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MERCADO NO AGRONEGÓCIO

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Academic year: 2022

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MERCADO NO AGRONEGÓCIO

Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS

Autoria: Ludmila Luísa Tavares e Azevedo

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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito

Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090

Reitor: Prof. Hermínio Kloch

Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Ivan Tesck Equipe Multidisciplinar da

Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz Profa: Tathyane Lucas Simão Prof. Ivan Tesck

Revisão de Conteúdo: Omar Inácio Benedetti Santos Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Revisão Pedagógica: Bárbara Pricila Franz

Diagramação e Capa:

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Copyright © UNIASSELVI 2018

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial.

331.12

A994m Azevedo, Ludmila Luísa Tavares e

Mercado no agronegócio / Ludmila Luísa Tavares e Azevedo.

Indaial: UNIASSELVI, 2018.

160 p. : il.

ISBN 978-85-53158-02-7 1.Mercado de trabalho.

I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.

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Ludmila Luísa Tavares e Azevedo

Graduada e Mestre em Economia pela Universidade Federal de Uberlândia, Especialista em Agronegócio pela Universidade do Norte do Paraná.

Principais trabalhos: Direito Humano à Alimentação Adequada: o debate mundial e o posicionamento da América do Sul (capítulo do livro Direitos fundamentais em pauta: discussões necessárias para o século XXI).

Desenvolvimento Territorial Sob a Perspectiva da Nova Sociologia Econômica e Constrangimentos

internos e externos para um novo modelo de desenvolvimento: análise dos governos Dilma.

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Sumário

APRESENTAÇÃO ...01

CAPÍTULO 1

Introdução ao Mercado do Agronegócio ...09

CAPÍTULO 2

O Mercado do Agronegócio no Mundo ...43

CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 5

Mercado do Agronegócio no Brasil ...69

Comercialização de Produtos Agroindustriais ...89

Comércio Exterior ...119

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APRESENTAÇÃO

A disciplina “Mercado do Agronegócio” é fundamental para o aluno que quer se especializar no setor, porque apresenta uma visão global sobre diferentes tópicos do funcionamento do agronegócio como um todo. Contudo, a disciplina apresenta um grande e empolgante desafio, visto que trata, na verdade, sobre os vários e diferentes mercados que o agro engloba, cada um com suas características e estruturas próprias.

Buscando apresentar ao aluno, de maneira coordenada e integrada, os tópicos relevantes sobre esses mercados, a presente apostila se divide em cinco capítulos. O primeiro capítulo, “Introdução ao mercado do agronegócio”, se propõe a apresentar conceitos relevantes sobre o mercado e o agronegócio.

Assim, o aluno retomará referências de economia, sistema econômico, formação de preços, oferta e demanda para os mercados de maneira geral. Em seguida, adentraremos na caracterização do mercado do agronegócio, especificamente.

A partir das bases teóricas formadas no primeiro capítulo, o segundo capítulo, “O mercado do agronegócio no mundo”, buscará traçar as grandes mudanças que ocorreram em toda a cadeia produtiva do segmento: antes, dentro e depois da porteira, buscando trazer dados e discussões para o aluno, instigando seu senso crítico. Dessa forma, o terceiro capítulo, “Mercado do agronegócio no Brasil”, trata especificamente das características próprias do pujante agronegócio brasileiro, elencando e destacando perspectivas para as principais culturas, as oportunidades e os grandes desafios a serem enfrentados.

O quarto capítulo, de ordem mais técnica, denominado “Comercialização de produtos agroindustriais”, buscará situar o aluno no que tange às atividades situadas “depois da porteira”, as quais têm, a cada dia, ganhado maior relevância nos resultados econômicos da produção. Assim, buscamos apresentar os principais canais, mecanismos, estratégias e instrumentos públicos relacionados à comercialização existente.

O quinto e último capítulo, intitulado “Comércio Exterior”, busca tratar do comércio externo do agronegócio. Nesse capítulo, que comporta parte relevante da importância do agronegócio brasileiro para o mundo e para a economia local, são apresentados dados a respeito da composição da balança comercial agrícola brasileira, bem como a estrutura do comércio exterior, os regimes aduaneiros especiais e os diferentes tipos de financiamentos à exportação.

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Ao fim desse material, espera-se que o aluno tenha adquirido noções acerca da dimensão, complexidade e importância do agronegócio no Brasil e no mundo, sendo capaz de buscar, através dos mecanismos de análise mais genéricos, alternativas viáveis específicas para a realidade local.

Bons estudos!

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C APÍTULO 1

Introdução ao Mercado do Agronegócio

A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem:

� Conhecer o conceito de mercado e as diferentes classificações existentes.

� Identificar as características dos mercados agroindustriais.

� Apontar os fatores que afetam os mercados.

� Analisar e identificar as estruturas de mercado, entendendo o seu funcionamento e os fatores relevantes.

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MERCADO NO AGRONEGÓCIO

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11 Introdução Ao Mercado Do Agronegócio Capítulo 1

Contextualização

O agronegócio é um mercado pujante e relevante para a economia nacional e mundial, tendo em vista a geração de emprego e renda. É do agronegócio que vem boa parte dos produtos essenciais para nossa vida, como alimentos, vestuário e combustíveis. Assim, conhecer o funcionamento dos mercados pertencentes ao agronegócio em franca expansão, bem como identificar as particularidades e os desafios, nos permitirá continuar numa rota de desenvolvimento, levando alimentação e qualidade de vida à população mundial.

Contudo, os mercados do agronegócio estão condicionados às leis que regem a economia como um todo. É necessário entender os fatores que afetam a oferta, a demanda, as fronteiras de mercado, bem como conhecer as diferentes estruturas de mercado existentes. Resgataremos, para isso, a literatura econômica, que é base necessária para o estudo de qualquer mercado específico.

Apesar disso, as bases para o entendimento do funcionamento dos mercados apenas alicerçam o entendimento do funcionamento deste mercado em especial, que possui tantas particularidades e que vem sofrendo grandes modificações.

Assim, este primeiro capítulo busca introduzir o aluno na disciplina “Mercado do Agronegócio”, e desse modo retomará, apresentará e explorará diversos conceitos relevantes que o aluno deverá ter em mente na sequência da disciplina.

Sistemas Econômicos e Mercado

Sistemas econômicos e mercado, de forma geral, foram assuntos tratados anteriormente na disciplina “Economia Rural”. Contudo, para entender especificidades dos mercados do agronegócio, é pertinente que revisemos rapidamente alguns dos conceitos de mercado, especialmente no que diz respeito ao seu contexto, determinantes e diferentes tipos de estruturas. Portanto, voltaremos brevemente a essa discussão, para que possamos entender os elementos do mercado do agronegócio na sequência.

O problema econômico fundamental de qualquer sociedade decorre da existência da escassez. A escassez existe porque enquanto as necessidades humanas são ilimitadas, os recursos produtivos disponíveis para satisfazê-las são limitados. Tal situação nos leva a fazer escolhas (trade-offs) para as diferentes alternativas existentes.

As escolhas econômicas fundamentais que uma sociedade deve fazer são

“o que”, “quanto”, “como” e “para quem” produzir.

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MERCADO NO AGRONEGÓCIO

Recursos produtivos, também nomeados fatores de produção, são tudo o que precisamos para produzir os bens e serviços que satisfazem as necessidades humanas. Os fatores de produção são terra, capital e trabalho, em que o aluguel remunera a terra, os juros o capital e o salário o trabalho.

A resposta a essas questões não é simples e varia de acordo com o sistema econômico em que a sociedade está inserida. De acordo com Passos (2005, p.

59), “Sistema Econômico pode ser definido como a forma na qual uma sociedade está organizada em termos políticos, econômicos e sociais para desenvolver as atividades econômicas de produção, troca e consumo de bens e serviços”.

As duas principais formas de organização econômica são economia de mercado (ou descentralizada do tipo capitalista) e economia planificada (ou centralizada do tipo socialista). Nas economias planificadas os problemas econômicos fundamentais são resolvidos por um órgão de planejamento central do Estado, que identifica as necessidades existentes e os recursos disponíveis na sociedade e, com base nisso, elabora planos de produção para todos os setores. Nas economias de mercado, por sua vez, “o que” produzir é definido pelo desejo dos consumidores, “quanto” pelo encontro da oferta e da demanda (procura), “como” pela solução que permita maior eficiência alocativa e “para quem” é decidido pelo encontro da oferta e da demanda no mercado dos fatores de produção.

O mecanismo de preços resolve as questões fundamentais em um movimento contínuo da oferta e da demanda em direção ao equilíbrio de mercado. Se há excesso de demanda, há pressão para elevação de preço, visto que os compradores estarão dispostos a pagar um preço elevado para continuar a consumir a mesma quantidade de produtos, ao passo que os vendedores percebem que existem mais compradores do que produtos disponíveis e por isso podem elevar seus preços.

Mercado pode ser definido como o espaço em que demandantes (compradores) e ofertantes (vendedores) se encontram para realizar transações.

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13 Introdução Ao Mercado Do Agronegócio Capítulo 1

Por outro lado, se há excesso de oferta, há pressão para queda nos preços, visto que os vendedores percebem que não estão vendendo tudo o que desejam e começam a formar estoques, enquanto os compradores notam que podem exigir um preço mais baixo do vendedor. Assim, há um movimento contínuo de ajuste da oferta e da demanda em direção ao preço de equilíbrio. Os agentes, tomando decisões individuais, conseguem chegar a uma organização econômica com boa alocação de recursos, como ilustra a figura abaixo.

Preço de equilíbrio é aquele em que a quantidade ofertada se iguala à quantidade demandada.

Figura 1 - Equilíbrio de mercado

Preço de equilíbrio

Q1 P1

D Excesso de oferta O Preço

Excesso de demanda

Fonte: Adaptado em Pindyck (2002).

Contudo, esse seria o funcionamento de uma economia pura de mercado.

Como existem falhas de mercado, nas economias capitalistas vive-se em uma economia de mercado misto, com papel importante desempenhado pelo Estado, podendo ser mais, ou menos interventor.

O Estado pode atuar na formação de preços por meio de leis, impostos, subsídios, políticas de renda e cambial, pode complementar a iniciativa privada, fornecer bens e serviços públicos, entre outras formas de intervenção, de modo a impactar o “que” e “quanto” produzir na sociedade. Da mesma forma, o “como produzir” de uma empresa estatal não possui a eficiência alocativa e a maximização

Quantidade

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MERCADO NO AGRONEGÓCIO

Falhas de mercado são caracterizadas por fatores existentes

que impedem que o sistema de preços

funcione sempre e leve sempre à melhor solução

social.

Na ciência econômica, em especial na microeconomia, utiliza- se o método de análise estática comparativa, que nada mais é que a comparação de dois resultados econômicos diferentes antes e depois de uma mudança em algum parâmetro exógeno. Assim, o termo em latim coeteris paribus é o indicativo de que aquela análise será estática comparativa, ou seja: entenderemos o impacto de uma variável, deixando todas as demais constantes (estáticas).

de lucros como finalidade, mas sim a harmonia social, mesmo que apenas teoricamente. “Para quem” produzir continuará sendo um fator determinado pela oferta e demanda do mercado de fatores, mas o Estado poderá intervir com políticas acomodatícias para as classes mais baixas.

Conceitualmente, falhas de mercado são caracterizadas por fatores existentes que impedem que o sistema de preços funcione sempre e leve sempre à melhor solução social. De acordo com Vasconcellos (2001), podemos listar como falhas de mercado:

• Existência de sindicatos e monopólios e oligopólios que não permitem a livre flutuação de preços;

• A incapacidade do mercado de sempre promover uma alocação ótima de recursos, em especial em países pobres que exigem atuação estatal para desenvolver a infraestrutura e a capacidade produtiva local e, por último;

• A ineficiência do mercado em não em promover distribuição justa de renda.

Sabendo que vivemos atualmente em um mundo globalizado, em que até as nações planificadas, como a China, que integram o mercado mundial do agronegócio, o fazem dentro da lógica de economias de mercado mistas, em que vigora o modo de produção capitalista, devemos entender o que é mercado e suas diferentes estruturas existentes.

Como mencionado, mercado é definido pelo espaço em que demandantes e ofertantes se encontram para realizar transações. Em uma economia de mercado as decisões ocorrem no âmbito individual e os agentes econômicos agem buscando o benefício próprio. Assim, agindo livremente, as empresas são guiadas pelo preço e entram e saem dos mercados, em um movimento constante em direção ao “ponto de equilíbrio”. Dessa forma, mesmo sabendo que o Estado pode atuar, buscaremos entender o funcionamento das curvas de oferta e de demanda, considerando que todas as outras variáveis se mantenham constantes, condição denominada coeteris paribus.

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15 Introdução Ao Mercado Do Agronegócio Capítulo 1

Os fatores que impactam a demanda podem ser listados a seguir:

Preço do bem → imagine que o preço do tomate aumentou, isso impacta negativamente a demanda por tomate. Assim, o preço do bem e a quantidade demandada possuem relação inversa. Ou seja, se o preço sobe, a demanda cai.

Preço de bens relacionados (complementares ou substitutos) se o preço da carne de porco se elevou coeteris paribus (ou seja, considerando as demais coisas constantes), há tendência de aumento na demanda por carne de frango, por exemplo (bens substitutos). De outra forma, se, por exemplo, houver elevação do preço do ovo coeteris paribus, pode haver uma pressão para queda na demanda por trigo, considerando que são ingredientes comuns das panificadoras (bens complementares). Assim, enquanto o preço de bens complementares impacta diretamente a demanda, o preço de bens substitutos impacta na direção oposta à quantidade demandada.

Renda do consumidor → em regra, elevação do aumento da renda do consumidor leva ao aumento da demanda por produtos. Contudo, existem exceções, como o caso do consumo por determinado produto já estar saciado, ou o consumidor considerar o bem inferior. Vamos aos exemplos: imagine que você ganhe um aumento de salário. Sua demanda por sal deve aumentar? Provavelmente não, já que a quantidade de sal que você consome é pouco influenciada por variações na renda. Esse caso poderia ser um exemplo de consumo saciado, visto que como você já consumia toda a quantidade de sal que desejava, uma elevação da renda não impactará sua demanda. Agora imagine que você ganhe um aumento de salário: sua demanda por carne de frango aumentará? Se você gostar muito de carne de frango e tiver com um consumo represado pela renda, pode ser que sim, mas a carne de frango é recorrentemente vista como um produto inferior, em que a demanda cresce em momentos de crise, visto

que os consumidores ficam sem dinheiro para comprar opções de proteína animal mais caras, como carne de porco, de gado ou peixe. Assim, um aumento na renda pode levar à redução do consumo de frango, porque o consumidor migra seu consumo para outros produtos de sua preferência que antes eram represados pelo valor.

Preferências dos consumidores → as preferências dos consumidores são fatores que impactam fortemente a demanda.

Essas preferências são condicionadas pela cultura, idade, sexo, região geográfica, época do ano etc. Imagine uma região com predomínio de cidadãos muçulmanos ou judeus. O consumo de carne de porco, nessas regiões, pouco será afetado pelos

Preço do bem e a quantidade demandada possuem

relação inversa.

Enquanto o preço de bens complementares impacta diretamente a demanda, o preço de bens substitutos impacta na direção oposta à quantidade

demandada.

Preferências são condicionadas pela cultura, idade, sexo, região geográfica,

época do ano etc Em regra, elevação

do aumento da renda do consumidor

leva ao aumento da demanda por produtos. Contudo, existem exceções, como o caso do

consumo por determinado produto

já estar saciado, ou o consumidor considerar o bem

inferior.

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MERCADO NO AGRONEGÓCIO

determinantes anteriores, visto que há um impedimento religioso e cultural ao consumo. Assim, mesmo que o preço da carne fique muito barato, todas as outras opções fiquem caras ou o indivíduo modifique sua renda, o consumo de carne de porco nessa região continuará irrelevante e pouco será afetado. O mesmo ocorre com carne de vaca por hindus. Da mesma maneira, a demanda por peru é mais forte no Natal, pequi é mais fortemente demandado em Goiás, leite por crianças etc.

Diante disso, os fatores que impactam a oferta podem ser listados como:

Preço do bem → um preço mais elevado incentiva a produção do bem, menos elevado, desincentiva. Imagine que você é um produtor, se o produto que você produz está com preço elevado, há tendência de elevar a produção para maximizar ganhos. Se por acaso seu produto está com preço muito reduzido, pouco lucrativo ou dando prejuízo, a tendência é sair desse mercado e migrar para outro, com maiores lucros.

Preço dos fatores e insumos de produção (mão de obra, capital e matéria-prima) → se por algum motivo o salário ou o preço dos insumos aumentarem, há um impacto negativo na quantidade ofertada de produtos, visto que a elevação de custos impacta negativamente os lucros do produtor. Com elevação do preço de defensivos agrícolas para cana, por exemplo, há tendência de redução da oferta de cana.

Preço de bens relacionados → se a soja estiver mais cara do que o milho, há tendência de o produtor optar por produzir mais soja do que milho, por exemplo (bens substitutos). De outra forma, a queda do preço da carne bovina leva à redução da quantidade ofertada de couro (bens complementares). Assim, a oferta é impactada diretamente com variação do preço de um bem substituto e inversamente com variação do preço de um complementar.

Tecnologia → com melhoria tecnológica, o aumento da produtividade pode levar à redução de custos por unidade, e melhorar a oferta.

Expectativas → em um cenário com boas expectativas de elevação de demanda, preço do bem de insumos, bens relacionados ou melhorias tecnológicas, há maior incentivo à produção de bens, do que em um cenário com expectativas deprimidas.

Condições climáticas → as condições climáticas são especialmente importantes na oferta de produtos agrícolas, visto que podem afetar diretamente Um preço mais

elevado incentiva a produção do bem,

menos elevado, desincentiva

Se por algum motivo o salário ou o preço dos insumos aumentarem, há um impacto negativo na quantidade ofertada

de produtos

A oferta é impactada diretamente com variação do preço de

um bem substituto e inversamente com variação do preço de

um complementar.

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17 Introdução Ao Mercado Do Agronegócio Capítulo 1

a quantidade ofertada no mercado com uma superssafra, possibilitada por condições climáticas favoráveis, ou quebra de safra em virtude de secas, enchentes, geadas etc. Não previstas estas alterações, por exemplo, os fatores que afetam as fronteiras de mercado serão melhor analisados.

Lembra-se de quando o preço do tomate ficou muito caro? Quais os motivos que você consideraria relevantes para esse comportamento?

Esses são os fatores que impactam a oferta e a demanda dos agentes individuais.

Agora, entraremos na análise dos determinantes dos preços e das quantidades sob condições de mercado distintas. A estrutura de mercado em que os agentes individualmente conseguem se organizar e encontrar ótimas soluções ocorre em um sistema de concorrência perfeita. Contudo, não é regra, especialmente no agronegócio, que existe uma tendência crescente de mercados concentrados. Discutiremos de maneira breve as diferentes estruturas de mercado existentes e suas características.

Classificação dos Mercados

De acordo com Vasconcellos (2001), as diferentes estruturas de mercado estão condicionadas essencialmente por três variáveis:

• Número de firmas produtoras no mercado.

• Nível de diferenciação dos produtos.

• Existência de barreiras à entrada.

No mercado de bens e serviços, as estruturas de mercado existentes, de acordo com essas três características, são: concorrência perfeita, monopólio, oligopólio e concorrência monopolística. No mercado de fatores de produção, de maneira similar, podemos encontrar concorrência perfeita, monopsônio e oligopsônio.

De acordo com a teoria econômica neoclássica, o objetivo final da firma é maximizar lucros, sendo que lucro é definido pela receita total (preço x quantidade vendida) menos custos totais (custos fixos + custos variáveis). Quando imaginamos um mercado em concorrência perfeita, os lucros são considerados normais, visto que se eles fossem extraordinários, haveria tendência de aumento de produção com a entrada de novas firmas, e se houvesse prejuízo ou lucros irrisórios, haveria tendência para redução da produção com saída de firmas do mercado.

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MERCADO NO AGRONEGÓCIO

Em economia existem diferentes escolas de pensamento, que entendem de maneira distinta o modo como as pessoas se comportam economicamente. A principal escola na atualidade é a escola neoclássica, mas existem muitas outras. Pesquise sobre as demais escolas econômicas!

Assim, se o mercado possuir poucas firmas e por isso produzir em uma quantidade menor do que a demanda, as empresas estabelecidas podem aferir lucros extraordinários no curto prazo. Contudo, em um mercado ideal, esses lucros rapidamente deixariam de existir devido à entrada de novas firmas no setor, atraídas pela recompensa de mercado. Da mesma forma, se houver diferenciação de um produto, podem existir lucros extraordinários no curto prazo, até que outras firmas acompanhem a diferenciação, a oferta se eleve e os lucros voltem a ser normais.

Entretanto, a impossibilidade da livre entrada e saída de firmas em mercados pode ocasionar lucros extraordinários não apenas no curto, mas também no longo prazo.

Barreiras à entrada são fatores que impedem a livre entrada de firmas no mercado. Bain (1956) “debruçou-se sobre o tema específico das barreiras à entrada, deslocando a análise da concorrência do curto para o longo prazo, desviando o foco da concorrência real para a potencial”. Assim, o autor buscou responder qual a natureza das vantagens que as firmas estabelecidas possuem e que circunstâncias tecnológicas ou institucionais dão origem a essas vantagens.

São três as principais circunstâncias que ocasionam barreiras à entrada:

a) Vantagens absolutas de custos das firmas estabelecidas. Podem decorrer de:

• Controle de técnicas de produção, a exemplo de patentes.

• Imperfeições no mercado de fatores de produção (vantagem com fornecedores).

• Limitações na oferta de fatores produtivos.

• Condições no mercado de dinheiro (facilidade de financiamento para as estabelecidas).

Barreiras à entrada são fatores que impedem a livre entrada de firmas no

mercado.

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19 Introdução Ao Mercado Do Agronegócio Capítulo 1

b) Vantagens de diferenciação de produto das firmas estabelecidas.

Podem decorrer de:

• Preferência dos consumidores (marca e reputação).

• Controle de desenhos superiores de produtos (via patentes).

• Controle de melhores pontos de distribuição.

c) Significativas economias das firmas de grande escala. Podem decorrer de:

• Economias reais de produção e distribuição (quando a economia decorre da quantidade de insumos).

• Economias pecuniárias (quando a economia decorre da redução do preço do insumo).

• Economias reais ou pecuniárias (propaganda e promoção).

Importante enfatizar que essas circunstâncias que conferem vantagens às empresas estabelecidas refletem as características estruturais de longo prazo dos mercados. Não são imutáveis, mas são estáveis e modificam-se lentamente, com exceção de inovações eficazes de produtos.

Com base nessas informações, apresentaremos brevemente as características das estruturas de mercado.

a) Concorrência Perfeita

De acordo com Passos (2005), o modelo de concorrência perfeita se baseia em quatro hipóteses:

1. Existência de um grande número de compradores e vendedores:

a grande quantidade de compradores e vendedores impossibilita que apenas um ou um grupo pequeno de agentes econômicos tenha poder sobre a determinação de preços.

2. Os produtos são homogêneos: os produtos oferecidos em um mercado de concorrência perfeita são homogêneos, dessa forma, os consumidores são indiferentes quanto a consumir produtos de qual empresa ou firma.

3. Livre entrada e saída de firmas: inexistência tanto de barreiras legais e econômicas à entrada e à saída de firmas.

4. Transparência de mercado: todos os compradores e vendedores possuem informações perfeitas sobre os produtos e o mercado.

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MERCADO NO AGRONEGÓCIO

De forma breve, temos o mercado de concorrência com uma estrutura grande, número de compradores e vendedores excelente, produtos homogêneos, com perfeita simetria de informações e sem barreiras à entrada. Portanto, o movimento em direção ao equilíbrio de mercado visto anteriormente ocorre sem impedimentos e de forma natural. Neste mercado há maximização do bem-estar na economia, com maior oferta e a preços mais baixos.

No mercado de fatores de produção (mercado de trabalho, matérias- primas e capitais – tudo necessário para produzir bens e serviços), a concorrência perfeita possui as mesmas características: grande número de compradores e de vendedores, os fatores de produção são homogêneos e existe transparência de mercado.

b) Monopólio

Monopólio tem origem grega da palavra MONOPOLION, significa

“direito exclusivo de comércio”. MONO - “um, único”, mais POLEIN,

“vender”. Assim, é um mercado em que existe apenas um vendedor e por isso ele possui poder de mercado na determinação de preços.

Esse poder confere ao monopolista lucros extraordinários, visto que ele determina a quantidade ofertada em um ponto inferior ao que existiria em um mercado de concorrência perfeita, elevando os preços e, por esses motivos, reduzindo o bem-estar dos consumidores. O lucro é mantido pela existência de barreiras à entrada para novas firmas entrarem no mercado e expandirem a oferta.

Principais características que determinam a existência de um monopólio, segundo Passos (2005), são:

1. Apenas uma firma opera no mercado: ao contrário do que ocorre na concorrência perfeita, na qual existem infinitos compradores e vendedores, no monopólio apenas uma firma oferta o produto.

2. Não há substitutos próximos para esse produto: além de ser o único ofertante de determinado produto, este não enfrenta competição com produtos similares.

3. Existem barreiras à entrada: a condição para a existência de um monopólio é a existência de barreiras à entrada, tornando difícil ou quase impraticável a entrada de novas firmas atraídas pelos lucros extraordinários do mercado. Como vimos, as barreiras à entrada podem decorrer da existência de “economias de escala”, controle sobre o fornecimento de matérias-primas, barreiras legais ou monopólios estatais.

Mercado de concorrência com

uma estrutura grande, número de compradores e vendedores

excelente

Monopólio tem origem grega da palavra MONOPOLION, significa “direito

exclusivo de comércio”.

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21 Introdução Ao Mercado Do Agronegócio Capítulo 1

No monopólio de forma diametralmente oposta ao que ocorre na concorrência perfeita, a firma é formadora de preços, não tomadora de preços do mercado. Isso ocorre porque, enquanto no mercado de concorrência perfeita o preço é o mecanismo de ajuste para igualar as quantidades ofertadas às demandadas e, assim, garantir o maior bem-estar econômico, no monopólio a firma conscientemente determina a quantidade ofertada abaixo da quantidade demandada a fim de praticar preços maiores e com isso auferir lucros extraordinários.

Essa estrutura ocorre no mercado de bens e serviços, quando ocorre no mercado de fatores, chamamos de monopsônio. Monopsônio é a estrutura de mercado caracterizada pela existência de um único comprador.

Neste caso, quem tem poder de determinação de preços é o comprador, não o vendedor. No agronegócio há a tendência de empresas que são monopolistas, monopsonistas, também conhecido por monopólio bilateral.

c) Concorrência monopolista

Concorrência monopolista, como o próprio nome indica, possui características tanto de um modelo de concorrência, como de um monopólio. As hipóteses desse modelo, segundo Passos (2005), são:

1. Grande número de compradores e vendedores: assim como na concorrência perfeita, na concorrência monopolista existe grande número de vendedores e compradores.

2. Os produtos ofertados na indústria são diversificados, embora existam substitutos próximos: os produtos possuem

diferenciação entre si. Na verdade, essa é uma característica bastante comum à maioria dos mercados, em que as firmas podem diferenciar de várias maneiras para tornar seus produtos distintos dos demais existentes no mercado. Essa diferenciação pode ser tanto a respeito da composição do produto, ou na forma como o bem ou serviço é oferecida aos clientes, classificada como diferenciação real, como pode ser apenas a embalagem, o design ou a marca, fatores que não mudam a essência do produto ofertado, classificada como diferenciação artificial. Ainda existem os casos em que, embora não exista de fato nenhuma diferença entre os produtos existentes no mercado, o consumidor pode ser levado a acreditar na supremacia de produtos em relação a outra via, como estratégias de marketing, quando a firma cria diferenças no produto apenas no imaginário do consumidor, assim deverá ter um produto diferenciado. É essa característica que aproxima o mercado da concorrência monopolista de um monopólio, permitindo que os vendedores tenham algum poder de fixação de preços, visto que, pelo menos no curto prazo, são os únicos a ofertarem especificamente aquele tipo de bem ao mercado.

Monopsônio é a estrutura de mercado caracterizada pela

existência de um único comprador.

Concorrência monopolista, como o

próprio nome indica, possui características tanto de um modelo

de concorrência, como de um

monopólio.

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MERCADO NO AGRONEGÓCIO

3. Existência de livre entrada e saída de firmas: por não existirem barreiras à entrada, como no mercado de concorrência perfeita, a existência de lucros extraordinários no curto prazo, possibilitados pelo poder de determinação de preços conferido pelo grau de diferenciação, não se mantém no longo prazo. Isso ocorre devido à entrada de novas firmas naquele nicho diferenciado, atraídas pelos lucros extraordinários conseguidos naquele período.

Da mesma forma que ocorre no mercado de bens e serviços, a concorrência monopolística existe no mercado de fatores de produção. Essa diferenciação pode ocorrer tanto no mercado de insumos, de capital, como na mão de obra especializada.

d) Oligopólio

Se o termo monopólio vem da junção de MONO-, “um, único”, mais POLEIN, “vender”, oligopólio vem de OLIGO - “poucos”, mais POLEIN, “vender”. Assim, oligopólio é caracterizado por ser uma estrutura de mercado com poucos vendedores, ou em que poucos vendedores possuem poder de mercado. É uma estrutura de mercado que ocupa posição intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio.

De acordo com Passos (2005), as características dessa estrutura de mercado são:

1. Existência de poucas firmas: existem poucas firmas, geralmente interdependentes entre si, ou existe um grande número de firmas, mas um grupo pequeno detém poder de mercado. Passos (2005) afirma que uma maneira adequada de se verificar se a indústria possui a estrutura de mercado oligopolista é por meio da verificação de seu índice de concentração, que informa qual parcela da produção total é controlada pelas maiores indústrias do mercado.

2. Produto homogêneo ou diferenciado: o oligopólio pode tanto apresentar produtos homogêneos, como os encontrados na concorrência perfeita, como produtos diferenciados, característica do monopólio e da concorrência perfeita.

3. Existência de barreiras à entrada: o que determina a existência e permanência de oligopólios é a existência de barreiras à entrada. Assim, com produtos homogêneos, que seria o caso de oligopólios do setor de alumínio, por exemplo, uma grande barreira à entrada seria tanto o acesso às fontes de matérias-primas como os elevados custos para entrar no mercado. De outro lado, em um mercado de produtos diferenciados, como o automobilístico, patentes, tradição, marca ou alta tecnologia se Oligopólio é

caracterizado por ser uma estrutura de mercado com poucos vendedores,

ou em que poucos vendedores possuem

poder de mercado.

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23 Introdução Ao Mercado Do Agronegócio Capítulo 1

No setor oligopolista, as empresas, que geralmente são interdependentes podem adotar posturas colaborativas para impedir a entrada de novas firmas no setor e manter os lucros extraordinários no longo prazo. Tais acordos podem ser via cartel, truste, dumping, dentre outros.

As principais características das estruturas de mercado. O Quadro 1 busca sumarizar as características principais de cada uma delas, em especial para o mercado de bens e serviços.

Quadro 1 – Resumo das estruturas de mercado

Estrutura Número

de firmas Tipo de produto

Acesso de novas empresas ao mercado

Influência sobre os

preços

Lucros no

longo prazo Exemplos (aproximados)

Concorrência

perfeita Infinitas Homogêneo

existem Não Barreiras à

entrada

Nenhuma (empresas tomadoras de preços)

Lucros

normais Hortifrutigranjeiros

Monopólio Uma Único sem substituto próximo

Existem barreiras há

entrada Forte Lucros

extraordinários Palha de Aço (Bombril)

Concorrência

monopolística Muitas Diferenciado

existem Não Barreiras à

entrada

Leve Lucros

normais

Médicos, Dentistas, Comércio varejista, Restaurantes etc.

Oligopólio

Poucas dominam que

o setor

Homogêneo diferenciadoou

Existem barreiras há

entrada Considerável Lucros extraordinários

Homogêneo:

alumínio Diferenciado:

automóveis Fonte: Adaptado em Vasconcellos (2001, p. 172) e Passos (2005, p. 353).

Atividades de Estudos:

1) O que é mercado?

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MERCADO NO AGRONEGÓCIO

2) Quais são as estruturas de mercado existentes, e quais são as principais características que as diferenciam?

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Se você quiser conhecer mais sobre as diferentes estruturas de mercado, existem bons livros sobre este assunto.

PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 7. ed.

São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010.

POSSAS, Mario Luiz. Estruturas de mercado em oligopólio.

São Paulo: Editora Hucitec, 1987.

Sobre estruturas de mercado aplicadas ao agronegócio, leia:

Sobre a cadeia de leite, veja: BARROS, F. L. A.; DE LIMA, J. R.

F.; FERNANDES, R. A. S. Análise da estrutura de mercado na cadeia produtiva do leite no período de 1998 a 2008. Revista de Economia e Agronegócio–REA, v. 8, n. 2, 2015. Disponível em: <https://

ageconsearch.umn.edu/bitstream/95067/2/Artigo%202.pdf>. Acesso em: 18 out. 2017.

Sobre a agroindústria de cana-de-açúcar: SIQUEIRA, P. H. D.

L.; CASTRO JUNIOR, L. G. D. Fusões e aquisições das unidades produtivas e da agroindústria de cana-de-açúcar no Brasil e nas distribuidoras de álcool hidratado etílico. Revista de Economia e Sociologia Rural, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.

php?pid=S0103-20032010000400009&script=sci_arttext&tlng=pt>.

Acesso em: 18 out. 2017.

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25 Introdução Ao Mercado Do Agronegócio Capítulo 1

Diferentes formas de mercado respondem a diferentes características em que estão condicionadas. Importante destacar que enquanto indústria refere-se a um conjunto de firmas que produzem mercadorias semelhantes, mercados são determinados por um conjunto de mercadorias substitutas próximas entre si (POSSAS, 1985).

Outro ponto relevante para a compreensão das formas de mercado encontra-se na Teoria dos Custos de Transação (TCT). Coase (1937) chama atenção para a existência de um tipo de custo que até então era considerado desprezível para a análise econômica: o denominado custo de transação (CT). O custo de transação pode ser definido como custo para se recorrer ao mercado, e por não ser custo atrelado à produção, muitas vezes era desconsiderado da análise econômica.

Pode-se dizer que os custos de transação equivalem à fricção ou atrito da física para a economia. Não reconhecer a existência desse atrito pode nos levar a crer que práticas como vendas em blocos, integração vertical etc. sejam consideradas atividades monopólicas, portanto, geradoras de mal-estar na economia.

Esses custos, conhecidos também por custos de contrato, existem, pois, no momento da realização das transações, existem ainda fatores como incerteza, racionalidade restrita e assimetria de informações, oportunismo e especificidade dos ativos. Nesse cenário pouco favorável, as partes tendem a se proteger e, nesse processo, precisam incorrer em custos. Quanto mais específico for o ativo, ou menor for a frequência das transações realizadas entre as duas partes, maior será o risco e a possibilidade de oportunismo, encarecendo os custos de transação.

O custo de transação pode ser definido como custo para se recorrer ao

mercado

Esses custos, conhecidos também

por custos de contrato, existem, pois, no momento da realização das transações, existem

ainda fatores como incerteza,

racionalidade restrita e assimetria

de informações, oportunismo e especificidade dos

ativos.

Sobre a Teoria dos Custos de Transação aplicado ao agronegócio, leia:

ARBAGE, Alessandro Porporatti. A Competitividade no Agronegócio: Uma Contribuição à Luz da Economia dos Custos de Transação e da Noção de Coordenação. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE ECONOMIA E GESTÃO DE REDES AGROALIMENTARES. 2001. Disponível em: < https://goo.gl/

PFoTH1>. Acesso em: 17 out. 2017.

(26)

MERCADO NO AGRONEGÓCIO

FATORES DETERMINANTES DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO a) Racionalidade limitada, complexidade e incerteza: o

comportamento humano, ainda que sendo intencionalmente racional, enfrenta limitações que limitam a capacidade de acumular e processar informações, bem como limitações de linguagem, que limitam transferir informações. Caso a racionalidade fosse ilimitada, os contratos poderiam incorporar cláusulas antecipando qualquer circunstância futura. Contudo, racionalidade limitada só é um problema em condições de complexidade e incerteza.

b) Oportunismo: racionalidade limitada, ambiente complexo e incerteza criam condições adequadas para os agentes adotarem iniciativas oportunistas. O oportunismo na TCT está essencialmente associado à manipulação de assimetrias de informação, visando apropriação de fluxos de lucros. Existem duas formas de oportunismo: ex-ante (já sabe de antemão que não possui capacidade para cumprir), seleção adversa, e ex-post (problemas na execução de uma transação contratada), problema moral.

c) Especificidade dos ativos: racionalidade limitada, complexidade, incerteza e oportunismo não bastam para gerar problemas no funcionamento dos mercados. É necessário que as transações ocorram em pequeno número. O vínculo entre produtor e comprador, derivado da especificidade dos ativos envolvidos na transação, pode dar origem ao “problema de refém”, que ocorre quando uma das partes torna-se vulnerável a ameaças da outra de encerrar relações. Em uma situação inicial com grande número de agentes por meio “vantagens da primeira a se mover” pode, com o tempo, se converter no caso de barganhas recorrentes envolvendo ativos específicos em transações com pequenos números. Essa transformação é denominada transformação fundamental.

Fonte: Adaptado de Fiane (2002).

Esses custos podem ocorrer ex-ante, na realização e elaboração do contrato, pesquisas para previsões e salvaguardas, ou ex-post, com a adaptação de contratos a novas circunstâncias ou perdas e custos judiciais decorridos da ineficiência da transação.

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27 Introdução Ao Mercado Do Agronegócio Capítulo 1

Ex-ante: baseado em suposição e prognóstico, sendo fundamentalmente subjetivo e estimativo. Antes do fato acontecer.

Ex-post: baseado em conhecimento, observação, análise, sendo fundamentalmente objetivo e factual. Depois do fato acontecer.

Quanto maiores os custos, maior o incentivo econômico à verticalização da produção, e quanto menores, maiores os incentivos de se recorrer ao mercado.

Um exemplo: se uma indústria produz móveis e as transações com o fornecedor de madeira são frequentes e o ativo é muito específico, é mais rentável para a empresa fazer uma verticalização para trás na cadeia produtiva e produzir a madeira que antes demandava de um fornecedor. Agora, se uma empresa precisa de um insumo, mas ele é pouco específico e não encontra grandes dificuldades em comprá-lo no mercado, ela deve continuar recorrendo ao mercado, por não haver incentivos à internalização da produção.

A cadeia de suínos é um exemplo em que a integração vertical geralmente ocorre. Disponível em: <https://www.sebrae.com.br/sites/

PortalSebrae/artigos/a-importancia-da-integracao-dos-atores-da- cadeia-produtiva-de-suinos,5e199e665b182410VgnVCM100000b27 2010aRCRD>. Acesso em: 17 out. 2017.

Redes de firmas colocam-se como um arranjo intermediário entre mercado e hierarquia (formas híbridas de governança, do tipo bilateral ou trilateral). As principais características encontradas em redes são relações de longo prazo, baseadas em confiança com reconhecimento da interdependência. Os principais tipos de redes são:

• Verticais: geralmente a partir de estratégias de externalização de atividades por parte de grandes empresas;

• Horizontais: atividades específicas ou complementares de produção de bens e serviços; pode haver aglomeração espacial, contemplada em análises de arranjos produtivos locais;

• Tecnológicas: geralmente ligadas às atividades tecnológicas de fronteira;

• Globais: que buscam reforçar posicionamentos competitivos.

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MERCADO NO AGRONEGÓCIO

Se você quiser conhecer mais sobre a Teoria dos Custos de Transação, leia:

FIANI, Ronaldo. Teoria dos custos de transação. Economia industrial: fundamentos teóricos e práticos no Brasil. Rio de Janeiro:

Campus, p. 267-286, 2002.

Atividades de Estudos:

1) O que são custos de transação?

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2) Quais os fatores que levam à existência de custos de transação?

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Fatores que Afetam as Fronteiras de Mercado

Anteriormente aprendemos sobre os fatores que afetam a demanda e a oferta de mercado. Algumas mudanças podem ser momentâneas, em que rapidamente a oferta e a demanda se reequilibram, ou podem ser mudanças que deslocam a oferta de produtos no longo prazo. Esses fatores deslocam a denominada fronteira de mercado ou curva de possibilidades de produção.

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29 Introdução Ao Mercado Do Agronegócio Capítulo 1

Os fatores de produção são tudo aquilo que é necessário para a produção de bens e serviços. Os principais fatores de produção são: a terra (produtos primários), capital e trabalho. Imagine um fazendeiro que em determinado período do tempo tenha que escolher a cultura que irá produzir em suas terras. Naquele exato momento, ele tem quantidade delimitada de hectares de terra, quantidade fixa de trabalho (ele, a esposa e o filho) e capital limitado. Assim, ele tem que fazer uma escolha, dados os fatores de produção disponíveis, a respeito das possibilidades de produção.

De acordo com nosso exemplo, visualizado na Tabela 1, o fazendeiro pode escolher entre usar toda sua área, capital e trabalho para produção de soja, em que ele conseguiria produzir 5.000 kg de soja, ou usar toda sua área, capital e trabalho para a produção de milho, que renderia uma produção de 8.000 kg do cereal. Ainda existem as possibilidades intermediárias, que seriam os infinitos pontos existentes entre as duas opções extremas.

Tabela 1 – Possibilidades de produção Quantidade

máxima de

milho Possibilidades intermediárias Quantidade máxima de

A B C D E sojaF

0 1000 2000 3000 4000 5000

8000 7500 6500 5000 3000 0

Fonte: Adaptado de Passos (2005, p. 49).

Os pontos A, B, C, D, E e F estão sob a fronteira de possibilidades de produção. Se por acaso o produtor resolver que a produção esteja num ponto inferior a ela, como o ponto G, existe capacidade ociosa. Neste caso, o fazendeiro optou por não produzir em toda a fazenda, não aplicar todo o capital disponível (técnicas, defensivos, fertilizante etc.) ou não empregou toda a mão de obra que possuía disponível. Por outro lado, caso o fazendeiro quisesse elevar sua produção acima da fronteira, como no ponto H ilustrado na figura abaixo, ele não teria recursos produtivos suficientes disponíveis. Ele precisaria elevar sua quantidade de terra, capital ou trabalho para alcançar um novo nível de produção.

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MERCADO NO AGRONEGÓCIO

Figura 2 – Curva de possibilidades de produção

Milho (quilos)

Soja (quilos)

6000 6000

7000 8000 9000

00

1000

A B

C

D G

H

E

F 1000

2000 2000

3000 3000

5000 5000

4000 4000

Fonte: Adaptado de Passos (2005, p. 50).

Agora imagine essa fronteira para toda uma economia ou setor. Existem, contudo, fatores que conseguem afetar essa fronteira de mercado, como:

a) Tempo: mudança nas preferências dos consumidores: O tempo pode levar à elevação gradual da produção ou redução gradual da produção, com os incentivos de acordo com as mudanças e hábitos e preferências dos consumidores.

b) Mudanças tecnológicas: As mudanças tecnológicas podem afetar definitivamente a fronteira de mercado. No caso do exemplo, com melhorias na tecnologia, com o mesmo capital, terra e trabalho, pode haver aumento da produção graças a elevações na produtividade, fator que tem contribuído bastante nas últimas décadas para que a produção de alimentos consiga acompanhar o crescimento populacional.

c) Logística: A melhoria na logística também pode afetar positivamente as fronteiras do mercado. Melhorias no transporte e na comunicação permitem que o mercado expanda suas fronteiras e que as transações sejam realizadas de maneira mais rápida e eficiente, com redução de desperdícios.

d) Instituições: As instituições são outro fator que pode afetar as fronteiras de mercado, visto que elas determinam a segurança de transações e possibilitam avanços na comercialização, facilidade de financiamento (elevação de capital) etc. Isso porque as instituições, em especial as estatais, reúnem um conjunto relevante de instrumentos, tais quais defesa da concorrência, política de comércio exterior, política de marcas e patentes, oferta de financiamentos de

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31 Introdução Ao Mercado Do Agronegócio Capítulo 1

e) Incerteza: Por fim, a redução de incertezas reduz os riscos dos agentes em trabalhar aplicando todos os recursos disponíveis e permite o avanço em direção à melhoria de novos fatores de produção. Em um ambiente estável, o produtor pode querer elevar sua produção comprando mais terras, investindo mais capital ou contratando mais trabalhadores. Contudo, em um ambiente incerto há o receio do risco de se elevar a capacidade produtiva e um incentivo de trabalhar inclusive abaixo da fronteira de possibilidades, com capacidade ociosa.

Assim, dado esse retrospecto sobre o funcionamento geral dos mercados, a próxima seção buscará apresentar características específicas do mercado do agronegócio.

Características dos Mercados Agroindustriais

Agronegócio (agrobusiness) é um conceito criado na década de 1960 por Davis e Goldberg, na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. De acordo com esses autores, agronegócio envolve o conjunto de todas as operações e transações envolvidas desde a fabricação dos insumos agropecuários, das operações de produção nas unidades agropecuárias, até o processamento e distribuição e consumo dos produtos agropecuários ‘in natura’ ou industrializados.

Segundo Batalha e Silva (2012), o conceito abrange “o conjunto de negócios relacionados à agricultura dentro do ponto de vista econômico”.

Dessa forma, enquanto agricultura refere-se a atividades que ocorrem no âmbito da produção de produtos agrícolas, o agronegócio engloba toda a cadeia de valor relacionada à agricultura, desde os insumos à comercialização.

Em meados da década de 1960 surgiram dois conjuntos de ideias que impulsionam o estudo de mercados agroindustriais: a cadeia de produção agroindustrial (CPA) e o commodity system approach (CSA). O primeiro, de origem francesa, também nomeado de Análise de Filière, busca analisar os caminhos que um produto agroalimentar percorre desde sua produção até o consumo final, ressaltando a especificidade desse mercado, visto a diversidade não só na comercialização, industrialização e produção, como também na localização da produção, do consumo e das técnicas. A segunda, de origem norte-americana, que tem sua origem com os criadores do termo agrobusiness, fundamenta-se na economia industrial e enfoca a interdependência setorial no mercado do agronegócio. As duas vertentes consideram os diferentes estágios da produção, realizam uma visão sistêmica do agronegócio e ressaltam o papel de instituições, organizações e do Estado para o setor.

Enquanto agricultura refere-se a atividades que ocorrem no âmbito

da produção de produtos agrícolas,

o agronegócio engloba toda a cadeia de valor relacionada à agricultura, desde

os insumos à comercialização.

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MERCADO NO AGRONEGÓCIO

Apesar de as duas vertentes guardarem muitos pontos em comum, elas partem da análise de pontos divergentes. Enquanto a escola de origem norte- americana commodity system aprroach (CSA) parte da análise da origem do produto, no início da cadeia, o método de análise de origem francesa Filière parte do produto final, disponível ao consumidor.

Falamos em agroindústria porque, especialmente pós-década de 1960, vivemos a constituição de complexos agroindustriais, em que a agricultura e, por sua vez, o agronegócio moderno está intimamente ligado à indústria. Os complexos agroindustriais surgem como produto da modernização, mecanização e expansão da agricultura. Portanto, é necessário compreender que o agronegócio surge no contexto do desenvolvimento do sistema capitalista, em que o mercado busca responder aos problemas econômicos fundamentais enumerados na primeira seção deste capítulo.

A Figura 3 mostra como esse processo de modernização ocorreu, sempre pautado pela articulação do Estado, via políticas públicas, com interesses privados.

Figura 3 – Processo de modernização da agricultura

DESENVOLVIMENTO E CONSOLIDAÇÃO DE EMPRESAS DE PROCESSAMENTO E DISTRIBUIÇÃO

INTEGRAÇÃO FINANCEIRA VIA SISTEMA BANCÁRIO.

CRÉDITO RURAL E GESTÃO DE RISCO DESENVOLVIMENTO E

CONSOLIDAÇÃO DE EMPRESAS FORNECEDORAS DE INSUMOS

DISSEMINAÇÃO DE USO DE INSUMOS NA AGRICULTURA

ARTICULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E INTERESSES PRIV ADOS

Fonte: A autora.

Apesar de conceitualmente agronegócio fazer referência a qualquer atividade relacionada ao setor agrícola, no Brasil o termo é, por vezes, associado a atividades de grande escala, com grande rendimento.

Contudo, os diferentes corpos teóricos e algumas características são comuns a todos e relevantes para o entendimento do atual funcionamento do mercado do agronegócio. Neves et al. (2000) sugerem o uso do termo sistema agroindustrial para agroalimentar (SAG), a fim de incorporar as indústrias de bebidas e alimentos sem excluir os demais setores do agronegócio que não têm relação com a produção de alimentos e bebidas, como as indústrias de papel, couro, borracha etc. Isso decorre da intensificação desse tipo de indústria, que avança no grau de processamento e de

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33 Introdução Ao Mercado Do Agronegócio Capítulo 1

Dados os esclarecimentos dos conceitos, vale ressaltar as especificidades existentes nos sistemas agroindustriais. Segundo Batalha e Silva (2012), as principais particularidades são:

Sazonalidade de disponibilidade de matéria-prima: como a maioria dos produtos agroindustriais vem da atividade agropecuária, a oferta fica refém dos períodos de safra e entressafra, tornando os processos de planejamento e controle de investimentos mais trabalhosos.

Variações de qualidade de matéria-prima: apesar de muitas vezes enquadrarmos os produtos agrícolas na categoria de produtos homogêneos, existe diferença de qualidade dos produtos finais, muito em virtude do clima e de técnicas de manejo.

Perecibilidade da matéria-prima: além de sazonais, os produtos oriundos da atividade agropecuária são perecíveis e impõem custos e cuidados adicionais no processo de logística, desde o transporte e armazenagem a tempo de comercialização.

Sazonalidade de consumo: a sazonalidade não ocorre apenas na disponibilidade de matérias-primas, mas também no maior consumo de produtos em épocas específicas, como peru no Natal, sorvete no final do ano etc.

Perecibilidade do produto final: não apenas a matéria-prima do produto agroindustrial é perecível, mas ele mesmo o é. Além da preocupação com a formação de estoques, recorrentemente a “frescura” do produto é atrelada à melhor qualidade.

O leite é um alimento altamente perecível e facilmente sofre alterações. Por isso, até os anos 1950, a produção em grande escala era inviável, o que se tornou possível após o advento da chamada tecnologia antisséptica das embalagens. Assim, graças ao leite UHT, tornou-se viável a conservação do produto, mantendo sua qualidade e propriedades, graças às embalagens multicamadas onde é armazenado, além de outros processos empregados na industrialização, que permitem a produção do alimento em grande escala, com padronização na qualidade, fato que alçou o setor à condição de ramo produtivo e promissor do agronegócio brasileiro.

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MERCADO NO AGRONEGÓCIO

Tipos de Produtos e Serviços Agroindustriais

Dado o contexto de modernização da agricultura, da criação do conceito do agronegócio, existem três grupos de atividades a serem analisados: as atividades que ocorrem “antes da porteira”, “dentro da porteira” e “depois da porteira’.

Figura 4 - Segmentos do agronegócio Antes da Porteira

• Produção e fornecimento de insumos, máquinas, equipamentos e serviços especializados.

Dentro da Porteira

• Preparo e manejo de solos, tratos culturais, irrigação, colheira e criação animal.

Depois da Porteira

• Transporte, armazenagem, industrialização, distribuição e comer cialização.

Fonte: Adaptado de Batalha (2012).

a) Antes da porteira

“Antes da porteira” refere-se às atividades ligadas aos insumos e bens de produção e serviços para a produção agropecuária.

Os principais insumos são:

• Máquinas e equipamentos: roçadeiras, adubadeiras, podadeiras, triturador, trimpot, pá carregadeira, tratores, colheitadeiras, plantadeiras etc.

• Água e Energia.

• Corretivos de solos: calcário, cal virgem agrícola, cal hidratada agrícola ou cal extinta, escórias de siderurgia etc.

• Defensivos agrícolas ou agroquímicos: inseticidas (contra insetos), acaricidas (contra ácaros), fungicidas (contra fungos), herbicidas (contra ervas daninhas) etc.

• Materiais genéticos: mudas, sêmen, óvulo etc.

“Antes da porteira”

refere-se às atividades ligadas aos

insumos e bens de produção e serviços

para a produção agropecuária.

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35 Introdução Ao Mercado Do Agronegócio Capítulo 1

• Hormônios e inoculantes.

• Rações.

• Sal.

• Produtos veterinários.

Os principais serviços “antes da porteira” são:

• Pesquisa (com destaque para o relevante papel da Embrapa, secretarias de Agricultura e universidades).

• Elaboração de projetos.

• Análises laboratoriais.

• Créditos e financiamento.

• Defesa agropecuária.

• Proteção e defesa ambiental.

• Incentivos governamentais.

• Comunicações.

• Infraestrutura.

• Treinamento de mão de obra.

• Assentamentos dirigidos.

Para conhecer diferentes tipos de máquinas agrícolas, acesse.

Disponível em: <http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/

noticia/2013/04/dicionario-do-campo-tem-nomes-incomuns-de- maquinas-agricolas.html>. Acesso em: 18 out. 2017.

b) Dentro da porteira

“Dentro da porteira” refere-se às atividades realizadas dentro da propriedade rural pelos diferentes tipos de produtores rurais (pequenos, médios, grandes produtores na forma de pessoa física ou de pessoa jurídica), ou seja, a produção agropecuária.

Segundo Waquill et al. (2010), as atividades agropecuárias podem ser divididas nos seguintes grupos, com seus respectivos mercados:

Grãos: arroz, cevada, milho, soja e trigo, sendo todos direcionados à alimentação humana, cevada, milho e soja também à alimentação animal e à indústria de bebidas, e milho e soja ainda alcançam o mercado de combustíveis.

“Dentro da porteira” refere- se às atividades realizadas dentro da propriedade rural pelos diferentes tipos

de produtores rurais

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MERCADO NO AGRONEGÓCIO

FVLs (Frutas, verduras e legumes): todos direcionados à alimentação humana e as frutas também ao setor de bebidas.

Outras lavouras: algodão (fibras), cana-de-açúcar (alimentação humana e animal, bebidas e combustíveis), café (bebidas), ervas (bebidas, fitoterápicos e fibras), fumo (cigarros), pastagem (alimentação animal), pinus e eucalipto (celulose, madeira e combustíveis).

Produção animal: aves (alimentação humana, adubos e combustíveis), apicultura (alimentação humana e terápicos), bovinos (alimentação humana, lácteos, couro e adubos), ovinos (alimentação humana, lácteos, couro e adubos), pesca e piscicultura (alimentação humana) e suínos (alimentação humana, adubos e combustíveis).

c) Depois da porteira

“Depois da porteira” refere-se às atividades de transporte, processamento, armazenagem, comercialização e distribuição até chegar ao consumidor final. Esse ramo do agronegócio é o que mais cresceu nos últimos anos.

• Agroindústrias, mercados produtores e concentradores.

• Representantes, distribuidores e vendedores.

• Atacadistas centrais de abastecimento, bolsas de mercadorias e outros, como Cédula de Produto Rural, governo, internet.

• Supermercados, pontos de venda, feiras livres e outros, inclusive exportação.

• Logística de suprimento.

• Logística das operações de apoio à produção agropecuária.

• Logística da distribuição.

“Depois da porteira”

refere-se às atividades de transporte, processamento,

armazenagem, comercialização e distribuição até chegar

ao consumidor final.

Atividades de Estudos:

1) O que é agronegócio?

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Referências

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