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Práticas de sustentabilidade: estudo de caso em uma cooperativa de saúde

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

VIVIANE FRAGOZO SARAIVA

PRÁTICAS DE SUSTENTABILIDADE:

ESTUDO DE CASO EM UMA COOPERATIVA DE SAÚDE

(Trabalho de conclusão do curso)

IJUÍ (RS)

2015

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VIVIANE FRAGOZO SARAIVA

PRÁTICAS DE SUSTENTABILIDADE :

ESTUDO DE CASO EM UMA COOPERATIVA DE SAÚDE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Ciências Contábeis, Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Ciências Contábeis.

Profª Orientadora: MSc. ROSELAINE FILIPIN

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pelas oportunidades e desafios na vida, agradeço por mais uma conquista, a família pela paciência e apoio durante esses anos de estudo.

Ao meu namorado Vincficios que foi essencial do início ao fim deste trabalho, obrigada pelo apoio, paciência, e pelas palavras de incentivo e carinho nas horas difíceis. Aos professores do Curso de Ciências Contábeis da Unijuí, pelos ensinamentos ao longo desta caminhada, em especial a professora Roselaine Filipin, minha orientadora, por quem tenho admiração e respeito, obrigada por seus ensinamentos durante a orientação e também durante a graduação.

Aos colegas da Cooperativa que contribuíram com as informações para a construção deste trabalho, muito obrigada á todos.

Aos colegas do Curso e amigos pelas palavras de apoio durante esses anos, obrigada a todos.

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RESUMO

Empresas buscam o desenvolvimento econômico, e necessitam conciliar esse desenvolvimento com a preservação do meio ambiente e com questões de cunho social, de maneira a promover desenvolvimento sustentável. Esse estudo teve como objetivo descrever as atitudes sustentáveis praticadas e divulgadas por uma cooperativa de saúde previstas em legislação obrigatória, versus as voluntárias, por meio de pesquisa descritiva, qualitativa e estudo de caso. Assim foram identificadas as obrigações sociais e ambientais cumpridas pela legislação, que precisam estar em conformidade com as exigências para o funcionamento de suas atividades. As atitudes não obrigatórias são as que atuam nos projetos sociais como: Projeto Transformar, Clube da Gestante, Combate à Dengue, Campanha de Vacinação, Projeto Eu Ajudo na Lata que beneficiam a sociedade externa, e doações à entidades, divulgadas em relatórios disponíveis que auxiliaram no processo de desenvolvimento do estudo: Balanço Social, Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, entre outros documentos, estes com informações e valores referente aos objetivos do estudo. Outra forma de pesquisa utilizada foi entrevista não estruturada, com os responsáveis de alguns setores, a assistente social e o Contador da cooperativa. A Cooperativa de saúde divulga suas atividades sociais voluntárias na sua página da internet, jornais, televisão, redes sociais, e ainda podem ser identificados os valores nos demonstrativos em Notas explicativas, Balanço Social e Demonstração do Valor Adicionado.

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LISTA DE FIGURAS E QUADROS

Figura 1 - Organograma Corporativo... 11

Figura 2 - Campo de aplicação da contabilidade... 16

Figura 3 - Classificação e Simbologia dos resíduos... 37

Figura 4 - Tipos de Resíduos e Acondicionamento... 38

Quadro 1 - Enquadramento Licenciamento Ambiental... 23

Quadro 2 - Legislação Social Aplicada a Cooperativa... 33

Quadro 3 - Valores dos Benefícios Sociais... 34

Quadro 4 - Item 3 do Balanço Social... 35

Quadro 5 - Legislação Ambiental- Geração de Efluentes... 36

Quadro 6 - Legislação Ambiental- Geração de Resíduos Administrativo e Hospitalar... 37

Quadro 7 - Legislação Ambiental- Queima de Lenha Exótica... 40

Quadro 8 - Legislação Ambiental- Uso de equipamentos radiológicos... 41

Quadro 9 - Ações sociais: Projeto Transformar... 41

Quadro 10 - Ações sociais – Clube da Gestante... 43

Quadro 11 - Ações Sociais- Combate à Dengue... 44

Quadro 12 - Ações Sociais- Campanha de Vacinação... 44

Quadro 13 - Ações Sociais- Eu ajudo na Lata... 44

Quadro 14 - Ações Sociais- Sobras Materiais (doações)... 46

Quadro 15 - Ações Ambientais - Resíduos Orgânicos... 46

Quadro 16 - Ações Ambientais –Resíduos... 47

Quadro 17 - Comparativo entre obrigações legais e voluntárias da Sustentabilidade... 51

Quadro 18 - Divulgação... 51

Quadro 19 - Indicadores Sociais... 52

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ACATA Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Ijuí ACI Aliança Cooperativa Internacional

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CLT Consolidação das Leis do Trabalho

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CONSEMA Conselho Estadual do Meio Ambiente DRE Demonstração de Resultado do Exercício EPI Equipamento de Proteção Individual ETE Estação de Tratamento de Efluentes FEPAM Fundação Estadual de Proteção Ambiental GRI Gerenciamento de Resíduos Industriais IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDH Índice de desenvolvimento humano

OCB Organização das cooperativas Brasileiras RIMA Relatório de Impactos do Meio Ambiente OMS Organização Mundial de Saúde

ONU Organizações das Nações Unidas RDC Resolução da Diretoria Colegiada

RIMA Relatório de Impactos do Meio Ambiente

SASSMAQ Sistema de avaliação de saúde, segurança, meio ambiente e qualidade SEMA Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

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SUMÁRIO

RESUMO...4

LISTA DE FIGURAS E QUADROS...5

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS...6

SUMÁRIO... 7

INTRODUÇÃO...9

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO...10

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA...10

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO...10 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA...11 1.4 OBJETIVOS...12 1.4.1 Objetivo geral...13 1.4.2 Objetivos específicos...13 1.5 JUSTIFICATIVA...13 2 REFERENCIAL TEÓRICO...15 2.1 CONTABILIDADE...15 2.2 CONTABILIDADE AMBIENTAL...16

2.2.1 Gestão ambiental na área da saúde...18

2.3 CONTABILIDADE SOCIAL...19

2.4 SUSTENTABILIDADE...21

2.5 LEGISLAÇÃO APLICADA NA ÁREA DA SAÚDE...22

2.6 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS (GRI)...25

2.7 COOPERATIVISMO...25 2.7.1 Cooperativismo no Brasil...28 2.7.2 Cooperativas de saúde...29 3 METODOLOGIA DO ESTUDO...30 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA...30 3.1.1 Quanto à natureza...30

3.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema...30

3.1.3 Quanto aos objetivos...31

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos...31

3.2 COLETA DE DADOS... 31

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4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS...33

4.1 LEGISLAÇÃO SOCIAL OBRIGATÓRIA APLICADA À COOPERATIVA...33

4.2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL OBRIGATÓRIA APLICADA À COOPERATIVA... 35

4.3 AÇÕES SOCIAIS VOLUNTÁRIAS REALIZADAS PELA COOPERATIVA... 41

4.4 AÇÕES AMBIENTAIS VOLUNTÁRIAS REALIZADAS PELA COOPERATIVA... 46

4.5 DESTAQUES EM PREMIAÇÕES SOCIAIS E AMBIENTAIS DA COOPERATIVA:...47

4.6 COMPARAÇÃO OBRIGATÓRIAS X VOLUNTÁRIAS...50

CONCLUSÃO...54

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INTRODUÇÃO

As ações das empresas tem o cunho voltado para os interesses econômico e financeiro, para que possam se manter ativas no mercado em que estão inseridas. Nesse processo, são obrigadas a cumprir determinadas legislações para que possam funcionar de forma legal no âmbito federal, estadual e municipal.

Dentre as formas de atuação empresarial, cabe ressaltar as cooperativas que tem o cunho de trabalho cooperado, com o objetivo de promover benefícios para o grupo pertencente a cada cooperativa, sendo que o cooperativismo se enquadra dentro do capitalismo, assim gerando trabalho e renda. Conforme o estatuto das cooperativas, existe assembleia em que todos os cooperados votam e as decisões conforme a assembleia são com base no estatuto. (PORTAL NACIONAL DE SAÚDE 2015).

Em Brasília fica localizada a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) sendo composta por cooperativas de vários segmentos. Dentre os segmentos o referente estudo é sobre cooperativa de saúde, que se iniciou na década de 60 pelos dirigentes do sindicato dos médicos da cidade de Santos, São Paulo.Os cooperados sendo profissionais médicos qualificados filiam-se as cooperativas e recebem o retorno conforme sua produção, o profissional fica independente quanto aos seus serviços particulares e de serviços prestados pela cooperativa médica. (PORTAL NACIONAL DE SAÚDE 2015).

De acordo com a legislação, também existe a necessidade da contabilidade gerar informação socioambiental nas empresas, sendo que as cooperativas de saúde também estão adaptadas a essa realidade, pois existe a exigência na geração de relatórios com transparência, em relação a sociedade e ao meio ambiente. Assim as empresas estão incorporando na contabilidade fiscal e societária a dimensão da contabilidade ambiental com o intuito de serem reconhecidas em âmbito social, obtendo assim uma visibilidade positiva no mercado e desenvolvendo projetos voltados a essa área da Sustentabilidade. Nesses aspectos, foi elaborado um estudo sobre uma cooperativa localizada na região noroeste e que desenvolve projetos socioambientais, comparando o que de fato a legislação exige e o que a cooperativa realiza em prol da contabilidade sócio ambiental.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

A Contabilidade estuda e interpreta os fenômenos que afetam o patrimônio das entidades. Existem vários ramos dentro da contabilidade, a contabilidade de custos, a contabilidade gerencial, contabilidade pública, entre outras. Esse estudo refere-se a contabilidade socioambiental.

A contabilidade social e ambiental identifica os fatos e atos sociais e ambientais que afetam a empresa e a partir disso a sociedade como um todo. Nesse sentido o primeiro capítulo apresenta o tema, seguido da caracterização da organização a ser estudada, do problema, dos objetivos geral e específicos e a justificativa.

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA

A razão da escolha da contabilidade ambiental como estudo, dá-se pelo importante avanço dessa área da contabilidade que tem buscado atuar junto às organizações, tornando-a mais reconhecida positivamente pelos usuários internos e externos, isso quando de fato existe a importância de cunho social e ambiental nas mesmas. Na contabilidade ambiental pode-se identificar em relatórios das organizações a demonstração dos custos ambientais e quais as possibilidades de mensuração, compondo assim as informações juntamente com os outros demonstrativos da empresa.

Segundo Pfitscher (2004) conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, acontece à medida que a conscientização e a valorização do meio ambiente são consideradas pela organização. Assim a contabilidade passa a organizar e divulgar dados econômicos, financeiros e ambientais.

Nesse sentido, este estudo é definido na área da contabilidade socioambiental.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

O estudo foi realizado na Cooperativa Médica, em funcionamento desde 1971, com sede localizada em uma cidade da região noroeste do estado do Rio Grande do Sul.

Atualmente, conta com 845 colaboradores, sendo esses distribuídos na sede administrativa e setores da área hospitalar, compreende para o funcionamento e atendimentos a seus usuários, médicos cooperados e laboratórios credenciados no total de 317.

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Em 2014 seu faturamento foi

relação às questões contábeis o enquadramento fiscal da Cooperativa é Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

ministério do trabalho, conselhos da área da saúde e órgão

municipais. Considerada operadora de médio porte, atende em torno de 70.000 beneficiários, sendo que as de pequeno porte até 20.000 beneficiários, e acima de 100.000 grande porte.

Figura 1- Organograma Corporativo

Fonte: Dados fornecidos pela Cooperativa

O organograma é dividido em Colegiado Diretivo, que

executiva, presidente e os diretores de cada núcleo. Também pelo Núcleo Gerencial, que é representado pelos gerentes de cada s

todos os colaboradores de cada setor da cooperativa.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

As cooperativas tem função diferente das empresas em geral cooperativas de saúde tem como função

a sociedade de modo geral, assim, cumprem legislações específicas e de certa forma, algumas Em 2014 seu faturamento foi de aproximadamente cento e vinte milhões de reais e

questões contábeis o enquadramento fiscal da Cooperativa é

acional de Vigilância Sanitária (ANVISA), é a principal agência de regulação,

ministério do trabalho, conselhos da área da saúde e órgãos públicos federais, estaduais e Considerada operadora de médio porte, atende em torno de 70.000 beneficiários, as de pequeno porte até 20.000 beneficiários, e acima de 100.000 grande porte.

Organograma Corporativo

Dados fornecidos pela Cooperativa

O organograma é dividido em Colegiado Diretivo, que se

executiva, presidente e os diretores de cada núcleo. Também pelo Núcleo Gerencial, que é representado pelos gerentes de cada setor. E por fim, o Grupo Operacional que representa todos os colaboradores de cada setor da cooperativa.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

cooperativas tem função diferente das empresas em geral

cooperativas de saúde tem como função as questões voltadas a saúde tem o cunho de atender a sociedade de modo geral, assim, cumprem legislações específicas e de certa forma, algumas 11

cento e vinte milhões de reais e em questões contábeis o enquadramento fiscal da Cooperativa é o lucro real. Agência regulação, mas também blicos federais, estaduais e Considerada operadora de médio porte, atende em torno de 70.000 beneficiários, as de pequeno porte até 20.000 beneficiários, e acima de 100.000 grande porte.

se compõe da diretoria executiva, presidente e os diretores de cada núcleo. Também pelo Núcleo Gerencial, que é etor. E por fim, o Grupo Operacional que representa

cooperativas tem função diferente das empresas em geral, sendo que as as questões voltadas a saúde tem o cunho de atender a sociedade de modo geral, assim, cumprem legislações específicas e de certa forma, algumas

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de cunho sócio ambiental, como CONSEMA 128/06 – Geração de Efluentes, RDC 33/03 - Geração de Resíduos Administrativo e Hospitalares, CFE – RS 9.519/92 e SEMA 19/11 - Queima de Lenha Exótica, RDC 50/2012 – Uso de Equipamentos radiológicos.

Nesse sentido, as ações voltadas ao meio ambiente para esse tipo de organização passam a ser obrigatórias e não voluntárias, como acontece com empresas e cooperativas de outros ramos de atuação.

Para Kraemer (2004) a consciência ambiental, surgiu na década de 60 e 70, em função das transformações culturais da época, e nos anos de 80 os gastos com a proteção ambiental passam a serem vistos como investimentos e não como custos, de forma que esse processo aparece como vantagem competitiva, para todas as empresas.

Para Ribeiro (2010) a contabilidade ambiental, não é uma ciência nova, mas como mais uma área da contabilidade tradicional, assim com a função de identificar, mensurar e esclarecer os eventos e transações econômico-financeiros que estejam relacionados com a proteção, preservação e recuperação ambiental, ocorridos em um determinado período. Dessa maneira, a Cooperativa, objeto de estudo, realiza vários projetos dentro da área ambiental e social, e com o objetivo de que estes sejam analisados e identificados como ações sociais e ambientais perante os usuários e associados, ocorre a sua divulgação por meio do portal na internet, folders em murais dentro da cooperativa, propiciando assim aos seus colaboradores, associados e comunidade em geral, o acesso à essas informações.

Assim, as cooperativas que atuam na área da saúde estão atentas a atender vários fatores ambientais que lhes são impostas, devido a sua atividade fim, mas em contrapartida pode ocorrer a preocupação social e ambiental, voltada além das suas obrigações impostas pela legislação, e atuar fortemente nesse sentido.

Dentro da perspectiva de atender as necessidades de informação e que essas informações geradas, sejam provenientes de ações e práticas que envolvam o processo de sustentabilidade, buscou-se resposta a seguinte questão problema: Quais as atitudes sustentáveis inerentes a cooperativas que não estão previstas pela legislação e que são divulgadas aos seus usuários?

1.4 OBJETIVOS

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1.4.1 Objetivo geral

Descrever as atitudes sustentáveis praticadas e divulgadas pela cooperativa que não estão previstas em legislação obrigatória.

1.4.2 Objetivos específicos

a) Revisão da literatura;

b) Descrever as práticas ambientais e sociais praticadas na cooperativa; c) Demonstrar a legislação sócio ambiental obrigatórias as cooperativas;

d) Identificar as práticas sócio ambientais contabilizadas e ou divulgadas nos demonstrativos contábeis obrigatórios e complementares;

e) Comparar as atitudes sócio ambientais praticadas na cooperativa em relação à legislação vigente.

1.5 JUSTIFICATIVA

As empresas assumem papel de agentes transformadores da sociedade, passam a ter responsabilidade em desenvolver ações que visem promover a dignidade humana, sem recorrer a ações que possam prejudicar o seu público, seus clientes, seus fornecedores e a sociedade em que está estabelecida (BASSETTO, 2010).

Contribuir com a socialização da responsabilidade social e ambiental dentro da cooperativa e sua importância no processo de ações desenvolvidas e que promovam a sustentabilidade da cooperativa e as ações que contribuam para o desenvolvimento sustentável da sociedade em que estão inseridas, além da forma de divulgação dessas informações aos seus usuários internos e externos.

Alguns estudos, serviram de base para o desenvolvimento dessa pesquisa, como Bassetto (2010) que estudou, a incorporação da responsabilidade social e sustentabilidade, em uma cooperativa elétrica (COPEL) por meio dos relatório de gestão, no ano de 2005 e não encontraram evidencias de avanços sustentáveis na cooperativa, com o que estava sendo divulgado.

Outros estudos buscaram abordagem da contabilidade ambiental e a conduta das empresas frente as ações sócio ambientais, Soares, Abreu, Sampaio (2006) pesquisaram as 24 maiores empresas siderúrgicas brasileiras de capital aberto, visando analisar a relação

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funcional entre a conduta ambiental e a performance econômica, por meio da evidenciação contábil nos relatórios da administração e informações anuais no período de 2000 a 2004. A análise das companhias possibilitou verificar que estas passaram a adotar conduta ambiental responsável, em vista do aumento da evidenciação ambiental ano a ano.

O estudo de caso de Santos et al (2012)na Empresa Cristalina Ltda, demonstrou que a mesma adota um projeto de gestão de resíduos, no qual cria meios de aproveitamento dos mesmos, seja para fins da própria ou também voltados para projetos de auxílio a sociedade e outras empresas. Tinoco; Kraemer (2008), evidenciaram por meio de seu estudo que a publicação das práticas referentes à responsabilidade social corporativa às empresas, são apresentadas por meio dos Balanços Sociais, Relatórios de Sustentabilidade e outros relatórios socioambientais que divulgam informações que vão além da gestão financeira, e atingem um nível de evidenciação esperado pelos stakeholders.

Dessa maneira, enquanto aluna, o enriquecimento da busca dessas informações, e o conhecimento desse processo dentro da cooperativa, vem desenvolver o conhecimento dentro da área da contabilidade ambiental, como forma de conhecimento abrangente e desenvolvimento profissional, devido a formação na área de Ciências Contábeis, e atuação enquanto profissional na cooperativa.

Para a Unijuí e para o curso de Ciências Contábeis é importante porque, existem poucos trabalhos na área ambiental e social entre os alunos de contabilidade, assim, servirá como base para pesquisa, para os que queiram eventualmente estudar ou atuar na área, além de servir para contribuir na área de pesquisa e ainda influenciar outros colegas a desenvolver mais estudos na área.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CONTABILIDADE

A contabilidade teve seu surgimento na pré-história, porém todas as informações que eram obtidas começaram a ser aperfeiçoadas com o passar do tempo, mas uma forma de registro sem muitas regras. Após essa afirmativa a contabilidade só evoluiu, pesquisas começaram a serem desenvolvidas, estudiosos começaram a amadurecer a ideia de que a

contabilidade é um ramo importante e então surgiram as fases. Conforme Basso (2005, p.17)

“as fases são os “passos marcantes” da evolução do conhecimento ao longo do tempo, enquanto que os “saltos de tempos históricos” que marcaram a evolução desse conhecimento desenvolvido”.

Com a necessidade de registrar, controlar, todas as informações, surgiram registros mais organizados, e das contas que mais tarde originaram-se o termo que conhecemos por contabilidade. A contabilidade, podemos afirmar não é uma ciência exata, conforme Iudícibus; Marion (2002, p.35) “é uma ciência social, pois é a ação humana que gera e modifica o fenômeno patrimonial. Todavia, a Contabilidade utiliza os métodos quantitativos (matemática e estatística) como sua principal ferramenta”.

“O objetivo da Contabilidade pode ser estabelecido como sendo o de fornecer informação estruturada de natureza econômica, financeira e, subsidiariamente, física, de produtividade e social, aos usuários internos e externos à entidade”. ( IUDÍCIBUS; MARION 2002, p.53).

A contabilidade é muito ampla, tanto em relação aos usuários que necessitam de suas informações, quanto aos ramos em que atua, alguns deles são: Contabilidade Comercial; Industrial; Pública; Bancária; Rural (Agrícola ou Agropecuária); Cooperativas; Seguradoras; Fundações; Construtoras; Hospitalar e Condomínios entre outros, enfim, todas as entidades e pessoas físicas necessitam da contabilidade.

Com necessidade da contabilidade torna-se imprescindível o controle de todos os documentos e prazos para que se alcance todos os resultados desejados e após a tomada de decisão de acordo com esses resultados.

A contabilidade tem por finalidade produzir informações sobre o patrimônio e suas

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Figura 2- Campo de aplicação da contabilidade

Fonte: Santos (2004, p.27)

Basso (2005, p.27) reforça que “a contabilidade foi concebida para gerar informações aos seus usuários, inicialmente bem sucinta e hoje, diante das novas e modernas tecnologias da informação, cada vez mais pormenorizada e, por conseguinte, cada vez mais útil na tomada de decisão dos seus usuários”. Sendo então a contabilidade um importante fator nas organizações tanto para registros e controles, mas também para a tomada de decisão.

2.2 CONTABILIDADE AMBIENTAL

A Contabilidade ambiental surge como um desafio para as empresas, pois com a preocupação em aspecto mundial começa a crescer e as empresas começam a adequar esse ramo da contabilidade no dia a dia das organizações.

A agenda 21, que foi criada na ECO-92 no ano de 1992 no Rio de Janeiro serviu de referência para muitos países pois estabeleceu que todos juntos se apoiassem em prol do meio ambiente. Nesse contexto de acordo com Ferreira (2003, p.13) define que a Agenda 21, ”[...] deve existir reorientação da educação, na direção do desenvolvimento sustentável, ampliação da conscientização pública e incentivo ao treinamento. É considerado, ainda, um programa estratégico, universal, para se alcançar o desenvolvimento sustentável no século XXI”.

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Para pensar em sustentabilidade nas empresas, tende-se a avaliar o ramo que a mesma atua, que impactos negativos são os causadores para o meio ambiente e que pode ser avaliado e melhorado. Existem exemplos como, queima de combustível, emissão de toxinas, degradação do solo, entre outros. Com a avaliação desses agentes causadores, as empresas precisam criar estratégias que reduzam esses impactos, assim melhorando o ambiente onde estão inseridas. Ferreira (2003, p.13) explica que existe a Externalidade e a Internalização nas organizações. A Internalização: “[...] ocorre quando existe possibilidade de que os custos decorrentes das externalidade sejam assumidos pelos agentes produtores e consumidores. Uma forma de internalizar é através de tributos impostos aos produtores das externalidades, baseados na poluição gerada quando se produz um bem ou, ainda quando há redução de um subsídio devido ao mesmo motivo, sua poluição respectiva”.

Ainda sobre a contabilidade ambiental, Paiva (2003, p.17) complementa que “pode ser entendida como a atividade de identificação de dados e registro de eventos ambientais, processamento e geração de informações que subsidiem o usuário servindo como parâmetro em suas tomadas de decisões”.

Os Relatórios Ambientais servem para descrever quando uma empresa em andamento vai ter influência na área a ser construída, referente aos aspectos ambientais, no que esse empreendimento irá impactar no local e na região que será inserido.”[...] o relatório é um meio de comunicação sobre esses impactos, possibilitando a agentes externos o devido conhecimento sobre o assunto”. (Ferreira 2003, p.23). Acontece um controle também após a empresa já estar em funcionamento, esse refere-se a qualidade ambiental.

No Brasil as empresas devem informar aos órgãos responsáveis para avaliação dos impactos futuros, sendo esta feita através do Relatório de Impactos do Meio Ambiente (RIMA).

As exigências do mercado referente às questões ambientais sobre as empresas aumenta cada vez mais, visto que a cada ano, os consumidores, clientes, também procuram empresas que sejam preocupadas com a sociedade e o meio ambiente. Para isso as empresas devem buscar sua certificação na ISO 14000 “[...] É uma certificação ambiental para as empresas, que em decorrência das normas ISO 9000, a série ISO 14000 sendo a padronização de procedimentos que contemplam o meio ambiente”. (FERREIRA 2003, p.35). Mas existe um fato importante, que mesmo com essa certificação, as empresas ainda poluem, mas demonstram a preocupação em preservar o meio ambiente. Em relação à contabilidade ambiental, um dos autores mais importantes em nível internacional é Rob Gray, e ele relaciona alguns métodos para gerenciar o desempenho ambiental, sendo:

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“[...] Política ambiental: entender o impacto ambiental (danos, legislação, pressão de mercado);

Auditoria ambiental: definir bases para medir a performance (objetivos/padrões);

Estratégia ambiental: implementar mudanças quanto a técnicas/ gerenciais/ de operações”. Gray (1993, apud FERREIRA 2003, p.71).

Para entender o impacto ambiental, é preciso saber o que compõe:

- A atividade do negócio: entrada de materiais; entrada de energia, processos, produtos e saídas e lixo.

- Componentes ambientais; entradas e regulamentos para: ar, água, terra e recursos naturais. No aspecto da gestão ambiental Ferreira (2003, p.70): destaca que “[...] o meio ambiente passa a ser mais um item no universo das variáveis a serem consideradas pela contabilidade para o controle e avaliação do patrimônio”. O contador tem que pensar ambientalmente, que esse pensamento seja conectado com a gestão do negócio, afim de identificar os impactos existentes e também os negócios que surgem.

2.2.1 Gestão ambiental na área da saúde

Para o aprimoramento da gestão nas operadoras de saúde, existe a gestão ambiental que está relaciona ao projeto Agenda Global Hospitais Verdes e Saudáveis, este por sua vez traz discussões sobre os problemas causados no meio ambiente relacionado à saúde. De acordo com Karliner; Guenther (2011) “os sistemas de saúde, ao mesmo tempo em que são essenciais para tratar tais problemas, também contribuem intensamente com as agressões ambientais, através das atividades necessárias ao seu funcionamento: construção de edifícios, incineração de resíduos hospitalares, consumo intensivo de energia, dentre outros”.

As empresas na área da saúde podem trabalhar conciliando o foco principal que é a saúde de pessoas, com a “saúde” do meio ambiente também, para Ribeiro Filho (2005): “[...] saúde e meio ambiente têm muito em comum, pois são bens públicos e elementos do cotidiano que afetam a todos”. Outra definição é da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2012), “saúde é um estado de completo desenvolvimento físico, mental e bem-estar social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade”.

Para uma gestão ambiental eficaz é preciso adotar alguns instrumentos como a eco eficiência, projetos para o meio ambiente, a produção mais limpa.

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Firmam que mudanças e transformações na gestão ambiental, que antes apresentavam-se mais comuns em grandes empresas que a utilizavam especialmente por preocupações com o marketing no sentido de declarar suas preocupações ambientais, passaram a fazer parte das preocupações na administração de hospitais e outros serviços de saúde.

No que tange as responsabilidades das organizações ligadas ao setor da saúde, Pfitscher et al (2007) relata que “[...] a demanda pela criação de processos e organizações capazes de providenciar a reciclagem e o tratamento de resíduos hospitalares surgiu a partir da percepção do aumento na quantidade de pacientes em clínicas de saúde e hospitais”.

Todas as empresas independente do segmento, estão ampliando as possibilidades para que aconteça melhorias em seus desempenhos ambientais, e que a capacidade de produtividade e de suas atividades não sejam comprometidas e não prejudiquem o meio ambiente.

2.3 CONTABILIDADE SOCIAL

A Contabilidade Social, é de extrema importância para a economia de um país, o que faz parte dela principalmente, são os indicadores de distribuição de renda e os indicadores de desenvolvimento humano (IDH). “No âmbito da economia, a macroeconomia tem suas variáveis que são sempre agregados, como exemplo de consumo agregado, o produto nacional, o investimento agregado e a renda nacional”, (PAULANI, BRAGA 2007, p.5).

Os indicadores sociais, no caso crescimento e desenvolvimento populacional, são fatores que auxiliam na análise de distribuição de renda em um país, para identificar a renda que foi gerada. Complementam Paulani; Braga (2007, p.255)

[...] é necessário avaliar até que ponto a renda produzida pelo país reverte em benefícios para a população, como melhores níveis de educação, saúde e saneamento. Ou seja, a preocupação com a qualidade de vida da população, nos remete ao confronto de dois importantes conceitos: crescimento versus desenvolvimento econômico.

O crescimento econômico é a elevação do produto agregado do país, sendo avaliado a partir das contas nacionais, o produto agregado é medido de acordo com quanto o país produz. E o desenvolvimento é um pouco mais amplo, assim levando em conta a elevação da qualidade de vida e redução das diferenças sociais e econômicas da sociedade. De acordo com Sachs (2004, p.71)

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O crescimento econômico, embora necessário, tem valor apenas instrumental; o desenvolvimento não pode ocorrer sem crescimento, no entanto, o crescimento não garante por si só o desenvolvimento; o crescimento pode, da mesma forma, estimular o mau desenvolvimento, processo no qual o crescimento do PIB é acompanhado de desigualdades sociais, desemprego e pobreza crescentes.

Para a análise no Brasil do desempenho econômico deve-se observar de acordo com Paulani; Braga (2007, p.259) que “[...] inicialmente não o valor de seu produto agregado, mas o valor de seu produto per capita que vai gerar a análise do mesmo, isto é, o produto agregado dividido pela população total”.

Outras avaliações da contabilidade social dá-se pela qualidade de vida, esse indicador pode ser avaliado conforme as pesquisas relativas a saúde e educação, instituições como o Banco Mundial e a Organizações das Nações Unidas (ONU), divulgam os dados como, mortalidade infantil, expectativa de vida, condições sanitárias, nível e qualidade da educação do país. Essa divulgação possibilita realizar comparações entre os países, assim para compreender do que vem a ser um país desenvolvido.

Liargovas; Fotopoulos (2009): “[...] utilizaram índices socioeconômicos, e também indicadores para considerar aspectos dos serviços disponíveis para a população como saúde, educação, transporte, comunicação, segurança e cultura, como causas determinantes para a qualidade de vida populacional”.

E o indicador do índice de desenvolvimento humano (IDH), o economista indiano Amartya Sen é destaque dentre outros economistas que estiveram envolvidos com a definição do IDH, pois em 1998 conquistou o Prêmio Nobel de Economia, e dedicação ao estudo da pobreza, referente suas causas e possíveis formas de erradicação. De acordo com Paulani; Braga (2007, p.272) o IDH possui três critérios:

- IDH menor ou igual a 0,5 - países com baixo desenvolvimento humano; - IDH entre 0,5 e 0,8 - países com médio desenvolvimento humano; e - IDH maior do que 0,8 - países com alto desenvolvimento humano”.

Para Cracolici; Cuffaro; Nijkamp (2009) “[...] o IDH tem sido relevante para os países em desenvolvimento, uma vez que, para os países desenvolvidos, algumas necessidades já foram superadas por grande parte da população. Dessa maneira, outros indicadores relevantes que levem em consideração distintos aspectos de vida, mostram-se necessários”. Nesse aspecto as pesquisas constataram que somente o IDH não é necessário para avaliar todo o desenvolvimento de um país.

Além das análises a nível nacional, existem também as desigualdades em nível regional, conforme Paulani; Braga (2007, p.275) “[...] uma distribuição muito desigual da renda entre

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regiões, pode gerar uma série de problemas sociais, como grandes fluxos migratórios e o inchaço das grandes cidades”. Com esta situação pessoas saem de seu estado e buscam em outros, mais qualidade de vida, ou salários melhores e com menos problemas sociais.

2.4 SUSTENTABILIDADE

A compreensão sobre sustentabilidade vem do contexto natural de cada estado ou país, no caso do Brasil, existem muitas riquezas naturais, e estas foram abordadas na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (RIO+20). Mas ainda o Brasil enfrenta vários desafios para preservar suas riquezas naturais, seriam alguns referente a falta de estrutura adequada e desequilíbrios no ambiente. Ele representa uma referência em termos de extrema riqueza, devido a seu potencial hídrico, de biodiversidade e de recursos naturais em geral, base da economia verde, Miranda; Teixeira (2004).

[...] informam que para avaliar a sustentabilidade em um determinado local é preciso a reunião de diferentes informações que possam traduzir o grau que se encontra. Para tanto, indicadores são importantes ferramentas de avaliação, desde que seja possível relacioná-los aos conceitos e princípios de sustentabilidade.

É complicado na sociedade a questão da sustentabilidade, pois para construir uma empresa ou residência, acontece modificação nos recursos naturais, e as divisões da sustentabilidade ambiental serve para a conscientização principalmente das empresas, que além de obras iniciais, precisa considerar os impactos em suas atividades também, e encontrar maneiras de neutralizá-las. Porém há o aumento cada vez mais na produção das empresas pelo consumo da sociedade, e conforme Löwy (2005):

[...] em face do modelo capitalista de produção, a humanidade aproxima-se rapidamente de um cenário de desastre ambiental. Uma análise mais atenta do comportamento consumista desenvolvido pela sociedade aponta que a humanidade vem estabelecendo uma relação cada vez mais predatória com a natureza.

Para Capra (2002, p.236) O desenvolvimento sustentável é dividido em três dimensões, sendo estes:

- Ambiental: Supõe que o modelo de produção e consumo seja compatível com a base material em que se assenta a economia, como subsistema do meio natural. Trata de produzir e consumir de forma a garantir que os ecossistemas possam manter sua auto reparação.

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- Econômica: Supõe o aumento da eficiência da produção e do consumo com economia crescente de recursos naturais, principalmente para recursos permissivos como as fontes fósseis de energia e os recursos delicados e mal distribuídos, como a água e os minerais. - Social: Supõem que todos os cidadãos tenham o mínimo necessário para uma vida digna e que ninguém absorva bens, recursos naturais e energéticos que sejam prejudiciais a outros. Significa erradicar a pobreza e definir o padrão de desigualdade aceitável, demarcando limites mínimos e máximos de acesso a bens materiais.

Precisa-se de uma sociedade sustentável, pois de acordo com Capra (2002, p.237) “[...] a expressão sociedade sustentável surgiu no começo dos anos 80 através de Lester Brow, escritor e analista de ambiente, que a definiu como a sociedade que é capaz de satisfazer as suas necessidades sem comprometer as chances de sobrevivência das gerações futuras”.

Existe o conceito de que a sustentabilidade sirva de estratégia de desenvolvimento, conforme o Relatório Brundtland, sendo este resultado do trabalho da Comissão Mundial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o meio ambiente e o desenvolvimento, o relatório apresenta algumas medidas a serem tomadas no nível do Estado nacional. Cavalcanti (2001, p.33) cita alguns: “[...] Limitação do crescimento populacional, garantia da alimentação a longo prazo, preservação da biodiversidade e dos ecossistemas, diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias que admitem o uso de fontes energéticas renováveis, as necessidades básicas devem ser satisfeitas, entre outros”.

O relatório também define metas a serem realizadas no nível internacional como: as organizações do desenvolvimento devem adotar estratégia do desenvolvimento sustentável; a comunidade internacional deve proteger os ecossistemas como a Antártica, os oceanos; e o programa de desenvolvimento sustentável da ONU.

2.5 LEGISLAÇÃO APLICADA NA ÁREA DA SAÚDE

A cooperativa em estudo, tem como ramo a área da saúde, possui instalações administrativas, e hospitalares, a área hospitalar é regulamentada por alguns órgãos conforme essas atividades, sendo os principais a Secretaria Municipal de Saúde, 17º Coordenadoria de Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Ministério da Saúde e por fim a Secretaria Estadual do Meio Ambiente.

É possível visualizar o quadro 1 contendo o enquadramento da área hospitalar como porte médio, tendo como base seu potencial de poluição.

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Quadro 1 - Enquadramento Licenciamento Ambiental

Atividade Unidade Porte Potencial

Código Ramo de Medida Mínimo Pequeno Médio Grande Excepc Poluidor

20 Saúde e Serviço

Social - - - -

8.100 Serviços de Saúde - - - -

8.110 Hospitais Nº de Leitos até 20 de 21 até 49 de 50 até 1149 de 150 até 299 demais BAIXO

8.111 Clínicas Médicas Área útil em M² até 100 de 100,01 até 500 de 500,01 até 1000 de 1000,01 até 5000 demais BAIXO

8.200 Serviços Veterinário s - - - - 8.210 Hospitais Veterinário s Área útil em M² até 100 de 100,01até 500 de 500,01até 1000 de 1000,01

até 5000 demais BAIXO

Fonte: Fepam (2015)

CONSEMA 128/06 – GERAÇÃO DE EFLUENTES

Considerando a necessidade de preservar a qualidade ambiental, de saúde pública e os recursos naturais, quanto ao lançamento de efluentes líquidos em águas superficiais no Estado do Rio Grande do Sul, foi institucionalizada a Resolução 128/06.

É através da resolução 128/06 do CONAMA que fixa padrões e critério para controle da emissão de efluentes líquidos para qualquer fonte geradora, sendo que, de acordo com o nível de emissão, é passível de multa caso não for readequado. Entre os impactos gerados com a geração de efluentes podemos citar o principal ponto a ser analisado na geração de efluentes:

• Potencial Hidrogênico: O Potencial Hidrogeniônico (pH) define o caráter ácido, básico ou neutro de uma solução, ele deve ser considerado nos corpos hídricos porque os organismos aquáticos, geralmente adaptados às condições de neutralidade, sofrem sérias conseqüências com alterações bruscas do (pH) da água, podendo até levar à sua morte. Valores do (pH) fora das faixas recomendadas podem alterar o sabor da água e contribuir para corrosão do seu sistema de distribuição, ocorrendo com isso, uma possível extração do ferro, cobre, chumbo, zinco e cádmio, o que dificulta a descontaminação das águas.

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RDC 306/2004 GERAÇÃO DE RESÍDUOS ADMINISTRATIVO E HOSPITALARES

A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estabeleceu regras nacionais, e têm assumido o papel de orientar, definir regras e regular a conduta dos diferentes agentes, no que se refere à geração e ao manejo dos resíduos de serviços de saúde, com o objetivo de preservar a saúde e o meio ambiente, garantindo a sua sustentabilidade. Sobre acondicionamento e tratamento do lixo hospitalar gerado, da origem ao destino (aterramento, radiação e incineração) atingindo hospitais, clínicas, consultórios, laboratórios, necrotérios e outros estabelecimentos de saúde. O objetivo da medida é evitar danos ao meio ambiente e prevenir acidentes que atinjam profissionais que trabalham diretamente nos processos de coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação desses resíduos.

Algumas classificações da RDC 306/2004.

• Grupo A (potencialmente infectantes) - que tenham presença de agentes biológicos que apresentem risco de infecção, como bolsas de sangue contaminado;

• Grupo B (químicos) - que contenham substâncias químicas capazes de causar risco à saúde ou ao meio ambiente, independentemente de suas características inflamáveis, de corrosividade, reatividade e toxicidade. Por exemplo, medicamentos para tratamento de câncer, reagentes para laboratório e substâncias para revelação de filmes de Raio-X; 9

• Grupo C (rejeitos radioativos) - materiais que contenham radioatividade em carga acima do padrão e que não possam ser reutilizados, como exames de medicina nuclear;

• Grupo D (resíduos comuns) - qualquer lixo que não tenha sido contaminado ou possa provocar acidentes, como gesso, luvas, gazes, materiais passíveis de reciclagem e papéis; • Grupo E (perfurocortantes) - objetos e instrumentos que possam furar ou cortar, como lâminas, bisturis, agulhas e ampolas de vidro.

CFE – RS 9.519/92 e SEMA 19/11 - QUEIMA DE LENHA EXÓTICA

Em relação ao Código Florestal do Estado do Rio Grande do Sul, regula no artigo 18 que o consumidor de árvores exóticas deve manter florestas próprias, ou seja, área própria para uso na sua atividade fim, que no caso, diz respeito à utilização de lenha para a caldeira. Em relação a lei, saiu a portaria SEMA n. 19/2011 que suspende até 31 de dezembro de 2014 o artigo referenciado acima, porém necessita monitoramento por parte das organizações que se enquadram diretamente nesta situação.

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RDC 50/2012 – USO DE EQUIPAMENTOS RADIOLÓGICOS

Para o estabelecimento de saúde poder fazer uso de equipamentos radiológicos, a ANVISA lançou a resolução que regulamenta todo o ambiente para fazer uso destes equipamentos, desde placas de aviso, até a espessura da parede que isola o equipamento radiológico. Para funcionamento todo estabelecimento necessita ter um laudo que afirme estar dentro das normas reguladoras, sendo passível de multa e suspensão do serviço oferecido.

2.6 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS

A GRI, uma empresa do grupo Solví Soluções Industriais, é atuante no mercado de gerenciamento de resíduos industriais desde 1999. A empresa é capacitada para atender todas as indústrias e outras empresas que necessitam atendimento, referente a produção que pode gerar esses resíduos industriais. Sendo uma referência no mercado, o compromisso da GRI é com a qualidade e responsabilidade ambiental, para isso possui as certificações: Grupo Solvi 2012.

- Qualidade nos serviços prestados (ISO 9001); - Saúde e Segurança Ocupacional (OHSAS 180001); - Garantia e proteção ao Meio Ambiente (ISO 14001);

Sistema de avaliação de saúde, segurança, meio ambiente e qualidade (SASSMAQ), os seus serviços são a destinação final dos resíduos, fazendo o gerenciamento interno, manufatura reversa e operações logísticas, consultoria ambiental nos segmentos de solo, água e ar, e também no segmento de óleo e gás. Atua na área: farmacêutica, química, logística, automotivo, petrolífero, alimentício, siderúrgico, metalúrgico, transportes, embalagens, mineração, saneamento, energia.

Os materiais e resíduos estão listados em um inventário que a GRI realiza, pois assim a sociedade pode pesquisar e saber mais sobre todo o ciclo de vida de cada material, são feitas também auditorias quanto aos transportes e destinação dos resíduos industriais.

2.7 COOPERATIVISMO

Cooperativismo é definido pela formação do objetivo em comum de um grupo de pessoas, que buscam soluções nos problemas, assim gerando o ato cooperativo. A semente do cooperativismo foi lançada por 28 tecelões, em 1844 na Inglaterra, que formaram uma

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pequena cooperativa de consumo na busca de uma alternativa econômica para atuarem no mercado, a qual foi chamada “Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale”. (Organização das Cooperativas Brasileiras 2008).

As entidades cooperativas atuam em vários campos, mas, sobretudo, possuem o comprometimento com o desenvolvimento local e geração de renda para os indivíduos. Frantz (2003, p.09) relata que “[...] uma organização cooperativa é, antes de tudo, uma associação de pessoas e não de capitais, com o objetivo de apoiar e complementar a administração das economias individuais, dando-lhes suporte no jogo competitivo do mercado”. As cooperativas surgiram para contribuir na relação entre o mundo da economia, do trabalho e do mundo da vida de quem trabalha e de quem produz. Conforme Pagnussatt (2004, p.52):

Cooperativa é uma associação autônoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma entidade ou instituição de propriedade conjunta (a cooperativa) que é democraticamente gerida. Baseiam-se basicamente, em valores de ajuda mútua, responsabilidade, democracia, igualdade e solidariedade. Na tradição de seus fundadores, os membros de cooperativas acreditam nos valores éticos da honestidade, transparência, responsabilidade social e preocupação com os semelhantes.

No cooperativismo existem valores e princípios, esses foram definidos em setembro de 1995, no Congresso Mundial da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), em Manchester, Inglaterra. De acordo com os valores, com base na tradição de seus fundadores, os membros que fazem parte das cooperativas, acreditam nos valores éticos de honestidade, responsabilidade social, sinceridade e preocupação com os outros. E os princípios são diretrizes as quais as cooperativas colocam seus valores em prática, conforme Portal Nacional de Saúde – Unimed Brasil 2010.

1° Princípio- Adesão livre e voluntária: as cooperativas são organizações abertas a todas as pessoas.

2° Princípio- Controle democrático pelos sócios: sendo as cooperativas organizações democráticas, os sócios fazem o controle, existe eleição de seus representantes, estes assim são responsáveis para com os sócios.

3° Princípio- Participação econômica do sócio: Os sócios contribuem equitativamente e controlam o capital de sua cooperativa democraticamente.

4° Princípio- Autonomia e independência: Controladas por seus membros as cooperativas são autônomas de ajuda mútua.

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5° Princípio – Educação, treinamento e informação: As cooperativas oferecem educação e treinamento para seus sócios, administradores, os eleitos como representantes e colaboradores, assim contribuindo para seu desenvolvimento.

6° Princípio – Cooperação entre cooperativas: As cooperativas atendem a seus sócios, e fortalecem o movimento cooperativo e também trabalhando juntas através de estruturas locais, nacionais e internacionais.

7° Princípio - Preocupação com a comunidade: As cooperativas trabalham pelo desenvolvimento sustentável de suas comunidades através de políticas que são aprovadas pelos seus membros.

Além dos princípios existem conceitos para melhor compreensão sobre cooperativismo. Farinéa (2003) relata alguns:

Cooperar – É a ação conjunta de vários indivíduos, instituições ou até mesmo empresas, para um fim específico, mas em que o resultado seja desejado por todos.

Cooperação – Método pelo qual indivíduos, famílias, empresas ou instituições com interesses comuns constituem um determinado empreendimento. Neste, o direito e os deveres de todos são iguais, e o resultado atingido é dividido apenas entre os integrantes, numa proporção definida entre eles ou então de acordo com a participação societária de cada membro integrante da atividade.

Cooperativismo – Este é um conceito específico ao universo cooperativo, enquanto os anteriores são mais gerais e podem ser aplicados em qualquer segmento da sociedade. È uma doutrina, um sistema, um movimento ou simplesmente uma atitude que considera as cooperativas como a forma ideal de organizar as atividades sociais e econômicas da humanidade.

Cooperado – O cooperado é dono e usuário da sociedade e, para tanto, ele, além de responsável pela execução de todos os atos e pela conservação dos objetivos estabelecidos por todos, precisa definir claramente como devem ser prestados os serviços que a ele se destinam, quando da existência de atribuições específicas a um cooperado, ou a uma comissão de cooperados dentro da cooperativa. O cooperado, organizado em comitês ou comissões, deve contribuir para que todas as decisões sejam corretas e representativas da vontade da maioria, pela administração da sociedade.

Cooperativa – A Aliança Cooperativa Internacional (ACI), órgão máximo de representatividade do cooperativismo, trabalha com o seguinte conceito de cooperativa: “Cooperativa é uma associação autônoma de pessoas que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma

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empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida”. (FARINÉA 2003). Assim tem-se inúmeras informações no que tem-se batem-seia o cooperativismo e como funciona, e que este precisa de princípios e conceitos para sua realização.

2.7.1 Cooperativismo no Brasil

O cooperativismo no Brasil é relatado por um breve histórico que conforme Cattani (2003, p.64): “[...] em 1610, com a fundação das primeiras reduções jesuíticas no Brasil, o início de um Estado cooperativo em bases integrais. Por mais de 150 anos esse modelo de exemplo de sociedade solidária fundamentada no trabalho coletivo”. Porém é em 1847 que inicia o movimento cooperativista no Brasil, quando o médico francês Jean Maurice Faivre, fundou nos sertões do Paraná, a colônia Tereza Cristina, com um grupo de europeus, e tendo como base ações cooperativas.

Foi finalmente em 1891 que o cooperativismo no Brasil começa a ter a forma de organização cooperativa, surgiu nesse ano em Limeira, São Paulo, a Cooperativa dos Empregados da Companhia Telefônica.

De acordo com Cattani (2003, p.65) “ [...] O cooperativismo desenvolveu-se ao longo das seguintes décadas, através de vários ramos ou segmentos, como o cooperativismo agropecuário, cooperativismo de eletrificação rural, crédito rural, cooperativismo de consumo, cooperativismo habitacional, de trabalho, de saúde e outros”.

Os ramos existentes no cooperativismo tiveram evolução contínua até 1960, e alguns ramos entraram em crise, no caso das cooperativas de consumo e de crédito. Após a carta magna de 1988, o cooperativismo urbano tem um bom crescimento, notado nos setores do trabalho, da habitação e da saúde.

Em relação à instituição cooperativa, entende-se que necessita manter sua viabilidade econômica, sua sustentabilidade como empresa e as opções de crescimento, da mesma forma de qualquer outro empreendimento empresarial, isto sendo assegurado pelo critério de custos em operações com associados e resultados de operações com não associados. Conforme Cattani (2003, p.68) “[...] nas operações da cooperativa há uma face dupla: uma para dentro, em operações com os associados, que se caracteriza como “ato cooperativo” na forma de prestação de serviço e, outra para fora, quando se trata de operações de natureza comercial e transacional com não associados”. A ação cooperativa proporciona vantagens que fazem com que o cooperativismo possa atrair pessoas para nele associarem.

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O Sócio é a pessoa mais importante do Sistema Cooperativista. Toda a estrutura complementar só se justifica na medida em que corresponde aos seus interesses e expectativas. A forma atual de constituição e funcionamento é definida na Lei Nº 5.764/71.

2.7.2 Cooperativas de saúde

De acordo com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), as Cooperativas operadoras de plano de saúde são as que se dedicam à preservação e promoção da saúde humana. No Brasil, a primeira cooperativa de saúde surgiu em 18 de dezembro de 1967, a União dos Médicos (UNIMED), sendo a iniciativa do médico ginecologista obstetra Edmundo Castilho juntamente com outros médicos para combater a mercantilização da medicina. Como é uma cooperativa, não há intermediários entre médicos e pacientes e nem há objetivo de lucro. A União dos médicos passou a se chamar Unimed de Santos, assim criou-se um incentivo para o surgimento de outras cooperativas pelo Brasil. (Portal Nacional de Saúde Unimed Brasil 2010).

Além do Sistema Unimed, existem outras cooperativas médicas que são de grande influência para a economia do país, atuam em quatro áreas: médica, odontológica, psicológica e de usuários, tendo num total de 846 cooperativas empregando mais de 67.000 colaboradores e com mais de 270.000 associados. (Portal Nacional de Saúde – Unimed do Brasil 2010).

Em relação às decisões eficientes, Gonçalves (2001) explica que:

No âmbito do pensamento cooperativista, a questão da eficiência insere-se num contexto de tomada de decisão de caráter democrático, tanto no aspecto político como no econômico. A cooperativa é democrática do ponto de vista econômico na medida em que cada cooperado representa um voto. Porém, o que caracteriza eficiência é a tomada de decisão. Então, se o líder cooperativista for democrático, ou seja, se cada vez que tiver que tomar uma decisão de negócio tiver que consultar a base, quando a consulta estiver concluída, a oportunidade de negócio já passou. Ser eficiente, em termos cooperativos, significa ter a capacidade de compatibilizar agilidade nas decisões com o processo democrático de tomá-las.

A imagem da cooperativa está associada à gestão de fato do sistema. As lideranças precisam também ser profissionalizadas, por exemplo como os gerentes das cooperativas de saúde, que serão cobrados pelos atendimentos aos usuários e aos processos internos que serão demonstrados para o presidente da cooperativa, este sendo profissional médico escolhido por votação dos cooperados em assembléias. (Portal Nacional de Saúde – Unimed do Brasil 2010).

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3 METODOLOGIA DO ESTUDO

Nesse capítulo foi abordada à metodologia de estudo aplicada para a resolução da questão problema, tendo como base a classificação da pesquisa que define a maneira que o trabalho foi realizado. Na elaboração da metodologia são determinados instrumentos para coletar e analisar os dados da pesquisa.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa se classifica primeiramente quanto ao ponto de vista de sua natureza, dos seus objetivos, a forma de abordagem do problema e dos procedimentos técnicos.

3.1.1 Quanto à natureza

A pesquisa foi aplicada, pois tem como objetivo o estudo aplicado, na resolução do conhecimento, pois conforme Gil (1999, p.42), a pesquisa aplicada “tem um caráter pragmático, é um processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”.

Deste modo, o estudo se classifica em pesquisa aplicada, pois é um estudo que buscará as respostas das atitudes sócio ambientais da cooperativa, por meio de procedimentos científicos.

3.1.2 Quanto à forma de abordagem do problema

A abordagem do problema foi qualitativa, pois na pesquisa qualitativa, de acordo com Michael (2009, p.37) “a verdade não se comprova numérica ou estatisticamente, mas convence na forma da experimentação empírica, a partir de análise feita de forma detalhada, abrangente, consistente e coerente, assim como na argumentação lógica das ideias”.

Nesse estudo não foi utilizado de método estatístico na resolução do problema, mas uma análise abrangente, consistente e coerente, buscando as questões da responsabilidade sustentável na cooperativa objeto de estudo, frente às obrigações legais e frente sua responsabilidade ambiental e social.

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3.1.3 Quanto aos objetivos

A pesquisa foi descritiva, pois analisou documentos, identificou atores e assim descreveu os resultado encontrados, para Gil ( 2008), as pesquisas descritivas buscam e tem como objetivo estudar características de um grupo, visam descobrir a existência de associações entre variáveis, assim, atendendo o nível dessa pesquisa como descritiva.

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos

Os procedimentos da realização do estudo foram bibliográfica, documental, estudo de caso. Bibliográfica, pois a pesquisa é com base em autores, utilizando artigos e livros Conforme Beuren et al ( 2004, p.86), este tipo de pesquisa:

Explica um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Ambos os casos buscam conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema.

A pesquisa foi documental, pois foram disponibilizados relatórios que auxiliaram no processo de desenvolvimento do estudo, balanço social, documentos com informações sobre as atividades da cooperativa, a legislação. Conforme Cellard (2008) a análise documental favorece a observação do processo de maturação ou de evolução de indivíduos, grupos, conceitos, conhecimentos, comportamentos, mentalidades, práticas, entre outros.

E também foi considerada estudo de caso, pois aplicou-se em uma cooperativa, que de acordo com Gil (1999, p.73) se caracteriza essa classificação como o “estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados”.

Conforme esses procedimentos pôde-se analisar todas as informações necessárias, e após, demonstrá-las conforme o estudo proposto.

3.2 COLETA DE DADOS

Para facilitar a coleta dos dados, foram utilizado alguns instrumentos, como observação, e a entrevista não estruturada.

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3.2.1 Instrumentos de coleta de dados

Para a realização da pesquisa, alguns instrumentos foram utilizados, esses contribuíram na sistematização das informações para o desenvolvimento da mesma.

Inicialmente foi usada a observação pelo pesquisador na cooperativa, em que se realizou o estudo que conforme Marconi; Lakatos (2003, p.194):

Como o próprio nome indica, é técnica de observação realizada por um pesquisador. Nesse caso, a personalidade dele se projeta sobre o observado, fazendo algumas inferências ou distorções, pela limitada possibilidade de controles. Por outro lado, pode intensificar a objetividade de suas informações, indicando, ao anotar os dados, quais são os eventos reais e quais são as interpretações. É uma tarefa difícil, mas não impossível. Em alguns aspectos, a observação só pode ser feita individualmente.

Também foi utilizada entrevista não estruturada, com as pessoas responsáveis por alguns setores ligado a pesquisa, entre eles a Assistente social e com o Contador da cooperativa, afim de coletar os dados sobre as práticas realizadas e a legislação. As entrevistas vão ocorrendo durante o processo de andamento do trabalho conforme a necessidade das informações desejadas. Segundo Martins; Theophilo (2009) a entrevista é uma técnica utiliza para buscar informações que possam auxiliar a evidenciar, as situações objeto da pesquisa. E a entrevista foi não estruturada, porque “busca obter informações, dados, opiniões e evidências por meio de conversação livre, com pouca atenção ao roteiro” (MARTINS; THEOPHILO 2009, p.88).

Assim, coube nesta pesquisa a entrevista não estruturada, sem roteiro definido para uma coleta de dados informal com os entrevistados.

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4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Os dados coletados foram interpretados e analisados com base no referencial teórico e nos objetivos propostos, com os dados levantados, foram elaborados quadros e tabelas de modo descritivo e comparativo, para gerar as informações necessárias a responder o problema de estudo.

4.1 LEGISLAÇÃO SOCIAL OBRIGATÓRIA APLICADA À COOPERATIVA

A cooperativa de saúde está inserida no contexto empresarial, e necessariamente submetidas às regras da legislação em âmbitos federais, estaduais e municipais, e entre elas, aplica-se a legislação social que obriga a cooperativa a cumprir determinadas normas para que esteja apta ao seu funcionamento e trabalhando conforme as regras estabelecidas. No quadro 2 são descritas Lei e normas que devem ser seguidas pela cooperativa e o processo de divulgação de tais normas.

Quadro 2 - Legislação Social Aplicada a Cooperativa

LEI/ NORMA: O QUE A COOPERATIVA CUMPRE DA LEI/NORMA: ONDE DIVULGA:

- Vale Alimentação (acordo

coletivo) Vale alimentação, é descontado de cada colaborador o valor de R$ 4,65. Divulgação no Balanço Social e Notas Explicativas.

- Plano de Saúde (acordo

coletivo) Plano de Saúde, após decorridos 90 dias do contrato de experiência o colaborador tem direito a este benefício, valores descontados referente ao plano que o colaborador optar regional ou nacional, por exemplo.

Divulgação no Balanço Social e Notas Explicativas.

- Licença Maternidade

(Programa Empresa Cidadã) DECRETO Nº 7.052 DE 23 DE DEZEMBRO DE 2009

Licença Maternidade: a Cooperativa adere ao Programa Empresa Cidadã, que pode prorrogar por até 60 dias a duração da licença.

Divulgação no Balanço Social e Notas Explicativas.

-Medicina Ocupacional

(CLT) Medicina Ocupacional, de acordo com a CLT, capítulo V, DA SEGURANÇA E

DA MEDICINA DOTRABALHO

(Redação dada pela Lei nº 6514, de 22.12.1977)

Divulgação no Balanço Social e Notas Explicativas.

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A cooperativa age de acordo com a legislação e com acordo coletivo de trabalho referente aos benefícios sociais para com seus colaboradores. Para o vale alimentação, a cooperativa estipulou um desconto em folha no valor de R$ 4,65, conforme estabelecido em acordo coletivo, tendo seus colaboradores um benefício para complementar a renda mensal.

O plano de Saúde, também é um benefício previsto no acordo coletivo, o valor estipulado descontado em folha do plano de saúde varia conforme opção do colaborador, no plano regional o valor de R$ 40,00 ou nacional de R$ 66,39. A Cooperativa disponibiliza a escolha pelo plano de saúde aos colaboradores após a efetivação referente a 90 dias de contrato de experiência.

Licença Maternidade é de acordo com o Programa Empresa Cidadã, as colaboradoras tem o prazo maior de licença. Conforme Decreto Nº 7.052 de 23 de dezembro de 2009 que regulamenta a Lei no 11.770, de 9 de setembro de 2008, que cria o Programa Empresa Cidadã, destinado à prorrogação da licença-maternidade, no tocante a empregadas de pessoas jurídicas. O prazo da licença pelo INSS são de 4 meses, a empresa opta pela prorrogação de mais 2 meses, totalizando 6 meses de benefício, a cooperativa que arca com os salários e encargos nesses 2 meses a mais que as colaboradoras estão de licença maternidade.

A Medicina Ocupacional, é definida conforme a CLT, são realizados exames admissionais, exames demissionais, exames periódicos, possuem materiais de primeiros socorros, e realizam inspeções periódicas referente ao ambiente de trabalho, local, iluminação, instalações elétricas, proporcionando bom ambiente de trabalho para os colaboradores.Tais benefícios são utilizados como despesas na Demonstração de resultado e são divulgados no Balanço Social e em Notas Explicativas, seus valores são descritos no quadro 3.

Quadro 3 - Valores dos Benefícios Sociais

BENEFÍCIOS A EMPREGADOS 2014 2013

Programa de Alimentação ao Trabalhador R$ 575.088,92 R$ 568.426,20

Plano de Saúde Colaboradores R$ 1.077.721,36 R$ 643.475,89

Salário Maternidade Empresa Cidadã R$ 123.380,73 R$ 146.210,41

TOTAIS R$ 1.776.191,01 R$ 1.358.112,50

Fonte: Dados da pesquisa

A divulgação dessas informações conforme citado anteriormente, são apresentadas em notas explicativas, onde é apresentado um comparativo do ano de 2014 em relação ao ano de 2013 das despesas que a Cooperativa obtêm com benefícios sociais obrigatórios, observa-se que dos quatro benefícios que representam os valores são: Programa de Alimentação ao

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