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C APÍTULO 5

No documento MERCADO NO AGRONEGÓCIO (páginas 119-160)

MERCADO NO AGRONEGÓCIO

121 Comércio Exterior

Capítulo 5

Contextualização

O Brasil possui papel relevante no comércio internacional do agronegócio.

Além disso, parte da produção agropecuária brasileira é destinada à exportação.

Somos um importante player no mercado de soja, açúcar, café, laranja, carne de frango, milho, carne suína e ajudamos a abastecer o mundo todo com produtos extremamente relevantes para o dia a dia das pessoas.

Compreender o funcionamento do comércio internacional é extremamente relevante para entender o mercado do agronegócio, que é global. Este último capítulo buscará tratar desde questões técnicas referentes ao comércio externo e sua estrutura no país, os diferentes regimes aduaneiros e tipos de financiamentos para exportação, até dados que situem o aluno com informações atuais sobre a balança comercial agrícola brasileira, apontando os principais produtos exportados pelo país. Assim, somente com o entendimento do mercado global do agronegócio, conseguiremos avançar e entender a verdadeira dimensão e complexidade que esse setor abrange. Vamos lá!

Balança Comercial Agrícola Brasileira

De certa maneira, o Brasil sempre esteve inserido no comércio internacional com produtos agrícolas e de exploração mineral ou vegetal. Ciclos de crescimento econômico como o do açúcar no Nordeste, ainda no período colonial, e mais tarde do café, com centro em São Paulo, e da borracha, na região amazônica, tiveram grande importância na formação econômica do país.

Todos esses ciclos de produção agrícola ou extrativista tiveram a demanda externa como parte importante de sua produção, ou seja, foram produtos destinados à exportação. No início no século XX, o café era o principal produto de exportação brasileira. A geração de divisas pela exportação do grão gera riquezas que têm papel fundamental na industrialização brasileira, entretanto, este sistema de produção, denominado plantation, pode gerar novos problemas, como tornar a economia doméstica muito sensível a oscilações na cotação internacional dos preços dessas commodities e, mais atualmente, gerar uma preocupação ambiental relacionada à monocultura.

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Divisas: moeda estrangeira ou meios de pagamentos estrangeiros recebidos pelo país ao exportar produtos.

Plantation: sistema de produção baseado na monocultura para exportação, ou seja, cultura de apenas um produto agrícola e normalmente realizado em latifúndios (grandes propriedades).

Commodities: produtos de origem primária que têm qualidade e características uniformes, sem diferenciação, fazendo que seu preço seja determinado pela procura e oferta internacional.

Atualmente o Brasil tem se destacado como um dos maiores exportadores mundiais de diversos produtos agrícolas, sendo líder na exportação de soja, café, açúcar bruto, e também se destacando em outros produtos, como carnes e milho. O sucesso alcançado pelo setor pode ser explicado como um resultado da implantação de tecnologia no campo, extensa rede de financiamento com juros atrativos e apoio à produção.

Neste tópico serão apresentados os principais resultados em termos da balança comercial do Brasil na exportação de produtos agrícolas. Historicamente é grande a parcela de participação de produtos agrícolas no total exportado pelo Brasil. Nos anos 1980 houve melhores resultados em termos de exportação de produtos industrializados, de média tecnologia, porém nas últimas duas décadas tem crescido a participação dessas commodities no total exportado pelo Brasil.

De acordo com os dados da Agrostat, entre 2001 e 2011 houve crescimento exponencial das exportações de produtos agrícolas pelo Brasil, com aumento de cerca de 400% do total exportado, de aproximadamente 23 bilhões de dólares em 2001 para cerca de 95 bilhões de dólares em 2011. Apesar da crise financeira internacional de 2008/2009 ter tido um impacto negativo no valor das importações, este continuou a crescer nos anos de 2010 e 2011. Esta relação pode ser observada no gráfico a seguir, que demonstra a rápida expansão no valor exportado nos anos 2000, e a posterior estagnação e queda a partir de 2011.

123 Comércio Exterior

Capítulo 5

Gráfico 10 – Exportação de produtos agrícolas pelo Brasil, em dólares

Fonte: Adaptado de Agrostat (2017).

Para consultar as estatísticas de exportação e importação brasileira de produtos agropecuários, acesse o AGROSTAT - Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro.

Disponível em: <http://indicadores.agricultura.gov.br/agrostat/index.

htm>. Acesso em: 23 out. 2017.

Essa explosão do valor das exportações de commodities agrícolas ficou conhecida como boom de commodities e foi impulsionado, em grande medida, pelo aumento da demanda da China por esses produtos. Nesse período, o PIB Chinês crescia a mais de 10% ao ano e outros parceiros tradicionais do Brasil como EUA e União Europeia também estavam vivendo um bom momento em suas economias.

Em relação às importações, percebe-se que há crescimento. Em 1997 as importações de produtos agrícolas eram de cerca de 4,5 bilhões de dólares e em 2011 somavam aproximadamente 17,5 bilhões de dólares. A maior parte desse crescimento foi registrado entre os anos de 2009 e 2011, período em que a taxa de câmbio brasileira se manteve desvalorizada, o que favoreceu as importações.

Mesmo com esse crescimento das importações, as exportações cresceram de forma rápida. A curva denominada saldo demonstra que desde o final da década de 1990 há grande superávit comercial no setor, que foi se expandindo até chegar a pouco mais de 80 bilhões de dólares em 2013. Esse grande saldo

120 100

1997 1998 1999 2000 2001 2002

Saldo Exportação Importação

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

20 0 40 60 80

Bilhões de dólares

MERCADO NO AGRONEGÓCIO

positivo do setor auxiliou na criação e manutenção de um superávit comercial global no Brasil, compensando o déficit causado pela importação de diversos outros produtos, principalmente industrializados.

Superávit comercial: diferença positiva entre o que é exportado e importado, ou seja, indica que o país exportou mais do que importou.

Déficit comercial: diferença negativa entre o que é exportado e importado, ou seja, indica que o país exportou menos do que importou.

Taxa de câmbio: relação de preço entre a moeda doméstica e a moeda estrangeira. Por exemplo: em maio de 2010 eram necessários cerca de 1,80 reais para comprar um dólar, enquanto que em maio de 2017 eram necessários cerca de 3,20 reais para comprar um dólar.

Com isso pode-se concluir que em 2010 o real estava valorizado em relação a 2017. Quando o real está desvalorizado em relação ao dólar fica mais caro importar, enquanto que quando o real está mais valorizado em relação ao dólar fica mais barato importar.

Esse rápido avanço nas exportações de produtos agrícolas aumentou a participação desses produtos no valor total das exportações brasileiras. De acordo com o gráfico a seguir, em 2005 a exportação de produtos agrícolas representava cerca de 37% do total das exportações brasileiras. Essa participação foi crescendo, com interrupção do crescimento no ano de 2010 e posterior retomada, alcançando cerca de 46% do total das exportações realizadas pelo país em 2015.

Isso indica que o valor das exportações de produtos agrícolas cresceu mais que o valor das exportações de outros produtos, como industrializados. Esse processo indica uma especialização das exportações brasileiras em produtos agrícolas.

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Capítulo 5

Gráfico 11 – Porcentagem de produtos agrícolas nas exportações totais do Brasil

Fonte: Adaptado de Agrostat (2017) e Comtrade (2017).

Desta forma fica evidente a importância que as exportações de produtos agrícolas têm para a geração e divisas e no saldo positivo na balança comercial.

O superávit comercial do setor contribui de forma significativa para a geração global, contornando o déficit causado por outros produtos que o Brasil importa, como telefones celulares, petróleo, entre outros industrializados.

Contudo, ainda é necessária uma análise sobre a composição dessas exportações. Qual deve ser o principal produto exportado pelo agronegócio brasileiro? Há concentração em poucos produtos? O subitem a seguir poderá responder a alguns desses questionamentos.

Principais Produtos Exportados

Como visto anteriormente, as exportações de produtos agrícolas saltaram de cerca de 23 bilhões de dólares em 1997 para quase 100 bilhões em 2013. Por outro lado, as importações cresceram, em um ritmo menor.

Esse fenômeno gerou superávits no setor e ajudou o país a manter saldos positivos na balança comercial.

Entretanto, para analisar o desempenho do setor de forma mais precisa, é necessário verificar quais produtos foram exportados e se há concentração em alguns. Essa análise pode demonstrar quais produtos têm mais sucesso no comércio exterior e se os resultados positivos do comércio exterior brasileiro dependem de poucos produtos. A dependência de poucos produtos pode ser negativa, uma vez que como os produtos agrícolas representam papel muito importante no saldo da balança comercial, podendo representar um risco para a

48%

46% 46%

43%

41%

39%

37%

46%

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42% 41% 42% 42%

41%

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38% 38%

36% 36%

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34%

32%

199719981999 20002001 20022003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 30%

MERCADO NO AGRONEGÓCIO

manutenção de superávits comerciais e forte dependência de flutuação de preços internacionais dessas commodities.

Os dois gráficos a seguir demonstram a evolução recente da participação dos cinco principais produtos, ou complexos, na exportação de produtos agrícolas pelo Brasil. Nos gráficos a seguir é levada em consideração uma divisão de vinte e cinco diferentes tipos de produtos. Percebe-se que há grande concentração das exportações em cinco destes produtos, são eles: complexo da soja, complexo sucroalcooleiro, carnes, produtos florestais e café. Esses cinco produtos somavam 77,93% do total das exportações agrícolas brasileiras em 2010. Os demais foram responsáveis por 22,07% das exportações agrícolas do Brasil em 2010.

Figura 17 – Participação dos principais produtos nas exportações do setor agrícola em 2010

Fonte: Adaptado de Agrostat (2017).

É possível notar grande concentração dos resultados de exportação nesses cinco produtos, sendo que apenas três, complexo de soja, complexo sucroalcooleiro e carnes correspondiam a mais de 50% das exportações do setor agrícola brasileiro em 2010. Destes agregados, os principais produtos exportados foram grãos de soja e farelo de soja do complexo de soja, açúcar do complexo sucroalcooleiro, e carne de frango e carne bovina.

No ano de 2010 as exportações do setor agrícola brasileiro somaram cerca de 76 bilhões de dólares. Destes, o complexo da soja exportou cerca de 17 bilhões de dólares, ou 22,38%, o complexo sucroalcooleiro exportou cerca de 13 bilhões

Outros 22,07%

7,54%Café

Produtos Florestais 12,14%

Complexo Sucroalcooleiro

18,04%

Complexo Soja 22,38%

Carnes 17,83%

127 Comércio Exterior

Capítulo 5

de dólares, ou 18,04%, carnes exportou aproximadamente 13 bilhões de dólares, ou 17,83%, produtos florestais, 9 bilhões de dólares, ou 12,14% e café exportou cerca de 5 bilhões de dólares, ou 7,54%. Outros produtos de destaque foram cerais, farinhas e preparações, couros, sucos e fumo, que juntos foram responsáveis por 13,14% do valor das exportações, ou cerca 10 bilhões de dólares.

Analisando os resultados para as exportações de produtos agropecuários em 2016, percebe-se que não houve grande alteração, exceto pela significativa queda na participação do complexo sucroalcooleiro no total das exportações, passando de segundo para o terceiro lugar na lista dos setores com maior participação das exportações agrícolas brasileiras. Os cinco maiores setores continuam sendo o complexo de soja, carnes, complexo sucroalcooleiro, produtos florestais e café e somaram 78,51% do total das exportações agrícolas do Brasil em 2016. Os demais setores ou produtos somaram 21,49% do total das exportações agrícolas, isso demonstra um pequeno aumento na concentração das exportações agrícolas nestes cinco produtos principais.

Figura 18 – Participação dos principais produtos nas exportações do setor agrícola em 2016

Fonte: Adaptado de Agrostat (2017).

Quando analisados individualmente, percebe-se que carnes, complexo sucroalcooleiro e o café apresentaram queda na participação relativa das exportações, enquanto o complexo de soja aumentou. Esse movimento indica maior concentração das exportações no complexo de soja, que cresceu de 22,38%, ou 17 bilhões de dólares em 2010, para 29,93% do total das exportações

Outros 22%

Café6%

Produtos Florestais

12%

Complexo Sucroalcooleiro

13%

Complexo Soja 30%

Carnes 17%

MERCADO NO AGRONEGÓCIO

agrícolas em 2016, ou 25,4 bilhões de dólares. O crescimento de cerca de 65%

no valor das exportações de soja se deve, em grande medida, à expansão na produção do grão no período analisado.

O setor de carnes também apresentou aumento no valor das exportações, de 13 bilhões em 2010 para 14,2 bilhões de dólares em 2016, representando 16,73% do total das exportações agrícolas brasileiras. Por outro lado, o complexo sucroalcooleiro apresentou uma queda no valor de suas exportações, de cerca de 13 bilhões de dólares em 2010 para 11,3 bilhões de dólares em 2016. Esse resultado pode ser explicado pela significativa queda nos preços internacionais do açúcar entre os anos de 2010 e 2016, o que gerou dificuldades no setor sucroalcooleiro no Brasil entre 2014 e 2016.

Outros setores ou produtos, como produtos florestais, tiveram sua participação estagnada em cerca de 12%, mesmo com aumento de suas exportações de 9,2 bilhões de dólares em 2010 para 20,2 bilhões de dólares em 2016. Essa estagnação na participação se deve ao grande aumento da participação no valor de exportação de outros setores, como o do complexo da soja. O setor de café apresentou queda na participação das exportações e pequena queda no valor exportado, de 5,7 bilhões de dólares em 2010 para 5,4 bilhões de dólares em 2016.

É importante notar que entre 2010 e 2013 houve aumento na exportação de produtos agrícolas no Brasil e no período posterior, entre 2014 e 2016, foi registrada queda de cerca de 100 bilhões para 84,9 bilhões de dólares. Desta forma, é possível concluir que o aumento na produção e exportação do complexo de soja, aliado à queda das exportações de outros produtos, resultou em expressivo aumento da participação deste complexo no total das exportações agrícolas brasileiras.

Outros produtos ou setores, como cerais, couros, fumo e sucos, mantiveram sua participação no total das exportações em pouco menos de 13%. No grupo dos cinco maiores exportadores, a queda relativa do complexo sucroalcooleiro, café e carnes foi compensada pela expansão do complexo de soja. Sendo assim, soja em grão, farelo de soja e óleo de soja se firmaram como os principais produtos de exportação agrícola no Brasil, transformando o país no maior exportador de soja do mundo.

Por outro lado, os produtos mais importados pelo Brasil são dos setores de cerais, farinhas e preparações, produtos florestais, produtos hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos, além de pescados, produtos oleaginosos (exclui soja) e frutas (inclui castanhas de nozes). Somados, esses setores são responsáveis por mais de 65% do valor importado em 2016 e os outros são

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Capítulo 5

Entre os principais parceiros de importação de produtos agrícolas, destacam-se Argentina, União Europeia e Estados Unidos, que somados respondem por 51,99% do valor de importação destes produtos em 2016. Outros importantes parceiros são China e países sul-americanos, como Chile, Uruguai e Paraguai.

Esses países e os anteriormente citados correspondem, somados, a mais de 80%

do valor das importações brasileiras. Percebe-se que os países com os quais o Brasil tem maior relação na exportação de seus produtos são também os que mais exportam produtos agrícolas para o Brasil, exceto pelos vizinhos da América do Sul. Ao analisar esses resultados pode-se concluir que:

1) As exportações de commodities agrícolas do Brasil são concentradas em cinco setores: complexo de soja, carnes, complexo sucroalcooleiro, produtos florestais e café.

2) Quando analisados os dez maiores setores exportadores, percebe-se que eles correspondem a mais de 93% do total das exportações agrícolas do Brasil.

3) Complexo de soja tem expandido sua participação no total das exportações agrícolas nos últimos anos, o que tornou o Brasil o maior exportador mundial de soja. Já o complexo sucroalcooleiro tem perdido importância.

4) Tem sido registrada queda nas exportações de produtos agrícolas a partir de 2014, em parte, devido à queda no preço internacional de diversos produtos, como açúcar e café, neste período.

Comércio Exterior – Países e Blocos Econômicos

A partir dos parceiros comerciais do Brasil na exportação de produtos agrícolas, pode-se entender quais são os principais mercados em que a produção brasileira está inserida e assim adotar estratégias para expansão de vendas nesses mercados. Da mesma forma, é possível identificar novos mercados que ainda não são destino da produção agrícola do país e, portanto, buscar novas oportunidades de negócios.

Uma grande quantidade de parceiros comerciais, ou seja, um maior número de países abertos a produtos brasileiros pode ajudar a diminuir a dependência de um só mercado. Desta forma, a venda de produtos agrícolas do Brasil pode ficar menos vulnerável à economia de um único país e, desta maneira, evitar problemas com queda de preços, uma vez que há substitutos para a produção.

A figura a seguir apresenta os maiores fluxos de exportações de produtos agrícolas brasileiros. De acordo com a legenda, linhas mais grossas significam

A partir dos parceiros comerciais do Brasil

na exportação de produtos agrícolas,

pode-se entender quais são os principais mercados

em que a produção brasileira está inserida e assim adotar estratégias para expansão de vendas nesses

mercados.

MERCADO NO AGRONEGÓCIO

maior fluxo de comércio em dólares e linhas mais finas menor fluxo. É perceptível que a China é o principal destino de produtos agrícolas brasileiros em 2015.

De fato, em 2015 o Brasil vendeu cerca de 20 bilhões de dólares em produtos agrícolas para a China. Outros parceiros importantes são países europeus ou a União Europeia como um todo e EUA. Também são importantes destinos de exportações agrícolas brasileiras países do Oriente Médio, Japão e Sudeste asiático.

Figura 19 – Destino das exportações de produtos agrícolas do Brasil em 2015

Fonte: Comtrade (2017).

Os dois gráficos a seguir apresentam os maiores destinos para as exportações de produtos agrícolas brasileiras. É calculada a participação relativa de cada país ou bloco no total das exportações agrícolas do Brasil em bilhões de dólares. O primeiro gráfico apresenta a participação dos maiores destinos de exportações brasileiras de produtos agrícolas no ano de 2010.

A União Europeia (28 países) é o maior mercado para os produtos agrícolas do Brasil em 2010, com 26,93% do total do valor das exportações em dólares, seguida de China, com 14,39%, Estados Unidos com 7,07%, Rússia como destino de 5,32% do total dos valores de exportação agrícola brasileira e em quinto Japão, com 3,10% de participação.

Esses cinco maiores parceiros comerciais correspondem a mais de 55%

do total das exportações brasileiras de produtos agrícolas em 2010. Isso indica uma significativa concentração, tendo como destino principal países ricos e industrializados, como os EUA, Japão e União Europeia ou em processo de rápido crescimento como a China.

131 Comércio Exterior

Capítulo 5

Outros parceiros importantes em 2010 foram Venezuela, Irã, Arábia Saudita e Hong Kong, que somados representaram cerca de 10% do total das exportações brasileiras de produtos agropecuários. Outros 175 países também foram destino de exportações de produtos agrícolas brasileiros em 2010, e em conjunto somaram 33,06% do total exportado.

Figura 20 – Destino das exportações de produtos agrícolas do Brasil em 2010, em porcentagem

Fonte: Mapa (2017).

A figura a seguir demonstra a mesma relação do apresentado anteriormente, porém para o ano de 2016. É possível notar que há significativa mudança entre os dois maiores parceiros comerciais do Brasil. Em 2016 a China é o maior mercado para produtos agrícolas brasileiros, com participação de 24,53% do total exportado. A União Europeia, que tradicionalmente é o maior destino dessas exportações do Brasil, passa a ocupar o segundo lugar, com 19,64% do total do valor de exportação.

Outros grandes destinos de exportação de produtos agrícolas do Brasil são:

Estados Unidos em terceiro, com 7,37%, Japão com participação de 2,87% e Irã em quinto, com 2,51%. Em 2010, os cinco maiores parceiros concentraram mais de 55%

do total das exportações de produtos agrícolas do Brasil. Entretanto, houve maior concentração nos dois maiores parceiros: enquanto em 2010 China e União Europeia eram destino de 41,32% do total das exportações de produtos agrícolas, em 2016 esse percentual saltou para 44,17%, com concentração ainda maior na China.

Arábia Saudita 3%

China 14%

Estados Unidos 7%

União Europeia 27%

Venezuela 3%

Outros 33%

Rússia 5%

Japão 3%

Hong Kong 2%

Irã 3%

MERCADO NO AGRONEGÓCIO

A Rússia era o quarto maior mercado para produtos agrícolas brasileiros em 2010, aparece agora em sétimo, isso pode ser explicado em grande parte pela crise econômica que o país enfrentou entre 2015 e 2016. Outros parceiros importantes são Arábia Saudita, Hong Kong e Coreia do Sul, que em conjunto com Rússia, somaram cerca de 10% do total das exportações do Brasil em 2016. Outros 181 países, contingente maior que em 2010, que também importaram do Brasil, somaram 33,31% do valor total das exportações de produtos agrícolas brasileiros.

Figura 21 – Destino das exportações de produtos agrícolas do Brasil em 2016, em porcentagem

Fonte: Adaptado de Agrostat (2017).

Como foi visto anteriormente, os três principais setores de exportação de produtos agrícolas no Brasil são complexo de soja, complexo sucroalcooleiro e carnes. Os três gráficos a seguir demonstram a participação relativa dos três maiores destinos das exportações destes setores, e dos demais países, para os anos de 2010, 2013 e 2016.

No primeiro gráfico é apresentada a participação nas exportações do complexo de soja. Os três maiores compradores do complexo de soja brasileiro, no período analisado são a China, União Europeia (28 países) e Tailândia. De 2010 a 2013 há considerável crescimento na participação chinesa nas exportações do complexo, saltando de cerca de 18% para 31%, com posterior queda em 2016,

Outros 33%

China 25%

União Europeia 20%(28)

Estados Unidos 7%

Coreia do Sul 2%

Arábia Saudita 3%

Hong Kong 2%

Rússia 2%

Japão 3%

3%Irã

133 Comércio Exterior

Capítulo 5

Gráfico 12 – Destino das exportações do complexo de soja, em porcentagem

Fonte: Adaptado em Agrostat (2017).

A União Europeia manteve participação estável entre 2010 e 2013, mas apresentou queda em 2016, quando comprou apenas 7% das exportações brasileiras do complexo de soja. Percebe-se que em 2013 havia maior concentração de compradores, sendo que China e União Europeia correspondiam por cerca de 44% das compras. Tailândia mantém sua participação em cerca de 2%. Apesar da queda na participação em 2013, os demais países voltam a adquirir aproximadamente 70% do valor das exportações do complexo de soja do Brasil em 2016.

Os três maiores importadores dos produtos do complexo sucroalcooleiro do Brasil são a China, Índia e Emirados Árabes Unidos, em conjunto, esses três países compraram pouco mais de 21% das exportações brasileiras do complexo sucroalcooleiro. Há uma pequena tendência à concentração a partir de 2013, sendo que os demais países adquirem cerca de 80% das exportações.

A maior pulverização desse complexo se deve à maior penetração em diferentes mercados como União Europeia, Estados Unidos, Oriente Médio, países do sul/sudeste asiático, como Indonésia, Bangladesh e Índia, assim como países africanos, como Nigéria e Egito.

80%

2010

China União Europeia (28) Tailândia Outros

2013 2016

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

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