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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A ALAVANCAGEM FINANCEIRA COMO ESTRATÉGIA

FINANCEIRA EFICIENTE PARA COMPOR A ESTRUTURA DE

CAPITAL DA EMPRESA

Manoel Barbosa da Silva Junior

ORIENTADOR:

Prof. Aleksandra Sliwowska

Rio de Janeiro 2018

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em MBA em Finanças e Gestão Corporativa.

Por: Manoel Barbosa da Silva Junior

A ALAVANCAGEM FINANCEIRA COMO ESTRATÉGIA

FINANCEIRA EFICIENTE PARA COMPOR A ESTRUTURA DE

CAPITAL DA EMPRESA

Rio de Janeiro 2018

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AGRADECIMENTOS

A minha família e amigos, que direta ou indiretamente, contribuíram para a elaboração desse trabalho acadêmico.

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DEDICATÓRIA

Dedico ao meu pai, que infelizmente faleceu em 2017 e por esse motivo, fez com que eu iniciasse outra pós-graduação para tentar de alguma forma diminuir a tristeza de sua perda.

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RESUMO

O presente trabalho monográfico apresentará a Alavancagem Financeira como uma importante ferramenta financeira estratégica de composição de estrutura de capital. O trabalho será composto por três capítulos que abordará no decorrer de suas páginas a Alavancagem como uma estratégia financeira. No primeiro capítulo, será apresentado ao leitor as principais definições dos conceitos financeiros que estão correlacionados com a Alavancagem, são eles: estrutura de capital, estrutura ótima de capital e por fim a Alavancagem Financeira. Já o segundo capítulo, será constituído pelo emblemático assunto envolvendo o grau de endividamentos das empresas, o custo de capital, os riscos econômicos e financeiros e suas principais variáveis. Por fim, o terceiro e último capítulo irá consolidar a Alavancagem Financeira como estratégia financeira eficiente de composição de capital social das empresas, suas vantagens, desvantagens e exemplo prático dos benefícios da Alavancagem Financeira.

Palavras-chaves: Alavancagem Financeira; Estrutura de Capital; Endividamento;

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METODOLOGIA

O presente trabalho monográfico será elaborado a partir do Tema Central Alavancagem Financeira, delimitando a pesquisa dentro de um ambiente empresarial financeiro, apresentando o entendimento de Alavancagem Financeira, seus pontos positivos e negativos e sua eficácia na composição da estrutura de capital da organização. Onde os procedimentos metodológicos dessa monografia, foram extraídos através de pesquisas bibliográficas, webgráficas e minutas de aulas anotadas em sala de aulas ligadas ao tema do trabalho.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Alavancagem Financeira e Estrutura de Capital 10

CAPÍTULO II

Aspectos do Grau de Endividamento nas Empresas 19

CAPÍTULO III

A Alavancagem Financeira como Estratégia 29

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 40

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INTRODUÇÃO

Segundo Gitman (2010), a palavra “alavancagem” dentro do contexto financeiro, resulta do uso de ativos ou fundos a custo fixo, utilizados para maximizar os retornos dos acionistas da empresa, ou seja, quando se utiliza a Alavancagem Financeira como estratégica, combinada com o capital próprio dos sócios para compor a estrutura de capital da organização, acarretará em um aumento de retorno significativo para empresa.

Atualmente, à área de administração financeira das empresas precisam ser mais assertiva possível, quando o assunto for “grau de endividamento” da organização, devido existir um enorme paradigma com esse termo. E quando falamos em Alavancagem Financeira, estamos falando em endividamento de longo prazo. Nesse contexto, será necessário definir a melhor estratégia a ser utilizada, no eterno dilema da administração financeira que é saber administrar “liquidez vs rentabilidade”, que nada mais é que analisar a posição financeira da empresa e retorno do acionista.

Segundo Machado (2007), torna-se uma empresa sábia, aquela que souber utilizar de maneira eficiente as fontes externas de recursos, e encontrar um aumento na rentabilidade. Pois se a empresa souber analisar os pontos fortes e fracos, aplicando o capital tomado de terceiros em ativos que gerem rendimentos maiores que o custo de captação, a Alavancagem Financeira auxiliará na geração de valor econômico para a empresa e consequentemente ao acionista.

Diante desses contextos acima, buscaremos apresentar no primeiro capítulo do trabalho, os principais conceitos e definições da Alavancagem Financeira e estrutura de capital das empresas. Pois se torna fundamental o entendimento desses dois conceitos juntos, devido sua interdependência.

Já no segundo capítulo, abordaremos o conceito e principais aspectos do grau de endividamento para as organizações, os cenários

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positivos e negativos, sua relação com a Alavancagem Financeira e seu grau de relevância para administração financeira das empresas.

No último capítulo do trabalho monográfico, responderemos o problema de pesquisa estudado, que é “A Alavancagem Financeira como estratégia para compor a estrutura de capital de uma empresa”, ou seja, iremos consolidá-la como uma importante ferramenta estratégica financeira para as empresas e sua relevância para maximizar os retornos para os acionistas.

Portanto, a pesquisa buscará explicitar que a Alavancagem Financeira é uma forma de amplificação dos riscos e do retorno da empresa ao mesmo tempo, através do uso de financiamento a custo fixo. Pois segundo Assaf (2006), a utilização de capital de terceiros para compor a estrutura de capital da organização é um ponto estratégico na gestão financeira baseada em valor, onde a valorização econômica da riqueza é ponto central.

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CAPÍTULO I

ALAVANCAGEM FINANCEIRA E

ESTRUTURA DE CAPITAL

Para podermos entender a Alavancagem Financeira como uma estratégia eficiente de composição de capital, torna-se necessário apresentar a definição de dois conceitos importantes para podermos abordar esse tema nesse trabalho monográfico, são eles: Alavancagem Financeira e estrutura de capital.

Como existem vários conceitos de diversos autores sobre o tema, foram escolhidas as definições de um dos principais escritores do assunto Lawrence J. Gitman. Pois segundo Gitman (2010):

Alavancagem Financeira pode ser definida como o uso potencial de custos financeiros fixos para ampliar os efeitos de variações no lucro antes de juros e imposto de renda (LAJIR) sobre o lucro por ação (LPA). (GITMAN, 2010, p.476).

Já a definição de estrutura de capital segundo Gitman (2010), pode ser entendida como a combinação de capital de terceiros de longo prazo e capital próprio mantida por uma empresa.

1.1. Alavancagem e seus Principais Tipos

Para explicar de uma maneira mais detalhada o tema alavancagem, torna-se necessário complementar o conceito acima, com algumas definições formais da origem da palavra “alavancar”, que segundo Ferreira (2001) significa: mover ou levantar algo com auxílio de alavanca; promover, estimular o negócio; e por fim custear, financiar mediante a empréstimos; portanto a alavancagem tem como principal sentido incrementar sempre algo.

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Olhando para o mundo empresarial, a alavancagem é utilizada para empregar recursos financeiros de terceiros com a intenção de maximizar a taxa de juros sobre o capital próprio dos acionistas, porém é importante ressaltar que ela pode ocasionar tanto efeitos positivos quanto negativos. Partindo desse princípio, precisamos apresentar os três tipos básicos de alavancagem, são eles: Alavancagem Operacional, Alavancagem Financeira e Alavancagem Total.

1.2. Grau de Alavancagem Operacional (GAO)

A alavancagem operacional é quando existe à relação entre o aumento das receitas de vendas da empresa e o seu lucro antes de juros e imposto de renda (LAJIR), ou seja, geralmente ocorre a alavancagem operacional quando a área de administração financeira da empresa é capaz de aumentar as receitas operacionais sem alterações dos custos fixos, com o aumento do custo variável.

Segundo Oliveira (2016), geralmente quando se quer encontrar o Grau da Alavancagem Operacional, utiliza-se a seguinte fórmula:

GAO = ∆ LAJIR / ∆ RECEITAS DE VENDAS

Legenda:

LAJIR = Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda

1.3. Grau Alavancagem Financeira (GAF)

Já a Alavancagem Financeira é a relação entre o lucro antes dos juros e imposto de renda (LAJIR) da empresa e o seu lucro líquido por ação, ou seja, como já dito acima, é a utilização de recursos a custos fixos de instituições financeiras para compor a estrutura de capital da organização de modo a

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elevar o lucro dos acionistas. Seguem alguns exemplos de Alavancagem Financeira: empréstimos, debêntures, ações preferencias, entre outros.

Segundo Oliveira (2016), geralmente quando se quer encontrar o Grau da Alavancagem Financeira, utiliza-se a seguinte fórmula:

GAF = ∆ LPA / ∆ LAJIR

Legenda:

LPA = Lucro Líquido Por Ação

LAJIR = Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda

1.4. Grau Alavancagem Total (GAT)

Por fim, a alavancagem Total é a relação entre as receitas de vendas da empresa e o seu lucro líquido por ação (LPA), ou seja, a alavancagem total é usada quando geralmente a empresa pretende aproveitar os custos fixos da alavancagem operacional e financeira, ganhando amplitude e eficiência nas variações de vendas nos resultados por ações.

Segundo Oliveira (2016), geralmente quando se quer encontrar o Grau da Alavancagem total, utiliza-se a seguinte fórmula:

GAT = ∆ LPA / ∆ RECEITA DE VENAS OU

GAT = GAO x GAF

Legenda:

LPA = Lucro Líquido Por Ação

GAO = Grau de Alavancagem Operacional GAF = Grau de Alavancagem Financeira

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1.5. Estrutura de Capital de uma Empresa

A composição da estrutura de capital de uma empresa é um dos temas mais importantes que a área de administração financeira das organizações precisam administrar e definir as melhores estratégias, para sucesso da empresa. Pois os gestores financeiros precisam lidar com os dois tipos de capitais existentes nas organizações, são eles: o capital de terceiros e o capital próprio, ou seja, dos sócios; para saberem qual será a melhor forma de estruturação para empresa. Diante desse exposto, Prestes (2016) diz que:

A estrutura de capital é a maneira como a empresa realiza a combinação entre estes dois tipos de capitais. O capital de terceiros representa as dívidas e fontes de financiamento da empresa; já o capital próprio é a parte do capital que pertence aos sócios ou acionistas. (PRESTES, 2016, p.3).

Entender a estrutura de capital da empresa torna-se fundamental, pois ela influência diretamente o custo de capital e seu valor para os acionistas. De acordo com Prestes (2016), decisões ruins sobre a estrutura de capital geram um alto custo de capital da empresa, acarretando até a queda no VPL (Valor Presente Líquido) da mesma. Porém, por outro lado, as decisões certas, sobre a estrutura de capital, podem reduzir o custo de capital e em consequências aumento do VLP, ou seja, quanto maior for o VPL mais projetos serão viáveis e mais valor será gerado aos acionistas.

Diante disso, precisamos deixar bem claro que para compor a estrutura de capital da organização utilizamos apenas as contas de passivo do balanço patrimonial e nem considera-se a conta de passivo circulante pois é fonte de receita. Com isso, sobram apenas o passivo não circulante e o patrimônio líquido, ou seja, essas duas contas que são responsáveis pela composição da estrutura de capital da empresa, pois representam dívidas de longo prazo.

Com essa divisão é possível verificar que o passivo não circulante ou exigível de longo prazo, representa os recursos financeiros de terceiros

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emprestados para a organização. Já o patrimônio líquido contempla os recursos dos sócios utilizados para compor a estrutura de capital.

Complementando, para melhor entendimento, abaixo possui uma visão simplificada de um balanço patrimonial, onde representa tudo que foi explicitado acima, é possível verificar onde se enquadra a estrutura de capital das empresas:

Fonte: Google Imagem

Figura 1 – Estrutura de Capital

1.6. Estrutura Ótima de Capital

Para que as empresas possam expandir seus negócios, é necessário que tenha capital, sejam próprios ou de terceiros. Essa forma de organizar essa necessidade foi apresentado, como “Estrutura de Capital”. Após essa definição, muitos administradores financeiros buscando incessantemente um modelo ótimo de estrutura para suas empresas, ou seja, tentam buscar um equilíbrio entre risco e retorno, que tragam valor para empresa e consequentemente maximizam os lucros os acionistas.

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Nessa busca por equilíbrio, apareceu o termo de Estrutura Ótima de Capital ou conhecida e definida por Gitman (2010) como Estrutura de Capital Ideal que na sua visão diz que é: “A ótima combinação desejada de financiamento com capital de terceiros e capital próprio que a maioria das empresas procuram manter”.

Para complementar a definição sobre uma Estrutura Ótima de Capital Juliana Oliveira (2012) também diz que:

A estrutura ótima de capital contempla a composição de suas fontes de financiamento. Os recursos que a empresa aplica em ativos são oriundos de seus proprietários e de terceiros, e tanto os sócios quanto os credores esperam por uma justa remuneração pelo fornecimento dos recursos. Em se tratando de uma sociedade anônima, o retorno dos sócios se dá pelo recebimento de dividendos e, quando se trata de uma empresa limitada, este retorno se dá pela divisão do lucro, além dos ganhos de capitais, que provém da valorização da empresa. (OLIVEIRA, 2012, p.1).

Com tudo, para que uma organização encontre sua estrutura de capital ótima ou ideal, ela deverá aprender a lidar com diversos fatores / variáveis tanto do ambiente interno da empresa como o externo, abaixo mostra algumas das possíveis fatores / variáveis:

 Fatores governamentais;

 Condições de mercado de atuação;

 Conflitos de interesses dos próprios acionais da organização;

 Controle do Grau de Endividamento da empresa;

 Estruturas de Ativos da empresa;

 Acessibilidade as fontes mais barata de capital;

 Flexibilidade financeira da empresa;

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Observa-se então, que as empresas não possuem uma receita já pronta para ser seguida e definir sua estrutura ótima de capital, e sim, precisam estudar os possíveis riscos dos ambientes interno e externos que possam impactar de alguma forma a composição da estrutura de capital da empresa.

Por fim, outro ponto extremamente importante é que a organização precisa sempre está atenta, quando for utilizar a Alavancagem Financeira como ferramenta para compor a estrutura de capital da empresa é que o retorno prometido as instituições financiadoras dos recursos nunca seja maior que o custo médio de capital da empresa.

1.7. Custo de Capital

Quando pensamos em alavancar financeiramente uma empresa, precisamos saber de fato qual é o retorno que os acionistas querem obter para financiarem tal projeto. Então, torna-se necessário o entendimento sobre “Custo de Capital”, ou seja, esse termo pode ser definido como sendo uma taxa de retorno pré-determinada que uma empresa pretendem obter dos projetos investidos. Segundo definição de Gitman (2010):

O custo de capital é a taxa de retorno que uma empresa precisa obter nos projetos em que investe, para manter o valor de mercado de sua ação. Também pode ser considerado a taxa de retorno exigida pelos fornecedores de capital no mercado, para que seus fundos sejam atraídos para a empresa. (GITMAN, 2010, p.432).

Com as definições acima, podemos entender que o Custo de Capital não é apenas um conceito financeiro e sim uma ferramenta financeira básica muito importante para tomada de decisões sobre investimentos de longo prazo e riquezas dos acionistas, associadas pelos investidores no mercado. Vale lembrar, que geralmente para se decidir sobre investir ou não investir em um projeto utiliza-se o Custo de Capita associado a outras ferramentas de análise de financeiras, como por exemplo VPL e TIR.

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1.7.1. Riscos Econômicos e Financeiros

É fundamental enfatizar, que o Custo de Capital é um conceito extremamente dinâmico, ou seja, ele é afetado por diversos fatores / variáveis internas e externas, já citadas e exemplificadas acima.

Portanto, torna-se importante entender os possíveis riscos que a empresa pode enfrentar, que segundo Gitman (2010), se dividem em dois tipos: o Risco Econômico e Risco Financeiro.

 Risco Econômico: é aquele risco onde a empresa pode não conseguir arcar com todos os custos operacionais do negócio, ou seja, isso implica diretamente na aceitação ou não do projeto;

 Risco Financeiro: esse já é aquele risco onde a empresa pode não conseguir arcar com suas obrigações financeiras existentes, como por exemplo: juros, dividendos de ações preferencias.

1.7.2. Método WACC

Atualmente para se definir o Custo de Capital das organizações, existem métodos padronizados que permitem determinar com mais transparência e exatidão a taxa de retorno da empresa, quando utiliza-se a Alavancagem Financeira.

O método mais conhecido mundialmente é o WACC que em inglês tem o significado Weight Average Cost of Capital (WACC) ou CMPC em português que significa Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC), essa função aborda o capital próprio dos acionistas, a dívida e o custo dessa dívida, ou seja, essa taxa mede o custo de oportunidade dos investidores ou credores interessados no negócio.

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O WACC ou CMPC possui uma fórmula para cálculo:

Fonte: Google Imagem

Figura 2 – Fórmula WACC

Essa fórmula é uma maneira simples e muito utilizada para encontrar o custo de capital das organizações, onde utiliza-se a média ponderada, considerando as taxas estimadas do capital próprio e de terceiros de acordo com suas participações na composição do passivo.

Portanto, esse primeiro capítulo quis apresentar ao seu leitor as principais definições de Alavancagem Financeira, estrutura de capital; estrutura ótima de capital e custo de capital, também apresentou os tipos básicos de alavancagem e suas estruturas, e por fim explicou toda sistemática de composição de estrutura de capital das empresas. O segundo capítulo, abordará sobre o grau de endividamento das empresas e sua correlação com a Alavancagem Financeira.

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CAPÍTULO II

ASPECTOS DO GRAU DE ENDIVIDAMENTO NAS

EMPRESAS

Atualmente, quando pensamos em dívida, logo vem em nossas cabeças a conotação de algo negativo. Porém, segundo Nogueira (2012), para uma empresa crescer ela precisará de capital próprio (recursos dos acionistas) ou de terceiros (recursos de instituições financeiras), ou seja, é justamente nesse momento que a organização terá uma dívida, porém uma parte dessa dívida é benéfica e trará vantagens para empresa de modo a auxiliar a maximização de retornos aos acionistas. Segundo Gitman (1997):

Em geral, quanto mais dívida a empresa usa em relação ao total de seu ativo, maior será sua Alavancagem Financeira, termo usado para a ampliação do risco e do retorno ocasionada pelo uso de financiamento a custos fixos, como dívida e ações preferenciais. Em outras palavras, quanto maior o endividamento a custos fixos, ou Alavancagem Financeira, de uma empresa, maior serão o risco e retorno esperado. (GITMAN, 1997, p.116).

Partindo desse contexto, esse capítulo apresentará os aspectos positivos e negativos do grau de endividamento das empresas e a influência na decisão de utilizar-se a Alavancagem Financeira como instrumento de composição de estrutura de capital.

2.1. Grau de Endividamento

As empresas hoje em dia, estão sendo obrigadas a terem um crescimento contínuo, ou seja, precisam sempre demonstrar as suas perspectivas de futuros investimento, fator esse que traz a necessidade de sempre estarem inovando seus negócios, para não ficarem obsoletas e perderem espaço para os concorrentes. Devido essas exigências e a busca

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sempre por excelências, as organizações utilizam-se de financiamentos e/ou empréstimos bancários como meios de conseguirem investirem, ou seja, fator esse que ocasiona o endividamento.

Pois bem, então o que seria Endividamento ou Grau de Endividamento? Segundo Ferreira (2001), endividar-se é fazer contrair dívida(s) ou contraí-las, desse modo, endividamento nada mais é que o aumento dessas dívidas pelas empresa. Segundo o site Rede Jornal Contábil:

...chamamos de dívida sadia o endividamento empresarial contraído com o objetivo de reduzir custos e ampliar a receita. Isso significa que o esperado é que a dívida seja coberta pelo aumento de receitas e que o Retorno do Investimento seja maior que o juros a ser pago pelo empréstimo. ( s.n, 2017, p.2).

Devido a isso, existem diversos métodos para avaliar a saúde financeira das organizações, sendo um dos mais importantes o “índice de endividamento”, principalmente para as empresas que optam pela Alavancagem Financeira.

2.2. Índice de Endividamento

Segundo Silva (2016), os índices de endividamento mostram as fontes de captação de fundos, revela o grau de endividamento das organizações, procurando sempre evidenciar no Patrimônio Líquido a posição do capital próprio. Vale destacar, que o endividamento está relacionado com as decisões estratégicas das empresas, sempre correlacionada nas decisões financeiras de investimentos, financiamentos e dividendos. Abaixo estará explicitados os principais índices de endividamentos.

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2.2.1. Índice de Endividamento Geral (IEG)

Esse é um índice de alavancagem que compara o passivo total de uma empresa com seu patrimônio líquido total, ou seja, com ele é possível distinguir o quanto da atividade da empresa utiliza capital próprio e quanto é financiado por capital de terceiro. Vale lembrar, que quanto maior for esse índice, maior será o montante de capital de terceiros na empresa.

Para encontrar esse índice utiliza-se a seguinte fórmula:

IEG = PC + PNC / PL

Legenda:

PC = Passivo Circulante PNC = Passivo Não Circulante PL = Patrimônio Líquido

2.2.2. Participação de Capitais de Terceiros (PCT)

Esse índice tem como principal objetivo indicar o percentual de capital de terceiros em relação ao patrimônio líquido da empresa, ou seja, retrata a dependência da empresa em relação aos recursos externos. Vale lembrar, que diferente do Índice de Endividamento Geral, quanto maior esse índice for teoricamente é pior para organização. Porém, é importante destacar que o endividamento para alguns empresa pode representar ser um meio de alcançar mais competitividade no mercado de atuação e em consequência maior retorno devido ao risco.

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Para encontrar esse índice utiliza-se a seguinte fórmula:

PCT = (PC + PNC) / PL

Legenda:

PC = Passivo Circulante PNC = Passivo Não Circulante PL = Patrimônio Líquido

2.2.3. Composição do Endividamento (CE)

Esse índice indica quanto do capital de terceiros estão alocados em compromisso de curto prazo da empresa, ou seja, quanto do total da dívida da empresa deverá ser pago em curto prazo quando comparadas com as obrigações totais. Portanto, conclui-se que quanto maior for esse índice pior será para organização, devido isso representar uma enorme liquidação de débitos em curto prazo.

Para encontrar esse índice utiliza-se a seguinte fórmula:

CE = PC / PC + PNC

Legenda:

PC = Passivo Circulante PNC = Passivo Não Circulante

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2.2.4. Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL)

Esse índice indica quanto do Patrimônio Líquido da empresa está aplicado no Ativo Permanente, ou seja, demonstra quanto dos recursos foram financiados com capital próprio e estão parados no Ativo Permanente. Com esse índice é possível verificar a dependência de capital de terceiros para manutenção dos negócios

Para encontrar esse índice utiliza-se a seguinte fórmula:

IPL = AI / PL

Legenda:

AI = Ativo Imobilizado PL = Patrimônio Líquido

2.3. Endividamento das empresas Brasileiras

Quando falamos em grau de endividamento das empresas, não podemos deixar de abordar de maneira específica a situação dessas organizações no mercado brasileiro, pois devido toda essa crise econômica que assola o país desde meados de 2014 e ocasiona essa forte recessão econômica, as empresas brasileiras estão cada vez mais inadimplentes, ou seja, mais endividadas.

Diante desse cenário, a maioria dos economistas afirmam que essa crise econômica que afeta o Brasil nos últimos anos já é considerada a pior do século. Segundo entrevista de José Ricardo Roriz Coelho, Vice-Presidente da Fiesp dada ao G1 em Agosto de 2017, ele diz que:

“Esta é a maior crise de todos os tempos, é também a crise que está durando mais. No passado, a gente tinha um ano de crise e, em seguida, um ano de crescimento forte do PIB. A maioria das empresas do Brasil todo, não só do estado de São Paulo, não tem caixa para pagar as despesas financeiras das dívidas.

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O que gera uma preocupação enorme porque a situação financeira delas é gravíssima”. (HERÉDIA, 2017, p.1).

Conforme palavras acima do Vice-Presidente da Fiesp, esse comentário só afirmar que a atual situação do país, só aumentam o grau de endividamento das empresas brasileiras e fazem elas piorarem ano a ano, e muitos dizem que o alto endividamento das empresas foi a justificativa para a explicar a não reação do PIB (Produto Interno Bruto) nos últimos anos.

Segundo dados divulgados em 1º de março 2018 pelo próprio IBGE, o PIB voltou a crescer em 2017 depois de dois anos e mostra uma evolução também nos primeiros meses de 2018, ou seja, devidos todas essas mudanças na política econômica que tem ocorrido no Brasil nos últimos tempos, mesmo muitas vezes não parecerem eficazes, tem aparentado uma leve melhora de alguns setores da economia, uma alívio para algumas empresas. Abaixo, possui uma representação gráfica retirada do Portal G1 onde mostra a evolução do PIB nos últimos sete anos no Brasil.

Fonte: Portal G1

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Para complementar o assunto de endividamento das empresas brasileiras, é válido comentar sobre o resultado de uma pesquisa realizada pela empresa Serasa Experian divulgada em abril de 2018 e replicada pelo Portal no Varejo, onde eles apresentam a quantidade de empresas que estão inadimplentes no Brasil, ou seja, no vermelho. Segundo eles, a pesquisa identificou 5,4 milhões de companhias no vermelho no país, porém quando comparada com o montante de dívidas delas, está ocorrendo uma redução de mais de 10% em relação ao mesmo período 2017, ou seja, muitas empresas estão renegociando suas dívidas, pois segundo os economistas do próprio Serasa as sucessivas reduções da Taxa de Juros (SELIC) estão contribuindo para uma cenário mais favorável e estável para as organizações nos próximos meses.

Diante do atual cenário de endividamento no mercado brasileiro, é possível concluir do exposto acima, que muita coisa ainda tem para ser feita; pois mesmo o PIB apresentando uma leve melhora, isso não afasta a grave recessão que assombra o país ainda e parece longe de acabar, devido dependermos de políticas econômicas mais eficazes do governo, para podermos contornar toda essa situação e fazer o país voltar a crescer, colocando os setores da economia para rodar, ou seja, voltar a incentivar as empresas a investir e se desenvolver.

2.4. Qual o grau de Endividamento Ótimo?

Essa perguntar sempre terá como resposta a palavra “DEPENDE”. Por que essa resposta? Pois bem, até agora vimos nesse trabalho monográfico, que tudo dependerá do objetivo de cada empresa, como os exemplos abaixo:

 Aumentar sua produtividade;

 Investir em novas tecnologias;

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 Inovar.

Para que as organizações consigam idealizar seus objetivos, elas precisam de alguma forma se endividarem, porém cada estrutura de negócio tem o seu modelo ótimo, umas com mais dívidas outras com menos dívidas, ou seja, não conseguimos apresentar um percentual padrão de modelo ótimo de endividamento. Porém, de acordo com o estudo feito até agora, conseguimos tirar algumas conclusões:

 Uma empresa que busca maximizar os retornos dos acionistas, nunca deve apresentar em seu Balanço Patrimonial mais dívidas com captação de capital de terceiros do que seu Patrimônio Líquido, ou seja, o endividamento com a alavancagem é oneroso para organização e caso o capital de terceiros for maior do que os dos sócios ela se tornará inútil, podendo até ocorrer prejuízos. Abaixo construímos um simples exemplo gráfico para elucidar, tal comentário.

Fonte: Criado pelo autor

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 Outro cenário que pode aparecer, é quando a empresa se dispõe a se endividar, porém ela precisa estar atenta e verificar se realmente tal dívida atenderá todos os objetivos pretendidos pela organização, pois caso contrário o endividamento tornara-se indiferente. Abaixo foi construído um simples exemplo gráfico para também elucidar esse segundo cenário.

Fonte: Criado pelo autor

Figura 5 – Endividamento: Indiferente

 Por fim, é possível concluir que o melhor cenário estudado quando o assunto for endividamento oriundo de uma Alavancagem Financeira, é aquele onde a dívida adquirida a partir de recursos de terceiros não seja superior aos recursos próprios dos sócios, ou seja, é justamente nesse cenário que geralmente é maximizados os retornos para os acionistas. Abaixo também foi construído um simples exemplo gráfico para elucidar esse último cenário.

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Fonte: Criado pelo autor

Figura 6 – Endividamento: Desejável

Portanto, esse segundo capítulo buscou apresentar o que é um endividamento, o que ele representa ao mundo empresarial, seus principais índices, aspectos de interseção com a Alavancagem Financeira, a situação atual do grau de endividamento nas empresas brasileiras e no final do capítulo foi apresentado um breve comentário sobre o assunto e exemplos gráficos que o elucidaram. Por fim, o terceiro e último capítulo, responderemos ao problema de pesquisa estudado e apresentaremos a Alavancagem Financeira como uma importante ferramenta estratégica para composição de estrutura de capital.

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CAPÍTULO III

A ALAVANCAGEM FINANCEIRA

COMO ESTRATÉGIA

Depois de apresentarmos nos capítulos anteriores, a Alavancagem Financeira e seus tipos, Estrutura de Capital e Grau Endividamento, é possível entender a importância dessa ferramenta financeira para as organizações conseguirem compor suas estruturas de capital, buscando sempre encontrar um cenário ótimo para sua empresa e maximizar os retornos dos acionistas.

Mediante ao contexto acima, podemos afirmar então, que a Alavancagem Financeira é uma estratégia financeira eficiente de composição da estrutura de capital das organizações, pois ela tem a capacidade de aumentar expressivamente os ganhos sem aumentar os gastos ou investimentos na mesma proporção. Com ela a empresa, reduz seu custo do capital total, pois consegue isentar-se de tributos das parcelas de juros pagos; a taxa de captação do financiamento é menor que a taxa de remuneração comprometidas aos acionistas, entre outros benefícios;

Portanto, esse capítulo responderá o problema pesquisa central do presente trabalho monográfico, que é: “Por que a Alavancagem Financeira torna-se uma estratégia financeira eficiente para compor a estrutura de capital de uma empresa?”.

3.1. As Vantagens da Alavancagem Financeira

A Alavancagem Financeira, apesar de ser uma forma de endividamento para as organizações, ela traz consigo também diversos benefícios, claro se feita de maneira correta, ou seja, de acordo com a necessidade de cada empresa conseguir encontrar sua estrutura ótima de capital.

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Pois bem, vale ressaltar que a própria expressão “Alavancagem”, tem como objetivo principal mover ou levantar algo/alguma coisa com maior facilidade, ou seja, como vimos no primeiro capítulo do trabalho algumas definições conhecidas, então podemos resumir em poucas palavras seu conceito como sendo: “uma ferramenta financeira utilizada para maximizar os resultados dos acionistas, através de recursos de terceiros”.

Mediante a contextualização, podemos então, apresentar as principais vantagens para as empresas que optam pela Alavancagem Financeira, são elas:

 Redução do Custo de Capital da empresa

Quando uma empresa faz a Alavancagem Financeira, consequente ela consegue reduzir seu custo de capital, como já vimos em capítulos anteriores que explica que custo de capital é a taxa de retorno prometida aos sócios. Pois com os recursos adquiridos de terceiros, a empresa traz mais dinheiro para seu caixa, aumenta a capacidade do seu fluxo de caixa e seus rendimentos automaticamente;

 Taxa de captação menor que a de remuneração

Com a Alavancagem Financeira, as empresas têm como um dos principais benefícios, a taxa de captação da alavancagem junto as instituições financeiras ser menor que a taxa de remuneração prometidas para os acionistas da organização, devido serem captados através de custos financeiros fixos;

 Disciplina na Gestão Financeira das Empresas

Com esse custo financeiro adquirido, as organizações são forçadas a tomarem decisões estratégicas e financeiras melhores, pois precisam de qualquer maneira pagarem a dívida;

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 Benefício Fiscal

Por fim, a vantagem principal da Alavancagem Financeira de acordo com diversos economistas, trata-se do “Benefício Fiscal”, que pode ser entendido pela dedução do lucro operacional, para efeitos de cálculo do Imposto de Renda (IR) os pagamentos com juros, ou seja, os benefícios fiscais são deduções de impostos que irão resultar de uma renda tributável reduzida; mediante a isso, quando pensamos no mercado financeiro, podemos entender que as despesas com juros serão deduzidas do rendimento total da empresa antes de ser tributado.

Com isso, podemos concluir que uma Alavancagem Financeira positiva, será aquela quando a utilização de capital de terceiros produzir uma rentabilidade do capital próprio (acionistas) maior que a rentabilidade do capital total da empresa.

3.2. As Desvantagens da Alavancagem Financeira

Como vimos a Alavancagem Financeira, quando utilizada de maneira eficiente nas organizações traz consigo diversos benefícios, sempre com o intuído de maximizar os retornos de seus acionistas. Porém, esse recurso sempre tão usado pelas empresas, simplificado em apenas uma única palavra quer dizer “DÍVIDA”, ou seja, quando a empresa resolve captar recursos de terceiros para compor sua estrutura de capital, ela acaba assumindo um grande compromisso contratualmente, perante as instituições financeiras e sempre com exigências de garantias de conseguirem honrar com aquilo que foi determinado.

Diante disso, entendemos que quando os recursos captados são dos próprios acionistas, o risco em relação ao retorno pretendido torna-se menor, devido os acionistas estarem expostos a todos os riscos possíveis da empresa,

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arcando também com possíveis prejuízos. Em contra partida, os recursos de terceiros, possuem um risco maior para a empresa, devido diversas exigências contratuais e até mesmo patrimoniais que as instituições credoras solicitam para liberar algum tipo de financiamento/empréstimos; em outras palavras, o acionista pode deixar de receber, já o as instituições financeiras credoras jamais poderão deixar de receber o retorno que lhe foi prometido em contrato.

Segundo palavras do Professor Pedro Paulo (2018), ditas em sala de aula, sobre as principais desvantagens da Alavancagem Financeira para as organizações, podemos defini-las como sendo “ONEROSAS” para as empresas, pois:

 Exige certo grau de reciprocidade;

 Exige Auditorias feitas por empresas credenciadas;

 Exige Garantias Patrimoniais selecionadas;

 Exige um certo grau de Liquidez mínima;

 Exige prévia autorização de novos financiamentos;

 Exige posicionamento ambiental adequado e responsabilidade social;

Com isso, podemos concluir que a Alavancagem Financeira é muito benéfica para as empresas, porém também apresenta riscos onerosos, onde as organizações precisam identificar e entende-los primeiro, e só depois decidirem se estarão aptas para arcar com todos.

3.3. A Dificuldade de Alavancagem Financeira no Brasil

Devido a grave crise econômica que assombra o Brasil desde 2014, o processo de Alavancagem Financeira, junto as instituições financeiras vem se tornando um grande dilema para as empresas devido ao alto grau de

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endividamento delas, assunto já abordado no capítulo anterior. Mediante a esse contexto, as duas partes Empresas versus Instituições Financeiras tem seus pontos de vista para tal situação, são eles:

 Pontos de Vistas das Empresas

Para elas as instituições financeiras, estão cobrando taxas de juros excessivas, ou seja, fator esse que dificilmente faz com que as empresas consigam recursos de longo prazo a um preço de custo atrativo, gerando assim cada dia mais endividamentos das empresas e estagnação de crescimento;

 Pontos de Vistas das Instituições Financeiras

Segundo o Professor Pedro Paulo (2018), as instituições financeiras alegam que a grande dificuldade de ser liberar recursos de longos prazos para as empresas, pode-se dizer que são pela fragilidade da economia nacional e a falta de transparências nos demonstrativos contábeis das empresas, devido às instituições financeiras não acharem na maioria das vezes tais informações confiáveis, pois muitas empresas acabam optando pela marginalidade fiscal. Mediante a essas situações os às instituições financeiras alegam que possuem um risco muito elevado e com isso precisam aumentar suas taxas de juros para poderem ser resguardarem.

Diante desse cenário do mercado financeiro brasileiro, podemos observar que existe um grande impasse entre esses dois agentes da economia nacional, onde cada um defenderá até o fim seus interesses. Uma possível solução para esse impasse dependerá de ações eficientes e eficazes da política econômica que governo ainda precisa fazer para equilibrar a economia e fazer o país voltar a crescer, em outras palavras abrir o horizonte de crescimento novamente das empresas brasileiras.

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3.4. Empresa Alavancada VS Empresa Não Alavancada

Para podemos elucidar as vantagens de uma empresa alavancada financeiramente versus uma empresa somente com capital próprio, ou seja, não alavancada financeiramente, apresentaremos um exemplo objetivo elaborado pelo Professor Pedro Paulo (2018) e apresentado em sala de aula:

Comparação de Resultados de Empresas

Operacionalmente Idênticas

Fonte: elaborado por Pedro Paulo

Figura 7 – Vantagens de empresas Alavancada – Parte 1

No exemplo prático acima, é possível verificar que a empresa A, optou pela Alavancagem Financeira, onde Equity podemos definir como sendo o capital próprio dos acionistas da organização; e o Debt, é o capital de terceiros captados de instituições financeiras. Já a empresa B, optou em não utilizar capital de terceiros em sua estrutura de capital. Em sequência, é apresentado

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as taxas de retornos prometidas para instituição financeira credora e os sócios, por fim a taxa de alíquota do Imposto de Renda (IR). Logo em seguida, é também é apresentado todo o faturamento das empresas, seus custos, suas depreciações e os impostos dedutíveis. Mediante todas as informações apresentadas na imagem, podemos concluir que mesmo as empresas sendo idênticas operacionalmente, seus lucros líquidos são diferentes devido aos juros de financiamento oriundos da Alavancagem Financeira. Na segunda parte do exemplo mostraremos as conclusões dessa análise.

Fonte: elaborado por Pedro Paulo

Figura 8 – Vantagens de empresas Alavancada – Parte 2

Nessa segunda imagem podemos concluir que quando a empresa encontra-se Alavancada Financeiramente, ela terá a dedução dos juros pagos referente ao financiamento/empréstimos captados através de recursos de terceiros antes da tributação do Imposto de Renda (IR)/CSLL, ou seja, essa dedução faz que o valor a ser tributado de IR/CSLL seja menor. Esse processo

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financeiro é conhecido como o famoso “Benefício Fiscal” para muitos especialistas financeiros o principal benefício de se alavancar uma empresa.

3.5. A Alavancagem Financeira como Estratégia

Diante de todo o contexto apresentado, podemos então responder ao problema de pesquisa do presente trabalho monográfico que tem como seu principal objetivo consolidar a Alavancagem Financeira como uma estratégia financeira eficiente para compor a estrutura de capital das empresas.

A Alavancagem Financeira torna-se uma ferramenta financeira estratégica para as empresas, quando o objetivo for aumentar sua lucratividade, seja através de expansões, aumento de produtividade, investimentos em inovações, entre outros fatores relevantes de crescimento. Então, é justamente nesse momento de querer crescer que os donos da empresa precisam optar por um método de composição de estrutura de capital que tragam mais lucratividade, ou seja, maior retorno sobre o capital empregado. Atualmente o método de estrutura de capital que maximizar os retornos dos acionistas, trata-se da composição de capital que podemos entender como mista, ou seja, aquela que usa recursos próprios dos sócios e capta recursos de terceiros, podemos então denominar esse processo como a tão famosa “ALAVANCAGEM FINANCEIRA”.

Contudo, para que o uso da Alavancagem Financeira seja eficiente e eficaz na empresa, torna-se primordial que a organização tenha um planejamento estratégico para tal, a qual deverá constar previsto o melhor tipo de financiamento, as formas de pagamentos e os prazos, lembrando sempre que torna-se desejável um financiamento de longo prazo para não afetar o fluxo de caixa da organização de curto prazo. Essas informações são fundamentais para o sucesso da Alavancagem Financeira. Diante desse contexto, segundo o site Casa da Consultoria, existem alguns pontos que as empresas precisam ter sempre a resposta antes de concretizar a Alavancagem Financeira, são eles:

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 A Alavancagem Financeira é vantajosa para empresa?

 O parceiro está disposto a investir no negócio?

 Os possíveis riscos foram identificados e avaliados?

 A Alavancagem Financeira será realmente usada para maximizar o lucro da empresa?

Como se vê acima, esses pontos são cruciais para o fracasso ou sucesso do negócio, pois a Alavancagem é um instrumento eficaz para compor a estrutura de capital das empresas, porém precisa ser tratada de maneira minuciosa para obtenção de resultados sólidos e muito satisfatórios para seus acionistas. Atualmente, muitas organizações entendem que endividar-se é uma situação muito ruim, porém se os sócios de uma empresa souberem aplicar de maneira eficiente o capital próprio que será colocado à disposição da empresa e utilizar os agentes financeiros como parceiros estratégicos, terão um maior retorno.

Portanto, podemos consolidar a Alavancagem Financeira como sendo a estratégia financeira mais eficiente atualmente para compor uma Estrutura de Capital, pois ela trará junto com ela mais vantagens que desvantagens, ou seja, agregando mais valor ao negócio e rentabilizando os projetos, diminuindo o custo de capital da empresa e trazendo consigo sua principal vantagem o benefício fiscal, ou seja, fatores esses que amplifica os negócios gerando riquezas para os acionistas com a maximização de seus retornos.

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CONCLUSÃO

O presente trabalho acadêmico teve como objetivo principal, consolidar a Alavancagem Financeira como uma estratégia financeira eficiente de composição da estrutura de capital das empresas, ou seja, ele apresenta a Alavancagem como uma ferramenta financeira totalmente eficaz na composição do Capital Social das organizações, devido trazer consigo diversos benefícios.

Para podermos entender melhor sobre esse tema “Alavancagem Financeira”, tornou-se necessário primeiramente dividir o trabalho em três sub-temas que estão correlacionados com a Alavancagem, são eles: Estrutura de Capital, Endividamento e a própria Alavancagem Financeira. Pois bem, a partir de tal divisão apresentamos as definições desses termos financeiros, para só assim conseguirmos conectar os sub-temas ao tema central, sendo assim a melhor definição que podemos apresentar de Alavancagem Financeira é: “o emprego de recursos financeiros de terceiros na estrutura de capital da empresa, com a intenção de maximizar os retornos dos acionistas sobre o capital empregado”.

O trabalho enfatiza que a Alavancagem Financeira é uma estratégia financeira eficiente de composição da estrutura de capital das organizações, pois ela tem a capacidade de aumentar expressivamente os ganhos sem aumentar os gastos ou investimentos na mesma proporção. Através dessa ferramenta financeira as empresas conseguem obter diversas vantagens que a Alavancagem traz, sendo os principais: a redução do custo de capital, oriundo de isenção de tributos das parcelas de juros pagos, taxa de captação do financiamento menor que a taxa de remuneração prometidas aos acionistas, entre outros benefícios que acabam agregando mais valor ao negócio.

Mas vale ressaltar, que a Alavancagem Financeira expõe altos riscos para as organizações, com isso as empresas antes de optar pelo uso de tal ferramenta financeira, deverão estudar todos os possíveis riscos que poderá incidir sobre o projeto. Pois bem, se a Alavancagem Financeira traz consigo

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diversos benefícios, ela também apresenta algumas desvantagens se feita de maneira mal planejada, pois acarretará em vez de maximização de lucro, aumento do grau de endividamento da empresa; onde podemos citar como principal desvantagem da Alavancagem Financeira, a grande “onerosidade” que esse processo financeiro traz para as organizações, ou seja, um endividamento de longo prazo a custo fixo, que exige um retorno pré-estabelecido em contrato, garantias patrimoniais para quitação da dívida, caso não consigo honrar, diante disso, pode-se concluir que sob a ótica da empresa o risco com a Alavancagem é maior que o de uma instituição financeira.

Portanto, mediante a tudo que apresentamos nesse trabalho monográfico, podemos afirmar que a Alavancagem Financeira é atualmente uma ferramenta financeira extremamente eficiente, eficaz e mais usual de composição da Estrutura de Capital das empresas, pois mesmo sendo uma dívida adquirida de longo prazo, ela vem para aumentar o fluxo de caixa da empresa, diminuir o custo de capital e maximizar o lucro dos acionistas, ou seja, maior risco, porém maior retorno.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I

Alavancagem Financeira e Estrutura de Capital 10

1.1. Alavancagem e seus Principais Tipos 10

1.2. Grau de Alavancagem Operacional (GAO) 11

1.3. Grau de Alavancagem Financeira (GAF) 11

1.4. Grau Alavancagem Total (GAT) 12

1.5. Estrutura de Capital de uma Empresa 13

1.6. Estrutura Ótima de Capital 14

1.7. Custo de Capital 16

1.7.1. Riscos Econômicos e Financeiros 17

1.7.2. Método WACC 17

CAPÍTULO II

Aspectos do Grau de Endividamento nas Empresas 19

2.1. Grau de Endividamento 19

2.2. Índice de Endividamento 20

2.2.1. índice de Endividamento Geral (IEG) 21

2.2.2. Participação de Capital de Terceiros (PCT) 21

2.2.3. Composição do Endividamento (CE) 22

2.2.4. Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL) 23

2.3. Endividamento das Empresas Brasileiras 23

2.4. Qual o grau de Endividamento Ótimo 25

CAPÍTULO III

A Alavancagem Financeira como Estratégia 29

3.1. As Vantagens da Alavancagem Financeira 29

3.2. As Desvantagens da Alavancagem Financeira 31

3.3. A Dificuldade de Alavancagem Financeira no Brasil 32

3.4. Empresa Alavancada VS Empresa Não Alavancada 34

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CONCLUSÃO 38

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