Um dos ministérios que creio que não deveriam faltar em nenhuma igreja é o ministério de aconselhamentos, pois esse é o que traz consolidação aos membros do corpo de Cristo. Esse ministério está intimamente ligado ao de libertação.
Tenho presenciado a importância de aconselhar pessoas que necessitam de orientações em diversas áreas vitais de suas vidas. Diariamente atendo pessoas que precisam de ajuda, e na maioria dos casos são situações difíceis de enfrentar sem a ajuda de um homem ou mulher de Deus.
Nós, como corpo de Cristo, devemos ajudar aqueles que buscam respostas para suas vidas familiar, financeira, sentimental, enfim todas as áreas.
Quando alguém é orientado adequadamente, esse passa a viver uma vida de vitória e
conquista. São milhares de pessoas que tenho aconselhado, e essas têm dado testemunhos de libertação e transformação.
Recentemente estive em uma igreja na cidade de Londrina-PR, e ali atendi várias pessoas que precisavam de ajuda para se libertarem de situações em que satanás estava prendendo-as.
Pois, muitas vezes só pelo fato de ouvirmos suas histórias e dificuldades, elas são libertas pelo poder renovador de Jesus Cristo.
Um dos grandes problemas nos dias de hoje é que quase ninguém quer investir tempo em ouvir alguém que necessita ser ouvido. Não têm paciência de ouvir aqueles que precisam de uma orientação sincera aos seus corações aflitos.
O que é aconselhamento?
Aconselhamento é uma relação em que uma pessoa busca assistir a outra nos seus problemas e dificuldades. O modelo do conselheiro que temos que seguir é o Senhor Jesus, Ele era
absolutamente honesto, profundamente compassivo, altamente sensível e espiritualmente amadurecido; transmitia paz e segurança aos necessitados.
No aconselhamento, a direção e dependência no Espírito Santo deve ser total, pois na verdade é Ele quem aconselha, somos apenas orientados por Ele. A Bíblia deverá ser à base de todo aconselhamento. Toda escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para
repreender, para corrigir, para instruir em justiça; a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra. (2 Timóteo 3.16-17).
Na palavra de Deus encontramos todos os princípios e respostas aos anseios do homem, em todas as áreas da sua vida: espiritual, mental, física, emocional, familiar, financeira e
ministerial; por isso ela deve ser o nosso guia base.
Objetivos do aconselhamento
Mudança ou transformação: envolve um desabituar-se de hábitos e costumes errados, e um reabituar-se com os corretos, é uma disciplina constante;
Uma vida de comunhão satisfatória com Deus; oração, leitura da palavra, relacionamento, adoração ao Senhor Jesus;
Crescimento e maturidade: capacidade para trabalhar na obra de Deus;
Auto-compreensão: enxergar e conhecer a si mesmo;
Comunicação: aprender a expressar-se;
Realização em Cristo: descobrir e expressar seu potencial;
Proporcionar apoio e ajuda: fazer com que o aconselhado sinta segurança, confiança e apoio no conselheiro de Deus.
Motivações do conselheiro.
Motivações certas:
Servir ao corpo de Cristo, ajudando as pessoas necessitadas.
Motivações erradas:
Curiosidade em querer saber da vida da pessoa além do limite permitido;
Carência emocional ou de relacionamentos;
Desejo de autoridade, de controlar pessoas;
Desejo de se sentir útil, de se tornar indispensável, de super proteger as pessoas;
Exclusivismo para com as pessoas que aconselha.
Exigência para conselheiros de libertação e quebra de maldições Amor; Bondade;
Discernir o que a pessoa precisa;
Sinceridade, espontaneidade, honestidade e transparência;
Disposição em atender e suprir as necessidades dos aflitos;
Tempo organizado e de qualidade; Não dominar-respeitar o livre arbítrio da pessoa;
Estar em crescimento contínuo (espiritualmente e emocionalmente); Oração diária pelas vidas que aconselha;
Ser um discípulo – estar debaixo de uma autoridade espiritual; Saber ouvir, esse é o ponto chave de todo aconselhamento;
Se fazer confiável, transmitir segurança e responsabilidade;
Andar em vitória na caminhada cristã;
Ter um conhecimento básico acerca da Bíblia, da visão da igreja, da natureza humana, dos processos espirituais e emocionais;
Ter um conhecimento básico do mundo espiritual (problemas emocionais, mentais e
demônios), pois esses geralmente operam juntos. Precisamos de discernimento acerca dos espíritos, para saber com o que estamos lidando;
Ser uma pessoa emocionalmente equilibrada;
A sua moral deve estar em alinhamento com a do novo testamento; Compromisso com Jesus Cristo, tendo-o não só como Salvador, porém também como Senhor de sua vida, com já alguns anos de vivência com Ele;
Deve ser uma pessoa de oração e jejum;
Deve ser vigilante em todos os sentidos, todas as áreas de sua vida;
Deve ter um coração perdoador ou em processo de libertação;
Ser um bom exemplo em tudo;
Deve entender a essência da fé cristã e o significado da natureza trinitária do homem (espírito, alma e corpo);
Deve ter recebido o batismo ou poder do Espírito Santo, ou estar aberto a recebê-lo;
Deve crer e buscar o desenvolvimento “dos dons sobrenaturais do Espírito Santo”;
Deve ter conhecimento para guiar as pessoas para o Senhor Jesus (orar pela salvação da pessoa);
Deve ter conhecimento para levar as pessoas a renunciar satanás e suas obras, desvinculando-se assim do passado;
Deve estudar a Bíblia com referência ao batismo no Espírito Santo, para levar as pessoas a receber o poder do Espírito Santo. Por isso vos digo: Pedi, e dar-se- vos-á; buscai, e achareis;
Batei, e abrir-se-vos-á. Pois qualquer que pede recebe;
Quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á. Qual o pai dentre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? Ou, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Se vos, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o pai celestial o Espírito Santo aqueles que pedirem? (Lucas 11.9-13).
Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”. (Atos 1.8)
Deve experimentar o poder da cura interior e ter passado por libertações e quebra de maldições;
Ter conhecimento ou estar estudando a respeito da batalha espiritual;
Buscar a santificação através de jejuns, estudando a palavra de Deus e orando no espírito.
(Judas 20).
Devemos levar o aconselhado a um equilíbrio entre intelecto, emoções, vontade e sentidos.
Levá-los a conhecer sua alma para que essa seja restaurada. Perigos no aconselhamento a, que devem ser evitados pelo ministrante Confundir os assuntos, “visitas” em lugar de
conselhos;
Pressa e impaciência, em lugar de decisão e paciência;
Desrespeito, em lugar de simpatia (precipitar julgamentos, conselhos rígidos);
Condenação, em lugar de imparcialidade;
Sobrecarregar o aconselhamento com muitos assuntos de uma só vez;
Envolvimento emocional (deve haver uma “relação de ajuda profissional” apenas);
Atitude de defesa do conselheiro, caso se sinta ameaçado, criticado ou incapaz de ajudar a pessoa ministrada;
Manipulação por parte do aconselhado, querer “dobrar” o conselheiro;
Resistência a mudanças por parte do aconselhado (deve-se deixar claro que o aconselhado é responsável pelo sucesso ou não do aconselhamento). Perigos no aconselhamento de sexos opostos Deve ter proteção espiritual;
Percepção de sinais sutis que buscam um envolvimento emocional (contatos físicos, desejo de se encontrarem constantemente, prolongamento do tempo, manipulação, assuntos sexuais, liberdade excessiva, detalhes íntimos). Devemos sempre vigiar para que satanás não venha tirar proveito da situação;
Estabelecer limites no aconselhamento, para evitar as situações descritas acima;
Ter proteção da cobertura espiritual e do consentimento cônjuge se o conselheiro for casado, prestar relatório a sua liderança;
O melhor seria que o aconselhamento fosse feito por pessoas do mesmo sexo que o aconselhado. Outras observações importantes O conselheiro deve manter segredo das informações recebidas, a não ser que haja necessidade de levar ao conhecimento da sua cobertura ou liderança, isso deve ser feito, entretanto, com o conhecimento e permissão do aconselhado;
Em toda decisão moral, o que deve prevalecer é a palavra de Deus, não o que eu acho, mas o que a Bíblia diz;
Abster-se de administrar ou interpretar testes, dar conselhos médicos ou legais, oferecer quaisquer serviços ou ajudas para os quais não esteja treinado ou qualificado, para tal tarefa devemos conhecer nossos limites;
Evitar fadiga e desgastes físicos e emocionais: cultivar períodos de oração regulares, meditar diariamente nas escrituras sagradas, ter sempre o apoio de outras pessoas, estar sempre se aconselhando também com pessoas mais experientes, pois ninguém sabe tudo, somente Deus é quem conhece e sabe todas as coisas, ter um período regular de descanso, não aconselhar estafado ou estressado, ou em horários difíceis (como em finais de cultos).
Esses são alguns princípios que preparamos com carinho, para todos que desejam implantar o ministério de aconselhamento em suas respectivas igrejas, porém isso não é tudo, pois a cada dia, devemos estar abertos para aprender novos princípios com a ajuda do Espírito Santo.
Estude e se prepare.
Mas o consolador, o Espírito Santo, que o pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. (João 14.26) O Espírito Santo, só pode lembrar algo que aprendemos, se não estudarmos e não nos prepararmos, Ele não nos
lembrará acerca daquilo que não aprendemos.
