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4º TRIMESTRE 2014 SONDAGEM DE INOVAÇÃO DA ABDI. 4º Trimestre 2014 Outubro / Novembro / Dezembro

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SONDAGEM DE

INOVAÇÃO DA ABDI

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SONDAGEM DE

INOVAÇÃO DA ABDI

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Agradecemos ao IBGE as informações dos cadastros das empresas e a assistência técnica na elaboração do questionário e definição da amostra.

Supervisão

Maria Luisa Campos Machado Leal Equipe Técnica

Agência Brasileira de

Desenvolvimento Industrial –ABDI

Evaristo Nunes de Andrade Júnior Ricardo Luiz Chagas Amorim Rogério Dias de Araújo Talita Daher Victoria Echeverria Gerente de Comunicação Bruna de Castro Revisão Talita Daher

Projeto Gráfico e diagramação Marco Lucius

Juliano Cappadocio Batalha

Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais - IPEAD

Thaize Vieira Martins

Elisabeth Pereira dos Santos Eduardo E. Antunes

Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional – Cedeplar/UFMG

Professor Cândido Guerra Ferreira Professor Gilberto Libânio

Professora Ana Valéria Carneiro Dias

Comitê Consultivo

David Kupfer (UFRJ)

Carlos Pinkusfeld Monteiro Bastos (UFF) Germano Mendes de Paula (UFU)

José Maria Ferreira Jardim da Silveira (Unicamp) Evando Mirra de Paula e Silva (CGEE)

Mario Sérgio Salerno (USP) ©2015 – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.

ABDI

Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial Setor Bancário Norte, Quadra 1 - Bloco B

Ed. CNC - CEP 70041-902 / Brasília DF Tel.: (61) 3962-8700

www.abdi.com.br

FINEP

Financiadora de Estudos e Projetos Praia do Flamengo 200

CEP 22210-030 - Rio de Janeiro - RJ Tel.: (21) 2555-0330

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Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial - ABDI

Alessandro Teixeira Presidente

Maria Luisa Campos Machado Leal Diretora

Miguel Antônio Cedraz Nery Diretor

Charles Capella de Abreu Chefe de Gabinete Rogério Dias de Araújo Coordenador de Inteligência

República Federativa do Brasil

Dilma Rousseff Presidenta

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Armando Monteiro Ministro

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Sondagem de Inovação da aBdI

BoletIm do quarto trImeStre de 2014

RESUMO EXECUTIVO

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) realiza, desde o início de 2010, a Sondagem de Inovação, tendo em vista a crescente importância que as atividades de ciência e tecnologia vêm adquirindo nas políticas de desenvolvimento industrial. A Sondagem é uma pesquisa que tem por objetivo acompanhar trimestralmente a evolução da inovação tecnológica na indústria brasileira. A inovação tecnológica é definida pela introdução de um produto ou processo produtivo tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado pela empresa. O período de análise coberto por esta edição da pesquisa – quarto trimestre de 2014 – se caracteriza pelo aprofundamento da tendência de declínio da dinâmica inovativa na indústria brasileira iniciada no segundo trimestre do ano, acompanhada por uma relativa estagnação da atividade econômica e retração da produção industrial.

No quarto trimestre de 2014, 47,8% das empresas entrevistadas declararam ter realizado algum tipo de inovação tecnológica, de produto ou processo, para a empresa ou para o mercado, valor muito próximo (-0,2 p.p.) do observado no último trimestre da pesquisa. Cabe notar que este resultado representa a consolidação da tendência de retração da taxa de inovação, iniciada no segundo trimestre de 2014, e o retorno a um valor próximo ao verificado no terceiro trimestre de 2013, revertendo inteiramente o crescimento verificado desde o final do ano passado. Como de outras vezes, a taxa de inovação realizada ficou abaixo da expectativa de inovação declarada pelas empresas no trimestre imediatamente anterior. No terceiro trimestre de 2014, 54,8% das empresas declararam que pretendiam lançar um novo produto ou processo no quarto trimestre do ano, o que não se confirmou.

Entre as empresas que responderam à Sondagem, 30,9% declararam ter introduzido produtos novos já existentes no mercado nacional. Observa-se, neste indicador, declínio expressivo em relação ao trimestre anterior (-4,1 p.p.), atingindo seu valor mais baixo desde o inicio da Sondagem em 2010. Quanto a produtos ainda não existentes no mercado nacional, o indicador se manteve estável em relação ao trimestre anterior, e atingiu 12,6% das empresas respondentes.

Os indicadores de inovação em processo, por sua vez, após verificarem declínio acentuado no último trimestre, mantiveram-se relativamente estáveis no quarto trimestre de 2014. Em particular, houve declínio no percentual de empresas

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que declararam ter implementado um processo novo para a empresa (28,6%), também atingindo o valor mais baixo da série histórica da Sondagem, iniciada em 2010. Estes resultados parecem estar associados a uma percepção cautelosa por parte da indústria quanto ao comportamento da demanda futura e à presença de elementos de incerteza no plano doméstico e internacional.

Por outro lado, observou-se uma elevação no percentual de empresas que declararam ter implementado um processo novo para o mercado – crescimento de 1,7 p.p. em relação ao trimestre anterior, atingindo 9,4%. Cabe notar que esse resultado foi verificado em um período de declínio na formação bruta de capital fixo, que tende a ter grande peso para inovação de processo, dada a importância da inovação incorporada em máquinas e equipamentos.

Em resumo, pode-se dizer que os resultados da Sondagem no quarto trimestre de 2014 indicam declínio moderado dos indicadores de inovação, aprofundando o movimento já verificado nos dois trimestres anteriores. Cabe notar ainda que tal resultado se explica por um movimento de queda em vários dos indicadores de inovação verificados pela Sondagem, principalmente no que se refere à inovação de produto.

O percentual de firmas com expectativa de inovação futura em produto ou processo reverteu a trajetória de declínio verificada nos dois últimos trimestres – com elevação de 2,6 p.p. no quarto trimestre de 2014, em comparação com o trimestre anterior. Cabe ainda notar que a elevação no percentual de inovação esperada se observa em todos dos indicadores (produto e processo, para a empresa e para o mercado). A expectativa para realização de inovação no próximo trimestre se elevou de 54,8% para 57,4%, explicada pela elevação tanto na expectativa de inovação de produto, quanto na de processo. Assim sendo, os dados mais recentes sugerem que, apesar da estagnação nos percentuais de firmas com produtos e processos novos efetivamente introduzidos, verifica-se uma elevação nos percentuais de empresas que pretendem lançar no próximo trimestre algum produto ou processo, novos para a empresa ou para o mercado nacional.

Em relação aos esforços para inovação das firmas, no quarto trimestre de 2014 houve um declínio superior a 7 p.p. no número de empresas que expandiram seus gastos totais em inovação, o que foi acompanhado por uma elevação significativa (+5,7 p.p.) no número de firmas que diminuíram ou não fizeram este tipo de dispêndio. Entretanto, e como já verificado em rodadas anteriores da Sondagem, a maior parte das empresas manteve constante seu gasto total em inovação neste trimestre. Os gastos em P&D (interno e externo) em relação ao faturamento, por sua vez, apresentaram crescimento no quarto trimestre de 2014, frente ao trimestre anterior. Neste trimestre, os gastos totais em P&D correspondem em média a 4,3% do faturamento das firmas. A elevação atual é explicada particularmente pelo aumento dos gastos em P&D externo, liderado

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pelas firmas sem departamentos de P&D formalizados, ao passo que os gastos em P&D interno permaneceram praticamente constantes.

Os dados referentes ao pessoal ocupado em atividades de inovação no quarto trimestre de 2014 apontam um comportamento de relativa estabilidade nesses indicadores. Os percentuais de firmas que empregam doutores, mestres e pós-graduados em P&D praticamente não tiveram oscilação, enquanto que o percentual de firmas que empregam pós-graduados foi o único a sofrer retração um pouco mais significativa. O percentual de empresas que tinham doutores exclusivamente ocupados em P&D no quarto trimestre de 2014 foi de 20,2%, as empresas que possuíam mestres ocupados exclusivamente em P&D alcançaram 43,3%, as com pós-graduados foram 74,3% e as com graduados ocupados exclusivamente em P&D foram 82,9%. Esses percentuais variaram pouco ao longo dos quase cinco anos da pesquisa, e comprovam que ainda há muito espaço para evolução da qualificação da mão de obra na indústria brasileira.

A decisão de inovar por parte das empresas no quarto trimestre de 2014 esteve mais fortemente associada a três fatores, nesta ordem: (i) pressões adicionais de custo; (ii) busca por maior participação no mercado; e (iii) exigências dos clientes. Desde o início da sondagem, no primeiro trimestre de 2010, estes têm sido os principais fatores que influenciam a decisão das empresas em inovar. Ao analisar o investimento em capacidade física instalada de produção, verifica-se que a maior parte das empresas respondentes (60,8%) manteve constantes seus gastos na aquisição de máquinas e equipamentos neste trimestre. Contudo, o percentual de empresas que aumentaram seus gastos em capital fixo declinou de 17% para 16,4% entre o terceiro e o quarto trimestre de 2014, ao passo que o número de empresas que reduziu seus investimentos oscilou de 10,1% para 9,6% no período.

Com relação à fronteira tecnológica, a presente edição da Sondagem investigou (pela primeira vez) junto às empresas pesquisadas a difusão do conhecimento e uso do design como ferramenta de inovação.

Os principais resultados foram:

(i) mais de 70% das empresas utiliza design, mas somente 11,5% consideram que o design é um diferencial estratégico para a empresa;

(ii) cerca de 45% das empresas que utilizam design não possuem nenhuma pessoa trabalhando integralmente em design. Pouco mais de um quarto das empresas que utilizam design (26,4%) empregam até 3 pessoas trabalhando integralmente nessa atividade;

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(iii) pouco mais da metade (51,4%) das empresas que utilizam design afirmaram que o design tem alta importância para a inovação, ao passo que apenas 1,5% das firmas indicaram que o design não tem importância para a inovação. Por outro lado, 16,5% (em média) dos novos produtos lançados pelas empresas, no último ano, devem sua inovação prioritariamente ao design.

(iv) As maiores motivações para investir em design foram: busca por maior participação no mercado corrente (apontado por 55,3% das empresas respondentes), melhoria nos processos produtivos/redução de custos (53,8%) e exigência dos clientes (53,5%).

Os resultados mostram, de forma geral, que as empresas percebem o potencial do design para a inovação. No entanto, o baixo percentual de novos produtos cuja inovação se deve ao design sugere que a contribuição do design para a inovação, na prática, ainda tem grande potencial de crescimento.

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Sondagem de Inovação da aBdI

BoletIm do quarto trImeStre de 2014

outuBro / novemBro / dezemBro 2014

INTRODUçãO

A Sondagem de Inovação é uma pesquisa realizada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) com o objetivo de acompanhar trimestralmente a evolução da inovação tecnológica na indústria brasileira. A ABDI é uma entidade ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) que busca oferecer apoio técnico sistemático às instâncias de articulação e gerenciamento da política industrial (Plano Brasil Maior) e produzir estudos conjunturais, estratégicos e tecnológicos para diferentes setores da indústria. Em vista da crescente importância que as atividades de ciência e tecnologia vêm adquirindo nas políticas de desenvolvimento industrial, a ABDI passou a realizar, desde o início de 2010, a Sondagem de Inovação, visando acompanhar, de maneira sistemática, a evolução dos indicadores de inovação tecnológica da indústria brasileira e orientar eventuais ajustes nas políticas públicas adotadas.

A realização da Sondagem é fruto do esforço de um conjunto de instituições, que tem trabalhado em parceria com a ABDI nesta pesquisa, em destaque a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (IPEAD). A Sondagem conta também com o apoio técnico-científico de uma equipe de pesquisadores do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (CEDEPLAR) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e de especialistas setoriais renomados de outras instituições acadêmicas brasileiras. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prestou auxílio técnico na elaboração do questionário e na definição da amostra das empresas consultadas.

A Sondagem de Inovação segue os padrões internacionais de coleta e tratamento de dados sobre P&D, consolidados no “Manual Frascati” 1, e sobre inovação, disponíveis no

“Manual de Oslo” 2. Nesse sentido, há correspondência metodológica com a Pesquisa

de Inovação Tecnológica (Pintec) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e com pesquisas internacionais como o Community Innovation Survey realizado nos países que compõem a União Europeia.

1 ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (OCDE). Frascati Manual: proposed standard practice for surveys on research and experimental development. Paris: OCDE, 2002. 2 ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (OCDE). Guidelines for

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De acordo com os padrões empregados na elaboração da Sondagem, a inovação tecnológica é definida pela introdução de um produto ou processo produtivo tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado pela empresa. O produto ou processo pode ser novo para a firma ou para o mercado. Em virtude de sua periodicidade trimestral, a Sondagem cobre uma lacuna na produção de indicadores conjunturais que possam monitorar os esforços tecnológicos das empresas no Brasil.

Para a elaboração da Sondagem de Inovação, são entrevistadas, trimestralmente, as empresas industriais com 500 ou mais pessoas ocupadas. De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), havia, em 2010, aproximadamente 1.650 empresas com essa característica na indústria brasileira e foi sobre esse conjunto que se realizou a amostragem para a Sondagem (ver o Anexo I para uma análise da distribuição setorial e regional das empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas). A amostra definida a partir do estudo populacional compreende 304 empresas da indústria extrativa e de transformação, abrangendo 25 divisões da CNAE 2.0.

A escolha das grandes empresas industriais para realizar a Sondagem foi motivada por sua importância nos processos de inovação no setor produtivo brasileiro. Com efeito, de acordo com dados da última edição da PINTEC relativos ao período 2009-2011, enquanto a taxa média de inovação da indústria brasileira foi de 35,6%, a taxa de inovação do estrato formado pelas empresas com mais de 500 pessoas ocupadas foi de 55,9%.

A Sondagem reúne informações de caráter retrospectivo (referentes ao trimestre de referência) e prospectivo (referentes aos três meses subsequentes ao trimestre de referência) provenientes de um total de 14 perguntas segmentadas em quatro blocos (ver questionário no anexo II). No primeiro bloco de questões, levanta-se o número de produtos e processos novos que a empresa lançou no trimestre anterior à pesquisa e o número de produtos e processos que a empresa pretende lançar no próximo trimestre. São colhidas informações também sobre os projetos abandonados e em andamento. No segundo bloco de perguntas, é caracterizado o esforço das empresas em atividades de inovação. O objetivo é saber se os gastos em atividades em inovação das empresas têm aumentado ou diminuído ou se mantêm constantes. Também são levantados o número de pesquisadores envolvidos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e sua qualificação.

No terceiro bloco de questões, identificam-se os motivos que levariam a empresa a realizar inovações tecnológicas no trimestre seguinte. Finalmente, no último bloco, é perguntado se a empresa aumentou, diminuiu ou manteve estáveis os investimentos para expandir a sua capacidade produtiva instalada.

A cada trimestre, a Sondagem de Inovação inclui um bloco de perguntas sobre temas relevantes da fronteira tecnológica e que tenham grande impacto sobre o

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desenvolvimento industrial brasileiro. O objetivo de tais perguntas foi mapear a difusão, na indústria brasileira, de tecnologias localizadas na fronteira do conhecimento científico e tecnológico. Nesta Sondagem, referente ao quarto trimestre de 2014, foram introduzidas perguntas sobre o design como ferramenta de inovação. Este bloco de perguntas foi incluído na pesquisa pela primeira vez neste trimestre, e sua repetição no futuro permitirá um exame da evolução anual de tais indicadores.

Neste trimestre, a pesquisa Sondagem de Inovação completa seu quinto ano, e o presente boletim alcança agora sua vigésima edição consecutiva. Assim como nas edições passadas, os resultados da pesquisa possibilitam uma observação das tendências mais recentes da inovação na indústria brasileira, e permitem também a comparação com o mesmo período do ano anterior, considerando eventuais efeitos de sazonalidade na inovação. Este boletim da Sondagem consolida os resultados das edições anteriores e permite uma vez mais a comparação do mesmo período (quarto trimestre) de até cinco anos consecutivos (2010, 2011, 2012, 2013, 2014). Possibilita, assim, explorar a informação inédita gerada pela pesquisa ao longo de cinco anos para traçar um panorama mais abrangente da dinâmica de inovação na indústria brasileira no período.

A CONJUNTURA ECONôMICA E A INOVAçãO TECNOlóGICA NA INDúSTRIA BRASIlEIRA

A inovação tecnológica na indústria brasileira tem guardado estreita relação com a dinâmica de crescimento da economia nacional, tal como verificado de forma sistemática pelas sucessivas edições da Sondagem de Inovação. No quarto trimestre de 2014, a relação entre atividade econômica e atividade inovativa continua sendo um dos principais elementos de análise da evolução do setor industrial. Por um lado, observa-se nesse período a consolidação da trajetória de estagnação nos níveis de atividade econômica, representada pela redução da taxas anualizadas de crescimento da economia brasileira, bem como pela retração do PIB da indústria de transformação. Por outro lado, o quarto trimestre de 2014 foi marcado pela redução de alguns dos principais indicadores de inovação considerados pela Sondagem da Inovação.

Segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira apresentou expansão de 0,3% no quarto trimestre de 2014, em relação ao trimestre anterior, considerando a série com ajuste sazonal. O setor industrial, por sua vez, registrou ligeira retração, de -0,1%, no trimestre. Na comparação com o mesmo período de 2013, a variação do PIB foi negativa em 0,2%, ao passo que o PIB industrial observou queda de 1,9%, puxada principalmente pelos resultados negativos verificados na indústria de transformação (-5,4%), setor de maior importância para a Sondagem de Inovação, e Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-5,9%).

Cabe ainda notar as taxas de crescimento anuais, tanto para a economia como um todo quanto para a indústria de transformação, aprofundaram a trajetória de desaceleração

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PIB vinha apresentando uma trajetória de recuperação, com elevação paulatina das taxas de crescimento (em 12 meses), o que culminou com crescimento em torno de 2,8% no início de 2014. No entanto, os resultados observados ao longo desse ano do ano representam reversão dessa trajetória, com declínio significativo da taxa anualizada de crescimento do PIB.

Gráfico 1 - Variação do PIB, do PIB da Indústria de Transformação – taxa acumulada em 12 meses – e taxa de Investimento

6,6% 5,6% 4,7% 3,9% 3,0% 2,1% 1,8% 1,8% 2,0% 2,8% 2,8% 2,7% 2,8% 1,5% 0,7% 0,1% 6,9% 4,9% 3,5% 2,2% 1,2% -0,9% -1,3% -0,9% -1,0% 1,2% 1,7% 2,0% 2,4% -0,4% -2,0% -3,8% 20,8% 20,4% 21,3% 20,1% 20,3% 20,1% 20,5% 19,9% 20,3% 20,7% 21,2% 20,0% 20,3% 19,5% 20,0% 19,2% -10,0% -5,0% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0%

I 2011 II 2011 III 2011 IV 2011 I 2012 II 2012 III 2012 IV 2012 I 2013 II 2013 III 2013 IV 2013 I 2014 II 2014 III 2014 IV 2014

PIB PIB Indústria Transf. Taxa de investimento

Fonte: IBGE.

Tendência semelhante se observa no setor industrial. A indústria de transformação, em particular, observou certa recuperação desde o inicio de 2013, culminando com crescimento anual de 2,4% no inicio de 2014. A partir do segundo trimestre do ano, no entanto, observa-se declínio acentuado na taxa anualizada de crescimento, que se torna negativa (-0,4%), após quatro trimestres consecutivos de moderada expansão. Nos trimestres seguintes, a indústria de transformação intensifica sua retração, atingindo a taxa (acumulada em 12 meses) de -3,8% no quarto trimestre de 2014. Cabe notar que esta é a maior retração verificada pela indústria de transformação desde o inicio da Sondagem de Inovação, em 2010. Como este segmento da indústria concentra aproximadamente 98,0% das empresas participantes da pesquisa, seu desempenho é visto como uma importante variável explicativa na dinâmica de inovação e investimentos detectada pela Sondagem.

O comportamento dos investimentos no quarto trimestre de 2014 pode ser visto como importante elemento explicativo da trajetória macroeconômica. Observa-se, neste caso, retração muito expressiva da formação bruta de capital fixo, que caiu 5,8% nesse quarto trimestre do ano, em comparação ao mesmo período do ano anterior, em virtude do declínio tanto da produção interna quanto das importações de bens de capital. Desta forma, verificou-se uma queda na realização de investimentos no país, o que tende a

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diminuir o ímpeto inovativo no trimestre, principalmente no que diz respeito às inovações de processo.

Quanto se considera a taxa acumulada em quatro trimestres, o investimento também apresentou retração (-4,4%), embora mais modesta, devido à influência das taxas de variação positivas verificadas no início de 2014. A taxa de investimento (FBCF/PIB), por sua vez, apresentou ligeira queda neste trimestre, em comparação ao trimestre anterior, atingindo 19,2% do PIB, um dos valores mais baixos da série histórica 3.

Como mencionado anteriormente, a queda na importação de máquinas e equipamentos foi um dos determinantes no comportamento do investimento da economia no quarto trimestre de 2014. Após ter apresentado crescimento de 4,7% durante o trimestre anterior, as importações de bens de capital tiveram retração mensal média de 2,9% no período. Por outro lado, a produção interna de bens de capital também apresentou recuo no quarto trimestre de 2014, com queda mensal média de 5,2%. Tal declínio praticamente anulou o crescimento na produção interna de bens de capital observada no trimestre precedente, e indica a fragilidade do investimento industrial no período considerado. No que tange à inserção internacional da indústria brasileira, o quarto trimestre de 2014 mostrou um cenário de estabilidade. O coeficiente de exportações, que representa o percentual da produção que é destinada ao mercado externo, não se alterou de forma relevante em relação aos trimestres anteriores. Para a Indústria de Transformação, tal valor foi de 15,3%, muito próximo ao observado ao longo dos três primeiros trimestres de 2014 (15,6%). Essa pequena inserção internacional da indústria de transformação brasileira está intimamente ligada ao baixo esforço tecnológico realizado pelo setor, em comparação a países mais avançados industrialmente. A ampliação da participação desse segmento no mercado internacional passa pela ação das empresas visando o incremento em termos de qualidade e inovação em seus produtos, de modo a torná-los mais competitivos internacionalmente.

A Indústria Extrativa, por sua vez, apresentou um coeficiente de exportação igual a 65,1%, também levemente inferior ao do trimestre precedente, mas bem acima do verificado para a Indústria de Transformação. Mais uma vez, essa condição indica que a inserção internacional da indústria brasileira é baseada na competitividade de setores com menor densidade tecnológica e baixo grau de agregação de valor ao produto final exportado. Destaca-se que tal inserção internacional dos setores extrativos está relacionada não apenas às suas vantagens comparativas estáticas (como a vasta existência de reservas minerais), mas também a seus esforços tecnológicos em busca de competitividade no mercado internacional.

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O faturamento real da indústria, divulgado pela CNI, apresentou retração nos últimos três meses de 2014. Houve uma redução mensal média de 3,8% no faturamento do setor ao longo do trimestre. Neste sentido, a retomada do crescimento no faturamento do setor, observada no trimestre precedente, foi apenas passageira. Os meses de novembro e dezembro foram os que apresentaram maiores reduções no faturamento (7% e 8%, respectivamente). Não há como dissociar o desempenho do setor em termos de investimento do seu faturamento no período. A queda no faturamento, certamente, foi decisiva para a baixa propensão das empresas a investirem. Na mesma linha, tal redução no faturamento explica o menor engajamento das empresas entrevistadas em atividades internas e externas de P&D, como observado pela Sondagem.

Tomando o número de patentes registradas no INPI como variável indicativa da atividade tecnológica brasileira, verificou-se que o total de patentes registradas no quarto trimestre foi 17% inferior ao do trimestre anterior (número preliminar, pois os dados de patentes são recorrentemente atualizados pelo INPI). A queda da atividade tecnológica nacional indica que o ambiente inovativo para a indústria se mostrou pouco atrativo no trimestre. Logo, a estagnação da atividade econômica e a retração dos gastos industriais em P&D e investimentos impactaram de forma negativa a capacidade de inovação no país. Deve-se ressaltar que o menor grau de patenteamento é coerente com a redução na média de produtos novos e ainda não existentes no mercado introduzidos pelas empresas entrevistadas pela Sondagem.

Em resumo, 2014 foi um ano de estagnação da atividade econômica, com declínio sistemático nas taxas de crescimento do PIB e retração no produto da indústria de transformação no período. De fato, percebe-se que tanto o investimento quanto a produção industrial observaram tendência de retração em boa parte do ano, o que significa que o resultado para o quarto trimestre já vinha sendo delineado anteriormente. Por outro lado, observa-se que, frente a um cenário macroeconômico de baixo crescimento e contração do investimento, as empresas participantes da Sondagem registraram desempenho declinante em termos de inovação no quarto trimestre de 2014, como também havia ocorrido no trimestre anterior.

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A INOVAçãO TECNOlóGICA NO QUARTO TRIMESTRE

DE 2014 (OUTUBRO/NOVEMBRO;DEzEMBRO)

A. INOVAçõES REAlIzADAS DE PRODUTO E PROCESSO NO QUARTO TRIMESTRE DE 2014

O quarto trimestre de 2014 foi caracterizado pelo declínio da maioria dos indicadores de inovação considerados pela Sondagem da Inovação, principalmente no que se refere ao lançamento de novos produtos. Em especial, cabe mencionar que nesse trimestre o declínio em tais indicadores atingiu prioritariamente as firmas com departamentos de P&D formalizados. Ainda assim, tais empresas permaneceram como mais inovativas, dado que seu volume de inovações foi maior em relação às empresas respondentes que não contam com P&D formalizado. Trata-se de um resultado que confirma a vantagem tecnológica de empresas que se engajam continuamente na busca por inovações. No quarto trimestre de 2014, 47,8% das empresas entrevistadas declararam ter realizado algum tipo de inovação tecnológica, de produto ou processo, para a empresa ou para o mercado, valor ligeiramente abaixo do observado no trimestre imediatamente anterior. Este resultado representa a segunda mais baixa taxa de inovação verificada pela Sondagem desde seu início, em 2010. Cabe notar ainda a continuidade do declínio na taxa de inovação, iniciado no segundo trimestre de 2014, revertendo inteiramente o crescimento verificado no final de 2013 (tabela 1). Os últimos Boletins da Sondagem de Inovação têm alertado para a possibilidade de resultados negativos para os indicadores de inovação, em virtude da retração na atividade industrial e dos baixos níveis de investimento que marcam a conjuntura industrial desde meados de 2014. Em linhas gerais, os prognósticos para o cenário econômico nacional no futuro próximo ainda se mantêm negativos, o que sugere perspectivas pouco otimistas para a evolução da atividade inovativa da indústria brasileira nos próximos trimestres.

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Tabela 1: Percentual de empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas que inovaram – 2013 / 2014 Percentual de empresas: 4º trimestre 2013 1º trimestre 2014 2º trimestre 2014 3º trimestre 2014 4º trimestre 2014 Inovadoras de produto ou processo 50,2 54,0 52,9 48,0 47,8 De produto 39,3 43,6 39,0 37,0 35,0

Produto novo para

empresa 36,0 38,9 35,7 35,0 30,9

Produto novo para

o mercado nacional 13,3 14,1 13,9 12,6 12,6

De processo 37,1 35,6 37,2 33,0 33,3

Processo novo para

a empresa 33,3 32,2 33,9 29,5 28,6

Processo novo para

o mercado nacional 12,6 8,9 11,2 7,7 9,4

Fonte: Sondagem de Inovação da ABDI.

Por outro lado, assim como verificado de forma consistente em rodadas anteriores da pesquisa, a taxa de inovação ficou abaixo da expectativa de inovação declarada pelas empresas no trimestre imediatamente anterior. No terceiro trimestre de 2014, 54,8% das empresas declararam que pretendiam lançar um novo produto ou processo no quarto trimestre do ano, o que não se confirmou na taxa de inovação desta Sondagem. Observa-se ainda que a diferença entre a intenção de inovar e a taxa de inovação neste trimestre apresentou declínio em relação ao trimestre anterior – 7 pontos percentuais – indicando que um maior percentual da expectativa passada de inovação foi concretizado no período. Por fim, constata-se que a intenção de inovar também apresenta declínio em relação ao trimestre anterior, o que sugere que a conjuntura atual, associada à presente queda nos indicadores de inovação, tende a gerar expectativas ainda pessimistas em relação a novos produtos ou processos a serem implementados no trimestre seguinte. A comparação entre os dados do quarto trimestre de 2014 e do mesmo período em 2012 e 2013 permite uma análise menos sujeita a fatores sazonais. Neste caso, verifica-se declínio significativo na taxa de inovação em produto ou processo, na comparação anual, visto que os percentuais observados foram 51,8% em 2012 e 50,2% em 2013; como mencionado anteriormente, tal indicador atingiu 47,8% no quarto trimestre de 2014. É interessante notar que tal declínio é explicado tanto pelos indicadores de inovação em produto quanto em processo, pois ambos mostraram recuo em relação aos valores observados no mesmo período de 2013.

De forma geral, a trajetória dos indicadores de inovação ao longo dos últimos dois anos permite observar uma trajetória cíclica. Com efeito, entre meados de 2012 e meados

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de 2013, houve um relativo declínio na taxa de inovação, que pode ser explicado pelos efeitos negativos da desaceleração da economia brasileira e da incerteza no cenário internacional que marcaram esse período. A partir de então, a recuperação das taxas de crescimento da indústria de transformação (gráfi co 1) foi acompanhada por uma elevação considerável na taxa de inovação até o segundo trimestre de 2014.

Gráfi co 2- expectativas de inovação e inovação efetivamente realizada pelas empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas – 2011 / 2015

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passada de inovação foi concretizado no período. Por fim, constata-se que a intenção de inovar também apresenta declínio em relação ao trimestre anterior, o que sugere que a conjuntura atual, associada à presente queda nos indicadores de inovação, tende a gerar expectativas ainda pessimistas em relação a novos produtos ou processos a serem implementados no trimestre seguinte.

A comparação entre os dados do quarto trimestre de 2014 e do mesmo período em 2012 e 2013 permite uma análise menos sujeita a fatores sazonais. Neste caso, verifica-se declínio significativo na taxa de inovação em produto ou processo, na comparação anual, visto que os percentuais observados foram 51,8% em 2012 e 50,2% em 2013; como mencionado anteriormente, tal indicador atingiu 47,8% no quarto trimestre de 2014. É interessante notar que tal declínio é explicado tanto pelos indicadores de inovação em produto quanto em processo, pois ambos mostraram recuo em relação aos valores observados no mesmo período de 2013.

De forma geral, a trajetória dos indicadores de inovação ao longo dos últimos dois anos permite observar uma trajetória cíclica. Com efeito, entre meados de 2012 e meados de 2013, houve um relativo declínio na taxa de inovação, que pode ser explicado pelos efeitos negativos da desaceleração da economia brasileira e da incerteza no cenário internacional que marcaram esse período. A partir de então, a recuperação das taxas de crescimento da indústria de transformação (gráfico 1) foi acompanhada por uma elevação considerável na taxa de inovação até o segundo trimestre de 2014. 72,3% 67,6% 59,9% 60,4% 64,8% 62,8% 60,0% 60,3% 61,2% 59,8% 54,8% 57,6% 59,3% 61,0% 58,1% 54,8% 57,4% 62,1% 54,4% 54,2% 54,5% 54,4% 55,7% 52,4% 51,8% 54,7% 46,9% 47,9% 50,2% 54,1% 52,9% 48,0% 47,8% 45,0% 50,0% 55,0% 60,0% 65,0% 70,0% 75,0% 1º trim

2011 2º trim 2011 3º trim 2011 4º trim 2011 1º trim 2012 2º trim 2012 3º trim 2012 4º trim 2012 1º trim 2013 2º trim 2013 3º trim 2013 4º trim 2013 1º trim 2014 2º trim 2014 3º trim 2014 4º trim 2014 1º trim 2015 Gráfico 2 - Expectativas de inovação e inovação efetivamente realizada pelas

empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas – 2011 / 2014

Expectativas de inovação Inovação realizada

Fonte: Sondagem de Inovação

Fonte: Sondagem de Inovação da ABDI.

Como mencionado antes, a dinâmica da atividade inovativa no Brasil está fortemente ligada à trajetória macroeconômica, principalmente em virtude de seus refl exos sobre as decisões internas às fi rmas. Tanto a inovação de produto quanto a de processo envolvem um importante componente de incerteza, atrelado a custos elevados de P&D e estruturação. O cenário econômico brasileiro em 2011 e 2012 apresenta um quadro de desaceleração econômica, sendo também verifi cável um desaquecimento no comportamento inovador das empresas industriais brasileiras. No entanto, a recuperação do nível de atividade e da produção industrial verifi cados a partir de meados de 2013 contribuiu para a melhoria nos indicadores de inovação até o inicio de 2014, quando novamente entram em declínio em resposta a um cenário macroeconômico menos favorável. Tal resultado é coerente com o declínio dos esforços das empresas na realização de investimentos em P&D no período. A redução nas capacitações internas da indústria impacta diretamente sobre sua capacidade de aprendizado e inovação.

Entre as empresas que responderam à Sondagem neste trimestre, 30,9% declararam ter introduzido produtos novos já existentes no mercado nacional. Observa-se, neste caso, redução signifi cativa em comparação ao trimestre anterior, quando 35% das empresas haviam respondido positivamente a essa questão. Cabe notar que esse resultado representa o valor mais baixo para tal indicador desde o inicio da Sondagem em 2010. Quanto a produtos ainda não existentes no mercado nacional, o indicador se manteve estável em relação ao trimestre anterior, e atingiu 12,6% das empresas respondentes. Tal

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estabilidade não surpreende, pois, dadas as dificuldades inerentes a esse tipo de inovação, seu indicador tende a apresentar menor oscilação ao longo do tempo.

Os indicadores de inovação em processo, por sua vez, após verificarem declínio acentuado no último trimestre, mantiveram-se relativamente estáveis no quarto trimestre de 2014. Em particular, houve declínio no percentual de empresas que declararam ter implementado um processo novo para a empresa (28,6%), atingindo o valor mais baixo da série histórica da Sondagem, iniciada em 2010. Como mencionado antes, estes resultados parecem estar associados a uma percepção cautelosa por parte da indústria quanto ao comportamento da demanda futura e à presença de elementos de incerteza no plano doméstico e internacional.

Por outro lado, observou-se uma elevação no percentual de empresas que declararam ter implementado um processo novo para o mercado – crescimento de 1,7 p.p. em relação ao trimestre anterior, atingindo 9,4%. Cabe notar que esse resultado foi verificado em um período de declínio na formação bruta de capital fixo, que tende a ter grande peso para inovação de processo, dada a importância da inovação incorporada em máquinas e equipamentos.

Em resumo, pode-se dizer que os resultados da Sondagem no quarto trimestre de 2014 indicam declínio moderado dos indicadores de inovação, aprofundando o movimento já verificado nos dois trimestres anteriores. Cabe notar ainda que tal resultado se explica por um movimento de queda em vários dos indicadores de inovação verificados pela Sondagem, principalmente no que se refere à inovação de produto.

O gráfico 3 mostra a evolução do percentual de firmas inovadoras em produto desde 2011. Neste caso, as firmas são classificadas de acordo com o número de produtos novos para a empresa, mas já existentes no mercado nacional.

Os resultados para o período mais recente mostram que o percentual de empresas que introduziram novos produtos obteve recuperação sistemática entre meados de 2013 e o primeiro trimestre de 2014. A partir do segundo trimestre de 2014, entretanto, o indicador voltou a recuar – o que é coerente com a relativa acomodação da atividade econômica e a retração na indústria de transformação ocorrida no período – e atingiu, no quarto trimestre de 2014, o valor mais baixo de todo o período analisado.

No quarto trimestre de 2014, mais especificamente, observa-se declínio na taxa de inovação em comparação ao trimestre anterior, explicada por uma redução nos três grupos em análise. O grupo mais expressivo, das empresas que introduziram até três novos produtos no mercado nacional, oscilou de 22,7% para 20,9% das firmas. Para os demais grupos, de empresas que introduziram de quatro a seis e sete ou mais produtos novos, observou-se queda, respectivamente, de 4,6% para 3,8% e de 7,7% para 6,2%. Estes resultados sugerem que a redução no ritmo da inovação na economia brasileira neste trimestre foi generalizada entre os vários perfis de empresas presentes na amostra.

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Gráfi co 3: Percentual de empresas com produtos novos, mas já existentes no mercado nacional – 2011 / 2014

15 queda em vários dos indicadores de inovação verificados pela Sondagem, principalmente no que se refere à inovação de produto.

O gráfico 3 mostra a evolução do percentual de firmas inovadoras em produto desde 2011. Neste caso, as firmas são classificadas de acordo com o número de produtos novos para a empresa, mas já existentes no mercado nacional.

Os resultados para o período mais recente mostram que o percentual de empresas que introduziram novos produtos obteve recuperação sistemática entre meados de 2013 e o primeiro trimestre de 2014. A partir do segundo trimestre de 2014, entretanto, o indicador voltou a recuar – o que é coerente com a relativa acomodação da atividade econômica e a retração na indústria de transformação ocorrida no período – e atingiu, no quarto trimestre de 2014, o valor mais baixo de todo o período analisado.

No quarto trimestre de 2014, mais especificamente, observa-se declínio na taxa de inovação em comparação ao trimestre anterior, explicada por uma redução nos três grupos em análise. O grupo mais expressivo, das empresas que introduziram até três novos produtos no mercado nacional, oscilou de 22,7% para 20,9% das firmas. Para os demais grupos, de empresas que introduziram de quatro a seis e sete ou mais produtos novos, observou-se queda, respectivamente, de 4,6% para 3,8% e de 7,7% para 6,2%. Estes resultados sugerem que a redução no ritmo da inovação na economia brasileira neste trimestre foi generalizada entre os vários perfis de empresas presentes na amostra.

Gráfico 3: Percentual de empresas com produtos novos, mas já existentes no mercado nacional – 2011 / 2014 56,6% 62,6% 59,1%62,7% 60,6% 61,7% 61,7% 64,4%62,0%66,3% 65,5% 63,8% 60,9%64,3% 64,8% 68,9% 26,4% 26,5% 26,8% 24,3% 25,1%22,4%27,0% 25,6% 26,0% 25,1%23,3% 23,3%26,0% 22,5% 22,7% 20,9% 6,2% 5,0% 6,2% 5,3% 5,2% 9,0% 4,5% 4,3% 5,0% 3,5%5,5% 6,0%5,2% 7,1% 4,6% 3,8% 10,8% 5,8%7,9% 7,7% 9,1% 7,0% 6,6% 5,7% 7,0% 5,2%5,7% 6,7% 7,7% 6,0% 7,7% 6,2% -10,0% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 1º Tri

2011 2º Tri2011 3º Tri2011 4º Tri2011 1º Tri2012 2º Tri2012 3º Tri2012 4º Tri2012 1º Tri2013 2º Tri2013 3º Tri2013 4º Tri2013 1º Tri2014 2º Tri2014 3º Tri2014 4º Tri2014

Nenhum novo produto Até 3 De 4 a 6 7 ou mais

Fonte: Sondagem de Inovação da ABDI.

Tendência semelhante se observa ao se comparar este trimestre com o mesmo período de 2013. Neste caso, verifi ca-se também um declínio considerável no indicador (-5,1 p.p), distribuído entre todos os grupos analisados. As quedas mais acentuadas ocorreram entre as empresas que introduziram até 3, e de 4 a 6 novos produtos: os percentuais caíram de 23,3% para 20,9%, e de 6% para 3,8%, respectivamente. O último grupo, de empresas que lançaram 7 ou mais novos produtos, também apresentou declínio, embora mais modesto: de 7,7% para 6,2%.

O indicador de inovação referente à introdução de produtos novos ainda não existentes no mercado nacional é um dos que apresenta menor variabilidade ao longo do tempo. No quarto trimestre de 2014, tal indicador praticamente não mostrou variação em relação ao trimestre anterior. O percentual de empresas inovadoras atingiu 12,6%, valor considerado baixo em relação à série histórica da Sondagem, sendo exatamente o mesmo percentual observado no terceiro trimestre de 2014. A estagnação verifi cada neste indicador é condizente com a acomodação da atividade inovativa, observada também em outros indicadores neste trimestre. Cabe ainda notar que houve pouca variabilidade nos percentuais de fi rmas inovadoras entre os diversos grupos analisados. O indicador referente à introdução de até 3 novos produtos cresceu 0,3 p.p., o que foi compensado pelo declínio (no mesmo valor) no percentual de fi rmas que introduziram de 7 ou mais novos produtos. Por sua vez, o percentual de fi rmas que introduziram de 4 a 6 produtos novos e ainda não existentes no mercado nacional permaneceu estável, em 0,9%.

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Sondagem de Inovação - ABDI • www.abdi.com.br

Como esperado, o percentual de empresas que introduziram produtos novos para o mercado nacional é menor do que o percentual de firmas que lançaram produtos novos para a empresa, mas já existentes no mercado. Tal resultado corrobora a percepção de que a introdução de produtos novos para o mercado nacional requer maior esforço inovativo; por isso apresenta menor variabilidade trimestral e é concentrada em um número proporcionalmente menor de empresas. De acordo com os resultados da Sondagem, apresentados na tabela 1, esse indicador tem oscilado moderadamente, sem tendência claramente definida, nos últimos cinco trimestres.

Gráfico 4: Percentual de empresas com produtos novos ainda não existentes no mercado nacional – 2011 / 2014

Gráfico 4: Percentual de empresas com produtos novos ainda não existentes no mercado nacional – 2011 / 2014

Fonte: Sondagem de Inovação.

Em resumo, várias razões podem explicar o comportamento dos indicadores de inovação de produto no período recente. Em particular, as expectativas empresariais pessimistas, frente a um contexto de baixo crescimento da economia brasileira, são importante elemento explicativo para o declínio verificado nessa classe de inovações. A retração na produção industrial, particularmente na indústria de transformação, bem como o declínio na formação bruta de capital fixo, sugerem um cenário pouco favorável para a inovação de produto no futuro próximo – a ser verificado pelas próximas edições deste Boletim.

Diferentemente da inovação de produto, a inovação de processo não apresentou declínio no quarto trimestre de 2014. Como verificado na tabela 1, tal indicador permaneceu praticamente estável em relação ao trimestre anterior (+0,3 p.p.). Por um lado, observa-se redução no percentual de firmas que lançaram processos novos já existentes no mercado nacional (de 29,5% para 28,6%), alcançando o valor mais baixo dos últimos cinco trimestres. A retração, neste caso, se explica principalmente pelo comportamento do indicador referente à introdução de até três novos processos para a empresa, que apresentou declínio de quase dois pontos percentuais. O percentual de firmas que introduziram 7 ou mais novos processos também recuou no trimestre (-0,2 p.p.), ao passo que o percentual de firmas que lançaram de 4 a 6 novos processos para a empresa foi o único a apresentar elevação, de +1,2 p.p. em comparação com o trimestre anterior.

Fonte: Sondagem de Inovação da ABDI.

Em resumo, várias razões podem explicar o comportamento dos indicadores de inovação de produto no período recente. Em particular, as expectativas empresariais pessimistas, frente a um contexto de baixo crescimento da economia brasileira, são importante elemento explicativo para o declínio verificado nessa classe de inovações. A retração na produção industrial, particularmente na indústria de transformação, bem como o declínio na formação bruta de capital fixo, sugerem um cenário pouco favorável para a inovação de produto no futuro próximo – a ser verificado pelas próximas edições deste Boletim.

Diferentemente da inovação de produto, a inovação de processo não apresentou declínio no quarto trimestre de 2014. Como verificado na tabela 1, tal indicador permaneceu praticamente estável em relação ao trimestre anterior (+0,3 p.p.). Por um lado, observa-se redução no percentual de firmas que lançaram processos novos já existentes no mercado nacional (de 29,5% para 28,6%), alcançando o valor mais baixo dos últimos cinco trimestres. A retração, neste caso, se explica principalmente pelo

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comportamento do indicador referente à introdução de até três novos processos para a empresa, que apresentou declínio de quase dois pontos percentuais. O percentual de firmas que introduziram 7 ou mais novos processos também recuou no trimestre (-0,2 p.p.), ao passo que o percentual de firmas que lançaram de 4 a 6 novos processos para a empresa foi o único a apresentar elevação, de +1,2 p.p. em comparação com o trimestre anterior.

Gráfico 5: Percentual de empresas com processos novos, mas já existentes no mercado nacional – 2011 / 2014

Gráfico 5: Percentual de empresas com processos novos, mas já existentes no mercado nacional – 2011 / 2014

Fonte: Sondagem de Inovação.

A comparação entre o quarto trimestre de 2014 e igual período de 2013 confirma a mesma trajetória de arrefecimento na dinâmica de inovação na indústria brasileira, tal como já destacado neste Boletim: verificou-se aqui uma retração de 4,8 pontos percentuais no indicador de firmas que introduziram processos novos para a empresa, explicado principalmente pela redução no percentual de empresas que introduziram até 3 novos processos (gráfico 5).

O gráfico 6 apresenta os resultados para o indicador de inovação referente à introdução de processos novos ainda não existentes no mercado nacional. Em geral, este indicador apresenta pouca variabilidade ao longo do tempo, assim como ocorre também com a introdução de produtos não existentes no mercado nacional. No quarto trimestre de 2014, tal indicador apresentou crescimento (+1,7 p.p.), em relação ao trimestre anterior. Tal expansão se explica principalmente pelo grupo de firmas que introduziram até três processos novos para o mercado nacional (de 7,5% para 8,7%). Nos demais grupos analisados também houve elevação nos indicadores, embora em menor magnitude: os percentuais de firmas que introduziram de 4 a 6 e 7 ou mais novos processos para o mercado nacional apresentaram expansão de 0,2 p.p.

Cabe notar que a expansão observada no indicador de novos processos para o mercado

56,6% 65,5% 66,1% 68,0% 66,3% 66,9% 69,0% 68,5% 65,4%70,5% 69,0% 66,7% 67,6% 66,1% 70,0% 71,0% 36,5% 30,8% 28,5% 26,8% 28,6% 28,6% 27,0% 25,9% 32,4% 26,3% 26,6% 27,6% 27,5%29,5%26,2% 24,3% 5,3% 3,2% 3,3% 3,9% 3,0% 3,5% 2,6% 4,3% 1,7% 2,2% 2,7% 3,8% 3,5% 3,3% 2,2% 3,4% 1,7% 0,3% 1,6% 1,4% 2,2% 0,8% 1,1% 1,4% 0,6% 0,7% 1,0% 1,9% 1,2% 0,4% 1,1% 0,9% -5,0% 5,0% 15,0% 25,0% 35,0% 45,0% 55,0% 65,0% 75,0% 1º Tri

2011 2º Tri2011 3º Tri2011 4º Tri2011 1º Tri2012 2º Tri2012 3º Tri2012 4º Tri2012 1º Tri2013 2º Tri2013 3º Tri2013 4º Tri2013 1º Tri2014 2º Tri2014 3º Tri2014 4º Tri2014

Nenhum novo processo Até 3 De 4 a 6 7 ou mais

Gráfico 5: Percentual de empresas com processos novos, mas já existentes no mercado nacional – 2011 / 2014

Fonte: Sondagem de Inovação.

A comparação entre o quarto trimestre de 2014 e igual período de 2013 confirma a mesma trajetória de arrefecimento na dinâmica de inovação na indústria brasileira, tal como já destacado neste Boletim: verificou-se aqui uma retração de 4,8 pontos percentuais no indicador de firmas que introduziram processos novos para a empresa, explicado principalmente pela redução no percentual de empresas que introduziram até 3 novos processos (gráfico 5).

O gráfico 6 apresenta os resultados para o indicador de inovação referente à introdução de processos novos ainda não existentes no mercado nacional. Em geral, este indicador apresenta pouca variabilidade ao longo do tempo, assim como ocorre também com a introdução de produtos não existentes no mercado nacional. No quarto trimestre de 2014, tal indicador apresentou crescimento (+1,7 p.p.), em relação ao trimestre anterior. Tal expansão se explica principalmente pelo grupo de firmas que introduziram até três processos novos para o mercado nacional (de 7,5% para 8,7%). Nos demais grupos analisados também houve elevação nos indicadores, embora em menor magnitude: os percentuais de firmas que introduziram de 4 a 6 e 7 ou mais novos processos para o mercado nacional apresentaram expansão de 0,2 p.p.

Cabe notar que a expansão observada no indicador de novos processos para o mercado nacional chega a ser surpreendente, em face do declínio nos demais indicadores de inovação e

56,6% 65,5% 66,1% 68,0% 66,3% 66,9% 69,0% 68,5% 65,4% 70,5% 69,0%66,7% 67,6% 66,1% 70,0% 71,0% 36,5% 30,8% 28,5% 26,8% 28,6% 28,6% 27,0% 25,9%32,4% 26,3% 26,6% 27,6% 27,5%29,5%26,2% 24,3% 5,3% 3,2% 3,3% 3,9% 3,0% 3,5% 2,6% 4,3% 1,7% 2,2% 2,7% 3,8% 3,5% 3,3% 2,2% 3,4% 1,7% 0,3% 1,6% 1,4% 2,2% 0,8% 1,1% 1,4% 0,6% 0,7% 1,0% 1,9% 1,2% 0,4% 1,1% 0,9% -5,0% 5,0% 15,0% 25,0% 35,0% 45,0% 55,0% 65,0% 75,0% 1º Tri

2011 2º Tri2011 3º Tri2011 4º Tri2011 1º Tri2012 2º Tri2012 3º Tri2012 4º Tri2012 1º Tri2013 2º Tri2013 3º Tri2013 4º Tri2013 1º Tri2014 2º Tri2014 3º Tri2014 4º Tri2014

Nenhum novo processo Até 3 De 4 a 6 7 ou mais Fonte: Sondagem de Inovação da ABDI.

A comparação entre o quarto trimestre de 2014 e igual período de 2013 confirma a mesma trajetória de arrefecimento na dinâmica de inovação na indústria brasileira, tal como já destacado neste Boletim: verificou-se aqui uma retração de 4,8 pontos percentuais no indicador de firmas que introduziram processos novos para a empresa, explicado principalmente pela redução no percentual de empresas que introduziram até 3 novos processos (gráfico 5).

O gráfico 6 apresenta os resultados para o indicador de inovação referente à introdução de processos novos ainda não existentes no mercado nacional. Em geral, este indicador apresenta pouca variabilidade ao longo do tempo, assim como ocorre também com a introdução de produtos não existentes no mercado nacional. No quarto trimestre de 2014, tal indicador apresentou crescimento (+1,7 p.p.), em relação ao trimestre anterior. Tal expansão se explica principalmente pelo grupo de firmas que introduziram até três processos novos para o mercado nacional (de 7,5% para 8,7%). Nos demais grupos

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analisados também houve elevação nos indicadores, embora em menor magnitude: os percentuais de firmas que introduziram de 4 a 6 e 7 ou mais novos processos para o mercado nacional apresentaram expansão de 0,2 p.p.

Cabe notar que a expansão observada no indicador de novos processos para o mercado nacional chega a ser surpreendente, em face do declínio nos demais indicadores de inovação e da retração nos investimentos observada neste trimestre. Nesse sentido, é possível deduzir que boa parte da inovação em processos introduzida se deva a mudanças organizacionais ou à inserção de novos processos, otimizando o uso de estruturas produtivas já previamente instaladas nas empresas entrevistadas. Essas formas de inovação em processo teriam como maiores motivações a introdução de métodos relativos à redução dos custos de produção e à ampliação da eficiência, aspectos fundamentais numa conjuntura de instabilidade e redução nas vendas do setor.

Gráfico 6: Percentual de empresas com processos novos e ainda não existentes no mercado nacional – 2011 / 2014

boa parte da inovação em processos introduzida se deva a mudanças organizacionais ou à inserção de novos processos, otimizando o uso de estruturas produtivas já previamente instaladas nas empresas entrevistadas. Essas formas de inovação em processo teriam como maiores motivações a introdução de métodos relativos à redução dos custos de produção e à ampliação da eficiência, aspectos fundamentais numa conjuntura de instabilidade e redução nas vendas do setor.

Gráfico 6: Percentual de empresas com processos novos e ainda não existentes no mercado nacional – 2011 / 2014

Fonte: Sondagem de Inovação.

Assim como no caso dos demais indicadores de inovação em processo, a comparação entre o quarto trimestre de 2014 e o mesmo período do ano anterior indica redução considerável no percentual de empresas que introduziram novos processos no mercado nacional (queda de 3,2 p.p.). Tal resultado decorre do declínio nos percentuais de todos os grupos de empresas analisadas e se justifica principalmente pelo fato de que a adoção de processos previamente inexistentes no mercado nacional requer um ambiente macroeconômico mais otimista e menos incerto, dado elevado esforço requerido para a obtenção desse tipo de inovação.

Em linhas gerais, pode-se afirmar que a inovação de processo foi a mais afetada pela retração da atividade inovativa brasileira a partir de meados de 2011. Algumas explicações para

87,1% 87,3% 87,8% 88,4%90,4%87,3%91,6% 91,4% 89,9%91,6%91,6%87,4%90,8% 88,8%91,9%90,2% 11,0% 10,6% 10,8% 10,4% 7,6% 11,4% 7,6% 7,3% 9,5% 8,2% 7,4% 11,4% 8,7% 9,9% 7,5% 8,7% 1,2% 1,6% 0,8% 1,0% 1,2% 0,8% 0,3% 0,8% 0,0% 0,0% 0,0% 0,5% 0,0% 0,4% 0,0% 0,2% 0,7% 0,3% 0,0% 0,2% 0,5% 0,3% 0,3% 0,5% 0,6% 0,0% 0,3% 0,7% 0,3% 0,2% 0,2% 0,4% -5,0% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0% 1º Tri

2011 2º Tri2011 3º Tri2011 4º Tri2011 1º Tri2012 2º Tri2012 3º Tri2012 4º Tri2012 1º Tri2013 2º Tri2013 3º Tri2013 4º Tri2013 1º Tri2014 2º Tri2014 3º Tri2014 4º Tri2014

Nenhum novo processo Até 3 De 4 a 6 7 ou mais

Fonte: Sondagem de Inovação da ABDI.

Assim como no caso dos demais indicadores de inovação em processo, a comparação entre o quarto trimestre de 2014 e o mesmo período do ano anterior indica redução considerável no percentual de empresas que introduziram novos processos no mercado nacional (queda de 3,2 p.p.). Tal resultado decorre do declínio nos percentuais de todos os grupos de empresas analisadas e se justifica principalmente pelo fato de

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que a adoção de processos previamente inexistentes no mercado nacional requer um ambiente macroeconômico mais otimista e menos incerto, dado elevado esforço requerido para a obtenção desse tipo de inovação.

Em linhas gerais, pode-se afirmar que a inovação de processo foi a mais afetada pela retração da atividade inovativa brasileira a partir de meados de 2011. Algumas explicações para isto se relacionam diretamente com a questão macroeconômica, como a estabilidade do nível de investimentos e as perspectivas de baixo crescimento da economia nacional, mas há também elementos importantes, ligados à dinâmica intra-firma, que ajudam a explicar tal comportamento.

Cabe notar que boa parte das grandes empresas industriais brasileiras, foco da Sondagem de Inovação, situam-se em setores caracterizados por uma tecnologia produtiva já em estágio avançado de maturidade. Nestes casos, há pouco espaço para incrementos, e os custos e riscos relacionados à busca por novas tecnologias são pouco convidativos. Assim, a ocorrência de inovações de processo seria atrelada, sobretudo, à clara existência de ciclos de crescimento econômico, que gerariam os incentivos necessários, em termos de lucratividade, para a expansão dos gastos em máquinas e equipamentos, que em geral representam o principal fator de geração de inovações de processo.

Nem toda a inovação tecnológica de produto está necessariamente ligada a uma inovação tecnológica de processo, assim como nem toda a inovação de processo é realizada para produzir um novo produto. Entretanto, as firmas que realizam inovações tecnológicas de produto e de processo geralmente fazem esforços para inovação maiores do que a média das demais firmas. No quarto trimestre de 2014, pouco mais de 17% das grandes firmas industriais brasileiras realizaram inovações tecnológicas de produto e de processo novo para a empresa, mas já existentes no mercado nacional (tabela 2). Tal valor representa declínio acentuado em relação ao trimestre anterior (-3,2 p.p), e o mais baixo percentual desde o início da Sondagem, em 2010. Por outro lado, a introdução de produto e de processo novos e ainda não existentes no mercado nacional teve recuperação considerável, sendo declarada por 4,9% das empresas no quarto trimestre de 2014, em comparação a um percentual de 2,2% no trimestre imediatamente anterior. Como visto anteriormente neste Boletim, tais resultados estão associados a um comportamento particular dos indicadores de inovação, em que a introdução de produtos e processos novos para a empresa sofreu declínio expressivo, ao passo que o mesmo não ocorreu com a introdução de produtos e processos novos para o mercado.

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Sondagem de Inovação - ABDI • www.abdi.com.br

Tabela 2: Percentual de empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas que inovaram em produto e processo no

quarto trimestre de 2014 (outubro/novembro/dezembro)

Empresas que inovaram em Processo

Para empresa Para mercado

Produto Para empresa 17,1% 5,1%

Para o mercado 7,3% 4,9%

Fonte: Sondagem de Inovação da ABDI.

Em resumo, e em consonância com outros indicadores discutidos anteriormente, a taxa de inovação nas grandes empresas industriais apresentou uma trajetória de recuperação ao longo de 2013 e no inicio de 2014, explicada pela gradual elevação da produção industrial no período. A partir do segundo trimestre de 2014, a taxa de inovação volta a cair, após três trimestres consecutivos em alta, e tal queda se consolida no quarto trimestre do ano. Esta trajetória é coerente com a queda na taxa de investimento, com as baixas taxas de crescimento da economia nacional em 2014, e com as incertezas que permanecem no cenário doméstico e externo (gráfi co 7).

Gráfi co 7: Percentual de empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas que inovaram em produto e/ou processo – 2011 / 2014

coerente com a queda na taxa de investimento, com as baixas taxas de crescimento da economia nacional em 2014, e com as incertezas que permanecem no cenário doméstico e externo (gráfico 7).

Gráfico 7: Percentual de empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas que inovaram em produto e/ou processo – 2011 / 2014

62,1% 54,4% 54,2% 54,5% 54,4% 55,7% 52,4% 51,8% 54,7% 46,9% 47,9% 50,2% 54,1% 52,9% 48,0% 47,8% 27,8% 21,4% 24,4% 19,0% 21,4% 19,4% 21,6% 19,7% 21,8% 19,6% 20,3% 23,6% 22,8% 20,5% 20,3% 17,1% 6,2% 6,9% 5,4% 6,3% 5,7% 5,0% 3,9% 3,2% 5,6% 4,7% 3,2% 4,3% 3,2% 4,6% 2,2% 4,9% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 1º trim

2011 2º trim 2011 3º trim 2011 4º trim 2011 1º trim 2012 2º trim 2012 3º trim 2012 4º trim 2012 1º trim 2013 2º trim 2013 3º trim 2013 4º trim 2013 1º trim 2014 2º trim 2014 3º trim 2014 4º trim 2014 Empresas que inovaram em produto ou processo

Empresas que inovaram em produto e processo para a empresa Empresas que inovaram em produto e processo para o mercado

Fonte: Sondagem de Inovação

Ao longo dos últimos cinco anos, os resultados obtidos pela Sondagem de Inovação permitem descrever, em linhas gerais, três movimentos distintos acerca da inovação tecnológica no Brasil: (i) em 2010, houve uma consolidação da inovação tecnológica em patamares relativamente elevados da indústria brasileira, compatível com o quadro de recuperação dos níveis de atividade econômica observados naquele ano; (ii) em 2011 e 2012, a economia cresceu de forma menos acelerada, o que se refletiu na redução da taxa de inovação e sua estabilização em níveis mais baixos a partir de meados de 2011; (iii) os anos de 2013 e 2014 apresentaram comportamento cíclico dos indicadores de inovação, com alternância de indicadores em declínio e em expansão, sem tendência claramente definida. No entanto, com o declínio verificado nos três últimos trimestres, a taxa de inovação na indústria brasileira em voltou a atingir, ao final de 2014, um dos valores mais baixos desde o início da série histórica em 2010.

Fonte: Sondagem de Inovação da ABDI.

Ao longo dos últimos cinco anos, os resultados obtidos pela Sondagem de Inovação permitem descrever, em linhas gerais, três movimentos distintos acerca da inovação tecnológica no Brasil: (i) em 2010, houve uma consolidação da inovação tecnológica em patamares relativamente elevados da indústria brasileira, compatível com o quadro de recuperação dos níveis de atividade econômica observados naquele ano; (ii) em 2011 e 2012, a economia cresceu de forma menos acelerada, o que se refl etiu na redução da taxa

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de inovação e sua estabilização em níveis mais baixos a partir de meados de 2011; (iii) os anos de 2013 e 2014 apresentaram comportamento cíclico dos indicadores de inovação, com alternância de indicadores em declínio e em expansão, sem tendência claramente definida. No entanto, com o declínio verificado nos três últimos trimestres, a taxa de inovação na indústria brasileira em voltou a atingir, ao final de 2014, um dos valores mais baixos desde o início da série histórica em 2010.

B. EXPECTATIVAS DE INOVAçãO DE PRODUTO E PROCESSO PARA O PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2015

Os resultados apresentados na seção anterior dizem respeito a produtos e processos efetivamente introduzidos no mercado. Ao lado desses dados, a Sondagem de Inovação reúne informações sobre a intenção ou expectativa declarada de lançar produtos e processos novos para a empresa e para o mercado nacional no trimestre subsequente à pesquisa.

O percentual de firmas com expectativa de inovação futura em produto ou processo reverteu a trajetória de declínio verificada nos dois últimos trimestres – com elevação de 2,6 p.p. no quarto trimestre de 2014, em comparação com o trimestre anterior. Assim sendo, os dados mais recentes sugerem que, apesar da estagnação nos percentuais de firmas com produtos e processos novos efetivamente introduzidos, verifica-se uma elevação nos percentuais de empresas que pretendem lançar no próximo trimestre algum produto ou processo, novos para a empresa ou para o mercado nacional, tal como havia sido observado no gráfico 2. Ou seja, verifica-se simultaneamente uma tendência declinante na inovação presente e ascendente nas expectativas de inovação, o que surpreende, dada a influência dos resultados realizados sobre as expectativas futuras. Cabe ainda notar que a elevação no percentual de inovação esperada se observa em todos dos indicadores (produto e processo, para a empresa e para o mercado).

Por outro lado, os indicadores de inovação esperada para o quarto trimestre de 2014 são superiores ao percentual de empresas que efetivamente introduziram produtos novos já existentes no mercado nacional, tal como ocorreu em edições anteriores da Sondagem. Este resultado se explica pelo fato de que parte dos projetos de inovação desenvolvidos pelas firmas pode não dar os resultados planejados nos prazos estabelecidos.

De acordo com a tabela 3, 48,4% das firmas respondentes planejam inovar em produto no próximo trimestre, 2,6 p.p. acima do verificado no trimestre anterior. Por sua vez o percentual de firmas que espera inovar em processo apresentou elevação expressiva, acima de 5 pontos percentuais, de 34,6% no último trimestre para 39,9% no trimestre atual, a despeito da relativa estabilidade no percentual de firmas que efetivamente inovaram em processo no trimestre.

No que se refere à expectativa de lançamento de novos produtos já existentes no mercado nacional, 44,1% das empresas esperam fazê-lo no primeiro trimestre de 2015,

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anterior. Ao longo dos últimos trimestres, tal indicador tem oscilado entre 40% e 45%, sem tendência claramente definida. Resta aguardar as próximas rodadas da Sondagem para verificar se tal dinâmica se mantém no futuro próximo.

Tabela 3: Expectativas de inovação (para o trimestre seguinte) das empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas – 2013/2014

Percentual de empresas: 4º trim 2013 1º trim 2014 2º trim 2014 3º trim 2014 4º trim 2014 Inovadoras de produto ou processo 59,3 61,0 58,1 54,8 57,4 Produto 50,2 50,6 48,7 45,8 48,4

Produto novo para empresa 45,9 44,6 43,8 41,4 44,1 Produto novo para o

mercado nacional 20,5 20,1 18,5 17,6 21,1

Processo 41,4 45,7 39,6 34,6 39,9

Processo novo para a

empresa 36,7 40,4 33,5 30,0 34,8

Processo novo para o

mercado nacional 13,4 12,9 14,1 9,9 13,7

Fonte: Sondagem de Inovação da ABDI.

O percentual de empresas com produtos novos ainda não existentes no mercado nacional a serem introduzidos situou-se, no quarto trimestre de 2014, em 21,1% – o que representa elevação expressiva (+3,5 p.p.) em relação ao trimestre anterior. O valor observado neste trimestre é o maior desde 2012 e seu crescimento chega a ser surpreendente, pois, em geral, este indicador apresenta grande estabilidade, dadas as já mencionadas dificuldades envolvidas nesse tipo de inovação.

A comparação entre as tabelas 1 e 3 permite avaliar a relação entre inovação presente e expectativa de inovação futura. Neste caso, os resultados indicam expectativas mais otimistas, no quarto trimestre de 2014, acerca da inovação futura, a despeito do declínio recente dos indicadores de inovação. Tanto para produtos novos para a empresa como para o mercado, observa-se um aumento da diferença entre a inovação corrente e a inovação esperada, o que significa que a perspectiva de inovação futura das empresas se descolou mais significativamente dos resultados efetivamente observados no trimestre. Tais resultados sugerem a possibilidade de recuperação do ritmo de inovação da indústria brasileira no futuro próximo, o que poderia se justificar a partir da necessidade das firmas em reagir a um cenário macroeconômico pouco favorável por meio de inovação em produto e processo, em busca de ganhos de produtividade ou redução de custos.

Referências

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