João S. Furtado
ICB-USP, S. Paulo &TECHINOV A
Inovações Técnico-Científicas SC Ltda.
04318 São Paulo, SP
Dependendo do conceito em pregado, não haverá, necessariam ente,
equi-valênciaentre o que se convenciona cham ar de "publicação acadêm ica" e o
"artigo técnico-científico".
A "prim eira" poderá significar a publicação editada sob a
responsabi-lidadede um a instituição de ensino; o "segundo", o corpo de inform ações
versandosobre técnica e ciência.
Há casos, naturalm ente, do interIocutor que utiliza o conceito
generali-zado de que tudo o que se refere à
KJIHGFEDCBA
a c a d e m ia está, autom aticam ente, sob a condição de c iê n c ia , no sentido restrito, ou de - c iê n c ia e te c n o lo g ia , no sen-tidoam plo.o
term o a c a d ê m ic o tom a-se, portanto, am bíguo. A m enos queosignl-ficadodeixe m ais explicitado, se no sentido institucional, jurídico, que
iden-tificaa unidade universitária de ensino e pesquisa; se caracteriza,
generica-m enteo corpo de professores e investigadores - a - a c a d e m ia ~ ; ou se adjetiva
?
subsistem a social devotado à "geração do saber com o bem cultural", notoIIlClnídaa ciência m as não - obviam ente - a tecnologia (um a vez que -esta
contémelem entos de natureza particular, de valor econôm ico e político).
de ••
?
im portante reconhecer que vários textos - publicad?s com a intenção. cIentíficos" - não contém inform ações sobre ciência. E Q que ocorre em
artigos- de conteúdo inquestionável - porém dedicados a n o ta s té c n ic a s ,
C O ta lo g a ç õ e s , lis ta g e n s , e s tu d o s d e c a s o s , le va n ta m e n to s .
~or isso prefere-se a delim itação dos term os: "a publicação
técnico-~a", definida pelo conteúdo, e a "organização editora", responsável,
olilalm ente, pela produção e distribuição.
iilJl'
Portanto, o term o
KJIHGFEDCBA
a c a d ê m ic o - com o organização jurídica ou cosinônim o de s a b e r e c u ltu r a - será evitado, por ser am bíguo.
a
cOnc~. d d di " id d ello
a c a d ê m ic o - quan o usa o - Ira respeito a com um a e que com põe a
d e m ia , isto é, os "scholars" envolvidos em c iê n c ia e te c n o lo g ia , de ac~C:'
com os conceitos definidos m ais à frente. r o
I Conceitos
Técnica refere-se à arte, ofício, indústria ou com petência - do ponto de
vis-ta do dom ínio sobre os recursos m ateriais - para se por em prática um a idéia'
um a experiência já adquirida, um dom ou habilidade; um artifício ou um
en:
genho, perm eando todas as descobertas e invenções hum anas. Lida-se Com
bens e serviços; com m étodos e m eios de produção; com sistem as físicose
sociais.
Ciência é um sistem a de conhecim entos acerca do hom em e do
univer-so que o circunda. Relaciona-se com o saber, com o bem cultural. Ocupa-se
com a natureza das coisas; m odelos e padrões; com os fatos correlacionados
aos padrões, sem distanciar-se da observação em pírica.
Ciência e técnica geram , em com um , distintos níveis de
infonnação-entendida com o juizo ou ju lg a m e n to valorativo, form ulado a partir de um ou
de m ais de um dado, após o devido tratam ento, análise e interpretação.
A publicação - com o veículo físico do corpo de inform ações -
consti-tui a ligação entre a c o n c e p ç ã o d e tié ia s , a g e r a ç ã o d e p r o je to s , s u a e xe -c u ç ã o e a c o d ific a ç ã o ve r b a l d o s r e s u lta d o s .
2 Oautor
o
c ie n tis ta é o que concebe, elabora e divulga - regularm ente - artigOS científicos.A definição poderá parecer sim ples dem ais e dissim uladora dem ai~.É
. I' , I - ., tífi os
pubhca-preciso ana isar, porem , a corre açao entre ter os artigos cien \ rc
dos, regularm ente, para ser um cientista.
li-a
texto científico deve conter inform ação prim ária (0f:Íginal, ~ tiicada pela prim eira vez, pelo próprio autor), redigida de m aneíraê pe
"pe-que os pares da com unidade possam avaliar as observações, repetir
OS;olo-rim entos e jnlgar os processos m entais ou intelectuais utilizados (m et
386
. 989
R.Bibliotecon. Brasília, 17(2):385 _395,Jul J D e z.1
. científica). Terá que ser divulgado de m aneira am pla e irrestrita a todos
gta;T1teressadose versando, necessariam ente, sobre ciência.
OS •••
Conceitualm ente, aquele que faz investigações científicas, m as não
"põe os resultados de suas observações à validação (e críticas) dos pares,
eão preenche as condições de cientista Em outros term os: não será ciência
:nquanto não tiver sido publicada, para ser submetida à avaliação!
A publicação técnica veicula inform ação secundária, sobre o em
pre-go das artes, com o objetivo explícito e aplicável - do ponto de vista prático _ a diversos setores e segm entos sócio-econôm icos.
É im portante considerar que a técnica não depende, exclusivam ente, da
ciência; que os conhecim entos em píricos servem para a a geração de
tecno-logias; m as que o em prego do saber científico perm ite a geração de bens e
serviços m ais estáveis e com m aiores índices de segurança, para a produção
industrial.
Ao contrário do cientista, o técnico não tem a obrigação de publicar,
regularm ente: o conhecim ento técnico não está sujeito à obrigatória
ava-liação aberta, pelos pares.
3 O editor. pessoa física
Sob a aparente sim plicidade da função técnico-adm inistrativa para a
pro-dução (editorial) da publicação técnico-científica, há inúm eras influências
pouco aparentes que preocupam , perm anentem ente, o editor.
Épreciso acom panhar a política nacional de ciência e tecnologia;
~s m odism os criados pela própria instituição científica; as pressões
(nega-tivas e posi(nega-tivas) exercidas pelas instituições e em presas às quais os autores
pertencem ; e os problem as e dificuldades econôm icas aos quais as
publi-cações estão sujeitas.
No dia-a-dia, o editor ocupa-se de tem as com o:
• o que publicar?
• que publicar m ais: ciência ou técnica?
• com o privilegiar, discrim inativam ente, o novo?
• com o estim ular a diversidade científica, educacional e prática?
• com o fortalecer os filtros de qualidade em segm entos
técnico-científicos insipientes?
• com o m elhorar o fluxo de com unicação entre o autor e o leitor, Para
a m elhor percepção da inform ação?
• com o atingir áreas ou segm entos transcientíficos?
Daí a im portância da política editorial explicitada a todos os interes.
sados, de m aneira a caracterizar:
• cobertura de assuntos
• tipos de artigos
• critérios de aceitação e recusa de artigos subm etidos
• processos gráficos, estéticos e de distribuição.
4 O revisor
É o elem ento chave, no processo da decisão sobre a aceitação ou recusa de
artigos subm etidos para publicação. Éo reflexo da com petência existente e
dos "filtros de qualidade", na própria com unidade.
O revisor deve preocupar-se com aspectos substanciais de:
• originalidade
• relevância e pertinência
• m etodologia e elaboração do plano experim ental
• relações entre as conclusões e as evidências
• organização do trabalho
• volum e e qualidade dos dados subsidiários
• form a, sintaxe, lucidez, estilo
• extensão do texto e profundidade das inform ações
• adequação do conteúdo do artigo à revista
5 A ética
A publicação técnico-científica não deve estar sujeita a regras de proprieda·
de pessoal, nem a desm andos da instituição publicadora.
As regras devem ser claras, abertas e explícitas:
• respeito ao autor
• prevenção da "pirataria intelectual"
• educação no tratam ento e respeito m útuo
• solução de divergências
• respeito a prazos, por todos os envolvidos: editor, revisor, autor
388 R. Bibliotecon.BrasIlia.17(2):385- 395.JuldDez. 19
89
A autonom ia técnico-científica e adm inistrativa
• liberdade institucional para im pedir com prom etim entos ideológicos
externOS, que afetem o conteúdo
• ausência de atrelam ento adm inistrativo, a organism os públicos ou
privados, que resultem em atitudes tendenciosas de qualquer espécie
OU em com prom etim entos provocados pelas condições de
instabili-dade e transitorieinstabili-dade reinantes em órgãos governam entais
• prevalência de critérios dem ocráticos e de com petência, para a
defi-nição, delegação ou indicação de editor ou de dirigentes de
publi-cações técnico-científicas ... sem quaisquer com prom issos com
pri-vilégios de representação de indivíduos ou de grupos e m uito m enos
de posições hierárquicas de carreiras em pregatícias
• existência de Conselho pata a política editorial, livre do dom ínio e
m ando de estruturas adm inistrativas e políticas nocivas ao papel da
publica<;ão técnico-científica
• liberdade e autonom ia total do editor para a seleção do corpo de
re-visores técnico-científicos, com obediência a critérios de excelência
e com petência
Neste caso, as publicações m antidas por sociedades científicas e
tec-nológicas têm levado nítida vantagem sobre aquelas editadas sob a
responsa-bilidade de órgãos governam entais - sejam estes universidades ou centros de
pesquisae desenvolvim ento.
Os entraves burocráticos são m uito fortes e, freqüentem ente, inibem ou
im pedemque a publicação seja m antida com periodicidade.
Em inúm eras ocasiões, não há abertura para contribuições por autores
de "fora de casa". São raros os casos de existência de corpo de revisores
ex-ternos. Não causa surpresa saber que as direções (hierárquicas) dos órgãos
oficiais escolhem , a seu critério, o editor e os dem ais m em bros responsáveis
pelosdestinos das publicações.
. . Não seria m enos surpreendente saber que a publicação atende -
indis-~adam ente _ a produção da instituição, sem m aiores exigências quanto
f~nna, conteúdo, política editorial, valores internacionais e da com unidade
RacIonal,com o um fator social próprio.
As Chefes, Diretores, Secretários, M inistros, Presidentes de órgãos e seus
eo& essoresestão em condições para sentenciar as publicações, expondo
-111m uita crueza _ a fragilidade do sistem a vivido por inúm eras revistas.
l.Dibr
IOtecon.Brasília,17(2):385-395,JuI.IDez.1989
6 Revista técnico-cientffica sugestão de perfil
a. AUTONOM IA TÉCNICO-CIENTÍFICA E ADM INIS1RATIVA
Já com entada, nos parágrafos anteriores.
b. POLfTICA EDITORIAL
Elevado com portam ento ético e m oral, de parte de todas as pessoas en.
volvidas com os textos subm etidos para a publicação, especialm ente o editor
e os revisores.
Adm inistração voltada para sustentação da política geral da revista
principalm ente a destinada a
KJIHGFEDCBA
in te r n a c io n a liza r o conteúdo dos artigos, co~form a de contribuir para o aprim oram ento da ciência e tecnologia nacionais.
Processos im parciais para escolha de revisores e tom adas de decisões,
im pessoais, rãpidos, explícitos e sem pre sujeitos à validação pelos pares
m ais capacitados.
Com portam entos construtivos.e educativos, com o m áxim o de respeito
a autores, leitores e m antenedores.
Respeito a padrões docum entalistas nacionais e internacionais m ínim os,
para perm itir a indexação e dem ais registros docum entários no país e no
ex-terior.
c. COM PETÊNCIA PROFISSIONAL
Dirigentes, adm inistradores e todos os dem ais elem entos envolvidos na
gestão de originais e dos assuntos referentes à publicação, treinados e de
com petência dem onstrada, para garantir a qualidade de form a e conteúdo da
revista.
Preservação de equipes treinadas, para garantia de continuidade da
pu-blicação.
d. PRODUÇÃO GRÁFICA
Garantia de padrão de qualidade gráfica, abrangendo: diagram açãO,
ti;
pologia, im pressão, inserção de tabelas e outros aspectos ligados às arte
gráficas.
Otim ização de custos de produção gráfica, sem com prom etim ento.:
qualidade da apresentação, m as com elim inação de ostentação e desperdíc1.
1989
390 R.Bib1iotecon.BrasJlia.l7(2):385-395,Jul./Dez.
e. CRONOGRAM AS RÍGIDOS
Garantia da periodicidade na im pressão e distribuição; regularidade
e m áxim a brevidade no tratam ento dos textos subm etidos e sua publicação
final.
f,COBERTURA DE TEM AS E ÁREAS
Espectro de assuntos bem definido, contem plando áreas do
conheci-m ento beconheci-m explicitadas e de m aneira a atingir o m áxim o de leitores - sem
que isso provoque a separação de interesses entre conhecim ento e suas
aplicações.
Contribuição para o aprim oram ento e expansão da m assa crítica
nacio-nal, estim ulando o aum ento num érico e qualitativo dos textos subm etidos,
em relação à capacidade de im pressão, pela revista. Isso visa aum entar a
com petição para o espaço e o subseqüente aprim oram ento da qualidade dos
artigosproduzidos pela própria com unidade e aceitos para publicação.
g. IDENTIFICAÇÃO DA NATUREZA DO CONTEÚDO
Definição da identidade da publicação, se:
• revista. jornal. m em ória ou arquivo, editado em fascículos de
pe-riodicidade regular e rígida, por tem po indeterm inado
• anais destinados a textos resultantes de reuniões
• revisões a respeito de determ inados cam pos do conhecim ento ou da
técnica
• resum os condensados.
h. CIRCULAÇÃO
. Alcance de audiência local, regional, nacional e internacional,
difun-dindo tem as originais e dom inantem ente inovadores.
, Consolidação de im agem e conquista de indexações internacionais, em
velculos especializados de reconhecido prestígio m undial.
7 Subsídios para a produção de artigo científico
o·
tu Cle~tista dispõe de recursos intelectuais e de processos m entais que
consti-em Im portantes subsídios para a elaboração de inform ações sobre ciência:
l.bibr
• identificação precisa do problem a e sua correta colocação
• identificação dos conhecim entos e dos instrum entos m ais relevantes Para
abordagem ao problem a a
• form ulação de hip6teses, identificação das variáveis, revisão de teorias
dos lim ites das técnicas já adotadas para o tratam ento do problem a e
• avaliação das soluções encontradas, com base nos recursos técnicos, m e.
todol6gicos e intelectuais disponíveis
• investigação das conseqüências da solução existente ou proposta para o
problem a
• avaliação da com provação (provas) disponível e da possível refonnulação
do assunto ou do problem a
• avaliação de possível proposição de nova teoria unificadora dos conheci.
m entos e form ulação de argum entos para a doutrinação dos leitores (pares
da com unidade especializada).
Alguns com entários poderão ser utilizados, no curso da atividade de geração
de idéias ou na elaboração da inform ação científica:
• a hip6tese consiste no enunciado geral das relações entre fatos e fenôm
e-nos; é um a proposta de solução provis6ria para o problem a e deve ser
com patível com o conhecim ento já existente, além de passível de verifi.
cação por outros interessados.
• são im portantes as seguintes fontes de idéias - observação; com parações
a outros estudos ou inform ações já publicados; dedução lógica de um a
teoria; cultura geral; analogias; experiência pessoal; conflitos e lacunas no
conhecim ento.
A estratégia da busca é fator significativo para a geração do conhecim
en-to, convencionalm ente segm entada:
• passos principais - definição do assunto ou do problem a; elaboração das
questões pertinentes; determ inação dos dados necessários para se
encon-trar respostas às perguntas; agregação dos dados; análise e produção de
inform ações que ajudem a resolver o problem a. .
• organização dos m eios e recursos disponíveis - especificação das
~-form ações desejadas; identificação dos objetivos das inform ações;
idenU-ficação das fontes a serem utilizadas; eleição de palavras chaves, índices,
descritores e term os de referência; planejam ento da busca lógica.
KJIHGFEDCBA
fo n te s - literatura (livros, resum os, teses, relat6rios, peri6dicos, m onograt!a5,
seriados, noticiários, etc.); patentes; m ídia popular; relat6rios não
publ~~-dos; palestras; m em 6ria técnico-científica de instituições e entidades de cler;
cia e tecnologia; catálogos; arquivos; bases-de-dados; m odelos econornér:
cos e estatísticos; assistência técnica; consultores; agentes e vendedores
392. R. Bibliotecon. Brasília.17(2):385 _395,JuI.lDez.1989
jDÍorrnações; v~ndedores e fornecedores de m ateriais; clientes e usuários;
cienústas e técnicos
8 A elaboração do artigo científico
• conhecer o assunto, viver o problem a e m otivar-se: ler bastante,
conversar com outras pessoas e aprofundar-se no assunto;
• escolher inform ações relevantes e pertinentes;
• procurar as falhas no conhecim ento existente ou em conhecim entos
contradit6rios;
• procurar as interfaces e as oportunidades;
• form ular hip6teses, ficando claro o que deverá ser feito, verificado
ou conhecido;
• identificar as incoerências e as inc6gnitas;
• adotar posicionam ento crítico: escolher os critérios que perm itam
distinguir e aferir o que deverá ser considerado certo e errado;
• buscar intensiva e especificam ente o novo e evitar a sim ples
repe-tição de fatos ou problem as já resolvidos;
• aceitar riscos e perseguir a originalidade, sem receio de provocar
contradições e am eaçar paradigm as já consolidados;
• dispor de m aterial (objeto) bem escolhido e de técnicas e outros m
é-todos de trabalho bem adequados;
• apoiar-se em plano experim ental ou observacional bem elaborado,
para a m aior segurança ao propor o entendim ento do falso e do
ver-dadeiro e do estabelecim ento do nexo e da ligação harm ônica entre
as diferentes situações, notadam ente aquelas para as quais não há
explicações satisfat6rias;
• pensar - perm anentem ente - em relevância: que tem sido feito?;
quem precisa disso?; para quê e para quem haveria utilidade?
• aperfeiçoar o estilo;
• delim itar o tem a e identificar a audiência;
• estabelecer os lim ites da inform ação, considerando: qualidade, com
-plem entaridade a fatos ou conhecim entos já estabelecidos,
profundi-dade no tratam ento do assunto;
• estruturar e produzir o texto provis6rio;
• editar, ler e reajustar;
• ouvir a opinião de outros, com flexibilidade e abertura a novas idéias
e com entários;
• elim inar inconsistências, dados falhos, inform ações incom pletas e
m arginais, dados confidenciais, processos sigilosos, inform ações
ob-tidas sob confiança, propaganda com ercial, dados sem evidências,
alegações, repetições de dados já publicados (especialm ente os do
pr6prio autor!)
t.aibl'
título - informativo e indicativo do conteúdo, com o número e o tiPo
certo de palavras; apresentado na sintaxe correta, sem jargões, abreviaturas
nem expressões de gíria; preferivelmente, sem seriação. '
autoria - nomes de autores completos, pela ordem de inclusão que
re-flita o grau de participação na execução, na responsabilidade pela geração da
idéia e na produção do texto; endereço e afiliação completos, para identifi_
cação da procedência dos trabalhos realizados.
resumo - impessoal, sem referências bibliográficas nem ilustrações,
suficientemente claro para sintetizar o conteúdo do artigo, de maneira a
re-fletir o problema e a solução encontrada, abrangendo: o propósito do
traba-lho; o estudo (investigação realizada), a metodologia empregada, os resuíe;
dos
KJIHGFEDCBA
p r in c ip a is e as conclusões m a is r e le va n te s .introdução - produzida ao longo da execução do trabalho e: voltada
para audiência pré-deterrninada; indicativa ou descritiva do pano-de-fundo
( b a c kg r o u n d ) ; informativa do problema e sua natureza; avaliativa e
revelado-ra (parevelado-ra o leitor) dos resultados que serão apresentados; encaminhadora do
raciocínio do leitor a propósito do estágio atual do assunto ou do problema,
destacando lacunas, falhas, novidades, fronteiras do saber; provida de
re-ferências bibliográficas p e r tin e n te s , apropriadas e s e le c io n a d a s ; organizada
de modo a orientar sobre a natureza e propósito do texto ou do problema
in-vestigado, com a enunciação das hipóteses e a correlação destas com a
me-todologia escolhida, antecipando o tipo de assunto ou de resultado que serão
apresentados ao leitor e a inclusão da síntese das conclusões principais.
material e métodos - muito bem s e le c io n a d o s e redigidos em íntima
correlação com as hipóteses e as variáveis, para justificar o plano
experimen-tal e ganhar a confiabilidade em relação aos resultados obtidos; reveladores
da competência do autor na escolha correta e adequada das técnicas mais
apropriadas; contendo o nome completo de fontes e materiais; precisos na
indicação de produtos, volumes e índices; corretos na sintaxe, para evitar
equívocos técnicos; suficientemente detalhados, quando novos ou pouco c~:
nhecidos entre os leitores, porém com a necessária parcimônia, quando J.a
mencionados na literatura, a menos que presentes em literatura de difíCli
acesso ou de circulação limitada; aprimorado na gramática, especialmente na
pontuação.
resultados - identificadores do plano geral da metodologia e registrO
dos principais ou dos mais relevantes fatos observados; equilibrado, s~J1I
exageros quanto ao volume de informações; claros, simples, completoS,
10-dependentes do restante do texto e sem redundâncias; criteriosamente
dosa-dos, quanto às informações verbais correntes e a introdução de elementoS
394 R.Bibliotecon.Brasília. I 7(2):385~95 ,Jul./Dez.1989
subsidiários ~~mo tabelas ( s o m e n te p a r ~ r e p r e s e n ta r e xp e r im e n to s o u o b s e r _ a Ç õ e s r e p e tltlva s e c o m p le xa s , q u e e xib e m a c o m b in a ç ã o o u a c o m p a r a ç ã o
Vn tr
e va r iá ve is d e p e n d e n te s e in d e p e n d e n te s ) mas substituídas por textos
~l1lpre que possível: reveladores e sustentadores da nova teoria, do novo
estágio do conhecImento proposto ou das modificaçóes da teoria
vi-gente.
discussão - que não recapitule os tópicos anteriores, mas que apresen_
te o debate, a investigação, o exame, a contestação (sob a forma de queStio_
namento), a fim de revelar: a análise e a avaliação dos resultados e promover
as correlações entre (i) a natureza do problema, (ii) as lacunas ou falhas de
conhecimento e (iü) os novos fatos revelados; indicativa das exceções, da
falta de correlações e das discordâncias.
referências bibliográficas - segundo normas e padrões pré-estabele_
cidos,s e le c io n a d a s com base em relevância, pertinência e propriedade.
9 Aescolha da revista
Levar em consideração: prestígio, circulação, periodicidade, pontualidade
autonomia técnico-científica e política e administrativa; competência do cor:
po de revisores, política editorial, qualidade gráfica, nível e tipos de
aSsun-tos coberaSsun-tos ou abrangidos, interesse de parte de leitores e assinantes
(nacio-nais e do exterior), indexação e circulação do conteúdo.
No r e la c io n a m e n to c o m o s r e vis o r e s , levar em conta a possível sUper-~cialidade, deseducação, desonestidade ep ir a ta r ia in te le c tu a l; ev.itaro
pas-síonalismo, intolerância, inflexibilidade; insistir em explicar, justificar,
ree-xaminar e, quando necessário, pesquisar mais, ouvir outras pessoas, aCeitar
equívocos ... mas não ceder quando o equívoco for do revisor. EvitarO
ci-nismo, grosseria e desatenção. Agradecer e reconhecer toda a ajuda, mas não
e~tar a discordância. Evitar a disputa dispensável, frases cáusticas e
agres-Sivas.
RII'b'