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CONSELHO EXECUTIVO Trigésima Primeira Sessão Ordinária 27 de Junho a 1 de Julho de 2017 Adis Abeba, Etiópia

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SC19971 – 47/47/34/10

CONSELHO EXECUTIVO

Trigésima Primeira Sessão Ordinária

27 de Junho a 1 de Julho de 2017

Adis Abeba, Etiópia

EX. CL/1032 (XXXI) Rev.1 Original: Inglês

RELATÓRIO DE ACTIVIDADES DA COMISSÃO DA UNIÃO

AFRICANA SOBRE O DIREITO INTERNACIONAL (CUADI)

AFRICAN UNION UNION AFRICAINE

UNIÃO AFRICANA

Addis Ababa, Ethiopia P. O. Box 3243 Telephone: +251 11 551 7700 / Fax: +251 11 5 517 844

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RELATÓRIO DE ACTIVIDADES DA COMISSÃO DA UNIÃO AFRICANA SOBRE O DIREITO INTERNACIONAL (CUADI)

(Julho de 2016 – Junho de 2017) I. INTRODUÇÃO

1. O relatório de actividades da Comissão da União Africana sobre o Direito Internacional (CUADI) descreve as actividades da CUADI no período de Julho de 2016 à Junho de 2017. O relatório é dividido em 3 três secções. A Secção Um trata das actividades realizadas durante o período em análise; a Secção Dois contém os desafios enfrentados pela CUADI; ao passo que a Secção Três enumera as suas recomendações.

2. A CUADI foi criada em 2009 como um órgão consultivo independente, em conformidade com o parágrafo (2) do Artigo 5.º do Acto Constitutivo da UA. OS Estatutos da CUADI foi adoptado pela 12.ª Sessão Ordinária da Conferência da União Africana, realizada em Adis Abeba, Etiópia, de 1 a 4 de Fevereiro de 2009. A CUADI iniciou os seus trabalhos a 3 de Maio de 2010, a data efectiva do início do mandato dos primeiros membros da CUADI.

3. O mandato da CUADI enquadra-se em três (3) grandes categorias, nomeadamente, (i) o desenvolvimento progressivo do Direito Internacional; (ii) a codificação do Direito Internacional; e (iii) o ensino, estudo, divulgação e maior valorização do Direito Internacional. Estas podem ser concretizadas mediante: a revisão dos tratados, a realização de estudos sobre questões de interesse para a União e dos seus Estados-Membros e incentivo do ensino, estudo, divulgação e maior valorização do Direito Internacional.

4. Em conformidade com o artigo 21. º dos Estatutos da CUADI, a Comissão da União Africana é encarregada de proporcionar os meios, pessoal e infra-estruturas necessários para o Secretariado de CUADI, para permiti-lo realizar as suas funções de forma eficaz. Nesse sentido, o Secretariado da CUADI actualmente faz parte do Gabinete do Conselheiro Jurídico (OLC), que se subordina ao Gabinete do Presidente da Comissão da União Africana.

II. COMPOSIÇÃO ACTUAL

5. A composição actual dos Membros da CUADI é a seguinte:

Nome País Data de Eleição/Decisão Mandato

1 Emb. (Prof.) Sebastião da Silva ISATA

Angola Janeiro de 2015

Assembly/AU/Dec.550(XXIV)

Mandato de 5 anos

2 Juiz Abdi Ismael HERSI Djibouti Janeiro de 2015

Assembly/AU/Dec.550(XXIV)

Mandato de 5 anos

3 Prof. Hajer GUELDICH Tunísia Janeiro de 2015

Assembly/AU/Dec.550(XXIV)

Mandato de 3 anos

4 S.E. Kathleen Quartey AYENSU

Gana Janeiro de 2017

Assembly/AU/Dec.(XXVIII)

Mandato de 3 anos

5 Dr. Mohamed BARAKAT Egipto Janeiro de 2015

Assembly/AU/Dec.550(XXIV)

Mandato de 5 anos

6 Emb. Juliet Semambo KALEMA

Uganda Janeiro de 2015

Assembly/AU/Dec.550(XXIV)

Mandato de 5 anos

7 Prof. Daniel Makiesse MWANAWANZAMBI Rep. Dem.do Congo Janeiro de 2013 Assembly/AU/Dec.471(XX) Mandato de 5 anos

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Nome País Data de Eleição/Decisão Mandato 8 Prof. Bonifácio Obinna

OKERE

Nigéria Janeiro de 2013

Assembly/AU/Dec.471(XX)

Mandato de 5 anos

9 Juíza Naceesay SALLA-Ah Gâmbia Janeiro de 2013

Assembly/AU/Dec.471(XX)

Mandato de 5 anos

10 Emb. (Prof.) Cheikh Tidiane THIAM

Senegal Janeiro de 2015

Assembly/AU/Dec.550(XXIV)

Mandato de 5 anos

11 Juiz Kholisani SOLO Botswana Janeiro de 2013

Assembly/AU/Dec.471(XX)

Mandato de 5 anos

III. ELEIÇÃO DA MESA

6. Nos termos do Artigo 4.º do Regulamento Interno da CUADI, a Mesa da CUADI será composta pelo Presidente; Vice-Presidente; e o Relator-Geral.

7. Nesse sentido, na sua 12.ª Sessão Ordinária realizada de 21 de Novembro a 2 de Dezembro de 2016, em Acra, Gana, o Plenário da CUADI elegeu os seguintes Membros da Mesa:

i. EMB. (Prof.) Sebastião da Silva ISATA como Presidente; ii. Juiz Abdi Ismael HERSI como Vice-Presidente; e

iii. Prof. Hajer GUELDICH como o Relator-Geral. IV. FALECIMENTO E SUBSTITUIÇÃO DE UM MEMBRO

8. Foi com grande tristeza que a CUADI recebeu a notícia do falecimento do Sr. Ebenezer Appreku, cidadão do Gana e membro eleito duas vezes da CUADI, tendo sido eleito inicialmente em 2009 e reeleito em 2015. Em nome dos Membros da CUADI e do Secretariado, desejamos manifestar o nosso profundo agradecimento pela sua vida e trabalho. Na sua qualidade de Membro da CUADI, realizou vários estudos e palestras em nome da CUADI, visando o desenvolvimento do Direito Internacional, dentro e fora do continente.

9. Na sequência da morte prematura do Sr. Appreku, a 28.ª Sessão Ordinária da Conferência, que foi realizada em Janeiro de 2017, em Adis Abeba, Etiópia, elegeu S.E. Kathleen Quartey Ayensu, cidadã do gana, veterana e jurista internacional, para prestar serviço para o restante do mandato do Sr. Appreku. Durante a 13.ª Sessão Ordinária da CUADI, em Abril de 2017, em Adis Abeba, Etiópia, a OLC prestou o juramento de posse para S.E. Kathleen Quartey Ayensu.

V. REUNIÕES ESTATUTÁRIAS

10. Foram realizadas duas reuniões estatutárias durante o período em análise, nomeadamente: (i) a 12.ª Sessão Ordinária, realizada de 21 de Novembro a 2 de Dezembro de 2016, em Acra, Gana; e (ii) a 13.ª Sessão Ordinária, realizada de 3 a 13 de Abril de 2017, em Adis Abeba, Etiópia.

11. A CUADI realizou igualmente o seu 5.º Fórum sobre o Direito Internacional, a 5 e 6 de Dezembro de 2016, em Acra, Gana.

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SECÇÃO I

ATIVIDADES DE CUADI

12. Conforme indicado acima e de acordo com os Estatutos da CUADI, o presente relatório abordará as actividades da CUADI em três Secções; ou seja (a contribuição deste órgão para (i) o desenvolvimento progressivo e codificação do Direito Internacional, e (ii) o ensino, estudo e divulgação do Direito Internacional, e (iii) outras actividades da CUADI.

I. DESENVOLVIMENTO PROGRESSIVO E CODIFICAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL

13. Como parte do seu mandato nos termos dos artigos 5.º e 6.º dos Estatutos da CUADI, esta realizou vários estudos através dos Relatores Especiais nomeados. Durante as sessões, foram apreciados os seguintes estudos:

a) Relatório Preliminar do Estudo sobre Cooperação Judiciária e Assistência Jurídica Mútua, pela Prof. Hajer Gueldich

14. A Relatora Especial, Prof. Hajer Gueldich, apresentou o seu documento síntese e relatório preliminar, no qual observou a crescente sofisticação e fenómeno internacional nas actividades criminosas dentro do continente. Portanto, a criação de um espaço de liberdade e segurança autónomo exige progressos na criação de um espaço judiciário comum. É com isso em mente que a Relatora Especial propôs o desenvolvimento de um estudo e um Projecto de Convenção sobre Cooperação Judiciária entre os Estados-Membros da UA. Isso está igualmente em conformidade com os artigos 3.º e 4.º do Acto Constitutivo da União Africana, que refere a necessidade de acelerar a integração política e socioeconómica do continente e promoção da cooperação internacional e desenvolvimento em todas as áreas da actividade humana.

15. Para o alcance desses objectivos e em consideração da explosão das relações privadas internacionais além das fronteiras nacionais e diante de um fenómeno de globalização crescente em todos os domínios entre os Estados do mundo, a Relatora Especial decidiu elaborar um quadro jurídico comum sob a forma de uma Convenção Africana sobre Cooperação Judiciária e Assistência Jurídica Mútua, a fim de satisfazer todas essas novas necessidades a nível continental.

16. O Relator Especial elaborou igualmente um questionário, a ser enviado para os Estados-Membros e as Comunidades Económicas Regionais.

b) Relatório Preliminar do Estudo sobre a Não-Dupla Tributação, pela Prof. Hajer Gueldich

17. A Relatora Especial, Prof. Hajer Gueldich, apresentou o seu documento síntese e destacou as graves consequências da dupla tributação no intercâmbio de bens e serviços e sobre a circulação de capitais, tecnologia e pessoas dentro do continente.

18. Consequentemente, a Relatora Especial destacou que uma Convenção Continental Africana sobre evitar a dupla tributação terá o mérito de definir os

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impostos visados e definir igualmente o residente elegível para as vantagens à escala do continente africano; reduzir frequentemente os montantes dos impostos para manter os interesses, dividendos e honorários pagos por um residente; definir as circunstâncias em que os rendimentos das pessoas físicas que vivem num determinado país serão impostas em outro país, em especial os salários, o rendimento dos trabalhadores independentes e os outros rendimentos; planificar isenções de certos tipos de impostos e prestação de um quadro metodológico para a execução e resolução de litígio nas questões de tributação.

c) Estudo e Projecto de Lei Modelo para a Domesticação da Convenção da União Africana sobre a Prevenção e Combate à Corrupção, pelo Juiz Abdi Ismael Hersi

19. O Relator Especial, Juiz Ismeal Abdi Hersi, apresentou o seu documento síntese e relatório preliminar sobre a elaboração de uma lei modelo sobre a corrupção no continente, em conformidade com a Convenção da União Africana sobre Prevenção e Combate à Corrupção. O Juiz Hersi destacou a escala e o impacto negativo da corrupção nos estados africanos. Destacou que a lei modelo irá, deste modo, permitir a adopção da legislação nacional pré-existente para os requisitos da Convenção, ou elaborar ex nihilo, nova legislação que abarque, pelo menos, o âmbito da Convenção. Explicou que uma das metodologias para a recolha de dados será um questionário que será distribuído aos Estados-Membros.

20. Na sequência do comentário do membro, foi acordado que o Relator Especial apresentará o estudo para a sua segunda interpretação e questionário na próxima Sessão.

d) Estudo do Direito Constitucional Comparado – Uma Avaliação do Constitucionalismo em África, pelo Emb. (Prof.) Sebastião da Silva Isata

21. O Relator Especial no seu documento síntese observou que o estudo procura se envolver numa avaliação abrangente do acervo do constitucionalismo nos países africanos ao longo das últimas três décadas e abordar ainda os desafios de governação nos países africanos. Irá, posteriormente, avaliar se os vários modelos constitucionais proporcionam um quadro viável para atingir os objectivos importantes das sociedades africanas e operar dentro dos preceitos do constitucionalismo.

22. Observou, em especial, que o estudo visa avaliar e apreciar o funcionamento do constitucionalismo e as medidas tomadas para implementar o constitucionalismo; a operação da separação de poderes; independência do poder judiciário; democracia e se o objectivo de eleições livres e justas está a ser concretizado; cumprimento do princípio da legalidade e observância do Estado de Direito. Além disso, o estudo vai explorar até que ponto a constituição promove um sentimento de identidade nacional.

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e) Estudo Comparativo da Jurisprudência Desenvolvida de Integração Regional entre as Oito (8) Comunidades Económicas Regionais (CER) em África – o Caso da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), pelo Emb. (Prof.) Sebastião Da Silva Isata 23. O Relator Especial, Emb. (Prof.) Sebastião da Silva Isata, apresentou o seu documento síntese ao Plenário da CUADI. Indicou que o estudo pretende analisar as normas, estruturas organizacionais e jurisprudência da SADC, numa perspectiva comparativa, através da realização de um inventário das legislações da SADC, analisar os desafios à integração e identificar os meios para reforçar o quadro regulamentar. O trabalho do tribunal da SADC será igualmente abordado bem como as relações interinstitucionais e as questões de paz e segurança. Enquanto o Relator Especial aborda a experiência da SADC, outros membros irão igualmente avaliar as outras Comunidades Económicas Regionais, e, deste modo, será elaborada uma estrutura harmonizada.

f) Estudo e Projecto de Lei Modelo para a Domesticação do Protocolo à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos sobre os Direitos das Mulheres em África, pela Juíza Naceesay Salla - Wadda 24. A Relatora Especial, Juíza Naceesay Salla-Ah, observou que o estudo visa apoiar a domesticação do Protocolo à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos sobre os Direitos das Mulheres em África, conhecido igualmente como o Protocolo de Maputo. Observou que o Protocolo sobre os Direitos das Mulheres em África é um Protocolo Adicional à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos. No seu estudo, descreveu que o objectivo é desenvolver um Projecto de Lei Modelo com base no referido Protocolo, sobre o qual os Estados Partes da Carta e do Protocolo podem utilizar como modelo ou formato na promulgação de legislações nacionais/domésticas, em respeito às suas obrigações para com o Tratado de assinar, ratificar e domesticar este Protocolo sobre os Direitos das Mulheres.

25. A Relatora Especial observou que o Protocolo de Maputo enfrenta vários desafios relacionados com a cultura e religião. Por exemplo, destacou que o artigo 14.º sobre os direitos de saúde reprodutiva das mulheres, que permite que as mulheres façam escolhas informadas para controlar a sua fertilidade e que posteriormente dá às mulheres o direito de escolha se desejam ter filhos, tem sido fortemente contestada pelos movimentos religiosos em muitos países africanos. É, portanto, objectivo deste estudo mediar as lacunas entre as legislações existentes nos países africanos e as normas internacionais que o Protocolo visa definir.

26. A Relatora Especial elaborou igualmente um questionário, a ser enviado para os Estados-Membros e as Comunidades Económicas Regionais.

g) Estudo da Jurisprudência Desenvolvida da Comunidade da África Oriental (EAC), pela Emb. Juliet Semambo Kalema

27. O Relator Especial observou que o objectivo deste estudo é a elaboração de um relatório abrangente sobre a Jurisprudência Desenvolvida da Comunidade da África Oriental (EAC). Isto irá oferecer uma oportunidade para avaliar os progressos realizados pelas Comunidades Económicas Regionais para a concretização dos

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objectivos da UA, conforme descrito no Acto Constitutivo, nomeadamente o de "integração política e socioeconómica do continente".

28. Na realização deste estudo, observou que irá analisar a base jurídica para a cooperação e integração da EAC. Isto implicará uma análise/exame dos sistemas legislativos e judiciárias aplicados nos estados parceiros, bem como o corpo do Direito Comunitário (o Tratado, Protocolos, Actos da EALA, Convenções e Protocolos Internacionais) a fim de obter uma compreensão de como estes sistemas apoiam o desenvolvimento da Jurisprudência Comunitária e melhorar o processo de integração no continente.

29. O Relator Especial elaborou igualmente um questionário, a ser enviado para os Estados-Membros e as Comunidades Económicas Regionais, com vista a efectuar uma análise continental.

h) Documento Síntese do Estudo sobre a Implementação da Visão Africana de Mineração – Legislação Africana de Mineração e Petróleo, pelo Prof. Daniel Makiesse Mwanawanzambi

30. O Relator Especial, Prof. Daniel Makiesse Mwanawanzambi, apresentou o seu Documento Síntese do Estudo sobre a Implementação da Visão Africana de Mineração. O Relator Especial observou que, de acordo com a missão da CUADI, pretende identificar as realidades e os requisitos regulamentares actuais para mineração e petróleo em África e, subsequentemente, identificar potenciais vias de uma lei consecutiva para a regulamentação africana dos sectores das minas e do petróleo, para que a os estados africanos possam ter e integrar um quadro normativo numa política comum para apropriar esses recursos abundantes num continente onde a população continua bastante pobre.

i) Estudo comparativo da jurisprudência desenvolvida de integração regional entre as Oito (8) Comunidades Económicas Regionais (CER) em África - o Caso da União do Magrebe Árabe (UMA), pela Prof. Hajer Gueldich

31. A Relatora Especial, Prof. Hajer Gueldich, apresentou o primeiro relatório sobre a jurisprudência desenvolvida sobre a UMA, em anexo. No seu primeiro relatório, a Relatora Especial fez uma abordagem à génese da UMA, seu objectivo, um aspecto organizacional e estrutural da UMA; conquistas jurídicas e institucionais. Abordou igualmente as limitações regionais no Magrebe rumo à integração.

32. A Relatora Especial elaborou igualmente um questionário, a ser enviado para os Estados-Membros e as Comunidades Económicas Regionais, com o objectivo de realizar uma análise continental.

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j) Estudo e Projecto de Lei Modelo para a domesticação da Carta Africana dos Direitos e Bem-estar da Criança, pelo Prof. Boniface Obinna Okere

33. O Relator Especial, Prof. Boniface Obinna Okere, apresentou o seu Documento Síntese relativo à elaboração de uma Lei Modelo para a domesticação da Carta Africana dos Direitos e Bem-estar da Criança. O Relator Especial observou que o estudo tem como objectivo auxiliar os Estados Partes na harmonização das suas leis e regulamentos administrativos relacionados em África, a fim de desenvolver uma abordagem comum para a protecção da criança através da elaboração de uma Lei Modelo.

34. A Lei Modelo irá orientar os legisladores na tradução das obrigações decorrentes da Carta em legislações nacionais detalhadas. Irá igualmente ajudar os decisores políticos, magistrados, administradores e pesquisadores na aplicação da Carta Africana dos Direitos e o Bem-estar da Criança.

II. ENSINO, ESTUDO E DIVULGAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL

35. Nos termos do artigo 4.º dos Estatutos da CUADI, um dos objectivos da CUADI é o de:

“incentivar o ensino, estudo, publicação e divulgação de literatura

sobre o Direito Internacional, em especial, as leis da União, com vista a promover a aceitação e o respeito pelos princípios do Direito Internacional, resolução pacífica de conflitos, respeito pela União e recurso aos seus Órgãos, quando necessário.

36. Por conseguinte, a CUADI levou a cabo as seguintes actividades:

a) O 5.º Fórum da Comissão da União Africana sobre o Direito Internacional: "O Papel de África no Desenvolvimento do Direito Internacional"

37. O 5.º Fórum do CUADI, presidido pelo Prof. Obinna Okere, com o Dr. Mohamed Barakat como Relator, foi realizado em Acra, Gana, a 5 e 6 de Dezembro de 2016, imediatamente após o final da 12.ª Sessão Ordinária. O tema do 5.º Fórum foi "O Papel de África no Desenvolvimento de Direito Internacional".

38. Os objectivos do Fórum foram, entre outros, pesquisar os métodos em que África se envolveu e interage de forma contínua nos processos de elaboração do Direito Internacional; analisar a prática dos estados africanos nas suas interacções entre si e com outros estados da comunidade internacional; investigar o papel desempenhado pelos estados africanos nas organizações internacionais no contexto do desenvolvimento e codificação das novas normas do Direito Internacional; analisar formas de contribuir de forma progressiva para o desenvolvimento do Direito Internacional em África; e identificar os desafios em que África contribuiu para o desenvolvimento do Direito Internacional.

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a) O quadro institucional da contribuição da África para o desenvolvimento do Direito Internacional;

b) O papel que as instituições regionais africanas, em particular as CER e os tribunais regionais, desempenham no desenvolvimento do Direito Internacional;

c) Contribuições de africanos nas jurisdições internacionais; d) Cursos sobre Direito Internacional dados por africanos;

e) A contribuição de África para o desenvolvimento do comércio internacional e investimento.

40. Os oradores que apresentaram os vários tópicos foram eminentes estudiosos e juristas de importantes instituições e organizações internacionais. Participaram no Fórum mais de 120 delegados, constituído de Estados-Membros da União Africana, Organizações Internacionais e Universidades. O discurso principal deste Fórum foi proferido por S.E. Juiz Abdulqawi Yusuf, Vice-Presidente do Tribunal Internacional de Justiça. O Fórum destacou o papel fundamental desempenhado pelos estados africanos para o desenvolvimento do Direito Internacional. Isto serviu como capacitação para jovens académicos, uma vez que os permitiu interagir com especialistas em Direito Internacional tanto da diáspora africana como do continente africano e serviu, como uma plataforma para a CUADI aumentar a sua visibilidade. 41. Os oradores do Fórum apresentaram ainda seus artigos sobre Direito Internacional, na sequência da qual a CUADI está a preparar para a publicação desses artigos sobre temas contemporâneos de Direito Internacional. Isso permite que os Estados-Membros e estudiosos africanos tenham acesso aos escritos de peritos do Direito Internacional no terreno.

A CUADI observa que os objectivos da Agenda 2063 é garantir a existência de uma plataforma onde o Direito Internacional foi discutido. Para este fim, dada a natureza entrelaçada do Direito Internacional e sua capacidade de lidar com vários campos, a CUADI, portanto, gostaria de fazer o seu apelo à todos os Órgãos do UA e à CUA, para uma contínua parceria entre os nossos órgãos, a fim de alcançar os objectivos definidos durante este Fórum.

b) O Primeiro Seminário de Direito Internacional para Universidades Africanas, Acra, Gana, de 15 a 26 de Agosto de 2016

42. Tendo em conta a importância do ensino superior e da pesquisa e, no aprimoramento dos seus conhecimentos sobre questões contemporâneas do Direito Internacional e da União Africana, a CUADI, em estreita colaboração com o Governo do Gana, Instituto Africano de Direito Internacional (AIIL), Escritório das Nações Unidas para os Assuntos Jurídicos, Divisão de Codificação, prestou uma formação de duas semanas para professores, palestrantes e pesquisadores africanos dentro da faculdade de direito de uma instituição académica. O Seminário foi realizado de 15 a 26 de Agosto de 2016, em Acra, Gana. A CUADI foi igualmente representado pela Embaixador Kalema, Membro da CUADI.

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43. O Seminário ofereceu uma formação de alta qualidade por eminentes estudiosos e profissionais de diferentes regiões e sistemas jurídicos num vasto leque de matérias essenciais do Direito Internacional, tais como o Direito e as Instituições da União Africana; Direito Internacional dos Direitos Humanos; Integração Regional; Direito Comercial Internacional; Direito de Investimento Internacional; e Direito Penal Internacional. A natureza interactiva da formação permitiu ainda aos participantes partilhar experiências e trocar ideias sobre o Direito Internacional e a domesticação dos vários princípios no âmbito de suas jurisdições.

III. OUTRAS ACTIVIDADES DA CUADI

44. Outras actividades e acontecimentos que tiveram lugar durante o período em análise foram os seguintes:

a) Apreciação do Projecto de Regulamento Interno da CUADI

45. Em relação ao seu Regulamento Interno, o Plenário da CUADI tinha diante de si as propostas de alteração ao seu Regulamento Interno. Nesse sentido, o Plenário na sua 13.ª Sessão tinha diante de si um novo projecto proposto pela Prof. Gueldich. O projecto continha sugestões para a acréscimo e alterações de diversos artigos que abordavam os objectivos da CUADI; estrutura organizacional; processo de tomada de decisão; termos de referência para os Membros da CUADI; orçamento; contribuição da CUADI para o Direito Internacional e para o Direito da União Africana; etc.

46. O projecto proposto foi analisado e deliberado extensivamente pelo Plenário. O resultado foi um projectos de cinquenta artigos do Regulamento Interno que os membros deviam rever mais durante o período de interrupção e deliberar como uma segunda leitura durante a próxima sessão.

47. Para este fim, a Prof. Hajer Gueldich, Relatora Geral da CUADI, propôs um projecto que continha sugestões para os acréscimos e alterações de diversos artigos. 48. Como resultado da sua análise, a CUADI adoptou na primeira leitura um conjunto de 50 projectos de artigos. A CUADI decidiu fazer as alterações necessárias e ter uma segunda leitura na sua próxima sessão.

b) Elaboração da Página Web da CUADI, do 2.º Anuário e do 3.º Jornal da CUADI

49. No cumprimento do artigo 9.º dos Estatutos da CUADI, esta finalizou a criação da base de dados electrónica da sua página web, onde os especialistas africanos e os Estados-Membros terão acesso à materiais sobre o Direito Internacional. A CUADI pretende igualmente incentivar ainda mais os Estados-Membros a utilizar as informações disponíveis e ajudar a CUADI a reforçar ainda mais a disponibilidade de materiais sobre o Direito Africano e o Direito Internacional no âmbito das suas respectivas competências.

50. A CUADI finalizou igualmente os projectos dos seus anuários e jornais. No entanto, a recepção tardia de fundos em 2016, não permitiu à CUADI a finalizar esses projectos.

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IV. COOPERAÇÃO COM ORGANISMOS INTERNACIONAIS SEMELHANTES, QUE TRABALHAM NO CAMPO DIREITO INTERNACIONAL

51. Como parte do seu mandato de cooperação e promoção, nos termos do Artigo 25.º, a CUADI realizou diversas actividades visando reforçar as suas relações de trabalho com as organizações internacionais. Nesse contexto, a CUADI participou na 71.ª Sessão da 6.ª Comissão das Nações Unidas sobre Assuntos Jurídicos. A CUADI foi representada pelo Prof. Boniface Obinna Okere, pela Juíza Naceesay Salla-Wadda e pelo Secretariado.

52. A CUADI prestou apoio técnico a algumas delegações presentes na 6.ª Comissão da AGNU. A participação nesta reunião permitiu que a CUADI aprendesse da prática dos sistemas internacionais como das instituições regionais, tais como a UE, que esteve representada nesta reunião. Realizou-se igualmente uma reunião informal sobre capacitação. Como resultado, a Divisão de Codificação e a Secção de Tratados da ONU ajudaram a CUADI a desenvolver projectos concretos no desenvolvimento do Direito Internacional, durante a presença dos seus funcionários em Adis Abeba, em Fevereiro de 2017.

53. A convite e custas do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), a CUADI designou S.E. a Sra. Kathleen Quartey Ayensu para participar no 21.o Curso em

Direito Humanitário Internacional (IHL) para Profissionais de Ajuda Humanitária e Formuladores de Políticas, realizado no Quénia.

54. O Comissário fez duas apresentações: i) Reflexões da CUADI, que apresentaram a CUADI e informou sobre o próximo 6.o Fórum, debruçou-se sobre as

recentes intervenções do Direito Humanitário Internacional na CEDEAO, como estudo de caso, e tocou nos procedimentos para aplicação penal internacional; e ii) uma segunda apresentação foi feita pela Comissária sobre a Guerra nas Cidades, concentrando-se nas cidades africanas e transmitindo as lições a serem aprendidas das experiências de alguns países africanos”.

55. A CUADI não pôde participar na 67.ª Sessão da Comissão do Direito Internacional (CIT), em Genebra, Suíça, e na 88.a Sessão Ordinária da Comissão

Jurídica Interamericana (JIA), realizada no Rio de Janeiro, devido a desembolso tardio dos fundos.

V. PARTICIPAÇÃO NOUTRAS REUNIÕES RELACIONADAS

56. Os Membros e o Secretariado da CUADI participaram igualmente nas seguintes reuniões:

a) 33.ª Sessão Ordinária do Comité dos Representantes Permanentes (CRP), 30.ª Sessão Ordinária do Conselho Executivo e 28.ª Sessão Ordinária da Conferência, em Janeiro de 2016, em Adis Abeba, Etiópia. A CUADI esteve representada pelo Emb. (Prof.) Sebastião da Silva Isata, Presidente da CUADI; Juiz Abdi Ismael Hersi, Vice-Presidente; e Prof. Boniface Obinna Okere, Membro da CUADI e pelo Secretariado.

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b) A Cimeira Extraordinária da União Africana sobre a Segurança Marítima e Segurança e Desenvolvimento. A CUADI estava representada pelo seu Secretariado;

c) 59ª Sessão Ordinária da Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, de 21 a 28 de Outubro de 2016, em Banjul. A CUADI esteve representada pelo seu Secretariado.

VI. VISITA À GUINÉ EQUATORIAL

57. A convite de S.E. Presidente Obiang Nguema, Presidente da República da Guiné Equatorial, uma delegação da CUADI liderada pelo seu Presidente, Emb. (Prof.) Sebastião Isata, visitou Malabo de 24 a 28 de Março de 2017. A delegação esteve na Guiné Equatorial para discutir assuntos relacionados com o apoio ao trabalho da CUADI.

58. Neste contexto, depois de observar os desafios e as dificuldades financeiras que este Órgão enfrenta, o Presidente Obiang Nguema ofereceu assistência e propôs que o seu país igualmente estaria disposto a acolher a Sede da CUADI e prestar o apoio administrativo e logístico necessários, para facilitar o seu trabalho. A delegação da CUADI agradeceu ao Presidente pela oferta, e, reiterou os procedimentos para tal decisão, que requeria uma decisão da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo.

59. Recordando uma anterior manifestação informal de interesse do Gana há algum tempo de acolher a CUADI, os Membros solicitaram que S.E. a Sra. Kathleen Quartey Ayensu questionasse sobre a situação e informasse, após o seu regresso ao Gana.

VII. INFORME SOBRE O TRATAMENTO PRESTADO AO COMISSÁRIO MOHAMED BARAKAT PELAS AUTORIDADES ETÍOPES

60. A CUADI manifesta a sua profunda preocupação com o tratamento prestado a um dos seus Membros, o Juiz Mohamed Barakat, enquanto participava na 13.ª Sessão Ordinária da CUADI, que se realizou em Adis Abeba, de 3 a 13 de Abril de 2017.

61. Na Segunda-feira, dia 10 de Abril de 2017, depois de participar na sessão do dia, o Juiz Barakat regressou ao Hotel Sheraton, onde os Membros da CUADI estavam hospedados, apenas para perceber que seu quarto foi revistado na sua ausência e foi, mais tarde, abordado por funcionários do País Anfitrião que confiscaram os seus pertences pessoais – Passaporte Oficial Egípcio e telefone celular. Posteriormente, foi interrogado pelos serviços da imigração e dito que foi chamado para um interrogatório devido às viagens suspeitas que realizou para o Afeganistão e Egipto. Nesse dia, não lhe foi permitido regressar ao hotel Sheraton e nem o seu passaporte foi devolvido, até à altura da elaboração do presente relatório. 62. Na crença que a questão havia sido resolvida, a sessão procedeu ao devido encerramento. Muitos dias depois dos Membros terem partido de Adis Abeba, ficaram chocados ao saber que as autoridades etíopes proibiram o Comissário Mohamed Barakat de deixar o país. Os membros da CUADI foram ainda informados que depois

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de todos os esforços envidados pela Comissão para obter do País Anfitrião uma explicação completa da situação terem-se provado fúteis.

63. A Comissão escreveu imediatamente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, para manifestar preocupações quanto ao tratamento à luz dos privilégios e imunidades de que goza o Comissário Barakat, na qualidade de funcionário eleito da União Africana. No entanto, apenas foi-lhe autorizado a deixar o país após intervenção do Comité dos Representantes Permanentes, da Embaixada do Egipto e da Comissão, depois de ter sido obrigado a ficar por mais de duas (2) semanas em Adis Abeba por conta própria.

64. Sem prejuízo do referido anteriormente, a CUADI gostaria de deixar registado o seu profundo agradecimento à Comissão e ao Comité dos Representantes Permanentes pela sua pronta e persistente acção para encontrar solução e garantir a libertação do Comissário Barakat.

65. A CUADI gostaria de registar o seu veemente protesto pelo tratamento dado a um dos seus membros, pois, tem o potencial de prejudicar seriamente a capacidade dos membros deste Órgão de cumprir o seu mandato. Esta acção levada a cabo pelas autoridades etíopes é uma clara violação à Convenção da União Africana dos Privilégios e Imunidades da Unidade Africana, de 25 de Outubro de 1965, à qual o Governo etíope é Parte. A CUADI considera que essas acções não constituem um incentivo para o trabalho da CUADI e dificulta o espírito de fraternidade e irmandade, que tem norteado a agenda pan-africanista dos pais fundadores da União Africana.

SECÇÃO II DESAFIOS

66. Embora a CUADI tenha sido criada em 2009 e tenha entrado em funcionamento em 2010, apenas em 2012 começou a receber dotações orçamentais limitadas para o financiamento dos seus diversos estudos e actividades programáticas. Apesar do ligeiro alívio em 2013, 2014, 2015 e 2016, os fundos atribuídos a CUADI para a implementação das suas actividades de programa, permanecem abaixo do nível mínimo exigido. Além disso, o desembolso tardio do Orçamento do Programas para o Exercício de 2016, dificultou a implementação de várias actividades, tais como a publicação do Anuário e a Revista da CUADI, bem como a sua participação nas sessões estatutárias da Comissão de Direito Internacional (CIT) e da Comissão Jurídica Interamericana (IAJC).

67. Há igualmente um desafio relacionado com a escassez de pessoal afecto ao Secretariado. O mesmo não dispõe de recursos humanos e administrativos suficientes para realizar as actividades de pesquisa necessárias para auxiliar efectivamente os vários estudos que estão a ser realizados pela CUADI. O Secretariado que presta auxílio a CUADI, principalmente em funções administrativas e de pesquisa, faz parte da Estrutura do Gabinete do Conselheiro Jurídico, que tem enormes responsabilidades de servir a todos os outros departamentos da Comissão da União Africana e dos outros órgãos da União Africana em geral, privando o Secretariado da CUADI dos recursos humanos necessários para efectivamente executar as actividades e apoiar os Estudos da CUADI, a fim de permitir que ela desempenhe mais eficazmente o seu mandato.

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68. Por outro lado, isto afecta igualmente a sinergia entre a CUADI e outros órgãos, estruturas e departamentos da União Africana. Poderá minar a importância e o lugar da CUADI na agenda da integração africana e no desenvolvimento progressivo e codificação do direito internacional.

69. Outro assunto relacionado é igualmente a falta de visibilidade da CUADI. Não há uma comunicação suficiente sobre o potencial da CUADI de contribuir para melhorar a qualidade e a coerência dos instrumentos jurídicos adoptados pela União Africana. Espera-se que o desenvolvimento do Website da CUADI venha a permitir que os Estados-Membros, os departamentos e os parceiros façam uso das informações disponíveis e trabalhem para resolver as deficiências do nosso órgão consultivo jurídico continental. A falta de uma base de informação e conhecimento, tais como a biblioteca física ou electrónica, que é necessária para a realização do seu trabalho, igualmente constitui impedimento para o trabalho da CUADI.

SECÇÃO III RECOMENDAÇÕES

70. Com vista a cumprir o seu mandato e a permitir que a CUADI trabalhe de forma eficiente e satisfaça as expectativas da União Africana e dos seus Estados-Membros, e dado o processo de reestruturação em curso na Comissão da União Africana, é urgente que a CUADI tenha uma Divisão com recursos humanos suficientes, o âmbito da nova estrutura proposta do Gabinete do Conselheiro Jurídico, a fim de garantir o avanço ao desenvolvimento das actividades deste órgão.

71. A fim de melhorar o trabalho e as actividades da CUADI no que respeita a codificação e o desenvolvimento progressivo do direito internacional de acordo com os seus Estatutos e com vista a permitir a sua cooperação com outras organizações internacionais, a CUADI apela e solicita ao Conselho Executivo que aprove as seguintes Recomendações:

i) Realçar a importância dos estudos jurídicos em matéria de Direito Internacional realizados pela CUADI a pedido dos Órgãos Deliberativos da União e dos seus Estados-Membros, bem como os iniciados por sua própria iniciativa, em questões de Direito Internacional de interesse para a União Africana e os seus Estados-Membros;

ii) Felicitar a CUADI pelos diversos estudos em matéria do direito internacional até agora finalizados;

iii) Tomar nota, sublinhar e garantir a importância de implementar as disposições dos Estatutos da CUADI, que estipulam que a CUA disponibilize ao Secretariado da CUADI os meios, os funcionários e as infra-estruturas necessários para que possa desempenhar as suas funções com eficácia e solicite à Comissão que crie para o Secretariado da CUADI com uma Divisão dotada de recursos humanos suficientes, no âmbito da nova estrutura proposta para o Gabinete do Conselheiro Jurídico;

iv) Incentivar a CUADI, dentro dos limites dos recursos disponíveis, a fortalecer as suas actividades no desenvolvimento e codificação do

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Direito Internacional, com foco específico para o Direito da União Africana. Nesse sentido, deve ser iniciada a elaboração de projectos de convenções em áreas de interesse específico para a União Africana; v) Incentivar os Estados-Membros e outros Órgãos da União a prestarem

o apoio necessário e trabalharem com a CUADI na preparação dos seus estudos, fornecendo, inter alia, as informações que a CUADI possa precisar para este fim, em questões do Direito Internacional de interesse da União Africana;

vi) Solicitar aos Estados-Membros a cumprir com as suas obrigações decorrentes da Convenção da União Africana dos Privilégios e Imunidades da Unidade Africana, de 25 de Outubro de 1965.

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PROJECTO DE DECISÃO SOBRE O RELATÓRIO DE ACTIVIDADES DA COMISSÃO AFRICANA SOBRE O DIREITO INTERNACIONAL (CUADI)

Doc. EX.CL/1032(XXIX) O Conselho Executivo,

1. TOMA NOTA do Relatório de Actividades da Comissão da União Africana sobre o Direito Internacional (CUADI) para o período de 30 de Julho de 2016 a 30 de Junho de 2017, e das recomendações nele contidas.

2. SALIENTA a importância dos estudos jurídicos sobre o direito internacional levados a cabo pela CUADI a pedido dos Órgãos Deliberativos da União e dos seus Estados-Membros, bem como aqueles encetados por sua iniciativa própria sobre questões do Direito Internacional de interesse para a União Africana e dos seus Estados-Membros.

3. SAÚDA a CUADI pelos seus esforços visando a realização de uma das aspirações da Agenda 2063, a fim de alcançar “uma África de boa governação, democracia, respeito dos direitos humanos, justiça e Estado de Direito” e sublinha a necessidade de colaborar com a Arquitectura Africana de Governação, da União Africana; sobre esta matéria.

4. INCENTIVA AINDA os Estados-Membros, outros Órgãos e Departamentos da União a prestar o apoio necessário e trabalhar com a CUADI na elaboração dos seus estudos e projectos de instrumentos, mediante, entre outras¸ da prestação de informações que a CUADI venha a solicitar ou precisar para o efeito no domínio do direito internacional e do Direito da União Africana.

5. INCENTIVA a CUADI, dentro dos limites de disponibilidade de recursos, a reforçar as suas actividades destinadas a facilitar a harmonização dos instrumentos jurídicos da União, a fim de contribuir para o desenvolvimento progressivo do Direito Internacional, das suas codificações e divulgação do Direito da União Africana.

6. SOLICITA à Comissão a considerar a atribuição de recursos adicionais ao Orçamento da Comissão da União Africana sobre o Direito Internacional para permiti-la realizar os seus estudos de pesquisa e exercer o seu mandato com maior eficácia.

7. TOMA NOTA e SUBLINHA a importância do Estatuto da Comissão da União Africana sobre o Direito Internacional (CUADI), que exige que a Comissão da União Africana (CUA) disponibilize os meios, pessoal e infra-estruturas necessários ao Secretariado da CUADI, para a permitir exercer as suas funções com eficácia e SOLICITA à Comissão a proporcionar ao Secretariado da CUADI uma divisão com recursos humanos suficientes na nova estrutura proposta do Gabinete do Conselheiro Jurídico;

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8. TOMA NOTA IGUALMENTE da visita da delegação da CUADI à Guiné Equatorial e da oferta do Presidente para acolher a sua Sede e do interesse da República do Gana e do Egipto de acolher este Órgão e REITERA que o acolhimento de qualquer Órgão da UA deve ser feito de acordo com os Critérios para o Acolhimento dos Órgãos da UA, adoptados pelo Conselho Executivo na sua 7a Sessão Ordinária de Julho de 2005.

9. INCENTIVA a CUADI a realizar o seu Fórum anual do direito internacional, em estreita colaboração com a liderança política africana, o sector privado, a comunidade académica e a sociedade civil, para discutir sobre os desenvolvimentos e constrangimentos do Direito Internacional, bem como medidas para serem tomadas para a concretização das Aspirações e dos Objectivos da Agenda 2063.

10. NOTA com preocupação o tratamento dado a um membro eleito da CUADI da República Árabe do Egipto e INSTA a República Federal e Democrática da Etiópia a garantir que, no futuro, incidentes semelhantes não ocorram e prejudiquem o trabalho da União Africana, dos seus Órgãos, bem como das relações entre os Estados-Membros.

11. INSTA AINDA a República Federal e Democrática da Etiópia a cumprir com as suas obrigações no âmbito do Acordo entre a União Africana e a República Federal e Democrática da Etiópia sobre a Sede da União Africana, e, a Convenção Geral sobre Privilégios e Imunidades da Organização de Unidade Africana de 25 de Outubro de 1965, e os Princípios do Direito Internacional. 12. DECIDE continuar a seguir activamente esta questão e SOLICITA à Comissão

a apresentar um relatório, através do CRP, sobre a conformidade dos Privilégios e Imunidades e a implementação do Acordo de Sede pela República Federal e Democrática da Etiópia.

Referências

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