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CARACTERIZAÇÃO E DESCRIÇÃO ANALÍTICA DO SAQUE POR CIMA NUMA PARTIDA DE VOLEIBOL

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CARACTERIZAÇÃO E DESCRIÇÃO ANALÍTICA DO SAQUE POR

CIMA NUMA PARTIDA DE VOLEIBOL

DIOGO GRANDE

Rua João Budel, n.º 8806, casa 7 Butiatuvinha – Curitiba/PR

Fone: (41) 3372 4154 E-mail: diogog.com@terra.com.br

PAOLA POSNIK

Rua Sérgio Pereira da Silva, 374 Pilarzinho – Curitiba/PR

Fone: (41) 3336 5034 E-mail: paolanik@hotmail.com

MARIA EUGÊNIA DE CARVALHO E SILVA

Universidade Tuiuti do Paraná – Curitiba/PR Fone: (41) 3361 7613

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Cessão de Direitos de Publicação

Os autores abaixo assinados transferem os direitos de publicação impressa e on-line do artigo “CARACTERIZAÇÃO E DESCRIÇÃO ANALÍTICA DO SAQUE POR CIMA NUMA PARTIDA DE VOLEIBOL” à revista Tuiuti: Ciência e Cultura, caso venha a ser publicado. Também declaram que tal artigo é original, não está submetido à apreciação de outro jornal e/ou revista e não foi publicado previamente. Os autores abaixo assinados assumem a responsabilidade pela veracidade das informações contidas no referido artigo.

Curitiba, setembro de 2008.

--- Diogo Grande

--- Paola Posnik

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Resumo

O esporte proporciona a comunhão entre os povos, bem como os laços de afetividade entre as nações. Das mais variadas práticas esportivas, deve-se dar considerável destaque às modalidades por equipes, onde o envolvimento e o trabalho em conjunto são essenciais para atingir resultados satisfatórios. Essas qualidades são visíveis no voleibol. Sua prática requer sincronia, habilidade e cooperação em seus fundamentos, principalmente no saque, em especial, o chamado tipo tênis. O saque é o ato de colocar a bola em jogo. Nesse instante, o movimento que a bola executa possui características particulares e curiosas. Como ponto principal, tem-se a velocidade com que a bola se desloca depois de impulsionada. Alguns jogadores se destacam executando saques por cima, tanto no

voleibol masculino quanto no feminino. Numa seleção, a velocidade do saque e a

estatura dos jogadores tem relação com a velocidade máxima ideal de saque para a bola atingir a quadra adversária. A análise deste movimento implica em aprimoramento da prática com o objetivo de progresso no desempenho do saque e da atuação completa em quadra.

Palavras-chave: voleibol; saque; velocidade;

Abstract

The sport gives communion between peoples, as far as the ties of affection between the nations. Among the most diverse sports, should be given considerable emphasis on arrangements for teams, where the involvement and work in groups are essential to achieve satisfactory results. There qualities are visible in volleyball. The practice of this sport, requires sync, skill and cooperation in their foundation, mainly in the “spin serve”, including the so-called type tennis. The spin serve in the act of putting the ball in play. At this point, the movement that runs the ball, has particular and curious characteristics. As a principal point, has been the speed with which the ball moves after being driven. Some players stand out executing over (high) spin serve, both in men as in women’s volleyball. In a selection, the speed of spin serve and the stature of the players is related to the maximum speed ideal of spin serve to the ball to reach the opponent court. The analysis oh this movement, is related to improving the practire of the sport in order to progress in the performance of spin serve and complete action in court.

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1 Esporte: A comunhão dos povos

A diversidade de esportes se impôs perante a modernidade não só como oportunidade de lazer e competição. A saúde da população tornou-se um grande vínculo com essa prática, não importando a modalidade escolhida. Desde sua evidenciação em Olympia, cidade berçário dos esportes na Grécia Antiga – grande evento mundial denominado Olimpíadas - sua principal meta é promover a paz e a fraternidade, implicando num bom relacionamento entre as nações. Além disso, as competições esportivas eram uma maneira de homenagear os deuses.

As práticas de desenvolvimento e interação entre os povos foram sendo aperfeiçoadas no decorrer da história. Hoje, temos verdadeiras organizações profissionais que visam divulgar e incentivar a prática de esportes, melhorando a auto-estima e motivação da população que acompanha este crescimento pelos meios de comunicação. O entusiasmo e a emoção de vivenciar junto com os atletas os momentos das grandes competições criam, unem, reúnem e fortalecem laços.

2 A individualidade e o trabalho em equipe

O trabalho e o estudo realizados para o crescimento do esporte se caracterizam por disciplina e regras a serem cumpridas. Em todo esporte, o aprimoramento técnico é fundamental para o constante desenvolvimento de métodos e alternativas de modo a surpreender o adversário. Em esportes de equipes, essas atividades preparatórias se tornam muito mais intensas devido ao conjunto e as parcerias que devem ocorrer. Isso pode ser observado no comportamento e disposição dos integrantes num jogo de Voleibol.

A bola em jogo mostra todo o trabalho e sincronia do time de modo a promover passes ágeis e com o máximo de perfeição. Em contrapartida, no início de cada rally, a atenção e concentração necessárias são particulares do jogador responsável. Cada um, em sua vez, tem o objetivo de colocar a bola em jogo e favorecer sua equipe. Então, o jogo é feito de momentos e práticas individuais e coletivas, se fundamentando em um conjunto de ações caracterizando qualidade, agilidade e objetividade nos passes e nas finalizações.

3 O primeiro fundamento

O foco principal de toda a atenção necessária é o ponto de partida: o saque, se repetindo e dando início a cada conquista de pontos para se obter a vitória. Além disso, é o primeiro fundamento em que se tem a possibilidade de marcar ponto de imediato. Como um dos elementos mais importantes – dentre eles, levantamento, ataque, recepção, bloqueio e defesa – o saque tem um percentual de 13%, correspondendo em torno de

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do total de fundamentos das principais estruturas de um jogo. [FUN08].

De acordo com a Federação Internacional de Voleibol/FIVB, o saque é definido como ”o ato de colocar a bola em jogo pelo jogador de trás, à direita, posicionado na zona de saque” [FIV08].

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Figura 1. O movimento da bola Fonte: [TEI92]

Sendo o fundamento essencial para o bom desempenho num rally, ou até mesmo para pontuar com uma boa execução, o principal objetivo do saque é ultrapassar a bola por cima da rede, da maneira mais complexa e veloz possível, dificultando a recepção do oponente.

Um dos saques freqüentes e de maior influência em todas as partidas é o saque por cima, também chamado tipo tênis ou saque de frente. Considera-se o mais treinado e aperfeiçoado para uma maior eficiência na execução, tendo em vista a imprecisão que ocorre durante o deslocamento da bola [BOR96].

4 Caracterizando o movimento

4.1 Influências do meio

Através do saque se pode analisar o melhor posicionamento, deslocamento e intensidade de força da bola para dificultar ao máximo a recepção da equipe adversária. Um bom saque, na maioria das vezes, pode quebrar o esquema da recepção, dificultando a execução e a prática dos outros fundamentos essenciais num rally.

Dado o saque por cima, a velocidade com que a bola se desloca naquela fração de segundo, após a impulsão, determina a qualidade da recepção, que também está relacionada com a descrição do movimento da bola no ato do saque (a pancada!).

Para se analisar o movimento em específico da bola nesse ato, é necessário considerar inúmeros fatores que podem auxiliar ou prejudicar a trajetória, diretamente relacionados à sua execução. Podemos classificar essas influências como positivas – impulso, força aplicada à bola, modo de posicionamento – e negativas – atrito atmosférico, resistência do ar, força da gravidade, massa e peso do corpo – formando um conjunto de modificadores do movimento. Na descrição e análise desse movimento, desconsideramos a resistência do ar e consideramos temperatura entre 16ºC e 25ºC (ambiente padrão para a realização de partidas oficiais). Consideramos que a bola, na trajetória proveniente do saque, não toca a rede e aterrissa na quadra adversária nos limites regulamentares. [FIV08] [DEP04].

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4.2 Delimitações analíticas da quadra

A quadra de voleibol possui 18m de comprimento, sendo 9m para cada campo, e 9m de largura. Além dessas medidas, está a zona de saque, com um mínimo de 3m de comprimento, a partir da linha de fundo. [FIV08].

Figura 2. A quadra oficial de voleibol Fonte: [WIK08]

Tomando-se uma distância de 2m da linha de fundo para a execução do saque, a distância que a bola deveria percorrer para cair na quadra adversária estaria compreendida entre 11m e 20m.

Com relação ao tempo de percurso desta bola, considerando a média das velocidades dos saques igual a 25,005m/s, o tempo do movimento da bola até cair na quadra adversária é menor que 1s.

4.3 Parâmetros de velocidade

De acordo com estudos e estimativas realizadas nos principais campeonatos de Voleibol pelo mundo, as velocidades de todos os saques que são executados nas partidas sofrem grande variação. De maneira geral, tratando-se do saque por cima, as velocidades de maior incidência são da ordem de 70km/h a 100km/h no voleibol masculino. Em m/s, corresponderiam entre 19,45m/s e 27,78m/s.

A probabilidade dos saques por cima executados durante toda a partida de

voleibol atingirem o fundo da quadra é, em aspectos consideráveis, superior a 90%.

Com isso, a distância do percurso da bola, desde o ponto de onde é lançada, fica compreendida entre 19m e 20m. O percurso médio é, então, igual a 19,5m.

A correspondência entre o número total de pontos e de saques executados numa partida de voleibol é direta, pois de acordo com as regras atuais, cada saque sempre termina em ponto para uma das equipes.

Tomando-se como base a final de voleibol de quadra masculino, nas Olimpíadas de Pequim, neste ano, realizada entre Brasil e Estados Unidos, com os americanos superando os brasileiros por 3 sets a 1, com parciais de 20/25, 25/22,

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25/21 e 25/23, temos 176 pontos realizados. Isso implica em 176 saques dados. [VMA08] No voleibol feminino, devido ao fenomenal desempenho das brasileiras, obtiveram-se parciais de 25/15, 18/25, 25/13 e 25/21 na final contra as americanas, resultando na medalha de ouro nas Olimpíadas 2008. Com o mesmo raciocício, o total de pontos desta partida foi de 167, equivalendo a 167 saques executados. [VFE08].

Analisando-se os saques masculinos, de modo geral, as velocidades da maioria deles se enquadram nos parâmetros estimados. A velocidade média dos saques gira e torno de 23,615m/s.

Diante do histórico de velocidade dos saques, alguns jogadores se destacaram por terem ultrapassado os padrões de velocidade. Na Tabela 1 estão descritos os jogadores que desempenharam tais saques:

Tabela 1. Os saques mais velozes registrados em partidas pelo mundo no voleibol masculino Atletas Naturalidade Velocidade (km/h) Velocidade (m/s)

Stanislav Dineikine Rússia 122,3 33,972

Roman Iakovlev Rússia 122 33,889

Saveliev Rússia 120,1 33,361

Tetioukine Rússia 120,1 33,361

Tetioukine Rússia 119,3 33,138

Osvaldo Hernandez Cuba 119,3 33,138

Nalbert Brasil 116 32,223

Max Brasil 110 30,556

Fonte: [FOL00]

4.4 Velocidade no Voleibol Feminino

Em comparação com o saque masculino, o desempenho feminino neste fundamento é reduzido, não chegando a ultrapassar a velocidade de 70km/h na execução [OLI08].

Entretanto, as exceções existem, como é o caso da ex-jogadora Ana Moser que sempre executou o fundamento. Com uma estatura considerada baixa para os padrões internacionais – 1,85m – a atacante tinha uma força física fora do comum. Na Olimpíada de Atlanta, ocorrida em 1996, Ana Moser executou um saque fortíssimo, atingindo a velocidade de 106km/h, ou seja, 29,445m/s, marca registrada somente em saques executados em partidas masculinas [ABC07].

Em 2007, um radar portátil de punho passou a fazer parte do equipamento da equipe feminina oficial de voleibol. Isso se deve à análise da potência dos saques e ataques das atletas que são mais fortes, as cubanas, com o intuito de reproduzir isso nos treinamentos [OLI08].

Saindo do voleibol de quadra, outro saque veloz foi registrado no vôlei de praia com a jogadora Ana Paula. A atleta executou o serviço com uma velocidade de 83,6km/h, ou seja, 23,223m/s, um dos motivos que a levou a ser considerada a dona do melhor saque recebendo o prêmio da Temporada do Circuito Mundial de Vôlei de Praia de 2007 pelo quinto ano consecutivo [OLI08].

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4.4 Descrição do movimento

Caracterizamos o movimento da bola no ato do saque até atingir a quadra adversária como um lançamento horizontal. Esse movimento define-se quando é lançado um corpo, de determinada altura, horizontalmente. Desprezada a resistência do ar, a única aceleração que atua sobre o corpo é a aceleração da gravidade, cuja direção é vertical. Por esta razão, ela só influi no movimento vertical, não influindo no horizontal. Nesse lançamento, o movimento pode ser descrito pela soma de outros dois:

a) Na direção vertical, eixo y, tendo a influência da aceleração da gravidade. Assim, o movimento no eixo das ordenadas é caracterizado pelo Movimento Retilíneo Uniformemente Variado/MRUV (queda livre);

b) Na direção horizontal, eixo x, correspondendo ao percurso total do corpo até atingir o solo, caracterizando um Movimento Retilíneo Uniforme/MRU [GAS01].

Visualmente, o movimento inicia no ato da impulsão da bola, isto é, no ato da execução do saque por cima.

Figura 3. Representação do movimento da bola no ato do saque Fonte: [BOR96] – (adaptada)

A velocidade V do projétil – bola – em cada instante pode ser determinada pela soma vetorial das componentes VX e Vy descritas na figura 4.

Figura 4. Representação física do movimento da bola no saque por cima Fonte: [GAS01], [BOR96] - (adaptada)

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No movimento, considera-se a velocidade média, estabelecida pelo parâmetro de comparação, de 23,615m/s.

Para determinar a altura aproximada atingida pela bola no instante em que a mesma é golpeada (impulsionada) no início de cada rally, o primeiro fator a considerar é a altura do atleta. Tomamos, como referência, Gustavo Endres, jogador da seleção brasileira de Voleibol, que mede 2,03m. [CBV04]. Para o deslocamento médio correspondente ao salto para o saque, utilizamos a média de 0,5m. Por fim, verificamos a altura atingida pela bola, quando lançada para o alto. Acima da linha da cabeça a bola atinge cerca de 0,8m [BOR96]. Logo, em relação ao chão, a altura total atingida pela bola é de 3,33m. Esta é, portanto, a altura em que se inicia a caracterização do movimento horizontal que a bola executa – posição inicial.

Dentre os fatores atuantes no movimento, toma-se a aceleração da gravidade g = 9,80m/s2, caracterizando a queda da bola. No instante t em que a bola é impulsionada, tem-se velocidade inicial V0 nula correspondente a componente

horizontal Vx. Logo possuem o mesmo módulo (V0 = Vx) [GAS01].

Para encontrar esse instante, utiliza-se a função da posição do movimento de queda livre correspondente a y = y0

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gt2, onde y é a posição após o lançamento do projétil, ou seja, a bola [GAS01]. Nesse caso, tem-se em vista as medidas padrões da quadra e um distanciamento de 2m da linha de fundo para a execução do saque. Além disso, a posição final y é nula, pois o movimento encerra-se quando a bola atinge o solo.

Substituindo os valores e desenvolvendo a equação, obtem-se o tempo gasto para que a bola atinja o solo, na quadra adversária, que é de 0,824s. Com isso, pode-se verificar que o tempo de deslocamento da bola é realmente menor que 1s.

Nesse intervalo de tempo pode-se determinar o percurso da bola desde a impulsão (saque), utilizando a função da posição em relação ao tempo, no movimento horizontal. O movimento é Retilíneo Uniforme (MRU), com velocidade constante Vx e posição inicial nula x = Vxt , de onde obtem-se a distância percorrida

pela bola igual a 19,47m, o que a faz atingir o interior da área da quadra.

No mesmo instante, pode-se calcular também a velocidade de queda, equivalente a componente vertical Vy. Como esta componente é na vertical, há a

influência da gravidade g. O movimento, então, é Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV). A componente Vy é determinada por Vy = -gt. Assim, a velocidade com que

a bola cai é de 8,079m/s. [GAS01].

Entretanto, tomando-se a velocidade da bola no saque do jogador brasileiro Nalbert, escolhida aleatoriamente, que é de 116km/h, ou seja, 32,223m/s, de acordo com a Tabela 1, a bola ultrapassa as dimensões padrão da quadra de voleibol.

Sendo a altura de Nalbert de 1,95m e considerando 0,5m de salto para o saque e 0,8m que a bola atinge acima da linha da cabeça, a altura da bola no ato da impulsão é de 3,25m. [CBV04] [BOR96]

Utilizando as mesmas condições de determinação do instante em que a bola atinge o solo e o percurso total da bola após a impulsão, pode-se verificar que há uma diferença mínima no tempo. Com isso, neste saque, a bola leva 0,814s para cair, isto é, 0,010s a menos em comparação com o tempo obtido anteriormente.

Porém, com relação ao percurso total da bola, considerando a velocidade de 32,223m/s, as medidas padrão da quadra e a distância de 2m da linha de fundo para

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Logo, dado um saque com esta velocidade, seria matematicamente impossível a bola atingir a quadra adversária. O raciocínio é análogo para os outros saques mais velozes do ranking, de acordo com a Tabela 1.

O saque de Nalbert atingiria as dimensões da quadra de voleibol se a velocidade da bola não ultrapassasse 24,55m/s, ou seja, 88,38km/h, sendo considerada a mesma altura de impulsão – relação direta com a altura do jogador. Ainda assim, por 0,0063m a bola não atingiria o fundo da quadra adversária.

5 Influência das alturas

A estatura dos atletas é fundamental, em se tratando de desempenho e esquemas de ataque e defesa em alguns esportes como basquete, handebol, natação e o voleibol.

No vôlei, ser alto significa, além da qualidade de jogo adquirida nos treinos, ter facilidade e boa visão em fundamentos básicos como o saque e o bloqueio. As tabelas 2 e 3 caracterizam as alturas dos jogadores das seleções brasileiras de

voleibol feminino e masculino que disputaram as Olimpíadas de Pequim, na China,

de acordo com a Confederação Brasileira de Voleibol/CBV, bem como as velocidades máximas ideais dos saques que cada jogador pode executar para que a bola atinja a zona de pontuação.

As velocidades foram determinadas seguindo raciocínio análogo ao apresentado, considerando as medidas padrão da quadra e 2m de distanciamento da linha de fundo. Com isso, a distância máxima que a bola percorre para atingir o interior da área de pontuação é de 20m, correspondendo ao percurso x.

Determinando-se a média das alturas, tanto da seleção masculina quanto da feminina, verifica-se que a feminina é 5,155% mais baixa que a masculina, tendo em vista a altura média de 1,94m dos homens e 1,84m das mulheres.

Tabela 2. Altura dos jogadores titulares da seleção masculina de voleibol

Velocidades Ideais

Jogadores Altura (m) km/h m/s

Marcelo Elgarten 1,83 90,086 25,023

Sérgio Dutra dos Santos 1,84 89,942 24,984 Anderson de Oliveira Rodrigues 1,90 89,095 24,748

Bruno Mossa de Rezende 1,90 89,095 24,748

Murilo Endres 1,90 89,095 24,748

Gilberto Amauri de Godoy Filho 1,92 88,818 24,671 André L. Da S. Nascimento 1,95 88,407 24,557

André Heller 1,99 87,868 24,407

Samuel Fuchs 2,00 87,735 24,370

Dante Guimarães Amaral 2,01 87,602 24,334

Gustavo Endres 2,03 87,339 24,260

Rodrigo Santana 2,05 87,077 24,188

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Tabela 3. Altura das jogadoras titulares da seleção feminina de voleibol

Velocidades Ideais

Jogadoras Altura (m) km/h m/s

Fabiana Alvim de Oliveira 1,69 92,171 25,603 Hélia Rogério de Souza Pinto 1,73 91,560 25,433 Wélissa de Souza Gonzaga 1,79 90,667 25,185 Valeska dos Santos Menezes 1,80 90,521 25,144 Carolina Demartini Albuquerque 1,82 90,230 25,064 Paula Renata Marques Pequeno 1,85 89,799 24,944 Jaqueline Maria Pereira de Carvalho 1,86 89,657 24,904 Sheilla Tavares de Castro 1,86 89,657 24,904

Marianne Steinbrecher 1,90 89,095 24,748

Walewska Moreira de Oliveira 1,90 89,095 24,748 Fabiana Marcelino Claudino 1,93 88,680 24,633 Thaísa Daher de Menezes 1,96 88,271 24,519

Fonte: [VOL08] – Convocação de Julho de 2008

6 Estudando os dados

Dentre os padrões de atletas que podemos verificar, destacando-se a estatura e desempenho esportivo – velocidade de saque – alguns deles fogem a estas delimitações, pois, poucos são os naturalmente privilegiados. Consequentemente, acabam por se destacar com seu porte físico e qualidade na prática esportiva.

O dono do saque mais veloz já registrado se enquadra nestas características. Stanislav Dineikine, com uma estatura correspondente a 2,16m, executou um saque de 122,3km/h, isto é, 33,972m/s [FOL00]. Matematicamente, para que seu saque atingisse o interior da quadra adversária, a velocidade da bola deveria ser de, no máximo, 23,801m/s, ou seja, 85,682km/h, utilizando o mesmo raciocínio da análise do saque de Naubert. Em comparação com seu saque mais veloz, a diferença é de 36,618km/h a menos, tendo em vista as medidas padrão da quadra. Logo, o saque mais veloz até agora registrado não atingiu o interior da zona de pontuação.

No voleibol feminino, Ana Moser – 1,85m – foi quem se destacou, executando um saque com uma velocidade de 106km/h, ou seja, 29,445m/s [FOL00]. Analogamente, para que seu saque caísse na quadra, a velocidade deveria ter 16,201km/h a menos. Com isso, a velocidade máxima ideal seria de 89,799km/h, isto é, 24,944m/s.

Relacionando-se a altura e a velocidade máxima ideal desses dois destaques do voleibol brasileiro e russo, pode-se verificar que Stanislav, mais alto, deve sacar com menor intensidade para que o saque seja satisfatório. Em contrapartida, Ana Moser pode sacar com uma intensidade de 4,117km/h superior. Nota-se que ela tem 31cm a menos de estatura em comparação com o jogador russo.

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quadra. Esta velocidade tem relação com a altura de cada jogador, tendo cada um o seu parâmetro matemático máximo de velocidade.

As tabelas, tanto masculina quanto feminina, estão organizadas por ordem de estatura, ou seja, do mais baixo para o mais alto. Tomando-se como base o jogador mais baixo e o jogador mais alto, tem-se o mesmo fato ocorrendo. Casualmente, deve-se desconsiderar a possibilidade de um dos atletas ocupar a posição de líbero. O líbero está restrito a atuar somente como um jogador na linha de trás e não está autorizado a completar um golpe de ataque de qualquer lugar, não podendo sacar, bloquear ou tentar bloquear [FIV08].

Na Tabela 2, nota-se que o jogador mais baixo, tendo 1,83m, pode sacar com uma velocidade de até 90,086km/h, para obter um resultado satisfatório. O mais alto, medindo 2,09m, deve sacar com velocidade máxima de 86,562km/h.

Na Tabela 3, tem-se a jogadora mais baixa medindo 1,69m, admitindo velocidade padrão máxima de saque de 92,171km/h e a jogadora mais alta, com uma estatura de 1,96m, admitindo velocidade padrão de 88,271km/h.

Curiosamente, a diferença de altura do atleta mais alto para o atleta mais baixo de cada seleção difere em apenas 1cm da seleção feminina para a seleção masculina, tendo em vista a diferença de 0,27m para as mulheres e de 0,26m para os homens. Consequentemente, a diferença na velocidade ideal de saque do mais alto para o mais baixo é praticamente a mesma nas seleções brasileiras.

Com isso, matematicamente, pode-se verificar que quanto mais alto é o atleta, menor é a velocidade máxima ideal do saque para que a bola caia na quadra, correspondendo a uma proporção inversa entre a estatura e a velocidade máxima ideal para o saque por cima.

7 Considerações Finais

Com todo o crescimento técnico, tático e, porventura, tecnológico que toda a prática esportiva sofreu e sofre nos últimos 10 anos, os técnicos de seleções de

voleibol são unânimes em afirmar que o saque é o primeiro ataque [ABC07]. Até

mesmo os primeiros jogadores que fizeram história no voleibol mundial se surpreenderam com a intensiva prática e treino do saque por cima por todas as nações.

Antigamente, era para poucos o poder de execução de um saque por cima, o chamado “saque viagem”. Nas gerações atuais, esse poder tornou-se dever [ABC07]. O saque por cima apresenta grandes efeitos, dificultando a recepção e criando a possibilidade de pontuar sem a sequência de um rally, isto é, produzindo um erro adversário, o ace.

O maior aprimoramento e crescimento em termos de execução de saque podem ser verificados no progresso que as seleções femininas vêm mostrando a cada campeonato, Grand Prix ou Olimpíadas. Tudo isso decorre de deixar de lado o saque tático – definido popularmente como simplesmente colocar a bola em jogo – o que facilita a recepção, para um saque mais agressivo e de impulsão, características fundamentais do saque por cima.

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Referências.

[FUN08] O saque. Disponível em http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/

voleibol/ saque-que-voleibol.php. Acesso em 17 de abril de 2008.

[FIVB08] Regras Oficiais do Voleibol. Disponível em http://www.fpv.com.br/ regras/REGRAS_OFICIAIS_FIVB_2005-08.DOC. Acesso em 3 de março de 2008. [TEI92] TEIXEIRA, Hudson Ventura. Aprenda a jogar voleibol: São Paulo: Ícone, 1992.p.39.

[BOR96] BORSARI, José Roberto. Voleibol: aprendizagem e treinamento. Um desafio constante. São Paulo: EPU, 1996. p.21.

[DEP04] DEPRÁ, Pedro Paulo. BRENZIKOFER, René. Comparação de Atletas do

Voleibol Através da Análise Cinemática e Dinâmica de Trajetórias de Bolas de

Saque. Maringá, n°1, 1°sem.2004. Disponível em http ://www.def.uem.br/ revistadef/admin/artigos/bbd5be581ce6054d93565a4fa29ecc22.pdf. Acesso em 8 de maio de 2008.

[WIK08] Voleibol. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Voleibol. Acesso em 25 de julho de 2008.

[FOL00] SANTOS, Cida. A era do saque. Folha on-line, 18 de setembro de 2000. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/folha/pordentrodosesportes/index_ seg_18set00.htm. Acesso em 20 de maio de 2008.

[VMA08] LOPES, Lello. ‘Pacto’ da seleção de vôlei chega ao fim quebrado com a prata nos jogos em Pequim (China), 28 de agosto de 2008. Disponível em http://olimpiadas.uol.com.br/2008/quadro-de-medalhas/brasileiros/voleimasculino. jhtm. Acesso em 9 de setembro de 2008.

[VFE08] LOPES, Lello. Time vitorioso enfim se livra de rótulo de “amarelão” com ouro em Pequim (China), 28 de agosto de 2008. Disponível em http://olimpiadas.uol.com.br/2008/quadro-de-medalhas/brasileiros/voleifeminino. jhtm. Acesso em 9 de setembro de 2008.

[OLI08] FERRARI, Luís. Seleção Feminina de Vôlei aprimora saque com ajuda de radar. Osaka/Japão, 2 de agosto de 2008. Disponível em http://olimpiadas.uol.com.br/ultimas/2008/08/02ult5584u3406.jhtm. Acesso em 6 de agosto de 2008.

[ABC07] DIAS, Kati. Saques. 19 de junho de 2007. Disponível em http://www.dgabc.com.br. Acesso em 19 de maio de 2008.

[GAS01] GASPAR, Alberto. Física: Volume Ùnico.1.ed. São Paulo: Ática, 2001. p. 59.

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[CBV04] Perfis dos Jogadores. Disponível em http://www.cbv.com.be/ cbv/hotsites/atenas2004/conteudo/asp?pag=q-perfis-masculino. Acesso em 17 de junho de 2008.

[VOL08] Perfil das seleções. Disponível em http://www.volei.org.br/ newcbv/selecoes/index-s-adu.asp. Acesso em 26 de julho de 2008.

[TUI06] TUIUTI, Universidade do Paraná. Normas técnicas: elaboração e apresentação de trabalho acadêmico – científico.2.ed. Curitiba: UTP, 2006. p. 98.

Referências

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