22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 14 a 19 de Setembro 2003 - Joinville - Santa Catarina
III-028 - DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE SEGREGAÇÃO SOCIAL
Ana Beatris Souza de Deus (1)
Dra. Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental Prof. UCS/RS
Prof. Substituto na UFRGS/IPH
Sérgio João de Luca
PhD Engenharia Ambiental UFRGS/IPH
dlk@vortex.ufrgs.br
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RESUMO
A maioria das administrações municipais desconhecem as variáveis ambientais
correlacionadas com os resíduos urbanos, importantes para administrar com eficiência e eficácia o setor. Sendo assim, propõe-se um conjunto de indicadores, estruturados e
sistematizados, ligados à geração do lixo que serão a base para a estruturação e formulação de um índice geral de qualidade e eficiência operacional para os Serviços de Limpeza Urbana (SLUs), levando em consideração a componente ambiental, com o intuito de
permitir uma hierarquização de atitudes e investimentos dentro da área de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos.
Com as informações obtidas da aplicação de um questionário enviado aos municípios sul rio-grandenses, divididos em sete regiões homogêneas, foram desenvolvidos indicadores e, através de procedimentos estatísticos não paramétricos, estruturados oito índices (índices específicos) que formaram um índice geral de controle de qualidade dos serviços de limpeza urbana. Neste trabalho é apresentado um sumário e um exemplo da metodologia empregada para a criação do Índice de Segregação Social (ISS), demonstrando a
importância social e ambiental dos catadores nos SLUs.
Os resultados apresentados, neste trabalho, são inéditos pois na literatura especializada não foram encontradas abordagens ou índices, estatisticamente correlacionando, a catação de resíduos e a sua disposição final.
PALAVRAS-CHAVE: Indicadores, índice, limpeza urbana, catador.
INTRODUÇÃO
Os indicadores possuem a finalidade de resumir a grande quantidade de dados, tornando acessível o seu entendimento. Os índices são parâmetros que medem cada indicador, atribuindo- lhe valores numéricos (ADRIAANSE, 1993) ou, de acordo com OTT (1978), são resultados da combinação de várias variáveis ou parâmetros em um só valor, assumindo um peso relativo a cada componente do índice. Eles nos permitem observar e acompanhar a situação do meio ambiente, o impacto e as conseqüências dos processos de
desenvolvimento sobre os recursos naturais, as funções ecológicas e as inter-relações entre os diferentes fatores do desenvolvimento.
A adoção de indicadores e índices podem servir como referencial para o planejamento e melhoria operacional dos SLUs nos municípios, pois demonstram a influência dos sistemas na área da saúde pública, no desenvolvimento econômico, social e ambiental regional; mostram, através dos diagnósticos, as necessidades de desenvolvimento científico e tecnológico do setor; e facilitam as definições dos objetivos e das metas para futuros empreendimentos, levando em consideração no seu projeto, as preocupações de proteção ambiental (DEUS, 2000).
No Brasil, os grandes problemas sociais e a ineficiente estrutura de saneamento induzem à catação de resíduos em vias públicas e em ambientes insalubres como os lixões. O impacto da catação dos resíduos nas ruas é tão grande que, nos últimos anos, chegou a influenciar na composição dos materiais coletados pelo caminhão.
A atividade de catação é feita por mão-de-obra explorada e desqualificada que apresenta um alto índice de analfabetismo realizando uma atividade de risco, tanto do ponto de vista da segurança como de saúde. No entanto, os catadores possuem uma função ecológica, já que selecionam o material reutilizável antes que tudo vá para a disposição final, ou seja há
um ganho ambiental e econômico inquestionável com a retirada destes resíduos do local de disposição final, bem como das ruas.
Para se ter uma idéia, o problema da catação de resíduos sólidos acontece de norte a sul do país, tanto em municípios de pequeno porte como nas grandes capitais. Mesmo em
municípios onde a disposição final é feita em um aterro sanitário - onde não é permitida a entrada de catadores - existem lixões clandestinos, formado pela disposição irregular de resíduos de fonte comercial, industrial e residencial e é nestes locais que as famílias de catadores garimpam algo que lhes possa ajudar na sua sobrevivência. Existem também os catadores que percorrem ruas e avenidas que abrem os sacos de resíduos expostos para a coleta à procura de algo que lhes seja útil. É uma situação constrangedora e inaceitável, fruto da miséria, do desemprego e da busca da melhor sobrevivência. Em alguns
municípios os catadores já se encontram na terceira geração, isto é: nasceram, cresceram e hoje criam seus filhos com renda proveniente da atividade de catação.
FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA
O estado do Rio Grande do Sul apresenta diferenças regionais internas devido à
distribuição populacional, econômica e social. Essas diferenças influem, diretamente, na geração e nas características dos serviços de limpeza urbana. Devido a isto, foram adotados dois critérios de coleta de informações: um baseado na urbanização e outro na
regionalização, pois municípios com população menor apresentam características totalmente diferentes daquelas encontradas em municípios com população muito maior. Além disso, não se pode comparar um município de uma região industrializada com outra, cuja ativid ade predominante seja, por exemplo, a agricultura. Os critérios utilizados estão descritos a seguir:
a) Critério de Urbanização – definição de faixas populacionais, tendo a finalidade de agrupar os municípios em função da população urbana, sendo estas:
Faixa A: Municípios de pequeno porte, população urbana menor que 10.000 hab.; Faixa B: Municípios de médio porte, população urbana entre 10.001 e 100.000 hab.; Faixa C: Municípios de grande porte, população urbana maior que 100.000 hab.. b) Critério de Regionalização – os municípios foram agrupadas por regiões, conforme a atividade econômica neles predominantes, sendo:
Região Nordeste: industrializada, possui grandes aglomerações urbanas e atividades agrícolas inexpressivas;
Região Norte: agrícola, possui pequenas e médias propriedades; região muito heterogênea e pouco industrializada;
Região Sul: pecuária e de grandes propriedades, possui crescimento econômico lento. Seguindo estes critérios, o estado do Rio Grande do Sul foi dividido em sete faixas de análise: Região Nordeste/Faixa A Região Nordeste/Faixa B Região Norte/Faixa A Região Norte/Faixa B Região Sul/Faixa A Região Sul/Faixa B Região Mista/Faixa C
Construção de Índice Relacionando Resíduos Sólidos e Catação de resíduos
Para a formulação do Índice de Segregação Social (ISS) foram considerados todos os indicadores (variáveis) que, diretamente ou indiretamente, estão relacionados com a catação de resíduos em locais de disposição.
Os catadores representam o maior problema social dos SLUs. A presença de catadores adultos nos locais de disposição final é um sinal da desagregação do modelo social da humanidade, outro agravante é a sua residência nestes locais e ainda pior, é a permanência de crianças. Entretanto, a utilização de ex-catadores em usinas de triagem/reciclagem, instaladas seguindo padrões sanitários, é extremamente positiva, sejam eles somente autorizados a catar os resíduos úteis a eles ou contratados pelo órgão responsável. O indicador do grupo de segregação social é formado por cinco indicadores simples. Os indicadores utilizados na composição do ISS são: IND25 - Indicador da presença de catador adulto na disposição final; IND26 - Indicador da presença de catador criança na disposição final; IND27 - Indicador de catador residente na disposição final; IND28 - Indicador de trabalhador autorizado em usina; IND29 - Indicador de trabalhador contratado em usina; IND40 - Indicador de resíduos sólidos tratado/disposto adequadamente.
No processo de construção de um índice, a técnica estatística empregada deve ser capaz de reduzir os indicadores padronizados formados, agrupá-los e determinar qual é a
participação (importância) de cada um. Para o desenvolvimento do índice geral e dos índice específicos foi utilizada a técnica desenvolvid a por Kendall. Este é um procedimento de classificação não paramétrica, o qual consiste do cálculo de distâncias padronizadas de cada dado referente a um valor de controle.
Os valores de controle devem representar a situação ideal e a redução de impactos para o meio ambiente e consequentemente para o homem. Como valor de controle (VC) foram adotados os valores 0 e 1, conforme o indicador padronizado em questão. Por exemplo, o VC para os indicadores de presença de catadores (IND25, IND26 e IND27) é igual a zero (0), pois é melhor não ter catadores no local de disposição; para o indicador de
trabalhadores autorizados e contratados em usinas (IND28 e IND29) melhor tê-los em usinas do que na disposição final, logo VC é igual a um (1).
A agregação de indicadores para a formação de índices exige, geralmente, que diferentes medidas sejam transformadas em uma escala comum. A transformação em escala comum é acompanhada pelo desenvolvimento de um esquema o qual tenta expressar a distribuição diferencial de cada um do s dados, conforme critérios específicos de decisão. A
padronização tem por finalidade expressar os indicadores em unidades comparáveis entre si. A metodologia utilizada neste trabalho para a padronização dos indicadores foi baseada no método da normalização (OTT, 1978).
O procedimento matemático para calcular os indicadores padronizados inicia-se com a unificação das escalas. Ou seja, para qualquer dimensão, os indicadores de cada município são transformados em uma escala variável de 0 a 1. O resultado é um indicador
padronizado variando entre 0 e 1, o qual será a base de cálculo para a construção do índice específico.
RESULTADOS OBTIDOS
O quadro 1 apresenta as equações obtidas através do uso de procedimentos não
paramétricos de Kendall para o ISS (nível de significância dos testes estatísticos de 5%). Estas equações foram aplicadas aos municípios das regiões sul, norte, nordeste e mista do estado do Rio Grande do Sul. O número de municípios amostrados por região e faixa populacional foram:
Região nordeste/faixa A (23 municípios) Região norte/faixa A (90 municípios) Região sul/faixa A (22 municípios) Região nordeste/faixa B (23 municípios) Região norte/faixa B (25 municípios) Região sul/faixa B (15 municípios) Região mista/faixa C (9 municípios)
Quadro 1 - Equações gerais do índice de segregação social.
Municípios da Região Mista - População Urbana Maior que 100.000 Habitantes ISSX =
100-100*(0,217*IND25X+0,217*IND26X+0,177*IND27X+0,117*IND28X+0,157*IND29X+ 0,116*IND40X)
Municípios da Região Nordeste – População Urbana Menor que 10.000 Habitantes ISSX =
100–100*(0,397*IND25X+0,123*IND28X+0,408*IND29X+0,072*IND40X)
Municípios da Região Nordeste – População Urbana entre 10.000 e 100.000 Habitantes ISSX =
100–
100*(0,118*IND25X+0,425*IND27X+0,122*IND28X+0,232*IND29X+0,102*IND40X) Municípios da Região Norte – População Urbana Menor que 10.000 Habitantes
ISSX = 100–
100*(0,081*IND25X+0,180*IND26X+0,154*IND27X+0,199*IND28X+0,327*IND29X+ 0,059*IND40X)
Municípios Da Região Norte – População Urbana entre 10.000 e 100.000 Habitantes ISSX =
100-(0,083*IND25X+0,468*IND26X+0,193*IND28X+0,193*IND29X+0,063*IND40X) Municípios da Região Sul – População Urbana Menor que 10.000 Habitantes
ISSX = 100–
100*(0,107*IND25X+0,241*IND27X+0,367*IND28X+0,186*IND29X+0,099*IND40X) Municípios da Região Sul – População Urbana entre 10.000 e 100.000 Habitantes
ISSX = 100–
100*(0,089*IND25X+0,209*IND26X+0,210*IND27X+0,146*IND28X+0,272*IND29X+ 0,074*IND40X)
Obs.: IND25 - Indicador de catador adulto na disposição final; IND26 - Indicador de catador criança na disposição final; IND27 - Indicador de catador residente na disposição final; IND28 - Indicador de trabalhador autorizado em usina; IND29 - Indicador de trabalhador contratado em usina; IND40 - Indicador de resíduos sólidos tratado/disposto adequadamente e X - Refere-se ao município.
a) Região Sul - Faixa populacional menor que 10.000 habitantes
Os municípios apresentam um déficit médio de coleta e de tratamento/disposição final da ordem de 5%. É significativa a presença de catadores adultos nos locais de disposição final. O lixão é a disposição final adotada por muitos dos municípios, sem infra-estrutura ou precária, estando presente diversos atributos negativos (por exemplo: aves, suínos, roedores, fumaça, residências e catadores).
Cerca de 9% dos municípios apresentam valores inferiores a 40% para o índice de
segregação social (ISS), principalmente, devido a deficiência do tratamento/disposição final adequada dos resíduos e a presença de catadores (adultos e crianças) e catadores residentes no local da disposição final. Somente quatro municípios possuem tratamento/disposição final dos resíduos, no entanto este percentual é baixo, na faixa de 20 a 60%. O ISS possui uma faixa de variação entre 3 a 67,78% com média de 56,72%. Valores baixos do ISS ocorrem devido a presença de catadores temporários, residentes no local de disposição e deficiência no tratamento/disposição final (lixão).
b) Região Sul - Faixa populacional entre 10.000 e 100.000 habitantes
O déficit médio de coleta e de tratamento foi da ordem de 8%, sendo que no município de Charqueadas este valor chega a 40%.
A média de catadores na disposição final é de 8,73. Verifica-se a existência de ex-catadores trabalhando em usinas de triagem/reciclagem. Em dois municípios existe a presença de crianças e de catadores residentes no local de disposição final.
No município de Santiago o índice de segregação social (ISS) é menor que 20%, devido a presença de catadores (adultos e crianças) residentes no local de disposição final e à falta de tratamento/disposição final adequada dos resíduos sólidos. O município de Rosário do Sul apresenta um ISS de 31,22%, este valor sofre a influência da presença de oito catadores residentes no local de disposição final. No municíp io de Bagé, o ISS é de 24,68%, sendo que no local de disposição final existem quinze catadores adultos e cinco crianças. Os municípios de Alegrete (ISS = 46,31%) e de Charqueadas (ISS = 53,30%), possuem um fator positivo que é a presença de ex-catadores autorizados, ou seja são trabalhadores em usinas de triagem/reciclagem.
c) Região Mista - Faixa populacional maior que 100.000 habitantes
Nesta faixa populacional o déficit médio de coleta é da ordem de 8,13%, porém no município de Viamão este valor chega a 45% e em Santa Maria a 13%. Há um déficit de tratamento/disposição final de 14,63%.
Verifica-se a existência de ex-catadores trabalhando em usinas de triagem e de reciclagem. Em dois municípios foram encontradas crianças no local de disposição final, e, em três municípios, de catadores residentes.
No município de Santa Maria o índice de segregação social (ISS) é de 42,32%, neste caso este índice é afetado devido a existência de catadores residentes no local de disposição final. Nos municípios de Canoas, Novo Hamburgo, São Leopoldo e Sapucaia do Sul os catadores são trabalhadores autorizados de usinas e alguns são contratados pelo órgão responsável pelo setor, geralmente são ex-catadores, sendo um ponto positivo do município.
d) Região Nordeste - Faixa populacional menor que 10.000 habitantes
Existem catadores na disposição final em um município e em três há ex-catadores trabalhando em usinas de triagem e de reciclagem. É deficiente a infra-estrutura na disposição final, pois em 61% dos municípios há lixão. A coleta seletiva é realizada em 30% dos municípios, apesar de haver mercado para recicláveis em 56% dos municípios. Verifica-se a presença de catadores em quatro municípios. O tratamento/disposição final inadequado tende a reduzir o valor do índice de segregação social (ISS) em 14 municípios, com um déficit de 100%. Estes são os principais indicadores que reduzem o valor do ISS nesta região. O município de Linha Nova demonstra um valor do ISS de 45,91% apesar da ausência de catadores no local de disposição final, mas há um déficit de
tratamento/disposição final de 35% dos resíduos coletados. O ISS varia entre 4,85 a 54,21%, com valor médio de 47,19%. O município de Cidreira apresenta um ISS < 20%. e) Região Nordeste - Faixa populacional entre 10.000 e 100.000 habitantes
O déficit médio de coleta é de 3,32% e de tratamento 44,30%. O orçamento médio destinado aos SLUs é de 3,85% com um máximo de 12%.
Há catadores no local da disposição final em seis municípios (2 a 16 catadores); em dois municípios estes são residentes. Em cinco municípios ex-catadores trabalham em usinas. A maioria dos municípios possui aterros sanitário, controlados e usinas, com uma boa infra-estrutura.
O índice de segregação social (ISS) apresenta valores reduzidos em Ivoti (ISS = 22,14%) e em Parobé (ISS = 26,55%) devido a presença de catadores nos locais de disposição final e a deficiência de tratamento/disposição final dos resíduos sólidos coletados. Deve-se destacar que os municípios de Campo Bom, Dois Irmãos, Esteio, Guaiba, Ro lante e Sapiranga
empregam ex-catadores nas usinas de triagem/reciclagem, sendo um ponto positivo quando do cálculo do ISS. Cerca de 74% dos municípios apresentam valores entre 60 e 80% para o ISS.
f) Região Norte - Faixa populacional menor que 10.000 habitantes
Os municípios apresentam um déficit médio de coleta de 7,88% e de tratamento/disposição final da ordem de 90%. É significativa a presença de catadores adultos e crianças nos locais de disposição final. A disposição final, normalmente, é o lixão, sem infra-estrutura ou precária, com presença de atributos negativos (aves, suínos, roedores, fumaça, residências, catadores, etc.). De acordo com DE LUCA (1999), em todo país ocorre a presença de catadores, adultos e crianças, sob o beneplácito do poder público.
Com relação ao índice de segregação social (ISS) verifica-se que sete municípios
apresentam valores menor que 40%. É destacada a presença de catadores nestes municípios, bem como, a falta de tratamento/disposição final dos resíduos. Os municípios de Boa Vista do Buricá, Campina das Missões, Coronel Bicaço, Cruzeiro do Sul e Porto Xavier, possuem crianças nas áreas de disposição final. Existem catadores residentes no local da disposição final em 5 municípios.
g) Região Norte - Faixa populacional entre 10.000 e 100.000 habitantes
O déficit médio de coleta foi de 5,60% e de tratamento/disposição final de 50%. Em alguns municípios existe a presença de catadores adultos e crianças no local da disposição final. Um ponto positivo nesta região é o emprego de ex-catadores em usinas de triagem e de reciclagem.
Existe uma deficiência média de tratamento/disposição final de 50,20% em alguns municípios, apesar de ser significativo o número de aterros sanitários e controlados e usinas.
Os valores do índice de segregação social (ISS) são influenciados pela deficiência do tratamento/disposição final existente na maioria dos municípios e a presença de catadores em 52% destes. Em Horizontina (ISS = 12,93%) há catadores crianças (5) e adultos (3) no local de disposição final, além de déficit de tratamento/disposição final de 100%. Destaca-se que no município de Santo Ângelo (ISS = 68,97%) ex-catadores foram contratados para trabalhar na usina de triagem/reciclagem.
CONCLUSÕES
O índice de Segregação Social desenvolvido ajuda a espelhar a relação existente entre as características das comunidades regionais relacionadas aos resíduos sólidos e a
presença/ausência de catadores em locais de disposição final. Apesar de fazer parte de um índice geral, o ISS e suas equações desenvolvidas serviram para preencher lacunas de dados em comunidades de características econômicas e populacionais semelhantes às empregadas.
O ISS permite avaliar setores particulares da limpeza urbana quando se necessita tomar decisões gerenciais em alguma das etapas dos serviços de limpeza urbana. As equações obtidas para calcular o ISS demonstraram que os indicadores para catadores representam, estatisticamente, a maior fração do índice. A mesma metodologia pode e tem sido
empregada para avaliar a contribuição de outros aspectos da eficiência dos serviços de limpeza urbana em índice geral de qualidade dos sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADRIAANSE, A. 1993. Environmental policy performance indicators. General of Environmental Dutch Ministry of Housing. 35p.
DEUS, Ana Beatris Souza de. 2000. Gerenciamento de serviços de limpeza urbana: Avaliação por indicadores e índices. Tese de Doutorado. UFRGS. IPH. Porto Alegre, BR-RS. 253f.
OTT, Wayne R. 1978. Environmental indices: theory and practice. Ann Arbor: Ann Arbor Science. 371p.
