Processamento de
Materiais Cerâmicos
1 INTRODUÇÃO
Cerâmica: origem, antiguidade
Keramos
= “coisa queimada” (grego)
5000 A.C.: artefatos de argila (
earthenware
),
louça de barro (
pottery
)
3500 A.C.: torno de oleiro
1000 A.C.: porcelana (China)
[N or to n, 19 52 ; R ee d, 1 99 5]
Idade contemporânea
Séc. 18: porcelana (Alemanha), colagem,
extrusão, forno túnel
Séc. 19: mecanização, microscopia ótica,
cones pirométricos
Séc. 20: raios X, microscopia eletrônica,
materiais sintéticos, automatização
[N or to n, 19 52 ; R ee d, 1 99 5]
1 INTRODUÇÃO
Cerâmica: definição tradicional
Minerais de composição inconstante e
pureza duvidosa são expostos a um
tratamento térmico não-mensurável,
que dura o suficiente para permitir que
reações desconhecidas ocorram de
modo incompleto, formando produtos
heterogêneos e não-estequiométricos,
conhecidos com o nome de materiais
[G ug el a pu d Cl au ss en , 19 95 ]
Cerâmica: definição moderna
Materiais cerâmicos são compostos
sólidos formados pela aplicação de
calor, algumas vezes calor e pressão,
constituídos por ao menos
um metal (M) e um sólido elementar
não-metálico (SENM) ou um não-metal (NM),
dois SENM, ou
[B ar so um , 19 97 ]Metais e não-metais
Metais (M): Na, Mg, Ti, Cr, Fe, Ni, Zn,
Al...
Não-metais (NM): N, O, H, halogênios,
gases nobres...
Sólidos elementares não-metálicos
(SENM): isolantes (B, P, S, C ) ou
semicondutores (Si, Ge)
[B ar so um , 19 97 ]
Tabela periódica dos elementos
[S ch af fe r, 1 99 9: 27 ] 19 K Ca20 21 Sc 22 Ti 23 V 24 Cr Mn25 26 Fe Co27 28 Ni Cu29 Zn30 Ga31 Ge32 As33 Se34 Br35 Kr36 37 Rb 38 Sr 39 Y 40 Zr Nb41 Mo42 43 Tc Ru44 Rh45 Pd46 Ag47 Cd48 49 In Sn50 Sb51 Te52 53 I Xe54 55 Cs Ba56 La* 72 Hf Ta73 74 W Re75 Os76 77 Ir 78 Pt Au79 Hg80 81 Tl Pb82 83 Bi Po84 85 At Rn86 87 Fr Ra88 **Ac 2 He 5 B 6 C 7 N 8 O 9 F Ne10 13 Al 14 Si 15 P 16 S 17 Cl Ar18 1 H 3 Li 4 Be 11 Na Mg12 III A II A I A IV A V A VI A VII A VIII A I B III B II B IV B V B VI B VII B VIII B Líquido Gás Sólido Metais Não-Metais19 K Ca20 21 Sc 22 Ti 23 V 24 Cr Mn25 26 Fe Co27 28 Ni Cu29 Zn30 Ga31 Ge32 As33 Se34 Br35 Kr36 37 Rb 38 Sr 39 Y 40 Zr Nb41 Mo42 43 Tc Ru44 Rh45 Pd46 Ag47 Cd48 49 In Sn50 Sb51 Te52 53 I Xe54 55 Cs Ba56 La* 72 Hf Ta73 74 W Re75 Os76 77 Ir 78 Pt Au79 Hg80 81 Tl Pb82 83 Bi Po84 85 At Rn86 87 Fr Ra88 **Ac 2 He 5 B 6 C 7 N 8 O 9 F Ne10 13 Al 14 Si 15 P 16 S 17 Cl Ar18 1 H 3 Li 4 Be 11 Na Mg12 III A II A I A IV A V A VI A VII A VIII A I B III B II B IV B V B VI B VII B VIII B Líquido Gás Sólido
Tabela periódica dos elementos
[S ch af fe r, 1 99 9: 27 ] Sólidos Elementares Metais Não-Metálicos
Exemplos de combinações
M + NM: MgO, Al
2O
3, BaTiO
3,
YBa
2Cu
3O
7...
M + SENM: TiC, ZrB
2...
SENM + SENM: SiC, B
4C
SENM + NM: SiO
2, Si
3N
4 [B ar so um , 19 97 ]1 INTRODUÇÃO
1.3 Classificação e aplicações da
cerâmica
Cerâmica, vidro, argamassa
Tipos
Seqüência de processamento
Cerâmica
pó forma calor
Vidro
pó calor forma
Cerâmica tradicional x avançada
[B ar so um , 19 97 ; R ee d, 1 99 5] CerâmicaMatérias-primas Estrutura Proprie-dades Processa-mento Aplicações
Tradicional (silicatos) naturais, minerais industriais (<98% pureza) não-uniforme, porosa mecânica, estética olaria, colagem, prensagem, extrusão, queima construção, produtos domésticos Avançada (alto de-sempenho, alta tecno-produtos químicos industriais (>98% homogênea,
menos porosa elétrica,magnética, nuclear, ótica, mecânica, prensagem isostática, moldagem por injeção, eletrônica, estrutural, química, refratários
Produtos e aplicações
[B ar so um , 19 97 ; R ee d, 1 99 5] Térmica Elétrica Magnética Ótica Nuclear Química Biológica MecânicaFunções térmicas
Funções Classes Aplicações Exemplos
condutividade trocadores de calor
para pacotes eletrônicos
AlN
Térmicas isolamento revestimentos
isolantes para fornos de alta temperatura
fibras de SiO2, Al2O3,
ZrO2
refratariedade revestimentos
isolantes para fornos
SiO2, Al2O3, ZrO2 [B ar so um , 19 97 ; R ee d, 1 99 5]
Funções elétricas
Funções Classes Aplicações Exemplos
condutividade elementos de
aquecimento para fornos
SiC, ZrO2, MoSi2
Elétricas ferroeletricidade capacitores BaTiO3, SrTiO3
isolamento substratos de circuitos
eletrônicos Al2O3, AlN [B ar so um , 19 97 ; R ee d, 1 99 5]
Funções magnéticas
Funções Classes Aplicações Exemplos
magnetos duros ímãs de ferrite (Ba,Sr)O·6Fe2O3
Magnéticas e
super-condutoras
magnetos moles núcleos de
transformadores (Zn,M)·6FeM=Mn,Co, Mg2O3, com
supercondutividade fios e magnetômetros YBa2Cu3O7
[B ar so um , 19 97 ; R ee d, 1 99 5]
Funções óticas
Funções Classes Aplicações Exemplos
translucência materiais para
lâmpadas de Na Al2O3, MgO
Óticas transparência cabos de fibra ótica SiO2
transparência ao infravermelho
janelas para laser infravermelho CaF2, SrF2, NaCl [B ar so um , 19 97 ; R ee d, 1 99 5]
Funções nucleares
Funções Classes Aplicações Exemplos
fissão combustível UO3, UC
Nucleares fissão moderadores de
nêutrons C, BeO
fissão, fusão revestimentos em
reatores C, SiC [B ar so um , 19 97 ; R ee d, 1 99 5]
Funções químicas
Funções Classes Aplicações Exemplos
catálise suporte de catalisador Mg2Al4Si5O15
Químicas condutividade
sensitiva a gases sensores de gases ZnO, ZrOFe2O3 2, SnO2,
separação filtros SiO2, Al2O3
[B ar so um , 19 97 ; R ee d, 1 99 5]
Funções biológicas
Funções Classes Aplicações Exemplos
biocompatibilidade cimentos CaHPO4·2H2O
Biológicas biocompatibilidade próteses estruturais Al2O3
[B ar so um , 19 97 ; R ee d, 1 99 5]
Funções mecânicas
Funções Classes Aplicações Exemplos
dureza ferramentas de corte Al2O3, Si3N4, ZrO2, TiC
Mecânicas refratariedade
estrutural estatores e lâminas deturbina Al2O3, Si3N4, MgO, SiC
resistência a desgaste, abrasão
mancais Al2O3, Si3N4, ZrO2, SiC
[B ar so um , 19 97 ; R ee d, 1 99 5]
Funções estéticas
Funções Classes Aplicações Exemplos
cerâmica de mesa pratos, xícaras, vasos louça, porcelana
Estéticas cerâmica de
revestimento pisos, azulejos grés, porcelanato
cerâmica sanitária vasos sanitários, pias louça, porcelana
[B ar so um , 19 97 ; R ee d, 1 99 5]
1 INTRODUÇÃO
[R ee d, 1 99 5: 12 ] Matérias-primas Dosagem Aditivos Aditivos
Reciclo Moagem/mistura Reciclo a seco
Moagem/ mistura
a úmido Classificação
Granulação Atomização Filtro-prensagem
Mistura/deaeração
Prensagem Conformação plástica Colagem
Secagem Secagem Secagem
Acabamento Acabamento
Fluxograma
genérico
[R in g, 1 99 6: 2] Matérias-primas Dosagem Aditivos Reciclo Moagem/ mistura a úmido Atomização Filtro-prensagem Mistura/deaeração
Prensagem Conformação plástica Secagem Secagem
Acabamento Acabamento
Revestimento
cerâmico
argila feldspato sílica Moinho de bolas Filtro-prensa torta plástica barbotina Misturador 20-25% água Atomisador pó com 5-6% água Prensa Extrusora 1000 t 3-5 dias a 70-80°C Secador Esmaltação Forno a rolos Forno túnel 60-150 min a 1300°C 40-70 h a 1300°C Empacotamento [R in g, 1 99 6: 2]
Revestimento
cerâmico
Cerâmica Branca
Este grupo é bastante diversificado, compreendendo materiais constituídos por um corpo branco e em geral recobertos por uma camada vítrea transparente e incolor e que eram assim agrupados pela cor branca de massa, necessária por razões estéticas e/ou técnicas.
Com o advento dos vidrados opacificados, muitos dos produtos enquadrados neste grupo passaram a ser fabricados, sem prejuízo das características para uma dada aplicação, com matérias primas com certo grau de impurezas, responsáveis pela coloração. Dessa forma é mais adequado subdividir este grupo em:
Louça sanitária / louça de mesa / isoladores elétricos para alta e
Cerâmica Branca
•
Barbotinas
Suspensão aquosa de materiais cerâmicos com água, suficientemente líquida para ser vertida.
As matérias-primas com água, são moidas em um “moinho de bolas” até que a massa fique semelhante a uma massa de bolo.
Usa-se materiais chamados defloculantes (sais de
metais alcalinos ou de amônio), para a obtenção uma massa com menor quantidade de água possível,
É uma etapa de grande importância, pois se for muito rápida ou ineficiente, poderá gerar defeitos.
ESMALTE CERÂMICO
:
Frita (vidro moido) e água. Tipos de esmalte
Transparentes Opacos
Até 200oC – liberação da água restante no centro das
partículas argilosas;
Entre 350oC e 900oC – eliminação da matéria orgânica,
oxidação do ferro divalente e aumento do tamanho das peças;
4FeO + O2 2 Fe2O3 Até 1200oC – liberação de gases;
• Poros
Se a massa cerâmica for rica em materiais que liberem gases durante a queima (dolomita por exemplo), pode gerar uma porosidade excessivamente alta.
MgCa(CO3)2 MgO + CaO + 2 CO2 • Coração Negro
Fe2O3(S) + CO(g) 2FeO(S) + CO2(g) Matéria orgânica que não é liberada da peça.
O que são PIGMENTOS ?
São materiais sólidos, orgânicos ou inorgânicos, brancos, pretos ou coloridos, que devem ser insolúveis nos substratos nos quais venham a ser
incorporados, não reagindo química ou
Designação Com posição quím ica Período de utilização
Auripigm ento As2S3 Até ao séc. XIX
Realgar As2S2 Até ao séc. XIX
Verde esm eralda Cu(CH·3Cu(AsO3COO )2
2)2 De 1814 até c. 1960
Branco de chum bo 2PbCrO3·Pb(OH)2 Desde a Antiguidade
M assicote (ou litarga) PbO Desde a Antiguidade Verm elho de chum bo (ou
m ínio) Pb3O4 Desde a Antiguidade Am arelo de chum bo e
estanho
Tipo I: Pb2SnO4
Tipo II: PbSnO3
Desde c. 1300 até c. 1750
Am arelo de chum bo e antim ónio
(ou am arelo de Nápoles)
Pb3(SbO4)2 Desde c. 1630
Y2BaCuO4 Verde
Fe2O3-ZrSiO4 Rosa
CoO - ZnO – SiO2
CoO- Al2O3 ;V-ZrSiO4 Azul ZrO2 – V e SnO2-V Fe2O3- Al2O3 Amarelo Exemplos Cor
CERAMICAS
TRADICIONAIS
Cerâmica Vermelha
Compreende aqueles materiais com coloração avermelhada empregados na construção civil (tijolos, blocos, telhas, elementos vazados, lajes, tubos cerâmicos e argilas expandidas) e também utensílios de uso doméstico e de adorno. As lajotas muitas vezes são enquadradas neste grupo porém o mais correto é em Materiais de
você sabe como se faz um tijolo?
qual a matéria prima deste
artefato tão importante para a
construção civil?
Quanto tempo leva para que ele
fique pronto para o uso?
Matéria
prima
Terra vermelha e argila
A mistura meio a meio destas duas matérias e água resulta a matéria prima do tijolo
A argila utilizada é encontrada no subsolo, sendo a camada situada acima da camada de areia
fabricação
A terra e a argila são estocadas em
um retângulo emparedado com
cerca
de
dois
metros
de
profundidade em relação ao acesso
O telhado deste local é equipado
com roldanas que o fazem móvel
para
que
seja
facilitado
o
Naquele local de estocagem há um duto
que leva a argila e a terra até o
misturador
Este deixa a matéria prima pronta para a
moldagem do tijolo
O ´´slide`` a seguir contém imagens que
mostram este duto
Uma esteira que liga o misturador a modeladora conduz a mistura para que seja moldada e prensada dando forma ao tijolo, dentro dos padrões do Inmetro
Da modeladora sai outra esteira que conduz a massa modelada para a marcação da fabrica e o corte
O tijolo está formado, mas ainda não está pronto para o uso
A maquina que corta os tijolos solta-os em uma nova esteira*
Nesta percorrem centenas de metros entre prateleiras de secagem*
O tijolo fica nas prateleiras por aproximadamente 30 (trinta) dias
Decorrido este período o tijolo perde, por evaporação, parte da água de sua composição
Neste ponto está pronto para ir ao forno
Esta etapa é indispensável para o desenvolvimento das propriedades finais do tijolo e qualquer outro material cerâmico
O forno tem capacidade para 25 mil tijolos, que queimam a 900ºC por cerca de 5 dias
O fogo não pode baixar, por isso, de hora em hora deve-se abastecer a fornalha com lenha
depois de algum tempo aos 900ºC o tijolo chega a ficar com aquele vermelho reluzente de ferro derretido
Por sinal, por pouco este forno não derrete um prego, mas existem algumas olarias em que esta façanha é alcançada
Como demora para queimar, demora para esfriar
Este forno havia sido aberto na manhã em que fizemos a visita, e já estava praticamente vazio ao meio dia (horário em que estivemos na olaria)
Agora uma questão muito delicada: Cada tijolo hoje custa R$ 0,18
Justo ou não? Cabe a cada um avaliar
Os donos da olaria ganham o suficiente para não passarem fome
mas trabalhar dia e noite, num serviço tão sacrificante poderia ser melhor recompensado
Blocos
cerâmico
Os blocos cerâmicos, ainda não tão conhecidos, são um ótimo artifício na construção civil
Devido às propriedades dos materiais cerâmicos estes blocos podem perfeitamente substituir os blocos de concreto
E esta substituição traz muitas vantagens para a obra
Há uma linha com diversos modelos de blocos, que podem ser utilizados em todas as áreas da obra
Esta diversidade torna ainda mais eficiente o uso deste produto
Vantagens:
Muito mais práticos - que os blocos de concreto - para transportar e assentar
Isto Causa uma grande economia de tempo
Os diversos tamanhos e modelos resultam em um melhor aproveitamento do material e consequentemente menor geração de entulhos