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Análise de viabilidade econômica e financeira da implementação de novos silos em uma cooperativa

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO

DO RIO GRANDE DO SUL

DACEC – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS,

CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

FERNANDO JUNIOR KNOP

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DA

IMPLEMENTAÇÃO DE NOVOS SILOS EM UMA COOPERATIVA

(Trabalho de Conclusão de Curso)

IJUÍ, (RS)

2014

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FERNANDO JUNIOR KNOP

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA E FINANCEIRA DA

IMPLEMENTAÇÃO DE NOVOS SILOS EM UMA COOPERATIVA

Trabalho de Conclusão de curso apresentado no Curso de Ciências Contábeis da UNIJUI, como requesito parcial para obtenção do titulo de Bacharel em Ciências Contábeis.

Profª. Orientadora: Ms. STELA MARIS ENDERLI

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por toda proteção concedida e pela força nos momentos difíceis desta caminhada acadêmica.

Aos meus pais que batalharam diariamente para que este sonho pudesse se tornar uma realidade, em especial a minha mãe por sempre estar me incentivando e dando apoio e esperança nos meus momentos de fraqueza.

Aos professores do curso de Ciências Contábeis da UNIJUÍ por todo o ensinamento ministrado, em principal a minha professora orientadora Stela por toda dedicação e empenho no decorrer de meu trabalho.

Aos colegas de graduação por tudo que passamos juntos, em especial aos que se tornaram meus grandes amigos: Adriana, Aline, Carla, Francieli, Mirna e Samantha vocês fizeram os componentes que cursamos juntos fossem especiais. Obrigado pelo companheirismo.

Muito obrigado a todos, independente da participação de cada um, todos foram de extrema importância nesta minha caminhada.

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“É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão que sentar-se, fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder. Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver”.

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RESUMO

Cada vez mais se torna necessário que as empresas do setor agrícola armazenem os produtos recebidos em seus estoques para aumentar a lucratividade na hora de vendê-los. Esse trabalho é um estudo sobre a viabilidade econômica e financeira do incremento de novos silos para aumentar à capacidade de armazenagem de uma cooperativa de médio porte do noroeste do estado do Rio Grande do Sul, sendo que a capacidade de armazenagem atual é de 380.000 sacas de grãos. Este estudo é de extrema importância para auxiliar na tomada de decisões, o qual demonstrará para a cooperativa a necessidade de avaliar se o investimento é uma decisão viável ou não na visão econômica e financeira. Esse estudo consiste primeiramente em uma pesquisa bibliográfica sobre os temas relevantes para a análise da viabilidade do negócio. Quanto a metodologia este estudo foi elaborado pela pesquisa aplicada, descritiva, qualitativa e utilizou procedimentos técnicos de pesquisa bibliográfica, documental, levantamento de dados e o estudo de caso. Na aplicação deste estudo foi estruturada a projeção da capacidade da cooperativa com a implementação que aumentara para 431.000 sacas de grãos, sendo que para ser realizada é necessário um investimento de R$ 727.954,00. Este estudo demonstra que a implementação dos novos silos na cooperativa é viável do ponto de vista econômico e financeiro conforme levantamento dos indicadores e destaca que o mesmo pode ser aceito pela instituição.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Comparação entre a contabilidade gerencial e a financeira ... 27

Quadro 2 - Modelo de uma demonstração do resultado do exercício - DRE ... 35

Quadro 3 - Modelo de fluxo de caixa ... 43

Quadro 4 - Características dos silos a serem implementados ... 59

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Capacidade de armazenagem da cooperativa antes da implementação ... 59

Tabela 2 - Capacidade de armazenagem da Cooperativa após a implementação ... 60

Tabela 3 - Investimentos necessários para implementação dos novos silos... 63

Tabela 4 - Valor do Investimento necessário para a construção de cada silo ... 64

Tabela 5 - Projeção da receita para a implementação dos novos silos ... 65

Tabela 6 - Projeção das deduções das receitas com a implementação dos novos silos ... 66

Tabela 7 - Custos gerados com a implementação dos novos silos ... 67

Tabela 8 - Projeção das despesas com vendas ... 68

Tabela 9 - Projeção das despesas com pessoal ... 69

Tabela 10 - Projeção das despesas de publicidade e propaganda ... 70

Tabela 11 - Projeção das despesas com ocupação ... 70

Tabela 12 - Cálculo da depreciação dos novos silos ... 71

Tabela 13 - Projeção das despesas com utilidades e serviços ... 72

Tabela 14 - Projeção das despesas com veículos ... 73

Tabela 15 - Projeção das despesas gerais ... 74

Tabela 16 - Cálculo das despesas de Juros ocorridas por ano com a implementação ... 75

Tabela 17 - Levantamento da inflação média dos últimos cinco anos ... 77

Tabela 18 - Demonstração do resultado do exercício projetada para 7 anos ... 78

Tabela 19 - Cálculo do índice de lucratividade da implementação dos novos silos ... 80

Tabela 20 - Cálculo da taxa de rentabilidade da implementação dos novos silos ... 80

Tabela 21 - Cálculo do ativo médio e do patrimônio líquido médio ... 81

Tabela 22 - Cálculo da taxa de retorno sobre o investimento total ... 81

Tabela 23 - Cálculo da taxa de retorno do patrimônio líquido ... 81

Tabela 24 - Cálculo do % da margem do lucro bruto ... 82

Tabela 25 - Cálculo do % de da margem do lucro líquido ... 82

Tabela 26 - Projeção do fluxo de caixa do período ... 84

Tabela 27 - Cálculo do saldo de caixa inicial de 2015 estipulado pela cooperativa ... 85

Tabela 28 - Cálculo do payback simples da implementação dos novos silos ... 86

Tabela 29 - Cálculo do payback descontado da implementação dos novos silos ... 87

Tabela 30 - Cálculo do VPL na implantação dos novos silos ... 90

Tabela 31 - Cálculo da TIR gerada com o novo investimento ... 90

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Organograma da Cooperativa ... 15 Figura 2 - Comparação da capacidade de armazenagem da Cooperativa antes e após a implementação dos novos silos ... 61 Figura 3 - Planta baixa da cooperativa após a implementação ... 62 Figura 4 - Comparação das despesas projetadas para a implementação dos novos silos ... 76 Figura 5 - Comparação da Evolução do retorno do investimento com e sem a aplicação da TMA ... 89

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

CFC - Conselho Federal de Contabilidade

CRC - Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

DRE - Demonstração do Resultado do Exercício IL - Índice de Lucratividade

IR - Índice de Rentabilidade

IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica KG - Quilograma

NBC T - Norma Brasileira de Contabilidade Técnica PJ - Pessoa Jurídica

R$ - Reais

TCC - Trabalho de Conclusão de Curso TIR - Taxa Interna de Retorno

TMA - Taxa Mínima de Atratividade VAUE - Valor atual Uniforme Equivalente VPL - Valor Presente Líquido

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SUMÁRIO

RESUMO ... 4

LISTA DE QUADROS... 5

LISTA DE TABELAS ... 6

LISTA DE FIGURAS ... 8

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ... 9

INTRODUÇÃO ... 12

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 14

1.1 ÁREA DO CONHECIMENTO CONTEMPLADA (TEMA) ... 14

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 14 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ... 16 1.4 OBJETIVOS ... 18 1.4.1 Objetivo geral ... 18 1.4.2 Objetivos específicos ... 18 1.5 JUSTIFICATIVA ... 19 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 20 2.1 SOCIEDADES COOPERATIVAS ... 20 2.2 CONTABILIDADE ... 22

2.2.1 Contabilidade aplicada às sociedades cooperativas ... 24

2.3 CONTABILIDADE GERENCIAL ... 26

2.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE ... 28

2.5 RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS ... 28

2.5.1 Receitas ... 28

2.5.2 Custos ... 29

2.5.3 Despesas ... 30

2.6 INVESTIMENTOS ... 32

2.7 METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE ... 33

2.7.1 Análise de viabilidade econômica ... 34

2.7.2 Análise de viabilidade financeira ... 41

3 METODOLOGIA DO TRABALHO ... 52

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 52

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3.1.2 Quanto aos objetivos ... 53

3.1.3 Quanto à forma de abordagem do problema ... 53

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ... 54

3.2 COLETA DE DADOS ... 55

3.2.1 Instrumentos de coleta de dados ... 55

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ... 57

4. ANÁLISE DESCRITIVA DOS DADOS ... 58

4.1 RAMO DE ATIVIDADE ... 58

4.2 INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS ... 63

4.3 RECEITA, CUSTOS E DESPESAS ... 64

4.3.1 Receitas ... 65

4.3.2 Custos ... 66

4.3.3 Despesas ... 67

4.4 VIABILIDADE ECONÔMICA ... 76

4.4.1 Demonstrativo do Resultado do Exercício – DRE ... 77

4.4.2 Índices de análise do resultado projetado ... 79

4.5 VIABILIDADE FINANCEIRA ... 83

4.5.1 Fluxo de caixa ... 83

4.5.2 Método payback simples ... 86

4.5.3 Método Payback descontado ... 87

4.5.4 Taxa Média de Atratividade – TMA... 88

4.5.5 Valor Presente Líquido – VPL ... 89

4.5.6 Taxa Interna de Retorno – TIR ... 90

4.5.7 Valor uniforme equivalente - VAUE ... 91

CONCLUSÃO ... 93

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INTRODUÇÃO

Para se manter ativo e forte em um mercado competitivo, se torna cada vez mais necessário investimentos contínuos nas empresas. Mas para se fazer estes investimentos é preciso utilizar métodos que projetem a realidade que estes projetos trarão para a empresa, ou seja, demonstrando como que as inovações quando implantadas irão impactar nos negócios e principalmente nos resultados da empresa.

A análise da viabilidade econômica e financeira é de extrema importância dentro das organizações, devido que ela é uma maneira indispensável de ver se os investimentos que a empresa pretende realizar irão trazer o resultado desejado.

Neste sentido o estudo foi realizado sobre a análise da viabilidade econômica e financeira da implementação de novos silos em uma cooperativa de médio porte do noroeste do estado do Rio Grande do Sul, onde foram elaboradas as projeções e efetuado os cálculos necessários para a realização da análise.

O objetivo deste estudo é demonstrar se ao investir na construção destes novos silos para aumentar a sua capacidade de armazenagem à empresa terá o retorno desejado e em quanto tempo. Para se alcançar este objetivo o estudo foi realizado através de projeções de receitas, de despesas e dos custos futuros, e através destes dados foram estruturados o fluxo de caixa projetado e a demonstração do resultado do exercício projetada para o período de 7 anos.

Este Trabalho de Conclusão de Curso esta dividido em quatro capítulos, sendo que no primeiro capítulo demonstra-se a contextualização do estudo, que esta dividida em área do conhecimento, caracterização da empresa, problematização do tema, objetivo geral e os específicos e, por fim a justificativa.

Já no segundo capitulo deste TCC é abordado o referencial teórico sobre o tema em questão, a análise de viabilidade econômica e financeira, que é um ramo da contabilidade gerencial. No referencial teórico são apresentadas as contribuições de autores conceituados, com o fim de demonstrar com clareza e facilitar o entendimento do assunto estudado.

No terceiro capitulo é apresentada a metodologia utilizada nas pesquisas, iniciando-se pela classificação da pesquisa que pode ser quanto a sua natureza, quanto aos seus objetivos, quanto à forma de abordagem do problema e quanto aos procedimentos técnicos. Em seguida apresentam-se os enfoques sobre a coleta dos dados e a análise dos mesmos.

No quarto capitulo está descrita a análise descritiva dos dados a qual demonstra toda a parte prática deste trabalho, evidenciando o ramo da atividade, os investimentos necessários

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para a construção dos novos silos, as receitas, os custos e as despesas virão a ocorrer com a implementação do projeto na empresa, posteriormente são abordados a viabilidade financeira e econômica.

Após o quarto capitulo esta exposta as conclusões que se chegaram com a elaboração deste estudo e nela esta descrita a importância do estudo de viabilidade nos negócios das entidades, os resultados que este estudo proporcionou e qual a importância que este estudo ira gerar no processo de tomada de decisão na cooperativa e demais entidades.

Para finalizar este TCC, após a conclusão está exposto o referencial utilizado no qual constam as obras e autores consultados.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) tem como objetivo o estudo da análise econômica e financeira da construção de novos silos em uma cooperativa, onde neste primeiro capítulo é abordada a contextualização do estudo, a área do conhecimento contemplada (tema), a caracterização da organização, o levantamento do problema, os objetivos que são divididos em geral e específicos e a justificativa.

1.1 ÁREA DO CONHECIMENTO CONTEMPLADA (TEMA)

A contabilidade gerencial tem por objetivo fornecer informações diferenciadas as empresas para a tomada de decisão. A análise de viabilidade é um ramo da contabilidade gerencial e é o tema a ser abordado neste trabalho de conclusão de curso.

Baseando-se em Padoveze (2012) é possível perceber que todos os investimentos que são realizados nas empresas possuem objetivos voltados para o futuro, sendo que é possível elencar a geração de retorno que recupere o capital investido e o de melhorar o resultado da empresa, mas todos os investimentos estão sujeitos ao risco de um futuro incerto.

A análise de viabilidade econômica e financeira é uma ferramenta de extrema importância dentro das organizações, pois consiste em um planejamento das receitas e despesas geradas com o investimento pretendido demonstrando o impacto no resultado e nas variações de caixa da empresa.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

O objeto em estudo é a análise da viabilidade econômica e financeira para a construção de novos silos em uma cooperativa de médio porte que esta situada no noroeste do estado do Rio Grande do Sul, esta cooperativa atua no recebimento de produtos agrícolas dos cooperados e não cooperados.

A empresa iniciou suas atividades no ano de 1999, primeiramente foi constituída na forma de condomínio agrícola, sendo transformada em cooperativa no ano de 2011. A empresa foi fundada por 22 sócios, e com o tempo o seu quadro social foi crescendo sendo que atualmente a cooperativa conta com 32 associados que negociam diretamente com a entidade. Alem dos associados a cooperativa possui um grande número de não associados com quem efetua operações.

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A cooperativa tem no seu quadro funcional vinte colaboradores, porem em períodos de safra necessita realizar a contratação temporária de mais trabalhadores para realizar um atendimento rápido e de qualidade para os cooperados.

A cooperativa esta enquadrada no regime de tributação do lucro real anual, com pagamentos por estimativas mensais. Esta opção de tributação ocorre pelo fato de que o resultado tributável pelo lucro real é menor do que o resultado tributável na opção do lucro presumido. Cabe resaltar que para as entidades cooperativas o imposto de renda da pessoa jurídica e da contribuição social sobre o lucro líquido são não incidente nas operações com cooperados e tributáveis nas operações com terceiros.

Na figura 01 apresenta-se a estrutura da cooperativa em um organograma para facilitar o entendimento da hierarquia da mesma.

Figura 1 - Organograma da Cooperativa

Fonte – Elaborada pelo autor conforme dados da pesquisa (2014)

No organograma da cooperativa identifica-se a assembleia geral como órgão superior sendo que estas assembleias podem ser ordinária ou extraordinária. A Diretoria é eleita pelos cooperados nas assembleias e ela é composta por presidente, vice-presidente, secretário e

ASSEMBLÉIA GERAL CONSELHO FISCAL DIRETORIA GERENTE DE ARMAZENAGEM ARMAZENISTAS GERENTE ADMINISTRATIVO BALANCEIROS GERENTE FINANCEIRO CONSELHO ADMINISTRAÇÃO

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superintendente. A função do conselho fiscal, como o próprio nome diz, é de fiscalizar o trabalho da diretoria, já o conselho de administração tem como função auxiliar a diretoria na administração da cooperativa. Cabe resaltar que os dois conselhos são compostos apenas por associados.

A cooperativa conta ainda com três gerentes, sendo um gerente administrativo, um financeiro e um de armazenagem. Estes gerentes são responsáveis pelos funcionários da balança e do armazém. A contabilidade da empresa é realizada fora da entidade, em um escritório de contabilidade.

Atualmente a cooperativa possui nove unidades para armazenamento da safra, nas quais armazena soja, milho, trigo e aveia branca. Cada silo possui uma capacidade diferente de armazenagem, sendo um silo para 50.000 sacas, dois silos para 48.000 sacas cada, dois para 39.000 sacas cada, dois para 37.000 sacas cada e mais um silo para 35.000 sacas cada um.

Alem destas unidades de grande porte, a empresa conta ainda com um silo pulmão com capacidade para 12.000 sacas onde este silo é uma unidade de armazenagem de menor quantidade e sua função é desafogar a moega. A cooperativa possui uma capacidade total de armazenagem para 380.000 sacas de grãos, ou seja, a sua capacidade total é de 22.800 toneladas.

O faturamento da cooperativa gira em torno de R$ 37.000.000,00 por ano, este valor é resultante de 50% de operações com associados e o restante com não associados. Para o próximo ano, estima-se que as operações com terceiros ultrapassem os 50%.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Considerando que nos dias atuais, as decisões em uma organização precisam ser cada vez mais precisas e lucrativas, tem-se que o melhor método para se alcançar este propósito é possuir informações de qualidade. Conforme Padoveze (2012, p.6) “o valor da informação reside no seu uso final, isto é, sua inteligibilidade para as pessoas que tomam as decisões e sua relevância para aquelas decisões.”

Padoveze (2000, p.44) ainda destaca que “a informação contábil deve ser útil para o futuro. O passado só é importante se possibilitar ação futura”. Baseando-se na ideia de Souza e Clemente (2012) pode-se perceber que os resultados futuros dos investimentos não são certos, sendo que pode se destacar dois fatores atuando em sentidos opostos, que são os resultados esperados e o risco do investimento. Souza e Clemente (2012, p.9) ainda destacam

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que “a primeira observação que pode ser feita é que quanto melhor for o nível de informação do decisor tanto menor será o nível de risco a que estará sujeito”.

Com posse de informações de qualidade o gestor da empresa é capaz de tomar as melhores decisões. Onde Barboza e Vieira (2012, p.290) destacam que “a tomada de decisão é uma atividade complexa, principalmente pelo fato que as decisões mais importantes ocorrem quando o decisor não sabe exatamente o que fazer e, ainda sim, almeja escolher uma ótima solução”.

Nas decisões de investimentos a lógica permanece a mesma, pois para se avaliar a aceitabilidade de um projeto é necessário o levantamento de vários fatores para não tomar uma decisão equivocada que pode levar a empresa a trabalhar com prejuízos constantes e com capital de giro limitado para liquidar as suas obrigações contraídas, o que tende a levar a empresa rumo a falência, nesse sentido Lapponi (2007, p.123) destaca que:

O objetivo da decisão de investimento ou do orçamento de capital é maximizar o valor da empresa. A decisão de alocação de capital em projetos de investimentos é fundamental para o sucesso, pois os recursos da empresa são comprometidos por longo período de tempo na direção de seu futuro desejado e isso envolve um grande período de tempo e de gerenciamento. Cada projeto aprovado é um desembolso realizado pela empresa com a expectativa de obter benefícios futuros quantitativos pela geração de um fluxo de retorno adequado, em geral, por um prazo maior do que um ano.

Sabendo que a nossa região é grande produtora de grãos, e que cada vez mais, com as novas tecnologias as produções estão se tornando mais produtivas, se torna uma necessidade o aumento da capacidade de armazenagem. Helfand e Rezend (2000, p..2) destacam que o aumento da produção ocorreu “devido à mudança na composição da produção de grãos e, por outro, à modernização tecnológica e à retirada de produção das terras marginais que foram cultivadas no final da década de 80”.

Com o aumento da capacidade produtiva dos produtos agrícolas da nossa região, se torna indispensável que as empresas invistam no aumento da sua capacidade de armazenagem de grãos. Outro fator que torna ainda mais importante o aumento da capacidade de estocagem, é o problema que as empresas concorrentes se encontram em relação ao seu capital de giro, cujo muitas delas não estão conseguindo liquidar suas obrigações, acarretando um aumento no número de produtores que vem a entregar a sua safra em outras empresas, com o objetivo de garantir o recebimento de sua produção.

A falta de armazenagem também provoca na empresa a redução do resultado, sendo que ao não se possui a capacidade suficiente para o armazenamento dos grãos recebidos, a

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empresa acaba tendo que efetuar a transferência dos mesmos para armazéns de terceiros em pleno período de safra. O frete nos meses que ocorre a colheita é muito mais oneroso em relação aos outros meses do ano, além disto, a empresa fica na insegurança de transferir seus produtos para estoques de terceiros que resulta no risco de perda do valor transferido.

Neste sentido, o estudo da viabilidade tem gerado questionamentos se as decisões tomadas pelos gestores das empresas são as de maior lucratividade e de retorno. E neste contexto, se questiona: de que forma a análise de viabilidade econômica e financeira pode gerar informações para auxiliar na tomada de decisões de novos investimentos?

1.4 OBJETIVOS

Os objetivos se dividem em objetivo geral e objetivos específicos. Segundo Silva (2010, p. 51) os objetivos “são os fins teóricos e práticos que se propõe a alcançar com a pesquisa.” Os autores Marion, Dias e Traldi (2002, p.36) destacam que “o objetivo é a situação que se deseja obter ao final do período de duração do projeto, mediante a aplicação dos recursos e da realização das ações previstas”.

1.4.1 Objetivo geral

Verificar de que forma a análise de viabilidade econômica e financeira pode gerar informações para auxiliar na tomada de decisões de novos investimentos nas cooperativas de médio porte.

1.4.2 Objetivos específicos

 Revisar na literatura os conceitos e finalidades do tema proposto com o intuito de fundamentar o estudo aplicado;

 Identificar os investimentos necessários ao empreendimento, os ingressos e desembolsos gerados com a sua implantação;

 Calcular os indicadores de viabilidade econômica e financeira;

 Analisar o resultado dos indicadores e verificar a aceitabilidade do projeto em questão;

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 Propor a cooperativa à implementação da viabilidade como uma ferramenta necessária em todos os investimentos a serem realizados.

1.5 JUSTIFICATIVA

A análise da viabilidade econômica e financeira esta muito além de demonstrar se um investimento é aceitável para ser realizado na cooperativa, ou seja, é por meio dela que se pode avaliar se a ela irá crescer no mercado através da implementação do mesmo.

Segundo Lima et al. (2008, p.12) “a dificuldade de avaliar a viabilidade econômica de um projeto em ambiente de incertezas é um fato presente na atividade dos gestores, e, em alguns momentos, chega ao ponto de tornar a escolha por investir em determinado projeto, bastante intuitiva”.

Estudar e elaborar a análise de viabilidade é um desafio a ser realizado, devido a necessidade de se fazer as projeções da maneira mais exata possível, onde grande parte dos gestores das empresas não elaboram este estudo e como consequência acabam tomando decisões equivocadas.

Para a cooperativa, este projeto tem extrema importância, pois o estudo responde por meio de cálculos realizados, se o projeto que a empresa esta planejando em implantar é atrativo para os negócios.

Para a universidade e para o Curso de Ciências Contábeis, este estudo é de grande importância, pois ficará a disposição de quem tiver interesse de se aperfeiçoar na área da contabilidade gerencial, especialmente aos acadêmicos do Curso de Ciências Contábeis, contribuindo no desenvolvimento da profissão.

Para o aluno, na condição de concluinte do curso e futuro profissional da contabilidade, o estudo ampliou meus conhecimentos e os meus horizontes profissionais, o qual agregou valor a minha profissão, devido cada vez mais à necessidade das empresas implantarem a contabilidade gerencial como fator determinante para as tomadas de decisões.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta etapa do estudo é apresentado o referencial teórico que é de extrema importância para se elaborar as análises da viabilidade econômica e financeira de um projeto de investimento. Na sequencia apresenta-se os conceitos e princípios sobre a atividade cooperativa, após abordou-se a fundamentação teórica sobre a contabilidade, com um enfoque para a contabilidade gerencial e os conceitos da análise de viabilidade econômica e financeira.

2.1 SOCIEDADES COOPERATIVAS

As pessoas desde o inicio dos tempos, tem se reunido para conseguir realizar as suas tarefas de forma mais rápida e lucrativa. Segundo Bialoskorski Neto (2012, p.3):

O cooperativismo e as formas de cooperação são algo muito antigo na história da humanidade. Há registros sobre a cooperação e a associação solidaria desde a pré-história da civilização, em tribos indígenas ou em antigas civilizações como os babilônicos.

O autor Polonio (1999, p.23) destaca que “o primeiro dispositivo sobre atividade cooperativista no Brasil data de 6 de janeiro de 1903 – o decreto nº 979 – que regula as atividades dos sindicatos de profissionais de agricultura e das atividades rurais e de cooperativas de produção e consumo...” e complementa “o ano de 1966 foi marcante para o

aprimoramento do regime jurídico das cooperativas...” devido a aprovação de várias legislações sobre o tema.

A sociedade cooperativa é constituída por pessoas que buscam um fim em comum, onde Lima (2005, p.13) destaca que “nas cooperativas ao contrário das entidades empresárias, existe um grupo de pessoas com espírito de união, fraternidade, para que além do beneficiamento econômico haja um crescimento pessoal e social dos envolvidos”.

Ainda o Conselho Federal de Contabilidade (CFC, 2001), através da Norma Brasileira de Contabilidade - NBCT 10.8.1.3, define que as sociedades cooperativas são:

Aquelas que exercem as atividades na forma de lei específica, por meio de atos cooperativos, que se traduzem na prestação de serviços diretos aos seus associados, sem objetivo de lucro, para obterem em comum melhores resultados para cada um deles em particular. Identificam-se de acordo com o objeto ou pela natureza das atividades desenvolvidas por elas, ou por seus associados.

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Existem muitos tipos de sociedades cooperativas, porem a cooperativa em estudo pode ser enquadrada como cooperativa agropecuária ou de produtores. A cooperativa agropecuária é conceituada por Santos, Gouveia e Vieira (2012, p.31) como as “sociedades formadas por produtores (pessoas físicas e/ou jurídicas) rurais agropastoris e de pesca, que são donos dos meios de produção, para o exercício das atividades econômicas, sem objetivo de lucro”. Na sequencia destacam que“a cooperativa atua no recebimento, beneficiamento, armazenagem e comercialização da produção dos cooperados.”

Polonio (1999, p.40) define cooperativa de produtores como aquelas que “tem como associados os trabalhadores ou os pequenos produtores do campo ou da zona urbana. Objetivam maximizar o lucro desses trabalhadores ou produtores, eliminando o empresário empregador...”.

As sociedades cooperativas são tratadas na lei 5.764 de 16 de dezembro de 1971 (BRASIL, 2014), eem seu art. 4º esta definido o seu conceito e as suas distinções das outras sociedades:

Art. 4º As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindo-se das demais sociedades pelas seguintes características:

I - adesão voluntária, com número ilimitado de associados, salvo impossibilidade técnica de prestação de serviços;

II - variabilidade do capital social representado por quotas-partes;

III - limitação do número de quotas-partes do capital para cada associado, facultado, porém, o estabelecimento de critérios de proporcionalidade, se assim for mais adequado para o cumprimento dos objetivos sociais;

IV - incessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros, estranhos à sociedade; V - singularidade de voto, podendo as cooperativas centrais, federações e confederações de cooperativas, com exceção das que exerçam atividade de crédito, optar pelo critério da proporcionalidade;

VI - quorum para o funcionamento e deliberação da Assembleia Geral baseado no número de associados e não no capital;

VII - retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações realizadas pelo associado, salvo deliberação em contrário da Assembleia Geral; VIII - indivisibilidade dos fundos de Reserva e de Assistência Técnica Educacional e Social;

IX - neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social;

X - prestação de assistência aos associados, e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa;

XI - área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião, controle, operações e prestação de serviços.

Portanto entende-se que as sociedades cooperativas são fundadas com um fim comum, ou seja, elas nascem com a função de gerar retorno para seus associados. Estas sociedades são diferenciadas dos outros tipos de empresas, com características próprias e leis especificas. Uma grande vantagem de se associar a uma cooperativa é a que os resultados gerados são

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distribuídos entre os associados, podendo o pagamento ser destinado em dinheiro, ou ficando na própria cooperativa como aumento da cota do capital social.

2.2 CONTABILIDADE

A contabilidade é uma das ciência mais antigas da história da humanidade e Iudícibus (2000, p.30) destaca que ela é “tão antiga quanto a história do homo sapiens. Alguns historiadores fazem remontar os primeiros sinais objetivos da existência de contas aproximadamente a 4.000 anos a. C.”. Mas ele destaca que os primeiros registros surgiram com a escrita. Na mesma linha de pensamento Crepaldi (2003, p.15) chama a atenção para o fato de que “a contabilidade é uma das ciências mais antigas do mundo”.

A contabilidade é definida por Basso (2005, p.22) como um:

Conjunto ordenado de conhecimentos, leis, princípios e métodos de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativos (monetários) e qualitativos (físico) e que, como conjunto de normas, preceitos e regras gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar os fatos que nele ocorrem, bem como de acumular, resumir e revelar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômico-financeira.

Na visão de Franco (1997, p.21) a contabilidade é definida como a:

Ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e orientações – necessárias a tomada de decisão – sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.

Complementando os conceitos dos autores citados acima, Crepaldi (2003, p.16) define a contabilidade “numa visão geral, contabilidade é uma ciência, uma disciplina, um ramo do conhecimento humano, uma profissão que tem por objeto o estudo dos fenômenos patrimoniais”.

Para Basso (2005, p.23) “o objeto da contabilidade é o patrimônio, geralmente constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma determinada entidade”. Nessa mesma linha de pensamento, Crepaldi (2003, p.19) destaca que “a contabilidade surgiu da necessidade de controlar o patrimônio”.

No entendimento de Iudícibus (2000, p.23) “o objetivo da contabilidade, portanto, pode ser resumido no fornecimento de informações econômicas para os vários usuários, de

(24)

forma que propiciem decisões racionais”. Na mesma visão, Ribeiro (2010, p.4) define o objetivo como “o estudo e o controle do patrimônio e de suas variações visando ao fornecimento de informações que sejam uteis para as tomadas de decisões econômicas”.

Nesse sentido os principais objetivos da contabilidade podem ser definidos como:

 Controlar (física e monetariamente) o patrimônio das entidades;

 Apurar os resultados decorrentes das variações ocorridas no patrimônio das entidades;

 Evidenciar a situação patrimonial, econômica e financeira da entidade, bem como suas tendências;

 Atentar para o cumprimento de normas, leis, e demais dispositivos emergentes da legislação aplicável aos negócios da entidade;

 Fornecer informações sobre o patrimônio aos seus usuários, de acordo com suas finalidades. (BASSO, 2005, p.25)

O campo de atuação da contabilidade é muito amplo, pois atua em todos os tipos de negócios existentes no mercado, segundo Araújo (2009, p.3)

O campo de atuação da contabilidade estende-se as pessoas e entidades que desempenham atividades de conteúdo econômico, quer tenham finalidade de lucro ou não. Assim, a contabilidade atua no campo das pessoas físicas como no das jurídicas. O campo de atuação da contabilidade são, respectivamente, a entidade e o patrimônio.

A ciência contábil é baseada em princípios para a sua escrituração, sendo que

Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. (CFC, 1993, Resolução 750/93)

O conhecimento dos princípios contábeis pelos profissionais da contabilidade é de extrema importância para a correta demonstração do patrimônio das entidades. Os princípios contábeis são definidos em seis que são o:

Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância.

(25)

Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional.

Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.

Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. (CFC, 1993, Resolução 750/93)

Pode-se concluir que a contabilidade é tão antiga quanto a história do homem e ela tem como objeto o patrimônio das pessoas físicas e jurídicas. A contabilidade muito alem de controlar o patrimônio, deve fornecer informações de qualidade para a administração dos negócios. Nos dias de hoje, a contabilidade parou de se preocupar apenas com a escrituração e passou a pensar no futuro das empresas.

2.2.1 Contabilidade aplicada às sociedades cooperativas

A contabilidade nas sociedades cooperativas é um instrumento fundamental para a gestão das mesmas. Para Santos, Gouveia e Vieira (2013, p.106)

A contabilidade constitui-se numa importante ferramenta para a tomada de decisões ao fornecer informação relevante sobre a posição econômico-financeira de uma entidade, possibilitando a predição de eventos que possam alterar seu patrimônio. Para tanto, propõem-se a registrar, mensurar, e informar cada evento pertinente, propiciando aos interessados, como usuários externos (instituições financeiras, governo, fornecedores e clientes) e internos (cooperados, funcionários, entre outros), uma visão adequada sobre a cooperativa.

Segundo o Conselho Federal de Contabilidade (2001) a escrituração contábil nas sociedades cooperativas é obrigatória. Através desta escrituração é possível estruturar as demonstrações contábeis que são obrigatórias para as cooperativas, que são o balanço patrimonial, a demonstração de sobras ou perdas, a demonstração das origens e aplicações de recursos, a demonstração das mutações do patrimônio líquido e as notas explicativas. A NBC T 10.8 do CFC (2001, p.6) define algumas regras para a estruturação destas demonstrações nas sociedades cooperativas:

10.8.3 – DO BALANÇO PATRIMONIAL

10.8.3.1 – O Balanço Patrimonial das Entidades Cooperativas deve evidenciar os componentes patrimoniais, de modo a possibilitar aos seus usuários a adequada

(26)

interpretação das suas posições patrimonial e financeira, comparativamente com o exercício anterior.

10.8.4 – DA DEMONSTRAÇÃO DE SOBRAS OU PERDAS

10.8.4.1 – A denominação da Demonstração do Resultado da NBC T 3.3 é alterada para Demonstração de Sobras ou Perdas, a qual deve evidenciar, separadamente, a composição do resultado de determinado período, considerando os ingressos diminuídos dos dispêndios do ato cooperativo, e das receitas, custos e despesas do ato não-cooperativo, demonstrados segregadamente por produtos, serviços e atividades desenvolvidas pela Entidade Cooperativa.

10.8.5 – DA DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

10.8.5.1 – Na elaboração desta demonstração, serão observadas as disposições da NBC T 3.5 e a terminologia própria aplicável às Entidades Cooperativas, dispensada a elaboração da Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados – NBC T 3.4. 10.8.6 – DA DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS

10.8.6.1 – Na elaboração desta demonstração serão observadas as disposições da NBC T 3.6 e a terminologia própria aplicável às Entidades Cooperativas.

Uma das maiores diferenças da contabilidade nas cooperativas é a nomenclatura das contas de receitas, custos e despesas das operações com os associados, pois segundo a NBC T 10.8 do CFC (2001, p.3):

A movimentação econômico-financeira decorrente do ato cooperativo, na forma disposta no estatuto social, é definida contabilmente como ingressos e dispêndios (conforme definido em lei). Aquela originada do ato não-cooperativo é definida como receitas, custos e despesas.

As notas explicativas também são tratadas na NBC T 10.8 do CFC (2001, p.7) que define informações que devem conter na publicação das mesmas, que seguem:

10.8.7.2 – As demonstrações contábeis devem ser complementadas por notas explicativas que contenham, pelo menos, as seguintes informações:

a) Contexto operacional da Entidade Cooperativa;

b) As principais atividades desenvolvidas pela Entidade Cooperativa; c) Forma de apresentação das demonstrações contábeis;

d) Principais práticas contábeis adotadas;

e) Apresentação analítica dos principais grupos de contas, quando não apresentados no balanço patrimonial;

f) Investimentos relevantes, contendo o nome da entidade investida, número e tipo de ações/quotas, percentual de participação no capital, valor do Patrimônio Líquido, data-base da avaliação, resultado apurado por ela no exercício, provisão para perdas sobre os investimentos e, quando da existência de ágio e/ou deságio, valor envolvido, fundamento e critério de amortização

g) Saldos (ativos e passivos) e transações (receitas e despesas) com partes relacionadas que não sejam associados, com desdobramento conforme a natureza das operações;

h) Composição do imobilizado e diferido, valores respectivos das depreciações, amortizações e exaustões acumuladas, taxas adotadas e montantes do período; i) Composição dos tipos de empréstimos, financiamentos, montantes a vencer a longo prazo, taxas, garantias e principais cláusulas contratuais restritivas;

j) Contingências existentes, com especificação de sua natureza, estimativa de valores e situação quanto ao seu possível desfecho;

(27)

k) Composição da conta Capital Social, com número de associados existentes na data do encerramento do exercício e valor da quota-parte;

l) Discriminação das reservas, detalhando sua natureza e finalidade;

m) Mudanças de critérios e práticas contábeis que interfiram na avaliação do patrimônio da Entidade Cooperativa, destacando seus efeitos;

n) Composição, forma e prazo de realização das perdas registradas no Ativo (item 10.8.2.7); e

o) Eventos subsequentes.

Lima (2005, p.26) destaca em seu artigo que:

No sistema cooperativo, a contabilidade além de atender a legislação, deve informar aos seus associados que são os grandes responsáveis pelo desenvolvimento do negócio, e na maioria das vezes são pessoas simples com um grau de estudo menos elevado, sendo assim evidencia-se a necessidade que as cooperativas tem de padronizar o seu sistema contábil cooperativo, para que falhas não ocorram, num sistema que se encontra em desenvolvimento.

A contabilidade nas sociedades cooperativas é de muita importância, pois ela além de atender a legislação em vigor demonstra para os cooperados a situação econômica em que se encontra a entidade que é de sua propriedade pelo quadro societário. Cabe resaltar que a contabilidade nas sociedades cooperativas esta muito além de demonstrar a situação financeira da cooperativa, pois é com a contabilidade que os gestores da entidade poderão tomar as decisões corretas para o bom funcionamento e crescimento da mesma no mercado.

2.3 CONTABILIDADE GERENCIAL

A contabilidade gerencial é muito importante para as empresas, pois ela gera informações para as tomadas de decisões. Andrade et al. (2013, p.104) destacam que “o cotidiano das empresas é repleto de mudanças e desafios, assim são necessárias informações úteis e relevantes que atendam às necessidades de planejamento, de controle e de tomada de decisão, possibilitando que o gestor administre bem o negócio”.

A contabilidade gerencial é definida por Iudícibus (1998, p.21) como um:

Enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise de balanços, etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar o gerente das entidades em seu processo decisório.

Complementando o conceito da contabilidade gerencial, Coronado (2006, p.26) destaca que “a contabilidade gerencial considera dados históricos e estimados objetivando o

(28)

planejamento de operações futuras...” ele ainda relata que “...a contabilidade gerencial não requer que os números sejam preparados de acordo com os princípios contábeis, possibilitando ao contador ou usuário monta-los de acordo com os objetivos necessários a administração.”

Padoveze (2000, p.31) ainda destaca que “a contabilidade gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para os administradores – isto é, aqueles que estão dentro da organização e que são responsáveis pela direção e controle de suas operações”.

A principal diferença da contabilidade gerencial é em relação aos usuários das informações, sendo a contabilidade gerencial voltada para a gestão da organização, ou seja, para os usuários internos e a contabilidade financeira aquela baseada em normas e princípios. Com isso pode ser elencado alguns itens para compara-la com a financeira.

Quadro 1 - Comparação entre a contabilidade gerencial e a financeira

Fator Contabilidade Financeira Contabilidade Gerencial

Usuários dos relatórios Externos e Internos Internos

Objetivo dos relatórios Facilitar a análise financeira para as necessidades dos usuários externos

Objetivo especial de facilitar o planejamento, controle, avaliação de desempenho e tomada de decisão internamente

Forma dos relatórios Balanço patrimonial, demonstração dos resultados, demonstração dos fluxos de caixa, demonstração do valor adicionado e demonstração das mutações do patrimônio líquido

Orçamentos, contabilidade por responsabilidades, relatórios de desempenho, relatórios de custos, relatórios especiais não rotineiros para facilitar a tomada de decisões Frequência dos relatórios Anual, trimestral e ocasionalmente

mensal

Quando necessário para a administração

Custos ou valores utilizados Primariamente históricos (passados)

Históricos e esperados (previstos) Bases de mensuração usadas para

quantificar os dados

Moeda corrente Várias bases (moeda corrente,

moeda estrangeira – moeda forte, medidas físicas, índices, etc) Restrições nas informações

fornecidas

Princípios contábeis Nenhuma restrição, exceto as determinadas pela administração Arcabouço teórico e técnico Ciência contábil Utilização pesada de outras

disciplinas, como economia, finanças, estatística, pesquisa operacional e comportamento organizacional

Características das informações fornecidas

Deve ser objetiva (sem viés), verificável, relevante e a tempo

Deve ser relevante e a tempo, podendo ser subjetiva, possuindo menos verificabilidade e menos precisão

Perspectiva dos relatórios Orientação histórica Orientada para o futuro para facilitar o planejamento, controle e avaliação de desempenho antes do fato (para impor metas) acoplada com uma comparação histórica para avaliar os resultados reais (para o controle posterior do fato) Fonte – Adaptado de Padoveze (2000, p.31-32)

(29)

A contabilidade gerencial é de extrema necessidade nas organizações para uma correta tomada de decisão. Com todos os autores citados acima se conclui que a contabilidade gerencial não é baseada em princípios contábeis, mas em princípios, normas e metas estabelecidas internamente pela empresa. Sem a contabilidade gerencial, os usuários, que necessitam de informações para as tomadas de decisões não tem a correta orientação para a melhor oportunidade para a empresa.

2.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE

As empresas cada vez mais se deparam com a necessidade de efetuar investimentos com frequência nos negócios em que estão atuando. E com isso a análise de viabilidade se torna mais constante no dia a dia dos negócios. A análise de viabilidade é a aplicação de taxas que permitem ao gestor avaliar se um investimento que a empresa pretenda implementar ira gerar resultados positivos ou negativos.

2.5 RECEITAS, CUSTOS E DESPESAS

Para o funcionamento das empresas sempre decorem receitas, custos e despesas. A análise de viabilidade econômica e financeira esta diretamente ligada a estes processos de geração de recursos. Gomes (2013, p.20) destaca que “para gerar as receitas, a empresa precisa de infraestrutura física e de pessoal, gasta com aquisição de produtos e serviços, em folha de pagamento, gasta em propaganda etc., ou seja, ela incorre em custos”.

Em virtude dos fatos mencionados serão abordadas algumas definições sobre as receitas, os custos e as despesas para demonstrar o que cada um exerce na atividade empresarial, cujo conhecimento destes conceitos é fundamental para a correta elaboração da análise de viabilidade.

2.5.1 Receitas

As receitas são as entradas de recursos que uma empresa consegue obter decorrente da venda de mercadorias ou prestação de serviços. As receitas são conceituadas pela NBC TG Estrutura Conceitual do CFC (2008, p.18) como os:

(30)

Aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultem em aumento do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade;

Para Frezatti (2008, p.55) a receita esta relacionada com o faturamento da empresa, e ele destaca que ela ocorre:

Decorrente do faturamento da empresa em determinado período (por exemplo: de janeiro a dezembro de um ano qualquer). A receita bruta da empresa não exclui os impostos relacionados com o faturamento, as devoluções e outros tipos de abatimento. A receita líquida exclui esses elementos.

A receita em uma empresa é muito importante, pois apenas através dela a empresa consegue operar seu objetivo fim. É possível concluir que as receitas são os instrumentos fundamentais para a apuração do resultado de um determinado período, pois sem ela as empresas não sobreviveriam no mercado competitivo.

2.5.2 Custos

Os custos nas empresas devem ser muito bem controlados para se evitar que a empresa opere com prejuízo, devido que os custos são fundamentais para fixação do preço de venda. Martins (2001, p.25) define que os custos são “gastos relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços”. Em uma visão mais sintética Padoveze (2012, p.329) destaca que “custos são gastos para conseguir um produto (adquirir ou fabricar)”, Ele também os define de uma forma mais completa como:

Os gastos, que não investimentos, necessários para fabricar os produtos na empresa. São os gastos por ela efetuados que farão nascer os seus produtos. Os custos são os gastos relacionados aos produtos, posteriormente ativados quando os produtos objetos destes gastos forem gerados. De um modo geral, são os gastos ligados a área industrial da empresa. (PADOVEZE, 2012, p.329)

Os custos podem ser classificados em diretos ou indiretos, sendo os diretos são os que estão diretamente relacionados aos produtos que são produzidos e os indiretos os que não têm relação direta a fabricação dos produtos. Berti (2009, p.60) os define como:

Custo direto é aquele em que o técnico (contador) não precisa de instrumentos, métodos ou formas de auxilio para identificar, ou melhor colocando é fácil de identifica-lo. Os custos diretos mais comuns são: matéria prima, mão de obra direta e embalagens.

(31)

Custo indireto é aquele em que o técnico precisa de um auxilio, de uma metodologia, de uma forma de rateio para identificar o custo e não se pode afirmar com certeza ou com precisão se realmente o valor é correto.

Outra classificação que os custos podem ter é em relação à variação do volume de produção ou venda de uma empresa, cuja classificação dos custos pode ser como variáveis ou fixos. Eles são definidos como:

Custo fixo é aquele custo que ocorre na empresa independente de essa estar ou não, em atividades, estar operando; o custo ocorre e a organização tem que se responsabilizar pelo mesmo. Os custos fixos mais comuns são: aluguel, salários fixos mensais, encargos sociais sobre salários, retirada de diretores (pró-labore), etc. Custo variável é que ocorre em função de uma referência (produto, serviço, etc). quanto maior o volume da atividades, maior será o custo variável, ou seja, é diretamente proporcional ao volume de operações (normalmente produção). (BERTI, 2009, p.65).

Portanto baseado nos autores, foi possível perceber que os custos são os gastos que decorem da fabricação de um outro produto ou serviço, cabe resaltar que apenas irão se transformar em custos quando os produtos forem vendidos. Também foram descritos a classificação dos custos, que se classificam como fixos ou variáveis e também podem ser classificados como direto ou indiretos. Os custos são instrumentos fundamentais na gestão da empresa, pois é através deles que é possível calcular o preço de venda de um produto.

2.5.3 Despesas

As despesas decorrentes de uma atividade são aqueles gastos que não estão diretamente ligadas aos produtos ou seu custo. Para Gomes (2013, p.21) as despesas são “custos e pagamentos efetuados ou compromissados relacionados às vendas ocorridas.”

Na concepção do Conselho Federal de Contabilidade (2008, p.18), na NBC TG - Estrutura conceitual as despesas são consideradas:

Decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou incremento em passivos, que resultem em decréscimo do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da entidade.

Segundo Martins (2001, p.26) a despesa é um “bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receita”. Ele ainda destaca que “as despesas são itens que

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reduzem o patrimônio líquido e que tem essa característica de representar sacrifícios no processo de obtenção de receita”.

Berti (2009, p.21) destaca que a “despesa são fatores identificáveis a administração financeira e relativa às vendas, que reduzem as receitas. A despesa afetará diretamente o resultado do exercício”.

Com todos os autores elencados é possível perceber que as despesas são desembolsos que as empresas efetuam para poder gerir as vendas e o setor administrativo. As despesas afetam diretamente o resultado, pois são escrituradas diretamente na demonstração do resultado do exercício.

2.5.3.1 Despesa com depreciação

Todos os bens que são adquiridos pelas empresas perdem seu valor com o decorrer do tempo e do devido ao seu uso. A perda do valor dos bens é chamada de depreciação, que Basso (2011, p.262) a define como “a perda de valor dos direitos que tem por objeto de bens físicos, sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência”.

Para um melhor entendimento do que se trata a depreciação, é fundamental que o profissional contábil tenha clareza dos conceitos que há envolvem, o CFC (2008, p.2) elenca os seguintes elementos utilizados no calculo da depreciação, sendo:

Valor bruto contábil: o valor do bem registrado na contabilidade, em uma determinada data, sem a dedução da correspondente depreciação, amortização ou exaustão acumulada.

Valor depreciável, amortizável e exaurível: o valor original de um ativo deduzido do seu valor residual.

Valor líquido contábil: o valor do bem registrado na Contabilidade, em determinada data, deduzido da correspondente depreciação, amortização ou exaustão acumulada.

Valor residual: o montante líquido que a entidade espera, com razoável segurança, obter por um ativo no fim de sua vida útil econômica, deduzidos os gastos esperados para sua alienação.

Vida útil econômica: o período de tempo definido ou estimado tecnicamente, durante o qual se espera obter fluxos de benefícios futuros de um ativo.

Para o calculo da depreciação o CFC (2008) na NBC T 16.9 elenca três métodos que podem ser utilizados, sendo o das cotas constantes, o da soma dos dígitos e o das unidades produzidas. O método mais utilizado pelas empresas é o das cotas constantes, o qual consiste em aplicar a taxa de depreciação anual no valor depreciável.

(33)

Para que as demonstrações contábeis sejam confiáveis e auxiliem a tomada das decisões é necessário que as empresas adotem taxas de depreciação que se enquadre com o desgaste dos bens, neste sentido, Basso (2011, p.264) destaca que as taxas de depreciação mais utilizadas são:

a) Maquinas, equipamentos, móveis e utensílios – entre 10% a 15% ao ano; b) Veículos de carga e transporte – entre 15% a 20% ao ano;

c) Veículos de uso administrativo – entre 10% e 15% ao ano; d) Construção – entre 2% a 4% ao ano.

Através de todos os elementos elencados sobre a depreciação, pode-se concluir que ela é instrumento fundamental na análise de viabilidade econômica e financeira, pois é através do seu cálculo que a empresa poderá obter o resultado real que ocorre em seus negócios, alem de demonstrar qual o valor que o bem possui hoje no seu ativo imobilizado.

2.6 INVESTIMENTOS

Os investimentos são de extrema importância no cotidiano das empresas, pois são necessários para a evolução de suas operações no mercado. Motta e Câloba (2002, p.34) trazem a definição de que

Considera-se investimento a situação na qual ocorre inversão de capital de alguma forma, podendo ser um projeto novo, na compra de uma empresa existente etc. buscando com isso a criação de valor, ou seja, recuperação do valor investido (principal), mais uma rentabilidade do investimento (taxa de juros), em determinado prazo.

Os investimentos podem ser considerados como uma troca que a empresa realiza entre algum bem ou direito que possuem, por outro bem ou direito que vão vir a ter. Os autores Souza e Clemente (2012, p.66) elencam que:

Um investimento, para a empresa, é um desembolso feito visando gerar um fluxo de benefícios futuros, usualmente superior a um ano. A lógica subjacente é a de que somente se justificam sacrifícios presentes se houver perspectivas de recebimentos futuros.

Os investimentos na óptica da decisão financeira empresarial são definidos em duas naturezas distintas, que são:

(34)

Investimento financeiro propriamente dito ou investimento de capital. Na categoria dos investimentos financeiros propriamente ditos estão presentes as compras de títulos e valores mobiliários, caracterizados por uma maior liquidez (possibilidade de mais rápido reaver os gastos no investimento) e pela possibilidade de obtenção de informações relevantes nos mercados de capitais ou financeiros. Na categoria de investimentos de capital estão os gastos corporativos mais vultosos, como a aquisição de uma nova máquina, a reforma de uma planta industrial, a abertura de um novo centro distribuidor e outros. A perspectiva de investimento de capital costuma ser denominada projeto de investimento. (BRUNI E FAMÁ, 2012, p.2).

Os projetos de investimentos podem ser caracterizados em projetos mutuamente exclusivos, projetos independentes e projetos dependentes. Kassai et al. (2012, p.138) define os projetos mutuamente exclusivos quando “a seleção de um deles, necessariamente elimina os demais”.

Baseando-se nos conceitos de Casarotto Filho e Kopittke (2010) é possível definir os projetos de investimentos independentes como os que não dependem de nenhum outro para a sua escolha, já os dependentes são os que dependem da aceitação ou não de algum outro projeto. Nesta mesma visão, Souza e Clemente (2012, p.139) trazem a concepção de que os projetos independentes são aqueles em que “se a escolha de um deles não excluir, necessariamente a escolha dos demais” e eles (2012, p139) definem os dependentes como os que “a seleção de um deles alterar a decisão com respeito aos demais projetos da carteira”.

Em virtude dos fatos mencionados sobre os investimentos é possível perceber que eles são a troca de bens ou direitos para o melhoramento da empresa. A principal diferença entre um investimento e uma despesa é que o investimento é feito para incrementar as operações da empresa e uma despesa é algo que ocorre para manter as operações em andamento. Cabe resaltar que os investimentos são caracterizados em opção de escolha, devido de que muitas empresas possuem falta de capital para investir.

2.7 METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE

Os métodos de análise de viabilidade podem ser elencados em duas categorias, que são as através do fluxo de caixa e as baseadas no resultado econômico financeiro. Elas são definidas como

 Baseados no fluxo de caixa - têm como característica a identificação dos fluxos de caixa do projeto, ou seja, as entradas e saídas de caixa decorrente do fato de o projeto ser implantado, ignorando apropriações, provisões, deferimentos e amortizações.

(35)

 Baseados no resultado econômico/contábil – são aqueles que consideram os impactos econômicos de um projeto, apurado por meio das demonstrações (balanço patrimonial e demonstração do resultado. (FREZATTI, 2008, p.73)

Para poder se tomar uma correta decisão a respeito de um investimento é necessário utilizar todos os mecanismos que temos a nosso favor. As duas metodologias de análise de viabilidade devem ser utilizadas na avaliação de projetos, para após a análise de todos os índices ter-se a certeza que a melhor decisão a ser tomada é pela implementação do projeto ou não.

2.7.1 Análise de viabilidade econômica

A análise de viabilidade econômica é baseada no resultado econômico da empresa, para se realizar esta análise é necessário se estruturar a demonstração do resultado do exercício projetada para depois poder se aplicar os indicadores de lucratividade e rentabilidade.

2.7.1.1 Demonstração de resultado do exercício – DRE

A demonstração do resultado do exercício – DRE é um demonstrativo de extrema importância para a correta gestão da empresa, pois é através dela que se evidencia o resultado obtido pela entidade. Para Crepaldi (2003, p.200) “a demonstração do resultado do exercício (DRE) é uma demonstração financeira imprescindível para a elaboração do balanço patrimonial”. Ele ainda traz a concepção de que

A demonstração do resultado do exercício é um resumo que apresenta, dentro de certa ordenação, os saldos finais dos movimentos das contas do sistema de resultado. A DRE refere-se sempre a determinado período de apuração – em geral um mês ou um ano. É apresentada em colunas simples, iniciando com a receita bruta, demonstrando os custos e despesas incorridas e finalizando com o resultado do período em questão. (CREPALDI, 2003, p.200).

Basso (2005, p.275) define que “a demonstração do resultado do exercício é um relatório contábil que sintetiza as operações que deram origem ao resultado de um determinado exercício social”.

Na mesma linha de pensamento, mas em palavras mais resumidas, Ribeiro (2010, p.406) define a demonstração do resultado do exercício como “um relatório contábil destinado a evidenciar a composição do resultado formado em um determinado período de operação da

(36)

empresa”. Para um melhor entendimento da DRE pelos usuários das informações ela é estruturada de uma forma que seja de fácil compreensão, onde segue um modelo no quadro 2.

Quadro 2 - Modelo de uma demonstração do resultado do exercício - DRE DESCRIÇÃO EXERCÍCIO ATUAL EXERCÍCIO ANTERIOR R$ R$

1. RECEITA OPERACIONAL BRUTA

Venda de Mercadorias e/ou prestação de serviços

2. DEDUÇÕES E ABATIMENTOS

Vendas Anuladas

Descontos Incondicionais concedidos

ICMS sobre vendas

PIS sobre faturamento

COFINS sobre faturamento

3. RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (1 -2)

4. CUSTOS OPERACIONAIS

Custos das Mercadorias Vendidas e dos serviços Prestados

5. LUCRO OPERACIONAL BRUTO (3 - 4)

6. DESPESAS OPERACIONAIS

Despesas com vendas

Despesas Financeiras

(-) Receitas Financeiras

Despesas Gerais Administrativas

Outras despesas Operacionais

7. OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS

8. LUCRO OU PREJUIZO OPERACIONAL (5 - 6 + 7)

9. OUTRAS RECEITAS

10. OUTRAS DESPESAS

11. RESULTADO DO EXERCÍCIO ANTES DAS DEDUÇÕES

(8 + 9 -10)

12. PROVISÃO PARA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O

LUCRO

13. PROVISÃO PARA O IMPOSTO DE RENDA

14. RESULTADO DO EXERCÍCIO APÓS AS DEDUÇÕES (11 -

12 - 13) 15. PARTICIPAÇÕES Debêntures Empregados Administradores Partes Beneficiárias

CONTR. P/ FUNDO AS. OU PREV EMPREGADOS

16. REVERSÃO DE JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO 17. LUCRO LÍQUIDO DO EXERCICIO (14 - 15 + 16)

18. LUCRO LÍQUIDO DO EXERCICIO OU PREJUIZO

Referências

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