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A segunda clínica lacaniana e o campo da saúde mental 12

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Academic year: 2021

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A segunda clínica lacaniana e o campo da saúde mental

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Palavras-chave: saúde mental, segunda clínica, sintoma, sinthoma

Ondina Maria Rodrigues Machado

Membro aderente da EBP, Mestre em Psicanálise IPUB/UFRJ e doutoranda em Teoria Psicanalítica IP/UFRJ.

Introdução:

Este trabalho pretende defender a tese de que a segunda clínica lacaniana possibilita que a psicanálise entre no campo da saúde mental com um aporte teórico condizente com as práticas psicossociais. Entendemos também que a partir desta clínica a psicanálise pode se beneficiar ao participar de práticas que não estão centradas na figura clássica do analista além de possibilitar a convivência com casos que muitas vezes não chegam ao consultório. Enfim, nos parece que esta interface é rica na produção de conhecimento em ambos os campos.

Para isso me propus a um trabalho de organização epistemológica das duas clínicas tentando extrair dos textos, conceitos, axiomas e paradigmas que sustentem a tese das duas clínicas assim como a sua aplicabilidade na saúde mental. Sigo os desenvolvimentos propostos por Jacques-Alain Miller e outros analistas ligados ao Campo Freudiano, reconhecendo que não há uma delimitação precisa entre uma clínica e outra e que esta leitura não conta com a unanimidade da comunidade psicanalítica.

No campo da saúde mental estarei me referindo à realidade brasileira atual no bojo da reforma psiquiátrica.

1- As bases conceituais da primeira clínica:

A noção de inconsciente para Lacan, na releitura de Freud, é marcada pelos

pressupostos estruturalistas. O axioma "o inconsciente é estruturado como uma

linguagem" (Lacan, 1964/1979, p.25) quer dizer que nele não há substancialidade, há

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combinatória, há uma rede de relações. Desta forma Lacan acompanha a tese de Saussure (1916/1973) quando este diz que "a língua é um sistema" (p.31) e que nela

"só existem diferenças" (p.139). Assim, o inconsciente tanto quanto a linguagem são formas sem substância, são redes de relações, combinatórias, que se dão entre oposições sem substância. Este axioma lacaniano retém também a tese de Jakobson de que a oposição de que se trata é binária, ou seja, ela se dá entre dois fonemas que compõem um par de opostos. É a partir deste binarismo que Lacan (1960/1998, p.833) vai dizer que o sujeito só pode aparecer como efeito de significação entre S1 e S2 e que um significante representa o sujeito para outro significante já que ele não pode significar a si mesmo. Podemos entender, então, que o sujeito não se esgota em um significante, mas que ele emerge das relações significantes produzidas dentro de uma cadeia significante. A cadeia é sincrônica no sentido da linguagem e diacrônica no sentido da fala. Entendendo a linguagem ao modo sausureano, temos que a língua é tomada como objeto, ou seja, em seu aspecto relacional e temporal. Ao tomarmos esta cadeia como fala é que vamos inserir na língua a dimensão do Outro, portanto, a dimensão intersubjetiva. Este aspecto intersubjetivo e dialógico da fala é atribuído por Miller (1998, p.69) à influência de Hegel na teoria lacaniana da linguagem.

A entrada do Outro como elemento articulador da fala, aquele a quem todo ato de fala se endereça, impõe que o sujeito se constitua sempre numa relação de exterioridade. O Outro, pensado desta forma, aparece em uma de suas vertentes: a de alteridade. Mas ele é também o tesouro dos significantes já que, neste momento do ensino de Lacan, o Outro é prévio ao sujeito e surge já imerso na linguagem através das denominações de gênero, raça, nome próprio e numa dada cultura.

No texto A Instância da Letra de 1957, Lacan vai introduzir a idéia de que a

fala tem uma função de escrita, isto é, de que ela pode ser lida, decifrada, que a partir

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da combinatória significante, produz sentido. Ao falar produzimos sentido e a função do analista seria a de interpretar este sentido produzido pelo inconsciente.

Tendo em vista que a língua é um sistema, que o sujeito se produz no ato da fala e que esta fala pode ser lida, temos, então, uma concepção do simbólico como elemento fundamental na estruturação subjetiva, tanto assim que o elemento diferenciador das estruturas clínicas será um significante: o Nome-do-Pai.

Na neurose o Nome-do-Pai é o significante que metaforiza o desejo da mãe. É a resposta do simbólico a uma falta no real, ou seja, diante da falta de um objeto que dê conta do desejo - que é do sujeito, mas vem do Outro -, comparece um significante que possibilita que esta falta se articule na linguagem; a isto chamamos de função fálica. É ela que possibilita que outros objetos - objetos 'a' - venham convergir para este lugar produzindo pequenas e fugazes satisfações. É a função fálica que nos faz falar e nos proporciona a ilusão do sentido, de sermos compreendidos e de compreendermos. É ela que nos possibilita que não tenhamos que ver o mundo a olhos nus, que possamos fantasiar.

A função paterna lacaniana está sedimentada no pai freudiano, sendo que este

último tem duas vertentes: o pai primitivo de Totem e Tabu e o pai do Édipo. Para

Freud não há diferença substancial entre um e outro: o pai do Totem trata da origem

do sujeito, o pai do Édipo é a inscrição desta origem no nascimento de cada sujeito. O

pai do Totem é aquele que marca uma exceção - gozava de todas as mulheres - e

impõe a todos os demais a impossibilidade do gozo absoluto. Com sua morte se

estabelecem as relações sociais: as relações de parentesco normatizando as relações

de troca. Nasce, assim, o sujeito da cultura. O pai do Édipo é aquele que interdita o

gozo incestuoso marcando um limite para o gozo. Desta forma, podemos entender

que o pai do Totem fala de um ponto de impossibilidade para todos, uma

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impossibilidade de estrutura, enquanto o pai do Édipo fala de uma interdição para cada um, uma impossibilidade para o sujeito; o primeiro estaria referido à estrutura da linguagem e o segundo ao sujeito. Entendendo a impossibilidade como castração temos que uma é de estrutura e outra, que está referida ao drama pessoal, é da ordem do mito e vai dar origem à fantasia (Coelho dos Santos, 2000). O simbólico tenta dar conta da castração através do conjunto dos significantes. No nível individual esta operação se concretiza pela metáfora paterna, ou seja, a substituição do desejo da mãe pelo significante do Nome-do-Pai. Desta operação metafórica surge o desejo do sujeito que, devido à origem, tem como base o desejo da mãe nomeado e sustentado pelo pai.

O Nome-do-Pai é um significante peculiar, ele não se articula na cadeia dos significantes, ele é único, mas tem como propriedade fazer com que os significantes que compõem o código se articulem de modo a produzir sentidos mais ou menos compartilhados. A ilusão de sentido é correlata da fantasia e produto da função fálica.

A partir desta concepção Lacan vai definir a psicose como um acidente no registro do simbólico que se configura como um déficit em relação à neurose.

Na psicose, portanto, há um déficit: o Nome-do-Pai foracluído do simbólico.

Desta maneira, o sujeito psicótico não tem na linguagem um recurso para dar conta

do desejo da mãe, ficando a mercê de ser objeto do gozo do Outro. Lembremos que

neste período do ensino de Lacan a significação se dá pela relação entre os

significantes, o sujeito se engendra na linguagem - o significante representa o sujeito

para outro significante. A foraclusão do Nome-do-Pai e a conseqüente não inscrição

do sujeito na ordem fálica produz um vazio de significação. Ele vai gerar os

fenômenos de código e os de mensagem evidenciando a falta de um significante que

represente o sujeito. Vai também provocar um curto no circuito pelo qual o desejo do

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sujeito é reconhecido no desejo do Outro. No caso da foraclusão o campo do Outro deixa de manter uma continuidade com o campo do sujeito para ser tomado como totalmente de fora, isto é, como voz. As alucinações e os delírios seriam diferentes maneiras de lidar com as conseqüências da foraclusão. As alucinações seriam tentativas de significação pelo imperativo do Outro e os delírios uma busca desenfreada de sentidos para o sem sentido que é o mundo quando não se conta com o anteparo da fantasia (Lacan, 1958/1998, p.543-547).

O déficit no simbólico acarreta uma invasão de gozo devido a não intermediação significante na relação do sujeito com o Outro. Esta relação toma o caráter de uma invasão, provocando uma profunda ameaça ao ser do sujeito. O sujeito psicótico é invadido por um gozo estranho a ele, que vem do Outro de forma direta, que incide sobre ele de forma aniquiladora.

A primazia do simbólico faz com que a ocorrência de um déficit produza conseqüências nos demais registros. A foraclusão do Nome-do-Pai produz no real o retorno daquilo que foi foracluído, daquilo que não foi escrito. Se não foi escrito uma primeira vez não retorna sob o modo do recalque, retorna pela reprodução da falta de inscrição o que gera no sujeito perplexidade. No imaginário, por sua vez, aparecem os fenômenos de estranheza corporal, do corpo como despedaçado, visto que o corpo unificado depende da constituição do eu a partir de um outro especular, de uma imagem completa que cria no eu a convicção de totalidade. Lacan pensa o estádio do espelho numa interseção do imaginário com o simbólico, onde as imagos aí constituídas funcionam como uma matriz simbólica de onde surgirá o je, sujeito do inconsciente.

A foraclusão do Nome-do-Pai provoca fugas de sentido, interrupções na

cadeia da linguagem, sentidos originais - neologismos - e invasão da fala do sujeito

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pela fala do Outro. Podemos observar estas manifestações nos fenômenos alucinatórios onde a voz do Outro se apresenta na forma imperativa, onde nenhum equívoco é possível. São vozes de comando ou de injúrias. Estas vozes, diferentemente da palavra, não têm a intenção de significação (Miller, 1997, p.12), senão vejamos: num delírio o que opera é a palavra, o sujeito vai compondo sentidos para dar conta daquilo que o deixou perplexo, mesmo que este sentido só possa ser entendido por ele; no fenômeno alucinatório quem opera é a voz, que é tomada como vinda de fora, a qual o sujeito está totalmente submetido, sem poder com ela produzir uma significação para si. No delírio temos uma articulação significante, geralmente original, mas que produz um discurso, que faz laço porque de alguma forma passou pelo Outro. As alucinações são as vozes do mundo que chegam diretamente ao sujeito sem nenhuma forma, mesmo que extravagante, de intermediação do Outro.

1.2- A primeira clínica:

Após este resumo dos conceitos que pontuam os primeiros escritos de Lacan vamos extrair deles as conseqüências para a prática clínica.

O tratamento da neurose vai tomar a direção da fantasia tendo como objetivo o seu atravessamento. Este se dá pela via da interpretação, ou seja, a interpretação vai incidir sobre o desejo recalcado. Sua matéria prima são os restos deixados pelas formações do inconsciente - sintomas, lapsos, chistes e sonhos. Neles os significantes estão organizados a partir de uma lógica visando produzir sentido. O trabalho analítico busca decifrar este sentido que sustenta a fantasia.

A transferência é entendida como relação intersubjetiva, onde o analisante

supõe no analista um saber sobre o seu próprio inconsciente. Esta suposição vai

permitir ao analista sustentar um lugar especial nesta relação - o lugar de Sujeito

Suposto Saber -, um lugar paradoxal, pois o sentido a ser apontado estará num

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terceiro lugar. Este Outro lugar não coincide nem com o lugar imaginário da relação intersubjetiva nem com o lugar simbólico de suposto saber. Este Outro lugar será justamente o inconsciente do analisando.

O tratamento da psicose resultante da teoria da foraclusão tem como direção construir uma suplência para a metáfora paterna. Desta forma, o analista vai trabalhar visando recolher o depoimento do analisando para com ele montar um texto que sirva ao sujeito como uma explicação possível sobre seu ser. Não se trata, aqui, de interpretação do recalcado, e sim de construir uma história que funcione como um Nome-do-Pai, ou seja, que sirva de alicerce para o 'eu sou'. Lacan (1995-56/1985) deu a esta função o nome de secretário do alienado (p.235), posição do analista na transferência com pacientes psicóticos. A lógica proposta por Lacan é simples: se não há metáfora paterna devemos secretariar o sujeito na construção de algo que tenha força de barrar o gozo avassalador do Outro. Esta construção ele denominou de metáfora delirante (Lacan, 1958/1998, p.584) e demonstrou, através do caso Schreber, que a estabilização da relação entre o significante e o significado promove a estabilização do quadro psicótico. Não é difícil entender que nos casos de neurose esta oscilação na unidade significante - o deslizamento significante - dê ao neurótico a prerrogativa da dúvida, enquanto para o psicótico esta falta de amarração seja geradora de uma angústia insuportável desencadeadora de surtos.

Tendo em vista esta direção do tratamento qual o lugar da transferência nos casos de psicose? Como já foi antecipado, Lacan cunhou o nome secretário do alienado para falar do lugar do analista no tratamento de psicóticos. Em um trabalho anterior (Machado, 2000) pude rastrear algumas versões na clínica para este termo.

Vou destacar aqui apenas duas destas versões já que as demais estariam mais bem

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situadas na segunda clínica. Assim, podemos considerar uma relação onde o analista se coloca no eixo a-a’ e outra onde o analista funcionaria como um Nome-do-Pai.

A primeira versão privilegia o eixo imaginário por supor a dificuldade do psicótico frente à relação com o Outro. Ela se fixa numa relação interpessoal onde o testemunho do sujeito psicótico é tomado de forma a favorecer uma reflexão histórica sobre sua relação com o Outro e com o significante, além de propiciar uma tomada de consciência da doença. Nela temos o inconveniente de impor uma certa imaginarização ao discurso do sujeito, conveniente em certos momentos de agudização, mas empobrecedora em outros para os quais não temos a menor previsão do rumo que o tratamento pode tomar. A análise, neste caso, teria a função de ser uma bengala imaginária que poderia até sustentar o sujeito, mas que se tornaria eternamente imprescindível. Por mais que se saiba que muitos psicóticos ficam em análise a vida toda, não podemos deixar de nos preocupar em operar a partir desta posição. A segunda versão, na qual o analista funciona como um Nome-do-Pai, tem como objetivo fazer frente ao gozo do Outro, barrar o Outro pelo esvaziamento de seu gozo. Isto se daria na medida em que um 'texto' - delírio - fosse sendo escrito pelo próprio sujeito com a ajuda do analista. Nesta posição o risco seria do analista ocupar o lugar do Outro, o que, em se tratando de psicose, quer dizer estar no lugar do perseguidor, daquele que goza do sujeito como objeto. Nesta versão o secretário teria como função tomar a fala do paciente e copidescá-la

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.

2- As bases conceituais da segunda clínica:

Como já ressaltado na introdução, não podemos delimitar um momento

preciso na obra de Lacan a partir do qual a segunda clínica passa a ser formulada,

podemos apenas reconhecer algumas modificações que os conceitos foram tendo ao

longo dos textos. Assim, para fins de organização de estudo, podemos utilizar o

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Seminário 20, Mais, ainda..., como um texto que marcaria esta virada conceitual Vamos examinar algumas das teses contidas nele para justificar a sua tomada como um marco conceitual da segunda clínica.

O ponto que queremos valorizar para nossa argumentação é a modificação na concepção da linguagem. Quando Lacan lança a tese da lalíngua no Seminário 20 ele está na verdade invertendo o lugar que a língua tinha em suas formulações anteriores quando era entendida como uma estrutura primária, originária. Deste seminário podemos deduzir que quem é originária é lalíngua na medida em que ela é a fala antes de seu ordenamento gramatical e lexicográfico.

Lalíngua é plástica, não é uma estrutura. Ela é formada por uma espécie de depósito daquilo que fica à margem do código e que é reutilizado pelo ser falante de forma original. A lalíngua visa o gozo e não o sentido, pois o que a move é a pulsão.

A pulsão estava inserida, no início do ensino de Lacan, numa rede onde o querer dizer, a promoção da significação, impunha-lhe sempre a referência ao Outro. Isto pode ser verificado no grafo do desejo quando a pulsão, ao passar pelo campo do Outro, toma dele um significante para dar nome ao objeto de satisfação. Já sob o ponto de vista de lalíngua, a fala - que Miller retoma o termo 'apparola' para fazer diferença com a fala da primeira clínica - não é dialógica, não se endereça ao Outro, não supõe sequer um Outro com quem tente dialogar. A "apparola é um monólogo"

(Miller, 1998, p.72), uma fala que visa um gozo autista e não a comunicação como forma de satisfação.

Paralelamente e, a nosso ver, convergentemente, também é neste seminário

que Lacan propõe o axioma 'a relação sexual não existe' para apontar a defasagem

entre o gozo esperado e o gozo obtido. O gozo esperado é o gozo total, absoluto; o

gozo obtido é o gozo fálico, o melhor de gozo que podemos alcançar. A defasagem

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entre eles depende diretamente da consistência que se dê ao Outro. O gozo absoluto é o gozo do Outro e este depende que o Outro seja consistente. Em síntese podemos dizer que o Outro consistente é aquele não barrado, aquele que goza de suas vítimas, ao modo do Deus gozador de Schreber que quer fazer dele sua mulher. A barra da castração pressupõe uma perda de gozo - o gozo que pode ser obtido não é absoluto, é fálico, e diante deste inexorável, o obsessivo o toma como impossível e o histérico como insatisfatório.

Trabalhando com as duas teses - lalíngua e a relação sexual não existe - podemos entender que se lalíngua não supõe o Outro, se nela o que se visa é um gozo autista estabelece-se uma disjunção entre o gozo e o Outro.

Torna-se necessário, então, entender que este gozo de que se trata em lalíngua não é o gozo do Outro, é o gozo do Um. Para este gozo - o gozo do Um – Miller (1999, p.103) propõe quatro declinações: 1 - que é o corpo próprio que goza não importa o meio, 2 - que há um gozo fálico no corpo próprio, no gozo do Um, que segue o modelo do gozo masturbatório, ou seja, um gozo que se estabelece sem a concorrência do Outro, 3 - que há gozo da palavra, do blábláblá, onde a palavra não visa à comunicação, nem a compreensão, nem o reconhecimento; a palavra é apenas uma modalidade de gozo específica do corpo falante, 4 - o gozo do Um, o gozo solitário, é um gozo sublimatório, ou seja, se o corpo falante é deixado só ele sublima o tempo todo.

Se a idéia de estrutura, tal como apresentada no primeiro ensino, teve seu

império limitado podemos deduzir que dois dos axiomas lacanianos mais importantes

tenham que ser repensados. Como sustentar a tese do inconsciente estruturado como

linguagem se a idéia de linguagem foi subvertida pela de lalíngua onde não cabe a

definição de estrutura? Na segunda clínica não cabe a idéia de um Outro prévio ao

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sujeito, justamente o que sustenta a tese estruturalista. Nela não há nenhum a priori, tudo é contingência: a língua se faz no uso próprio de cada ser falante.

Da mesma forma, como sustentar a lei do significante se ele não comporta mais como estrutura básica a ligação intrínseca entre S1-S2, ou seja, que o significante necessariamente representa o sujeito para outro significante? A formulação do Seminário 20 é que "o significante é signo de um sujeito" (p.195), portanto, S1 é entendido como l'essaim (homofônico a S1), um enxame de S1. O S2 não estará necessariamente ligado ao S1 em função de sua posição na cadeia, ele será composto também de um enxame de S1. Mais do que uma articulação, o que opera entre S1 e S2 é uma conexão, que se dará ou não; ela não é determinada nem determinante de uma cadeia, ela é contingente.

Tomando os elementos já apresentados podemos compreender a tese da pluralização do Nome-do-Pai - para cada um, há algo que faz a função Nome-do-Pai.

Se isto é verdade também é verdade que para todos há algo de foracluído na

particularidade de cada sujeito. Nem o Édipo como operador estrutural universal para

a neurose escapa a esta concepção. As estruturas clínicas não se definem mais pela

presença ou ausência do significante Nome-do-Pai, produto da metáfora paterna ao

final do Édipo. Elas são tomadas como gradações entre a doença da mentalidade e

doença do Outro (Henry et al.,1998, p.201) nas quais o que importa é com quem o

sujeito faz parceria e sob que modalidade se estabelece seu gozo. Isto não quer dizer

que não possamos reconhecer a neurose clássica, referida ao Édipo, assim como a

psicose clássica, definida pela foraclusão. Isto quer dizer apenas que a incidência

destes quadros clássicos está dentro de um contexto cultural muito preciso e que sua

ocorrência no mundo contemporâneo é cada vez menor, sendo cada vez mais

freqüente o surgimento na clínica de estruturações subjetivas nas quais formas de

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Nome-do-Pai

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, as mais variadas, não nos permitem manter os mesmos critérios de classificação. Esta argumentação pode ser verificada no Seminário RSI aonde Lacan vai se referir ao Nome-do-Pai no real, no simbólico e no imaginário, retirando do simbólico o privilégio de comportar o Nome-do-Pai e ser por ele estruturado. Nos parece que, neste seminário Lacan vai utilizar o termo Nome-do-Pai no seu aspecto funcional, ou seja, como elemento que cria um enlaçamento do sujeito com o mundo.

Seria por este aspecto, e não como significante, que o Nome-do-Pai equivale ao sintoma - como uma forma particular de cada sujeito estabelecer para si uma maneira de estar no mundo, um modo de gozo, uma suplência à falta de objeto e de complementaridade entre os sexos.

2.2- A segunda clínica:

Do mesmo modo como fizemos na primeira clínica, vamos extrair dos conceitos que fundamentam a segunda clínica as conseqüências de uma prática afinada com ela.

Não podemos mais contar com uma delimitação precisa entre as estruturas

clínicas a partir dos mecanismos psíquicos. Não se trata mais de definir a estrutura em

questão, mesmo que isso, em alguns casos seja possível. Trata-se mais de saber como

cada sujeito dá conta daquilo que para ele ficou foracluído, qual a solução

estabilizadora encontrada e o modo de gozo proveniente dela. Esta maneira de

apreensão está mais ligada à modalidade do ser daquele sujeito do que a um modo de

ser mais universal. Esta concepção é conexa à nova formulação sobre a teoria dos três

registros, pois não se tem mais a primazia do simbólico sobre os demais registros e as

soluções encontradas são consideradas de igual modo, sejam elas advindas de um

recurso simbólico, imaginário ou real (Lacan, 1975, aula de 13 de maio). A paridade

entre os registros vai valorizar o sintoma como equivalente ao recurso do Nome-do-

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Pai da primeira clínica (Lacan, 1975, aula de 15 de abril), ou seja, o que interessa é a maneira como o sujeito constitui uma realidade para si mesmo. Esta realidade pode ser constituída por um significante ou por um grampo, importando apenas este trabalho de atar, não tanto o elemento que amarra, mas principalmente o sistema de atar.

Conseqüente com esta concepção vai estar também a operatividade clínica. A transferência e a interpretação ganham nuances novas.

A interpretação não terá mais como única base a busca de significação implicada em todo ato de fala. Tomando o conceito de lalíngua podemos entender que a clínica borromeana não circunscreve o trabalho analítico unicamente à busca de significação. O ato interpretativo deve levar em conta que há gozo no sentido (homofonia entre jouissance e joui-sens) e que este é seu limite. Esta concepção nos obriga a dirigir nossas interpretações para além do sentido e a credenciar como analíticas intervenções para além do campo da significação. Assim, a clínica dos nós nos orienta a buscar menos sentido e mais responsabilização do sujeito por seu modo de gozo, mais construção e menos decifração, mais atamentos e menos busca da lógica significante. A interpretação não tenta decifrar os meandros do gozo e sim cifrá-lo numa outra dinâmica distributiva. Trata-se de um manejo da interpretação onde o sentido é esvaziado para não proliferar incessantemente, onde o gozo ao invés de nomeado é cifrado numa letra. Este modo de operar na clínica é tributário de uma nova concepção para o final de análise onde o atravessamento da fantasia vai dar lugar ao 'como fazer com o seu sintoma'.

A transferência é pensada não mais exclusivamente como suposição de saber,

mesmo que ainda encontremos na clínica neuróticos que estabeleçam este modo de

transferência. Dentro da segunda concepção lacaniana a transferência precisa sofrer

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algumas modificações, principalmente diante dos casos em que formas de amarração muito particulares sustentam o sujeito. Não se trataria mais nem de suposição de saber nem de secretariado, quando muito uma extensão da função de secretário do alienado. A transferência é tomada muito mais sob a forma de uma destinação do discurso

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, isto quer dizer que o laço transferencial mínimo é que o analisante tome o analista como destinatário de sua fala, não necessariamente de seu amor. O amor de transferência é um produto direto do Édipo como operador estrutural, desta forma, se estivermos lidando com uma estruturação psíquica que não se utilizou dele não poderemos contar com seu fruto.

3- A segunda clínica e o campo da saúde mental:

Com o terreno conceitual sedimentado posso agora defender minha tese de que é no contexto da segunda clínica que a psicanálise se torna mais conseqüente nos dispositivos de saúde mental. Isto não quer dizer que as investidas de psicanalistas neste campo, sem os aportes teóricos dos últimos ensinamentos lacanianos, não tenham sua importância, mas tentarei mostrar como ambos - psicanálise e saúde mental - se beneficiam mutuamente com as modificações conceituais empreendidas.

Primeiro precisamos esclarecer que o campo da saúde mental tem características que fazem dele uma zona extensa e problemática: ele é público e institucional. Disto decorrem questões relativas à seleção de casos para atendimento nos diferentes dispositivos e ao manejo dos casos pelas equipes multidisciplinares.

Entendemos que, já nestas questões, a psicanálise de orientação lacaniana e, especialmente a distinguidora de uma segunda clínica, possa contribuir na fundamentação teórica de possíveis respostas.

Vamos iniciar nossa discussão com as duas características da saúde mental

aqui apontadas. O fato de ela ser pública faz com que todos tenham direito de acesso

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ao atendimento independente do que tipo de demanda formulada. Se por um lado isto traz problemas na medida em que não podemos acolher apenas os que demandam uma escuta analítica, por outro lado nos faz entrar numa comunidade maior de demandas onde a própria escuta analítica é confrontada e desafiada a ocupar seu lugar sem se isolar. O fato de ela ser institucionalizada, e aqui estamos considerando desde os hospitais de internação, os hospitais-dia, as instituições de passagem, os CAPS e as residências terapêuticas, faz com a psicanálise tenha que conviver com outras formas de saber e tenha que dar conta de seu discurso dentro de uma instituição. Zenoni (1998, p.16) problematiza muito bem esta questão ao distinguir a psicanálise na instituição da instituição na psicanálise. Segundo o autor não se trata de saber que psicanálise praticar na instituição e sim que instituição praticar na psicanálise. Sua argumentação segue mostrando que o que importa é a motivação clínica na existência de uma instituição, isto é determinante para que a intervenção institucional se dê em momentos precisos, em momentos onde uma resposta institucional é a única possível para aquele caso. Se a motivação for clínica não haverá conflito entre a prática institucional e a prática analítica.

Esta linha de argumentação tem por base uma modificação que foi se operando na própria política da psicanálise. Se antes a psicanálise ocupava a mídia para de sua posição de suposto saber veicular 'ensinamentos', hoje ela se coloca ao lado dos demais saberes diante da complexidade da vida contemporânea. Sua contribuição se dá pela inclusão da particularidade do desejo no debate democrático, e aí, mais do que nunca, vemos a importância da concorrência do discurso analítico nas práticas sociais, inclusive institucionais (Laurent, 1999).

O uso da última teoria dos três registros possibilita que, independente do

diagnóstico, se possa trabalhar com casos graves sem precisarmos fazer uma 'escolha

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de Sofia', isto é, sem a necessidade que uma alcunha médica dê passe livre para os dispositivos. Explico-me: uma das questões para a admissão ou não de um paciente em um dispositivo psicossocial mantido pelo poder público, portanto alvo de demandas de massa, era a gravidade do caso em função do diagnóstico psiquiátrico.

Tendia-se a receber somente pacientes psicóticos enquanto as neuroses graves eram encaminhadas para atendimento ambulatorial tradicional - medicação e/ou psicoterapia. Na perspectiva de uma apreensão do sujeito na sua particularidade de gozo, muitos casos que, classicamente, não são considerados psicose, têm sido acolhidos e têm podido se beneficiar destes dispositivos pela simples razão de se poder verificar que algo desse gozo precisa de uma instituição, de uma equipe multidisciplinar e de um espaço de convivência para responder de forma menos atentatória contra o sujeito. Da mesma forma, casos classicamente considerados SPT (sem possibilidades terapêuticas), geralmente de sujeitos que não fazem, aparentemente, laço com nada, podem ser acolhidos a partir da perspectiva de que todo gozo é autista e que só num certo forçamento o aparelho de atar opera.

O fato de poderem ser reconhecidas e incentivadas diferentes formas de atar, não só aquelas regidas pelo simbólico, comprova a vocação anti-segregacionista da segunda clínica. Além disso, ao reconhecer e positivar as soluções subjetivas ela desmistifica tanto a gravidade presumida das psicoses quanto a desresponsabilização estatal com as neuroses.

A segunda clínica nos permite trabalhar dentro do critério da inclusão,

proposto na base das práticas em saúde mental, sem perder de vista o modo próprio

de cada sujeito querer e poder fazê-lo. Ao invés de trabalhar dentro de um critério de

presença ou ausência do Nome-do-Pai e com isso considerar a psicose como um

déficit do simbólico, a segunda clínica se propõe a considerar a modo original que foi

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possível a cada sujeito dar conta de uma falta que é fundamental a todo ser falante.

Com efeito, isto repercute na consideração sobre a inclusão ou não de um sujeito e, principalmente, sobre o modo como ele se inclui.

Neste ponto podemos entrar na discussão sobre o trabalho do psicanalista

dentro das equipes multidisciplinares, ou melhor dizendo, da incursão do discurso

analítico nas equipes multidisciplinares. Isto tem duas dimensões: primeiro temos a

convivência com diferentes saberes; segundo temos a questão da transferência. Sobre

a convivência, é bom notar que a maior afluência de psicanalistas no campo da saúde

mental, com trabalhos dentro dos dispositivos psicossociais, nos trouxe uma riqueza

de experiências que, particularmente, penso que ainda não pode ser devidamente

avaliada, pois os reflexos desta convivência ainda não se mostraram em toda a sua

exuberância. Calculo que mais algum tempo será preciso para que se avalie o quanto

a psicanálise está sendo influenciada por práticas oriundas do campo da saúde mental

e o quê do discurso psicanalítico está se infiltrando nas práticas psicossociais. De

qualquer forma, algumas questões podem ser levantadas e mais uma vez vou me valer

das contribuições de Zenoni (1998, p.20-25). Sua proposta é que os trabalhadores da

saúde mental devam ser alunos da clínica, que o único mestre a comparecer no trato

com pacientes psicóticos seja o próprio psicótico e que os técnicos saibam disso tirar

proveito. Sua argumentação pega o viés da transferência de trabalho para situar que o

trabalho com a psicose é de pesquisa, estudo e questionamento, que os saberes

prévios dos integrantes da equipe devem ser deixados em ponto de espera em

proveito de uma comunidade de trabalho. Isto não só dissipa efeitos imaginários com

relação à mestria de um saber sobre outro como também possibilita que diferentes

experiências concorram para a discussão de um caso em particular, fazendo com que

o saber advindo deste caso retorne para a própria equipe. Esta posição da equipe é

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consoante com o próprio trabalho com o paciente psicótico na medida em que ele é um sujeito que sabe, um sujeito de certeza. Zenoni(1998, p.20) propõe uma dispersão da suposição de saber entre os membros da equipe como uma estratégia de acesso ao paciente, uma boa maneira de saber não saber para poder acolher o excesso de saber que comporta a posição subjetiva que se pretende cuidar - a psicose. A iniciativa de saber deve vir por parte do sujeito para que o analista, ou qualquer outro membro da equipe, não seja tomado sob a forma persecutória ou erotomaníaca. Deste modo o discurso analítico não estaria centrado no analista, ele percorreria a equipe imprimindo-lhe a marca de seu estilo. Esta estratégia nos parece também uma posição ética em relação a própria psicanálise na medida em que faz operar o desejo do analista como contraponto ao querer do Outro.

O esvaziamento de saber é coerente com os desenvolvimentos da segunda clínica onde o analista se empresta como destinatário das produções do analisante e o acompanha neste trabalho de construção de um sintoma, ou seja, de algo que faça laço social.

É a partir desta posição na transferência que o analista poderá operar fora do

registro da interpretação clássica, porque os sintomas construídos no trabalho

analítico não serão feitos só com elementos semânticos. Se o trabalho é de construção

podemos entender que sua ocorrência possa se dar até mesmo no âmbito coletivo de

uma oficina terapêutica, da participação em eventos ou mesmo nas tarefas da vida

cotidiana, ou seja, em práticas sociais quaisquer onde a letra possa operar pelo

esvaziamento de seu sentido. Estaríamos assim privilegiando a rotina e a invenção,

termos que Miller (1999, p. 101-102) usa para se referir a dois grandes registros

susceptíveis de fazer suplência, na prática social, as disjunções entre significante e

significado, gozo e Outro e a não relação sexual. A rotina sendo um conjunto de

(19)

experiências que valorizam a tradição e a herança e a invenção como a criação de um sentido ou um nome para o sujeito. Estes dois elementos servem de base para as práticas sociais e ao mesmo tempo funcionam como operadores de conexão, aqueles que podem fazer o sistema de atar operar, possibilitando ao sujeito um modo de ser no mundo.

O campo da saúde mental foi, e ainda é, alvo de críticas pelo fato de se

constituir como uma prática clínica que carece de uma teoria de sustentação. Os

militantes da saúde mental não se envergonham deste fato e muitos deles advogam

que este trabalho está mais ligado a uma prática social do que propriamente a uma

prática clínica. Sem entrar no mérito desta discussão, nem tão pouco tentar amenizar

conflitos, gostaria apenas de poder contribuir, a partir do campo psicanalítico, para a

compreensão do trabalho que o psicanalista pode fazer dentro dos dispositivos

psicossociais, entendendo que a segunda clínica lacaniana nos possibilita uma

orientação rica e conseqüente para nosso trabalho institucional. Da mesma forma,

entendo que as práticas psicossociais favorecem ao enriquecimento das discussões

psicanalíticas sobre questões como a acessibilidade da psicanálise a pacientes graves,

as novas roupagens sintomáticas e, principalmente, a inserção da psicanálise na polis

de uma forma responsável e conseqüente, podendo contribuir mais amplamente para

o estabelecimento de políticas públicas que visem o atendimento destes pacientes,

colocando, assim, em prática a função, tão bem cunhada por Éric Laurent (1999), de

analista cidadão.

(20)

Referências:

Coelho dos Santos, T. (2000) Seminário Da Ética à Política, anotações de aula.

Coelho dos Santos, T. (2001) Quem precisa de análise hoje? Rio de Janeiro:

Bertrand Brasil.

Henry, F., Jolibois, M., Miller, J-A.(1998) Os casos raros, inclassificáveis, da clínica psicanalítica: a conversação de Arcachon. São Paulo: Biblioteca Freudiana.

Lacan, J. (1949) O estádio do espelho como formador da função do eu, tal como nos é revelada na experiência psicanalítica. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

Lacan, J. (1955-56) O Seminário, livro 3: as psicoses. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.

Lacan, J. (1958) De uma questão preliminar a todo tratamento possível da psicose. Escritos. Rio de Janeiro, 1998.

Lacan, J (1960) Subversão do sujeito e dialética do desejo no inconsciente freudiano. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

Lacan, J. (1964) O Seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1979.

Lacan, J. (1972-73) O Seminário, livro 20: mais, ainda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.

Lacan, J (1975) R.S.I.. Mimeo.

Laurent, E. (1999) O analista cidadão. In: Curinga/ Escola Brasileira de Psicanálise - Minas Gerais, n.13, set.1999.

Machado, O. (2000) Caso W. Trabalho apresentado na Conversação Clínica da

Escola Brasileira de Psicanálise - Seção Rio. Rio de Janeiro, RJ.

(21)

Miller, J-A. (1997) Jacques Lacan y la voz. Freudiana, Catalunya, Espanha:

Escuela Europea de Psicanálisis/ Ediciones Paidós, n. 21.

Miller, J-A (1998) O monólogo da apparola. Opção Lacaniana Revista Brasileira Internacional de Psicanálise, n. 23, dezembro, 1998.

Miller, J-A.(1999) Os seis paradigmas do gozo. Opção Lacaniana Revista Brasileira Internacional de Psicanálise, v.26/27, abril, 2000.

Saussure, F. (1916) Curso de Lingüistica Geral. São Paulo: Cultrix, 1973.

Zenoni, A. (1998) Psicanálise e instituição: a segunda clínica de Lacan.

Abrecampos, Revista de Saúde mental do Instituto Raul Soares, ano 1, n. 0, 2000.

(22)

2

Texto originalmente publicado em Tempo Psicanalítico, v. 35, 2003. Rio de Janeiro: Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle.

3

De Copy desk - fazer a redação final de um texto, corrigir, aperfeiçoar, adequar às normas gramaticais e/ ou editoriais.

Num certo sentido, limitar o gozo, promover um ponto de basta na proliferação significante.

4

Aqui Nome-do-Pai está sendo usado como equivalente ao sintoma, como o quarto nó que amarra os três registros. Cf.

Henry F. et all (1998), p.106.

5

Cf. a fala de Éric Laurent in: Henry F. et all (1998), p.125.

Referências

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