Exerc´ıcios Resolvidos de Teoria Eletromagn´etica
Jason Alfredo Carlson Gallas,
professor titular de f´ısica te´orica, Doutor em F´ısica pela Universidade Ludwig Maximilian de Munique, AlemanhaUniversidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de F´ısica
Mat´eria para a TERCEIRA prova. Numerac¸˜ao conforme a quarta edic¸˜ao do livro “Fundamentos de F´ısica”, Halliday, Resnick e Walker.
Esta e outras listas encontram-se em: http://www.if.ufrgs.br/ jgallas
Conte ´udo
37 As Equac¸˜oes de Maxwell – [Cap´ıtulo 37,
p´agina 316] 2
37.1 Quest˜oes . . . 2 37.2 Problemas e Exerc´ıcios . . . 2
37.2.1 As Equac¸˜oes de Maxwell: Uma Lista Provis´oria – (1/2) . . . 2
37.2.2 Campos Magn´eticos Induzidos – (3/5) . . . 2 37.2.3 Corrente de Deslocamento –
(6/15) . . . 3 37.2.4 Equac¸˜oes de Maxwell: a Lista
Completa – (16/20) . . . 4
Coment´arios/Sugest˜oes e Erros: favor enviar para jgallas @ if.ufrgs.br (lista3.tex)
37
As Equac¸˜oes de Maxwell – [Cap´ıtulo 37, p´agina 316]
37.1
Quest˜oes
Q 37-3.Por que ´e t˜ao f´acil mostrar que “um campo magn´etico vari´avel produz um campo el´etrico”, mas ´e t˜ao dif´ıcil mostrar de um modo simples que “um campo el´etrico vari´avel produz um campo magn´etico”?
Porque os campos magn´eticos devidos a campos el´etricos vari´aveis s˜ao extremamente fracos. Isto deve-se ao coeficiente
do termo na lei de Amp`ere-Maxwell ser muito pequeno em relac¸˜ao ao outro termo da equac¸˜ao. A constante representa a ve-locidade da luz.
37.2
Problemas e Exerc´ıcios
37.2.1 As Equac¸˜oes de Maxwell: Uma Lista Pro-vis´oria – (1/2)
E 37-1.
Verifique o valor num´erico da velocidade escalar da luz usando a Eq. 37-1 e mostre que a equac¸˜ao est´a dimen-sionalmente correta. (Veja o Apˆendice B.)
No Apˆendice B, p´ag. 321, encontramos que ! "$#&% ')(*",+-%/.10 H/m2 3 4'4*5(64$#&4'7#& *8+-%/. :9 F/m Portanto, ; < =/>>#?>"$6+-%*@ m/s
O Apˆendice B informa que o valor experimental de ´e ;A'>*>$#?>$5(B4,+CD%@ m/s
N˜ao deixe de fazer a an´alise dimensional pedida! E 37-2.
(a) Mostre que E
5
F"$##HG . (Esta grandeza ´e chamada de “impedˆancia do v´acuo”.) (b) Mostre que a freq ¨uˆencia angular correspondente a *% Hz ´e igual a"$#*# rad/s. (c) Compare os itens (a) e (b). Vocˆe acha que esta coincidˆencia tenha influido ma escolha de % Hz para os geradores de corrente alternada? Lembre-se de que na Europa usam% Hz. (a) < < ! "$#;% IJ(*"8+-% .10 H/m 4'4*(K4#?4'5#? *8+-% . L9 F/m "#5 'M#5"*%;GN (b)O 0
NAPNQ =5PR %K="$# '>>I Hz Por outro lado, OSLBT"'U(VW7> Hz
(c) Espac¸o reservado para sua resposta:
37.2.2 Campos Magn´eticos Induzidos – (3/5)
E 37-3.
Para a situac¸˜ao do Exemplo 37-1, quais as poss´ıveis distˆancias onde o campo magn´etico induzido se reduz `a metade do seu valor m´aximo?
SejaX o raio da placa do capacitor eY a distˆancia a partir do eixo do capacitor. Para pontos tais queY[ZAX a magnitude do campo magn´etico ´e dada por
\H] Y^ D_Y $` enquanto que paraY8abX ela ´e dada por
\[] Y5^ X 9 5Y $`
O campo magn´etico m´aximo ocorre nos pontos em que YRTX sendo ent˜ao seu valor dado por qualquer uma das f´ormulas acima: \ max X $`
Existem dois valores de Y para os quais \H]
Y^c
\
max : um menor do que X e um maior. O valor menor do queX pode ser encontrado resolvendo-se em termos deY a equac¸˜ao \H] Y^) Y $` * X ( *` *ed \ max f
O resultado ´eY-gXKhi**hi*#/ mm O valor que ´e maior do queX ´e obtido resolvendo-se para Y a equac¸˜ao \H] Y^) X 9 5Y *` * X ( $`
O resultado ´eYRAX==8+jRk*% mm
37.2.3 Corrente de Deslocamento – (6/15) E 37-6.
Prove que a corrente de deslocamento num capacitor de placas paralelas pode ser escrita como
l:m An o
A corrente de deslocamento ´e dada por lpm
Tq *`
*
2
onde q ´e a ´area de uma das placas e ` ´e a magnitu-de do campo el´etrico entre as placas. O campo entre as placas ´e uniforme, de modo que`rso5 , ondeo ´e a diferenc¸a de potencial entre as placas e ´e a separac¸˜ao das placas. Portanto
l m Dq o Tn o * 2
uma vez queDqN5 ´e a capacitˆancian de um capacitor de placas paralelas “cheio de v´acuo”.
E 37-7.
Disp˜oe-se de um cacitor de placas paralelas det F. Co-mo seria poss´ıvel obter uma corrente de deslocamento (instantˆanea) de A no espac¸o entre as placas?
Para tanto basta variar o potencial entre as placas a uma taxa de o l:m n A % .u0 F v% 0 V/s E 37-8.
Para a situac¸˜ao do Exemplo 37-1, mostre que a
densida-de densida-de corrente densida-de densida-deslocamentow
m
paraY[ZxX , ´e dada por w m T *` *
Considere uma ´areaq , normal a um campo el´etrico
y
. A densidade de corrente de deslocamento ´e uniforme e normal `a ´area. Sua magnitude ´e dada por w
m
lm zq . Nesta situac¸˜ao temos
l:m TDq $` 2 de modo que w m q q *` A $` P 37-14.
Em 1929, M.R. Van Cauwenberghe conseguiu medir di-retamente, pela primeira vez, a corrente de deslocamen-tol:m
entre as placas de um capacitor de placas paralelas, submetido a uma diferenc¸a de potencial alternada, como est´a sugerido na Fig. 37-1. Ele usou placas circulares cujo raio efetivo era de (*% cm e cuja capacitˆancia era de D%% pF. A diferenc¸a de potencial aplicada tinha um valor m´aximo oI{ de 5#7( kV na freq ¨uˆencia de% Hz. (a) Qual foi a corrente de deslocamento m´axima obtida entre as placas? (b) Por que foi escolhida uma diferenc¸a de potencial t˜ao elevada? (A delicadeza destas medidas ´e tal que elas s´o foram realizadas diretamente mais de 60 anos depois de Maxwell ter enunciando o conceito de corrente de deslocamento!)
(a) Use os resultados do Exerc´ıcio 37-6, com oc o { sin
]
5P|OuL^. A derivada em relac¸˜ao ao tempo ´e oc P|Oo {C}_~$
]
P|OuL^, de modo que l:m
P|OnRo {C}_~$
]
P|OuL^, sendo a corrente de deslocamen-to m´axima dada por
l m max 5P|OnRoV{ 5P ] %*^ ] D%%+CD%/. L9 ^ ] 7#5(+CD%U^ /(#6+-% .1 A
(b) A corrente de deslocamento m´axima ´e diretamente proporcional `a m´axima diferenc¸a de potencial aplicada. Um valor grande deo { produz um valor de
l:m
max mais facilmente mensur´avel do que comoV{ menor.
O capacitor na Fig. 37-8 consistindo em duas placas cir-culares de raioXiD4 cm est´a ligado a uma fonte de fem F/{ senQJ, onde {% V e Qe"*% rad/s. O valor m´aximo da corrente de deslocamento ´e l:m
# A. Despreze a distorc¸˜ao do campo el´etrico nas bordas das placas. (a) Qual ´e o valor m´aximo da correntel
? (b) Qual ´e o valor m´aximo de?5*, onde ´e o fluxo el´etrico na regi˜ao entre as placas? (c) Qual ´e a separac¸˜ao entre as placas? (d) Determine o valor m´aximo do m´odulo de entre as placas a uma distˆancia YKk* cm do centro.
(a) Para qualquer instante , a corrente de desloca-mento l:m
existente no espac¸o entre as placas ´e igual `a corrente conduc¸˜ao l
nos fios. Portanto max
l m max=#/ A. (b) Comol:m T ] /L^_2 d / f max l m max # ,+CD% .u0 A 4'4*+-% . :9 F/m 4'>8+-% S Vm/s (c) De acˆordo com o Exerc´ıcio 37-6
l:m q $o *
Na situac¸˜ao em quest˜ao, a diferenc¸a de potencial atrav´es do capacitor coincide em magnitude com a fem do gerador, de modo que o
{ sen QJ e o5* QJ/{ }U~* QJ. Portanto l:m q&QJ/{ z [ max }U~* QJz
donde se tira facilmente que
q&QJ/{ l m max ] 4'4*8+-% . L9 ^P ] %'4$^ 9 ] "*%*^ ] %*^ #/ 8+-% .u0 "I"*>8+CD% .u m2 onde usamos o fato queq=PX
9
.
(d) Use a lei de Amp`ere-Maxwell na forma8sD$K
m
, onde o caminho de integrac¸˜ao ´e um c´ırculo de raio Y entre as placas, paralelo a elas.
m
´e a corren-te de deslocamento atrav´es da ´area limitada pelo ca-minho de integrac¸˜ao. Como a densidade da corren-te de deslocamento ´e uniforme entre as placas, corren-temos
m ] Y 9 X 9 ^ lm , onde lm
´e a corrente de deslocamen-to deslocamen-total entre as placas e X ´e o raio da placa. As li-nhas de campo s˜ao c´ırculos no eixo das placas, de modo que B ´e paralelo ao vetor* . A magnitude do campo ´e constante ao longo da trajet´oria circular, de modo que 8kD*NT5PY \ . Logo, PY \ d Y 9 X 9 f l:m dando \ l m Y PX 9
O campo magn´etico m´aximo ´e dado por
\ max lm maxY PX 9 ] (P-+-% .1 ^ ] # ,+-% .10 ^ ] %'7^ 5P ] %'4$^ 9 / 8+CD% . :9 T
37.2.4 Equac¸˜oes de Maxwell: a Lista Completa – (16/20)
P 37-20.
Uma longa barra cil´ındrica condutora, de raio X , est´a centrada ao longo do eixo como mostra a Fig. 37-11. A barra possui um corte muito fino emT . Uma cor-rente de conduc¸˜aol
, aumentando no tempo e dada por
l
k¡¢, percorre a barra da esquerda para a direita;¡ ´e uma constante de proporcionalidade (positiva). No ins-tanteJA% n˜ao existe cargas nas faces do corte pr ´oximo ahx . (a) Determine o m´odulo da carga nessas faces em func¸˜ao do tempo. (b) Use a Eq. I da Tabela 37-2 para determinar` no intervalo entre as faces em func¸˜ao do tempo. (c) Esboce as linhas de paraYH£=X , onde Y ´e a distˆancia ao eixo . (d) Use a Eq. IV da Tabela 37-2 para determinar\[]
Y^ no intervalo entre as faces para YCZsX . (e) Compare a resposta do item (d) com
\[] Y^ na barra paraYZ¤X .
(a) No instante a carga na face direita ´e dada por
¥ A¦ § l *)A¦ § ¡¢¨*J ¡¢ 9
Para o mesmo instante, o valor da carga na face esquerda ´e©;¡|
9
.
(b) Use uma superf´ıcie Gaussiana com a forma de um cilindro, concˆentrica com a barra condutora, com um extremo dentro do intervalo onde existe o corte e o outro
dentro da barra `a esquerda do corte, (conforme ilustra-do na figura `a direita). O campo el´etrico est´a na direc¸˜ao positiva do eixo de modo que precisamos apenas con-siderar as faces do cilindro. A magnitude do campo el´etrico na face esquerda ´e dado porªIw , ondeª ´e a re-sistividade da barra ew ´e a densidade de corrente.
Denotemos por` a magnitude do campo na face direita. Al´em disto, suponhamos que a densidade de corrente ´e uniforme na face esquerda e que o campo el´etrico ´e uni-forme na face direita. Neste caso,
«
y
D*¬rv©&ªIwq®®`KqK2
ondeq ´e a ´area de uma das faces. N´os supomos ainda que a resistividade ´e t˜ao pequena que nos permita des-prezar o termo acima no qual ela aparece. A lei de Gauss fica`KqxA¯5 , onde¯ ´e a carga na barra e dentro da superf´ıcie Gaussiana. A ´area da face do cilindro Gaus-siano ´eq°sPY
9
, ondeY ´e o raio, e a carga englobada pela Gaussiana ´e¯
] Y 9 5X 9 ^ ¥ , onde¥ ´e a carga na face da barra. Portanto
`v ¥ P X 9 ¡¢ 9 5P±X 9 2
onde o resultado obtido no item (a),¥ A¡|
9
, foi usa-do.
(c) As linhas de campo magn´etico formam c´ırculos que s˜ao concˆentricos com o eixo da barra (eixo ), estando em planos paralelos `as faces da barra.
(d) Use a lei de Amp`ere-Maxwell:
« vU$BT l ²D³ *
Como caminho de integrac¸˜ao escolha um c´ırculo que coincida com uma linha de campo magn´etico. Suponha que o raio do caminho de integrac¸˜ao sejaY (comY£X ) e que\
seja a magnitude do campo para pontos sobre o caminho. Ent˜aox*B
\
PY . Na regi˜ao do corte a corrente ´e zero e apenas a corrente de deslocamento con-tribui no lado direito da equac¸˜ao de Amp`ere-Maxwell. Como temos / * Tq *` * PY 9 ¡¢ P X 9 ¡¢pY 9 X 9 2
a equac¸˜ao de Amp`ere-Maxwell nos fornece
\ PY´T ¡|pY 9 X 9 Portanto \ ¡¢pY PX 9
O campo magn´etico dentro da barra, a uma distˆanciaY do seu eixo, ´e dado exatamente pela mesma express˜ao. Neste caso, somente a corrente de conduc¸˜ao contribui no lado direito da lei de Amp`ere-Maxwell. Tome o ca-minho de integrac¸˜ao como sendo um c´ırculo centrado no eixo e paralelo `as faces da barra. A corrente atrav´es do c´ırculo ´e] Y 9 5X 9 ^ l e a equac¸˜ao de Amp`ere-Maxwell fornece \ PY´T Y 9 X 9 l 2 de modo que \ l Y PX 9 ¡¢pY 5PX 9 2 onde substituimosl por¡¢ .