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Bolelim da Sociedade Brasileira dos Amigos da Astronomia

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Academic year: 2021

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Z O D Í A C O

Bol el i m da

Soci edade B r a s i l e i r a dos Amigos da Astronomi a

Editor: Bnbens de Azevedo

(2)

e

I J M T O j M A L

. . . E o "Inverno11 chegou no Ceará. 0 Inverno das chuvas, Jã que em nossas la tj_ tudes não se fazem s e n t i r as Estações c*o ano: ou é a e sta ção seca ou a chuvo - sa . E s t a , vem depois de c in c o anos de uma estiagem longufsslma e d o lo ro sa. CrJ_ anças hã que viram a chuva pela prim eira vez na v i d a . . .

0 poeta cearense O ta c M lo de Azevedo compôs um belo poema para c a n ta r a e stação querida dos n o rd e stin o s:

CAHCmO DO INVERNO

. . . E o Inverno a í vem para v e s t i r de roupas novas as arvores a n c e s t r a i s ,

que aguardam, na vo lúp ia estonteante da s e l v a , os seus a le g r e s e s p o n s a l s . . .

A Natureza toda se engalana para c momento n u p c i a l . . .

0 mofumbo, o paudarco, o flamboyant, a l i a n a , tecem de f l o r e s o lin d o enxoval.

Nas e s t r e i t a s co x ias das c a lç a d a s , os moleques p e r a l t a s , b r in c a lh õ e s ,

fazem, as mãos em concha, ajudes ãs c a r r a d a s , - verdadeiros Orõs das il u s õ e s !

É um corrego sinuoso a e s t r a d a , antes p o e ire n ta , que le v a , de roldão, tro n c o s , f o l h a s , e n t u l h o . . . Resvclam no esnelho da ãgua barrenta

postos por um garoto vadio,

t i r l t a n d o de f r i o ,

pequenos barcos de papel de em b ru lho ... Quando chegar a n o i t e , os pirilam pos acenderão nos galhos das f l o r e s t a s para alum lar os campos,

lanternas verdes e f o s f o r e s c e n t e s , à c u ja luz hão de dormir, nas g i e s t a s , os novelos de lin h a das se rp e n te s. Os passarinhos

hão de dcrmlr nos bangalôs dos n i n h o s . . .

0 milho apendoarã e o ouro da espiga s e rã do pobre a única r i q u e z a . . . E â n o i t e , na deveza,

a c a n tig a dos sapos - f o i , não f o i . . .

0 b o i ,

p acie n te e lhano bebendo ã c c r r e n t e z a ,

tem qualquer c o is a que parece humano!

Fiquemos por aqui. A Astronomia e s t ã de f e r i a s , n e s t a s - n o lte s de relâm ­ pagos e tro vões. Defx» n céu se r lavado. Quando o inverno se d esp ed ir, deixan­ do a t e r r a prenhe de v id a , o céu e s t a r á limpo e descampado. E a f , os a s t r ô ­ nomos v o lta r ã o a e l e .

*

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. NOMENCLATURA DAS ESTRELAS E CONSTELAÇÕES

Lu iz Augusto L.da S i l v a

I. INTRODUÇÃO: Multo embora e s te possa parece r um assunto t r i v i a l , para q u a l­ quer um com conhecimentos b ásico s de astronomia, temos v e r i f i c a d o , multo f r e ­ quentemente e com s u r p re s a , seu emprego Inadequado, errado e confuso, e n t r e multas das p u blicações de amadores, no B r a s i l e no e x t e r i o r . Em razão d i s t o , julgamos adequado desenvolver algumas l i n h a s , c o n s t r u t i v a s , é c l a r o , sobre es_ te tema, re g u la riza d o a tra v é s das normas e convenções adotadas pela União As­ tronômica In t e r n a c io n a l, r e c a p ltu la n d o -a s . v

Além do e r ro em s l , há que se c o n v ir que o emprego de nomenclatura in -l

c o r re ta Inevitavelm ente p r e ju d ic a a qualidade de qualquer trab alho c l e n t f f l c Q quer de amador, ou de p r o f i s s i o n a l , podendo c r i a r a té mesmo confusões Indese­ j á v e i s .

I I . NOMENCLATURA DAS ESTRELAS: Bayer, em 1603, propôs o que parece s e r o p r i ­ meiro método c i e n t í f i c o para dar nomes às e s t r e l a s . 0 seu sistema u t i l i z a uma

l e t r a do a lfa b e to grego, minúscula se escrevemos o c a r a c t e r e grego, seguida da forma g e n it iv a l a t i n a do nome da c o n s t e la ç ã o . A t r l b u i - s e a designação A lp h a (p rim e ira l e t r a do a lfa b e to grego) à e s t r e l a mais b r ilh a n t e de uma c o n s te la - ção, Beta (segunda l e t r a ) , à segunda e s t r e l a em b r i l h o , e assim sucessivamen­ te .

Logo temos, por exemplo, Alpha Centaurl (Alfa do Centauro, em portu - guês; Centauro possui a forma nominativa C entaurus, em l a t i m ) .

Não discu tirem o s aqui as exceções e x i s t e n t e s , algumas até surpreenden­ t e s , como no caso da co n ste la ç ão de S a g i t t a r l u s , onde v á r ia s e s t r e l a s b r ilh a ji tes levam designações de ou tras l e t r a s g re gas, enquanto Alpha e Beta S a g lt t a - r l l são relativam en te I n s i g n i f i c a n t e s , em termos de magnitude aparente. Ade - m ais, e s t e não é nosso propósito neste tra b a lh o . Queremos, Is t o sim, chamar a atenção para a g r a f i a dos nomes. As l e t r a s do a lfa b e to grego, e s c r i t a s com c^

r a c t e r e s l a t i n o s , são dadas, em ordem, na ta b e la 1.

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f LETRAS DO ALFABETO GREGO

, — - — . . . . . |

EM PORTUGUÊS EM LATIM LETRA GREGA

Al f a ; . v. Al pha a B e t a B e t a 3 Gama 0 Gamma Y D e 1 't a De 1 t a 6 E p s 11on ** * . ' Ü3 St • •r i * > 1 ' E p s I1on E Ze t a Z e t a Ç E t a E t a n *«. *». * • • • • > .. T e t a T h e t a * -. e i. . . . . l o t a l o t a i. Gapa K a p p a . K Lambda • Lambda í, Mu ( l ê - s e Ml) Mu y Nu ( 1 ê - s e N1) Nu V XI * ..<■ . , XI c - " O m íc r o n *• Oml cron-. 0 pI “ P i - TT "• RO * . • - • . . . ... Rho . . P S 1 gma S 1 gma 0 !i * * * \ i .. Tau . . Tau T * Ops I l o n r. : . .. : U p s 11on U F I s- * " * % * P h l *. * Qul '-'l i - . t i ‘ • • .; • . C h i " X P s i • • 1 P s l4 * • « ¥ : • . * CmegaOmega - :<x) T a b e l a 1 . A d a p t a d o de M o u r ã o ( 1 9 7 3 )

Mais t a r d e , Flamsteed propôs outro sistem a de nomenclatura e s t e l a r , empre gando números a rá b ic o s seguidos da forma g e n it iv a l a t i n a da c o n s t e la ç ã o . Este c r i t é r i o apresentava, sobre o de Bayer, a vantagem de d lsp ô r de uma quantidade I n f i n i t a de números (as l e t r a s do a lf a b e t o grego sao apenas 2 4 ) , se bem que, na p r á t i c a , a numeração raramente vã acima de 100. E ste s números eram a t r ib u íd o s ,

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-V-dentro de cada c o n s te la ç ã o , de oeste para l e s t e em ordem c r e s c e n t e , de acordo com as posíçoes das e s t r e l a s . Este a, p o is , um c r i t é r i o d ife r e n t e do de Bayer. Come um exemplo desta nomenclatura, podemos c i t a r hb C a sslo p e la e .

Note-se que se deve e v i t a r e s c r e v e r cs números per extenso.

Finalmente, L a C a l l l e sug eriu o uso de l e t r a s l a t i n a s (prim eiro mlnúscu - l a s , depois m aiúsculas) mais o g e n it iv o da c o n s t e la ç ã o , a s e r empregado de maneira s i m i l a r ao sistem a de Bayer. Exemplos: d P e r s e l , A O r lo n ls , e t c .

E s t r e l a s v a r i á v e i s normalmente usam uma ou duas l e t r a s l a t i n a s malúscu - l a s , ou então a l e t r a 'V51 maiúscula seguida de um número sempre maior ou I - gual a 335, mais o g e n it iv o da c o n ste la ção a que pertencem. Exemplos: R Leo - n i s , BL T e l e s c o p l i , V 5^8 S a g l t t a r l l .

No caso das novas, costuma-se denominá-las segundo a fórmula NOVA mais GENITIVO DA CONSTELAÇÃO mais ANO DA APARIÇÃO, como, por exemplo, Nova C y g n I.. 1975.

No que concerne aos nomes das c o n s t e la ç õ e s , a IAU fixo u -o s em 1fngua l a ­ t i n a . A tab e la 2 fornece e s t e s nomes, na p rim aira coluna no caso nominatlvoe, na segunda, declinados no caso g e n it iv o ( u t i l i z a d o para in d ic a r p o sse ).

NOMES O F I C I A I S DAS C O N S T EL A Ç Õ E S (L A T IM )

NOMINATIVO G E N IT IV O

An d romeda And rom edae

An 1 1 1 a A n t 11ae Apus A p o d Is Aq ua r I u s Aq ua r I i Aqu I 1 a Aq u I 1ae A ra A r a e A r i e s Ar i e t I s Au r 1ga Au r l g a e B o o t e s Boo t i s C a e 1 um Cae 1 I

Carne 1 opa r d a 1 I s Carne 1 opa r d a 1 I s

C â n c e r Canc r I

C a n e s V e n a t l c l Canum V e n a t l c o r u m

C a n 1s M a jo r C a n I s M a j o r 1s

C a n i s MI no r C a n I s M1 no r í s

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N Q H U iA I-LM Q . G E N I T I V O Cã r I na C a s s ! o p e I a Cen t a u r u s C e p h e u s Ce t u s C h a m a e 1eon C l r c I nus Co 1umba Coma B e r e n i c e s C o r o n a Aus t r a 1 I s C o r o n a B o r e a 1 I s C o r v u s C r a t e r C r ux C yg n u s De 1phI nus D o rad o D r a c o E q u u l e u s E r I d a n u s F o r n a x Gem InI G r u s He r c u 1 e s Ho r o 1o g I um Hy d ra Hyd r u s I ndus L a c e r t a Leo Le o M ln o r L e p u s L I b ra Lu p u s L y n x Ly ra V . *| Mensa M I c r o s c o p I um M o n c c e r o s Musca Norma _________________ Ca r l n a e C a s s l o p e I a e Cen t a u r I C e p h e I C e t I C h a m a e Ie o n 1 1 s C I r c I n I Co Iumbae Comae B e r e n i c e s C o r o n a e A u s t r a 1 I s Co r o n a e Bo r e a 1 I s C o r v l i C r a t e r I s C r u c I s Cygn I De 1p h I n I D o ra d u s D r a c o n I s E q u u 1e I E - I d s n l F o r n a c I s GamI no rum G ru I s He r c u I I s Ho r o 1o g I I Hyd r a e H y d r I I n d I L a c e r t a e L e o n I s L e o n I s MI no r I s Lepo r I s L I b r a e Lup I L y n c I s Ly r a e Mensae M I c r o s c ó p I o Monoce r o t I s: • v| M uscae Normae

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N O M I N A T I V O G E N I T I V O O c t a n s O p h Iu c h u s O r I on Pavo P e g a s u s Pe r s e u s P h o e n I x P l c t o r P I s c e s P I s c I s Aus t r I nus P u p p I s P y x I s Re 1 1 c u 1 um S a g I t t a S a g 11t a r l u s S c o r p I u s S e u 1p t o r Seutum Se r p e n s S e x t a n s T a u r u s Te 1e s c o p 1 um T r I angu 1 um T r l a n g u l u m A u s t r a l e T u c a n a U r s a M a j o r U r s a M ln o r Ve 1 a VI rgo V o I a n s V u 1p e c u 1 a__________________ Oc t a n 1 1 s O p h Iu c h I Or i o n I s P a v o n l s P e g a s I Pe r s e I P h o e n I c ! s P l c t o r I s P I s c I um P i s e i s A u s t r l n l P u p p I s P y x I d l s R e1 1 c u 1 I S a g 11 1ae S a g 11 t a r I I S c o r p l I Seu 1p t o r l s S e u1 1 Se rp e n 1 1s S e x t a n 1 1s T s u r l Te 1e s c o p l I T r I angu 1 I T r I angu l i Aus t r a 1 l s T u c a n a e U r s a e M a j o r i s U r s a e M I n o r I s V e lo r u m VI r g1n 1 s V o 1a n1 1 s V u I p e c u I a e ________________ T a b e l a 2 - C o n fo rm e L o v l ( l 9 7 9 )

I I I , 0 USO DA NOMENCLATURA: Pelo que temos podido o b se rv a r, uma grande confusão e/ou f a l t a de atenção ocorrem, p rincipalm ente com os nomes de Bayer, e nos pró­ p rio s nomes das c o n s t e la ç õ e s . Vejamos alguns exemplos , uns h i p o t é t i c o s , outros r e a i s , de casos de mau emprego.

A l f a j a g i t t a r i i : Usa-se a forma g e n it iv a c o r re ta (com dois " t " e dois "1" ) porém a g r a f i a " A lf a " e ste em português. Deve-se, p o is , e s c r e v ê - l a em la t im , A g r a f i a c o r re ta s e r i a ALPHA SAGITTARII. Ao empregar-se outras l e t r a s ( p o r exemplo,

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( Gamma, Chi(em português, "Qui", não confundir com a l e t r a X I, cu jas g r a f i a s , em

latim ou português ficam Id ê n t i c a s ) ) deve-se c u id a r para sempre pôlas em la tim . b) Gamma_02hiI>L.ch js; A •g.r.iVjc da i a t r a e s t á c o r r e t a , porém foi empregada a forma nominativa da c o n s te la ç ã o , ao Invés da forma g e n i t i v a . 0 c o rre to s e r i a GAMMA OPHIUCHI.

c ) A I f a _ P j s c e s : Este nome é uma m istura de português com la tim . Também não foi empregado o g e n it iv o . Con stata-se que, do ponto de v i s t a de Bayer, o nome e sta completamente e rrad o . Neste c a so , deveríamos t e r : ALPHA PISCIUM,

Este tip o de e r ro parece s e r o mais comum. Assim, temos, por exemplo,Alfa P i s e i s A u s t r l n l s ( c o r r e t o : Alpha P i s e i s A u s t r l n l ) , A lf a V ir g in a l Is (c o r re t o : AJ_ pha V l r g l n l s ) , Beta Canis K e jo r (Beta Canis M a j o r l s ) , Delta Corona A u stral I s . . .

(Delta Coronae A ustral I s ) , A lf a Canes V e n a t lc l (Alpha Canum VenatIcorum ). . . No que tocá aos nomes das c o n s t e la ç õ e s , frequentemente se vêem d i s t o r c i - dos também. Alguns exemplos: Esco rn iu s (C o rreto : S c o r p lu s ) , Tucanus (Correto:Tjj c a n a), S a g lta (C o rreto : . S a g l t t a ) , e t c .

As vezes c o n sta to -se o emprego da forma g e n i t i v a , quando deveríamos t e r o nominativo. Por excrnplo: "a pequana c o n ste la ção cenomlnada Muscae". Aqui dever£ amos t e r : "a pequena c o n ste la ç ã o denominada Muscô" .

Noutras, v e rificam o s o uso de acentuação n c j r.-crrss l a t i n o s , o que também não e s ta c e r t o . Exemplos t í p i c o s são: Hércules (em la tim não possui acento) , t p s llo n (em la tim , sem acento: E p s l l c n ) , flrlor. (em la t im , Igualmente não acentu^ ado ). Nomes l a t i n o s não levam acentuação.

£ sempre p r e f e r í v e l u s a r, e s t r it a m e n t e , a nomenclatura c o r r e ta do nome de uma e s t r e l a , sem procurar t r a d u z i - l a , t o ta l ou pe rei almente,. Enquanto e s t e ú lt ^ mo tip o de tradução é Imperdoável, o p rim eiro é ainda a d m is s í v e l , desde que coe

re n te , e em se tratando de tra b a lh o s de divu lg ação . Assim, por exemplo, em vez de escrevermos "D elta C r u c ls " poderíamos d i z e r , com o f i t o de nos f a z e r compre­ ender melhor, "Delta da Cruz", ou "D elta do C ru z e iro do S u l" . Porém, mesmo nes­ tes c a s o s , é sempre p r e f e r í v e l c i t a r também o nome mais c o r r e t o , l a t i n o . Esta s itu a ç ã o é semelhante àquela que se v e r i f i c a na b i o l o g i a , onde v e g e ta is e anl -mais devem s e r sempre r e f e r id o s por suas denominações c i e n t í f i c a s l a t i n a s ( ou

l a t i n l z a d a s ) blnom inais, de acordo com o sistem a proposto por LIneu, em 1758. Para ilu stra rm o s melhor, urna mosca s e r á r e f e r id a comc "Musca dom estica", uma pulga, como "Pulex { r r i t a n s " , e t c .

0 mesmo se pode d íz e r quanto aos nomes das c o n s t e la ç õ e s , isoladamente. Sempre que, para f i n s d i d á t i c o s , se d e s e ja r t r a d u z i r um d e le s , é conveniente co

lo c a r a tradução acompanhada do nominativo l a t i n o . Por exemplo: Trlangulum Aus-

t r a l e * o T riân g u lo A u s t r a l.

Eventualmente podem s u r g i r dúvidas sobre qual forma portuguesa a d o tar. Hã quem defenda que, s semelhança do que se faz ao t r a d u z i r Chamaeleon para Cama - leão (n o te -se , p a rtic u la rm e n te , a mudança da terminação on para ão). deveríamos • ^ t e r , no c r s o dc r -4. , por exemplo, a tradução O rlão. Na verdade, e s t a forma j á

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-;— :--- : —

' n á u tic a " . Já outros autores preferem a forma flríon (com a c e n to ). Parece que a questão aqui é mais de gosto que de português. Não parece haver motivos para c o n s id e ra r uma ou outra forma e rra d a . Pessoalmente, contudo, parece-nos que a

J

forma Orlon é mais agradável aos ouvidos.

IV. CONCLUSÃO: Como foi e n fa tiz a d o anteriorm ente, d e ve ria haver mais cuidado na >r

t r a n s c r iç ã o e uso de nomes e s t e l a r e s , e de c o n s t e la ç õ e s . As normas e formas e s ­ t a b e le c id a s devem s e r , sempre, usadas. Em se tratando de trab alho s de d ivu lg a - ção, é l í c i t o r e c o r r e r a traduções destes nomes que, no en tan to , no caso de e s ­ t r e l a s , nunca devem s e r p a r c i a i s . No tocante ãs c o n s t e la ç õ e s , deixamos ainda o

1

lembrete de que, no caso p a r t i c u l a r de Serpens, a Serpente, d iv id id a em duas p artes "estanques" no céu, pela IAU, as fohnaS Serpens Cauda e Serpens Caput , frequentemente en contradas, estão e r r a d a s . As c o r r e t a s sã o , re sp ectivam en te,S e r p e n tls Caput, e S e r p e n t ls Cauda (o nome Serpens declinado no g en ltlvo ,p a ratran js m l t l r a Id é ia de p e r t in ê n c ia da cabeça (Caput) e da cauda (Cauda) ã s e r p e n t e ) . Uma maneira de remediarmos' as p rim e ira s formas dadas s e r i a c o lo c a r as p a la vra s

^ . * a A * ^ ** f * f" * 1 ^ •*- " 1

Cauda e Caput e n tre p a re n te se s. .

•Por ffm ^ é bom que se diga que co n ste la ç ão não é sinônimo de aste rlsm o , como as yezes empregado, q u içá como um decurso a c lc l o n a l para e v i t a r rep e tição vo cab u lar. Esporadicamente, o p rop río autor tem se u t i l i z a d o deste r e c u rs o , éfn-bora reconheça que e s t a ptetensa slnóním la não deva sei4 por demais c u l t iv a d a .

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Vi REFERÊNCIAS: P

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de J a n e ir o . :

* Luis Augusto L. da Silva ê o atual Presidente da União Brasileira de

Astrono-^ 7 7 * , ? ... ~ :

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mia.

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-A -ASTRONOMI-A E S-AO P-AULO

Um pouco da h i s t ó r i a da p a r t ic ip a ç ã o do amador durante os últimos 50 anos.

Jean N Ic o lIn l O bservatório de

CaprIcórnlo/Cam pInas,SP,

PARTE I I I (Conclusão)

Editado pela prim eira vez em 1928 com 3^00 exemplares, o "Amateur T e le s c £ pe Maklng", e ssa obra de 102 páginas foi rapidamente absorvida por um p ú b lico £ vido de conhecimentos, f a c i l i t a d a pelo elevado número de l e i t o r e s de língua In ­ g l e s a . Uma segunda e d iç ã o , desta f e i t a constando de uma obra de 285 páginas em d eco rrê n cia do acréscim o de novos temas, foi então elaborada no mesmo ano e co­ mo re su lta d o 5**00 exemplares Já tinham s id o esgotados por v o lt a de 1932. Mais t a r d e , subsequentes acréscimos elevaram o número de páginas para cê rc a de 500. Desde então, como fo i de pronto v e r i f i c a d o , o passa-tempo teve Inúmeros c u l t o - r e s , m ilhare s de t e le s c ó p io s foram co n stru íd o s tanto por jovens como por adul - tos Já maduros, hábeis ou não, e até por mulheres! 0 t a l " t e le s c ó p io de pobre " foi objeto de In t e r e s s e de r ic o s e . . . pobres! Tal a c e ita ç ã o d e v ia -se sem d ú vi­ da aos aspectos e detalh es que a construção de um t e l e s c ó p i o , mesmo de modestas dimensões, exige do In te re ssa d o . Para tanto a v a l i a r , b a sta rá o l e i t o r empreen - d e r, se Já não f e z , a montagem de um. Uma c o is a é a d q u i r i r algo j á f e i t o e ou­ tra p a r t i r de z e ro . Sobretudo no B r a s i l . V e j a - s e , por exemplo, a questão da óp­ t i c a , do e sp e lh o , Já que não se t r a t a de montar uma o b j e t i v a , de r e f r a t o r , e p o r ls s o mesmo mais d i f í c i l de e n c o n tra r. A m atéria-prim a c o n s t i t u i o p rim eiro problema, sempre d i f í c i l de s o lu c io n a r . Além d i s s o , há a t e o r ia j á que ninguém,

racionalmente fala n d o , empreende a cu rvatu ra In dispensável sem que tenha pelo menos uns rudimentos de ó p t ic a . E há, por c e r t o , outros problemas. 0 r e f e r id o l i v r o continha multas In stru çõ e s d ivu lg ad a s, prim eiro por P o rte r e seus colabo­ rad o res, e em seguida por aqueles que, a tra v é s da e x p e riê n c ia adq u irida de Inú­ meras t e n t a t i v a s , mescladas de e rro s e s u c e s s o s , lam enriquecendo o acervo de

* ^ j

dados. Hoje, como sabemos, a r e a liz a ç ã o de uma peça ó p t i c a , mesmo de pequenas dimensões, não é f a c l l . Que se d i r á , p o i s , dessa época, há cê rc a de 60 anos , quando a t é c n ic a da obtenção da cu rva tu ra ó p t i c a , o seu c o n t r o le , eram co n h e ci­ dos de p o u c o s ? ! . . . E no entanto , o re su lta d o pôde s e r v e r i f i c a d o a tra v é s dos a- nos. 0 número de c o n stru to re s de t e le s c ó p io s alcançou n í v e i s In im a g in áv e is. Co£ t r l b u l u por c e r t o para Is s o o nascimento da In d ú s t r ia ó p tic a americana que, to£ nando-se Independente da eu ro p e la , passou a c r i a r verdadeiros gigantes ó p t i c o s , calcados na p o s s i b i l i d a d e In d u s t r ia l de confecção de d isc o s de materla-prlma de boa qualidade. Dimensões de toda ordem, de alguns centím etros a v a r lo s decíme - t r o s , puderam (e podem!) s e r facilm e n te a dq u irido s enquanto que os produtos a- b raslvo s (destinados ã obtenção das c u rv a tu ra s) não o eram menos j á que os

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-C mos eram amplamente empregados em outros campos ds ó p t ic a . Um e s p í r i t o empreen-"^

dedor, votado às c o is a s p r á t i c a s , à e f i c i ê n c i a , fez o r e s t o . 0 que se v i u , en­ tão , foi que um número prodigioso de a s so c ia ç õ e s de amadores surgindo por toda a grande nação do n o rte , rara sendo a cldode, grande, média ou pequena, que não t i v e s s e seu grupo de c o n stru to re s de t e le s c ó p io s e , por extensão , seus observa­ dores, amadores, apoiados, t e ó r ic a e praticam ente, por renomados p r o f i s s i o n a i s .

Is s o , ao nosso v e r , é que tornou grande a p a r t ic ip a ç ã o americana no d e s e n v o lv i­ mento moderno da Astronomia.

E is s o nos leva ãs considerações f i n a i s com que pretendemos c o n c l u i r o presente a r t i g o . T r a t a - s e de um f a t o r que reputamos de grande importância j á que, pelo menos nos Estados Unidos, teve notável r e s u lt a n t e no desenvolvimento da c i ê n c i a do céu naquele p a ís . Diz e l e r e s p e it o ao relacionamento e n tre profls^ s i o n a i s e amadores, às p a la vra s de encorajamento d i r i g i d a s aqueles que, humild£ mente, desempenham modesta p a r t ic ip a ç ã o na área que ora nos i n t e r e s s a mas que por vêzes alcançam notoriedade em d e co rrê n cia de even tu ais descobertas ou con - t r lb u iç õ e s à c i ê n c i a do céu. 0 c ita d o ATM (Amateur Telescope Making), hoje em t r ê s portentosos volumes, tem o p r e fá c io red ig id o por um dos mais c é le b r e s a s ­ trônomos modernos, Harlow Shapley, e cujo conteúdo prima simultaneamente pela grandiosidade a sso ciad a à sim p lic id a d e com que foi endereçado aos " c o n stru to re s de t e l e s c ó p i o s " , na m aio ria das vêzes modestos e sem p reten sõ es. Citando a par­ t i c i p a ç ã o do não menos famoso C h r í s t i a n HUygens que, in sp ira d o nos t r a b a l h o s de G a i ll e u G a l t l e i , empreendera "com dedicação e seriedade a aprendizagem da a rt e de t r a b a lh a r c v i d r o , não se arependehdo de t e r pcsto ambas as mãos na o- b ra " , pergunto Shapley ao l e i t o r o que também Huygens f i z e r a : "E agora que eu também r e a l i z e i algumas l e n t e s , que f a z e r ccm e l a s ? " .

Três são as p o s s i b i l i d a d e s que, segundo Shapley, podem t e r lu g a r. A pri - melra é i n e v i t á v e l , as duas p rim e ira s são n a tu r a is enquanto que as t r ê s são pcs^ s i v e i s . A p rim e ira é de s e n t i r a s a t i s f a ç ã o de t e r c ria d o alguma c o is a com suas p ró p ria s mãos. I s s o , ao nosso v e r , se a p l i c a tanto à ó p tic a cono ao p róp rio t e ­ le s c ó p io quando completo. A segunda é de in d u z ir a p ró p ria c u r io s id a d e , ou aqu£ la de um colega ou amigo, a u t i l i z a r o instrumento assim r e a liz a d o na observa - ção dos o b jetos para os quais ê ste último foi c o n stru íd o . E n tre ta n to , como c d iz multo bem Shapley, tenha-se sempre no e s p i r i t o o fa to que se o orgulho de t e r r e a liz a d o t a l obra é perfeitam ente J u s t i f i c á v e l , há que se t e r sempre em mente a n e c e s s á r ia humildade e de m a ra v ilh a r-s e d ian te da contemplação dos as - t r o s .

Uma últim a p o s s i b i l i d a d e , a t e r c e i r a * é de p e r m it ir ao amador que dispo - nha de um t e le s c ó p io (co n stru íd o ou não com suas p ró p rias mãos) de u t i l i z a - l o em b e n e f ic io da c i ê n c i a . Para i s s o r e a l i z a r , p r e c is a e l e s e r s in c e r o e p o s s u ir I - senção de preco n ceito s e , e s p i r i t o su ficie n te m e n te amplo para a v a l i a r o que lhe é dado o b se rv a r. Segue-se uma d e s c riç ã o daquilo que pode s e r f e i t o , sugestões . acerca da p a r t ic ip a ç ã o a c e s s í v e l aos muitos que dispõem de instrumento, peque - .

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' nos ou médios sejam e l e s , nos campos das " v a r i a v e l s " , das ocu ltaçõ es de e s t r e -Ia s pela Lua, na observação e f o t o g r a f ia de meteoros, e t c . , e t c . R e alça , outro£ sim, o fato de que a p a r t ic ip a ç ã o e f e t i v a , co n scie n te e s is t e m á t ic a com os ob - s e r v a t ó r lo s o f i c i a i s tem o mérito de v e r - s e reconhecida pelos p r o f i s s i o n a i s que não se fu r t a r ã o em a t r i b u i r - l h e m éritos j á que tamanho foi o ganho, no passado, dos astrônomos por p arte da c o n trib u iç ã o dos amadores que e ssa mesma c o n t r i b u i ­ ção não poderia s e r jam ais esquecida. E n tr e ta n to , h a v e ria de lembrar-se sempre que, um tra b a lho c o n s t r u t iv o é apenas um dos t r ê s p r i v i l é g i o s do c o n s tru to r de t e le s c ó p io amador, p r i v i l é g i o s e sse s j á c i t a d o s , sendo que o segundo d e l e s , taj_ vez o mais importante, "é de observar os céus com a cabeça descoberta e um co r£ ç i o humilde". Assim se expressou Shapley, ve rdadeiro marco na h i s t o r i a da a s t r £ nomia mundial a c e rc a da p a r t ic ip a ç ã o do amador, de sua c o n t r ib u iç ã o ao conheci­ mento do céu. Poderíamos c i t a r outros que, além de Shapley, que fo i d i r e t o r do "Harward O bservato ry", multo realçaram c papel do amador como colaborador anôn_i_ mo mas nem por Is s o menos e f i c i e n t e . Poderíamos mencionar, como mais um exemplo, R. Newtow Mayall e sua mulher, Margaret, ambos do "Harward O b s e r v a t l r y " , que no e x ce le n te l i v r o "Skyshootlng-Hunting the S t a rs wlth your Camera", endereçaram seu p r e fá c io "à grande fra t e rn id a d e dos fotográfos amadores que Intentam con­ q u i s t a r outros campos", e t c . . .

E n tre ta n to , é l f c l t o p e rg u n ta r-se : e no B r a s i l , ta l ocorreu? Que nos con£ t e , não! Em São Paulo, pelo menos no que d iz r e s p e it o a trab alho s e s c r i t o s , a l i v r o s , Jamais se v e r i f i c o u a presença do a p o io , do amparo p r o f is s i o n a l ás manj[ festaçÕes " am a d o rrs tlc a s ", como sempre foram co n sid e rad a s. A l i á s , t a i s m anifes­ tações sempre foram v i s t a s com s u s p e it a , ou mesmo com maus o lh o s , um pouco t a l ­ vez por culpa dos próprios amadores que não r a r o , com frequência a t é , mal avai_i_ aram a va lid ad e de sua p a r t ic ip a ç ã o , misturando temas e conclusões a p ressad as. E n tre ta n to , Is s o não parece j u s t i f i c a r o desdém, o Isolamento v e r i f i c a d o e que re su lto u no d iv ó r c io por longufsslmo tempo e x is t e n t e e n tre o p r o f is s i o n a l e o in te re ssad o despretendloso, in te re ssad o por v ê z e s , mas mal o rie n tad o . Houve,por c e r t o , t e n t a t iv a s visando d im in u ir e sse Isolamento representado no surgimento da AAA de São Paulo e que passou a t e r a colaboração, algo d i s t a n t e , é verdade, de nomes como Abrão de Moraes, d i r e t o r do IA G - In s t lt u t o Astronômico e G e o frs!co ,d e D.F. V a s c o n c e llo s , d i r e t o r da firma de igual nome, mas foi' só. 0 amador, mesmo aquele potencialmente capacitado e instrumentado ( e x is t ir a m uns poucos) vlam-se e continuaram Is o la d o s , num mundo á p a rt e . Em suma, um estado de c o is a s

comple-,j

tamente d if e r e n t e daquele e x is t e n t e em p a ís e s como a França (S A F ), a In g la t e r r a (BAA), o Japão ou, como vimos, os Estados Unidos, onde os p r o f i s s i o n a i s , v ia de reg ra, não dispensam a c o n tr ib u iç ã o dos e s c a lõ e s I n f e r i o r e s . E como r e s u l t a n t e , é o que v i u : a astronomia p a u li s t a v iu - s e lím ltad a a uma p a r t ic ip a ç ã o r e s t r i t a onde o n ã o - p r o f l s s l o n a l , v i a de re g ra , era considerado como mero " c u rio s o " e . . . nada mais.

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f Pessoalmente tivemos a sú b ita honra de contar com a o rien taçã o e também a amlzjTx

de de um notável astrônomo que com frequência nos f a z i a ver que "e n tre um pro - f l s s l o n a l e um amador e x i s t e apenas uma d if e r e n ç a , a do mérito do trab alho rea­ l iz a d o " . Falamos do Or. L u iz Munlz B a rre to , hoje novamente guindado â d l r e ç i o d o O bservatório N acional. Cota o Comte. E .C . SI 1v a , da Armada Portuguesa, e d i r e t o r do o b se rv a tó rio do A Í f e l t e ( L is b o a ) , grande e t a l Vez o mais eminente "amador " de sua época, no d i z e r do mencionado " S c l e n t i f i e American" com o qual ativamen­ te colaborou, foram ambos nossos mais d i l ig e n t e s o rie n tad o re s no d i f í c i l campo que leva à observação ra cio n a l do céu.

Hoje, a c o is a parece e s t a r se a lteran d o um pouco. Não só com r e la ç ã o a São Paulo mas ao B r a s i l todo. úe uns anos para cá tem-se re g is tra d o maior partj_ c ip a ç ã o , ou mesmo Intercâm bio, e n tre o amador e o p r o f i s s i o n a l . Há exemplos no­ t ó r io s d i s s o . Nomes como Ronaldo Rogério de F r e i t a s Mourão, L u iz Eduardo da SIJ_

• * * • 0 ^ T- ♦ •• *' * •< * m

va Machado, de Oscar Matsuura confirmam I s s o . Tal estado de c o is a s e extremame£ te a u s p ic io s o j á que deverá p o s s i b i l i t a r a o c o rrê n c ia de condições altamente f £ vo ra v e ls ao desenvolvimento de uma a t iv id a d e que, num pafs como o nosso, v a s t f i slmo e ainda por demais carente de p a r t i c i p a n t e s , sobretudo e p rincipalm ente na area da observaçao, ou mais e sp e c ific a m e n te , do patrulhamento do ceu,sempre se mostrou f r u t f f e r a e altamente r e n t á v e l. V e ja - s e , por exem plo,.o caso da desco - berta de cometas E>or_ amadores, do patrulhamento de " v a r í a v e i s " , campo e sse de que não podem p r l n c l d l r os p r o f i s s i o n a i s . A ta l r e s p e it o , lembre-se a p a r t l c l p £ • ‘ ção dos amadores japoneses que, -com f r e q u ê n c l a , . Inscrevem seus nomes nos a nais

desses m is te rio s o s objetos cósmicos. S e r ia Is s o pelo fato dos japoneses p o s s u í­ rem melhores o l h o s ( ? ! ) ou simplesmente pelo fato de* afo ra possuírem maior núme ro de Instrumentos, terem eleso. reconhecimento dos seus m aiores, que os apoiam

‘ e ©s «amparam? . . . . .

Não se teve lrvtençio ao r e d i g i r e s t a s notas senão a f in a l i d a d e de amea - lh a r èlementos destinados a fornecerem sub sfdlo s para uma " h l s t ó r l ? da *? tro r.c - m ta'am adorfstlca" de São Paulo. Algo s e m e lh a n t e ,, provável mente também in t e re s -sante pode s e r f e i t o com re la ç ã o às dqmals. regiões dq P a f s . Quem sabe, e porque n ã o ? , s e não existem fato s e c u rio s id a d e s q u £ , . a lIn h a d o s , agrupados, relembra - dos,' tragam alguma luz c c e rc a d e s c e s , p rlm ó rd lo s.e que se ve icu la d o s nos o rle n - tem melhor acerca de um campo de a tiv id a d e tão ú t i l e nobre como é a construção de um t e le s c ó p io destinado à observação do mais helo e sp e tá cu lo da n a tu re z a , o

céu e s t r e la d o í ; ...

0 que oco rreu no Rio de J a n e i r o , no Paraná, no Rio Grande do S u l , no Nor­ d e ste , no Norte do B r a s i l , enfim, em todas as demais regiões do nosso to rrã o na^ ta l pode, e Is s o multo bem, proporcionar o conhecimento de não poucos s a c r l f f - c io s mas também de bela*; r e a liz a ç õ e s desenvolvidas em prol da divulgação em no£ so meio da mais bela das . c i ê n c i a s , a ASTRONOMIA! .. . ,

Que tratem d is s o nossos co n frad es, amantes dos fa to s e das o c o rrê n c ia s no p a s s a d o .. . I

L ________ _______________________________________________________ _________ _ 1 0 _

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-NEBULOSAS PLANETARIAS

Rubens de AZEVEDO(SBAA/UECE)

Uma nota no Informativo Astronômico do CEA considerou e rro c r a s s o o t í t u ­ lo neb uj£sa__£j>a n e t£ ^ u t i l i z a d o por n õ s, em a r t ig o s e n o tas. 0 termo, porém, e x i s t e e e s t á grafado na grande m aioria dos l i v r o s de nossa b i b l i o t e c a , sem co£ t a r que se acha re g is tra d o no D ic io n á r io B r a s i l e i r o de Astronomia e A s tr o n á u t i­ ca , do Pe. Jorge 0 Grady de P aiv a.

A p alavra nebulosa foi usada In ic ia lm e n t e para todos os o b jetos c e l e s t e s de contorno In d e fin id o e de d i f í c i l d e lim ita ç ã o . A d escoberta, há 50 anos, de que as nebulosas podiam s e r r e s o lv id a s ou nio em e s t r e l a s , c r io u os nomes de n£ bulosas g a l a c t i c a s ou e x t r a g a l á c t l c a s . E is a s e g u i r , a c l a s s i f i c a ç ã o moderna des^ ses o b je t o s , segundo o astrônomo Ronaldo Rogério de F r e i t a s Mourão:

Dl fusas P la n e tã r i as 1. G a lá c t ic a s NEBULOSAS E l í p t i c a s ou jRegulares - E s f e r o l d a l s íNorma| s 2. Extragalác^ { ' E s p i r a i s '.jarradas V_ t l s a s ( j1rre g u la re s

As nebulosas p l a n e t á r i a s , que nos interessam no momento, foram assim batj_ zadas por Guilherme H e r s c h e l1, o grande c o n s tru to r de t e l e s c ó p i o s , em p r i n c í - pios do sé c u lo X V I I I ; o nome foi amplamente a c e i t o e f i g u r a , h o je , nos l i v r o s de P a t r lc k Moore, C e c í l i a Payne-Gapschkln, Michael Z e i l i k , Lucien Rudaux, Gerard De Vaucouleurs, André Danjon, e muitos o u t r o s , além do r e g is t r o em p u b lic a ç õ e s' como "Sky and T e le sco p e ", '^'Astronom ie", " S c i e n t l f i c American", e t c . e t c . 0 termo nebulosa p la n e t á r ia advém do fato de que e l a s aparecem em forma de peque­ nas manchas em forma de anel que recordam os d isco s dos p la n e t a s . Examinadas a- tra vé s de grandes t e le s c ó p io s e , melhor a in d a , em f o t o g r a f ia s de longa exposi - ção, aparecem em forma de anel ou e n vo ltu ra r e g u la r , c i r c u l a r ou e l í p t i c a , em cujo centro se vê, quase sempre, uma e s t r e l a que é a causadora da iluminação do anel nebuloso que a c irc u n d a . Essas e s t r e l a s , do tip o W olf-Rayt, quentísslm as , chegam a a t i n g i r 100 mil graus de temperatura. As medidas r e a liz a d a s permitiram afirm a r que e ssa s nebulosas estão se expandindo, o que in d ic a que a e s t r e l a ce£ t r a i não é apenas a causa de sua l u z , mas também de sua formação. Em tempos r e ­ motos, a e s t r e l a foi sede de uma explosão semelhante à das e s t r e l a s temporárias, mas de outra n atu re za , pois expeliram os gases que formam o anel luminoso que hoje vemos.

Os astrônomos j á viram formar-se ente seus o lh o s , duas a u tê n tic a s nebulo­ sas p la n e t á r ia s ao redor da e s t r e l a nova de Perseu, em 1901, e a nova da Ãgula,

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- A*'í •

-Observou-se que as maiores nebulosas p la n e T a ria s sao sempre as menos brj_ lh a n te s . 0 tamanho dessas nebulosas e s t á situ ad o perto de 0 ,1 parsec (3,26 a- n o s - l u z ) . Referlm o-nos, é c l a r o , ao diâmetro que e l a s tinham quando emitiram a luz que chega atualmente até nós. 0 ano-luz e q ü iv a le a nove t r i l h õ e s de q u i1

o->.r - ■ / ' 7 ‘ t * • • •- '

metros.

■ i ' 1 ’ * i I ; « Í *• * . I.

As nebulosas p la n e t á r ia s são testemunhas da presença, no espaço, de

mas-* j v *;

sas r a r e f e l t a s , iluminadas por f lu o r e s c ê n c ia produzida pela proximidade de e s - t r e l a s de e le v a d ís s im a temperatura.

PROMQÇOES ASTRONÔMICAS

Um In t e r e s s a n t e r e g is t r o a f a z e r , para os l e i t o r e s de nosso Boletim . A Sociedade B r a s i l e i r a dos Amigos da Astronomia foi convidada a p a r t i c i p a r de u- ma promoção do CEFAP, da P o l i c i a M i l i t a r do Ceará, quando r e a l i z a v a o seu Cur­ so de Fonnação de O f i c i a i s In s t r u t o r e s de Defesa In te rn a . E um curso que se re_ a l i z a no campo e o nosso a s s o c ia d o , El lude '-Farias, representou a Sociedade,pro nunclando p a le s t r a durante a In stru ção e oferecendo aos m i l i t a r e s Inform ações1

sobre as a tiv id a d e s astronômicas em nosso Estado. Agradecemos a colaboração de todos e de maneira e s p e c ia l ao Tenente Coronel Gutemberg L Ib e ra to de Andrade , Comandante do CEFAP *

Ex ce le n te promoção do Rotary Club de F o r t a le z a r e a liz a d a em 13 de março p.passado, em reunião e almoço no Hotel Esplanada. 0 D ir e t o r S o c i a l , S r . John C la rk Nunes, convidou os astrônomos Rubens de Azevedo e Qermeval C arn e iro Ne

-* 4

to* que a tra v é s de p a l e s t r a , Il u s t r a d a com s l i d e s , deram aos rotarlafK>s uma o- portunldade de o u v ir f a l a r de astronomia, de pesquisas e s p a c i a i s e de movimen­ tos de amadores dessa bela c i ê n c i a do Céu, não somente no Ceará, como em ou - tro s Estados b r a s i l e i r o s . Grau Dez para o Rotary e para a SBAA.

* * * * * * *

'f. vVi

-\

»:: Vv>.; ír.

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^ A ASTRONOMIA E A VELOCIDADE DA LUZ ' . . Raul F r l t z B. T e i x e i r a ~ • • • . j. m , . . (UBA/SBAA) t * ’•, * - « • • * ; / l 4 i Irt . • v A luz propaga-se, s e j a no vãcuo ou no a r , com extrema rap id ez.

Sua ve lo cidade é t i o fabulosa que nada, na e x p e riê n c ia d l ã r í a , parece Í £ d l c a r que e l a não s e j a i n f i n i t a .

A época das doutrinas a r l s t o t é l I c a s e p to le m a icas, a c r e d it a v a - s e na in s - tantaneldade da propagação da lu z . Contudo, G a l i l e o G a l i l e l renegava t a l id é ia . Para e l e , a velo cidade da luz poderia s e r f i n i t a e mensurável. Sõ a

experimen-* D .experimen-*

t a ç i o poderia d i z ê - i o , com c e r t e z a . Em sua obra " D is c o r s i e dim onstrazionl ma- tematlche Intorna i due nuove s c i e n z i " (D iscu rso s e demonstrações matem áticas sobre duas novas c i ê n c i a s ) - marco I n i c i a l da Mecânica moderna - ouvimos uma conversação en tre t r ê s pessoas f i c t í c i a s chamadas S a i v i a t i , Sagredo e S im p lí -

c i o : J.* .

5 a g re d o ::Mas de que tip o e de que grandeza devemos c o n s id e r a r e s s a v e lo ­ cidade da lu z ? Será instantânea ou momentânea, ou e x i g i r á tempo como outro movimento? Não poderemos d e c i d i r Is s o pela e x p e riê n ­ c i a ? * ••

S l m p líc io : A e x p e riê n c ia c o t id ia n a mostra que a propagação da lu z é In s ­ tantânea; pois quando vemos o disp aro de um canhão, á grande d i s t â n c i a , a luz chega aos nossos olhos sem perda de tempojeii quanto o som sõ a tin g e o ouvido após um a p re c iá v e l i n t e r v a l o .

•* . . . * *,.

Sagredo: Bem, S l m p l í c i o , a única c o is a que sou capaz de deduzir dessa fja mi l i a r e x p e riê n c ia é que o som, para a lc a n ç a r òs nossos ouvidos,

leva mais tempo que a l u z ; e l a não me Informa se a chegada da luz é instantânea ou s e , embora extremamente rá p id a , ainda con­ some algum tem po...

S a i v i a t i : 0 pequeno concluimento dessas e de outras e x p e riê n c ia s sImi 1 res levou-me, c e r t a f e i t a , a id e a r um método pelo qual se po­ de determinar precisamente se a propagação da luz é in s t a n t â ­ nea . . .

S a i v i a t i , que, evidentemente, é o p róp rio G a l il e u prossegue explicando o método de sua e x p e r iê n c ia . S lm p líc io era o personagem que representava o tradj_ cio n a l ponto de v i s t a a r i s t o t é i i c o e Sagredo f a z i a o papel do " Im p a r c ia l11, do c é t i c o de mente a b e r t a , que p r e c i s a r i a s e r convencido de um ponto de v i s t a ou o u tro . 0 método Imaginado por G a l i l e u para determinar a ve lo cidade da luz con­ s i s t i a no se g u in te : Dois homens postam-se a uma c e r t a d i s t â n c i a um do outro i n o it e . Cada um conduz uma lan tern a que pode s e r coberta e d escoberta. Um deles descobre a sua la n te rn a . Quando a luz é v i s t a pelo o u tro , e s t e imediatamente 1

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tempo decorrido para o p rim eiro homem ver a luz da lan te rn a do segundo, p e rrn l-' te obter a ve lo cidade da luz j ã que a d i s t a n c i a e n tre e l e s é conhecida. Nesse

J *77/7 : v

experimento, a luz p erco rre um espaço de 2 km. 1 km é a d i s t a n c i a e n tre os os dois homens. Ocorre que, nesse c a s o , o tempo de percurso da luz é de apenas . . 0,0000067 segundos, que é multo I n f e r i o r ao tempo de reação de uma pessoa.

0 método proposto por G a l il e u e r a , portanto, I n v i á v e l . Para se medir d i ­ retamente uma grande ve lo c id a d e , como a da l u z , deve-se determinar com preci - são um In t e r v a lo de tempo muito pequeno (o que não era p o ssív e l no sé c u lo XVI l) ou u t i l i z a r uma grande d i s t â n c i a . Isso sugere que a Astronomia, que l i d a com enormes d i s t â n c i a s , possa o fe r e c e r algum processo para a obtenção do v a lo r da velocidade da lu z . De f a t o , foi o que aconteceu.

Em 1675, Claus Roemer, f í s i c o e astrônomo dinamarquês, trabalhando no Observatório de P a r i s , u t i l i z o u d i s t â n c i a s astronômicas para deduzir a v e l o c i ­ dade da lu z . Seu método e n v o lv ia a observação dos e c l i p s e s dos s a t é l i t e s g a l l - leanos que ocorrem a i n t e r v a lo s reg u lares em v ir t u d e das ó r b it a s d e s s e s ' s a t é1_1_ te s serem muito pouco in c lin a d a s em relaçã o ao equador jo v ia n o , serem q u a s e c Í £ c u la r e s e o próprio J ú p i t e r a p re se n ta r uma pequena^ In c lin a ç ã o o r b i t a l . I o , Eur£ pa e Ganlmedes são e c lip s a d o s por J ú p i t e r a cada movimento de revolução enqua£ to que o mesmo não se v e r i f i c a com Cal i s t o devido â sua maior In c lin a ç ã o .

Notou-se, no entanto , que e s s e s e c l i p s e s costumavam acontecer alguns mi­ nutos antes ou depois dos in s ta n te s p r e v i s t o s , Roemer observou que e l e s ocor - riam aproximadamente 11 minutos antes quando a T erra estava mais próxima de Jjj pi t e r e 11 minutos depois quando e sta va mais d is t a n t e . Quando T e rra e J ú p i t e r se encontravam em op o sição , os e c l i p s e s ocorriam mais cedo; â medida em que a T erra se d is t a n c ia v a de J ú p i t e r , os e c l l p s e s i iam se atrasando cada vez mais. 0 a tr a s o máximo se dava no momento em que os plan e tas evidenciavam o maior a f a s ­ tamento en tre s l ,

A e x p lic a ç ã o para e sse fenômeno, sugerida pela p rim eira vez por Roemer , re sid e no f a to de que quando Te rra e J ú p i t e r estãç> à máxjma d i s t â n c i a um do o£ t r o , a ly z proveniente dos s a t é l i t e s g a lile a n o s leva mais tempo para chegar £ té nós Já que e l a tem de p e rc o rre r um espaço a d ic io n a l de um diâmetro da ó r b i ­ ta t e r r e s t r e . Os s a t é l i t e s de J ú p i t e r não são v i s t o s no exato momento em que entram em e c l i p s e , mas somente mais tarde quando sua luz nos a tin g e . Com I s s o ,

Roemer provara que a luz se propaga com uma v e l o c i d a d e * f l n l t a . Seu método tam­ bém p o s s i b i l i t a v a o c á lc u l o dessa v e lo cid a d e . En tre ta n to , os e c l i p s e s oco rrem c e rca de 8 minutos antes do p r e v is t o ou 8 minutos depois e não 11 minutos comc afirm ara Roemer. No t o t a l , os desvio s são de c e rca de 16 minutos e meio. Usan- do-se e sse s v a lo re s c o r r ig id o s (na época de Roemer não se corihecla com e x a ti - dão o tamanho da ó r b i t a t e r r e s t r e ) e a d i s t â n c i a média da T e rra ao S o l , obtêm - - s e , fin a lm e n te , o v a lo r da velo cidade da luz ( c ) :

w 1

Velocidade * —? -P-a-S2 tempo

(18)

,

>

diâmetro da ó r b it a t e r r e s t r e

c = ---tempo gasto pela luz para pe£ c o r r e r e ssa d i s t â n c i a

(dlâm. da ó r b it a t e r r e s t r e = 2 x dl s t . média Te rra ao Sol)

r • 1 ■. . J.

14 < *•

c _ 2 x J j / f f i . J O " m ~ 3 x 1 0 8 m / s

997 s (= l6m ln .37seg)

5 * ’ • * «, • , ■ ‘ - ? • . • a ib .-.j, -. ' • r

A velo cidad e da luz é , aproximadamente, 300.000 km/s. V a lo r mais exato: c = 299.792,46 km/s.

Roemer havia encontrado uma ve lo cidade de 200.000 km/s para a lu z , o que e q ü iva le a um e r ro de 33$ em re la ç ã o ao v a lo r r e a l . No entanto , o e rro n a d a s i £ n l f l c a j á que o Importante foi mostrar a propagação f i n i t a da luz e um m eio de medir a sua ve lo cid a d e .

? § f® r§ G 9 ͧ § „ ^ i^ IL 2 9 E § fÍ9 § § :

- F í s i c a - Davi d H allJday e Robert Resmlck

'•* i ' ' ••

- F í s i c a - Physycal Sclemce Study Commltee (PSSC)v *-,V * •.

- A Evolução da F í s i c a - A lb e rt E l n s t e l n e Leopold In fe ld - Gravidade, Buracos Negros e o Universo - laim Nlcholson - J ú p i t e r - Isaac Aslmov, .

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * OCULTAÇAO DE ESTRELA PELO PLANETOIDE

P R 0 K N E

Observatório Glordano Bruno - F o rta le z a -C e

Conforme as predlções constantes na p u b licação n? 6 da I0TA, foi p o s s í - ve l r e g i s t r a r a o cu lta ção de uma e s t r e l a não I d e n t i f i c a d a por p arte do plane -

tolde PROKNE. : r .r

Data: 30 j a n e i r o 1984 '

I n i c i o o c u lta ç ã o : 22h 20m 37S hora TU f.l.m da o c u lta ç ã o : 22h 20m 50®2 " " T ransparência do céu: razoavel (2)

Coordenadas do observador: L a t . - 3o 43^9 * ‘ Long. -3 8 ° 30m Equação p e s s o a l: 0,2

Duração: 13^2 F o r t a l e z a , 11/03/84

(19)

f V ASTRONOMIA E DESENVOLVIMENTO SOCIAL

'i Rubens de Azevedo (SBAA)

; - • - rt. sb *? , •* - » .* *• IV PARTE

Astronomia no B r a s i l

A Esc o la P o l i t é c n i c a do Rio de J a n e iro c o n t r ib u iu , também, de maneira ponderável, para o desenvolvimento dos estudos c o le s t e s no B r a s i l . Seus profe^s s o r e s , em sua m aioria matemáticos, deixaram su b stan cio sa c o n t r ib u iç ã o , bastan­ do mencionar que ainda em 18^5, José Saturnino da Costa P e r e ir a p ublicava um compêndio de Astronomia e Geodésia; Joaquim Gomes de Souza, o famoso "Souzlnhd1

doutourou-se em 1848 com um trab alho de Mecânica C e l e s t e ; Joaquim Galdlno Pi - mentel deixou-nos um Curso de Mecânica C e le s t e (1877); Oto de A le n c a r,

cearen-•••' •* - » +£■ '■'■m »' | í: '

se n o tá v e l, compôs v a lio s o Tratado sôbre a T e o ria da Lua em 1906; Amoroso Cos­ t a , r e a liz o u estudos sôbre e s t r e l a s d u p las, Astronomia t e ó r i c a e p r á t i c a e Geo d e s ia .

A Esc o la P o l i t é c n i c a do Rio de J a n e iro é hoje E sc o la Nacional de Engenh^ r i a . Seu o b s e r v a t ó r io , que funcionou no Morro de Santo Antônio até 1930, f o i

. . . . • • r, .

t r a n s f e r id o para o Morro do Valongo - uma das faces do Morro da Conceição, l o ­ c a liz a d o no b a ir r o da Saúde. Esse O b se rv ató rio , modernizado, é uma das unida - des da U niversidade Federal do Rio de J a n e ir o , com o nome de O bservatório do Morro do Valongo.

A p a r t i r de sua nova l o c a l i z a ç ã o , funcionou a té 1950, quando foi a l t e r a ­ do o Regimento da Esc o la de Engenharia, deixando a Astronomia de s e r d i s c l p l l

-* < .i •(, ) • • • * * * • ^

na o b r ig a t ó r ia do Curso, para s e r f a c u l t a t i v a . 0 O b servatório fechou suas por- tas durante dez anos. Em 1958, com a c r la ç a o do Curso de Astronomia na an tig a Faculdade de F i l o s o f i a (P ro je to 3 5/58), su rg iu a necessidade de um posto a s t r o nômico para as a u la s p r á t i c a s ; foi então lembrado o Observatório do Valongo, o

\ ' r.-,;;* - ; .* . . . V

qual foi cedido pela E s c o la de Engenharia, em c a r a t e r p r e c á r i o , a Faculdade de

.• ' /*• V * - * * -j»

F 1 lo so fI a.

0 Curso de Astronomia f lo r e s c e u e o O b servatório começou a t r a b a lh a r atj_ vãmente, em colaboração com outras i n s t i t u i ç õ e s c i e n t i f i c a s do B r a s i l e do ex­ t e r i o r . Seu programa I n c l u í a observação de ocu ltaçõ es de e s t r e l a s p ela Lua -e £ pecialmente as chamadas o cu lta çõ e s r a s a n t e s , observação dos s a t é l i t e s e Jup! - t e r , das manchas s o la r e s e outros trab alho s de Importância c a p i t a l . A 5 de j a

-I . ; '* .• T • * * * ‘ . * i f . ,

n e lro de 1967, foi dada autonomia ao i n s t i t u t o como o b s e rv a tó rio da U n iv e r s i ­ dade Federal do Rio de J a n e iro e nomeado para d l r l g l - l o o Dr. L u iz Eduardo da S i l v a Machado. 0 corpo de colaboradores do P ro f. Machado i n c l u i d iv e rso s nomes que se fizeram conhecidos pela importância de seu t ra b a lh o , como os do P ro f.S j_

l i o Vaz, P ro f. A la é r c lo Moreira Gomes e muitos o u tro s . Vale d e sta c a r que os a- lunos do. Curso de Astronomia trabalham ativamente em colaboração com qs a s t r ô ­ nomos p r o f i s s i o n a i s numa simbiose b en éfica á causa da Astronomia B r a s i l e i r a . A ;* * *V. 1 ! r: * v *; • - r

(20)

expansio do O b servatório do Valongo ê co n sta n te : agora mesmo, enquanto e s c r e v £ mos e s t a s p a la v r a s , recebeu a i n s t i t u i ç ã o v a l i o s o instrumental que s e r v i r á pa­ ra o desenvolvimento do Curso de Astronomia e para a Estação de Montanha p r o j£ tada para as proximidades da cidade de B r a s o p o lis , na Serra dos D ia s , em Minas Geral s .

* * * * * * * ,nl»ClT. t . t l * O f ' 7 PO Ü '»

Em São Paulo, a Astronomia teve i n í c i o com as pesquisas de W llllam John B r u c h e l l , n a t u r a l i s t a in g lê s em 1826. Descobriu a v a ria ç ã o de C a rln a e , carrear^ do para essa e s t r e l a e x t r a o r d in á r ia a atenção do mundo c i e n t í f i c o . Em meados do s á cu lo passado, chegou a S. Paulo F re i Germano de Annecy, que demorou ce rca de t r i n t a anos, ensinando Matemática, F í s i c a e Astronomia. D iz-se que D. Pedro o convidou, por v á r ia s v ê z e s , para d i r i g i r o Observatório Im p erial.

. A c r ia ç ã o da E sco la P o l i t é c n i c a de S. Paulo,' em f i n s do sé cu lo passado , •: p o s s l b l 1ltou o aumento no campo das pesquisas astronômicas naquele Estado com

os trab alho s de F r a n c is c o Bhering, antigo d i s c í p u l o de Manuel P e r e ir a R e is . A E sco la chegou a p o s s u ir na praça Buenos A ir e s um pequeno o b s e rv a tó rio equipado com uma luneta e q u a to ria l Z e is s de 12cm de a b e rtu ra.

Alguns p ro fe sso re s da Faculdade de F i l o s o f i a de S. Paulo dedicaram-se aos problemas da A s t r o f í s i c a e da F í s i c a Cósmica, valendo destaque Mário Schenberg, que trabalhou nos Estados Unidos ju n to a George Gamow e Chandrasekhar, a s t r o f í

s lc o s de renome mundial. . ' : v

Ainda em 1886, o governo da p r o v ín c ia de S. Paulo c r ia v a uma Comissão G£ : o g r á f l c a e Geológica destinada ao levantamento to pográfico da re g iã o . A c h e fia dessa Comissão foi entregue ao famoso geólogo O r v i l l e Derby, que contou com a colaboração de eminentes c i e n t i s t a s como Gonzaga de Campos, Teodoro Sampaio e Alberto Loegfren.

Em 1902, in s t a lo u - s e o chamado "O bservatório da Avenida", na Avenida Pajj l i s t a , onde, e n tre os, anos de 1903 e 1912, B e lf o r t de Mattos r e a liz o u p re c io sa s é r i e de observações Jc mane f. as s o la r e s e magnetismo t e r r e s t r e .

Em 1910 In i c i o u - s e a construção do O bservatório O f i c i a l do Estado, junto ao a n t e r i o r . A p a r t i r de 1927, o Dr. A lypio Leme de O l i v e i r a s u b s t i t u i u o Dr. B e l f o r t , ; f a le c ld o no ano a n t e r i o r . A lyp io Leme ampliou consideravelmente o Ob­ s e r v a t ó r io e fe z sua mudança para o b a ir r o de Agua Funda. A Inauguração solene teve lugar em 19^1. 0 o b s e r v a t ó r io , muito bem plan e jad o , dispõe de v á r io s pavj_ lhões que abrigam moderno in stru m e n ta l, e n tre os quais o A s tr o lá b io Im pessoal1

‘ de Danjon. A i n s t i t u i ç ã o é hoje um dos anexos da U niversidade de São Paulo,com o nome de I n s t i t u t o Astronômico e G e o f í s l c c de S. Paulo.

* * * * * * * * * *

Em nosso País - conforme s a l i e n t a Munlz B arreto em seu trab alho "Esco lh a de S í t i o no B r a s i l - Esboço de um Programa (1969) e x i s t e a p o s s ib ilid a d e de um amplo desenvolvimento dos v á r io s s e to re s da Astronomia: Astronomia T e ó r ic a , As_

(21)

-tro m e tria , A s t r o f í s i c a e Rádioas-tronomia.

'‘ •r.Di '

Os o b se rv a tó rio s b r a s i l e i r o s trabalham ativam ente, atuando hoje em e s ­ t r e i t a colab o ração , num plano Integrado em que as i n s t i t u i ç õ e s desenvolvem-se, colaborando e n tre s l . Vale mencionas as i n s t i t u i ç õ e s que realizam atualm ente1

: « ’ * 4

a pesquisa astronômica b r a s i l e i r a : O bservatório Nacional do Rio de J a n e i r o , 1

Guanabara; Observatório do Morro do Valongo, Rio Gb; I n s t i t u t o Astronômico e G e o fís lc o de S. Paulo; O bservatório do I n s t i t u t o Tecnológico de Aeronáutica * em S. José dos Campos, SP; I n s t i t u t o de Astronomia da U niversidade Federal do Rio Grande do S u l ; Centro de Radioastronomia e A s t r o f í s i c a da U niversidade M£ c k e n z le , de São Paulo. ■ : . ' • ! • .*T?’ ■■■-• i»' r> , ' r . ••• . .1 .1:1

V

Referências

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