até 2016, ano dos últimos dados divulgados pelo Banco Mundial (The World Bank,

2018).

Alavancado por questões políticas que culminaram no impeachment da

presidente Dilma Rousseff (2011-2016), o país entrou em recessão e em 2016 o PIB

sofreu uma queda de 3,6%, com aumento da taxa de desemprego, da inflação, do

dólar e da dívida pública, fatores que reduziram a confiança dos consumidores e

empresários (Trevizan, 2017).

Os reflexos da crise podem ser notados nos números da infraestrutura

bancária desde 2015, totalizando uma queda de 10% e balanço negativo de mais de

2.000 agências entre fechamentos e inaugurações de pontos.

As imagens a seguir têm o intuito de conectar as informações da história

econômica apresentadas neste item do trabalho e os dados previamente

apresentados na tabela 7. É possível notar-se o reflexo entre períodos de

crescimento e rescessão na quantidade de pontos de atendimento físicos

disponibilizados pelos bancos.

Traduzindo-se os fatos citados em números, o gráfico da figura 10 a seguir,

compara a variação da quantidade de agências no Brasil com o PIB per capita anual

em dólares estadunidenses correntes (US$).

A sobreposição da linha vermelha (quantidade de agências) e da linha verde

(PIB per capita) permite a identificação de padrão similar com trechos de ascensão e

queda em períodos próximos, sendo a curva vermelha levemente deslocada para a

direita e relação à verde.

Nota-se o reflexo da queda no PIB na queda do número de agências nos

anos seguintes. Por exemplo, em 2001 e 2002 o PIB caiu de mais de US$ 3.700

para aproximadamente US$ 2.800, ou seja cerca de 25%, e pode-se notar a redução

de mais de 200 agências no ano seguinte, em 2003.

(40)

Figura 9 - Linha do tempo dos acontecimentos na economia brasileira por ano

Fonte: elaborado pela autora com dados de Banco Central do Brasil (1996 a 2017) e

demais bibliografias citadas neste capítulo.

O mesmo acontece com a queda do PIB em 2009 e reflexo em 2010 no

número de agências e, mais intensamente, na queda do PIB entre 2012 e 2016 e

seu reflexo nas agências a partir de 2015. Este dado permite especular que ainda

haverá redução no número de agências nos próximos anos, até uma possível

estabilização ou aumento.

(41)

Figura 10 - Quantidade de agências no Brasil e PIB per capita (US$) ao ano

Fonte: elaborado pela autora com dados de Banco Central do Brasil (2017) e The World

Bank (2018).

3.1.3 Tendência de digitalização

Outro fator cujo impacto sobre o número de agências e sua área pretende-se

analisar é a possibilidade de efetuar transações bancárias por acessos remotos,

como pela internet. Entende-se que este meio reduz a sobrecarga de prestação de

serviços nos pontos físicos e pode ser benéfico tanto para a instituição como para o

cliente, conforme apresentado neste item do capítulo.

A ideia de proporcionar um acesso remoto às contas bancárias surgiu em

1983, no Reino Unido, com a criação de um serviço chamado “Homelink”. A conexão

era feita por telefone e televisão e permitia transferência de valores e pagamento de

contas. O internet banking como é conhecido atualmente, foi criado em 1994 como

uma plataforma da Microsoft que permitia acesso às contas bancárias e controle de

finanças pessoais pelos computadores (Pilche, 2012).

Essa tecnologia chegou ao Brasil no ano seguinte, tendo sido o Bradesco

S.A., o primeiro a criar uma plataforma online no país. O que era visto apenas como

mais uma opção de canal de acesso aos clientes, se tornou o maior meio de

interatividade entre banco e cliente nos últimos anos (Diniz, 2006).

(42)

A figura 11 demonstra o histórico do surgimento e evolução do internet

banking no mundo.

Figura 11 - Histórico do internet banking e características da geração Y.

Fonte: Elaborado pela autora com dados de

Diniz (2006) e Pilche (2012).

O conceito do acesso pela internet tem se beneficiado muito das preferências

da conhecida como geração Y, aquela que é representada pela população nascida

entre 1981 e 2000. Esta faixa etária já está habituada com a facilidade do acesso

móvel, tendo confiança nos serviços prestados por meio das tecnologias vinculadas

à internet. Nos Estados Unidos em 2015 apenas 32% dos clientes dos bancos

utilizou algum serviço em uma agência tradicional (Sarreal, 2016).

No Brasil, conforme apresentado na figura 5, na introdução do capítulo 3

deste trabalho, em 2016 90% dos brasileiros em idade ativa possuíam contas em

bancos. Analisando-se a população total com idade superior a 15 anos, 90%

representa atualmente mais de 145 milhões de pessoas (IBGE, DPE, COPIS, 2013).

De acordo com Febraban (2017) estes usuários possuíam ao todo em 2016, 53

milhões de contas com acesso ao internet banking (acesso privado ao website do

(43)

banco) e 42 milhões, ao mobile banking (acesso por meio de aplicativos de celular e

tablet).

Com estes dados é possível concluir, que caso cada adulto do índice de

bancarização possuísse apenas uma conta em banco, 37% destas pessoas estaria

usando internet banking e 29% usaria o mobile banking. Vale ressaltar que haveria

uma parcela com acesso a ambos os meios.

De acordo com IBGE (2018), em 2016, 64,7% da população com 10 anos ou

mais, ou seja, mais de 116 milhões de pessoas, tiveram acesso à internet, o que

permite concluir que existe grande possibilidade de expansão da utilização deste

meio para fins bancários, o que vem ocorrido intensamente desde a implantação do

sistema.

Em 2002, o número de transações bancárias efetuadas por meios digitais

ultrapassou a marca de 1 bilhão ao ano no Brasil e em 2008 começaram a surgir os

primeiros aplicativos de tablets ou celulares do tipo smartphone no país. Em 2016,

as operações efetuadas por internet e mobile chegaram a 56% do total (Febraban,

2017), conforme tabela 5. A figura 12 a seguir mostra a evolução do acesso por

aplicativos em comparação com o internet banking, sendo que em 2016, as

transações mobile ultrapassaram as transações pelos websites dos bancos.

Figura 12 - Evolução das transações digitais desde 2000

Fonte: elaborado pela autora com dados de Febraban (2005),

Febraban (2012) e Febraban (2017).

(44)

Apesar da crise financeira que tem afetado a economia brasileira, de acordo

com Febraban (2017), o setor bancário investiu R$ 18,6 bilhões em tecnologia em

2016, buscando mais facilidade e segurança aos seus clientes. As operações por

meio digital facilitam o acesso aos dados bancários de tal forma, que pode-se atribuir

a elas a causa do aumento de 17% no total de transações, que saíram de 56 bilhões

em 2015 para 65 bilhões em 2016, somando-se todos os canais.

O ramo bancário segue a mesma tendência do comércio eletrônico como um

todo, o chamado e-commerce. De acordo com o relatório do Ebit (2017), as compras

online cresceram 7,4% em 2016 no Brasil em comparação com o ano anterior, na

contramão das compras físicas que caíram 10% no mesmo período.

Nota-se também, que as transações bancárias mobile fazem parte de um

movimento do comércio, conhecido como m-commerce. Nele as redes de varejo

criam aplicativos para facilitar o acesso dos clientes às compras. As compras por

este canal representavam 0,1% da participação em 2011 e a previsão é de 32% em

2017.

Tabela 5 - Transações totais e por canais (agência, internet e mobile) desde 2000.

Ano

Transações

bancárias

(bilhões)

Agências

Internet

Mobile

% Total

(acessos

digitais)

2000

20 bilhões

4,0 bilhões

0,4 bilhões -

2%

2001

23 bilhões

5,2 bilhões

0,8 bilhões -

3%

2002

22 bilhões

4,5 bilhões

1,1 bilhões -

5%

2003

19 bilhões

4,5 bilhões

2,6 bilhões -

14%

2004

22 bilhões

3,6 bilhões

3,9 bilhões -

18%

2005

25 bilhões

3,7 bilhões

5,8 bilhões -

23%

2006

28 bilhões

3,8 bilhões

6,2 bilhões -

22%

2007

31 bilhões

4,3 bilhões

6,9 bilhões -

22%

2008

20 bilhões

3,6 bilhões

6 bilhões

0,008 bilhões

30%

2009

24 bilhões

3,8 bilhões

7 bilhões

0,01 bilhões

31%

2010

28 bilhões

3,9 bilhões

10 bilhões

0,1 bilhões

36%

2011

32 bilhões

3,9 bilhões

12 bilhões

0,1 bilhões

38%

2012

36 bilhões

4,0 bilhões

14 bilhões

0,5 bilhões

40%

2013

40 bilhões

3,8 bilhões

17 bilhões

1,6 bilhões

45%

2014

49 bilhões

4,9 bilhões

18 bilhões

4,7 bilhões

47%

2015

56 bilhões

4,4 bilhões

18 bilhões

11,2 bilhões

52%

2016

65 bilhões

5,3 bilhões

15 bilhões

21,9 bilhões

56%

Fonte: elaborado pela autora com dados de Febraban (2005), Febraban (2012) e

Febraban (2017).

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