B o l e l i m da
S o c i e d a d e B r a s i l e i r a dos A m i g o s da A s t r o n o m i a
Editor: Rnbens de Azevedo
Forlaleza-Ce X X V I I N. 8
E D I T O R I A L
*
• • Completaranrse quinze anos do d ia em que o homem pisou a s u p e r fíc ie c re s ta da da Lua. Este a n iv e rs á rio representa multo para os que se dedicam ao estudo do Universo e , por extensão, ao estudo do nosso próprio planeta e da sociedade que ' o h a b ita . 0 pequeno passo dado por Armstrong tornou-se, confio e le próprio p r o fe ti
zou, um gigantesco s a lt o para o In f in it o .
Durante esses trê s lu s tro s , a C iên cia progrediu de forma nunca dantes expe rlmentada, abrindo novas perspectivas para o futu ro da raça humana e propiciando
• a criação de uma vid a melhor para todos. Da caneta e s fe ro g rá fic a ã ponta de safe- na ou ao coração a r t i f i c i a l , toda a nossa vid a fo i m odificada pelas técn icas re - s u lta n te s da pesquisa e s p a c ia l. Ju s t lf lc a - s e , assim, de forma plena, todo o ca p i
t a l empregado nessas pesquisas que vieram b e n e fic ia r o homem em todos os aspectos dá sua vida* Núlto se f a la no d in h eiro gasto na pesquisa do espaço, o q u al, segu£
i i 1 • i
do muitos, poderia t e r sído melho^ empregado se tiv e s s e como objetivo, a cura do câncer ou matar a fome de milhões de pessoas em todo o mundo. Mas esse d in h eiro - empregado no conhecimento do Universo era que vivemos - produziu mais dlvldendcs P I
ra o mundo In t e ir o do gue todas..as .companhias b en e ficle h te s J á re a liz a d a s .
Muitos b r a s ile ir o s gostariam que as verbas empregadas nos programas espacj_ I ais tivessem ;SIdo destinadas as populações atin g id as pelas secas, no Nordeste na forma de esmola - esmola e s ta que sempre, s e r ia um empréstimo acompanhado do fo r midável usura. A verdade I que nenhum país jamais saciou a fome de outro sem to t a l ressare lamento, acompanhado de Ju ro s escorchantes (o B r a s il está sentindo is-
^ ' ***•• i r» , ‘ *' ; í 1. , •
so na carne).. Ê pura Ilu são pensar que poderíamos o b ter recursos de forma g ra cio sa. A esmola nunca produziu bons resultados se não fo r acompanhada de o rien tação . Vimos, por exemplo, o fracasso do programa do Governo chamado "bolsoes da seca" ,
*1 ! * ' . m
que produziu os amargos frutos sa Irre s p o n sa b ilid a d e , do v íc io e até do crim e. Le giões de trabalhadores honestos foram transformadas em com itivas de "zom bies" In-
/» » , i • .
capazes de re a g ir perante as d ificu ld a d e s da v id a . Cabe ainda notar que no Norde^
te , muitos vivem mais nababescamente que no sul - em g r ita n te co n traste com a mj_
s é r ie circund ante. 0 problema é mais s o cia l que econômico, e diz resp eito a uma melhor d is trib u iç ã o de rendas e ao preparo moral das gerações.
A A stro n áu tica veio mostrar ao homem.que vivemos num planeta que é o nosso l a r , r a tific a n d o o conceito de "um mundo s ó ", de Mendel W ilk le . Isso nos cap acita de que somos responsáveis por esse planeta e , mais d ia menos d ia , cada um de nós será forçosamente um ecólogo. Pois para v iv e r , o homem, como os anim ais, p recisa de " h a b it a t " - e não é possível que destruamos, como vimos fazendo, o nosso Iog ar / de morada. F ilo s o f ia s , r e lig iõ e s , sistem as s o c ia is - tudo s e rá modificado pela no
va maneira de v e r que o homem aprenderá com as ligações do Cosmos
A Redação 0 1 -
ATENÇÃO AMADORESi QUE E A LIADA
A LIADA é uma organização c l e n t í f I c a sem fin s lu c ra tiv o s que se dedica; ao de senvol vimento da Astronomia; a união dos povos Ibaro-Amer-i canosV e a elevação de seu n ív e l c u ltu ra l e c i e n t íf i c o . » • ;v v i . . V
A LIADA é c o n s titu íd a por astrônomos, médicos, p rofessores, engenheiros, do
nas de casa, c o n t a b ilis t a s , mecânicos, e t c . ; enfim por trabalhadores de todas as classes socTâis que tem còmo ponto a sua admiração pelos corpos c e le s t e s .'
OS idiomas o f i c i a i s de nossa Liga são o. Espanhol e o Português. >• ^ ; As Associações Astronômicas desempenham um papel muito importante em nossa L ig a , por serem núcleos de pessoas que se reunem para aprimorar os seus conhecimen^
tos e r e a liz a r observações em conjunto, fazendo .'pá ir te assíra da grande rede de pb -
servadores da LIADA. ‘ • • * f .y . c-f.r •
• ' *' ' ' >í. •! ,tt * v * • íi'*: .
- O B J E T I V O S " . ; C *•*, * *
> : . r . • . - . . . . * ! . * * • '* ; ' • •' <?*.*• • f . y . u ' * *
A LIADA tém oá>'seguintes o b je tfv ó é : ).} Desenvolver o estudo da Astronomia, e a observação c e lé s tê fem áreas que sejam s ig n if ic a t iv a s ; 2 )! Unlr os obseryadore*r.de todo o mundo que falem Espanhol e o Português; 3) Reduzir o már dè <"' ; r que atualmènte e x is te en tre os aficionados (amadores) e os-prof iss in a is ; k) Difun - d ir e expandir o resp eito e a apreciação p ela Terra somo planeta; e 5) P q b jica r os trabalhos realizados pelos membros. ' - vv •=' ;:.r. > •*. .
A LIADA fornecerá a construção de instrumentos de todas |(ás ‘ciassés e a obse£
vação astronômica de todos os tip o s : meteoros, e s tre la s v a r iá v e is Cem esp ecial as do hem isfério S u l ) , e c líp s e s do Sol e da Lua, p lan etas, cometás', aglomerados este la re s , g a la x ia s , novas, e t c . , e o recolhimento de toda essa informaçao em forma ojr denada.
. A LIADA e n fa tiz a a necessidade de que cada um de seus membros s e ja um obser
vador independente, v e r s á t il em vá ria s áreas da As.tronomia. Porém e n fa tiz a também a necessidade de colaboração em grupo. Além d isso* e n fa tiz a que cada um de seus
S#; •* V# ** r;i • *
membros ele ve sempre o n ív e l de seus .conhecimento:: r i e n t íf ic o s . Nosso lema é: "Se sabes , ens ina; e se não sabes , aprende." . . . .. ;
-V.V . • v ! i * - i .
P U B L I C A Ç Õ E S
íV - v • ‘q • ■ rf. - ■ •
Uma das p rin c ip a is ta re fa s da d ir e t o r ia da LIADA é bem inform ar os seus mem bros, por ísso e d ita a r e v is ta UNIVERSO em regime trim e s tra l^ a .qual serve para d_i_
vu lg a r os resultados das observações • real izad ás, apresentando, tambén* artig o s cien - v
t íf lc o s de muita boa qualidade. ■ • ..s
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' Vil'»- »• *
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E publicado também, em regime b im e s tra l,'o inform ativo LA RED; que aphésenta n o tíc ia s de in te re sse dos membros e avisos de o co rrên cia de eventos astronômicos s i^
n lf lc a t iv o s .
COMPANHIAS IN T ER N A C IO N A IS DE OBSERVAÇÃO .
A LIADA promove campanhas destinadas a r e g is tr a r eventos astronômicos de es
p ecial im portância a p a r t ir de sua rede de observadores espalhados em diversos luga
res. Exemplos disso tem sido a observação das Persqidas em 1982 e 1983 e a observa
ção do e c líp s e da Lua em 6 de Ju lh o de 1982. Esse últim o evento fo i reg istrad o por 101 observadores de 8 p aíses. Atualmente a LIADA estã organizando a observação do co meta de H a lle y nos países Ibero-Americanos.
-PROGRAMAS DE ' INTERCAMB I 0
.. j . . ,,r-, .
-;í i.
A LIADA biisca a cooperação com outrãs in s titu iç õ e s c ie n t íf ic a s de países de
^ ^ • 1 . 1 * . * = . . » 1 r . r r « . • : * " " * j
idioma Espanhol e Português e tanfcém com o u tras partes do mundo. Um exemplo disso é o acordo f e it o com a NASA p a rà 'a observaçao dó cometa de H a lle y . A própria NASA en
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carregou a LI ADA de. t raduz I r parar o : Espanhol o seu "Manual de Observação" do cometa e de d is t r ib u í- lo em toda a Iberó-A m érica.'
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-CUSTOS. E MÉTODOS PARA SUBSCRIÇAO (A S S IN A T U R A ) .: • f. \. ; irt Í -i " " '* ’-'r *:
Atualmente a su b sçrição (assi.n atu ra) por 1 ano como memb;rcr da LIADA tem os seguintes
preços: ... ... ‘ ^ r-'
CATEGORIA- ' PREÇO (em US$)
Estudante (a té 23 anos) .' 6
Indivíduos (maior de 23) * " !) ’ 9
Astronomos e P ro fis s io n a is 12
Associações e B ib lio te c a s 1 ’ . 15
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NO B RAS I L : No B r a s il o v a lo r, segundo a ca te g o ria , deverá s e r enviado através > de
• 7 . . . - . i- . • •' ’ j , 1 1
•cheque nominal ou v a le postai para Alceu Fé11x.Lopes. Seu endereço é:Rua RIachuelo, 1^27 - CEP 90.000 Porto Alegre-RS. 0 v a lo r deve s e r rem eti
do em -cruzei ros segundo a cotação o f i c i a l do d ó lar no d ia da remessa.
* NOTA ENVIADA POR ALCEU F SL IX D 3PE S.
- 0 3 -
\
A Ó RBITA VERDADEIRA DE UMA ESTRELA DUPLA - PARTE I
* Dermeval Carneiro
í-t.w .-*'- * > SBAA/CH RISTUS/OTO DE ALENCAR
Sabemos que a determinação da ó r b ita r e la t iv a de um dos componentes * de um sistem a b in á rio em torno do centro de gravidade, sendo um d ele s, considerado fj_
xo, é s a t is f a t ó r io para um resultado aproximado. E n tre ta n to , dependendo da curiosj^
dade de cada um e , mais ainda, da percepção do sen tido f ís ic o e matemático do pro-
’ T. ■ ’ «
blema, pode-se e x ig ir mais. Ficamos as vezes inquietos por não en co n trar, na malo-
• j 1 —
r ia das publicações en tre os amadores de astronomia, algum trab alh o que venha a
f • - r I v # 1'
dar um real tratamento f ís i c o e matematico ao fascin a n te estudo dÒ9 sistemas bina-
. . • •• t-« . . .
rio s . J a sao inúmeros os trabalhos que tratam o problema como se fòsse uma s it u a - ção no plano, o que I uma a lfin e ta d a num cérebro matemático, afirmamos acima que se t r a t a de um resultado s a t is f a t ó r io para uma c e rta aproximação, e porque não pu^
blicamos também alguma co isa que mostre a solução trid im en sio n al na determinação da ó r b ita de uma b in á r ia ? assim, conseguiríamos um resultado bem d id á tic o nas publicai çÓes sobre b in á ria s onde aprenderíamos ;0 porque de usarmos esse ou aquele método de determinação de suas ó rb ita s * Foi1 ficando Inquietomais uma v e z , que decMftnos^tisar estas páginas do Zodláco para mostrar pelo menos um dos métodos de determinação da verd ad eira ó r b it a de um sistem a b in ário *
Escolhemos o método do francês Antolne Yvon V illa rc e a u (1813)-1883) que não é o atualmente usado mas, o escolhemos para darmos uma roupagem h is t ó r ic a e dj_
d á tic a ao estudo das b in á r ia s , pela ele g ân cia do *seu tratamento matemático e por já ex istire m vários trabalhos publicados sobre o método d efin itivam en te a c e ito que é , o método do alemãó T .N .T h le le ju n to com o in g lê s - s u l- a frlca n o Robert Thorburn Axton
Innes, o método Thiele-Innes.Temos que r e s s a lta r que o método Thiele-lnnes d everia ser chamado de Th iele-1 nnes-Arend-Mourão, pois o mesmo sofreu grandes mudanças or_i_
Tjtnadás por estudos de Ronaldo Rogério de F re ita s hourão e S. Arend.
Foi o francês F é llx S a v a ry( 179 7" 18^*1) que, u tiliz a n d o os elementos da ór_
b it a da e s t r e la Ep silo n Ursae M a jo rís, quem prim eiro apresentou uma solução para o cá lcu lo da ó r b ita de uma dupla v is u a l. Daí pra fre n te seguiram-se as apresentações de v á ria s soluções para o problema, em 1832, u tiliz a n d o as e s tre la s 70 Ophluchl e Gamma-VIrginis, os astrônomos - Johann Franz Encke(alem ão,l 7 ? l“ l 865) e ... John H ersdiel ( in g lês) , propuseram vário s métodos. Mais tarde apareceram os métodos de Joharin Meinrich Maddler (alemão, 179**“ 187*0 , o do francês A .Y .V i 1 larceau e André
D anjon(frances, 1890-1967).
Com a v a lio s a colaboração de Jand Ir a Carvalho de Azevedo, que traduziu os textos fra n cê s, apresentamos uma noção do método de Yvon V illa r c t a u .
Sabemos que para determ inar a ó r b it a real de uma e s t r e la ao redor de uma maior supostamento fix a é necessário que se tenha um grau de numero de observações
V _________________
- 0 4 -
é com a maiòr exatidão possível- e que séj3m õbsèrvaçõôsw'rôp-art fdas-sobre o contc£- no da ó r b ita aparente (Lembramòs que o sábio astrônomo introduziu suas observeçõos no Connais^sance dcs tempcs de 1877. i - \ • ;«*.•.* •
Admite-se que /a companheira d da p rin c ip a l de uma b in á r ia , descreve no es_
paço, ao redo-r da maior, supostamente fix a , uma.seçao cô n ica, uma e lip s e , na qual
1 * j ’ : •. « i • • i •
a e s t r e la fix a ocupa úm foco, obedecendo portanto, a le i das areas de Kepler.
, Trqta-s e de Obter os elementos e líp t ic o s dessa ó r b ita . Lembrando a grande d is tâ n c ia a que nos encontramos da e s t r e la dupla, podemos ad m itir que essa e lip s e
• '• m ‘ •- • • v* ¥ ■ 1: •-■.:•
está colocada sobre uma s u p e r fíc ie c i l í n d r i c a tendo por d ir e t r iz a e lip s e aparente e por g e ra triz e s retas p ara le la s àquela que une a e s t r e la maior ao centro da Terra,
£ ' ;.J:‘ i J * ' -..v. • •
re ta considerada como perpen dicular ao plano da o r b ita aparente.
O bserve'a%fig u ra 1, abaixo e vamos adotar para a e s t r e la cen tral E o t r í £ dro XYZ,-úm dós q u ais, o plano XY, é tangente no ponto E ã e s fe ra c e le s te e os ou- tro£ dois planos sao sZY e XZ, onde a lin h a EZ une o olho do observador (ou o cen -
* * •’* t i' ’» í* c* : 1 » rvv/
tro da T e r r a ), a e s t r e la E. Adote-se ainda o eixo EX orientado para o Polo Norte e
. _ •. v * t*4v £'A -ír.if oi :
o EY seguindo a d íreçao le s te do p a ra le lo .
Sejam e, e ' , e 11.. . 'y ã r i as posições da e s t r e la companheira sobre sua órbjj^
ta , obtidas através de um bom mlcrppierp,. e qs tempos, t ^ t ' e t M . . . para cada uma das posições acima, também obtidos através de um bom cronômetro.
Com os dados acima pode-se medir os vário s veto res:
eE = i ,e ^ r - :
E tambem os ângulos: i "i r »-•)■ f t ►. ha i 'í .7 .• v- XEe = * , X E e . * «'• ; , XEe,',' « « % a , , e tc .
‘‘ *’ • Com Is s o , podemos encontrar as coordéhadas-retangulares da e s t r e la saté lj_
t é - (x ,y ) j t x ^ y * ) , (x-1 ,,y!| *) p ò is, no plarfo XFY temos: ■■■■■ . • . ‘ - . i v
y * Jcsena
,••••, . ( D
y * «= A 'sen**1 f ' r :
E assim pof d i a n t e ; ’- or-i *.
I 1 í " * ’ O ! '* . . * ■ w . .*•' - 1 ' _ . ■ | ', I ■* . Í 1 * i )
Os movimentos da pequena e s t r e la de uma dupla sao muito le n to s. As obser
vações e, e 1, e ,f . . . , das quais poderefnbs’ ut i Imehte fáz er uso, serão n ecessária - monte separadas por in te rv a lo s de tempo co n sid eráve is. Ora, devemos notar qiiê-‘ os eixos aos quais de reportam essas posições', nãovsão fixoé e ctímpreendè-se que d ei
xando de lado o movimento p ró p rio do sistem a da é s t r é lP dupla, deve-se te r ém ’ coji ta o movimento do plano XY ao redor do eixo EZ, devido a müdança de direção do e i xo t e r r e s t r e no espaço, que, modificando a dlreção do Polo Norte a lt e r a o ângulo de
„ - j” *- ■•ín?‘:V5 v ' f.
posição. * íVO
V..
-0 5 -
r \ É nece s s ã rlo portanto re la c io n a r todos os ângulos de posição obtidos nums mesma posição do eixo EX.
•* .* i
Observe a fig u ra 2 ao lado.
Sej am:
P - polo v a riá v e l do equador p - polo fix o da e c l f t i c a
E - posição da e s t r e la p rin c ip a l
e posição da companheira ...rlg.2
Se designarmos por ip o ângulo pEP, vê-se que por uma variação Aip desse ân
gulo, devido ao deslocamento do polo P ao redor de p, ter-se-á relativam ente ã va
riação correspondente de <*, a seguinte relação
A « = - Aip
Vamos e n tio procurar Aij;
No triâ n g u lo pEP, vamos chamar de:
F ig . l
. L • longi tude I '• '
A - la titu d e as coordenadas e c lf t ir a s de E,
. • 1
e ‘ :•
AP - ascenção re ta |
D - declinação f as coordenadas eq u a to ria is de E O .re^erido triâ n g u lo nos dá a rela ção :
cotg ^ cosL + senL.senA = cotg co cosA.
Diferenciando a equação acima e, supondo A constante, encontra-se, tendo em
• r : *. * ’ * •
v is t a a relação que e x is te en tre os três ângulos de um lado, e passando das d ife re ^ c la ls âs variações f in it a s temos:
. . . senAR . , cosAR
- Ail> ~ &cc = sen w A L - --- Ao) , (2)
cos D cos D
Onde AL e A w são as variações da longitude da e s t r e la e da obliquidade da £ c i r t l c a devidas ao movimento do equador.
f ' i r ’ i •
AL se compõe evidentemente da precessão, mais da variação da nutaçao, . quo
podemos desprezar. . . . • •
Podemos tant>ém desprezar Ao), que chamamos de variação da ob liq u id ad e, que ê muito fra c a , pelo menos durante um sécu lo . .
Ficamos então com: . . .
•.' . r. s enAR .*.* • • « : •
.. 1 A« = sena) cos Djr~ AL ; ....
Sabe-se que podemos tomar L = 50','2244 (para um ano)
teremos: • • : ;.r.
sen AR
A °c—. senw cosD 50',' 2 2 ^ . t , (3)
Sendo t ,o tempo (anos) decorrido apõs o in stan te da medida dos ângulos de pos ição. > : • • •• ; .
Suponha agora, todas as coordenadas (x ty ) , ( x ‘ ,y ' ) , ( x ' ' ,y M ) . . . traz id a s , com a ajuda desta correção, a uma mesma época o r ig in a l.
Sabemos que a equação da e lip s e aprente, re fe rid a nos eixos EX ,EY ,será da forma:
■ 2 2 •
ay +bxy + cx + dy+ cr - 1 = 0 , a e c te n d o mesmo s i n a l . (**)
N o te que c i n c o o b s e r v a ç õ e s compl e t as ,. fo r n e c e n d o c in c o p a re s de v a l o r e s de x e y d a rã o c in c o equações do mesmo gênero, que p erm itiriam , a r i
gor, determ inar os c o e fic ie n te s , se as observações, suficientem ente exatas, são ccn_
venlentemente espaçadas sobre o contorno da curva aprente. Mas, tendo em v is t a e r ros, de observação, con virá s e r v ir- s e de um maior número de observações, empregando para determinação dos c o e fic ie n te s , quer o método dos mínimos quadrados, quer o mé todo de CAUCHY.
l;‘ -CONTINUA *:«
- 0 7 -
r ■ . .. i Memórias de um Caçador de E s tre la s
H IS T Ó R IA DF. UMA* CARTA DA LUA
Década do 60. Fui procurado pelo professor F i i v i o P e r e ir a , grande estu dioso da ex ob iolog ia, que me sugeriu a elaboração dc uma Carta Lunar com os dois h e m isfério s. A face o c u lta j á h a via sido fotografada em p arte por.vezes esp e ciais
I • .► 1 ; ‘ * - * *”
s o v ié tic a s . Achei boa a T dê Ia . E le procurou a Casa Publicadora de Mapas,, que fun - cionava na Praça da Sé, num prim eiro andar, em São Paulo.. Combinamos com o e d ito r a publicação.
Meti mãos ã obra. Pensei numa Carta que mostrasse, além das faces da Lua, esquemas-expl ic a t i vos das fa s e s , marés, e c lip s e s , ó r b ita lunar e outras Info_r mações, além de um grande rodapé com informações v á r ia s . Quando o desenho ficou pronto, levei- o ao F lã v io , que trab alh ava na E d ito ra Jo s é Olympio^ fazendo.tradu - ções re v is ta s de publicações c i e n t íf i c a s . J á o conhecia como excelente professor e co n fe re n cista de largos recursos. Ao chegar na E d ito ra , e le me apresentou ao pro - fesso r D u lcíd io Dibo, um seu d is c íp u lo e monitor dos seus cursos. Na o c a s iã o , falou
. • ' .o V "• • v' ' V' '
scbre a p o s s ib ilid a d e de in c lu ir o ta l professor no nosso projeto.. 0 dlaho e que o professor Dibo nunca tinha ouvido f a l a r em S e íe n o g ra fia . A lu a , e le j á tin h a v is to muitas vezes. Mas só. Que fa z e r? Sugeriu que e le se encaregasse do rodapé com as ta b e la s . 0 mapa f i c a r i a assim: a c a r to g r a fia s e r ia cred itad a a mim; ao F lá v io , ca-
1 . ? J ‘
b ia a supervisão e ao Dibo, o rodapé. No d ia seguinte entreguei ao Dibo um exemplar do meu* liv r o Lua, Degrau para o In f in it o , onde há uma s é r ie de tab e las inform ati - vas sobre a Lua: o r b it a ao redor da T e rra , t r a j e t ó r i a com relação ao S o l, movimen
to s, dimensões rea is e aparentes, posições, f í s i c a lu n ar, e tc . Era só copiar as Í£
formações. E le exultou.
0 mais engraçado de tudo fo i que o Dibo resolveu ela b o ra r de forma mais e f e t iv a : onde se fa la v a na temperatura média da Lua, a ta b e la rezava: ao meio dia ( lu n a r ): + 120°C; ã meia n o it e ( lu n a r ) : - 100°C. Dibo re tiro u melo dia e meia n o i
te , substituindo-as por: 12 horas e 2k horas.' Fiz -lh e ver que a Lua não g ira va ao redor do eixo em 2*4 horas, mas em muitos dias - quase um m ês...
Alguns dias depois le v e i o mapa para a E d ito ra . H avia colado os nomes de c r a te ra s , c ir c o s , ranhuras, e tc . em grande quantidade, mas usei "eu re k a ". Entreguei o mapa e fuí-me embora. F lá v io e Dibo se encarregaram do resto .
0 mapa foi publicado e mereceu reportagem de página In t e ir a na r e v is tè
"Fato s e Fo to s". Ao receber o mapa notei que mais da metade dos nomes dos ociden - tes lunares fora elim inada; perguntei ao F lã v io e e le , muito acanhado, confessou - ,me que, ao le v a r o mapa para a E d ito ra e a b ri- lo sobre a mesa, os le t r e ir o s comera ram a c a ir , Como nem e le nem o Dibo sabiam onde c o lo c á - lo s ... deixaram os le t r e i •*
ros que não d esco laram ... /borreci-me muito com a h is t ó r ia , mas que faz er? Esqueci o assunto.
- 0 8 -
r
Meses depois, indo a Sociedade In te rp la n e ta rlà B r a s i l e i r a , o seu p re s l?
. ' ,ís - '"V- •• w . ' - r:
dente, Thomas P.Bun me chamou e mostrou-me uma publlcaçao da NASA, onde o meu mapa da Lua ap arecia tendo èòno autòf únfco, o Pro fesso r Dlbo. 0 homem h a via se apropr_[_
ado do meu e do trabalho do F lã v Io , apagando os nossos nom es!...
Desgostel-me do Mapa: a f ln à í de contas estava incompleto e deixava mul- to a desejar,. Felizm ente não fo i reeditado - pelo que eu saib a. Do p rofessor Díbo
1:A . •], •*• i r-*-* o . *. v . » . h , í- .í : ... ..
. t i v e n o tíc ia s de que publicou um s é r ie de belos volumes sobre G eografia. Trabálho
•• •' : ‘ ; i .. ■ • i ^ :
excelente de um estudioso que hoje se /recomerida p ela competência e . . . pela aú tenti
• ** t i r! .• •• . “
cidade. ' ,. . *’ •- ‘ • i
• i O o o o o o o o o O
..I ."*.:• . •... CARIÇIAÇÜ
De nosso sócio correspondente, amador de astronomia, residente em Cari-
• riaçú, neste Estaco, Aldenor Beneyides, recebemos noticias muito interessantes (ele ê um bem escritor e também filósofo):
C a r Ir ia ç ú , (metida á Su íça cearense) .20/6/81* •
1 •>'; » ! 1 r. . • * ■■ ^ j »s /• >,... , .
Queridos, companhei ro s : * ' * " ■ « • * * C .
’• fl V.3 , » J .
U' ’ » '
' • ri:v.v/,A,..JÍPje es.^9 começando,a fe s ta de Sao Pedro, padroei ro lo c a l, que
> deu nome à- an tig a clçLpde de São Pedro dp C a r lr l . Barracas na praça, bom do ce de leite?,-, ta p io ca , pao.cte m,i 1.ho,; piaba assada com fa rin h a , macachel ra,bo
*•' ‘ - • ;. .*> * -» 'f- . .1 lo de puba e.Jbroa de.rjiJJJjo, um pu/ido de çoísas boas páfa se comer. E, para
•quem bebe, cachaça da,,melhor... Já e,stão vindo da roça as caboclas b o n ita s,d e
• sim patia encantadora, c q r . de.,chocolate, cabelos bem p reto s, dentadura a l v Í£
si ma e .o jh a r magnético,, fa la rã o como se. fossem anjos encantados..
‘ , i
•'<;* * *.wí :> •. Da minha mesa de trab alh o estpu vendo os homens terminando as _ - * * * ' ■' '-It-n' aí? • s ii , • . ^ r i , .In stalaçõ es das caçambas ,carrocéi.s e rodas gigantes que Irã o d e lic ia r a ga-
- % vç- • ^ y\n ,
rotada ansiosa por novidades.
r T ‘ ‘ ' ,-i'" " ,VÍ ’ •* r
• Muita gente é esperada h o je , In íc io da famosa fe s ta de São Pe
m ... JíjJ “ *
dró de’ C a r !r ia ç ú ,>o santo que tem o p r e v ilé g lo de escolh er as pessoas que podem e n tra r no Ceu, gente vinda de toda p arte do Ç a r ir i sobretudo e p rin ci palmente de Ju a z e ifp do.Norte-, Q u Jta iú s , Grangelro e Lavras da Mangabelra.
Como um^ f -I Itio e s p ir it u a l de Carl ria ç ú e residindo b^m pertinho da m atriz, acho haver caldo nas sim patias de, Sao. Pedro que, por c e rto ,a es sa a lt u r a , deve te r r.eseryado para mim. um lugar na sua augusta morada.
••í . Tenho recebido o Zpdia.CQ. Cada vez melhor.'* * . • * * ‘ **
/ l,\ • * . ‘Sis. •
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Fraternalm ente,
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• ■ * ' , Ni I r. . • r-? : * •: , • • - ... .
... Jayme Aldenor' A lencar Bonavides
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'fCvipí ’í-.* } f 1 . , .1 •. . **. •j-r,-'T>> ,. ,
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SANTOS DUHONT AMAOOR OE ASTRONOMIA• • i f ■ • . ’ .v: ; • • f i .í*l
Rubens de Azevedo (SBAA/UECe)
* “ • * 'V " v . . . - - - . -
A lberto Santos Dumont, o Pal da Aviação, fo i um dos homens mais dotados do Ora s í l no que tange a In te lig ê n c ia e ã .c r ia tiv id a d e . Todos sabem a h is t e r ia dos seus b alõ es, da descoberta de sua d l r l g l b l 11dade e da Invenção do-mais pesado que o ar - o a v iã o . Todofc os b r a s ile ir o s sentem por esse fig u ra e x tra o rd in á ria e mais Imorre -
. . \V\ . . . V : :f r * y . | ■£• ' ■ *• • : • > . ! . *• 4-
òoúra admlraçao. E le fo i quem "deu asas ao homem", na expressão do seu maior blograi fo , Henrique Dumont V I 11 are si
Mas o que nem todos sabem é que Santos Dumont Inventou o re ló g io de pulso - ob_
je t o que fez fu ro r em toda a Europa e que tin h a , mesmo, o nome de " 1 ‘horloge p e t it
• . : v. - • , S 1. - . < . •* •• . 1 0. ■ y < < i' i • •
San tó s". Como p recisava de ambas as maos para d i r i g i r seus aeroplanos, teve que c r i a r um re lo g lo ao pulso, pois nao podia, a todo momento, r e t i r a r o "ce b o la o " do bolso do c o le t e . . .
Mas o e s p ír it o InventlÁto de Sarttos Dumont não parava: e le v i v i a Inventando coj_
sas. Disso é um exemplo a sua casa, chamada "En can tad a ", lo ca llz a d p bem no centro de P e tró p o lis , Ju n to a um pequeno bosque e que é hoje um dos pontos t u r ís t ic o s de ma-
.*• r* ^ j “ >r.i ■•••{ ’ t -O t • i
io r a flu ê n c ia na b ela cidade das h o rten flla s. A casa se parece mesmo com uma casa de conto de fadas: pequena, em e s t i l o ch a le , p in tad a de branco, com Ja n e la s v e rd e s ,e la
«e mostra como à rmaítzáção de um sonho In f a n t il aos olhos do v is it a n t e . Tudo na Er^
cantada fo i f e l t ó por Sênto» Bumont. Seu e s p ír it o suparst icio so se revela logo a eji tra d á í ninguém pode s u b ir as escadas da casa com o pé esquerdo. No ín t e r lo r hã uma escada semelhante. Na s a la de e s ta r, há uma estante-mesa de sua Invenção. Todos os mõvels e u te n s ílio s têm o seu tra ç o c r ia t iv o , desde o ch u veiro , com aquecimento a álcool às escadas leves e a r t ís t ic a s que levam até o te c to , onde in stalo u um peque
no o b servató rio astronômico. Como todo homem de gênio. Santos Dumont fo i logo con - quistado pela majestade do Universo e pelos espaços ce le s te s - não fo ra e le 0 mode_r no íc a ro que abriu assas do homem em biisca do céu. A propósito, uma das c ra te ra s l£
nares, situ ad a ao sopé da cad ela dos Aperlnos, tem o nome Santos Dumont a l l co lo ca
do pela União In tern acio n al de Astronomia.
• • ... .: i/ t . j* ; • . j, • I , í $ .* > x • t *.
Foi na Encantada que e le escreveu o l iv r o "0 que eu v l ; o que nos veremos", em que n arra as suas e x p eriên cias, aquelas relatad as no liv r o a n te rio r "Dans L 'A Í r " e apresenta suas previsões para o futu ro da aviação .
Não témos re g is tro dos seus trab alh o s de Astronomia. Mas temos certeza de que, cuidadoso e competente como e ra , deve t e r f e it o estudos de grande v a lo r, cujos re
sultados devem e s ta r dentro de seus papéfs e a lf a r r á b io s , à espera de um pesquisa - dor como Ronaldo Mourão, que os traga à lu z , com o resp e ctivo comentário.
Foi em homenagem a esse gênio, que se in s ta lo u , recentemente, no Colégio Ba - t i s t a Santos Dumont, de F o rta le z a , o Clube de F ís ic a e Astronomia Santos Dumont e que tem a seguinte D ir e t o r ia , formada por alunos do co lé g io : Francisco Hervansuer Go mes Lin h ares, p resid en te; Carlos Claro Rodrigues Vargas, v ic e ; Francisco DmontierGo
- 1 0 -
r
mes Linhares e Ana C aro lin a Braga Guilherme, assessores. Tom ele s a orl.entaçao do Pro fesso r Dermeval Carneiro Neto, presid ente da Sociedade B r a s ile ir a dos ..Amigos da Astronomia e coordenador dq O bservatório C h ristu s. Dispondo de trê s çelescópios de ...
media d is tâ n c ia , o Clube j á in ic io u seus trab alh o s. E propósito do Colégio B a p tis ta in s t a la r uma cúpula de de diâmetro que a b rirá um telescó p io de maiores proporções, j á encomendado. Levamos aos d irig e n te s dó Clube de F ís ic a e Astronomia Santos Dumont nossa p alavra de apoio e nossos desejos de um trab alh o p ro fícu o .
OooooooO
‘ PENSAMENTOS PARA AJUDAR
C o la b o r a ç ã o de J . A . P .
"£ o tip o do amigo ce rto com quem se pode co n tar: está sempre por perto quando
p recisa d 'a g e n te ". . . . .
F.G .C .
s . • * . • • s •
"A única d iferen ça en tre um santo e um pecador é que um santo tem um passado e o pecador tem u. fu tu ro ". . . 0scar w ,
"E realmente uma co isa d esejável te r boa ascendência, mas a g ló r ia pertence aos nossos antepassados11.
- P lu ta rc o
"E mais f á c i l para um pai te r f ilh o s do que os f ilh o s terem um verdadeiro p a i" . - Papa João X X III r
"Para o Absoluto, o tempo nãó e x is te ; o passado e o futu ro são lid os na página aberta de um presente perpétuo".
- Cam ille Flamaríon
(Narração do In f in it o , pág. 105)
*■ PARA D ESO PILAR
Os "m a c e te s da p r o f i s s ã o . n , ., Certa cria n ça e n g u lira uma moeda de reg u lar tamanho. A mãe, a f l i t a , fogou aó novo vizin h o que as levasse ao Posto de Saúde, pois não dispunha de carro.»:.-;/
0 s o l íc i t o homem, a lé mesmo, segurou a garota peios pés e sacudindo-a com ene£
gla conseguiu liv r á - la do corpo estranho.
A g en ito ra, mui reconhecida, agradeceu ao c a v a lh e iro , acrescentando que como médico demonstrara h a b ilid a d e .
- Minha senhora, não sou médico, porém um agente do F isco .
Rom p e-cab eças ( colaboração de Cesar Santiago) Faça uma pontuação exata:
- Um fazendeiro tinha um bezerro de raça e a mãe do fazendeiro era também o pai do bezerro.
- 1 1 -
i OBSF.RVATQR IOS EM .ESTADO DF HIBERNAÇÃO 1
* jp ! ‘.' t . A
Solicitam os aos nossos le ito r e s que nos informassem sobre postos astronômi
cos desativados no B r a s i l . Recebemos de Nelson T ra vn ik , D ire to r do Observatório dp C ap ricó rn io , de Campinas, SpK a seguinte c o n trib u iç ã o :1
Obs e rv a tó rio Copêrnico - Situado em Sio João Nepomuceno, Mg. I ns trumental re f ra to r . de l60mm, f:1 5 . Óptica francesa ~ montagem e q u a to ria l, com nc lo c k - d riv e ". B ib llo te - ca, vãrío s acessó rio s, la b o ra tó rio fo to g rá fic o . E encimado por uma cúpulávmetãl ica • g ir a t ó r ia de 3m de diâmetro e e s tá desativado desde 1976, por motivo de morte de seu p ro p r ie tá r io , o Dr. Paulo Manzo, do " s t a f f " do Observatório do Valongo.
0 O bservatório está a venda - mas todo de uma vez, com o equipamento, com o p ro f. Nelson T ra vn ik , Av. A nchieta, 200, 6? andar, Campinas, Sp.
-Centro de Estudos Astronômicos de Cambuquira - Na b ela cidade t u r í s t i c a de Cambuqui --- --- --- 3 ^ . j r T.f .. r ; • - !
ra e x is te um o b s e rva tó rio , com cúpula g ir a t ó r ia de 6m de diâmetro que encima um t e lescóp io de 200mm.: Não sanemos se está ã venda ou será rea tivad o . Cambuquira, Mg.
. • • •: - jt.j •
! t f
O bservatório Flarmiarion - Situado em Matias Barbosa, Mg, o O bservatório Flammarion, . in stalad o e d ir ig id o por Nelson Travnik há muitos-anos, está desativado desde 1976;
seus instrumentos e b ib lio te c a foram tra n s fe rid o s para o O bservatório do C a p ric ó r,- n io , em Campinas, Sp. A desativação e tem porár?a.
O bservatório da E s c o la de Minas - Situado em Ouro P reto , Mg, esse o b servató rio pos^
su? um te le scó p io ref ra to r de 200m, de ó p tic a C lave, de escelen te qualidade. E um
’’ *’ ;í i ’ * / ,
verdadeiro crime a d esativação desse o b s e rva tó rio , pertencente a uma entidade famo- ; sa no P a ís , a Escola de Minas. Toda a correspondência enviada para lá , de váríòs-po£
• - . i
tos do p a ís , não recebe resposta. . • • • * f
Acreditamos s e r muito grande o número de o b servató rio s que paralizaram suas' a tiv id a d e s , em nosso país Antes dê 1930, h a via nos Sem inários, escolas p ú b lic a s ,fa culdades, uma quantidade muito maior do que.a a tu a l. A explicação é sim ples: o MEC*
M in is té rio dá Educação e C u ltu ra, suprimiu dos .cursos de Geografia a Cadeira de Geo.
g r a fia Astronômica (às vezès denominada Cosm ografia). Com is t o , o in tecesse .11 pela As %••• — |i 'tronom ia decresceu - co isa g ravíssim a, pois, enquanto nos outros países ' a Astrono
mia ê cada vez mais cu ltad a, no B r a s il e la está cada vez mais abandonada. :-
Quando v ir á a reação a esse estado de co is a s? !
VOCÊ ASTRÔNOMO? QUER CONSTRUIR SEU OBSERVATÓRIO?
Vende-se um s í t i o na S e rra de B a t u r it é (C e ), a Su íça cearense, onde a temperatura média é de 18 graus, a lt it u d e 9**5 metros, d is tâ n c ia de F o rtalez a 135 Km. Dimensões: 31 ha. B e n fe ito r ia s : a) Casa re s id e n c ia l de a lv e n a ria , com 6 qua_r to s, área, 2 salas amplas, 2 cozinhas, banheiros, garagem, alpendre, e t c . ; b) Casa de Farin h a, completa, com motor de 5 Hp; c) Casa da fá b r ic a , com máquina de beneficiam ento de café. Motor de 7,5 Hp.; d) 3 quartos-depõs1 t o s ; e) Engenho; f ) 3 cacimbas; g) Prédio de m ercearia c/ q uartos-depõsitos; h) Mina de a r g ila ; i) Plantações de café com lh a: cana-de-açúcar, banana, abacate, e tc . ,
0 céu é de limoidez comprovada, podendo-se le r um jo rn a l ã luz do luar.
In c r ív e l: Vénus p ro je ta sombras em seus períodos de maior b r ilh o . Contatos com : C arlo ta - Rua Barão de A ra c a ti, 1291, ap. 201, Fo rtalez a - Ceará. Recados: fone:
226.1*626.
N O T I C I Á R I O
Desati vi dado o P Ia n e tá rio de João Pessoa - Má n o t íc ia para os amigos da Astrono
mia do Nordeste fo i a desativação do P la n e tá rio de João Pessoa, por d e fe ito té c n ico . Aguardamos o pronto restabelecim ento dos trabalhos desse P la n e tá rio , para o qual afluem pessoas de nada menos de 11 Estados da Região equinoclal b r a s i l e i
ra. Fazemos votos para que logo s e ja sanado essa d ific u ld a d e .
Curso P rá tlc o de Ast ronomia Instrumental - 0 Curso promovi do pela SBAA no Cole - gio C h ristu s, em convênio com o O bservatório C h ristu s, será re in ic ia d o neste mês, após as fé r ia s de ju lh o . Os professores são Dermeval C arneiro, Rubens de Azevedo e Cláudio Pamplona.
COMO ESCOLHER UM TELESCÓPIO
Jean N Ic o lin i . .
-t*. «... .• ','•■■■ "■ v Observatório do
• J# „ . . . . . Capr i cór ni o - Campinas - SP.
0 presente a rtig o fo i caioaclo huma publicação da Associação Chilena de As
tronomia ( ACHAYA) , de San tiag o, e fo i adaptado de a rtig o da "Sky 6 Telescope".Su a im portância é fundamentai, pelos conceitos que em íte, bs quais são de profundo Í£
teresse para os amadores de Astronomia. Temos recebido Inúmeras cartas que nos p£
dem conselhos e resol vemos, adaptando o a r tig o e com.plementando-o, atender a es
ses pedidos. A área da. observação astronômica apresenta muitos problemas, alguns dos quais afetando até os próprios p r o fis s io n a is - que estão, neste caso, em p la no in f e r io r ao do amador: este a f e it o a observações constantes e tre in o permanen- te .
Nossa experien cia pessoal nos mostrou a im portancla de pequenos te le s c ó pios, os quais podem apresentar rendimento s a t is f a t ó r io , enquanto que amadores do tados de excelente instrum ental, têm, ãs vezes d ificu ld a d e s em a p ro v e ita r o rendj_
mento de seu a rse n a l. Pelo espaço de tempo eq u ivalen te a 22 anos, empregamos regu_
larmente, sistem aticam ente, diariam en te, um modesto re fr a to r "V io n i: de 56mm de a.
b ertu ra e "a b e rto " a f /15 (8^0mm de d is tâ n c ia f o c a l) , na observação do S o l. Tal instrumento permitiu-nos obter uma "cu rv a de a tiv id a d e s o la r " correspondente. a dois períodos undecenais. Toda a base de nosso trab alh o na área s o la r deveu-se a esse pequeno r e f r a t o r , de abertura in f e r io r ãquela regalmen.te u t iliz a d a pela grar^
de m aioria dos re fra to re s â venda (60mm). Assim sendo, acreditamos te r condições para a v a lia r o s ig n ific a d o , o conteúdo de ta l a r tig o , o qual deve t e r tid o gran
de repercussão èn tre os amadores.
Antes de f a la r de "buracos negros", "h o rizo n tes s in g u la re s " e outros : as
suntos mais complexos, é necessário que o amador se fa m ilia r iz e com ' elementos ven tilad o s no mencionado a rtig o - que nos parece extremamente recomendável.
Atualmente, mesmo tendo acesso a instrumentos de grande porte, comc ocorre no "C a p ric ó rn io ", jam ais deixamos de dar importância aos pequenos re fra to re s ou aos modestos r e fle to re s que nos vêm ãs mãos, apreciando, comparando suas "p e r fo r mances", seu comportamento, com aqueles que, desde os primórdios de nossa estação astronôm ica, habituara-nos o contato com o ceu.
Na verdade, somos de o p in ião de que muitos casos de d esistên cia pela obsejr vação por f a l t a de uma racio n aliz a çã o no uso do aparelho, advêm da f a lt a de orien tação. Soubesse o Interessado a v a lia r judiciosam ente a relação e x is te n te en tre o que lhe é dado abarcar com o seu olho, modesta p upila de 5 a 6mm quando u t i l i z a do â n o ite , e aquele multo mais do que modesto r e f r a t o r , t e r ia e le por ce rto con- V,
rilçces para t e " o animo s i.íi cie n te c. continuar sou In te re s s e pela contemplaçac dei .:o'j.
Pelo v is t o , estoqps cer nprendjneo a o lh ar o c i u . A evolução da té c n íc e (c M c " ’ odor a s , comput edoros, e stá :ios der f m ; i í ar Izardo '’esse contato nõu ltim l ’ e yyy ~ e tro s a lu t a r . 0 r*?cr> da o os "oraarmos as t ronorvbs de gabinete é grande. I£r_
taros perdendo o céu cs t r a i ^d;» o C" lovens c que s e r io , sem, dúvida, as p rím e ra s ví times dessa nasss i f ? cação terno ló g ic a . Padece-nos v ã l ‘ do> portanto, s u g e rir quo 33 cuide um poucc meÍhor desse aspecto. Aos vete*anos, aqueles mais fa m ilia riz a d o s corr o emprego de te le s c ó p io . rs entloadcs on.de a observação c o n s titu i, ainda,o as^
oecto meís importante, fazedor ro ss* o segu! nte recomendação: P u b lic a r efemérides asiironomicas c vai ido; n a ir ? rpn-t.-,r;e. porém, I acompanha-las no céu. Não devs - r.os esquecer que são cs jovens a nda ir.exoer:entes na observação que deverão le-
. . r . ^ :y • •( * v' • .*.
'•ar adiante aq u ilo qua lhes mrr i í f a n o r .
Cedo cu t a “dc, todo oimder co Astronomia te rá de e n fre n ta r o problema / a escolha de um te le s c ó p io : -t j j. ^ i t s r pe; o oessu? r um te le s c ó p io ? Se esse teles.cõ- pio fo r bem escothi^o, p o s s ib ilit a r ? um? vid a de noites agradáveis na exploração :5o céu. Se ta l escolha t iv e r s k o nã, é bastante provável que ocasione frustaçõãs e d e silu sõ es, resultan do, nro^nvelmeota no cband^no do céu.
L ** ** ' ** >** *' *
2ue ê, p o is, necessário acoíO" uma decisão .c o rre ta , racion al a ta l re s p e i
to ? Por cu rioso e estranho que possa parece*, isso depende dc interessado, mais do que do aparelho. Se o amador -es Ide no cu in to andar de um prédio de apartnmen- :os no centro da cidade, cem -eduzida ãrec para observação e se in teressa por Lua 3 p lan e ta s, deverá esco lh er um instrumento totalm ente d ife re n te daquele que esco
lh e r ia um amador resid en te fora da cidade e que se in teresse p o r., g a lá x ia s . 0 dl nheiro d isp on ível para a aq u isiçã o , c peso que t e r ia que se:* deslocado e também c
. 4 r .• ’ ; , • , tempo para e fe tu a r observações com b ín õ cu lrs ou a v is t a desarmada são, também,mui to importantes.
Com freq u ên cia, c amado” desconhece os menores a triliu to s técnicos de um :e lescõp io, suas p .3 rticu larico ces e seu funcionamento. A c a r a c t e r ís t ic a mais eviden te J e um telescó p io ê a sua abor-.ura ó p t ic a . Tal fa to r determina a quantidade de luz que pode ser coletada e que re s u lta no seu peder de rò s o lu ç io . Com um tè le scõ pio de 7.5cm (mais ou menos três polegadas), jamais se lo g rará v e r e s tre la s d&é!s ou detalhes finos v is ív e is num t.eieccpio de 15cm (•’- f?J,5. Tal fa to r poderia, entre tan to , s u g e rir que a escolha de um ts lê s cõ p io ss.] a f á c i l : b a s ta ria então optar pe Ia maior ab ertu ra ó p tica p o s s ív e l. Porém na p rá tic a isso não é tão sim ples. Urr ojj tre detalhe, não menos Im p irtan te, c o número f , o famoso "f./D” , d escrito *” a se
gui r : ' ■ ''
• * .ví
T ip o s d e T e l e s c ó p i o s
Em prim eiro lu g ar, há que se conhecer as vantagens e as desvantagens das d ife re n te s tipos de te le s c ó p io s . Até ce rto temno a tr á s , sr ex istiam dois tipos bá
s íc o s : r e f r a t o r e s e r e f r e t o r e s . Atualmente e x is te um t e r c e ir o tip o , chamado ca - tad iõ ptrlco . Cada um desses tipos tem c a r a c te r ís t ic a s e s p e c ia is .
•0 R e fra to r - Teve seu domínio in d is c u tív e l ate começos Ho presente século e conta,
•ainda* com muitos defensores. En tretan to , .além de 70 a IQOmm de abejr tu ra ó p tic a 'te n d e a var-se, ultrapasaando, isso .p o r v a ria s razões. Vejamos-as suas
vantagens. • Jc
Vantagens - Os re fra to re s são e s tá v e is , firm es, requerem pouca ou quase nenhuma ma manutenção. Possuem tubos fechados que impedem a entrada de pó e das correntes de a r que, como é sabidõ, deformam as imagens. Nãò oferecem obstáculos ã passagem de lu z ., mas t a is vantagens se diluem fre n te ã aberração crom ática. Em d istâ n cia s fo ca is longas (f/12 ou f /15) a aberração se reduz ao mínimo, proporcionando imagens n ítid a s em um grande campo. Os grandes re fra to re s são insup ortáveis nas observa - çpes lunares, p lan e tá rias e das e s tre la s duplas.
-Desvantagens - Os re fra to re s são muito caros para o p rin c ip ia n te . São grandes e pesados, necessitando de montagens elevadas (que além caras são, não raro , in s tá v e is ) e geralmente necessitam de espelho diagonal na o cu la r (o cu la r de cotovelo ) para p e rm itir uma observação cômoda. Tal fato muda o posicionamento da imagem da d i r e i t a para a esquerda, o que d i f i c u l t a , por exemplo, e n tre o u tros, £ procura ou comparação com as cartas e s te la r e s . Os re f retores c!e reduzida ab ertu ra, até cerca de 70mm são relativam en te e s tá v e is , mas há que se te r cuidado com os mais baratos (atenção com os de fab ricação jap o n esa). Mesmo com a parte ó p tic a muito boa, as montagens são geralmente tão d e fic ie n te s que as imagens fornecidas jamais deixam de o s c ila r , fa to r que r e s u lta s e r extremamente negativo. Não se podendo • gas ::ar mais de Cr$ 1.000,00, é p r e fe r ív e l comprar um binóculo ou então ju n ta r dinheiro na
ra no futu ro comprar algo m elh o r... se a in fla çã o galopante p e r m it ir .. .
-0‘ Re f le t o r - Em meados do presente século, a popularidade dos re fra to re s passou a ser secundária en tre os amadores (sobretudo dos EUA), que começaram a o p tar pelos re fre to re s . Estes resultam se r mais econômicos, j ã que, suficientem ente simples em sua e s tru tu ra , podem ser construídos pelo p róprio interessado. Segundo o conceito típ ic o mais a c e ito pelos p rin c ip ia n te s , o r e f le t o r tem por c a r a c t e r ís t ic a usual a d isp osição cria d a por Newton, ou s e ja c tip o newtoniano.
Vantagens - Os re fle to re s p o s s ib ilita m maior abertura por menos d in h eiro . Possu
em somente duas s u p e rfíc ie s ó p ticas (sem contar a o c u la r, é c la r o ) , o que sig n ifj_
ca menos s u p e rfíc ie s em que d efeito s ópticos podem a fe ta r a n itid e a da imagem.
Quanto menos s u p e rfíc ie s encontra a luz, menores serão os problemas. Um newtonia
no é, além de baixo, o que permite u t i l i z a r uma montagem mais robusta. Há menos p o s s ib ilid a d e s , além d isso, da umidade se condensar sobre a s u p e r fíc ie do espelho, uma vez que este últim o se encontra no fundo do tubo. Vantagem maior sobre o re-
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