Catálogo
PPGICH
PESQUISAS
E M A N D A M E N T O
2021
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO:
INTRODUÇÃO
Introdução
I N T R O D U Ç Ã O
A alegria, a alegria que senti quando comecei a ter a esperança que guia cada momento e o desejo de mudança com o tremor que os diferentes tipos de conexões com outras feministas e percebi que o mundo estava vivo e poderia adotar novos caminhos. A esperança, a acompanha quando o futuro se abre para o que é possível (Ahmed, 2015, p. 259).
O Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH) foi criado em 1995 e atualmente é composto por quatro Áreas de Concentração: Estudos de Gênero e Sexualidades (EGES), Sociedade Meio Ambiente, Migrações e Risco (SMA), Condição Humana e Saúde na Modernidade (CHM) e África e suas diásporas (ASD).
A Área de Concentração em Estudos de Gênero e Sexualidades (EGES), foi criada em 2000 e em 21 anos já formou várias gerações de pesquisadoras/es. A primeira tese da área foi defendida em 2003, e desde então mais de 40 teses foram produzidas no Programa.
A área de Estudos de Gênero e Sexualidades se compõe de duas linhas de pesquisa:
a) Epistemologia dos Estudos Interdisciplinares de Gênero: O lugar do gênero nos campos disciplinares das Ciências Humanas (Antropologia, Psicologia, História e Sociologia). Os estudos de gênero como campo interdisciplinar. Feminismo e cosmopolítica. b) Gênero e suas inter-relações com geração, etnia, classe: Estudos das relações de Gênero e Sexualidades em suas múltiplas interfaces com outros marcadores de diferenças sociais, como classe, etnia e geração. Comunicação, mídia e arte e suas relações com imaginação, imaginário e estereótipos. Estudos de gênero frente às questões de trabalho, tecnologia e consumo. A constituição de subjetividades nas inter-relações sociais. Homossexualidades, heterossexualidades, conjugalidades, feminilidades, masculinidades, paternidades e maternidades. Saúde reprodutiva e as interfaces entre as ciências sociais e as ciências da saúde. As relações de gênero nos movimentos sociais, rurais e urbanos.
A EGES está também vinculada ao Instituto de Estudos de Gênero (IEG) e compõe uma de suas frentes de atuação. Conta com representação estudantil eleita pelo conjunto de estudantes da área no colegiado do PPGICH e junto ao Conselho do IEG.
Na área são realizados estudos interdisciplinares dos discursos, histórica, social e culturalmente constituídos, sobre as diferenças sexuais – estudos de gênero. Desenvolve temáticas como política, sexualidades, saúde, direitos reprodutivos, trabalho, família gerações, violência doméstica, comunicação, homossexualidade, identidade, subjetividade.
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Ademais, a área integra os núcleos e laboratórios de estudos de gênero dos diferentes departamentos e cursos do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (LEGH, MARGENS, NAVI, NIGS), do Centro Socioeconômico (NUSSERGE) e do Centro de Comunicação e Expressão (NUGAL), no exercício da interdisciplinaridade. Seu objetivo é incentivar pesquisas e constituir-se em canal de difusão dos trabalhos desenvolvidos na área.
As professoras que atuam na área estão vinculadas aos departamentos de Antropologia, História, Serviço Social, Letras/Inglês, Psicologia e Relações Internacionais da UFSC. Em 2021 a área EGES é coordenada pelas Professoras Miriam Grossi e Luciana Zucco.
Atualmente a área de EGES participa do Programa de internacionalização PRINT/CAPES desenvolvendo o Subprojeto "Práticas culturais, Educação e Direitos Humanos: violências, gênero, diversidade" e do Projeto CAPES-COFECUB Gênero Ameaça(n)do coordenado pela UERJ em parceria com a Université de Paris 8, estudantes da área podem pleitear bolsa de estágio sanduíche no exterior no quadro destes dois projetos.
Miriam Pillar Grossi - Coordenadora - (Lattes)
Luciana Zucco - Co-coordenadora - (Lattes)
Carmen Silvia Rial - (Lattes)
Cristina Scheibe Wolff - (Lattes)
Débora Figueiredo - (Lattes)
Joana Maria Pedro - (Lattes)
Mara Coelho de Souza Lago - (Lattes)
Mónica Salomón - (Lattes)
Teresa Kleba Lisboa - (Lattes)
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"Teses e Dissertações"
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PPGICH 2021
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P E S Q U I S A
Título: Migração sazonal e suas implicações nas relações de gênero
em comunidades do Vale do Mucuri
Resumo: Este estudo busca compreender as implicações sazonalidade migratória nas relações de gênero em comunidades do Vale do Mucuri – MG, a partir da trajetória das mulheres que ficam enquanto seus companheiros, filhos ou pais partem em busca de trabalho. Desnaturalizar o chegar e partir neste território, que se configura como uma das regiões mais pobres do Estado, tomando por base o relato “das que ficam”, numa perspectiva de epistemologia feminista é o caminho para entender os desafios, ambigüidades e contradições das situações cotidianas destas mulheres. Para tanto, o estudo propõe:
a) Identificar e discutir as dinâmicas migratórias no Vale do Mucuri no contexto de seu processo de desenvolvimento territorial.
b) Conhecer a trajetória de vida das mulheres que permanecem em comunidades do Vale do Mucuri, cujos filhos, maridos, companheiros migraram para exercer trabalhos sazonais.
c) Avaliar as relações de gênero, classe, raça/etnia no processo de empoderamento que se estabelece no decorrer dos processos migratórios.
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T E R E S A K L E B A L I S B O Ad) Identificar as políticas públicas direcionadas às mulheres e às famílias dos migrantes, que permanecem no território.
Como percurso metodológico a escolha pela investigação feminista foi em função de sua orientação interdisciplinar que possibilita discutir os problemas de investigação que se baseiam na pluralidade, diversidade e na multiplicidade de experiências das mulheres possibilitando a compreensão do universo de suas vivências.
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P E S Q U I S A
Título: O corpo significante do sujeito político feminista mulher:
Analise das atividades de auto publicação da filosofa e autodenominada feminista negra Djamila Ribeiro no Brasil e da escritora Carolina Sanín na Colômbia
Resumo: A pesquisa se propõe interpretar qual corpo significante se constrói a partir da relação entre mulheres, feminismo e virtualidade, fazendo uma análise interpretativa das atividades de auto publicação de maior convocatória da filosofa Djamila Ribeiro e da escritora Carolina Sanín, na plataforma Facebook.
Da metade para o final do século XX nos países de América Latina se consolidava o sujeito moderno, sua identidade se constituía no reconhecimento social e político e no exercício da liberdade. (GRUESO, 2010), (CASTELLANOS, 2010) e (TOBAR, 2010). Nesse cenário, mulheres latinas inscritas no feminismo abriam a disputa por qual era o sujeito político daquele feminismo? Mulheres latinas e feminismo se imbricavam numa brecha porque situações de opressão e lutas não era possível representá-las num sujeito feminista mulher homogêneo (CURIEL, 2007). Nos inícios do século XXI a virtualidade marcou novas formas pra nós comunicar, plataformas virtuais como Facebook, Twitter e Instagram, habilitaram a modalidade de auto publicação.
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L U C I A N A Z U C C OEsta modalidade evidenciou o impacto das ideias de mulheres e movimentos de mulheres feministas para denunciarem situações de opressão compartilhando suas agencias e posicionamentos (RUIZ, 2019; GARGALLO, 2019; LAMUS, 2020). Nesse sentido, considera-se as atividades de auto publicação da Djamila Ribeiro e da Carolina Sanín merecedoras de um estudo interpretativo, por serem agencias políticas que convocam público para questionar os contextos patriarcais, machistas, sexistas, racistas, classistas e homofônicos no Brasil e na Colômbia hoje.
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P E S Q U I S A
Título: Estratos do tempo: educação sexual, gênero e sexualidades
dissidentes em diferentes temporalidades na educação, “do interior catarinense” (título provisório)
Resumo: Esta pesquisa visa compreender as disputas e a emergência da Educação Sexual (Gênero e Sexualidades dissidentes) na educação escolar, partindo do presente para o passado, do global ao local, focando no contexto interiorano de Santa Catarina. Nesse sentido, quais são as diferenças e as semelhanças das vivências e experiências das sexualidades dissidentes nas escolas, dos discursos sobre educação sexual, gênero e diversidade sexual e dos imaginários presentes hoje sobre a temática.
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Título: "Medusa enredada: como lembrar?... mas... como esquecer?":
trauma, luto e testemunho em uma performance nas interfaces entre artes e feminismos
Resumo: Nessa pesquisa artística e interdisciplinar, teórico-prática e encarnada, trançada por meio do método cartográfico, apresento considerações sobre trauma, luto e testemunho nas cartografias sobre o trabalho artístico e dialógico com uma performance tecida nas interfaces entre artes e feminismos. Situo a pesquisa nos territórios das cartografias, da pesquisa encarnada e da pesquisa artística, e, especialmente, no campo da performance e da arte feminista. A performance é abordada desde o entrecruzamento entre o mito de Medusa e o arcabouço de conceitos, pedagogias e práticas de pesquisa e criação em arte desenvolvidos por Luciana Lyra, e, deslocamentos e percursos teóricos e pessoais com movimentos, teorias e críticas feministas. A partir do trabalho com a performance, reflito sobre trauma (com foco nos traumas do estupro, traumas do abuso sexual e traumas do assédio sexual), luto e testemunho, baseada na hipótese de que a arte pode oferecer espaços de alguma reparação, e, de elaboração de traumas e lutos. Investigo como o testemunho coletivo de lutos e memórias traumáticas pode possibilitar experiências sensíveis e transformadoras, e, espaços de diálogo. Indago sobre o luto como política na busca por desmontagem de violências de gênero como aquelas abordadas na performance (o estupro, o abuso sexual infantil e o assédio sexual).
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Título: Educação Musical e a contribuição para a emancipação e
autonomia: um estudo com professoras e alunas de música do ensino médio das escolas públicas
Resumo: Este projeto de pesquisa tem por objetivo analisar como a educação musical pode contribuir para promoção da autonomia e emancipação das professoras e alunas de música do ensino médio das escolas públicas. Com relação a metodologia de pesquisa, trata-se de uma pesquisa qualitativa, adotando-trata-se o estudo de caso. O referencial teórico baseia-se em Murray Schafer para tratar das questões referentes a educação musical, em Simone de Beauvoir e Gayle Rubin para discutir gênero e em Lucy Green para debater as questões de gênero nas aulas de música.
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Título: O discurso anti-gênero na arena político-midiática: uma
comparação entre Brasil e Portugal
Resumo: Na esteira do crescente populismo e ativismo religioso, as campanhas anti-gênero adquiriram um caráter globalizado, ameaçando direitos de minorias e as próprias democracias liberais em todo o mundo. O objetivo deste trabalho é identificar quais fatores impulsionaram o discurso da “ideologia de gênero” na arena político-midiática na Europa e América Latina, na segunda década do século XXI. Sob a perspectiva do método comparativo, Brasil e Portugal serão os casos estudados. Além de resgatar a evolução histórica das campanhas nestas regiões e de mapear os principais atores sociais que fazem uso desta retórica, pretende-se elaborar um quadro teórico que aponte as variáveis relacionadas com a eficácia (ou não) da propagação da agenda.
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Título: “Peixeiras da Cidade de Praia - Entre a Visibilidade e a
Invisibilidade”
Resumo: A tese trabalha sobre as relações de género no setor das pescas, tendo como objeto de estudo as peixeiras (mulheres que vendem pescado de forma informal e ambulante). O trabalho tem um cunho interdisciplinar importante porque procura estabelecer as relações que existem entre gênero, trabalho, políticas públicas e informalidade no contexto da globalização, e como são perpassadas por relações de gênero, que invisibilizam o papel das mesmas no sector das pescas, apesar da sua visibilidade no espaço público que as peixeiras ocupam. A tese que se procura defender é que invisibilização não se dá porque as atividades das peixeiras se realizam no âmbito privado, nem são atividades de suporte ao agregado familiar, ou porque estejam ligadas ao trabalho reprodutivo, como a leitura existente sugere, já que o mesmo não acontece, está muito mais ligada a rigidez do setor e as desigualdades de género estruturais existentes no mesmo de aí a exploração desta relações de género perpassadas por outras dimensões, trazendo o cunho interdisciplinar a pesquisa.
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Título: GÊNERO E TERRITÓRIO: multiterritorialidades das envelhescências masculinas homoeróticas
Resumo: A questão de pesquisa proposta neste projeto de tese indaga como as vivências das envelhescências, expressões de masculinidades e práticas homoeróticas em Governador Valadares/MG, constituem multiterritorialidades de sujeitos com tais marcadores sociais de diferenças. Questiona-se em que medida, tais sujeitos se constituem culturalmente no mundo social com essas multiterritorialidades, que podem ser conhecidas a partir de suas distintas formas de pensar e agir. Para tanto, propõe-se:
a) compreender como os processos de envelhescências são vivenciados pelos interlocutores a partir de distintas perspectivas de análise da velhice, face às possibilidades de se romper com estereótipos e estigmas existentes, destacando as formas pelas quais os interlocutores narram suas especificidades ao vivenciarem o envelhecimento como um processo;
b) identificar como as vivências das masculinidades tornam-se objeto dos estudos de gênero, tomando-as como forma de estabelecer práticas de subalternização, hierarquias coletivas e de manifestação de relações de poder, as quais podem ser compreendidas nas narrativas dos interlocutores a partir de referências aos processos de homossociabilidades em distintas instituições em que se encontram vinculados de alguma forma;
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M I R I A M P I L L A R G R O S S I E U N I C E M A R I A N A Z A R E T H E N O N A T Oc) analisar as vivências de práticas homoeróticas dos interlocutores como formas e práticas de constituição de uma dada orientação afetivo-sexual, o que envolve processos de saída (ou não) ‘do armário’, além de agenciamentos e formas de interação com a sociedade em geral e com/na própria comunidade LGBT; d) delinear como as vivências relatadas pelos interlocutores, no que diz respeito aos processos de envelhescências, expressões de masculinidades e práticas homoeróticas em Governador Valadares, possibilitam a constituição de multiterritorialidades em escalas individuais, a contar de uma sociologia individual, com a produção de patrimônios individuais de disposições de crenças e ações dos interlocutores no referido município do interior mineiro.
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Título: Mulheres fotojornalistas e as ditaduras do Cone Sul: produção
de sentidos e subjetividades
Resumo: A pesquisa tem como objetivo mapear, por meio de fontes bibliográficas e consulta em base de dados online, a quantidade de mulheres fotojornalistas que cobriram eventos durante as décadas de 1960, 1970 e 1980 - momento em que tanto o Brasil quanto outros países do Cone Sul enfrentavam ditaduras militares. Estivessem elas vinculadas à mídia hegemônica, à imprensa alternativa ou, ainda, às agências de fotojornalismo e ao modelo freelancer de trabalho, a apuração quantitativa embasa a expressiva participação de mulheres nas resistências contra a ditadura e na construção da memória visual recente. A disparidade no reconhecimento de seus trabalhos e experiências, quando comparada aos pares masculinos do meio, é atravessada por relações patriarcais que revelam as desigualdades oferecidas pelo mercado de trabalho e pela falta de reconhecimento de entidades nacionais e internacionais do ramo. Além disso, a pesquisa debate a produção de sentidos das imagens produzidas por essas mulheres.
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Título: A Feminização das Migrações Internacionais e a
Transnacionalização das Famílias: narrativas da saga empreendida pelas migrantes haitianas para retomar a convivência familiar com os(as) filhos(as) e políticas de reunificação familiar
Resumo: A análise do processo migratório haitiano é profícua para compreender as injunções entre as problemáticas políticas, econômicas e ambientais que retroalimentam os processos migratórios por força da sobrevivência, cujas nuances assumem escala global. Nesse panorama, despertou nossa atenção as incidências da violência econômica nos direitos humanos de gênero de migrantes haitianas, haja vista que ao migrarem por força da sobrevivência econômica, acabaram por ter obstada a convivência familiar com o(a)(s) filho(a)(s). Tais migrantes vivenciam as famílias transnacionais, agrupamentos familiares que embora distendidos em vários pontos do globo, não perdem os vínculos quando inseridos em novos contextos sociais. Para enfrentar a dor da separação, as migrantes perseguem o objetivo de reunificação familiar num futuro próximo e de contribuir para a melhoria das condições de vida da família. Uma das mais delicadas injunções das desigualdades de classe, de gênero, étnicas e raciais a que tais migrantes estão submetidas corresponde ao fato de que, ao serem impelidas a emigrarem do país de origem para obter a melhoria das condições de vida a si e a seus familiares, tais mulheres invariavelmente são obstadas da convivência familiar com os(as) filhos(as).
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T E R E S A K L E B A L I S B O AA conjugação dos marcadores de diferença social de raça, etnia, gênero, nacionalidade e classe social que, em nossa hipótese, incide na amplificação dos processos de afastamento das migrantes e filho(a)(s). É nessa toada que o referencial teórico-metodológico eleito para a pesquisa condiz com a interseccionalidade, face ao compromisso teórico-político com o enfrentamento das opressões de gênero, classe, etnia e raça na contemporaneidade, perseguindo um horizonte de justiça social. Tencionamos, especialmente, conhecer 1) de que maneira a migração feminina internacional de haitianas interfere no direito humano ao exercício da maternidade; e 2) as políticas públicas destinadas à reunificação familiar entre migrantes e seus(suas) filhos(as). A investigação constitui-se num estudo exploratório de natureza qualitativa. Pretendemos trabalhar com ideias, expressões e conceitos que abarquem categorias como: feminização das migrações internacionais, diásporas contemporâneas, famílias transnacionais, mulheres negras, interseccionalidade entre classe, raça, etnia, nacionalidade e gênero, racismo institucional. Os instrumentos de coleta de dados eleitos na presente pesquisa incluem o levantamento bibliográfico, a análise documental e a entrevista aprofundada com migrantes haitianas. As entrevistas serão gravadas em meio digital e posteriormente transcritas. Privilegiaremos como instrumento de pesquisa a Trajetória de Vida e a Narrativa, com o intuito de compilar a experiência vivida pelas migrantes haitianas, situando a análise das narrativas dentro de contextos sociais, políticos, econômicos e históricos onde essas experiências tiveram lugar. Com os achados de pesquisa, esperamos contribuir com o acúmulo de conhecimentos em torno das famílias transnacionais de migrantes haitianas, e fomentar políticas públicas destinadas à reunificação familiar.
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Título: De Agentes de Pastoral do Negro ao Grupo Consciência
Negra: trânsitos políticos de mulheres negras em Joinville - SC
Resumo: Neste primeiro semestre participei de um conjunto de atividades, foquei na leitura e sistematização de textos para consolidar o anteprojeto em projeto de tese. Participei dos encontros do seminário de tese promovido por Miriam Pillar Grossi e Alinne Bonetti, importante para ajustar focos e pensar caminhos para este momento da escrita. Assisti as qualificações de Ana Cristina e Edmarcius, estou no curso das disciplinas Debates contemporâneos em estudos feministas e de gênero e Reeliões Negras e Lutas Anti-coloniais nas Américas, participo das atividades na Comissão de Movimentos Sociais do Fazendo Gênero e, cursarei a disciplina do 8º Curso de Curta Duração: Feminismos Negros e a Luta Antirracista.
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Título: Retomada indígena: um estudo sobre branquitude e outras
colonialidades
Resumo: Os estudos sobre branquitude no Brasil têm se debruçado, quase que em sua totalidade, ao eixo branco-negro. Este trabalho busca fazer uma interlocução entre branquitude e povos indígenas. Serão analisadas produções de referência no campo dos estudos de branquitude a fim de problematizar os modos como povos indígenas (não) aparecem nesses debates. Também será realizada a análise de trabalhos de autoria indígena acerca de temáticas como racialização, identidade, etnocídio e resistências.
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Título: A PRIVATIZAÇÃO DA INFÂNCIA E O TRABALHO DE
REPRODUÇÃO SOCIAL: A mistificação da mulher pelo capitalismo financeirizado e o neopentecostalismo
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Título: Memórias de (re)construção do corpo: práticas corporais e
esportivas de pessoas transmasculinas
Resumo: Busco compreender significações de memórias atribuídas às experiências em práticas corporais e esportivas por pessoas transmasculinas, tendo em vista a construção de outras formas de masculinidades, corpo, corporalidades e esportes na contemporaneidade. Parto do pressuposto de que o esporte é importante ferramenta de subjetivação e que as presenças desses corpos rompem com uma normatividade esportiva instituída.
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Título: Entre direitos e precariedades: cidadania de pessoas trans no
Brasil e no Uruguai
Resumo: Meu projeto de tese de doutorado visa analisar as políticas entre Brasil e Uruguay voltadas a população trans. Considerando que no Uruguay existe desde 2017 uma Ley Integral para pessoas trans que corresponde a diversos setores de cidadania, desde acesso a educação, a moradia, ao sistema de saúde, ao mercado de trabalho, além de garantir reparação às pessoas trans que viveram durante o regime ditatorial no país entre 1973 a 1985. Já no Brasil as políticas para a população trans começaram a ganhar algum espaço no campo político desde a primeira década dos anos 2000, com destaque para a criação do Processo Transexualizador no SUS e a política de nome social no campo educacional, que teve maior abordagem no ensino superior e somente na segunda década dos anos 2000 foi desenvolvida para o campo da educação básica. Também nos últimos anos tivemos o Provimento 73 que garante a retificação do nome nos documentos oficiais sem a necessidade de laudos psiquiátricos ou cirurgias atestando a “transexualidade” de pessoas trans e a lei anti-homotransfobia desenvolvida em 2018. Desse modo, é possível observar uma disparidade em termos de amplitude entre as políticas nos dois países.
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C A R M E N R I A LAo passo que nos últimos anos também, vimos emergir no cenário politico e cultural questões relacionadas aos avanços conservadores e com isso também projetos de lei e outras políticas que colocam sob ameaça a população trans.
Como referencial teórico utilizarei autores e autoras do campo dos estudos de gênero como Raewyn Connell (2016) para pensar a partir dos conceitos de ordem de gênero e colonialidade de gênero e outros autores como Glória Anzaldua (1987), Maria Lugones (2008), Anibal Quijano (2005), Walter Mignolo (2008) dentro da perspectiva decolonial. Assim como as teorias de Judith Butler (2018), do mesmo modo pensar desde perspectivas de autores/as trans, a partir do conceito de cisnormatividade (Vergueiro, 2015) e outres que também discutem questões acerca de políticas e cidadania para pessoas trans não só nos dois países. Assim como as perspectivas políticas vistas desde o campo do direito dentro da teoria de Axel Honneth (2003) em movimentos contrastantes com as perspectivas de(s)coloniais. Desse modo o objetivo do projeto é realizar um comparativo entre os dois países em relação às legislações para a população trans, além de realizar, desde o método autoetnográfico (Strathern, 2014), experimentos autoetnográficos para refletir sobre a presença e permanência de pessoas trans nos espaços de ensino superior e também realizar entrevistas semi-estruturadas com estudantes trans nos dois países, no intuito de perceber quais as proximidades e diferenças entre ambos. Junto a isso também acompanhar os debates e contextos políticos, sobretudo os que emergem dos discursos conservadores e colocam sob ameaça diretamente a população trans, por meio de produção bibliográfica sobre o tema. O projeto também visa a possibilidade de realização de intercambio na Universidade de la República (UDELAR), justamente para poder realizar a etapa da pesquisa citada acima.
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Título: Sandra Jatahy Pesavento: entre redes de colaboração,
espaços e viagens intelectuais
Resumo: Através de uma história dos deslocamentos intelectuais da historiadora gaúcha Sandra Jatahy Pesavento, pesquiso sobre a perspectiva da mobilidade científica como elemento estruturante para o projeto intelectual da carreira acadêmica de historiadoras brasileiras (a partir dos anos 1990), atravessada por questões de gênero.
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Título: Trabalho e Saúde Mental: experiência das/os trabalhadoras/es
da atenção primária à saúde em Florianópolis
Resumo: Este estudo de doutorado tem como objetivo analisar as relações entre trabalho e saúde mental a partir da experiência narrada por trabalhadoras e trabalhadores do Sistema Único em Saúde (SUS), em específico no âmbito da atenção primária à saúde (APS) de Florianópolis. Na articulação entre saúde e trabalho, a política de saúde do trabalhador e da trabalhadora (STT) se configura como normativa que propõe diretrizes para intervir na relação entre sistema produtivo e saúde. O escopo da pesquisa abrange a articulação entre STT e saúde mental (SM) na APS. O campo problemático privilegia a perspectiva da política de saúde que se faz no agir cotidiano de trabalhadoras/es do SUS, no cuidado em saúde produzido nos e pelos encontros com a população acompanhada. Tomamos o trabalho em saúde enquanto atividade, o que significa considerá-lo na microgestão da distância entre o trabalho prescrito e o trabalho real, no hiato em que as iniciativas das/os trabalhadores/as instauram relações modificadoras das normas em processo de renormalização, conforme perspectivas da Clínica da Atividade e da Ergologia. Situamo-nos enquanto mulheres investigadoras que adentram o mundo do trabalho em saúde ocupado majoritariamente por mulheres.
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T E R E S A K L E B A L I S B O APropomos a pesquisa como meio para acionar sentidos com as/os trabalhadoras/es do SUS para produzir saberes situados. Adotamos as epistemologias feministas por possibilitar investigações críticas, desconstrutivistas e propositivas que consideram os núcleos de dominação implícitas e explicitas da ciência e do sexismo. Inspiramo-nos na perspectiva da esquizoanálise com ênfase nas concepções de experiência e processos de subjetivação. Utilizamos a cartografia como caminho metodológico composto por entrevistas com profissionais da APS e a participação em conferências municipais de saúde de Florianópolis.
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Título: ANTÍGONA NOS LIMITES DA ESFERA PÚBLICA: uma relação
entre política, direito e emoções
Resumo: Neste trabalho falaremos a respeito da tragédia de Sófocles, Antígona e de como esta personagem se tornou um marco nas discussões feministas por desafiar as leis dos Estado em nome daquilo que considerava mais importante, seus laços de sangue. Desta forma, ao invocar seu parentesco, Antígona segue anterior aos caminhos da política, clamando por aquilo não pode ser dito pela voz universalizante do Estado, ela busca uma voz anterior, aquela que é dada por seus laços ancestrais. Ao desafiar o Estado, desafia todo um sistema vigente que tem no patriarcado as suas bases, nos mostrando que o sistema jurídico Estatal é deficitário ao responder por certas demandas. Ao pretenderem à universalidade tanto o Estado quanto suas leis se esquecem-se dos indivíduos e que é em nome destes que eles existem. Antígona, assim, é um marco por dar voz à a todos os que não a tinham e por desafiar o que não podia ser desafiado. Transpondo a obra de Sófocles para a atualidade, buscamos nas leituras de Judith Butler e Luce Irigaray novas formas de interpretarmos a clássica tragédia com no intuito de compreendermos melhor certas estruturas sociais ainda vigentes, principalmente em nossa sociedade colonizada.
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C R I S T I N A S C H E I B E W O L F FPara Rita Segato, a história da esfera pública é a mesma que a do patriarcado, sendo constituinte para a dominação colonial. Assim, buscamos nas obras dos/das autores autoras supracitadas indícios de como o “clamor de Antígona” ainda é atual em nossa sociedade e como as relações de poder descritas por Sófocles têm papel fundamental na forja de nossas relações.
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Título: “Marias no Cárcere” e a “escuta sentida”: A experiência
metodológica na perspectiva dos estudos interdisciplinares e epistemologias feministas decoloniais
Resumo: A tese versa sobre a pesquisa doutoral, desenvolvida no Presídio Feminino da Capital Catarinense, entre 2017 e 2018, na interação com as “onze Marias no Cárcere”. Ao longo da escrita, embasada em perspectivas de pedagogias feministas decoloniais e interdisciplinares, discuto como a escuta sentida, propiciou práticas de intervenção em pesquisa e extensão com “Mulheres no Cárcere”.
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Título: "Gênero e quadrinhos: Mulheres na São Paulo dos anos 1920
em Sem Dó de Luli Penna"
Resumo: Pesquisa sobre um quadrinho brasileiro chamado Sem dó, com ele pesquiso mulheres trabalhadoras da década de 20 em São Paulo, relações desses corpos com a cidade, com o trabalho e relações amorosas.
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Título: O gênero e a raça/etnia da luta por terra – estudo de caso em
um assentamento de reforma agrária coordenado pelo MST
Resumo: O acesso a terra por mulheres negras não supera outras desigualdades que vêm sendo reproduzidas historicamente, como a divisão racial e com base no gênero do trabalho no meio rural e as restrições às informações e acesso as políticas públicas. Partimos da hipótese de que há uma exclusão das mulheres negras em determinadas atividades e postos de trabalho na dinâmica de vida dos assentamentos, como reflexo do que ocorre no restante da sociedade, bem como na produção bibliográfica para e sobre elas. Além disso, levando em consideração o fato de que a reforma agrária pode ser um importante instrumento na promoção da equidade de gênero e raça/etnia, a partir do que dispõe a CF/1988 e outros dispositivos legais, chegamos a seguinte questão de pesquisa: quais as possibilidades e os desafios enfrentados e criados para seu reconhecimento enquanto sujeitas políticas, por mulheres negras do Assentamento Santo Dias (Guapé/MG) coordenado pelo MST? Para tanto, utilizamos como categorias de análise: raça/etnia, gênero e classe de forma interseccional, numa perspectiva interdisciplinar. O objetivo geral consiste em compreender em quais espaços e de quais formas ocorre a participação política das mulheres negras no Assentamento Santo Dias.
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T E R E S A K L E B A L I S B O AOs objetivos específicos consistem em:
I. compreender os desafios enfrentados pelas mulheres negras assentadas em relação as opressões interseccionais de gênero, raça/etnia e classe;
II. identificar os tipos de representação e/ou os cargos de liderança que as mulheres negras ocupam ou já ocuparam no Assentamento; III. identificar como são construídas as representações políticas no âmbito do Assentamento a partir da perspectiva das mulheres;
IV. identificar as Políticas Públicas Federais no período 2003-2016 (MDA, INCRA, FETAEMG), acessadas por nossas interlocutoras.
As trilhas metodológicas estão pautadas nas epistemologias feministas a partir de abordagens qualitativas para estudo de caso, história de vida, entrevistas semi-estruturadas e observação participante, a serem realizadas no Assentamento Santo Dias, localizado no município de Guapé, no sul de Minas Gerais. Pretendemos comparar dados secundários com informações primárias construídas tanto no Assentamento, quanto junto à Prefeitura Municipal de Guapé.
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Título: Rezadeiras, erveiras e parteiras do cariri: o fio
decolonialtecedor das práticas de cura-nascer na américa latina
Resumo: A parteria, os rezos e o conhecimento sobre as propriedades das ervas são ofícios e saberes ancestrais presentes em todos os rincões da Abya Yala. Esta proposta de tese pretende abordar tais ofícios através da atividade das rezadeiras, erveiras e parteiras do Cariri cearense, território que será aqui analisado e que fez parte do processo colonizatório empreendido no continente latino-americano a partir do século XV. O foco será dado às mulheres2, geralmente as mantenedoras desses saberes, por meio dos estudos decoloniais3 que serão o viés de análise na releitura desse contexto. Além do recorte de gênero, pretende-se analisar tais práticas-saberes num recorte de raça e de local de sua enunciação, que será desde as cidades de Brejo Santo, Crato, Juazeiro do Norte, Missão Velha, Potengi, Salitre e Santana do Cariri, do Cariri cearense brasileiro, Sul do Mundo. Essas mulheres, descendentes dos povos originários da região do Cariri e/ou afrodescendentes quilombolas, são agentes ativas na conservação dessas tradições e ao mesmo tempo contribuem no fortalecimento e desenho da identidade latino-americana. A metodologia aplicada estará permeada pelo diálogo de métodos e técnicas pensadas desde as Epistemologias do Sul.
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Título: “FUGAS E SOBREVIVÊNCIAS:” Atendimento às mulheres
lésbicas vítimas de violência e sobreviventes às tentativas de lesbocídio
Resumo: O presente pré-projeto busca compreender o fenômeno da violência contra as mulheres lésbicas e como os casos específicos desse tipo de violência têm sido tratados nos órgãos da segurança pública do estado do Piauí. Soma-se a isso, a intenção de analisar a partir da experiência de mulheres lésbicas sobreviventes às tentativas de assassinatos o atendimento conferido a este tipo de violência.
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Título: Políticas Públicas e rede de enfrentamento sob a ótica de
profissionais que trabalham com a questão em Governador Valadares – MG
Resumo: Pesquisas atuais têm mostrado que a violência contra a mulher é um fenômeno negativo que não escolhe classe social, raça, idade, tornando-se realidade na vida de muitas mulheres, fato este que tem sido uma realidade no mundo atual, não tem hora e nem data para acontecer, ocorre de diversas formas e fere os direitos básicos e fundamentais das mulheres. A violência contra a mulher apresenta-se como um fenômeno relacionado ao gênero, situação que revela o padrão cultural de uma sociedade, em que se tem atribuído poder ao homem, e a mulher é submetida a atender-lhe as vontades e os desejos, realidade presente numa sociedade estruturalmente patriarcal e machista.
Em Governador Valadares, somente em 2017, foram registrados 38 casos de feminicídio e 5.629 casos de violência doméstica e familiar, de acordo com dados da Região Integrada de Segurança Pública (Risp) (MINAS GERAIS, 2018). Estes números demonstram a realidade social na qual as feminilidades estão imersas na região.
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T E R E S A K L E B A L I S B O ANesta pesquisa, respaldadas por um arcabouço teórico buscamos apontar as brechas que acabam sendo dificultadores no processo de efetivação da Rede de Enfrentamento à violência contra a mulher e da Rede de Atendimento às mulheres em situação de violência no município.
Onde temos procurado aprofundar as discussões sobre a violência contra a mulher e sobre as políticas públicas para as mulheres, à partir do olhar dos profissionais que trabalham com a questão.
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Título: "Mulheres de Arquibancada: futebol, pertencimento e
protagonismo"
Resumo: O esporte é um território repleto de discursos e representações, cujo o contexto brasileiro tem no futebol a prática esportiva de maior expressão. Um campo permeado por disputas, interesses e negociações, ou seja, imerso em relações de poder, e é a partir desta perspectiva que procuraremos analisar a presença de mulheres nos estádios, trazendo contribuições para refletirmos sobre a questão das representações de gênero relacionadas ás expectadoras de futebol. Em nossa abordagem teórica elencamos o esporte, o torcer e as mulheres, imbricados em relações repletas de desafios e possibilidades que ainda hoje reverberam sobre a presença de mulheres nos estádios.
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Título: Gênero e alcoolismo: violências e alcoolização identificadas
nos Boletins de Ocorrência da Delegacia da Mulher de Ponta Grossa-PR
Resumo: O presente projeto de pesquisa em fase de revisão pretende analisar qual o papel da irmandade dos Alcoólicos Anônimos na trajetória de vida de mulheres alcoolistas integrantes do grupo on line Atalaia de Curitiba-Pr, além disso, e a partir das peculiaridades da doença do alcoolismo em mulheres, busca analisar os contextos de violências narrados nos Boletins de Ocorrência registrados no ano de 2020 na Delegacia da Mulher de Ponta Grossa-Pr. A pesquisa buscará, com fundamento na metodologia feminista de Martha Salgado, bem como, na teoria da interseccionalidade de Kimberle Crenshaw identificar e relacionar os contextos de violências narrados pelas declarantes com a doença do alcoolismo.
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Título: Futebol gay/LGBT: identidade e gênero na formação de
equipes de Belo Horizonte
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Título: Oscar Niemeyer e a utopia sexual nacional
Resumo: Esse projeto busca entender como a arquitetura de Oscar Niemeyer (reivindicada por ele mesmo como inspirada nas "mulheres") consolidou um projeto de nacionalidade que mirava naturalizar papéis de gênero e normalizar o corpo “straight” (heterossexual) e sua imaterialidade bioestética. Busca-se entender como os trabalhos iniciais do arquiteto estavam alinhados a um projeto político eugenista que pretendia regular a heterossexualidade, o controle do corpo e o cuidado da beleza feminina como uma estratégia para o avanço civilizacional brasileiro. A partir de relatos autobiográficos e documentos históricos pretende-se entender como a arquitetura produzida pelo arquiteto expandiu o "regime político da heterossexualidade" (WITTIG, 1992), redefinindo limites atribuídos a modernidade brasileira e também regulando o imaginário social através da lógica sexo-gênero.
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Título: O curso de Ciências Sociais na UFSC sob o olhar de suas
professoras
Resumo: Motivada pelo aniversário de 50 anos do curso de graduação em Ciências Sociais da UFSC, nossa pesquisa se propõe a recontar sua história a partir das professoras e pesquisadoras mulheres que fizeram parte da construção deste curso. Como suas histórias de vida se entrelaçam com a história do curso de Ciências Sociais?
Este projeto é um desdobramento da pesquisa desenvolvida pela Profa. Miriam Pillar Grossi “Outros olhares sobre a História da Antropologia”, que por sua vez faz parte da linha de pesquisa sobre História da Antropologia e das Ciências Sociais. Nosso enfoque no interior deste projeto, que é desenvolvido desde os anos 1990 por diferentes pesquisadores/as vinculados ao NIGS (Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades), tem como objetivo recontar e manter viva a história do curso, que é por sua vez retrato da história dos cursos de Ciências Sociais no Brasil, em sua grande maioria criados a partir da reforma implementada nas universidades públicas brasileiras no início dos anos 1970.
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Título: O apelo às emoções no noticiário sobre aborto no Brasil
(2000-2020)
Resumo: O domínio do próprio corpo é uma das principais pautas dos movimentos feministas. Ligado à desconstrução dos papeis de gênero e do direito à escolha de seus destinos, estes movimentos vêm colocando a luta contra a maternidade compulsória e pelo direito à interrupção de gestações não planejadas como centrais para a libertação das mulheres. Por outro lado, diversos grupos, entre eles congregações religiosas, têm pautado a questão do aborto de forma maniqueísta, considerando a prática como um atentado à vida e, portanto, equivalente ao homicídio. Estes discursos, construídos e reproduzidos ao longo de vários séculos, são retomados nos meios de comunicação quando a pauta do aborto retorna à agenda pública, seja através de manifestações de rua, da votação de projetos de lei que versam sobre o tema ou quando casos de mulheres que provocaram abortos acabam nos boletins policiais. A partir do mapeamento do noticiário online brasileiro entre os anos 2000 e 2020, esta pesquisa visa identificar nas reportagens a respeito do aborto os enquadramentos favoráveis, desfavoráveis ou neutros quanto a esse direito, analisando o uso das emoções como estratégia de engajamento vinculadas aos argumentos em torno de questões éticas, científicas, morais, religiosas e em exemplos de casos.
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Por meio desta análise, buscamos perceber como os afetos e as emoções podem ser politicamente estratégicos no debate público e nas decisões jurídicas e legislativas a respeito do aborto no País.
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Título: Feminismos globais e locais: uma análise da produção
feminista do Instituto de Estudos de Gênero (IEG) e da área de estudos de gênero do Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Resumo: O objetivo deste projeto de pós-doutoramento está centrado no desenvolvimento de um estudo sobre quais discursos feministas estão circulando através do Instituto de Estudos de Gênero (IEG) e do Programa de Pós Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Nesse sentido, esse projeto se propõe analisar a produção acadêmica feminista elaborada a partir dessa universidade, analisando as matrizes curriculares de docentes da UFSC vinculadas ao PPGICH e ao IEG, assim como a contribuição interinstitucional construída a partir das redes e vínculos estabelecidos entre seus núcleos de pesquisa e de bancas de defesa do programa. Serão analisadas as ementas curriculares das disciplinas de gênero do PPGICH e do Curso de Curta Duração em Gênero e Feminismos, teses defendidas no programa e artigos encaminhados para REF nos últimos dez anos, assim como artigos encaminhados para o Seminário Internacional Fazendo Gênero de 2017, aportando dados que irão permitir vislumbrar o estado da arte acerca dos feminismos globais e locais que estão sendo refletidos desde a universidade.
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Título: Ser pai em tempos de repressão: memórias sobre o exercício
da paternidade de e sobre homens perseguidos pela ditadura no Rio Grande do Sul (1968-1974)
Resumo: O presente estudo buscará descrever e analisar relatos de homens e sobre homens que eram pais na época em que foram presos por órgão de repressão subordinados ao estado do Rio Grande do Sul, a fim de entender possíveis implicações das prisões e torturas no exercício da paternidade. Os relatos que servem de fonte foram juntados a processos encaminhados à Comissão Especial de Indenização instituída pelo governo estadual no final da década de 1990, para indenizar pessoas que foram presas por órgãos de repressão no âmbito da administração estadual. Os processos estão descritos no Catálogo Resistência em Arquivo: Memórias e Histórias da Ditadura no Brasil. Ateremos-nos aos processos que mencionam homens que eram pais e que sofreram perseguição no período entre a instauração do Ato Institucional n. 5, AI5, em 13 de dezembro de 1968, e o fim do governo de Emílio Garrastazu Médici, em março de 1974. A paternidade neste estudo é entendida enquanto uma construção histórica e cultural.
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Segundo Hennigen e Guareschi (2002, p. 45), “ser pai (tanto suas significações como o próprio vivenciar a paternidade) é uma construção contínua, plural e sempre em aberto, que se processa nesta tensão cultura/indivíduo”. A categoria gênero de análise histórica e as discussões sobre memória são os referenciais teóricos que orientam a análise da documentação e a escrita do presente estudo. Busca-se, notadamente, contribuir para o avanço das pesquisas sobre a história das paternidades e da construção cultural das masculinidades.
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Título: Do local ao global: feminismoS africanoS, redes de pesquisa e
conexões transnacionais
Resumo: Dar continuidade à pesquisa de doutorado sobre a emergência de um campo de estudos de gênero em África, enfocando as redes de pesquisa em gênero e feminismo em Moçambique, suas conexões com a academia e o ativismo na região da África Austral e África em geral, bem como as relações com o Brasil, América Latina, Sul-Sul e Norte-Sul. Iremos verificar as conexões dos estudos de gênero e feministas na/da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e as diferentes frentes que pesquisam os temas (Centro de Estudos Africanos, Departamento de Antropologia e Arqueologia, Departamento de Sociologia, Centro de Coordenação para os Estudos de Gênero). Também temos acesso à Women and Law in Southern Africa (WLSA)¹, que é uma organização não governamental (ONG) situada no entre-lugar entre a academia e o ativismo. Outras redes, de acordo com os exemplos apontados, irão surgir no decorrer da pesquisa, observando dentro das universidades e dos movimentos sociais as conexões. Será realizado um mapeamento das redes de pesquisas no campo dos estudos de gênero e feminismos em África e Moçambique em particular, reconstituindo a história de construção dessas redes.
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C R I S T I N A S C H E I B E W O L F FTambém observar como essas redes de pesquisa se relacionam e se articulam no campo de estudos feminismos e de gênero da África e nas conexões Sul-Sul, assim como identificar como as redes de estudos de gênero e feminismos em África/Moçambique se relacionam com redes de pesquisa acadêmica do Norte. Além disso, observar como as redes de pesquisas acadêmicas moçambicanas se relacionam com as redes de movimentos sociais e com os processos de resistência no campo das artes e da cultura.
¹A ONG Mulher e Lei na África Austral realizam pesquisas sobre os direitos humanos das mulheres em sete países da África Austral: Botsuana, Lesoto, Malawi, Moçambique, Suazilândia, Zâmbia e Zimbabué.
