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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PRODUÇÃO DE LEITE

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PRODUÇÃO DE

LEITE

MANEJO DE PASTAGEM:

SISTEMAS DE PASTEJO PARA PROPRIEDADES LEITERA

GUARAPUAVA - PR 2008

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DE SAÚDE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PRODUÇÃO DE

LEITE

MANEJO DE PASTAGEM:

SISTEMAS DE PASTEJO PARA PROPRIEDADES LEITERA

Monografia apresentada ao

Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Produção de Leite da

Faculdade de Ciências

Biológicas e de Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, pelos alunos: Antoniele de Fátima Serpa e Paulo Eduardo Piemontez de Oliveira.

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Guarapuava - PR 2008

AGRADECIMENTOS

A Deus, que é pai de misericórdia e nos da oportunidade e capacidade de enxergar sempre o caminho a seguir.

Aos amigos do curso que neste tempo de convivência que tivemos, aprendemos muito uns com os outros. Agradecemos a todos pela amizade.

Agradecemos aos nossos familiares que sempre nos apóiam em nossas caminhadas.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 6

2. MANEJO DE PASTAGENS ... ... 8 2.1 SISTEMA PLANTA X ANIMAL ... 8 2.2 FATORES DE MANEJO DE PASTAGEM ... 10

2.2.1 Pressão de pastejo (lotação animal) ... 10

2.2.2 Freqüência de pastejo (sistema de pastejo) ... 11

2.2.3 Interação pressão de pastejo versus freqüência de pastejo 12 2.3 SISTEMAS DE PASTEJOS 13 2.3.1 Pastejo Contínuo ... 14 2.3.2 Pastejo Rotacionado ... 15 2.3.2.1 Pastejo em Faixas ... 18 2.3.2.2 Pastejo Primeiro-último ... 18 2.3.2.3 "Creep-grazing" ... 19 2.3.2.4 "Creep-grazing avançado" ... 19 2.3.2.5 Pastejo Limite ... 19 2.3.2.6 Pastejo diferido ... 20

2.4 UTILIZAÇÃO E COMPARAÇÃO DE DIFERENTES SISTEMAS DE PASTEJO ... 21 CONCLUSÃO ... 24

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ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 – Altura de manejo (cm de algumas gramíneas

forrageiras). 8

Quadro 2 - Dias de descanso para algumas gramíneas

forrageiras tropicais após o pastejo 15

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - relação entre pressão de pastejo(n) e ganho por animal(g) e ganho por unidade de área(G). ...

9

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INTRODUÇÃO

A produção leiteira é um dos principais eixos da cadeia produtiva no Brasil, e ela se caracteriza por pequenas e médias propriedades, que trabalham de forma extrativista, tendo como média baixos índices zootécnicos.

O Brasil possui cerca de 178 milhões de hectares ocupados por ecossistemas pastories, sendo que destes, 100 milhões são de pastagens cultivadas. Em função das áreas disponíveis, das condições edafoclimáticas favoráveis entre outros aspectos grande parte destas áreas são utilizadas pela atividade agropecuária (Paulino et Al, 1991; Marques, 2003; Souza, 2000).

Estes aspectos são de extrema relevância, pois na atual situação em que se encontra o mercado globalizado exigindo cada vez mais grandes produções em menores áreas, há a necessidade de se intensificar e utilizar de forma apropriada as fontes naturais de produção

de alimentos. Neste sentido, os ecossistemas pastories contam

principalmente com a adequada produção de forragens as quais devem serem consideradas como culturas e devem receber todos os cuidados para garantir uma produção satisfatória, sendo isso dependente de uma escolha certa da forragem em relação ao meio onde esta vai ser implantada, e ao manejo como a adubação, sistema de pastejo, taxa de lotação compatível e eliminação de ervas daninhas (Marques, 2003).

A aptidão leiteira da vaca, o valor nutritivo do pasto e o consumo de forragem determinam a produção de leite da vaca. Sob pastejo, o consumo de matéria seca verde é afetado principalmente pela disponibilidade de foragem, mas também pela estrutura da vegetação: densidade, altura, relação folha-colmo. A pressão de pastejo (PP) é o

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principal fator de manejo a determinar a produção de leite por vaca (kg de leite/vaca) e por hectare (kg de leite/ha) (Barbosa, 2001),.

O volumo é a forma mais econômica de alimentação dos rebanhos leiteiros, além de ser um dos constituintes de maior importância na dieta destes animais, já que auxiliam na saúde ruminal e na qualidade do produto obtido. Como a visão do atual produtor de leite é obter produtos de excelente qualidade com custo de produção reduzido, a utilização de pastagem de qualidade tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. Sendo assim o objetivo deste trabalho é demonstrar a real importância do manejo do pasto na produção leiteria (Pereira, 2000).

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2. MANEJO DE PASTAGENS

As espécies forrageiras apresentam diferenciadas respostas aos fatores do meio, os quais podem ser climáticos (luz, temperatura, precipitação e CO2), edáficos (composição química e física do solo) ou ainda relacionados aos processos de degradação pelo animal, como o pastejo e pisoteio do animal. Estas complexas interações combinam atributos genéticos e efeitos do ambiente sobre os processos fisiológicos e características morfológicas das plantas, resultando em uma maior ou menor produtividade do pasto e sua transformação em produto animal (carne ou leite) (Nascimento, 2001; Marques, 2003).

O homem interfere neste meio para que os bovinos possam consumir e aproveitar o máximo possível do pasto e é neste momento que o manejo das pastagens se torna imprescindível na utilização dos recursos forrageiros com vista a produção animal, visando garantir a perenidade do sistema adotado, assegurar a oferta em quantidade e qualidade de forragem compatível com a produção animal (Mcdowell, 2003, Lucci, 1997).

2.1 SISTEMA PLANTA X ANIMAL

A produção de pastagens é a inter-relação de dois sistemas biológicos: a pastagem e o animal. Se ocorrer a interferência de fatores nestes dois sistemas o resultado direto será no desempenho animal ou no rendimento das pastagens (Speeding, 1965; Matches, 1970).

O desempenho animal depende da quantidade e qualidade da forragem produzida e sua conversão quando consumida pelo animal. MOTT (1973) considerou a produção de forragem por unidade de área, em termos de unidades alimentares, como o aspecto quantitativo da produção animal, e a resposta do animal à pastagem como uma medida de sua qualidade total, se o potencial do animal for constante e a

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pastagem a única fonte de alimento para o animal e a quantidade disponível não for limitante.

Nesta complexa interação que vai envolver planta e animal, devem-se compreender alguns fatores básicos da rebrota como: (Garcez, 2001; Mcdowell, 2003).

• Um bom número de folhas remanescentes, o qual é medido

pelo quanto de folha que a planta possui em 1 m2 de superfície

de solo.

• Outro fator importante é a carga animal e pode ser definida

como sendo o número de animais por unidade de área., a qual se dá em Unidades Animal, onde 1 UA corresponde a um animal de 450 kg.

• A quantidade de nutrientes de reserva presente nas plantas

após pastoreio.

• Preservação dos meristemas, para a formação das novas

folhas.

A rebrota é o fator mais importante para garantir a perenidade das pastagens.

Para o sucesso na utilização das pastagens é necessário o conhecimento sobre certos princípios de manejo do uso das pastagens, como escolha correta das espécies para seu ambiente, respeitar suas características para garantir a perenidade, e principalmente permitir rebrote rápido das gramíneas após o pastejo, e para isto tem de adotar uma altura limite para entrada e retirada do gado, como exemplo segue o quadro 1 (Mcdowell, 2003).

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Quadro 1 – Altura de manejo (cm de algumas gramíneas forrageiras).

ESPÉCIE ALTURA DAS FORRAGEIRAS

cm Entrada na pastagem Saída da pastagem Capim elefante 160 – 180 35 – 40 Tobiatã 160 – 180 50 – 80 Tanzânia 100 – 120 30 – 40 Mombaça 120 – 130 40 – 60 Andropogon 50 – 60 20 – 30 B. Brizantha e decubens 40 – 45 20 – 25 Pangola, Cynodon 25 – 30 10 – 15 B. Humidicola 15 – 20 5 – 8 Fonte: Mcdowell, 2003.

2.2 FATORES DE MANEJO DE PASTAGEM

2.2.1 Pressão de pastejo (carga animal)

O fator de manejo que mais afeta a persistência das pastagens é a pressão de pastejo, expressa na prática pela carga animal. Visando lucros imediatos, muitos produtores utilizavam sem o devido descanso e por longo tempo, uma carga animal muito acima da capacidade de suporte das pastagens, chegando, em alguns casos, a 2-3 UA/ha, sem a devida reposição de nutrientes ao solo, comprometendo a sua vida útil. A experiência regional de manejo de pastagem, em sistemas extensivos (sem reposição de nutrientes do solo via adubação), recomenda se ajustar a carga animal à disponibilidade de forragem, o que leva, após o devido tempo de ajuste, a uma lotação de 0,75 a 1,5

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UA/ha. Em sistemas intensivos (com reposição de nutrientes do solo via adubação), é possível alcançar lotações bem mais altas, 2 a 3 UA/ha, ou mesmo maiores, dependendo do nível de aplicação de insumos , na figura 1 tem um quadro clássico que nos mostra os ganhos e perdas em sub-pastejo e super sobre pastejo (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003).

Fonte: MOT 1973 Figura 1 - relação entre pressão de pastejo(n) e ganho por animal(g) e ganho por unidade de área(G).

2.2.2 Freqüência de pastejo (sistema de pastejo)

Outro fator de manejo de pastagem, que nas condições regionais pode ser de considerável importância, é a freqüência de pastejo. No passado, esse fator era pouco considerado, tanto que o sistema de pastejo predominante era parecido com o contínuo (sem descanso e sem rotação de pastagem), com pouca divisão de pastagem. Mas Mesmo com uma carga animal adequada, as pastagens tropicais, principalmente aquelas formadas por gramíneas de hábito ereto ou entouceirado, necessitam descansar do pastejo animal. O descanso da pastagem

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permitirá a restauração do seu índice de área foliar e do seu sistema radicular, possibilitando maior cobertura do solo e competitividade com as plantas daninhas. Maior eficiência desse processo pode ser alcançada, quando o controle das plantas daninhas é feito no início do descanso da pastagem (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003).

A freqüência de pastejo se expressa pelo sistema de pastejo. No pastejo contínuo, a pastagem não tem descanso, ou seja, o tempo de descanso é zero, e por isso, não requer um grande número de subdivisão da pastagem. No pastejo rotativo, o número de subdivisão ou de piquete da pastagem (2, 3, 4, 5, 6 ... n) e o tempo de pastejo ou permanência dos animais em cada piquete, determinam o descanso da pastagem (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003).

2.2.3 Interação pressão de pastejo versus freqüência de pastejo

Os fatores pressão de pastejo e freqüência de pastejo não atuam isolados, sendo a sua interação muito importante. Mesmo considerando as características intrínsecas de cada forrageira, as respostas das pastagens à variação desses fatores seguem mais ou menos um mesmo padrão. Nas pastagens tropicais, há um consenso entre os estudiosos de que o fator que mais afeta a produtividade animal é a pressão de pastejo, ou seja, maior parte da variabilidade na produção animal de uma pastagem é explicada pela variação da pressão de pastejo do que pelo sistema de pastejo (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003).

A pressão de pastejo (carga animal) pode ser mais facilmente manipulada que o sistema de pastejo. Enquanto que para alterar a carga animal, apenas é necessário se adicionar ou retirar animais da pastagem. Para passar de um sistema de pastejo contínuo para um rotativo, são necessários investimentos em cercas, bebedouros e cochos de sal, assim

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como maior gasto com mão-de-obra na sua condução (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003).

2.3 SISTEMAS DE PASTEJOS

Em qualquer que seja a situação de pastejo com animais, existem três fatores fundamentais e que fazem parte de qualquer sistema de pastejo:

• Dias de descanso

• Dias de pastejo

• Pressão de pastejo ou intensidade com que o pastejo remove a

parte aérea da

• plantas

A combinação dos dois primeiros componentes determina o sistema de pastejo que convencionalmente conhecemos como pastejo contínuo e pastejo rotacionado (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003).

Os métodos de utilização de pastagens estão associados com a morfologia das plantas, estádio de crescimento, qualidade, persistência e composição botânica.(BLASER et al., 1973). O objetivo básico de qualquer método de pastejo deve ser o de manejar a pastagem e outros insumos de forma a aumentar eficiência na produção animal (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003).

Basicamente existem dois tipos de sistemas de utilização das pastagens: pastejo contínuo e pastejo rotacionado e há variações dentro e entre esses sistemas (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003; Pereira 2000).

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2.3.1 Pastejo Contínuo

O pastejo contínuo é um sistema de pastejo no qual, os animais permanecem numa mesma área durante o período de produção da pastagem. A permanência pode ser de algumas semanas ou meses, como em pastagens temporárias e anuais, ou até mesmo vários anos. Embora simples, também oferece oportunidade para planificação, como ocorre com os métodos mais sofisticados. Diversas práticas podem ser adotadas para aumentar sua eficiência e promover maiores produções de produto animal com oportunidades de melhoramento crescente das condições da comunidade vegetal (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003; Pereira 2000).

Algumas dessas práticas são:

a. Utilização do número adequado de animais(carga animal) e sua diferentes categorias, de acordo com a capacidade de produção da pastagem;

b. Utilizar a categoria de animal indicada para cada tipo de pastagem e estação por ano;

c. Construção de cercas e adequada distribuição de aguadas, sal e sombra;

d. Práticas de limpeza de pastagens;

e. Diferimento de áreas, com vistas a reduzir períodos críticos; f. Suplementação mediante forragem conservada e/ou utilização de pastagens suplementares.

Entre as desvantagens apontadas para o pastejo contínuo, podem ser citadas:

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B. Irregular distribuição de excrementos (transferência de fertilidade);

C. Aumento de espécies invasoras quando o pastejo é mantido com alta lotação, mesmo em períodos críticos.

2.3.2 Pastejo Rotacionado

Sistema caracterizado pela mudança dos animais de forma periódica e freqüente de um piquete para outro de forma sucessiva, voltando ao primeiro após completar o ciclo (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003; Pereira, 2000).

Esse processo exige elevado investimento em instalações, principalmente em bebedouros e cercas, caracterizando-se por restringir a seletividade animal. O pastejo e a distribuição de excrementos são feitos de maneira mais uniforme e a forragem pode ser mantida em estado mais tenro e com melhor valor nutritivo. O sistema rotacionado, quando corretamente executado dificulta o estabelecimento de plantas invasoras e permite o aproveitamento do excesso de forragem produzida na estação das chuvas, sob a forma de feno (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003; Pereira, 2000).

Baseado na pressuposição da necessidade de um período de descanso para a recuperação das plantas após a desfolhação, o pastejo rotacionado se mostra bem adequado as condições de crescimento e produção das pastagens (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003; Pereira 2000).

No pastejo rotacionado convencional o grupo de animais é levado de um piquete para outro à medida que a altura do relvado ou a matéria seca residual desejada é atingida. A disponibilidade de forragem é alta no

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início do pastejo de cada piquete e baixa no final do período de pastejo (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003; Pereira 2000).

O número de piquetes a serem utilizados no pastejo rotacionado deve ser cuidadosamente calculado, para que o investimento não se torne antieconômico, ou proporcione retorno menor que do que o investimento com fertilizantes para a recuperação ou renovação da pastagem. Segue a fórmula para o cálculo do número de piquetes (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003; Pereira 2000):

Número de piquetes = Período de descanso (dias) + 1 Período de pastejo (dias)

Outros dois fatores que vão influenciar no período de descanso (e assim na fórmula acima), são as características genéticas e morfológicas próprias de cada planta, e os fatores do meio onde está inserida. Assim alguns valores pré definidos para descanso antes de nova desfolhação (pastejo) de acordo com a espécie e o nível de manejo aplicado, são apresentados na tabela 1 (Camargo & Novo, 2005).

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Quadro 2 - Dias de descanso para algumas gramíneas forrageiras tropicais após o pastejo.

GRAMÍNEA FORRAGEIRA DIAS DE DESCANSO

Capim elefante (napier, roxo, cameron, etc.)

40 a 45

Capins colonião e tanzânia 30 a 35

Capins mombaça e tobiatã 28

Gramas estrela e coast-cross 20 a 25

Grama tifton 18 a 21

Braquiária humidícola 20 a 25

Braquiária brizantha (braquiarão) 30 a 35

Demais capins 25 a 30

Fonte: Artur Chinelato de Camargo André Luiz Monteiro Novo 2005

Segundo Veiga, 2005; Mcdowell, 2003; Pereira 2000, o sistema de pastejo rotacionado segue inúmeras variações em função do número de subdivisões e períodos de pastejo e descanso utilizados, os quais variam de acordo com a área disponível, clima da região, fertilidade do solo, tipo de exploração, características morfológicas e fisiológicas das plantas forrageiras entre outros fatores. Dessa forma o pastejo rotacionado ainda pode ser representado pelas seguintes variações:

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2.3.3.1 Pastejo em Faixas

É caracterizado pelo acesso dos animais a uma área limitada ainda não pastejada. Neste método o manejo é conduzido com o auxílio de cercas elétricas, de forma que a cerca de trás impeça o retorno dos animais às áreas pastejadas anteriormente. O tamanho da área é calculado para fornecer aos animais a quantidade de forragem que estes necessitam por dia. É um sistema mais utilizado em rebanhos leiteiros de alta produção, devendo ser utilizadas espécies forrageiras que apresentem alto valor nutritivo (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003; Pereira 2000).

2.3..2.2 Pastejo Primeiro-último

Também denominado como sistema de pastejo com dois grupos ou de sistema de pastejo líderes-seguidores. É um método que pode ser vantajoso quando se trabalha com animais de diferentes categorias e que apresentem diferenças na capacidade de resposta a forragem de alta qualidade. Os animais de maior potencial de resposta pastejam primeiro, constituindo o primeiro grupo, ou grupo de desponte. A alta disponibilidade inicial de forragem permite um pastejo seletivo e alta ingestão de nutrientes, o que resulta em maior produção animal. Após a saída do grupo de desponte entra o segundo grupo para consumir o restante de forragem. A resposta do primeiro grupo é normalmente superior ao do segundo grupo (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003; Pereira 2000).

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2.3.2.3 "Creep-grazing"

Método que permite que bezerros passem através de uma abertura na cerca para uma área contendo forragem de melhor qualidade do que aquela onde suas mães são mantidas. É um sistema que não exige tantos investimentos. Os gastos se concentram na formação de uma área de pasto de melhor qualidade e da despesa com cercas. O sistema possibilita uma melhor condição tanto do bezerro quanto da vaca (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003; Pereira 2000).

2.3.2.4 "Creep-grazing avançado"

Método semelhante ao primeiro-último onde alguns animais ou categorias animais, por meio de um dispositivo adequado (meio físico, ex: cerca), tem acesso ao piquete seguinte, sem que outros animais o tenham (passagem preferencial). Isso permite um pastejo seletivo numa baixa condição de competição (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003; Pereira 2000).

2.3..2.5 Pastejo Limite

Método que tem como objetivo manter os animais em pastagem de baixa qualidade recebendo ou recebendo feno. Porém, permite que tenham acesso a uma pastagem anual de alta qualidade durante poucas horas diariamente ou a cada dois dias, para reduzir as perdas por pisoteio (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003; Pereira 2000).

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2.3..2.6 Pastejo diferido

Também denominado protelado, consiste na vedação do pasto durante um período da estação de crescimento (normalmente nos últimos meses do período chuvoso), com a finalidade de revigorar a pastagem e permitir o acúmulo de forragem no campo, para ser utilizado durante o período crítico. É um sistema que reconhece que existem períodos críticos na fenologia das plantas desejáveis na pastagem como por exemplo florescimento e produção de sementes. O diferimento tem por objetivo permitir que as espécies mais palatáveis se recuperem e aumentem e aumentem a sua capacidade de competição com espécies menos desejadas (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003; Pereira 2000; WHITEMAN,1980).

Segue abaixo esquemas ilustrativos de algumas variantes de pastejo rotacionado.

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2.4 Utilização e comparação de diferentes sistemas de pastejo Há muitas opiniões sobre qual seria o melhor e mais eficiente tipo de utilização das pastagens, e elas são muito divergentes ao tentarmos comparar o ssitema contínuo e rotacionado. Houve vários experimentos conduzidos na tentativa de comparar os dois sistemas, mas a controvérsias sobre o mérito de cada um, há muitos resultados contraditórios não permitindo uma definitiva conclusão (Maraschin, 1994).

Comparando o pastejo contínuo com o pastejo rotacionado em pastagens mistas de gramíneas e leguminosas, STOBBS (1969) verificou uma redução na percentagem de gramíneas, aumento de espécies invasoras e manutenção de leguminosas no pastejo contínuo quando comparado com o pastejo rotacionado, indicando uma sensível modificação na composição botânica da pastagem de acordo com o sistema de pastejo adotado (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003; Pereira 2000).

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Mas vale ressaltar que quando temos um pastejo continuo bem manejado ele vai ser tão bom quanto os diferentes tipos de pastejo rotacionado.

Uma das dificuldades na comparação do pastejo contínuo com pastejo rotacionado, está no uso de diferentes cargas animais. Quando eleva-se a carga animal em 25% a produção animal por hectare é 13% superior no pastejo rotacionado. Quando a carga animal é baixa, ou as vezes moderado, o pastejo contínuo tem sido similar ou melhor que o pastejo rotacionado, mas quando carga animal é alta, o pastejo rotacionado tem sido superior ao contínuo (CASTLE & WATKINS, 1979).

Em condições extensivas, o pastejo contínuo parece ser melhor que os rotacionados. Em condições intensivas, envolvendo forrageiras de alta produção, fertilizadas e/ou irrigadas, um sistema rotacionado seria preferível. Porém, deve-se considerar que:

a) os sistemas rotacionados são de menor importância, até que altas cargas animais sejam atingidas; e

b) aumentando-se a carga animal, a produção/hectare é acrescida e a produção por animal é reduzida, e isto nem sempre é desejável.

O pastejo contínuo cria uma situação onde o processo de desfolha é suficientemente leve para a simultânea reconstituição da camada pastejada enquanto que, em pastejo rotativo, a desfolhação e a rebrotação são mais claramente separados no tempo e desta forma são mais distinguíveis (NABINGER, 1997).

No pastejo rotacionado, a freqüência de desfolha é determinada pela freqüência com que os animais são movimentados de um piquete para outro, o que é função do tamanho do piquete, número de piquetes, taxa de acúmulo líquido de forragem e número de animais (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003; Pereira 2000).

Assim, num tal sistema, a duração média do período de descanso pode ser ajustada de forma a minimizar a perda de tecidos foliares devido

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à senescência, desde que a lotação e a duração do período de pastejo sejam suficientes para remover a máxima proporção da forragem acumulada. Neste sistema, pode ser possível manter alta eficiência de utilização apesar da diminuição no crescimento da pastagem e, por conseqüência, na lotação. Desta forma, a redução na lotação que resulta da extensificação do sistema pode levar ao uso de um sistema rotacionado com um apropriado período de descanso(mais curto do que a duração média de vida das folhas) no lugar de um sistema de pastejo contínuo (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003; Pereira 2000)

No pastejo rotacionado pode ser possível manter um equilíbrio estável entre o consumo de forragem e crescimento da pastagem e assim evitar um excesso de acúmulo de material senescente e o desenvolvimento de áreas de rejeição com alto conteúdo de material morto. Cabe, no entanto, lembrar sempre que a senescência é inevitável em função da necessidade de priorizar a produção por animal, o que conduz necessariamente a ofertas de forragem muito acima da capacidade de ingestão dos animais (Veiga, 2005; Mcdowell, 2003; Pereira 2000).

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CONCLUSÃO

Animal bem nutrido é aquele que em nenhum dia do ano sofre

restrição alimentar tanto em quantidade quanto em qualidade e cuja dieta esteja balanceada.

Não pode deixar de existir a preocupação de se fornecer alimentos de qualidade e em quantidade suficiente para todo o rebanho o ano todo.

Enquanto houver produtores que admitem com naturalidade, que em épocas nas quais as pastagens são menos abundantes o animal perca peso, consumindo suas reservas corporais para se manter em pé, emagrecendo rapidamente, havendo anos que essa restrição de alimentos leva à morte, não há como se falar em rentabilidade no setor.

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REFERÊNCIAS

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http://www.tdnet.com.br/dom.../Complexidade_e_Estabilidade_dos_Sis temas

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10. NABINGER, C. 1997. Eficiência do uso de pastagens: disponibilidade e perdas de forragem. In: A. M. Peixoto; J. C. de Moura & V. P. de Faria. Eds. Anais do 14° Simpósio sobre Manejo da Pastagem. Tema: Fundamentos do Pastejo Rotacionado. FEALQ, Piracicaba, SP.

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http://www.forragicultura.com.br/vermat.asp?codmat=98

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Referências

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