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Fiscalização de Obras - Apontamentos FEUP -Sebenta-v3-0

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(1)

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Departamento de Engenharia Civil

Secção de Construções Civis

Metodologia

da

Fiscalização de Obras

APONTAMENTOS PARA A DISCIPLINA DE FISCALIZAÇÃO DE OBRAS - ENGª CIVIL - 5º ANO – OPÇÂO CONSTRUÇÕES

Rui Calejo 2010 v 3.0

(2)

FISCALIZAÇÃO DE OBRAS - 2010 – v 3.0 1/57 Índice

1 - Introdução à Engenharia de Serviços ... 2

2 - Organização da Contratação - Organização e Revisão do Projecto ... 6

2.1 - Organização dum projecto ... 7

2.2 – Revisão / Estudo de Projecto (na óptica da fiscalização)... 8

3 - Organização da Contratação - Organização do Concurso, Selecção e Contrato ... 10

3.1 - Processo de Concurso ... 10

3.2 - Planeamento da acções do concurso ... 12

4 - Fiscalização da Empreitada - Noções Gerais ... 16

4.1 - Áreas funcionais ... 16

4.2 - Agentes da fiscalização ... 16

4.3 - Organização da Equipa de fiscalização ... 17

4.4 - Matriz de atribuições da fiscalização ... 22

5 Área Funcional de Conformidade ... 23

5.1 - Procedimentos ao abrigo da área funcional conformidade ... 24

5.2 - Reuniões de preparação de obra ... 24

5.3 - Rotinas de inspecção dos trabalhos ... 25

5.3.1 - Mapa de equipas produtivas ... 25

5.3.2 - Natureza das tarefas ... 26

5.3.3 - Fichas de controlo de conformidade ... 27

5.3 – Ensaios de recepção ... 30

5.4 – Recepção de Materiasi ... 31

5.5 – Autorização de Tarefas ... 31

5.6 – Pedido de Alterações ... 31

5.7 - Não conformidades ... 32

6 Área Funcional Economia ... 33

6.1 Conta da Empreitada ... 33

6.2 Autos de medição ... 36

6.3 Facturação ... 37

6.4 Previsão de custos... 38

6.5 Controlo Orçamental ... 39

7. Área Funcional Planeamento ... 40

7.1 Controlo do Plano de Trabalhos ... 40

7.2 Balizamentos periódicos - controlo de consumos ... 42

7.3 Previsão de prazos ... 43

7.4 Multas por atraso ... 44

8 Área Funcional Informação/Projecto ... 45

8.1 Arquivos de Obra ... 45

8.2 Arquivo de Projecto ... 46

8.3 Reuniões ... 46

8.4 Gestão de Assuntos ... 50

9 Área Funcional Licenciamento/Contrato ... 55

9.1 Cumprimento de actos da Contratação (Contrato, Assinatura, Aditamentos, Resolução) ... 55

9.2 Cumprimento de actos do Licenciamento ... 55

9.3 Cumprimento de actos legais da Empreitada ... 55

10 Área Funcional Segurança ... 56

10.1 Verificação da contratação da segurança ... 56

10.2 Acompanhamento da implementação da segurança ... 56

11 Área Funcional Qualidade ... 57

11.1 Qualidade dos serviços de fiscalização ... 57

(3)

1 - Introdução à Engenharia de Serviços

A engenharia de serviços define-se como sendo todo o conjunto de metodologias destinadas a optimizar a relação entre entidades intervenientes numa prestação de serviços.

As entidades são:

Adjudicante ( Quem encomenda o serviço )

Adjudicatário ( Quem executa os serviços )

Destinatário ( Quem é objecto dos serviços )

Exemplo :

Se durante uma aula o docente solicitar a um aluno que vá executar 30 cópias dum problema para distribuir pela turma, o "adjudicante" é o docente, o "adjuducatário" o aluno e o "destinatário" é a turma.

As metodologias de optimização duma prestação de serviços baseiam-se na subdivisão dessa prestação em áreas funcionais ou prestativas que se destinam a clarificar e enquadrar a relação entre entidades. A engenharia de serviços reparte-se pelas seguintes áreas:

Prestação - Definição do articulado do serviço

Responsabilidades / Atribuições - Procedimentos e clausulado

Economia / Custos - Quem e como paga ou se paga

Informação - Forma e autenticação do registo

Prazos / Tempo - Calendário da prestação Cada uma das áreas referidas define-se por meio de:

Procedimentos (lista sequencial e global de todos os passos necessários à execução duma

determinada tarefa)

Cláusulas (condicionalismos - prazos, limites, custos - à execução duma tarefa) E estes podem ser esquematizados por meio de

 Fluxogramas de Procedimentos

 Organogramas de intervenientes

 Mapas de controlo (Check-list)

Exemplo :

Verificou-se a queda duma viga após descofragem motivada por não ter sido colocada a armadura prevista em projecto. Nos contratos correntes de fiscalização a equipa de fiscalização não tem a responsabilidade de pagar os danos. Embora tivesse a obrigação de verificar o ferro e, pressupostamente, não o tenha feito de forma eficaz, nunca pode ser responsabilizada por uma falha tecnológica da responsabilidade do empreiteiro. À fiscalização poderia (se estipulado contratualmente) ser aplicada uma multa por não ter sido implementado ou efectuado o procedimento de controlo de ferro. Neste caso:

- A PRESTAÇÃO da fiscalização era a de implementar metodologias de controlo de colocação de ferro em obra no âmbito da conformidade;

- A RESPONSABILIDADE limitava-se à realização de procedimentos de controlo - O CUSTO definiria uma multa

- A INFORMAÇÃO deveria ter um registo completo das rotinas efectuadas pela fiscalização demonstrando que aquela viga não foi controlada ou, caso tenha sido controlada, permitiria livrar a fiscalização de responsabilidades

(4)

FISCALIZAÇÃO DE OBRAS - 2010 – v 3.0 3/57

- O PRAZO, caso tivesse sido previsto um, poderia permitir a necessária revisão da ficha de controlo de betonagens e teria permitido a detecção do erro antes da descofragem.

Em prestação de serviços de fiscalização/coordenação de obras há basicamente duas entidades:

 Prestador (Adjudicatário)

 Ordenante (Adjudicante)

Quem é a entidade prestadora? Entidade independente do Projectista e do Empreiteiro, contratado pelo Dono de Obra

Quem é a entidade ordenante ? Dono-de-Obra (neste caso coincide com o Destinatário)

EMPREEENDIMENTO

As entidades intervenientes num empreendimento são :

 Dono-de-Obra

 Empreiteiro

 Projectista

 Ent. Licenciadoras

Uma empreitada de construção é basicamente uma relação entre o Dono-de-Obra, Empreiteiro, Projectista e Entidades Licenciadoras na qual a Fiscalização tem o objectivo facilitar e clarificar essa relação.

Funciona como o lubrificante num motor...

Exemplo de intervenção da fiscalização Prevê-se uma betonagem para as 17 horas

Às 10 horas detecta-se, numa inspecção aleatória, que a armadura duma viga não é idêntica à de uma outra viga semelhante do mesmo piso e, além disso, a sentimento parece ser muito pouco (viga de 6

metros com 2 6 como armadura de tracção)

Forma de actuação:

1º - Alertar o encarregado ( preferencialmente em particular e fora do local. Só em caso de perigo de segurança iminente ou de erro irreversível é que se actua no local directamente com o operário)

2º - Verificar os elementos de projecto ( admita-se que confirmavam a armadura observada em obra )

3º - Dar nota das dúvidas ao projectista de estruturas que no âmbito da assistência técnica à obra deve estar disponível para resolver a questão. (telefonar e enviar fax) 4º - Proceder conforme indicações do projectista.

D.O. EMP.

(5)

São 16 horas e é necessária uma decisão uma vez que o projectista não está contactável nem tem ninguém que o substitua. Como se vai actuar?

- Betona-se como está pois se correr mal a culpa é do projectista ?

- Pára-se a betonagem até se resolver o problema ?

- Faz-se igual à outra viga ?

- Como o director da fiscalização é Eng.º Civil refazem-se os cálculos e coloca-se a armadura daí

resultante ?

Como se trata duma situação grave (porque coloca em causa a segurança da obra) e irreversível (uma vez que depois de betonada a reparação implica custos) mas cuja solução não parece muito complicada a forma mais adequada de agir é a fiscalização, no âmbito da sua consultoria técnica, voltar a estudar a situação e caso seja possível, especificar a nova armadura a colocar dando indicações para assim se proceder.

Às 17 horas, em cima da betonagem, o projectista acaba por contactar a obra e esclarecer que afinal a armadura está bem porque ...( justificação insondável no domínio da engenharia estrutural ).

Como se actua?

- Tentar convencer o projectista que está enganado? - Retira-se o ferro extra já colocado?

- Deixa-se ficar porque "ferro a mais não faz mal"? Quem vai pagar estes custos?

A solução mais adequada é informar o projectista da solução já decidida e colher a respectiva aprovação ainda que este considere ser "ferro em excesso" e em seguida dar ordem para betonar. Os custos decorrentes desta situação são da responsabilidade do Dono-de-Obra uma vez que resultam da aplicação de procedimentos contratuais de fiscalização. Este tipo de consequências deve estar prevista no clausulado do contrato entre o D.O. e a Fiscalização.

A alteração da solução sem consulta ou tentativa de consulta do projectista tornaria a fiscalização responsável pelos seus actos e como tal responsável pelo pagamento dos custos do ferro extra

Como consequência deste exemplo podem-se referir alguns corolários da actuação da fiscalização / coordenação de obra:

- Promover a revisão do projecto

- Actuar sempre por antecipação preparando a obra ou motivando a preparação desta com tempo - Registar todas as informações dadas e recebidas. Usar o fax. "que é a sigla de auxiliar de

fiscalização ao contrário"

- Estipular contratualmente atribuições e responsabilidades da fiscalização

- Realizar todas as intervenções em obra segundo procedimentos tipo, se possível aprovados pelo D.O. - Recorrer a "check list" ou "punch-list- lista de falhas habituais LFH" para controlo de obra pois

funcionam como organizadores e auxiliares de memória em obra.

- Dar evidência de todas as acções da fiscalização, recorrendo a fotografias, fichas assinadas, etc.

Os actores de fiscalização têm pendente sob si mesmos uma necessidade absoluta de uma conduta absolutamente irrepreensível no domínio ético e deontológico de forma a que nunca possam ser postas em causa as suas atitudes. Se a fiscalização funciona como um mecanismo de controlo das actividades de outros ( empreiteiro, projectista e dono-de-obra ) quem controla a própria fiscalização?

De facto a posição de árbitro que a fiscalização é muitas vezes chamada a assumir obriga a que sejam respeitados os mais elementares princípios de conduta profissional.

Esta atitude deve não só ser seguida no âmbito estrito de um determinado contrato mas ser seguida como norma geral de conduta. Não é possível conseguir granjear atributos neste domínio se para fora se transmite uma imagem contrária.

Seguem-se algumas regras elementares:

 Inventariar todos os problemas sem qualquer omissão mesmo que desfavoráveis à fiscalização

 Embora contratada pelo D.O. para representar e defender os seus interesses, limitar esta defesa ao plano técnico

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FISCALIZAÇÃO DE OBRAS - 2010 – v 3.0 5/57

 Nunca favorecer marcas ou produtos por interesse comercial de qualquer interveniente, principalmente da própria fiscalização

 Nunca emitir pareceres ou opiniões que não sejam absolutamente fundamentadas, ou então faze-las acompanhar das respectivas ressalvas

 Procura sempre a verdade das situações evitando "construir situações"

 Realizar com excelência mas sem autoritarismo todas as acções de conformidade

(7)

2 - Organização da Contratação - Organização e Revisão do Projecto

A fiscalização lida com o empreendimento fundamentalmente em fase de CONSTRUÇÃO.

Contudo a sua iniciativa deve ser ampliada à fase terminal do projecto no sentido de verificar se este reúne as condições necessárias para garantir uma boa obra.

A actividade de COORDENAÇÃO ou GESTÃO do projecto sai fora do âmbito desta disciplina.

Assim, contrariamente ao que é corrente ao nível da construção, a fiscalização deve iniciar a sua intervenção ANTES da início da obra, preferencialmente antes da contratação, justamente aquando da organização dos elementos de projecto para realização da contratação.

Motivos para iniciar a intervenção na fase final de projecto:

- Elaborar uma revisão de projecto ( na óptica da fiscalização ) em simultâneo com o estudo do projecto numa altura em que ainda é possível introduzir eventuais alterações no projecto

- Apoio à fase de procura e selecção/concurso

- Apoio na licenciamento e no diálogo com entidades licenciadoras

Motivos para ampliar a prestação à fase de garantias entre a recepção provisória e definitiva: - Acompanhamento do fecho de tarefas pendentes no auto de recepção provisória

- Apoio às reclamações do utente e à educação para a utilização pois a fiscalização é quem melhor deve conhecer o edifício

- Salvaguarda da imagem e intervenção da fiscalização aquando de eventuais reclamações em fase de utilização. EMPREENDIMENTO DA CONSTRUÇÃO Planeamento programa preliminar Projecto programa base estudo prévio anteprojecto projecto de execução Construção Fabrico de Materiais e Componentes

Utilização

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FISCALIZAÇÃO DE OBRAS - 2010 – v 3.0 7/57 2.1 - Organização dum projecto

Um projecto é organizado por especialidades e cada especialidade por peças escritas e desenhadas

As especialidades envolvidas num projecto dum edifício de habitação podem ser as seguintes ( o tipo de edifício dita a eventual necessidade de mais ou menos especialidades):

 Arquitectura  Estruturas  Abastecimento de Águas  Fria  Quente  Drenagem  Efluentes (esgotos)  Pluviais  Freáticas  Térmica  Acústica  Electricidade

 Abastecimento de Energia Eléctrica  Iluminação  Aquecimento  Comunicações  Intercomunicações  Telefones  TV  Abastecimento de Gás  Instalações mecânicas  Elevadores  Ventilação forçada  Condicionamento térmico

 Ventilação Natural (incluído na arquitectura)

 Evacuação de resíduos sólidos

 Estudo de reconhecimento geotécnico

 Segurança contra incêndio

 Impacte Ambiental

 Paisagismo

 Transito

 Projectos especiais (piscina, domótica, etc.)

 ... Peças escritas:

(para cada uma das especialidades)

Memória descritiva e justificativa (descrição da solução e respectivas condicionantes)

 Notas de cálculo

Condições jurídicas (da especialidade e não do contrato)

 Condições técnicas

 Gerais (materiais e tecnologias)

 Particulares (características deste projecto)  Mapa de medições

 Estimativa Orçamental

Plano de segurança (notas para o coordenador de segurança) Peças desenhadas:

(para cada uma das especialidades)

 Plantas e Cortes na escala 1/100

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Dos elementos apresentados verifica-se que um projecto, na fase de execução, é um conjunto complexo de elementos técnicos indispensáveis à completa definição da obra e executar.

É impossível garantir um bom desenvolvimento dos trabalhos se o projecto permitir diversas interpretações ou, mais grave ainda, se for omisso relativamente a soluções, materiais ou tecnologias.

De notar que estudos vários sobre patologia da construção atribuem como causa de cerca de 50% dos defeitos de construção erros ou omissões de projecto. E estes erros ou omissões são em cerca de 50% resultantes de falta de pormenorização ou especificação incompleta.

2.2 – Revisão / Estudo de Projecto (na óptica da fiscalização)

A revisão do projecto define-se como um conjunto de metodologias tendentes a eliminar ERROS, OMISSÕES e INCOMPATIBILIDADES do conjunto de peças do projecto.

Em termos absolutos não compete à fiscalização assumir-se como REVISORA do projecto. Essa actividade reveste-se de elevada especialização sendo correntemente assumida por uma equipa revisora constituída por especialistas das diferentes áreas. Essa revisão equaciona desde os objectivos do programa às soluções propostas em projecto pondo em causa os critérios e métodos de dimensionamento. Tal actividade sai fora do âmbito desta disciplina bem como da actividade corrente de fiscalização/coordenação de obra.

Contudo, dentro das actividades da fiscalização/coordenação de obra, revela-se muito eficaz proceder a um estudo e preparação de projecto com o propósito de objectivar a apresentação de propostas em concurso e posteriormente facilitar a execução da obra.

Sugere-se pois o seguinte faseamento da intervenção no projecto após a conclusão do projecto de execução, ou seja após a intervenção no domínio da gestão de projectos:

Metodologia de revisão/verificação do projecto:

Trata-se duma metodologia que deve ser adaptada à dimensão do projecto em causa simplificando os passos que se apresentam.

As disponibilidades de tempo e contratuais determinam também a forma e exaustão com que esta revisão deverá ser feita

1º - Revisão de objectivos do projecto (ordem de análise)

Programa (verificar se são cumpridos os objectivos do programa.)

Elementos do Projecto ( verificar se são apresentadas as peças escritas e desenhadas esperadas) Custos (análise percentual por capítulos do orçamento ou por "ratios" )

Prazos ( análise dos valores previstos e definição de rendimentos unitários )

Esta análise pode motivar alteração de soluções e/ou materiais e a consequente reformulação do projecto

2º - Confrontar "condições técnicas" com "listagem de tarefas" (do orçamento) em cada uma das especialidades

3º - Confrontar "condições técnicas" com "peças desenhadas" em cada especialidade 4º - Rastreio de erros e omissões entre especialidades (ordem de análise)

- Estrutura vs. Arquitectura - Instalações vs. Arquitectura Selecção Concurso Organização Contratual Revisão do Projecto

(10)

FISCALIZAÇÃO DE OBRAS - 2010 – v 3.0 9/57 - Ductos

5º - Revisão de medições (ordem de análise caso não seja feita uma revisão global)

- Tarefas cujo custo global é maior

- Tarefas cuja probabilidade de gerarem trabalhos a mais e maior - Tarefas mais difíceis de garantir o preço

Este procedimento concorre para se identificarem muitos erros e omissões pelo que deve ser efectuado por uma equipa de medição diferente da de projecto.

Trata-se de uma das mais eficazes formas de detectar omissões de projecto pois um projecto, ao ser remedido é detalhadamente analisado quer na sua definição (permitindo identificar zonas

omissas) que na sua coerência (permitindo identificar incompatibilidades). Em muitas situações

é a única acção desenvolvida

6º - Revisão de cálculos (ordem de análise) Estruturas

Geotecnia Especialidades

Trata-se dum procedimento claramente fora do âmbito corrente da fiscalização/coordenação de obra, mas que por vezes, efectuado de forma aleatória ou em situações pontuais, pode antever e resolver problemas de obra.

Uma revisão global só se justifica em determinados tipos de projecto e mesmo nestes a ser elaborada por uma equipa diferente da de fiscalização/coordenação de obra, quando muito coordenada por esta. Para que fique claro, trata-se duma revisão de cálculos efectuada para além da que normalmente se pressupõe ser feita por iniciativa do próprio projectista.

Matriz de soluções

Uma das formas de controlar e rever o projecto é elaborar uma matriz de soluções que materialize e evidencie que cada solução construtiva (geralmente ao nível dos acabamentos) está coerentemente definida nos diferentes elementos de projecto. Consubstancia as etapas 2º 3ª e 4ª antes referidas e é geralmente elaborada como um documento de evidência.

Exemplo:

Ref.ª Tarefa UN Quant.

Caderno de encargos Mapa de medições Peças desenhadas Mapa de acabamentos CT gerais CT part. ... 1.2 Revestimento do pavimento de salas de jantar com soalho em madeira de Riga com 22*3*250 aplicado pregado com junta macho-fêmea sobre ripado tratado afastado de 50cm m2 125,5 OK KO ! -Falta referência ao ripado de pinho KO! Distância entre ripado de 60cm Espessura da riga 2,5c, OK ...

Igual ao MAPA DE TAREFAS E QUANTIDADES Tipo check-list para acompanhar o processo de revisão

(11)

3 - Organização da Contratação - Organização do Concurso, Selecção e Contrato

A selecção de empreiteiro para execução duma dada obra depende fundamentalmente de se tratar duma obra pública ou particular

Em obras públicas a contratação obedece em geral a um concurso que pode ter as seguintes formas:

- Público;

- Limitado com ou sem negociação; - Ajuste directo;

Todas estas formas estão devidamente regulamentadas no Novo Regime Jurídico de empreitadas de Obras Públicas e respectiva legislação complementar.

Em obras particulares a contratação é livre podendo assumir qualquer forma que não contradiga o código civil artigos 1207º a 1230º sobre empreitadas

EMPREITADA

contrato pelo qual uma das partes se obriga em relação à outra a realizar certa obra, mediante um preço

CONCURSO

procedimento mediante o qual um determinado comprador – adjudicante – anuncia a vários fornecedores (concorrentes) – adjudicatário a intenção de adquirir determinado bem.

Contudo, para obras particulares recorre-se muitas vezes a uma metodologia próxima da prevista para obras públicas tirando justamente partido da matéria estabelecida pelo referido Regime Jurídico.

A metodologia que se segue procura de foram introdutória apresentar a situação corrente em empreendimentos habitacionais, industriais ou de comércio de média dimensão ( 1M€ ) promovidos por particulares.

Faseamento das acções:

 Elaboração do Processo de Concurso

 Procura e selecção de empresas para concurso

 Concurso

 Apreciação e Selecção duma empresa

 Contratação 3.1 - Processo de Concurso

A existência dum projecto (conjunto de peças escritas e desenhadas) não permite só por si apoiar um concurso entre diversas empresas, é necessário elaborar documentos onde fique claro quais as regras do respectivo concurso e formas de selecção.

Assim define-se Processo de Concurso como sendo todo o conjunto de documentos que permitem a elaboração dum concurso de empreitadas. Consta dos seguintes documentos:

 Projecto

 Programa do Concurso

(12)

FISCALIZAÇÃO DE OBRAS - 2010 – v 3.0 11/57 Projecto

Conforme referido antes, constituído por peças escritas e desenhadas e organizado por especialidades.

Programa do Concurso

Documento onde se definem todas as regras e formas de procedimento do concurso. É constituído pelos seguintes elementos

1- Designação da empreitada e tipo de concurso Preço Global

Série de Preços Percentagem

2- Resumo do empreendimento que se põe a concurso 3- Mapa de Tarefas e Quantidades para orçamentação

Junção e uniformização de todas as medições num único documento que todos os concorrentes devem respeitar. Não devem ser admitidas alterações a este mapa

4- Preço base e Prazo

Serve para orientação dos concorrentes e em obras públicas para definir regras legais quanto à necessidade de vistos do T.C.

5- Identificação do Dono-de-Obra e /ou Promotor 6- Calendário do concurso

Data limite para resposta à carta convite Data limite para apresentação da Proposta Data para abertura das propostas

Data para início de negociações ou dispensa de concurso Data prevista para Adjudicação

7- Condições Jurídicas do concurso Regras de abertura das propostas

Prazos para reclamação dos actos do concurso Regras de selecção

Condições de aceitação de propostas condicionadas ou variantes Minuta do contrato e respectiva cláusula de aceitação

Comarca competente em caso de litígio 8- Norma a que deve obedecer a proposta de preço 9- Lista da documentação que instrui a proposta

Documentos de habilitação

Capacidade Legal da Empresa

Identificação de quem tem poderes para representar a empresa Registo de Matrícula na Conservatória

Idoneidade da Empresa

Declaração em como pagou os Impostos nos últimos anos Declaração em como não tem dívidas para com o Estado Declaração em com o não tem dívidas à Segurança Social Capacidade produtiva / técnica

Alvará para a competente classe e tipo de obra Curriculum vitae da empresa em obras semelhantes C.V. dos técnicos destacados para a obra

Plano de estaleiro

Declaração de visita ao local e observação das condições Plano de Trabalhos

Declaração de subempreiteiros a usar em caso de selecção Capacidade Financeira

Declarações bancárias de capacidade financeira

Balanço e Demonstração de Resultados dos últimos anos Documentos justificativos da proposta

Mapa de medições e respectivos preços unitários que serviram de base à determinação do valor da proposta

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Preços unitários para mão-de-obra e equipamento Cronograma financeiro

Percentagem para trabalhos por administração

Documento reportando a reclamação por Erros e Omissões do projecto

Condições Jurídicas do Contrato

Documento onde se estabelecem todas as relações entre o Dono-de-Obra e o empreiteiro a quem for adjudicada a Obra.

Estabelece em formato de articulado a seguinte matéria

1- Regime da empreitada e condições de execução 2- Forma do contrato

3- Execução da empreitada consignação da obra plano de trabalhos execução dos trabalhos materiais fiscalização agentes funções modos de actuação ordens

suspensão dos trabalhos incumprimento do contrato 4- Pagamentos

prazos forma mora

5- Recepção e Liquidação da obra recepção provisória recepção definitiva prazo de garantia 6- Rescisão do contrato 7- Contencioso

3.2 - Planeamento da acções do concurso

(Concurso de obra particular por convite)

Regras fundamentais para assegurar o êxito dum concurso

- Manter o sigilo de quais os empreiteiros em concurso

- Motivar o máximo número de concorrentes

- Garantir rigorosas condições de participação igualitária a todos os empreiteiros

- Evitar a posição de privilégio resultante de que tem uma obra para adjudicar ( é bom ter

sempre em mente que também tem que se motivar um empreiteiro com boa capacidade técnica e bom preço ...)

A PROCURA é um conjunto de acções cujo objectivo é identificar empreiteiros que evidenciem as seguintes três qualidades:

- Motivação/Interesse/Necessidade - capacidade

- disponibilidade

É sabido que quando se apresenta uma proposta num concurso o valore dessa proposta sobe inversamente á motivação.

(14)

FISCALIZAÇÃO DE OBRAS - 2010 – v 3.0 13/57 O gráfico que se segue procura identificar o conceito:

Sequência de acções:

1 -

Envio de carta convite a empreiteiros possivelmente interessados e com demonstração prévia de capacidade.

Critérios de procura

Envolvidos em obras semelhantes em conclusão Sediados na zona

Conhecimento particular Anúncio ( a evitar )

Fixar prazo para resposta de interesse em adquirir o Processo de Concurso que normalmente é pago ( o

pagamento prévio é normalmente demonstrativo do interesse em concorrer )

2 -

Em função do número de respostas à carta convite proceder à elaboração do número de cópias do processo até à data fixada para serem levantados ou, em alternativa, dar indicação para se dirigirem a uma casa onde se encontram os originais para reprodução, munidos de autorização para adquirirem cópia.

Estabelecer prazo para esclarecimento de dúvidas sobre o projecto ou o programa de concurso.

(normalmente o primeiro terço do prazo do concurso). Qualquer dúvida deve ser formulada por escrito

sendo a respectiva resposta processada da mesma maneira a TODOS os envolvidos no concurso

3 -

Recepção das propostas até à data limite previamente estabelecida

4 -

Abertura das propostas preferencialmente em acto privado ( só é possível em obras particulares ) mas testemunhado por várias pessoas. Elaborar acta dos respectivos resultados onde conste:

 Quais as empresas admitidas

 Quais as empresas rejeitadas e respectivo motivo  Seriação por preço das empresas admitidas  Quem testemunha o acto

Custos Directos Custos Produção Custos Indirectos Lucro $ Interesse Pouca motivação - Preço elevado

SITUAÇÃO NÃO INTERESSANTE

Maior motivação - Preço competitivo SITUAÇÃO MAIS INTERESSANTE

Necessidade - Preço muito baixo SITUAÇÃO NÃO INTERESSANTE

(15)

5 -

Análise de propostas

Metodologia de análise de propostas

 Verificação da documentação fornecida e elaboração de mapa síntese  Solicitação de documentos omissos ( só é possível em obras particulares )

 Verificação do orçamento ( são frequentes erros de dactilografia ou de reprodução das

medições e omissões de preços por falta de tempo na elaboração de propostas que alteram a lógica do preço global e podem eliminar empresas interessantes )

 Mapa comparativo dos diferentes orçamentos ( comparação feita por capítulos ou artigos

dos preços das diferentes propostas apresentadas) .

 Resulta um conjunto de informações sobre cada artigo ou capítulo da seguinte natureza: - Preço na média das propostas

- Preço especialmente baixo ( possivelmente não foi bem interpretado o projecto) - Preço muito elevado ( possivelmente não foi correctamente interpretado o projecto)

 Avaliação da capacidade técnica dos concorrentes - Pelos documentos fornecidos

- Pela visita a obras semelhantes

- Pela análise da disponibilidade em termos de produção

6 - Negociação

(em obras particulares)

Convidar os concorrentes com as propostas mais interessantes em termos técnicos e económicos e dispensar os restantes, mantendo sempre o sigilo entre eles.

Consta das seguintes etapas:

A

Ronda de negociações com o objectivo de se proceder à confirmação ou alteração dos preços de artigos ou capítulos especialmente baixos ou altos, ou para serem fornecidos preços omissos no orçamento. Nesta fase mantém-se ainda a mesma base da proposta inicial não havendo qualquer desconto nem alteração de soluções, apenas clarificação de dados. Resultam contudo novos valores globais para as propostas que forem alteradas pelo que se refaz a seriação dos concorrentes

B

Estudo da estrutura de custos do orçamento e confirmação ou alteração das soluções pelo Dono-de-Obra. Em caso de alteração de soluções ( normalmente com o objectivo de baixar o preço da

obra) pedido de preço a TODOS os empreiteiros só para essas alterações. Para tal deves ser

elaborado um aditamento ao concurso preparado pelo projectista respectivo e que é distribuído pelos concorrentes para orçamentação dentro dum prazo combinado.(é desejável que todas as

alterações sejam feitas de uma única vez pois corre-se o risco de prolongar muito o processo de negociações)

Após a apresentação de novos preços e respectiva análise refaz-se a seriação dos concorrentes

C

Ronda de negociações no sentido de abrir aos empreiteiros a possibilidade de sugerirem alterações ou variantes que não contrariem o espírito técnico e arquitectónico da obra mas que concorram para uma redução de preço. ( por exemplo, deixar que determinado empreiteiro

proponha tintas diferentes das especificadas mas que tecnicamente sejam equivalentes, desde que daí resulte num menor custo da obra supostamente por esse concorrente ter melhores condições com o fornecedor desta alternativa)

(16)

FISCALIZAÇÃO DE OBRAS - 2010 – v 3.0 15/57 Nova seriação de concorrentes

D

Negociação económica e financeira

(normalmente da responsabilidade do Dono-de-Obra)

Fase de estudo de condições de pagamento eventuais adiantamentos ou regime de revisão de preços

Fase de descontos ( só aqui é que se começam a fase descontos ) Nota importante :

Este faseamento obriga a demonstração de capacidade técnica e empenho das empresas, contudo representa também um custo que as pode desmotivar afastando por desinteresse destas empresas interessantes. Salienta-se que o sigilo só é quebrado no final com a comunicação de adjudicação a uma dada empresa. ( por vezes usa-se a comunicação a todas as empresas da intenção de

adjudicação a uma dada empresa, facto que motiva ainda mais um desconto de eventuais empresas perdedoras )

7 -

Adjudicação

Acto que significa que foi concluída a fase negocial e é determinado empreiteiro que irá fazer a empreitada

8 -

Assinatura do Contrato

Conforme minuta e condições definidas no Programa do Concurso pelo que não há praticamente nada a negociar.

9 -

Consignação

Acto que significa que o empreiteiro a quem foi adjudicada a obra tem autorização para tomar posse do terreno e iniciar a obra. É a partir desta data que se começa a contar o prazo de obra

(17)

4 - Fiscalização da Empreitada - Noções Gerais

4.1 - Áreas funcionais

A fiscalização duma empreitada de construção é uma prestação de serviços que se reparte pelas seguintes sete áreas funcionais:

Conformidade (procura garantir que a execução da obra é

idêntica ao previsto em projecto)

Economia (trata das questões relacionadas com custos e

facturação)

Planeamento (trata de questões relacionadas com prazos)

Informação/Projecto (condução e registo de toda a

informação)

Licenciamento/Contrato (condução, registo e implementação de actos administrativos)

Segurança (motivar a implementação do plano de segurança)

Qualidade (implementar mecanismos de garantia da

qualidade)

Refira-se contudo que embora estas áreas funcionais (AF) sejam subdivididas da forma apresentada existem profundas dependências entre elas. Na realidade a AF Conformidade não é mais do que um dos métodos de Garantia da Qualidade e a AF Informação no sentido lato poderia englobar todas as outras.

O grafo que se segue procura dar uma imagem da inter-relação entre AF

4.2 - Agentes da fiscalização

A fiscalização e coordenação de obra são exercidas por agentes da fiscalização em representação ou nomeados pelo Dono-de-Obra.

Conforme a dimensão e natureza e volume dos trabalhos assim é definida uma equipa de fiscalização onde se individualizam os seguintes desempenhos:

(18)

FISCALIZAÇÃO DE OBRAS - 2010 – v 3.0 17/57

Director/Coordenador ( Representar e responder pela fiscalização, definir formas de actuação e

promover controlo interno da equipa )

Responsável de Área Funcional ( Garantir o desempenho estabelecido contratualmente - entre a

fiscalização e o D.O. - na respectiva AF)

Fiscal ( Realização de tarefas de frente de obra )

Administrativo ( Tarefas em gabinete)

Técnico ( Funções específicas como por exemplo topografia, medições, desenho, ensaios, etc.)

Especialista ( Funções de assessoria ao nível das respectivas especialidades, Electrotecnia,

Estruturas, Mecânica, Comunicações, Ventilação, Geotecnia, ...)

Obviamente que em muitas situações os diferentes desempenhos podem ser atribuídos à mesma pessoa, tal só depende das funções estabelecidas contratualmente e da dimensão do empreendimento. ( Uma das

equipas correntes em Construção Civil e que se pode observar em empreendimentos médios de Habitação é tipicamente constituída por um fiscal residente e um Engenheiro Civil a tempo parcial. As funções de especialidade são, se necessárias, garantidas pontualmente por um especialista avençado )

Forma de afectação dos elementos da equipa

Relação com a empreitada - RE - Durante toda a obra - Em fases contínuas - Pontual

Afectação à equipa – AE (Indexação) - a 100%

- temporária ou percentual ( tipicamente a múltiplos de 10% que corresponde a meio dia por semana )

- em assessoria a pedido - em assessoria avençado

Afectação à obra – AO (Taxa de permanência)

- residente ( designação utilizada para permanência a 100%)

- permanência percentual ( tipicamente a múltiplos de 10% que corresponde a meio dia por semana )

- em visita

Exemplo

Um especialista de electrotecnia pode integrar-se na equipa de fiscalização em fases contínuas -durante os trabalhos da especialidade- sob a forma de visita -não prevê portanto idas regulares à obra- como assessor a pedido

Já um fiscal de carpintaria pode integrar-se numa equipa de fiscalização em fases contínuas -durante os trabalhos de carpintaria- sob a forma de permanência percentual -prevê portanto idas regulares à obra- como colaborador temporário

4.3 - Organização da Equipa de fiscalização Ordem interna de serviço

A comunicação interna duma equipa de fiscalização deve ser objecto dum procedimento padrão de forma a permitir que a informação a comunicar fique sempre correctamente salvaguardada e possa, em caso de dúvida, ser evidenciada.

Para além das reuniões da equipa de fiscalização onde os assuntos mais importantes são objecto de acta é corrente existir um documento escrito para validar a informação tem o nome de "ordem de serviço" ou "folha de ordens" ou "nota de informação interna" ou " notificação interna"

(19)

Destina-se fundamentalmente a assuntos mais importantes:

- Ordens disciplinares (repreensões e chamadas de atenção) - Alterações de horário

- Pedido de atenção especial sobre determinado assunto (acompanhamento de determinada

tarefa da obra)

- Serviços no exterior (não previstos nas funções do receptor da mensagem)

Não se usa para funções do âmbito corrente de cada um dos membros da fiscalização

Tem os seguintes CAMPOS:

 IDENTIFICAÇÃO - Firma - Obra - Local - Emissor - Destinatário  DATA/HORA  ASSUNTO

- (pode ter uma "check-box" para os assuntos mais frequentes)  AUTENTICAÇÃO

Organização das equipas

Apresentam-se quatro tipos de organograma funcional de fiscalização correspondendo às seguintes categorias de obras.

Tipo Categoria de Obra

I

Pequeno armazém ou edifício sem pisos nem compartimentação Obras de instalação de especialidades de pequeno volume Valor Global inferior a 0,5M€

II

Edifícios correntes, Escolas secundárias, Pontes e viadutos até 40m Estradas nacionais, Redes de distribuição de água Valor Global inferior a 5M€

III

Edifícios com programas especiais ou Parques habitacionais Hotéis, Igrejas Teatros, Escolas Universitárias Edifícios Industriais

Valor Global inferior a 25M€

IV

Intervenções Urbanas construídas de Grande dimensão e intenso ritmo de obra Grandes centros Comerciais ou Industriais Infra-estruturas de Transporte

Pontes de Grande Vão, Barragens

Nota: A descrição feita destina-se apenas a dar uma ideia tipo das empreitadas e equipas de fiscalização padrão ou previsíveis em termos médios. Qualquer empreitada de categoria inferior decorrendo a elevado ritmo ou com âmbito de controlo alargado a todas as áreas funcionais obriga, obviamente, a equipas de tipo superior, eventualmente constituídas de forma diferente das que se pretendem apresentar.

(20)

FISCALIZAÇÃO DE OBRAS - 2010 – v 3.0 19/57 TIPO I

Com elevado apoio de sede central

TIPO II

Com algum apoio de cede central principalmente a nível administrativo. Neste tipo a equipa de obra tem já autonomia plena em termos de Direcção e Coordenação embora normalmente com um quadro deslocado em percentagem.

Fiscal % SEDE CENTRAL  Director/Coordenador

 Responsável de Área Funcional  Administrativo  Técnico  Especialista OBRA SEDE CENTRAL  Administrativo  Técnico  Especialista OBRA Fiscal 100 % Director/Coordenador Responsável de Área Funcional % Técnico

visita - pontual - a pedido

Especialista

(21)

TIPO III

Reduz-se muito o apoio de sede central podendo mesmo não existir. Em sede central realizam-se apenas tarefas administrativas de controlo do contrato de fiscalização (facturas, etc.) e eventuais processamentos automáticos para controlo de planeamento e financeiro. Verifica-se assim o aparecimento em obra dum núcleo administrativo destinado principalmente para secretariado, embora podendo não o ser a 100%

A direcção coordenação não é normalmente feita a 100%

Surge já individualizado um responsável por áreas funcionais (Eng.º Civil) a quem compete a coordenação no terreno dos fiscais de frente

SEDE CENTRAL  Administrativo OBRA Director/Coordenador % Fiscal 100 %

Responsável por àreas funcionais

100 %

Técnico

% Especialista

visita - pontual - a pedido Fiscal 100 % Fiscal de especialidade 100% - temporaria.  Administrativo (secretariado) %

(22)

FISCALIZAÇÃO DE OBRAS - 2010 – v 3.0 21/57 SEDE CENTRAL

 Administrativo TIPO IV

Não tem apoio de cede central ou é muito reduzido apenas para tarefas administrativas de controlo do contrato de fiscalização (facturas, etc.). Verifica-se assim o aparecimento em obra dum núcleo administrativo completo a 100%.

A direcção coordenação é normalmente feita a 100%

Surge já individualizado um responsável por áreas funcionais (Eng.º Civil) a quem compete a coordenação no terreno dos fiscais de frente

OBRA

Director/Coordenador

100%

Fiscal 100 %

Responsável por àrea funcional 100 % Técnico % / 100% Especialista % Fiscal 100 % Fiscal de especialidade 100% - temporária.  Administrativo (secretariado) % Secretariado direcção 100%

Responsável por àrea funcional

(23)

4.4 - Matriz de atribuições da fiscalização

Um dos documentos habitualmente incluído no caderno de encargos dos serviços de fiscalização é uma denominada matriz de atribuições ou matriz de procedimentos que pretende repartir as atribuições decorrentes das Áreas Funcionais pelos elementos da equipa

Exemplo MATRIZ DE ATRIBUIÇÕES INTERVENIENTES 1 Eng Director 1 Eng. Tec Electro. 1 Fiscal Conformidade 1 Fiscal Electro-Mec 1 Secretária FUNÇ ÕE S Conformidade   Economia    Planeamento     Inf./Projecto    Lic./Contrato    Segurança  Qualidade  Tx. de Permanência (AO) 0.2 qn 1.0 qn 0 Indexação (%) AE 50 qn 100 qn 0.20 NOTAS:

Tx. de Permanência: Taxa de permanência efectiva em obra Indexação (%): Percentagem de indexação ao empreendimento qn : Quando necessário...!

Esta matriz pode ter uma outra versão alternativa, mais detalhada. em que cada área funcional tem os respectivos procedimentos detalhados, e mais ainda esclarece a existência de assessoria técnica, acompanhamento em fase de garantia, etc.

MATRIZ DE ATRIBUIÇÕES detalhe INTERVENIENTES 1 Eng Director 1 Eng. Tec Electro. 1 Fiscal Conformidade 1 Fiscal Electro-Mec 1 Secretária FUNÇ ÕE S Conformidade Reuniões Preparação   Rotinas de Inspecção   Ensaios de desempenho  

Mapa Eq. Produtivas

Economia

Autos de obra  

(24)

FISCALIZAÇÃO DE OBRAS - 2010 – v 3.0 23/57

5 Área Funcional de Conformidade

Objectivos:

1 - Implementar mecanismos destinados a "garantir" a igualdade (conformidade) entre o projecto e a obra.

2 - Garantir que a totalidade do projecto foi executada

A garantia referida apenas decorre da implementação dos mecanismos aprovados contratualmente com a fiscalização, ou seja, do tipo e extensão das rotinas de inspecção, dos ensaios, da cobertura (percentagem de obra efectivamente controlada), etc.

É muito importante clarificar que:

Quem tem que garantir e ser responsável pela conformidade da obra é o empreiteiro. Esta garantia decorre até ao prazo contratado (5 anos em OP).

Exemplo:

Caso o projecto contenha soluções com as quais o empreiteiro não concorde e que ainda assim o projectista entenda manter, o empreiteiro deve excluir essas soluções da garantia de obra para desta forma se inibir de responsabilidades.

Exemplo:

Caso se detecte um erro numa tarefa cuja fiscalização claramente devia acompanhar (classe de betão por exemplo) quem é responsável por esse erro é o empreiteiro e é ele que deve assumir os encargos da respectiva reparação. Contudo, à fiscalização pode ser aplicada uma penalização (multa) por não ter implementado correctamente os referidos mecanismos a que contratualmente estava obrigada A matriz de atribuições é um documento importante para clarificar quais mecanismos estão contratados.

A actividade de conformidade decorre não apenas na fase de execução duma obra, mas, preferencialmente deve ser possível desenvolvê-la em outras fases posteriores e anteriores. O próprio esforço/concentração a desenvolver deve ser maior em fases anteriores à execução.

Comentário:

É em parte devido a esta constatação que é desejável que os serviços de fiscalização sejam contratados com início na revisão de projecto

O gráfico que se segue procura ilustrar o conceito referido. Na base da pirâmide as fases mais recuadas (projecto) a necessitarem maior esforço de conformidade (eliminação de erros, omissões, incoerências, etc), no topo da pirâmide a última fase (recepção) que deve, ao contrário do que é habitual, necessitar dum pequeno esforço, funcionando quase como que uma formalização, em vez de uma confirmação.

Recepção

Preparação Obra

Projecto Execução

(25)

5.1 - Procedimentos ao abrigo da área funcional conformidade

 Reuniões de preparação de obra

 Rotinas de inspecção dos trabalhos

 Ensaios de desempenho e recepção

5.2 - Reuniões de preparação de obra

Conjunto e reuniões prévias ao desenvolvimento da obra destinadas a antever quais as metodologias necessárias implementar pelos intervenientes na obra.

Os intervenientes são os seguintes: Fiscalização

Empreiteiro

Dono-de-Obra ( a convite se necessário ) Projectista ( a convite se necessário )

São reuniões convocadas com antecedência relativamente à data em que se prevê realizar os trabalhos aí abordados. A antecedência típica é cerca de um mês.

Realizam-se segundo uma das seguintes metodologias: - Periódicas, tipicamente mensalmente

- Por Arte, com antecedência sobre o início de cada uma das artes, tipicamente antes de "movimentação de terras" " fundações" "estrutura" toscos" " impermeabilizações", etc.

A agenda destas reuniões é a seguinte:

1. Revisão dos elementos de projecto 2. Esclarecimento de eventuais dúvidas

3. Apresentação por parte do empreiteiro das tecnologias a utilizar identificando materiais( fornecedores e datas de entrega), mão de obra ( identificando tarefeiros se existirem ), equipamentos (identificando datas de entrada em obra e fornecedor em caso de equipamentos alugados).

4. Identificação da sequência de tarefas e respectivos locais de execução.

5. Aprovação da fiscalização para as tecnologias apresentadas

6. Confirmação de prazos ( datas de início e fim previstos ). Tarefas que as antecedem e que terão de estar concluídas.

7. Confirmação de condições orçamentais.

8. Apresentação por parte da fiscalização de quais os meios de controlo a incidir sobre essas tarefas:

- Ensaios

- Autorizações de início - Licenças especiais - etc.

Na sequência destas reuniões são passíveis de ter lugar as seguintes acções da fiscalização:

- Pedidos de esclarecimento ao Dono de Obra e/ou Projectista

- Contactos no exterior com fornecedores/tarefeiros/ subempreiteiros para confirmação/reforço de prazos, fornecimentos e informações dadas pelo empreiteiro.

- Preparação/Actualização de lista de tarefas em início - Actualização/Alteração do Plano de Trabalhos

(26)

FISCALIZAÇÃO DE OBRAS - 2010 – v 3.0 25/57

Comentário:

A vantagem destas reuniões é impedir que em cima dos acontecimentos haja necessidade de resolver questões que com antecedência são simples.

Mais ainda são uma excelente forma de pressionar o empreiteiro a preparar obra e disso ir dando conhecimento à fiscalização.

Os contactos no exterior, mais do que servirem para confirmar informações, servem para clarificar muitas vezes na fonte determinados aspectos tecnológicos.

5.3 - Rotinas de inspecção dos trabalhos

É talvez o aspecto mais conhecido da Gestão Técnica dum empreendimento, aquele que mais se identifica com uma actividade de fiscalização. Embora sendo importante, não é seguramente o único aspecto a considerar, e a menos que desenvolvido conjuntamente com as restantes áreas funcionais, deixaria de ser eficaz.

O princípio das rotinas de inspecção dos trabalhos é o de confirmar a conformidade através duma observação visual credenciada do decorrer dos trabalhos.

Comentário:

Ressalve-se contudo que não há mais garantia de conformidade numa tarefa observada em permanência do que numa observada sistematicamente ou aleatoriamente. A garantia de conformidade depende fundamentalmente da atitude de quem constrói, mais do que da quantidade de pares de olhos que observam a tarefa. Um acompanhamento a 100% induz uma percepção de policiamento que contradiz os princípios fundamentais da Gestão Técnica de servir como que um lubrificante da equipa do empreendimento.

Para um planeamento correcto das rotinas de inspecção devem ser tidos em atenção os seguintes aspectos:

- conhecer em cada dia quais as tarefas em execução - classificar essas tarefas por ordem de importância

5.3.1 - Mapa de equipas produtivas

Trata-se dum documento elaborado pela fiscalização destinado a inventaria em cada dia quais as tarefas em execução. Destina-se não só a apoiar a conformidade mas é sobretudo um documento do domínio a área funcional informação.

É comum em cada dia, logo pela manhã a fiscalização conjuntamente com o encarregado do empreiteiro preencher o mapa de equipas produtivas. Desta forma obtém-se logo uma imagem do que se passa em toda a obra:

o que se está a fazer que tarefas pararam

o que era para começar e não começou

as tarefas que diminuíram ou aumentaram de carga de pessoal

Saliente-se a importância deste procedimento para garantir que em fase de obra tanto a equipa da fiscalização como também o encarregado da obra estão “dentro” do evoluir da mesma.

Deve ainda notar-se a grande importância deste mapa no âmbito da área funcional planeamento, justamente para detectar ritmos de tarefas e eventuais atrasos ( ou avanços) de forma prematura e assim poderem ser avaliadas as respectivas consequências.

(27)

Mapa de Equipas Produtivas

calendário Ref.ª Identificação da Equipa

... ... Enc. ... Of. ... Serv. ... Local 4 Subempreiteiro de TROLHA Sr Joaquim

Rebocos Exteriores e Interiores

Enc. 1 1 1 1 1 0 1

Of. 2 2 2 0 0 0 2

Serv. 4 3 4 3 3 0 4

Local 1º D 1ºD 1ºE 1ºE 1ºE - 1ºE

...

... Enc. ...

Of. ... Serv. ...

Local

5.3.2 - Natureza das tarefas

Quanto à natureza da importância para a equipa de fiscalização as tarefas duma obra podem ser classificadas da seguinte forma:

Tarefas chave Tarefas em início Tarefas alteradas Tarefas correntes

Tarefas chave - Ou tarefas irreversíveis, são tarefas que pela sua dificuldade em sofrerem alterações devem ser acompanhadas com maior cuidado. Numa obra corrente de habitação com estrutura em betão armado podem ser as seguintes:

1 – Implantações 2 – Fundações

3 – Dimensões estruturais (cofragem)

4 – Armadura (diâmetros e traçado dos varões) 5 - Classe de betão

6 – Implantação Ductos

7 – Primeiras fiadas (alvenarias)

8 – Traçados (passagem de tubagem) das instalações 9 - Impermeabilizações

Tarefas em início - A fase de arranque duma tarefa é aquela que merece sempre maior necessidade de apoio da fiscalização com o objectivo de esclarecer dúvidas verificar o cumprimento do acordado nas reuniões de preparação e comprovar as tecnologias. Uma vez terminada a fase de arranque assume-se que o esforço de conformidade deve ser menor

Tarefas alteradas - Para prever uma eventual falha de comunicação, mesmo que a alteração esteja convenientemente registada e que seja do conhecimento do empreiteiro, ainda assim é necessário acompanhar a alteração como o objectivo de verificar se de facto a informação foi convenientemente transmitida à equipa de frente de obra e se a solução alterada é de facto exequível.

Tarefas correntes - Tarefas que já foram objecto de esforço de acompanhamento detalhado no arranque e que se encontram em desenvolvimento. São objecto de um controlo normalmente aleatório.

(28)

FISCALIZAÇÃO DE OBRAS - 2010 – v 3.0 27/57 Globais (garantia de todas as tarefas a 100%)

Sistemáticos

Parcelares (garantia de algumas tarefas com % variável)

Mecanismos

Aleatórios (qualquer tarefa em qualquer tempo)

Mistos

5.3.3 - Fichas de controlo de conformidade

Os procedimentos de inspecção assentam num princípio de conformidade de informações:

confirma-se a informação que é oriunda do projecto com a que por observação é oriunda da obra

Para facilitar as acções de conformidade é habitual dotar as equipas de fiscalização dum documento síntese que é utilizado para orientar e sistematizar os procedimentos do fiscal de conformidade, designa-se por ficha de controlo de conformidade - FCC

O objectivo é num único documento ter concentrada a informação de projecto, um "punch-list", um fluxograma e um relatório de conformidade que evidencie a presença da fiscalização nessa tarefa.

Assim uma FCC integra:

- Lista de falhas frequentes - LFF - Lista de verificação corrente - LVC

Uma ficha é organizada por CAMPOS dotados dum título, a REFERÊNCIA e preenchidos por um conteúdo, a MATÉRIA.

Materializam-se por meio de quadros ou grafos de preenchimento por descarga ou por extenso

Exemplo:

Campo data dum documento Referência: DATA

Matéria: 23 DE DEZEMBRO DE 2000 Exemplo:

Materialização dum campo por descarga:

DATA

ANO 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 MÊS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Exemplo:

Materialização dum campo por extenso:

DATA

Dia Mês Ano

23 Dezembro 2000

A informação contida numa ficha de conformidade subdivide-se em campos principais que são os seguintes:

(29)

FICHA DE CONTROLO DE CONFORMIDADE (listagem de campos) IDENTIFICAÇÃO EMPREENDIMENTO DONO-DE-OBRA EMPREITEIRO FISCALIZAÇÃO

TÍTULO Indicação genérica do fim a que se destiana a ficha. Tarefa(s) a controlar

LOCAL DE

APLICAÇÃO

Indicação dos local ou locais onde se efectivou a conformidade.

DATAS ANO/MÊS/DIA/HORA Pode definir um ínicio e um fim

ELEMENTOS DE PROJECTO

DESENHO Fotocópia de elementso mais importantes, ou

eventualmente os próprios elementos desenhados. Eventuialmente lista de referência de peçlas desenhadas onde se encontra a informação.

TEXTO Cópia dos diferentes textos alusivos à tarefa ou

apenas referência às páginas do documentos escritos do projecto onde se encontra essa informação.

OBJECTO DE

CONFORMIDADE

MATERIAIS O objecto duma ficha é o aspecto mais importante dessa ficha.

è como que o guia dos olhos do fiscal pelos diferentes aspectos a controlar.

Características e referências dos materiais a utilizar. Se não for da mesma marca comercial tem de existir uma evidência de equivalência. Pode ser necessário um ensaio.

MÃO-DE-OBRA Confirmação das aptidões da mão de obra para a tarefa que executa.

ESTRUTURAÇÃO HABILITAÇÃO

EQUIPAMENTO Confirmação da existência e adequabilidade do

equipamento.

TECNOLOGIA

CONDIÇÕES PRÉVIAS CONDIÇÕES DE EXECUÇÃO CONDIÇÕES POSTERIORES

Verificação dos diferentes passos e métodos tecnológicos necessários à conformidade dessa tarefa

ELEMENTOS DE OBRA

Registo dos dados reais que ficaram estabelecidos em obra caso sejam diferentes dos de projecto.

Por exemplo a cor duma sala ficou ligeiramente diferente.

AUTENTICAÇÃO Campo destinado a colher uma rubrica do fiscal de

conformidade e fundamentalmente de alguém do empreiteiro (desejavelmente o encarregado) para autenticar a acção

(30)

FISCALIZAÇÃO DE OBRAS - 2010 – v 3.0 29/57 Organização de fichas de controlo de conformidade

A subdivisão de FCC numa dada empreitada deve ser uma tarefa a cargo do RAF respectivo. Deve obedecer a um plano segundo o qual sejam identificadas as FCC necessárias para controlo duma dada tarefa. Designa-se por PLANO DE CONFORMIDADE.

O plano de conformidade não é mais do que um organograma relacional onde se estabelecem as relações entre FCC. Por exemplo para controlo de Obra de Betão Armado podemos ter o seguinte plano:

Normalmente utiliza-se uma estratégia que permita a utilização de fichas de umas obras para outras havendo apenas a necessidade de as adaptar normalmente no campo "objecto".

Para tal seguem-se os seguintes princípios:

 Elaborar fichas tão detalhadas quanto possível e abrangendo o menor número de tarefas possível. ( Por exemplo não elaborar uma ficha para conformidade de betão armado mas sim

criar várias fichas para recepção de betão, de aço, controlo de cofragem, controlo de aplicação de aço, betonagem, etc.)

 Permitir que a materialização dos campos posibilite a sua universalidade. (Por exemplo

elaborar uma base que pode ser reproduzida em fotocópia e em seguida actualiza-la para cada obra )

 A preparação de fichas deve ser feita pelo fiscal pois permite garantir que este tem um completo conhecimento do projecto. (São particularmente importantes os campos de

"elementos de projecto" pois obrigam a um claro estudo do mesmo)

 Cada ficha deve permitir controlar uma tarefa nos vários locais em que esta se desenrola. (Por

exemplo ter um pequeno corte esquemático do edifício para permitir evidenciar por descarga o piso/apartamento da tarefa)

 A preparação remota destas fichas deve ter lugar após a revisão/estudo do projecto.

Fornecimento de BETÃO Fabrico de BETÃO Água Cimento Inertes Aplicação de BETÃO Cofragem Aço Betonagem Obra de Betão Armado

(31)

5.3 – Ensaios de recepção

Os ensaios de recepção ou de desempenho de uma dada empreitada devem decorrer no final e destinam-se a avaliar a operacionalidade das soluções.

Não se destinam e confirmar características de materiais mas sim das soluções.

Exemplos:

- Desempenho de uma porta ou janela - Desempenho de um sistema de aquecimento - Desempenho de abastecimento de agua - Desempenho de circuitos eléctricos - Desempenho de telecomunicações

- Desempenho acústico (ensaios de prévia certificação)

FISCALISAÇÃO

AUTO DE ENSAIO DE DESEMPENHO

Identificação da Empreitada: Identificação do Empreiteiro:

Ref.ª:

VI:01:1012:06/07 Dispositivo a ensaiar:

Porta corrente de quartos e salas

Validação Data

Solução idêntica à de projecto

Espessura da junta em todo o contorno uniforme e com cerca de 2mm Abertura manual

Abertura com chave Fecho manual Fecho com chave Anilhas em carga

Espera de abertura Três chaves

Note-se que estes ensaios de desempenho representam a quarta vez que determinada solução é analisada pela fiscalização. A primeira ocorre a propósito da revisão de projecto, a segunda aquando da reunião de preparação de obra “-1”, a terceira a propósito das acções de conformidade e esta, de recepção, é a quarta vez.

Refira-se contudo que embora sendo a quarta vez que determinada solução é analisada tal não significa que é “controlada” quatro vezes pois mesmo os ensaios de desempenho podem não ser globais, isto é não são aplicados a todas as soluções da obra. Como se prevê deverá existir também um plano de ensaios de recepção que valorize os aspectos mais marcantes do desempenho duma dada obra.

Por exemplo, tratando-se duma habitação com comércio no R/C é forçoso proceder-se a um ensaio

(32)

FISCALIZAÇÃO DE OBRAS - 2010 – v 3.0 31/57 5.4 – Recepção de Materiasi

FISCALISAÇÃO

AUTO DE ENSAIO DE DESEMPENHO

Identificação da Empreitada: Identificação do Empreiteiro:

Ref.ª:

VI:01:1012:06/07 Dispositivo a ensaiar:

Porta corrente de quartos e salas

Validação Data

Solução idêntica à de projecto

Espessura da junta em todo o contorno uniforme e com cerca de 2mm Abertura manual

Abertura com chave Fecho manual Fecho com chave Anilhas em carga Espera de abertura Três chaves 5.5 – Autorização de Tarefas 5.6 – Pedido de Alterações

(33)

5.7 - Não conformidades

A constatação de tarefas que não estão a decorrer de acordo com o previsto em projecto são objecto do seguinte procedimento:

Constatação duma não conformidade Corrige no local Aviso do encarregado Fica corrigido ? Folha de informação ao empreiteiro (fax) Fica corrigido ? Tarefa irreversível? Registo no diário de obra Fim Fim Registo no diário de obra Fim Auto de suspensão

dos trabalhos Fim

Folha de informação ao empreiteiro (fax) a denunciar a situação e a informar que os trabalhos não serão aceites para auto

mensal

Referências

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