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Educação, e inclusão digital: reflexões teóricometodológicas para uma avaliação dos Centros Rurais de Inclusão Digital – CRID´s

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Re su m o: A pr opost a dest e ar t igo é apr

e-sent ar as r eflex ões t eór icas e a pr opost a m et odológica de um a pesquisa de avaliação, em cur so, sobr e os Cent r os Rur ais de I nclu-são Digit al – CRI D´ s, am bient es v ir t uais de aprendizagem inst alados em com unidades de assent am ent os r ur ais no Cear á, no âm bit o de um program a do Laborat ório de Mult im eios da Faculdade de Educação – FACED da Uni-v er sidade Feder al do Cear á - UFC. Essa pes-quisa obj et iv a for m ular indicador es socio-cult urais que perm it am avaliar em que m edi-da o uso edi-das t ecnologias digit ais na educa-ção est ão cont r ibuindo par a inclusão social, bem com o par a a pr om oção do desenv olv i-m ent o local. Par a t ant o, apr esent ai-m os seus r esult ados iniciais que consist em num a dis-cussão analít ica sobr e as noções de desen-volvim ent o que nort eiam a pesquisa e na pro-post a m et odológica de carát er et nográfico. As conclusões indicam que um a avaliação dos CRI D´ s deve art icular o desenvolvim ent o às várias dim ensões da vida social das com uni-dades rurais em que est ão inst alados.

Pa la v r a s- ch a v e : Av aliação, Desen v olv

i-m ent o, Educação, I nclusão digit al.

Ab st r a ct : The pur pose of t his paper is t o

p r e se n t t h e t h e o r e t i ca l r e f l e ct i o n s a n d m et hodological pr oposal for an ev aluat ion r esear ch in pr ogr ess on t he Rur al Cent er for Digit al I nclusion – CRI D’s, v ir t ual lear ning env ir onm ent s inst alled in t he r ur al com m u-nit ies in Cear á, a pr ogr am of t he Mult im edia Laborat or y of t he Facult y of Educat ion/ Uni-v er sidade Feder al do Cear á. This r esear ch aim s t o for m ulat e socio- cult ur al indicat or s t o ev aluat e t o t he use of digit al t echnologies in educat ion and t he cont r ibut ion t o social inclusion and local dev elopm ent . This paper pr esent s t he init ial r esult s t hat consist of a n a l y t i ca l d i scu ssi o n o n t h e n o t i o n s o f dev elopm ent t hat guide t he et honogr afics r esear ch. The conclusions indicat e t hat an of t h e dev elopm en t sh ou ld ar t icu lat e t h e dev elopm ent of v ar ious dim ensions of social life of r ur al com m unit ies in w hich t hey ar e inst alled.

K e y w o r d s: Ev a l u a t i o n , D e v e l o p m e n t ,

Educat ion, Digit al I nclusion.

Educação, desenvolvim ent o e inclusão digit al: reflexões

t eórico- m et odológicas para um a avaliação dos Cent ros Rurais

de I nclusão Digit al – CRI D´ S

1

Educat ion, developm ent and digit al inclusion: t heoret

ical-m et hodological evaluat ion of t he Cent ros Rurais de I nclusão

Digit al - CRI D´ S

Éducat ion, du développem ent et de l’inclusion num érique:

évaluat ion t héorique et m ét hodologique du Cent re Rural pour

L’inclusion Num érique - CRI D´ S

La educación, el desarrollo y la inclusión digit al: reflexiones

t eórico- m et odológicos de la evaluación del Cent ro Rural para

la I nclusión Digit al - CRI D´ S( Endnot es)

Alcides Fer nando Gussi2

Cát ia Regina Muniz3

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I ntrodução

A p r o p o st a dest e ar t igo é ap r esen t ar os pr essupost os t eór icos e m et odológicos de um a pesquisa, desenv olv ida j unt o ao Labo-rat ór io de Mult im eios da Faculdade de Edu-cação – FACED da Univ er sidade Federal do Cear á – UFC, que t em por obj et iv o for m ular indicadores sociocult urais que perm it am ana-lisar e av aliar em que m edida o uso das t ecnologias digit ais na educação est ão con-t r ibuindo par a inclusão sócio- digicon-t al, bem com o par a a pr om oção do desenvolvim ent o. Trat a- se de r eflet ir sobr e os Cent r os Rur ais de I nclusão Digit al – CRI D´ s, am bient es v ir -t uais de apr endizagem ins-t alados em locais de acesso público m ant idos sob a r esponsa-bilidade de assent am ent os r ur ais e m edia-dos pela escola, e seus im pact os na v ár ias dim ensões da v ida social das com unidades no int er ior do Cear á.

Esses pr essupost os t eór icos e m et odológicos baseiam se em duas hipót eses nor -t eador as da pesquisa: 1) a de que a ideia de inclusão digit al, que cir cunscr ev e os CRI Ds, ser ia m ediada pela cult ur a, nos t er m os de Geer t z ( 1989) , na m edida em que r ev elam difer ent es significados acer ca da ideia de desenvolvim ent o at ribuídos por dist int os at o-r es env olv idos no Po-r ogo-r am a, t ant o educador es da univ er sidade com o t écnicos par -ceir os de ór gãos públicos e a com unidade local; 2 ) a de qu e a con st r u ção de u m a e t n o g r a f i a d o s CRI D s, co m o p r o p o st a m et odológica, conduzir ia à for m ulação de indicadores socio- cult urais que perm it em ve-r ificave-r a m ediação ent ve-r e a inclusão digit al e o desenvolvim ent o das com unidades, e, com isso, avaliar o pr ogr am a.

Est e ar t igo or ganiza- se a par t ir das se-guint es seções, em que far em os: ( 1) a des-cr ição dos CRI Ds; ( 2) um a discussão analít i-ca sobr e as noções de desenv olv im ent o que nor t eiam a pesquisa; ( 3) a apr esent ação da pr opost a m et odológica par a a av aliação dos CRI Ds; por fim , realizam os algum as conside-r ações, aconside-r t iculando as seções ant econside-r ioconside-r es.

Um a descrição dos CRI Ds

O CRI D, um labor at ór io de infor m át ica educat iv a que funciona com o am bient e v ir -t ual de apr endizagem , consis-t e num pr ogr a-m a concebido pelo Labor at ór io de Pesquisa Mult im eios em par cer ia com o I nst it ut o Na-cional de Colonização e Refor m a Agr ár ia– I NCRA/ CE, o Banco do Nor dest e do Br asil– BNB e o Ministério do Desenvolvim ento Agrário – MDA, por m eio do Núcleo de Est udos Agrá-rios e Desenvolvim ent o Rural- NEAD.

Segundo os obj et iv os do Pr ogr am a, nos seus pr ópr ios t er m os, car act er iza- se pela inst alação dos laborat órios em locais de aces-so público, cuj a gest ão t ende a ser t om ada com o de r esponsabilidade de agent es das pr ópr ias com unidades dos assent am ent os r ur ais, com m ediação da escola local. Nesse labor at ór io desenv olv em - se at iv idades de infor m át ica educat iv a, cur sos a dist ância e t elecom unicações, pr evendo o que o m esm o se dê em “ um cont ex t o de desenv olv im ent o so ci al e p esso al , eco n ô m i co e cu l t u r al ” ( www.m ult im eios.ufc.br) . Ainda, nesse m es-m o sent ido, pr ev ê- se que os at or es “ [ t e-n h am ] o seu p o d er au m ee-n t ad o q u ae-n d o acessa inform ações sendo capaz de t ransfor-m á- las eransfor-m conheciransfor-m ent o”. De acor do coransfor-m o procedim ent o inst it ucional do Laborat ório de Mult im eios, cada CRI D é inst alado em um a com unidade de assent am ent o que at r ibui com o “ bem or ganizada”, m as que apr esent a dificuldades de acesso à com unicação ex t e-rior.

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pós-gr aduação de várias áreas ( pedagogia, ciên-cias sociais, com put ação, m at em át ica) , em Sant ana há apenas um t elefone público par a at ender à população de Sant ana e o seu ent or no; j á, em Todos os Sant os, a com uni-cação funciona v ia em issor as de r ádio AM do m unicípio de Canindé.

O Pr ogr am a par t e do conceit o de inclu-são digit al, desenv olv ido no âm bit o das at i-v idades do Labor at ór io de Mult im eios/ UFC. Est e conceit o foi elabor ado a par t ir da ex -per iência em pír ica e dos saber es acadêm i-cos com educação digit al e se r efer e “ não ap en as à d i sp o n i b i l i zação d o acesso às Tecnologias digit ais da I nfor m ação e Com u-nicação – TI C, m as à for m ação par a o uso dest as em benefício pessoal, pr ofissional ou colet iv o” ( Bor ges e Junqueir a 2009, p. 3) . Ainda, segundo Bor ges Net o, pr ofessor e coor denador do Labor at ór io de Mult im eios, “ u m a pessoa diz- se in clu ída digit alm en t e quando t em um conhecim ent o digit al, ou sej a, t em um dom ínio ou m aest r ia do m anej o de t ecnologias digit ais ( o saber digit al) e con-segue fazer as t r ansposições necessár ias ( o conhecim ent o) ” ( Bor ges Net o e Junqueir a, 2009, p.3- 5) .

Par t indo dest e pr incípio, o Labor at ór io de Mult im eios const it ui um saber acer ca da in-clusão digit al, associado a um a concepção pedagógica na qual “ [ a inclusão digit al] não se dá m ediant e ofer t a de cur sos de com pu-t ação básica, m as por m eio de ações e apu-t i-v idades educat ii-v as, baseadas na necessi-dade de r esolução de pr oblem as cr iados a part ir do dia a dia da com unidade, ou m esm o sur gido dur ant e um a at iv idade pedagógica t r abalhada” ( w w w .m ult im eios.ufc.br ) . Sen-do assim , essa n oção de in clu são digit al per m eia t odas as ações do pr oj et o, buscan-do const ruir j unt o às com unidades rurais as-sent adas, o que se denom ina – com o um a cat egor ia êm ica – um a “ cult ur a digit al” que at enda às necessidades peculiar es ao seu con t ex t o.

Com esses princípios, os pesquisadores do Laboratório de Multim eios desenvolveram um a m et odologia par a a inst alação do CRI Ds a par t ir da ex per iência do Labor at ór io em pr

o-j et os de inclusão digit al em que calculam com o núm er o ideal por base o acesso de 1h30m in/ pessoa/ sem ana. Dessa form a, con-sideram com o condições m at eriais ideais que cada CRI D sej a “ com post o por 10 com put a-dor es m ult im ídias, com conex ão à I nt er net em banda larga, im pressora laser, scanner con-siderado de boa qualidade e resolução, m áqui-na digital, câm eras de videoconferência e pla-ca de conversão de sinal VGA para VHS, m esas ( e não bancadas) ” ( www.m ultim eios.ufc.br) .

O Laborat ório, por m eio de m onit ores, realiza a form ação de agent es locais em infor -m át ica educat iv a e cur sos de educação à dist ância e t elecom unicações, segundo seus próprios t erm os, num “ cont ext o am plo de de-senvolvim ent o” ( www.m ult im eios.ufc.br) .

A m et odologia do Pr ogr am a pr essupõe ainda o est ím ulo às com unidades em publi-car e const r uir nov as ideias, “ at r av és de sí-t ios locais e pessoais, pr oj esí-t os educasí-t iv os, j or nais com unit ár ios, at iv idades cult ur ais, ser v iços par a a com unidade, bem com o, a par t icipação em um a gr ande r ede de coope-r ação et c” ( w w w . m u lt im eios. u f c. b coope-r ) . Os CRI Ds podem t am bém funcionar com o cen-t r os de infor m ação e ser v iços, v isando o que se denom ina de “ desenv olv im ent o com uni-t ár io ao ofer ecer infor m ações nas ár eas de saúde, educação, negócios, am pliando os canais de com unicação com o Gov er no e a Sociedade”. ( w w w.m ult im eios.ufc.br ) .

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-v enção social que -v isam a m udança social” ( Gonçalv es, 2008, p. 20) .

Com essa proposição, consideram os a no-ção de inclusão digit al e desenv olv im ent o com o cat egor ia analít ica nor t eador a da pr o-post a t eórico- m et odológica de avaliação dos CRI Ds, noção que problem at izam os a seguir.

A discussão t eórica

Ao buscar o significado de inclusão digi-t al, v er ificou- se que m uidigi-t os audigi-t or es que a est udam , r elacionam o assunt o ao pr oblem a da ex clusão digit al, enfat izando que o foco é o cidadão digit al e t ecnologicam ent e ex -cluído ou “ infoex -cluído”, por ém que necessi-t a necessi-t er a chance de ser incluído na sociedade da inform ação.

De acor do com os pesquisador es da USP ( 2005) , os t er m os m ais com um ent e ar t icu-lados ao t em a são acesso à t ecnologia da infor m ação e da com unicação; dem ocr at i-zação do acesso às in for m ações digit ais, dem ocr at ização da t ecnologia, liv r e acesso do cidadão ao m undo digit al e/ ou inser ção d e t o d a s a s cl a sse s so ci a i s n o u so d a t ecnologia, ent r e out r os com o m esm o sen-t ido.

A plur alidade de v isões a r espeit o do con-ceit o inst igou o quest ionam ent o do sent ido dado à ex pr essão inclusão digit al não ape-nas aos gest or es das polít icas de inclusão digit al, m as pr incipalm ent e a r essignificação dest e t er m o r ealizada pelos usuár ios de t ais polít icas.

Na i n t e r p r e t a çã o d e Le m o s e Co st a ( 2005) , o processo de inclusão deve ser vist o sob os indicador es econôm icos ( t er condi-ções financeir as de acesso às nov as t ecno-logias) , cognit iv o ( est ar dot ado de um a v i-são crít ica e de capacidade independent e-m ent e de uso e apropriação dos novos e-m eios digit ais) , e t écnico ( possuir conhecim ent os oper acionais de pr ogr am as e de acesso à I nt er net ) . I ncluir, para est es pesquisador es, não dev e ser som ent e um a sim ples ação de form ação t écnica dos aplicat ivos, com o

ocor-r e em m uit os pocor-r oj et os, m as sim um t ocor-r abalho de desenv olv im ent o das habilidades cogni-t iv as, cogni-t r ansfor m ando infor m ação em conhe-cim ent o, bem com o, ut ilização em apr opr ia-ção ( Lem os e Cost a, 2005) .

Com o se pode observar, a denot ação dada à ex pr essão inclusão digit al por est es pes-quisador es é m uit o sem elhant e à ut ilizada pela pesquisa do Labor at ór io de Pesquisa Mult im eios da FACED/ UFC.

Na m esm a perspectiva, Cruz ( 2004) e tam -bém Dw y er ( 2003) acr escent am que, par a ser incluído digit alm ent e, não é suficient e t er acesso a m icr os conect ados à I nt er net , é necessár io t am bém est ar pr epar ado par a u sar est as m áq u in as, “ n ão ap en as com capacit ação em infor m át ica, m as com um a preparação educacional que perm it a usufruir seus recursos de m aneira plena” ( Cruz, 2004, p. 13) .

Melo ( 2006) , por sua v ez, em pesquisa com pr ofessor es do cur so de for m ação de educador es da cidade de Uber aba/ MG, que t ev e por obj et iv o ger al cont r ibuir par a com -pr eensão dos conceit os adot ados no desen-v oldesen-v im ent o de pr oj et os de inclusão digit al, do gov er no feder al, per cebeu que a defini-ção do conceit o “ I nclusão Digit al” se m odifi-ca confor m e a subj et iv idade, a hist ór ia de v ida e o conhecim ent o do assunt o de cada pessoa. Os dados colet ados em sua pesqui-sa per m it ir am a ela concluir que a

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No m esm o sent ido, pret ende- se, por m eio da pesquisa apresent ada nest e art igo, ela-borar um conceit o a part ir da realidade est u-dada. I st o por que t oda int r odução t ecno-lógica, segundo Goody ( 1971 e 1968) , pres-supõe um a re- significação da t ecnologia pela com unidade a part ir de suas próprias cat e-gorias sim bólicas.

Albagli e Maciel ( 2007) lem bram que é pre-ciso est ar at ent o par a que a discussão so-br e inclusão digit al não vir e apenas um a “ fa-lácia” e, por t ant o, não sir v a par a o que de-v er ia ser seu r eal int uit o: pr ode-v er as cam a-das m ais car ent es da população não apenas com infor m ação, m as t am bém com conheci-m ent o, v isão t aconheci-m béconheci-m defendida por Bor ges Net o ( 2007) .

D est a ca - se a i n d a a ên f a se d a d a p o r Godelier ( 2001, 310- 314) ao par adox o das sociedades capit alist as: a pr ópr ia dinâm ica da acum ulação do capit al com o principal fon-t e de ex clusão social. Há, n esfon-t e sen fon-t ido, nesse sist em a, coisas a ser em “ r ecalcadas”, coisas sobr e as quais “ é pr eciso silenciar ou que é preciso t ravest ir de ‘int eresse com um ’”. Est e aut or evidencia que a m esm a econom ia que cr ia os ex cluídos em m assa confia à so-ciedade a t ar efa de r eincluí- los, não na eco-nom ia, m as no t ecido social que, par a Gon-çalv es ( 2008) , se faz por m eio das polít icas públicas de car át er social inst it ucionalizadas pelo est ado.

Segundo Schwarzelm üller ( 2010) , a inclu-são digit al que vem sendo prat icada at ual-m ent e no país t eual-m abordado, eual-m sua ual-m aioria, apenas a necessidade de fazer com que o cidadão aprenda a usar as t ecnologias com o obj et ivo de inseri- lo no m ercado de t rabalho. Para at ingir t al obj et ivo são realizados cursos baseados em t ransm issão de inform ação que não garant em a const rução do conhecim en-t o com apropriação críen-t ica da en-t ecnologia, que provoque m udança com port am ent al no indi-víduo e em seu grupo social.

Na concepção da aut or a, não é apenas o acesso à t ecnologia que pr om ov er á a inclu-são, m as sim a for m a com o essa t ecnologia v ai at ender às necessidades da sociedade e com unidades locais, com um a apr opr iação

cr ít ica, pois o papel m ais im por t ant e do pr o-cesso de inclusão digit al dev e ser a sua ut i-lidade social. A aut or a enfat iza ainda que é necessár io pensar na cont r ibuição da t ec-nologia para um desenvolvim ent o cont ínuo e sust ent áv el, com a m elhor ia da condição de v ida da população, por m eio da r edução das desigualdades sociais e econôm icas. Nest e sent ido, Schw arzelm üller ( 2010) propõe que os pr ogr am as de inclusão digit al se pr eocu-pem em oferecer at ividades cont ext ualizadas às car act er íst icas dos gr upos sociais env ol-vidos de m odo que a ut ilização da t ecnologia sej a feit a de m aneir a conex a ao m odo de v ida desses gr upos e às suas necessidades, e que pr om ov am a t r oca e a socialização de ex per iências ent r e indiv íduos e gr upos, m e-diadas pela t ecnologia.

Silveira ( 2003) apregoa que a inclusão di-git al sej a feit a incor por ando fat or es cogni-t iv os im por cogni-t ancogni-t es par a que os usuár ios pos-sam de fat o dom inar a linguagem ut ilizada e os cont eúdos acessados, de t al for m a que sua inclusão r epr esent e, ( a) um a am pliação da cidadania; ( b) um a m elhor inser ção das cam adas m ais pobr es ao m er cado de t r aba-lho e ( c) per m it a pr ogr essos dos j ov ens em t er m os de educação for m al que incor por e pensam ent o cr ít ico, m elhor ia da for m ação sociocult ur al e par t icipação efet iv a deles na sociedade da infor m ação do Br asil.

A pesquisa r ealizada pelo Labor at ór io de Pesquisa Mult im eios da UFC m ost r a que os r ecur sos t ecnológicos facilit am a com unica-ção, aceler am d eslocam en t os, en cu r t am t em pos e dist âncias, pr om ov endo as m ais div er sas facilidades, t ant o par a a v ida soci-al, com o par a a at iv idade r ur al. Ent r et ant o, os t rabalhos de Garnham ( 2000) , Fiori ( 2001a e b) e Bolaño e Mat t os ( 2003) dest acam que est e fat o não significa que o acesso às TI Cs t enha logr ado pr om ov er m udanças so-ciais pr ofundas e alt er ações r elev ant es nas est r ut ur as de poder sob o capit alism o con-t em porâneo.

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a que se aplica o caso dos CRI D´ s aqui dis-cut ido , far em os um a discussão t eór ica em t or no do conceit o, com pr eendendo que o m esm o ar t icula- se à pr opost a m et odológica a ser apr esent ada adiant e.

O debat e em t or no do desenv olv im ent o per m it e que pensem os, ant es de t udo, que se t r at a de um a noção que r ev ela um car á-t er polissêm ico, r em eá-t endo a consá-t r uções t eór icas cir cunscr it as aos seus div er sos con-t ex con-t os hiscon-t ór icos, polícon-t icos, inscon-t icon-t ucionais e int elect uais.

A quest ão inicial post a em discussão é a de que se o desenvolvim ent o é orient ado por um carát er universal, válido para t odas as sociedades, ou se é válido, de form a part icu-lar, t ão som ent e a det erm inadas sociedades e a gr upos específicos. Segundo Br andão ( 2005) , não se pode est abelecer leis

univer-sais acerca de um processo m ult idim ensional e de est rut uras qualit at ivas a que se refere

o desenvolvim ent o ( Brandão, 2005, p. 1) . Par t indo dest a quest ão e do pr essupost o de Br andão ( 2005) , pr opom os discut ir acer -ca das noções de desenv olv im ent o por m eio de um r ápido per cur so ent r e abor dagens e aut ores.

I nicialm ent e, sit uem os a t eoria de Rost ow ( 1981) que const it ui um par adigm a ainda m uit o pr esent e nas polít icas de desenv olv i-m ent o. O aut or ent ende que ex ist ai-m et apas de desenv olv im ent o econôm ico pelas quais t odas as sociedades inex or av elm ent e t en-dem a passar. Para t ant o, enquadra as socie-dades em suas dim ensões econôm icas em cinco cat egor ias a par t ir dessas et apas, br e-v em ent e car act er izadas a seguir :

1 ) As socied ad es t r ad icion ais: t r at a-se das sociedades agr ícolas que t êm sua pr odução lim it ada e t ecnologias pr é- new t onianas, nas quais as m danças sociais são lent as e a est r u-t ur a social e v alor es m or ais são bas-t anbas-t e r ígidos, sendo conbas-t r olada pe-los poder es locais;

2) Sociedades com pr é- condições par a o ar r an co : ap r esen t am i n o v açõ es t ecnológicas, frut o da ciência m

oder-na, e apr esent am nov as at iv idades econôm icas, com o o com ércio e a m a-nufat ur a, t r at ando- se de sociedades de t r ansição – ou pr é- capit alist as – subm et idas ao est ado nacional; 3) Sociedades de ar r anco: apr esent am

u m a r ev olu ção t ecn ológica qu e r e-sult a na em er gência das sociedades indust r iais e, em decor r ência disso, de m udanças pr ofundas na est r ut u-r a econôm ica, social e polít ica; 4) Sociedades em m archa para a m at

u-ridade: calculadas para desenvolver-se nos desenvolver-sesdesenvolver-sent a anos após o arran-co, onde a econom ia absorve os re-cursos m ais avançados da t ecnologia m oderna;

5 ) Fin alm en t e, a Er a do Con su m o de m assa em que o desenv olv im ent o é b asead o n a p r od u ção d e p r od u t os dur áv eis de consum o e no set or de ser v iços, pr oduzindo ex cedent e par a r ecur sos à assist ência social.

Pelo acim a ex post o, Rost ow ( 1981) sus-t en sus-t a su a sus-t eo r i a n o car ásus-t er u n i v er sal e unidirecional do processo de desenvolvim en-t o, apoian do- se n o m odelo en-t ecn ológico e capit alist a dos países cent r ais e conside-rando um processo unilat eral e unidirecional. Sua pr opost a é a de est abelecer um a t eor ia ger al e univ er sal do desenv olv im ent o, so-br et udo baseada em cr it ér ios econôm icos, t ais com o, renda, nível de preços, inversões, pagam ent o de salários.

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com o a social, polít ica, e cult ur al. Por t ant o, o pr ocesso de desenv olv im ent o é m ult idir e-cional.

Consider am os, de passagem , Prado Jr. ( 1968) . Est e aut or pr opõe a análise hist ór i-ca par a o ent endim ent o do desenv olv im en-t o, o que não é r ealizada por Rosen-t ow , pois esse últ im o não ex plica os fat or es que lev a-r am ao d esen v olv im en t o. Paa-r a Pa-r ad o Ja-r. ( 1968) , Rost ow não consider a fat os especí-ficos at uais e sua int er ligação com os pr cessos hist ór icos que não se aj ust am a m o-delos a priori baseados na inst it ucionalização das r elações capit alist as de pr odu ção de países que for am seus pioneir os na for m a-ção capit alist a. Prado Jr ( 1968) sust ent a que é a par t ir da especificidade pr ópr ia de cada país que se dev e indagar sobr e o desenv ol-v im ent o, com o o Br asil. Dessa for m a, consi-der a: “ Na hist ór ia é que se encont r a o m a-t er ial básico par a a com pr eensão da r ealida-de br asileir a at ual e não nas abst r ações da análise econôm ica que não se aj ust am as sit uações da realidade, com o a brasileira. Daí r elacionar desenv olv im ent o e hist or iogr afia” ( Pr ado Jr, 1968, p. 20) .

Sit uem os Furt ado ( Brandão, 2005; Furt a-do, 1984) . Par a Fur t aa-do, as dim ensões his-t ór icas são his-t am bém elem enhis-t os- chav es par a a com pr eensão dos pr ocessos de desenv ol-vim ent o. Cont udo, Celso Furt ado com preende q u e est es p r o cesso s sã o r esu l t a d o s d e condicionant es est r ut ur ais – condições eco-nôm icas e sociais de r epr odução das socie-d asocie-d es – e t am b ém h i st ór i cas. Seg u n socie-d o Br andão ( 2005) , nessa abor dagem est r ut u-r al- hist óu-r ica, em Fuu-r t ado há um a apu-r eensão da Est r ut ur a e da Hist ór ia na t eor ia do de-senv olv im en t o, e, pode- se dizer, en t r e a m acr oeconom ia e a m icr oeconom ia, em que essa últ im a r ev ela cam pos de decisões que int er agem com as det er m inações socio- eco-n ôm icas est r u t u r ais. Tr at a- se d e p eeco-n sar het erogeneidades est rut urais para sit uar, por ex em plo, as econom ias per ifér icas e o sub-desenv olv im ent o, e, com o cont r apont o, as econom ias cent r ais.

É nest e sent ido que Furt ado ( 1984) re-const rói a ideia de que o desenvolvim ent o –

sat isfação das necessidades básicas da co-let ividade – const it ui um processo endógeno de t ransform ação com o result ado da vont a-de colet iva e im pulsionado pelo poa-der polít i-co. Para Furt ado, o desenvolvim ent o é um a

invenção, pois deve com binar o encont ro

cria-t ivo encria-t re a culcria-t ura dos povos – ou sej a, ser ancorada na sua ident idade cult ural – e as possibilidades de t ransform ação. Ainda, o es-t ado – legies-t im ado polies-t icam enes-t e em es-t orno de vont ades colet ivas – const it ui o agent e pri-vilegiado para conduzir m acro- decisões num cont ext o ent re a m acroeconom ia e a plura-lidade de decisões no nível m icroeconôm ico; port ant o, cabe ao est ado prom over polít icas de desenvolvim ent o ( Brandão, 2005) .

An cor ad o n a p er sp ect iv a d e Fu r t ad o, Brandão ( 2005, 2007) faz algum as crít icas sobre o debat e at ual acerca do desenvolvi-m ent o. Para est e aut or, o desenvolvidesenvolvi-m ent o “ adj et ivado” ( econôm ico, sust ent ável, social, ecológico, local, regional et c.) , present e em algum as t eorias cont em porâneas acerca do desenv olv im ent o, encont r a- se focado nos localism os e nas ações alt ernat ivas dos su-j eit os, com unidades e inst it uições.

Todav ia, ain da segu n do as cr ít icas de Brandão ( 2005, 2007) , essas t eorias excluem as dim ensões est rut urais e m ult idim ensio-nalidade do processo de desenvolvim ent o, desconsiderando aspect os, t ais com o, o am -bient e m acroeconôm ico, os conflit os polít i-cos, a est rut ura de classes e as conform a-ções do espaço nacional. Há enquadram ent os e hierarquias de poder ent re m icroprocessos e m i c r o d e c i s õ e s , e m a c r o p r o c e s s o s e m acr odecisões, r ev elador as de m ediações ent re o espaço local e o global. Trat a- se de pensar a hist ória e as especificidades nacio-nais com o m ediadoras dos processos de de-senvolvim ent o e que devem nort ear as linhas gerais da im plem ent ação de polít icas públi-cas.

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indicat iv as par a a análise dos CRI Ds e ar indicat iculam -se à pr opost a m et odológica que apr e-sent a-m os a seguir.

QUADRO 1

VARI ÁVEI S ANALÍ TI CAS ACERCA DO DESENVOLVI MENTO

Universal Particular

Abst ração t eórica Realidade concret a Historicism o Historicidades Estrutura Processos Técnica Valores

Hom ogeneização cultural Diversidade cultural Escala global/ nacional Escala local

Centro Periferia Transform ação I nvenção

O Quadro acim a revela na prim eira coluna a propost a de desenvolvim ent o que perm eou por m uit o t em po t al conceit o. Na segunda coluna apr esent am os nossa ideia acer ca do significado de desenv olv im ent o que nor t eia est e ar t igo e, com o cit ado acim a, ar t icula-se à pr opost a m et odológica ex post a abaix o.

A propost a m et odológica de

avaliação dos CRI D’s

A m et odologia par a a pesquisa nos CRI Ds est á cent r ada na et nogr afia. A pr opost a é r ealizar, nos t er m os de Geer t z ( 1989) , um a “ descr ição densa”, considerando os difer en-t es significados que os aen-t or es acionam pu-blicam ent e por m eio de um a int er pr et ação da est r ut ur a desses significados, que t or na com pr eensív el a ação social nos seus dist in-t os conin-t ex in-t os5. Nest e sent ido, ent endem os

que a “ descr ição densa” per m it e ent ender os significados at r ibuídos por dist int os at o-r es ao desenv olv im ent o, elaboo-r ados no con-t ex con-t o das ações do dos CRI Ds.

Trat a- se aqui de pr iv ilegiar, est rat egica-m ent e, o egica-m ét odo et nogr áfico coegica-m a

finali-dade de: pr im eir o, est abelecer r elações en-t r e as dim ensões pr ocessuais e hisen-t ór icas, e a dim ensão est r ut ur al no t ocant e às m udan-ças sociais que adv ém de um pr ogr am a cuj o obj et iv o cent r a- se na inclusão digit al6; e,

segundo, dialogar, de for m a int er disciplinar, com um cam po t em át ico que t em sido est u-dado por out r as disciplinas ( adm inist r ação, econom ia, ciência polít ica, adm inist r ação) que fazem uso de out r as m et odologias, den-t r e as quais as m eden-t odologias quanden-t iden-t aden-t iv as, par a a av aliação de polít icas públicas.

A per spect iv a et nogr áfica dos CRI Ds ar t i-cula- se ao int ent o de av aliar o pr ogr am a por m eio da pr ópr ia et nogr afia pr oduzida e, par -t in do desse, con s-t r u ir in dicador es socio-cult ur ais par a a afer ição da inclusão digit al ( Gussi, Gonçalv es,Rodr igues,2006; Gonçal-v es, 2008, 2008a) .

Confor m e Rodr igues ( 2 0 0 8 , p. 0 8 ) , as abordagens com um ent e, m as não exclusiva-m ent e, usadas par a av aliar polít icas públi-cas par t iam de um a visão inst r um ent al, cuj a função é m edir, acom panhar e “ avaliar ” o êxit o das reform as adm inist rat ivas nort eadas pelos pr incípios e v alor es neoliber ais, que ent endem a avaliação com o “ m edida”. A au-t or a pr opõe um a análise de conau-t ex au-t o – soci-al, econôm ico, polít ico, cult ur soci-al, além da es-t r ues-t ur a de funcionam enes-t o, da dinâm ica, r e-lações de poder e v alor es que per m eiam as i n st i t u i çõ es en v o l v i d as n a el ab o r ação e im plem ent ação de polít icas ( Rodrigues, 2008, p. 09- 10) , que pr iv ilegia o sent ido da av alia-ção 7com o “ com pr eensão”. Est a pr opost a se

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ao ent rarem nesse debat e e nessa prá-t ica r elaprá-t iv os à av aliação de políprá-t icas públicas, podem cont ribuir, não apenas com o for n ecim en t o de in st r u m en t ais m et odológicos, m as t am bém com a re-flex ão cont inuada sobr e t écnicas, con-ceit os e paradigm as de int erpret ação e análise que se dão no âm bit o das disci-plinas que com põem est e cam po de co-nhecim ent o. ( Rodr igues, 2008, p. 11) .

Na m esm a perspect iva Minayo ( 1991) , ao propor um a abordagem qualit at iva para ava-liação, dest aca a ant r opologia por int r oduzir de “ for m a posit iva” a im por t ância do “ subj e-t ivo” em qualquer abor dagem do social, ofe-r ecendo inst ofe-r um ent os paofe-r a sua apofe-r eensão. Na sua concepção, ao inv és de deix ar - se enfeit içar pelos núm er os “ que cost um a m e-dir a eficácia dos pr odut os acabados nas avaliações convencionais, o est ilo dest a ava-liação dá ênfase ao pr ocesso de aplicação dos pr ogr am as e aqueles det alhes de con-t r a d i çã o q u e co scon-t u m a m a co m p a n h á - l o ” ( Minay o, 1991, p. 04) . Desse m odo, a r eali-dade é obser v ada de for m a pr ocessual, em que processo quer dizer m ovim ent o, m udan-ça, dir eção, int er ação e int encionalidade. A aut or a par t e do pr essupost o de que a abor -dagem et nogr áfica ev idencia que

t od o p r oj et o h u m an o é in con clu so e pode ser su per ado, por t an t o en v olv e at u ação d o s ag en t es so ci ai s p ar t i ci -pant es e do analist a do pr ocesso soci-al. Dest a for m a, os r esult ados adv indos da av aliação são u m pr odu t o pr

oces-su al h i st ó r i co , n ão ex t er n o , m as d o

gr upo e pode ser r ecuper ado par a ele e por ele em for m a de um ser v iço de m elhor qualidade ( Minay o, 1991, p. 05) .

Desse m odo, t r at a- se aqui da const r ução de um a epist em ologia de av aliação ex - post de polít icas públicas realizadas por m eio des-ses indicador es que per m it am m apear, nas com unidades de assent am ent os r ur ais, as seguint es dim ensões consider adas por Gon-çalv es ( 2008, 2008a, p. 22) :

1. econom ia ( cadeias pr odut iv as e ar -r anj os p-r odut iv os locais) ;

2 . r elações de poder local e su a ar t i-cu lação com as d em ais in st ân cias ( est adual e feder al) ,

3. cult ur a ( v alor es, t r adições e ident i-dades) ;

4 . g eog r af ia ( con d ições f ísicas e cli-m át icas) ;

5 . r ed e d e p r ot eção soci al ( p ol ít i cas pú blicas com pen sat ór ias) ;

6 . co n cep çõ es e p r o j et o s d e d esen -v ol-v im ent o local e,

7 . sist em a educacional ( concepção de ed u cação) local.

Part indo dest a perspect iva, consideram os que a pr opost a et nogr áfica per m it e av aliar os im pact os do CRI Ds par a as pr ópr ias co-m unidades de assent aco-m ent os rurais. No caso da pesquisa em quest ão, a av aliação t em com o pont o de par t ida as v ár ias concep-ções dos at or es env olv idos nos CRI Ds sobr e o desenv olv im ent o – em ar t iculação com as v ar iáv eis analít icas que apr esent am os na sessão ant er ior –, sem pr e associadas à in-clusão digit al.

Ressalvam os que opt am os por incluir, na análise, as int er pr et ações sobr e o Pr ogr am a em r efer ência não apenas const r uídas pelas com unidades locais, m as t am bém a int erpre-t ação dos educador es e erpre-t écnicos par ceir os dos CRI Ds que, acr edit am os, per m it em ar t i-cular os obj et iv os, est r at égias e r esult ados do Pr ogr am a na sua t ot alidade dent r e os v ár ios at or es env olv idos nos CRI Ds.

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Re sum e n: El propósit o de est e t rabaj o es

p r e se n t a r l a s r e f l e x i o n e s t e ó r i ca s y l a propuest a m et odológica para una evaluación en curso del Cent ro Rural para la I nclusión Dig it al - CRI D, lab or at ór ios v ir t u ales d e aprendizaje instalados en com unidades rurales de Ceará, en un program a del Laborat orio de Mult im edia de la Facult ad de Educación - Uni-v e r si d a d e Fe d e r a l d e Ce a r á / UFC. Est a invest igación t iene com o obj et ivo form ular in-dicadores socio- culturales para evaluar en qué m edida el uso de las t ecnologías digit ales en la educación cont ribuyen a la inclusión social y para prom over el desarrollo local. Los resul-t ados iniciales consisresul-t en en la discusión analí-t ica sobr e las nociones de desar r ollo que orient an la invest igación y em los aspect os m et odológicos basados en la et nografía. Las conclusiones indican que una evaluación del CRI D debería articular las diversas dim ensiones de la vida social de las com unidades rurales en las que est án inst alados.

P a la b r a s- cla v e : Ev alu ación , Desar r ollo,

Educación, I nclusión Digit al.

Re su m é : Le bu t de ce docu m en t est de

pr ésent er les r éflex ions t héor iques et une proposit ion m ét hodologique pour une ét ude d’évaluat ion en cours sur le cent re rural de Digit al I nclusion - CRI D, les environnem ent s d ’ap p r en t issag e v ir t u el in st allé d an s les com m u n au t és r u r ales de Cear á, dan s u n program m e du Laborat oire Mult im édia de la Facult é d’Éducat ion/ Universidade Federal do Ceará - UFC. Cet t e recherche vise à élaborer des indicat eurs socio- cult urelles afin d’évaluer dans quelle m esure l’utilisation des technologies num ériques dans l’éducat ion cont ribuent à l’inclusion social et à pr om ouvoir le déve-loppem ent local. Nous présentons les prem iers résultats qui se com posent de débat analytique sur les not ions de développem ent qui guident la recherche et les aspect s m ét hodologiques d e con st r u ct ion d ’u n e et h n og r ap h ie. Les résult at s indiquent que l’évaluat ion du CRI D devrait art iculer les différent es dim ensions de la vie sociale des com m unaut és rurales dans lesquelles ils sont inst allés.

M o t s cl é s: Év alu at ion , Dév elop p em en t ,

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Not as

1 Est e ar t igo é r esult ado do pr oj et o de pesquisa desenv olv ido no Pr ogr am a de Pós- Gr aduação em Educação d a Facu l d ad e d e Ed u cação – FACED / UFC, “ Ed u cação d o cam p o, d esen v o l v i m en t o e i n cl u são d i g i t al . Mediações cu lt u r ais n o u n iv er so sem i- ár ido cear en se”, f in an ciado pela CAPES n a m odalidade PRODOC, co m v er são an t er i o r m en t e el ab o r ad a p o r Go n çal v es ( 2 0 0 8 ) . Ressal t am o s q u e ap r esen t am o s, n est e t r ab alh o, as d iscu ssões in iciais d o d esen v olv im en t o d o m esm o.

2 Hist or iador, Mest r e em An t r opologia Social e Dou t or em Edu cação pela UNI CAMP, é pr ofessor do Depar t a-m en t o de Econ oa-m ia Doa-m ést ica e do cu r so de Mest r ado ea-m Av aliação de Polít icas Pú blicas da UFC. E-m ail: ag u ssi@u ol. coE-m . b r.

3 Mest r e em Ant r opologia Social e Dout or a em Ciências Sociais pela Unicam p, at ualm ent e é bolsist a PRODOC/ CAPES n o Pr ogr am a de Pós- Gr adu ação em Edu cação da Un iv er sidade Feder al do Cear á – UFC. E- m ail: cat iam u @h ot m ail. com .

4 D o u t o r em Mat em át i ca p el a Asso ci ação I n st i t u t o Naci o n al d e Mat em át i ca Pu r a e Ap l i cad a. Pr o f esso r adj u n t o da Un iver sidade Feder al do Cear á – UFC, n a Facu ldade de Edu cação. E- m ail: h er m ín io@u f c. br. 5 Ressalt a- se que a “ descr ição densa” ar t icula- se ao conceit o her m enêut ico de cult ur a de Geer t z ( 1989) que

n os or ien t a.

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