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Livro Eletrônico Aula 00 Passo Estratégico de Direito Constitucional - Receita Federal 2018

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Aula 00

Passo Estratégico de Direito Constitucional - Receita Federal 2018

Professores: Equipe Túlio Lages, Tulio Lages

(2)

Teoria geral da Constitui•‹o: conceito, origens, conteœdo, estrutura e classifica•‹o.

Tipos de Constitui•‹o.

Supremacia da Constitui•‹o.

(PARTE 1)

Apresenta•‹o ...1

Introdu•‹o ...2

An‡lise Estat’stica ...3

An‡lise das Quest›es ... ..5

Orienta•›es de Estudo Ð Checklist ...10

Pontos a Destacar ...12

Question‡rio de Revis‹o Ð Parte 1...14

Anexo I Ð Lista de Quest›es ...24

Refer•ncias Bibliogr‡ficas ...27

Apresenta•‹o

Ol‡ futuros auditores!:)

Meu nome Ž Tœlio Lages e, com imensa satisfa•‹o, serei o analista de Direito Constitucional do Passo EstratŽgico!

Para conhecerem um pouco sobre mim, segue um pouco da minha experi•ncia profissional, acad•mica e como concurseiro:

Coordenador e Analista do Passo EstratŽgico - disciplinas: Direito Constitucional e Administrativo.

Coach do EstratŽgia Concursos.

Auditor do TCU desde 2012, tendo sido aprovado e nomeado para o mesmo cargo nos concursos de 2011 (14¼ lugar nacional) e 2013 (47¼ lugar nacional).

Ingressei na Administra•‹o Pœblica Federal como tŽcnico do Serpro (38¼ lugar, concurso de 2005). Em seguida, tomei posse em 2008 como Analista Judici‡rio do Tribunal Superior do Trabalho (6¼ lugar, concurso de 2007), onde trabalhei atŽ o in’cio de 2012,

0

(3)

quando tomei posse no cargo de Auditor do TCU, que exer•o atualmente.

Aprovado em inœmeros concursos de diversas bancas.

Graduado em Engenharia de Redes de Comunica•‹o (Universidade de Bras’lia).

Graduando em Direito (American College of Brazilian Studies).

P—s-graduado em Auditoria Governamental (Universidade Gama Filho).

P—s-graduando em Direito Pœblico (PUC-Minas).

Estou extremamente feliz de ter a oportunidade de trabalhar na equipe do ÒPassoÓ, porque tenho convic•‹o de que nossos relat—rios proporcionar‹o uma prepara•‹o DIFERENCIADA aos nossos assinantes!

...

Colegas, ser‡ uma honra ajudar voc•s a alcan•ar a aprova•‹o no concurso para o disputad’ssimo e t‹o sonhado cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB), que Ž realizado, via de regra, pela Escola de Administra•‹o Fazend‡ria (ESAF).

Inclusive Ž importante mencionar que no finalzinho do ano passado foi aprovado um reajuste na remunera•‹o da carreira, que alcan•ar‡, em 2019, o patamar de R$ 21.029,09 aos servidores em in’cio de carreira, e R$ 27.303,62 no final da carreira, sem contar com aux’lio alimenta•‹o e, ainda, o b™nus de efici•ncia, que poder‡ engordar bastante o contracheque.

Acho que uma remunera•‹o como essas j‡ Ž motiva•‹o mais do que suficiente para estudar Òcom todo o g‡sÓ, n‹o Ž verdade?

Ent‹o, sem mais delongas, vamos ao relat—rio propriamente dito?! J

Introdu•‹o

Este relat—rio aborda os t—picos 3, 4 e 5 (ÒTeoria geral da Constitui•‹o: conceito, origens, conteœdo, estrutura e classifica•‹oÓ, ÒSupremacia da Constitui•‹oÓ e ÒTipos de Constitui•‹oÓ) previstos no conteœdo program‡tico de Direito Constitucional do œltimo edital do concurso de AFRFB (2014).

Com base na an‡lise estat’stica (t—pico a seguir), conclu’mos que s‹o assuntos que merecem dedica•‹o, com destaque para o tema Òclassifica•‹o das constitui•›esÓ, que merece aten•‹o redobrada!

Boa leitura!

(4)

An‡lise Estat’stica

Inicialmente, gostar’amos de destacar que, embora constem do edital como tr•s t—picos distintos, os assuntos foram tratados, na verdade, como um œnico assunto para fins estat’sticos.

Explicamos.

1) ÒClassifica•‹o da Constitui•‹oÓ versa essencialmente sobre a tipologia das constitui•›es, portanto, os tipos de constitui•›es s‹o tratados doutrinariamente nas diversas classifica•›es das constitui•›es;

2) ÒSupremacia da Constitui•‹oÓ Ž um ponto que permeia, na verdade, todo o conteœdo de Direito Constitucional, notadamente o sentido jur’dico de Constitui•‹o e o controle de constitucionalidade das leis.

Assim, neste relat—rio, o t—pico Òsupremacia da Constitui•‹oÓ foi considerado apenas no contexto do sentido jur’dico de Constitui•‹o, que, por sua vez, est‡ dentro do assunto Òsentidos das constitui•›esÓ.

Assim, como esses assuntos s‹o extremamente interrelacionados, preferimos abord‡-los, estatisticamente, como um œnico tema.

Feitos os esclarecimentos iniciais, vejamos como os assuntos do presente relat—rio t•m sido cobrados pela ESAF.

* Provas objetivas Ð Cargos de N’vel Superior Ð òltimos 5 anos Nos œltimos 5 anos, em concursos que exigiam n’vel superior de escolaridade, a ESAF cobrou os assuntos (mesmo que parcialmente) da seguinte maneira:

Assuntos

Qtde de concursos que

previram a disciplina

Direito Constitucional

Qtde de concursos que

previram os assuntos no conteœdo program‡tico

da disciplina

% de incid•ncia dos

assuntos no conteœdo program‡tico

da disciplina

Teoria geral da Constitui•‹o:

conceito, origens, conteœdo, estrutura e classifica•‹o.

Supremacia da Constitui•‹o.

Tipos de Constitui•‹o.

19 10 52,6%

Tabela 1

(5)

Assuntos

Qtde de concursos que

previram os assuntos em

edital

Qtde de concursos que

efetivamente cobraram os assuntos em

prova

% de incid•ncia dos

assuntos nas provas da

banca

Teoria geral da Constitui•‹o:

conceito, origens, conteœdo, estrutura e classifica•‹o.

Supremacia da Constitui•‹o.

Tipos de Constitui•‹o.

10 4 40%

Tabela 2

Com base nas tabelas acima, Ž poss’vel verificar que estes assuntos possuem import‰ncia relativa no contexto das provas da ESAF, j‡ que:

a) 52,6% dos editais dos concursos de n’vel superior realizados pela banca previram tais assuntos (tabela 1);

b) 40% das provas os assuntos foram de fato explorados (tabela 2).

* Provas objetivas de AFRFB Ð œltimos 10 anos

Especificamente para o cargo de AFRFB, a ESAF cobrou esses assuntos (mesmo que de forma parcial) nos œltimos 10 anos (concursos de 2009, 2012 e 2014) conforme a seguir:

Assuntos

Qtde de concursos que

previram a disciplina

Direito Constitucional

Qtde de concursos que

previram os assuntos no conteœdo program‡tico da

disciplina

% de incid•ncia dos

assuntos no conteœdo program‡tico

da disciplina

Teoria geral da Constitui•‹o:

conceito, origens, conteœdo, estrutura e classifica•‹o.

Supremacia da Constitui•‹o.

Tipos de Constitui•‹o.

3 3 100%

Tabela 3

(6)

Assuntos

Qtde de concursos que

previram os assuntos em

edital

Qtde de concursos que

efetivamente cobraram os assuntos em

prova

% de incid•ncia dos

assuntos nas provas de

AFRFB

Teoria geral da Constitui•‹o:

conceito, origens, conteœdo, estrutura e classifica•‹o.

Supremacia da Constitui•‹o.

Tipos de Constitui•‹o.

3 2 66,7%

Tabela 4

Com base nas tabelas, especificamente para o cargo de AFRFB, verificamos que o assunto Ž Òfigurinha carimbadaÓ nos editais (tabela 3), tendo sido efetivamente cobrado em duas das tr•s œltimas provas (tabela 4).

* Conclus‹o

Embora nem sempre previstos nos editais da ESAF, os assuntos deste relat—rio v•m sendo sempre contemplados nos editais de AFRFB, alŽm de terem sido efetivamente cobrados em duas das œltimas tr•s provas para esse cargo.

Sendo assim, s‹o assuntos que merecem dedica•‹o.

Gostar’amos de destacar, por fim, que no contexto dos assuntos deste relat—rio, n‹o foi encontrada nenhuma quest‹o da ESAF (provas de n’vel superior, nos œltimos 5 anos) versando sobre os temas Òestrutura das constitui•›esÓ e Òelementos das constitui•›esÓ. Isso n‹o significa que esses temas devam ser boicotados do estudo, ok?!

Por outro lado, o tema Òclassifica•‹o das constitui•›esÓ Ž que foi respons‡vel por quase a totalidade das ocorr•ncias em provas dos assuntos tratados no presente relat—rio, destacando que foi efetivamente cobrado em 2 das 3 œltimas provas de AFRFB.

Portanto, aten•‹o redobrada a esse tema! J

An‡lise das Quest›es

Amigos, o objetivo desta se•‹o Ž procurar identificar, por meio de uma amostra de quest›es de prova, como a banca cobra o assunto, de forma a orientar o estudo dos temas.

Primeiramente, vejamos como a ESAF cobra o tema Òclassifica•‹o das

constitui•›esÓ:

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(2012 Ð RFB Ð AFRFB) O Estudo da Teoria Geral da Constitui•‹o revela que a Constitui•‹o dos Estados Unidos se ocupa da defini•‹o da estrutura do Estado, funcionamento e rela•‹o entre os Poderes, entre outros dispositivos. Por sua vez, a Constitui•‹o da Repœblica Federativa do Brasil de 1988 Ž detalhista e minuciosa. Ambas, entretanto, se submetem a processo mais dificultoso de emenda constitucional.

Considerando a classifica•‹o das constitui•›es e tomando-se como verdadeiras essas observa•›es, sobre uma e outra Constitui•‹o, Ž poss’vel afirmar que

a) a Constitui•‹o da Repœblica Federativa do Brasil de 1988 Ž escrita, anal’tica e r’gida, a dos Estados Unidos, r’gida, sintŽtica e negativa.

b) a Constitui•‹o da Repœblica Federativa do Brasil de 1988 Ž do tipo hist—rica, r’gida, outorgada e a dos Estados Unidos r’gida, sintŽtica.

c) a Constitui•‹o dos Estados Unidos Ž do tipo consuetudin‡ria, flex’vel e a da Repœblica Federativa do Brasil de 1988 Ž escrita, r’gida e detalhista.

d) a Constitui•‹o dos Estados Unidos Ž anal’tica, r’gida e a da Repœblica Federativa do Brasil de 1988 Ž hist—rica e consuetudin‡ria.

e) a Constitui•‹o da Repœblica Federativa do Brasil de 1988 Ž democr‡tica, promulgada e flex’vel, a dos Estados Unidos, r’gida, sintŽtica e democr‡tica.

GABARITO: letra ÒaÓ.

A CF/88 Ž escrita (e n‹o consuetudin‡ria como asseverado em ÒdÓ), r’gida (e n‹o flex’vel como afirmado em ÒeÓ), anal’tica, dogm‡tica (e n‹o hist—rica, como asseverado em ÒbÓ e ÒdÓ) e democr‡tica (e n‹o outorgada, como asseverado em ÒbÓ).

Por sua vez, a Constitui•‹o dos Estados Unidos Ž sintŽtica/negativa (e n‹o anal’tica, como asseverado em ÒdÓ), escrita (e n‹o flex’vel, como asseverado em ÒcÓ), r’gida (e n‹o consuetudin‡ria, como asseverado em ÒcÓ) e democr‡tica.

Para maiores esclarecimentos, vide respostas ˆs perguntas 13, 14, 15, 16, 34 e 35 do question‡rio de revis‹o.

Primeiramente, gostar’amos de chamar aten•‹o para o fato de o

enunciado j‡ ter trazido as caracter’sticas da Constitui•‹o dos Estados

Unidos, bastando ao candidato que realizasse sua classifica•‹o com

base nas caracter’sticas enunciadas.

(8)

Portanto, n‹o custa falar que Ž extremamente importante que os enunciados das quest›es sejam lidos com muita aten•‹o!

Temos certeza de que muito candidato afoito errou essa quest‹o e se desesperou na prova porque leu o enunciado com falta de aten•‹o.

De qualquer forma, recomendamos chegar ˆ prova sabendo as principais caracter’sticas das Constitui•›es dos Estados Unidos (classifica•›es quanto ˆ origem, forma, extens‹o e estabilidade) e da Inglaterra (classifica•›es quanto ˆ forma e ao modo de elabora•‹o) Ð alŽm da CF/88, obviamente.

Isso porque, como vimos, a banca pode explorar caracter’sticas de outras constitui•›es que n‹o a brasileira, sendo que as constitui•›es americana e inglesa s‹o muito comentadas pela doutrina.

Vejamos outro exemplo de quest‹o sobre esse tema:

(2012 Ð MDIC Ð Analista de ComŽrcio Exterior Ð V‡rios Grupos) Sabe-se que a doutrina constitucionalista classifica as constitui•›es.

Quanto ˆs classifica•›es existentes, Ž correto afirmar que

I. quanto ao modo de elabora•‹o, pode ser escrita e n‹o escrita.

II. quanto ˆ forma, pode ser dogm‡tica e hist—rica.

III. quanto ˆ origem, pode ser promulgada e outorgada.

IV. quanto ao conteœdo, pode ser anal’tica e sintŽtica.

Assinale a op•‹o verdadeira.

a) II, III e IV est‹o corretas.

b) I, II e IV est‹o incorretas.

c) I, III e IV est‹o corretas.

d) I, II e III est‹o corretas.

e) II e III est‹o incorretas.

GABARITO: letra ÒbÓ.

Quanto ao modo de elabora•‹o, as constitui•›es podem ser dogm‡ticas ou hist—ricas.

Quanto ˆ forma, as constitui•›es podem ser escritas ou n‹o escritas.

Quanto ˆ origem, as constitui•›es podem ser promulgadas, outorgadas, cesaristas ou pactuadas (a falta destes dois œltimos tipos n‹o torna a assertiva III incorreta).

Quanto ao conteœdo, as constitui•›es podem ser formais ou materiais.

Para maiores esclarecimentos, vide respostas ˆs perguntas 13, 14, 15

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e 18 do question‡rio de revis‹o.

Com rela•‹o a essa quest‹o, Ž importante chamar aten•‹o para o fato de a ESAF realmente abordar diversas formas de classifica•‹o das constitui•›es, raz‹o pela qual Ž essencial que os candidatos compreendam e memorizem as principais caracter’sticas das diversas classifica•›es existentes, e n‹o se restrinja a uma ou outra.

Por outro lado, destacamos que as classifica•›es quanto ˆ origem, ˆ forma, ao modo de elabora•‹o, ˆ estabilidade, ao conteœdo e ˆ extens‹o foram as mais recorrentes nas provas pesquisadas e geralmente s‹o muito cobradas nos concursos em geral. Portanto, aten•‹o redobrada a tais classifica•›es!

Vamos a mais um exemplo:

(2012 Ð STN Ð Analista de Finan•as e Controle Ð Diversas çreas) A ÒConstitui•‹o-GarantiaÓ Ž a t’pica constitui•‹o formatada sob a Žgide do Welfare State, em que consta grande rol de direitos sociais e possui n’tido car‡ter intervencionista no ‰mbito econ™mico.

GABARITO: errada.

A quest‹o descreve as caracter’sticas, na verdade, da Constitui•‹o- dirigente.

Para maiores esclarecimentos, vide resposta ˆ pergunta 28 do question‡rio de revis‹o.

Reparem que a quest‹o abordou a classifica•‹o das constitui•›es quanto ˆ finalidade, uma das classifica•›es que destacamos mais acima como n‹o sendo uma das mais cobradas pela banca. Isso demonstra que, para se diferenciar dos demais candidatos, Ž importante compreender e memorizar as principais caracter’sticas das diversas classifica•›es existentes, e n‹o somente das que mais ÒcaemÓ.

Vejamos agora quest›es sobre Òconceito e sentidos de Constitui•‹oÓ:

(2009 Ð RFB Ð AFRFB) O conceito ideal de constitui•‹o, o qual surgiu no movimento constitucional do sŽculo XIX, considera como um de seus elementos materiais caracterizadores que a constitui•‹o n‹o deve ser escrita.

GABARITO: errada

A Constitui•‹o ideal deve ser escrita.

Para maiores esclarecimentos, vide resposta ˆ pergunta 2 do

question‡rio de revis‹o.

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Quest‹o relativamente tranquila (porque n‹o exigia an‡lise aprofundada para sua resolu•‹o). Bastava ao candidato lembrar as principais caracter’sticas do conceito de Constitui•‹o ideal preconizado por Canotilho.

Em regra, para se resolver quest›es sobre esse tema, basta que o candidato se lembre da concep•‹o a que a quest‹o se refere, suas principais caracter’sticas e o nome do seu preconizador.

Vejamos mais dois exemplos, retirados de provas bem antigas, j‡ que n‹o h‡ quest›es mais recentes:

(ESAF / ENAP-2006) Na concep•‹o sociol—gica, defendida por Ferdinand Lassale, a Constitui•‹o seria o resultado de uma lenta forma•‹o hist—rica, do lento evoluir das tradi•›es, dos fatos sociopol’ticos, que se cristalizam como normas fundamentais da organiza•‹o de determinado Estado.

GABARITO: errada

Esse Ž o conceito de Constitui•‹o hist—rica.

Para maiores esclarecimentos, vide resposta ˆ pergunta 15 do question‡rio de revis‹o.

(ESAF / STN - 2005) Na concep•‹o de constitui•‹o em seu sentido pol’tico, formulada por Carl Schmitt, h‡ uma identidade entre o conceito de constitui•‹o e o conceito de leis constitucionais, uma vez que Ž nas leis constitucionais que se materializa a decis‹o pol’tica fundamental do Estado.

GABARITO: errada

No sentido pol’tico, h‡ distin•‹o entre Constitui•‹o e lei constitucionais.

Para maiores esclarecimentos, vide resposta ˆ pergunta 4 do question‡rio de revis‹o.

Viram como Ž importante saber n‹o somente o sentido de Constitui•‹o e suas caracter’sticas, mas tambŽm o nome de seu formulador? N‹o somente porque a banca poderia ter trocado o nome do autor do conceito, mas tambŽm para que o candidato n‹o se desespere na prova por n‹o se lembrar de tal nome e ficar na dœvida se h‡ ÒpeguinhaÓ na quest‹o.

Vejamos agora uma quest‹o sobre Òsupremacia da Constitui•‹oÓ. Trata- se de quest‹o antiga, porque n‹o h‡ exemplos mais recentes:

(ESAF / CGU Ð 2006) Segundo a doutrina, n‹o h‡ rela•‹o entre a

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rigidez constitucional e o princ’pio da supremacia da constitui•‹o.

GABARITO: errada

A doutrina aponta que a rigidez constitucional resulta na supremacia da Constitui•‹o, justamente em raz‹o da exig•ncia de rito especial para a inser•‹o de normas na Constitui•‹o.

Para maiores esclarecimentos, vide resposta ˆs perguntas 16 e 19 do question‡rio de revis‹o.

Quest‹o um pouco mais aprofundada, n‹o Ž verdade?

N‹o podemos, entretanto, nos dar por vencidos. ƒ preciso tentar encontrar a resposta!

Nesse caso, seria poss’vel deduzir a resposta da quest‹o lembrando-se que o processo legislativo diferenciado para a inser•‹o e altera•‹o de normas na Constitui•‹o caracteriza sua rigidez, bem como sua supremacia perante as demais normas. Assim, h‡ um ponto em comum e, portanto, rela•‹o entre as duas ideias.

Orienta•›es de Estudo Ð Checklist

A ideia desta se•‹o Ž apresentar uma espŽcie de checklist para o estudo da matŽria, de forma que o candidato n‹o deixe nada importante de fora em sua prepara•‹o.

Assim, ˆqueles que nunca estudaram o assunto, recomendamos que ˆ medida que for lendo seu curso te—rico, concomitantemente observem se prestaram a devida aten•‹o aos pontos elencados aqui no checklist, de forma que o estudo inicial j‡ seja realizado de maneira bem completa.

Por outro lado, aqueles que j‡ estudaram o assunto, podem utilizar o checklist para verificar se eventualmente n‹o h‡ nenhum ponto que tenha passado despercebido no estudo. Se isso acontecer, realizem o estudo complementar do assunto.

Bom, com base na an‡lise das quest›es colhidas, bem como no exame do conteœdo que rege o assunto, aconselhamos que compreendam e memorizem pelo menos:

1) As caracter’sticas que identificam uma Constitui•‹o;

2) Os elementos que caracterizam a concep•‹o de Constitui•‹o Ideal preconizada por Canotilho;

3) Sentido sociol—gico de Constitui•‹o: seu preconizador, principal

caracter’stica, diferen•a entre a Constitui•‹o real e a jur’dica, bem

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como a coexist•ncia dessas œltimas;

4) Sentido pol’tico de Constitui•‹o: seu preconizador, principal caracter’stica, diferen•a entre Constitui•‹o e leis constitucionais, correla•‹o da concep•‹o pol’tica de Constitui•‹o com a classifica•‹o das normas em materialmente constitucionais e formalmente constitucionais;

5) Sentido jur’dico de Constitui•‹o: seu preconizador, principal caracter’stica, o escalonamento hier‡rquico das normas, sentidos l—gico-jur’dico e jur’dico-positivo da Constitui•‹o;

6) Sentido cultural de Constitui•‹o: seu preconizador, principal caracter’stica, conceito de Constitui•‹o Total;

7) As partes em que usualmente s‹o divididas as Constitui•›es, e suas principais caracter’sticas;

7.1 Para alunos intermedi‡rios e avan•ados, que j‡ estudaram a matŽria de direito constitucional anteriormente: a quest‹o da liberdade constitucional de consci•ncia, cren•a e culto (CF/88, artigos: 5¼, incisos VI, VII, VIII) e a men•‹o Òsob a prote•‹o de DeusÓ contida no pre‰mbulo da CF.

7.2 Para alunos intermedi‡rios e avan•ados, que j‡ estudaram a matŽria de direito constitucional anteriormente: os seguintes entendimentos jurisprudenciais e sua rela•‹o com os assuntos deste relat—rio: entendimento do STF sobre a for•a normativa do pre‰mbulo da CF, bem como a obrigatoriedade de sua reprodu•‹o nas constitui•›es dos estados-membros (ADI 2.076-AC e ADI 2.649).

8) O car‡ter polifacŽtico da Constitui•‹o e o relacionamento das partes que a formam;

9) As cinco categorias de elementos das constitui•›es, de acordo com JosŽ Afonso da Silva;

10) As caracter’sticas das diversas classifica•›es das Constitui•›es:

t’tulo (e seus sin™nimos) da classifica•‹o, ponto de vista utilizado para realizar a classifica•‹o, as espŽcies da classifica•‹o (inclusive sin™nimos), suas diferen•as e pontos em comum;

11) O significado de supremacia constitucional, inclusive em seus sentidos material e formal;

12) Distin•‹o entre normas materialmente constitucionais e

formalmente constitucionais, bem como as implica•›es dessa

diferencia•‹o;

(13)

13) As ideias de Constitui•‹o pl‡stica e de Constitui•‹o expansiva;

14) A classifica•‹o completa da CF/88;

15) A classifica•‹o das constitui•›es dos Estados Unidos (quanto ˆ origem, forma, extens‹o e estabilidade) e da Inglaterra (quanto ˆ forma e ao modo de elabora•‹o).

IMPORTANTE: todos os dispositivos normativos e entendimentos jurisprudenciais mencionados ser‹o abordados e transcritos nas respostas do question‡rio de revis‹o, que ser‡ apresentado mais ˆ frente. Com rela•‹o aos ac—rd‹os mencionados, n‹o Ž necess‡rio l•-los na ’ntegra, mas t‹o somente saber qual foi o entendimento do tribunal no julgado.

Pontos a Destacar

Pessoal, o objetivo desta se•‹o Ž destacar alguns aspectos da matŽria que entendemos que merecem destaque, levando em considera•‹o a an‡lise das quest›es e do conteœdo, bem como a nossa experi•ncia em concursos pœblicos.

Assim, sem a pretens‹o de esgotar o conteœdo do assunto Ð que Ž fun•‹o do professor Ð gostar’amos de chamar aten•‹o para alguns pontos:

1) ƒ essencial compreender e memorizar as principais caracter’sticas das diversas classifica•›es existentes, e n‹o se restringir a uma ou outra classifica•‹o.

2) As classifica•›es quanto ˆ origem, ˆ forma, ao modo de elabora•‹o, ˆ estabilidade, ao conteœdo e ˆ extens‹o foram as mais recorrentes nas provas pesquisadas e geralmente s‹o muito cobradas nos concursos em geral. Portanto, aten•‹o redobrada a tais classifica•›es!

3) Classifica•‹o completa da CF/88: democr‡tica, escrita codificada, dogm‡tica heterodoxa, r’gida (para Alexandre de Moraes, super-r’gida), formal, anal’tica, normativa, dirigente, social, autoconstitui•‹o, principiol—gica, definitiva, expansiva e pl‡stica.

4) A Constitui•‹o dos Estados Unidos Ž democr‡tica, escrita, sintŽtica e r’gida;

5) A Constitui•‹o da Inglaterra Ž n‹o escrita e hist—rica;

(14)

6) Para resolver quest›es sobre Òsentidos das constitui•›esÓ, Ž importante n‹o somente compreender e memorizar a concep•‹o a que a quest‹o se refere e suas principais caracter’sticas, mas tambŽm o nome do seu preconizador;

7) Pontos que foram efetivamente cobrados em prova pela ESAF, com base na amostra de exames colhidos:

ü Constitui•‹o escrita (5 incid•ncias);

ü Constitui•‹o promulgada (4 incid•ncias);

ü Classifica•‹o da CF/88 (3 incid•ncias);

ü Constitui•‹o anal’tica (3 incid•ncias);

ü Constitui•‹o dogm‡tica (3 incid•ncias);

ü Constitui•‹o hist—rica (3 incid•ncias);

ü Constitui•‹o sintŽtica (3 incid•ncias);

ü Constitui•‹o outorgada (3 incid•ncias);

ü Constitui•‹o r’gida (3 incid•ncias);

ü Constitui•‹o flex’vel (2 incid•ncias);

ü Classifica•‹o da Constitui•‹o dos EUA (1 incid•ncia);

ü Classifica•‹o quanto ˆ forma (1 incid•ncia);

ü Classifica•‹o quanto ˆ origem (1 incid•ncia);

ü Classifica•‹o quanto ao conteœdo (1 incid•ncia);

ü Classifica•‹o quanto ao modo de elabora•‹o (1 incid•ncia);

ü Constitui•‹o consuetudin‡ria (1 incid•ncia);

ü Constitui•‹o democr‡tica (1 incid•ncia);

ü Constitui•‹o detalhista (1 incid•ncia);

ü Constitui•‹o formal (1 incid•ncia);

ü Constitui•‹o garantia (1 incid•ncia);

ü Constitui•‹o ideal (1 incid•ncia);

ü Constitui•‹o imut‡vel (1 incid•ncia);

ü Constitui•‹o material (1 incid•ncia);

ü Constitui•‹o negativa (1 incid•ncia);

ü Constitui•‹o n‹o escrita (1 incid•ncia);

(15)

ü Constitui•‹o sem‰ntica (1 incid•ncia);

ü Constitui•‹o semirr’gida (1 incid•ncia).

OBS: a express‹o Òconstitui•‹o escrita (5 incid•ncias)Ó foi utilizada para indicar que, no conjunto de provas colhido, o conhecimento sobre constitui•‹o escrita foi exigido em cinco quest›es diferentes. E assim sucessivamente. ƒ importante lembrar que uma mesma quest‹o pode abordar o conhecimento de v‡rios pontos.

Question‡rio de Revis‹o Ð Parte 1

A seguir, apresentamos um question‡rio por meio do qual Ž poss’vel realizar uma revis‹o dos principais pontos da matŽria. Faremos isso para todos os t—picos do edital, um pouquinho a cada relat—rio!

ƒ poss’vel utilizar o question‡rio de revis‹o de diversas maneiras. O leitor pode, por exemplo:

1. ler cada pergunta e realizar uma autoexplica•‹o mental da resposta;

2. ler as perguntas e respostas em sequ•ncia, para realizar uma revis‹o mais r‡pida;

3. eleger algumas perguntas para respond•-las de maneira discursiva.

Legal, nŽ?! J

Bom, para destacar os pontos da matŽria com maior incid•ncia nas provas colhidas, utilizaremos a cor:

AlŽm disso, utilizaremos a cor cinza para indicar os pontos que foram inclu’dos no question‡rio com a finalidade de aprofundar o estudo da

Azul

¥   para indicar os pontos que n‹o tiveram nenhuma incid•ncia

Verde ¥   para indicar os pontos que tiveram uma œnica incid•ncia

Laranja

¥   para indicar os pontos que tiveram duas ou tr•s incid•ncias

Vermelha

¥   para indicar os pontos que tiveram 4 ou mais incid•ncias

(16)

matŽria. Por isso, esses pontos n‹o foram considerados na an‡lise estat’stica do presente relat—rio.

Destacamos que os pontos de aperfei•oamento s‹o voltados para ÒturbinarÓ o estudo daqueles alunos que j‡ est‹o na fase intermedi‡ria/avan•ada de compreens‹o da matŽria.

Logo, Ž poss’vel que os alunos iniciantes, que ainda n‹o viram toda a matŽria de Direito Administrativo, tenham certa dificuldade nesses quesitos. Para esses alunos, recomendamos que, retornem a tais pontos quando forem revisar a matŽria no futuro.

Bom, voltando a comentar o Òesquema de coresÓ: o legal de utilizarmos esse esquema de cores Ž que, enquanto realizam uma revis‹o do assunto Ð por meio da leitura das respostas do question‡rio Ð voc•s j‡ saber‹o se aquele ponto foi muito ou pouco cobrado pela banca!

Por outro lado, gostar’amos de chamar aten•‹o para o fato de que mesmo aqueles pontos que n‹o foram cobrados pela banca s‹o plenamente pass’veis de cobran•a em provas futuras, portanto nada de deix‡-los de fora de seus estudos, blz?

Pessoal, primeiramente apresentaremos o question‡rio sem respostas, que n‹o contar‡ com os destaques coloridos. Logo depois, ser‡

apresentado o question‡rio com respostas, agora sim utilizando o esquema de cores.

***Question‡rio - somente perguntas:***

1) O que geralmente se entende por Constitui•‹o?

2) Quais s‹o os elementos que caracterizam a concep•‹o de Constitui•‹o Ideal preconizada por Canotilho? O que esses elementos possuem em comum?

3) Qual o sentido sociol—gico de Constitui•‹o? Quem o preconizou?

4) Como se define Constitui•‹o a partir de sua concep•‹o pol’tica? Quem a preconizou? Qual a diferen•a de Constitui•‹o e de leis constitucionais segundo o autor?

5) Qual o sentido jur’dico de Constitui•‹o? Quem o preconizou?

6) Como se define Constitui•‹o a partir de sua concep•‹o cultural? Quem a preconizou?

7) Qual o conceito de Constitui•‹o Total?

(17)

8) Quais s‹o as partes em que comumente se dividem as Constitui•›es? Descreva cada uma delas.

9) Qual o entendimento do STF acerca do pre‰mbulo da Constitui•‹o Federal?

10) O fato de o pre‰mbulo da CF/88 falar em Òsob a prote•‹o de DeusÓ permite a conclus‹o de que o Brasil Ž um Estado religioso?

11) Em raz‹o de seu car‡ter polifacŽtico, a Constitui•‹o deve ser encarada como partes que n‹o se relacionam?

Explique.

12) Quais s‹o os elementos que formam a Constitui•‹o, de acordo com JosŽ Afonso da Silva? Explique cada um deles.

13) Como se d‡ a classifica•‹o das Constitui•›es quanto ˆ origem?

14) Como se d‡ a classifica•‹o das Constitui•›es quanto ˆ forma?

15) Como se d‡ a classifica•‹o das Constitui•›es quanto ao modo de elabora•‹o?

16) Como se d‡ a classifica•‹o das Constitui•›es quanto ˆ estabilidade?

17) A rigidez da Constitui•‹o lhe assegura estabilidade?

18) Como se d‡ a classifica•‹o das Constitui•›es quanto ao conteœdo?

19) O que Ž supremacia constitucional? O que Ž supremacia constitucional? Qual sua rela•‹o com a rigidez da Constitui•‹o?

20) Qual a distin•‹o entre supremacia material e supremacia formal da Constitui•‹o?

21) Todo Estado possui uma Constitui•‹o?

22) ƒ poss’vel a exist•ncia de normas materialmente constitucionais fora de uma Constitui•‹o escrita?

23) H‡ relev‰ncia jur’dica em se fazer a distin•‹o entre normas material e formalmente constitucionais no contexto brasileiro?

24) Como se d‡ a classifica•‹o das Constitui•›es quanto ˆ extens‹o?

25) Como se d‡ a classifica•‹o das Constitui•›es quanto ˆ

correspond•ncia com a realidade pol’tica e social

(classifica•‹o ontol—gica de Karl Loewenstein)?

(18)

26) Como se d‡ a classifica•‹o das Constitui•›es quanto a sua fun•‹o no ordenamento jur’dico e a sua rela•‹o com a atividade legislativa ordin‡ria ou, ainda, segundo a sua capacidade de conforma•‹o atribu’da ao legislador, aos cidad‹os e ˆ autonomia privada?

27) Como se d‡ a classifica•‹o das Constitui•›es quanto ˆ fun•‹o?

28) Como se d‡ a classifica•‹o das Constitui•›es quanto ˆ finalidade?

29) Como se d‡ a classifica•‹o das Constitui•›es quanto ao conteœdo ideol—gico?

30) Como se d‡ a classifica•‹o das Constitui•›es quanto ao local da decreta•‹o?

31) Como se d‡ a classifica•‹o das Constitui•›es quanto ao sistema?

32) O que Ž uma Constitui•‹o Pl‡stica?

33) O que Ž uma Constitui•‹o Expansiva?

34) Como pode ser classificada a CF/88?

35) Como pode ser classificada a Constitui•‹o dos Estados Unidos quanto ˆ origem, ˆ forma, ˆ extens‹o e ˆ estabilidade?

36) Como pode ser classificada a Constitui•‹o inglesa quanto ˆ forma e ao modo de elabora•‹o?

***Question‡rio: perguntas com respostas***

1) O que geralmente se entende por Constitui•‹o?

Constitui•‹o Ž a lei m‡xima (suprema, superior) de um Estado, o estatuto jur’dico fundamental da comunidade, criada pela vontade soberana do povo, que conta, geralmente, com normas que versam sobre a forma de Estado e de governo, a aquisi•‹o do poder de governar, a forma•‹o e divis‹o dos poderes, a distribui•‹o de compet•ncias, bem como os direitos, garantias e deveres individuais.

2) Quais s‹o os elementos que caracterizam a concep•‹o de Constitui•‹o Ideal preconizada por Canotilho? O que esses elementos possuem em comum?

Elementos que caracterizam a Constitui•‹o Ideal:

a) escrita;

(19)

b) contŽm um sistema de direitos fundamentais individuais;

c) contŽm a defini•‹o e o reconhecimento do princ’pio da separa•‹o dos poderes;

d) adota um sistema democr‡tico formal.

Os elementos possuem em comum o fato de estarem relacionados ˆ limita•‹o do poder coercitivo do Estado.

3) Qual o sentido sociol—gico de Constitui•‹o? Quem o preconizou?

O sentido sociol—gico de constitui•‹o foi preconizado por Ferdinand Lassale.

Nessa concep•‹o, a Constitui•‹o real e efetiva consiste na soma dos fatores reais de poder que vigoram na sociedade.

Dessa forma, a Constitui•‹o escrita (jur’dica) somente ser‡ real, efetiva, caso guarde plena correspond•ncia com os fatores reais de poder, sob pena de ser considerada mera Òfolha de papelÓ.

Assim, para o autor, todo Estado possui uma Constitui•‹o material (real, efetiva), mesmo que n‹o possua uma Constitui•‹o formal (escrita).

4) Como se define Constitui•‹o a partir de sua concep•‹o pol’tica? Quem a preconizou? Qual a diferen•a de Constitui•‹o e de leis constitucionais segundo o autor?

O sentido pol’tico de Constitui•‹o foi preconizado por Carl Schmitt.

Nessa concep•‹o, a Constitui•‹o Ž uma decis‹o pol’tica fundamental que visa estrutura e organizar os elementos essenciais do Estado.

A teoria de Schmitt Ž chamada de voluntarista (ou decisionista), porque leva em conta o fato de a Constitui•‹o ser um produto da vontade do titular do Poder Constituinte, independentemente da justi•a de suas normas ou de sua correspond•ncia aos fatores reais de poder.

Por fim, Ž bom destacar que, para o autor, h‡ distin•‹o entre Constitui•‹o e o que ele chamou de Òleis constitucionaisÓ.

Nesse sentido, a Constitui•‹o seria apenas o conjunto de normas que regem decis›es pol’ticas fundamentais, matŽrias de grande relev‰ncia.

Por outro lado, as leis constitucionais seriam as normas de

menor import‰ncia, embora contidas formalmente no texto

constitucional.

(20)

5) Qual o sentido jur’dico de Constitui•‹o? Quem o preconizou?

O sentido jur’dico de Constitui•‹o foi preconizado por Hans Kelsen.

Nessa concep•‹o, n‹o s‹o levados em considera•‹o aspectos sociol—gicos, pol’ticos ou filos—ficos para se buscar a defini•‹o de a Constitui•‹o: ela Ž considerada uma norma jur’dica pura, de car‡ter superior e fundamental, que tem a finalidade de organizar e estruturar o poder pol’tico, limitar a atua•‹o estatal e estabelecer direitos e garantias individuais.

Ao invŽs de retirar seu fundamento de validade a partir dos fatores reais de poder, ou da realidade social do Estado (como Lassale), Kelsen prop™s um escalonamento hier‡rquico das normas, onde as normas jur’dicas inferiores retiram fundamento de validade em normas jur’dicas superiores.

J‡ a Constitui•‹o (escrita), que Ž a norma jur’dica m‡xima, retira seu fundamento de validade do que Kelsen chamou de Ònorma hipotŽtica fundamentalÓ, uma norma imaginada, que n‹o possui enunciado expl’cito. Consiste apenas numa ordem de obedi•ncia ˆ Constitui•‹o positivada, dirigida a todos, de forma pressuposta.

Por fim, cumpre destacar que, para compreender plenamente a concep•‹o kelseniana, deve-se compreender a norma hipotŽtica fundamental como o sentido l—gico-jur’dico de Constitui•‹o. Por sua vez, o documento escrito, solene, que figura como norma positiva suprema a partir da qual todas as outras s‹o criadas, como o sentido jur’dico-positivo de Constitui•‹o.

6) Como se define Constitui•‹o a partir de sua concep•‹o cultural? Quem a preconizou?

O sentido cultural de Constitui•‹o foi preconizado por Meirelles Teixeira.

Nessa concep•‹o, o Direito deve ser entendido como parte da cultura, produto da atividade humana, porquanto, no entendimento do autor, n‹o pode ser considerado real (por n‹o pertencer ˆ natureza), ideal (por n‹o ser imut‡vel ou existir fora do tempo ou do espa•o, como as rela•›es Ð igualdade, diferen•a etc. Ð, as quantidades ou figuras matem‡ticas Ð nœmeros, formas geomŽtricas, etc. Ð, bem como as ess•ncias) tampouco puro valor (n‹o se confunde com os valores que busca concretizar por meio de suas normas).

7) Qual o conceito de Constitui•‹o Total?

==0==

0

(21)

ƒ aquela que, sendo uma combina•‹o das concep•›es sociol—gica, pol’tica e jur’dica de Constitui•‹o, Ž condicionada pela cultura do povo e, ao mesmo tempo, tambŽm a condiciona, abrangendo todos os aspectos da vida da sociedade e do Estado.

8) Quais s‹o as partes em que comumente se dividem as Constitui•›es? Descreva cada uma delas.

Pre‰mbulo: parte que antecede o texto constitucional propriamente dito, em que geralmente s‹o destacados:

a) o rompimento com a ordem jur’dica anterior;

b) as inten•›es do legislador constituinte;

c) os princ’pios da nova constitui•‹o;

d) a ideologia do poder constituinte origin‡rio, os valores por ele adotados e os objetivos por ele perseguidos.

O pre‰mbulo tambŽm funciona como elemento de integra•‹o dos dispositivos normativos que comp›em o texto constitucional, bem como de vetor de interpreta•‹o dos mesmos.

Parte dogm‡tica: Ž o texto constitucional propriamente dito, o corpo permanente (embora modific‡vel via reforma constitucional) da Constitui•‹o, que prev• os direitos e deveres criados pelo poder constituinte.

Parte transit—ria: composta por normas (formalmente constitucionais) que realizam a integra•‹o da ordem jur’dica anterior ˆ estabelecida pela nova Constitui•‹o, sendo tambŽm pass’veis de modifica•‹o via reforma, sem preju’zo de se prestarem como par‰metros para o controle de constitucionalidade. Cumpre destacar que as normas do ADCT cujas situa•›es previstas j‡ tenham ocorrido possuem efic‡cia exaurida e aplicabilidade esgotada.

9) Qual o entendimento do STF acerca do pre‰mbulo da Constitui•‹o Federal?

De acordo com o STF, o pre‰mbulo n‹o possui relev‰ncia

jur’dica, n‹o tem for•a normativa, n‹o tem car‡ter vinculante

n‹o cria direitos e obriga•›es, mas t‹o somente apresenta

valores que orientam a interpreta•‹o e aplica•‹o das normas

constitucionais (vetor interpretativo). N‹o se situa no ‰mbito do

Direito, mas no da Pol’tica, e n‹o integra o corpo da pr—pria

constitui•‹o. N‹o Ž norma de reprodu•‹o obrigat—ria pelos

estados-membros em suas constitui•›es e nem devem servir de

par‰metro para o controle de constitucionalidade das leis (ADI

(22)

2.076 e ADI 2.649).

10) O fato de o pre‰mbulo da CF/88 falar em Òsob a prote•‹o de DeusÓ permite a conclus‹o de que o Brasil Ž um Estado religioso?

N‹o, o Brasil Ž um Estado leigo, laico ou n‹o confessional (lembrando que ser laico n‹o Ž sin™nimo de ser um Estado ateu), em raz‹o do disposto na CF/88, art. 5¼, incisos VI a VIII, que estabelecem a liberdade de consci•ncia, cren•a e culto, reproduzidos a seguir:

VI - Ž inviol‡vel a liberdade de consci•ncia e de cren•a, sendo assegurado o livre exerc’cio dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a prote•‹o aos locais de culto e a suas liturgias;

VII - Ž assegurada, nos termos da lei, a presta•‹o de assist•ncia religiosa nas entidades civis e militares de interna•‹o coletiva;

VIII - ninguŽm ser‡ privado de direitos por motivo de cren•a religiosa ou de convic•‹o filos—fica ou pol’tica, salvo se as invocar para eximir-se de obriga•‹o legal a todos imposta e recusar-se a cumprir presta•‹o alternativa, fixada em lei;

Inclusive o STF j‡ se pronunciou no sentido de que a invoca•‹o da Òprote•‹o de DeusÓ n‹o Ž norma de reprodu•‹o obrigat—ria na Constitui•‹o Estadual (ADI 2.076-AC, Rel. Min. Carlos Velloso)

1

, refor•ando, portanto, a laicidade do Brasil.

11) Em raz‹o de seu car‡ter polifacŽtico, a Constitui•‹o deve ser encarada como partes que n‹o se relacionam?

Explique.

N‹o. Diz-se que a Constitui•‹o possui car‡ter polifacŽtico (v‡rias faces) em raz‹o de ser dotada de normas com conteœdo, origem e finalidades diferentes, mas essas partes se relacionam e formam um todo sistematizado.

12) Quais s‹o os elementos que formam a Constitui•‹o, de acordo com JosŽ Afonso da Silva? Explique cada um deles.

Elementos org‰nicos: normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder.

1

JosŽ Afonso da Silva. Coment‡rio contextual ˆ Constitui•‹o, 5. ed., p. 94 apud Lenza, 2016, p. 1190.

(23)

Elementos limitativos: normas que limitam a atua•‹o do poder estatal.

Elementos socioideol—gicos: normas que estabelecem presta•›es positivas ou interven•›es por parte do Estado, atribuindo-lhe um papel de garantidor do bem estar social.

Elementos de estabiliza•‹o social: normas que regulam a solu•‹o de conflitos de estatura constitucional, bem como a defesa do Estado, das institui•›es democr‡ticas e da pr—pria Constitui•‹o, revelando-se verdadeiros instrumentos de promo•‹o da paz social.

Elementos formais de aplicabilidade: normas que estabelecem o regramento de aplica•‹o da pr—pria constitui•‹o. Ex: pre‰mbulo, disposi•›es constitucionais transit—rias etc.

13) Como se d‡ a classifica•‹o das Constitui•›es quanto ˆ origem?

Quanto ˆ origem, as Constitui•›es podem ser classificadas em:

a) Outorgadas: tambŽm denominadas ÒimpostasÓ, ÒditatoriaisÓ ou Òautocr‡ticasÓ, s‹o fruto de imposi•‹o unilateral, sem participa•‹o popular, por parte da classe ou pessoa dominante, de um texto constitucional outorgado.

b) Promulgadas: tambŽm denominadas ÒpopularesÓ, Òdemocr‡ticasÓ ou ÒvotadasÓ, s‹o fruto de processo democr‡tico com participa•‹o popular, geralmente por meio de Assembleia Nacional Constituinte.

O pre‰mbulo da CF/88, ao enunciar que Òrepresentantes do povo brasileiro, reunidos em AssemblŽia Nacional Constituinte... promulgamosÓ, evidencia que a CF vigente Ž do tipo promulgada.

c) Cesaristas: tambŽm denominadas ÒbonapartistasÓ, s‹o submetidas ao referendo da popula•‹o, que n‹o participa, entretanto, da elabora•‹o de seu texto.

d) Pactuadas: tambŽm denominadas ÒdualistasÓ, porque resultaram de um grande acordo de duas for•as opostas: a monarquia enfraquecida de um lado e, do outro, a burguesia em ascens‹o.

...

Encerramos por aqui, pessoal.

(24)

As respostas das quest›es 14 a 36 ser‹o apresentadas no relat—rio 1, para que o presente relat—rio n‹o fique muito extenso.

AtŽ a pr—xima, grande abra•o e bons estudos!

ÒA satisfa•‹o reside no esfor•o, n‹o no resultado obtido. O esfor•o total Ž a plena vit—ria.Ó

(Mahatma Gandhi)

Tœlio Lages

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(25)

ANEXO I Ð LISTA DE QUESTÍES

1. (2012 Ð RFB Ð AFRFB) O Estudo da Teoria Geral da Constitui•‹o revela que a Constitui•‹o dos Estados Unidos se ocupa da defini•‹o da estrutura do Estado, funcionamento e rela•‹o entre os Poderes, entre outros dispositivos. Por sua vez, a Constitui•‹o da Repœblica Federativa do Brasil de 1988 Ž detalhista e minuciosa. Ambas, entretanto, se submetem a processo mais dificultoso de emenda constitucional.

Considerando a classifica•‹o das constitui•›es e tomando-se como verdadeiras essas observa•›es, sobre uma e outra Constitui•‹o, Ž poss’vel afirmar que

a) a Constitui•‹o da Repœblica Federativa do Brasil de 1988 Ž escrita, anal’tica e r’gida, a dos Estados Unidos, r’gida, sintŽtica e negativa.

b) a Constitui•‹o da Repœblica Federativa do Brasil de 1988 Ž do tipo hist—rica, r’gida, outorgada e a dos Estados Unidos r’gida, sintŽtica.

c) a Constitui•‹o dos Estados Unidos Ž do tipo consuetudin‡ria, flex’vel e a da Repœblica Federativa do Brasil de 1988 Ž escrita, r’gida e detalhista.

d) a Constitui•‹o dos Estados Unidos Ž anal’tica, r’gida e a da Repœblica Federativa do Brasil de 1988 Ž hist—rica e consuetudin‡ria.

e) a Constitui•‹o da Repœblica Federativa do Brasil de 1988 Ž democr‡tica, promulgada e flex’vel, a dos Estados Unidos, r’gida, sintŽtica e democr‡tica.

GABARITO: letra ÒaÓ.

(2012 Ð MDIC Ð Analista de ComŽrcio Exterior Ð V‡rios Grupos) Sabe-se que a doutrina constitucionalista classifica as constitui•›es.

Quanto ˆs classifica•›es existentes, Ž correto afirmar que

I. quanto ao modo de elabora•‹o, pode ser escrita e n‹o escrita.

II. quanto ˆ forma, pode ser dogm‡tica e hist—rica.

III. quanto ˆ origem, pode ser promulgada e outorgada.

IV. quanto ao conteœdo, pode ser anal’tica e sintŽtica.

Assinale a op•‹o verdadeira.

a) II, III e IV est‹o corretas.

b) I, II e IV est‹o incorretas.

c) I, III e IV est‹o corretas.

d) I, II e III est‹o corretas.

(26)

e) II e III est‹o incorretas.

GABARITO: letra ÒbÓ.

3. (2012 Ð STN Ð Analista de Finan•as e Controle Ð Diversas çreas) A ÒConstitui•‹o-GarantiaÓ Ž a t’pica constitui•‹o formatada sob a Žgide do Welfare State, em que consta grande rol de direitos sociais e possui n’tido car‡ter intervencionista no ‰mbito econ™mico.

GABARITO: errada.

4. (2009 Ð RFB Ð AFRFB) O conceito ideal de constitui•‹o, o qual surgiu no movimento constitucional do sŽculo XIX, considera como um de seus elementos materiais caracterizadores que a constitui•‹o n‹o deve ser escrita.

GABARITO: errada

5. (ESAF / ENAP-2006) Na concep•‹o sociol—gica, defendida por Ferdinand Lassale, a Constitui•‹o seria o resultado de uma lenta forma•‹o hist—rica, do lento evoluir das tradi•›es, dos fatos sociopol’ticos, que se cristalizam como normas fundamentais da organiza•‹o de determinado Estado.

GABARITO: errada

6. (ESAF / STN - 2005) Na concep•‹o de constitui•‹o em seu sentido pol’tico, formulada por Carl Schmitt, h‡ uma identidade entre o conceito de constitui•‹o e o conceito de leis constitucionais, uma vez que Ž nas leis constitucionais que se materializa a decis‹o pol’tica fundamental do Estado.

GABARITO: errada

7. (ESAF / CGU Ð 2006) Segundo a doutrina, n‹o h‡ rela•‹o entre a

rigidez constitucional e o princ’pio da supremacia da constitui•‹o.

(27)

GABARITO QUESTÍES OBJETIVAS

1.A 2.B 3.E

4.E 5.E 6.E

7.E

(28)

Refer•ncias Bibliogr‡ficas

ALEXANDRINO, Marcelo. DIAS, Frederico. PAULO, Vicente. Aulas de direito constitucional para concursos. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense;

S‹o Paulo: MƒTODO, 2013.

CAROLINA, N‡dia. VALE, Ricardo. Direito Constitucional p/ AFRFB Ð 2016. EstratŽgia Concursos.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal (STF). A Constitui•‹o e o Supremo.

5. ed. Bras’lia: STF, Secretaria de Documenta•‹o, 2016.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 20. ed. rev., atual.

e ampl. S‹o Paulo: Saraiva, 2016.

MORAES. Alexandre de. Direito Constitucional. 21. ed. S‹o Paulo: Atlas,

2007.

(29)

Referências

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