A demanda
por vagas nos
Cursos Superiores do CearázyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Prof. Raim undo Hélio LeitehgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
P rofessor A ssistente do D epartam ento de E ducação da U F C e m em bro da C om issão C oordenadora do V estibular.
1. Introdução
A partir da últim a década, os cursos superiores têm en-frentado um a avalanche cada vez m aior de candidatos que buscam ingressar nas universidades brasileiras. Alguns m
e-canism os, que se supunham reguladores, foram im plantados
sem que tenham , no entanto, revelado eficácia algum a até
o presente. Dentre eles, vale destacar: a im plantação dos
cursos profissionalizantes previstos pela Lei 5692/71, a unifi-cação de datas dos vestibulares nas universidades federais; a retirada de perfis m ínim os para classificação com a conse-qüente exigência de preenchim ento de todas as vagas ofecidas e a realização de concursos vestibulares unificados re-gionalm ente.
O que se esperava desses m ecanism os seria, de um lado,
o rendim ensionam ento da procura aos cursos superiores na
m edida em que as profissões de nível m édio despertassem o in-teresse de potenciais candidatos à universidade e, de outro, um m aior poder de absorção dos cursos universitários. Na prática, nem um a coisa nem outra tem ocorrido.
Algum as contradições intrínsecas às m edidas que foram
tom adas para porem em funcionam ento esses m ecanism os
com o a qualidade de profissionais form ados pela universidade tem prejudicado largam ente sua eficácia. Algum as tent~tiv~s vêm sendo feitas, com o por exem plo a integraçao
umversi-dade-em presa, m as não chegam ainda a preencher essa
lacuna. Nem m esm o a ênfase dada a certas áreas pelos Pla-nos Nacionais de Desenvolvim ento que poderiam funcionar com o estím ulos do m ercado tem tido im pacto im ediato. O fato de o II PND afirm ar:
podem ser, inclusive, co-responsáveis pela sua ineficácia. Era o caso, por exem plo, do dispositivo m inisterial que contem -plava, com um acréscim o de 10% no total de pontos obtidos no vestibular, o aluno que tivesse feito curso
profissionali-zante de 2.0 Grau.w' A adoção dessa m edida, foi praticam ente
suspensa num reconhecim ento, talvez, das distorções que por
certo acarretaria a curto prazo.
Esse bônus pode estim ular o aluno a fazer um curso pro-fissional não com o elem ento de suporte econôm ico e fixação profissional e sim para continuar na com petição para o in-gresso num curso superior. Isto é tanto m ais verdade quando se sabe que a criação desses cursos, de m odo geral, não tem obedecido ao critério básico, qual seja, suprir as necessidades do m ercado de trabalho regionaL
Essa m esm a assincronia vem se verificando entre a oferta de vagas nos cursos superiores e as exigências do m ercado de trabalho, em bora se reconheça a necessidade de colocar, sem im plicar num a dependência direta e exclusiva, a oferta
em função das necessidades.hgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAÉ o que faz o professor Newton
Sucupira ao afirm ar: "Creio que um a política de expansão
do ensino superior deve levar em conta certas variáveis com o o critério da dem anda técnica das necessidades econôm icas; o critério social de aspiração de form ação de cada indivíduo; as lim itações do próprio sistem a, e as lim itações dos recursos hum anos e m ateríaís.":»
Esse reconhecim ento é apenas form al, pois pouco ou
quase nada tem sido feito de prático para se efetuar essa
ligação. A oferta continua sendo feita independentem ente
das potencialidades de absorção do m ercado e sem nenhum
acom panham ento dos seus reflexos. Nesse particular, por
sinal, o aum ento de vagas tem sido ditado pelas disponibili-dades de recursos hum anos e instalações físicas satisfazendo apenas às duas últim as condições citadas por Sucupira.
A inexistência de estudos sistem áticos que perm itam
adequar às necessidades do m ercado a oferta de vagas bem
"No cam po social, são prioridades m aiores a
Educa-ção sob ponto de vista quantitativo e, notadam ente,
· de qualidade de ensino, com esforço novo na área de pós-graduação e a saúde, ao lado da infra-estrutura de serviços urbanos", (3)
não tem m odificado substancialm ente a procura por cursos
de form ação de pessoal docente. O prestígio de que gozam
os cursos da área de Saúde transcende a um a possível
in-fluência dessa ênfase, com o é sabido.
A dem anda social por cursos superiores fica, por conse-guinte, orientada pelo prestígio social da profissão, pela in-fluência da fam ília, pelo m odism o em que certos cursos
re-cém -criados se transform am pela vocação em alguns casos
e, com o se tem observado ultim am ente; pela concorrência re-gistrada nos vestibulares anteriores.
Esse últim o aspecto tem transform ado as inscrições para m uitos candidatos, num a "bolsa de valores" às avessas.
Esses que pensam resolver o problem a da escolha de um a
carreira dessa m aneira inscrevem -se nos cursos em que o
núm ero de concorrentes seja m enor, tornando m ais irreal
ainda a procura por certos cursos. O que o candidato quer é
conseguir um a vaga, é obter o
status
de universitário. Osefeitos desse com portam ento são obviam ente desastrosos. O
candidato term ina por se classificar num curso que não tem interesse em term inar, o que o levará a fazer novo vestibular,
(1 )
(2)
B ra sil, L e is, d e cre to s. D e cre to n .? 7 5 3 6 9 d e 1 3 /0 2 /7 5 . D .O .U . S U C U P IR A , N e w to n L in s B u a rq u e . P ro b le m a s d o a ce sso a o e n sin o su
-p e rio r. In . S im -p ó sio in te rn a cio n a l d e a ce sso a o e n sin o su -p e rio r. 1 .0
R io d e Ja n e iro , 1 9 7 3 . p . 2 3 .
(3 ) B ra sil. P re sid e n te 1 9 7 5 - 1 9 7 9 (G e ise l) P la n o N a cio n a l d e D e se n vo l-vim e n to , 11. B ra sllla , 1 9 7 4 . p . 9 9 .
F o n te : P e sq u isa d ire ta ju n to à C C V .KJIHGFEDCBA
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criando um reflexo prejudicial aos que estão term inando
norm alm ente o 2.0 Grau.
Este trabalho se propõe a estudar de form a reduzida,
ou seja para o Estado do Ceará, o problem a da dem anda de vagas aos cursos superiores analisando a influência dos
as-pectos levantados anteriorm ente. Foram utilizados dados
das três m aiores universidades existentes no Estado: Univer-sidade Federal do Ceará, UniverUniver-sidade de Fortaleza,
perten-cente à Fundação Edson Queiroz, e a Universidade Estadual
do Ceará, pertencente ao Governo do Estado e adm inistrada pela Fundação Educacional do Estado do Ceará.
A análise dos dados, que será feita a seguir, envolve o
estudo da relação candidato/vaga cujos term os com
ponen-tes exigem um a conceituação a fim de se entender sua uti-lização no contexto do trabalho.
Por vaga entende-se o lugar que foi preenchido nas ins-tituições estudadas por m eio de concurso vestibular.
Por candidato entende-se neste trabalho o estudante re-gualrm ente inscrito nos vestibulares de cada instituição.
É oportuno lem brar que, com o as instituições analisadas
não realisam os vestibulares sim ultaneam ente, a relação
in-clui dupla contagem de um m esm o candidato.
2. Análise dos dados
o
quadro n.o 1, a seguir, apresenta a relação candidato/vaga na UFC. No período de 1968 a 1975 a UFC passou a realizar a inscrição de seus vestibulares por área. Daí só se ter dados à disposição a partir de 1976, quando a inscrição passou novam ente a ser feita por curso. Ao se incluir 1966, o
que se quis foi possibilitar a com paração da dem anda dez
anos depois.
Para que esse cotejam ento se tornasse possível, os cursos
que existiam em 1966 foram enquadrados nos respectivos
centros em que se encontram atualm ente.
Vê-se facilm ente que existem cursos cujas relações vêm
sendo sistem aticam ente baixas ao dos anos (Física, M
.,., '<fi "''':'1
cc ~ ...~ ...hgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAM...
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oferta de vagas desses cursos? Outra pergunta se im põe:
Por que não rem anejar ou m esm o suprim ir a oferta para
esses cursos durante algum período? Observa-se que, em
alguns vestibulares, a relação não é indicada, o que significa dizer que esses cursos não ofereceram vagas naqueles anos. Nesses casos, o critério adotado foi o últim o invocado pelo prof. Newton Sucupira linhas atrás.
Por outro lado, cursos com o Arquitetura e Urbanism o,
Engenharia Civil, M edicina e Odontologia apresentam -se
com o os de m aior procura.
Há que se considerar, antes de tudo, o efeito da política do
numerus
clausus
que tem sido adotada gerando um a de-m anda repride-m ida nesses cursos de de-m aior concorrência. Essetipo de dem anda é certam ente alim entado pela insistência
com que os seus pretendentes insistem em neles ingressar,
tentando várias vezes o vestibular. De acordo com dados da CCV, a percentagem de inscritos que já haviam tentado
ves-tibular entre um a e quatro vezes em 1976 e 1977 foi
cons-tante e igual a 46% . Com o a concorrência nesses cursos não
dim inui substancialm ente é de se esperar, portanto, que
neles a procura esteja influenciada pelo núm ero de
tenta-tivas.
Levando-se em conta, agora, o critério de dem anda
técnica, o de aspiração do indivíduo e a existência de recursos m ateriais e hum anos não seria justo aum entar o núm ero de
vagas nessas áreas? A resposta que os adm inistradores dão
é im ediata e negativa, pois eles argum entam que as
insti-tuições não têm condições de suportar qualquer aum ento de vagas nesses cursos.
O que se observa, então, é o crescim ento da concorrência
a esses cursos, alim entada pela dem anda reprim ida e pela
chegada ao vestibular dos que pretendem seguir aquelas pro-fissões.
Alguns cursos com o Psicologia, por exem plo, não podem ter um a apreciação definitiva, de vez que são de criação re-cente e as taxas exibidas até agora devem estar influenciadas pelo sabor da novidade.
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CURSOS
RELAÇÃO CANDIDATO / VAGA
de vagas oferecidas pode ser responsável, de um lado, pela
existência de relações aparentem ente m ais baixas no quadro
n.? 2 do que no quadro n.? 1. Isso não pode ser interpretado
diretam ente com o significando m enor procura aos cursos
dessa Universidade. M uito pelo contrário, a existência de um m aior núm ero de vagas pode até m esm o servir com o estím ulo para os candidatos. O que ocorre, portanto, é que as relações
do quadro n.? 2 estão afetadas por um a m aior oferta de
vagas.
M esm o oferecendo um m aior núm ero de vagas,
observa--se que cursos destinadoshgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAà form ação de pessoal docente com o M atem ática, Física, Quím ica, Letras, Ciências Sociais e espe-cialm ente Pedagogia, apresentam -se entre os que ostentam boa procura. Um a das explicações para isso, pode ser a ne-cessidade sentida por m uitos de legalizar um a situação que é vivida na prática, isto é, m uitos profissionais se encontram desenvolvendo suas atividades nessas áreas sem possuírem habilitação para tal. Na m edida em que a UNIFOR utiliza tam -bém o turno da noite, condições favoráveis são criadas para
que os profissionais que trabalham nos dois turnos possam
freqüentar seus cursos. Talvez se possa incluir o Curso de
Direito com o atrativo para profissionais que desejam um a
am pliação de seus conhecim entos através de um a segunda form atura de nível superior.
O conjunto das Engenharias apresenta-se com o m esm o
nível de procura, valendo lem brar que Engenharia
Opera-cional não é oferecida pela UFC.
Dentre os cursos não ofertados pela UFC incluem -se:
Adm inistração, Engenharia Operacional, Educação Física e
Fisioterapia. Aqui deve ser ressaltado o caráter com plem en-tar que esses cursos assum em na m edida em que possibili-tam m aior núm ero de opções aos candidatos.
O Curso de Fisioterapia apresentou no 1.0 vestibular/77
a m aior relação, o que pode se explicar, criando, em conse-qüência, um a dem anda reprim ida. Não se pode ter, por isso, um a definição em term os da tendência da procura por esse curso.
O decréscim o da concorrência observada no Curso de Direito não pode tam bém ser tom ado com o um a tendência estabelecida já que, entre 1976 e 1977, ocorreu um aum ento de vagas que pode ter afetado a relação.
Vê-se tam bém que os cursos que se destinam à form ação de pessoal não são detentores de taxas com o se poderia
es-perar. É o caso específico de Pedagogia que se inclui entre
os m enos procurados. Esse problem a de form ação de pessoal docente será objeto de outro trabalho.
A análise do quadro abaixo deve levar em conta: a) o
fato de que o núm ero de vagas oferecidas pela UNIFOR foi, nos quatro vestibulares, bem m aior do que o ofertado pela UFC; b) que ela realiza seus vestibulares após a UFC; c) que ela oferece vagas para cursos que não existem na UFC.
Assim é que, em M atem ática, a UNIFOR ofereceu no
últim o vestibular 1,50 o núm ero de vagas ofertadas pela UFC,
em Física 2,00, em Engenharia Civil 1,80, em Enferm agem
2,00, em Econom ia 2,14 e em Direito 1,00. O m aior núm ero
O quadro n.? 2, a seguir, m ostra a relação candidato;' vaga nos cursos da UNIFOR.
M atem ática Física Quím ica Geologia Eng. Civil Eng. M eoâníca Eng. Elétrica Eng. Operacional
Educação Física
Fisioterapia Enferm agem Adm inistração Econom ia Ciênc. Contábeis Pedagogia
Letras
Ciênc. Sociais Direito
1.0 Vest/76 2.° Vest· /76 1.0 Vest/77 2.° Vest/77
1,97 1,93 3,65 3,75
--
2,00 3,23 4,472.52 3,05 5,73 5,98
4,53 3,87 9,53 6,67
6,57 5,18 9,70 7,06
--
4,20--
4,064,72
--
6,73 6,163,58 3,52 6,03
--1,78 1,53 2,55 3,38
1,78
--
13,30----
4,98--
8,273,58 4,27 5,93 644
3,83 3,90 551 6,65
3,41 3,98 5,19 713
2,45 3,98 5,05 6,92
1,40 3,93 5,80 6,l12
2,88 4,26 7,58 7,65
5,47 4,06 6.89 , 8,21
Por sua vez, o Curso de Educação Física não apresenta uma demanda que se poderia esperar se se levarem em conta as necessidades de pessoal nessa área. Ao comentar o desem-penho da formação de professores para Educação Física con-clui o I PLANDECE:
"Os dados acima citados permitem estimar o "dé-ficit" dehgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA2400 professores de Educação Física em todo o Estado do Ceará".(4)
Isso, com base em dados de 1972. Considerando-se que a ofer-ta da UNIFOR é de 60 vagas e que a UFC venha a oferecer, a partir de 1978, idêntica quantidade, é de se prever a demora para se cobrir a deficiência nessa área.
A demanda pelo Curso de Administração vem crescend.o apesar de a Universidade Estadual do Ceará também ofe-recer vagas para referido curso. Como se verá mais adiante esse detém, na Universidade Estadual, a maior relação can-didato/vaga. É de se perguntar quais as razões desse interesse.
De qualquer modo, pode-se esperar, a médio e longo prazos, a superação da deficiência apontada pelo I PLANDECE já citado, que, ao diagnosticar o desempenho do setor indus-trial, afirma:
"A deficiência nos quadros gerenciais verificada na maioria das indústrias locais reflete-se, fundamen-talmente, na estrutura financeira frágil e altamente vulnerável dessa indústria". (5)
(4 ) C e a rá . G o ve rn a d o r, 1 9 7 5 (B e 2 ._ lra ) P la n o q ü in q ü e n a l d e d e se n vo lvi-m e n to d o E sta d o d o C e a rá . I. F o rta le za , 1 9 7 5 . p . 1 5 5 .
(5 ) O p . cito p . 1 0 5 .KJIHGFEDCBA
Vejamos agora o comportamento da relação candidato/ vaga nos cursos da Universidade Estadual do Ceará.
Quadro n.? 3. Relação candidato/vaga nos cursos da Uni-versidade Estadual do Ceará.
CURSOS RELAÇÃO CANDIDATO IVAGA
1.0 Vest/76 2.° Vest./76 1.0 Vest/77 2.° Vest/77
Adm inistração 17,61 11,60 12,41 18,3
M edicina
Veterinária 10,20 9,65 7,0
Serviço Social 19,23 9.98 15,20 19,1
Enferm agem 15,80 17,68 10,73 7,5
Licenciat. em
M úsica 1,20 2,03 4,4
Ciências 6,9
M atem ática 5,16 3,34
Letras 2,65 4,98 11,0
Filosofia 2,75 2,43 4,3
Geografia 2,56 4,17 l4,4
História 3,29 6,90 5,5
Pedagogia 4,97 6,35 14,9
Nutrição 13,7
Instrum ento 0,05 0,70
Fonte: Pesquisa direta junto à Com issão Executiva do Vestibular - CEVo
Vê-se que Serviço Social detém as maiores relações can-didato/vaga, seguido pelo Curso de Administração que, nos vestibulares em consideração, sempre ofereceu maior número de vagas que os demais.
Enfermagem se apresenta em terceira posição, com re-lação à preferência seguida por M edicina Veterinária, que não é oferecida em nenhuma das outras duas Universidades. No caso da Universidade Estadual, não se confirma o que foi suposto anteriormente - que a grande procura por cursos de formação de professores se devia à necessidade de formalizar uma situação vivida na prática. Nessa situação estão os Cursos de Letras, Geografia, História e Pedagogia.
Os cursos que diferenciam o leque de ofertas são Nu-trição, Licenciatura em M úsica, Instrumento, Ciências e M e-dicina Veterinária.
m ostra a relação dem anda/oferta no pais e por região geo-gráfica.
RELAÇAO DEM ANDA / OFERTA
3.2. A procura por cursos superiores não tem com o com
-ponentes nem a ênfase dada por program as governa-m entais a certas áreas negoverna-m a carência de profissionais que se observa em outras.
Quadro n.? 4. Dem anda/oferta no País e pós-regiões
geográficas.
Ano
Brasil Norte Nordeste SudestehgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAI s u i C. Oeste
1970 2,25 3,10 3,52 2,13 2,07 1,88 1971 1,98 2,30 3,10 1,84 1,89 1,76 1972 1,91 2,87 3,16 1,79 1,56 2,17 1973 1,87 2,80 3,26 1,67 1,86 2,22 1974 1,98 3,44 2,99 1,81 1,89 2,09 1975 2,24 3,57 3,28 2,04 1,96 3,D4
-3.3. Cursos conhecidos com o tradicionalm ente detentores
de grande concorrência continuam com o tal, apesar
de certas transform ações que estão ocorrendo no m
er-cado de trabalho. É o que está, por exem plo,
aconte-cendo com os m édicos cujas clínicas particulares ten-dem a desaparecer em virtude da política adotada pela Previdência Social.
Fonte: Coordenaçao de Avaliação e Controle do DAU/M EC.
3.4. A abertura do leque de ofertas não tem diferenciado
a procura, de vez que, nas três universidades, se obser-va quase a m esm a concentração nos cursos sem elhan-tes ou equivalenelhan-tes. Esse fato se afigura m ais grave se se considerar que a m assa que tenta o vestibular na UNIFOR e UFC é praticam ente a m esm a, vez que tais universidades realizam vestibular em épocas diferen-tes. Apenas na UEC, os cursos de form ação de pessoal docente para ensino de 2.° Grau apresentou razoáveis relações candidatos/vaga.
Um a com paração dos dados dos quadros anteriores com os do quadro acim a m ostra que as relações na UFC apresen-tam -se bem m ais altas do que as registradas no Brasil com o um todo ou em suas regiões geográficas, salvo em alguns cursos. Na UFC os cursos que possuem relações m édias em 76/77 com paráveis às do quadro n.? 4 são: Quím ica,
Geogra-fia, Econom ia Dom éstica, Engenharia Quím ica,
Biblioteco-nom ia, Letras, Ciências Sociais, Pedagogia e M atem ática. Já na UNIFOR e UEC as relações m édias, a execução de um ou outro curso em algum dos vestibulares, não diferem drasticam ente das do quadro n.? 4, evidenciando um a pres-são m aior da procura por acesso na Universidade Federal do
Ceará. Talvez o fato de ser gratúita e o prestígio que
con-quistou ao longo dos anos possam explicar essa preferência.
Com o m edidas para serem adota das em caráter
experi-m ental, visando à correção das distorsões acim a, sugere-se:
3. CONCLUSõES
I) Realização de estudos para determ inação: a) das
necessidades do m ercado de trabalho; b) dos
ele-m entos geradores da tendência de cresciele-m ento na procura aos cursos ligados ao setor industrial. Com esse estudo se poderia verificar se essa tendência tem com o causa o crescim ento vegetativo da popu-lação que procura a universidade ou se tem raízes m ais profundas ligadas ao desenvolvim ento indus-trial do Ceará.
3.1. A relação candidato/vaga dos cursos da UFC revela-se
drasticam ente alta quando com parada quer com as
relações das outras instituições do Estado quer a m es-m a relação no Brasil ou ees-m suas regiões geográficas. Em term os locais isso m ostra quão grande é a pres-são da dem anda social para ingressar na UFC.
Outro indicador disso pode-se tom ar a im portância
que as une junto à com unidade o seu vestibular.
lI) Programação conjunta da oferta de vagas. Nesse
particular, a realização de um único vestibular seria
de todo aconselhá velo Essa providência traria
ra-cionalização de custos e de oferta.
llI) Divulgação ampla, junto ao ensino do 2.° Grau, dos