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REVISÃO DOS PRINCIPAIS TIPOS DE IMPLANTES E SUAS CONEXÕES

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ASSOCIACÃO BRASILEIRA DE CIRURGIÕES DENTISTAS – ABCD FACULDADE UNIDAS DO NORTE DE MINAS - FUNORTE

ESPECIALIZAÇÃO EM IMPLANTODONTIA

REVISÃO DOS PRINCIPAIS TIPOS DE

IMPLANTES E SUAS CONEXÕES

JÚLIO LEONARDO NUNES

Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Implantodontia da Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas (ABCD)

subseção Balneário Camboriú/Faculdade Unidas do Norte de Minas FUNORTE, como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Especialista

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ASSOCIACÃO BRASILEIRA DE CIRURGIÕES DENTISTAS – ABCD FACULDADE UNIDAS DO NORTE DE MINAS - FUNORTE

ESPECIALIZAÇÃO EM IMPLANTODONTIA

REVISÃO DOS PRINCIPAIS TIPOS DE

IMPLANTES E SUAS CONEXÕES

JÚLIO LEONARDO NUNES

Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Implantodontia da Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas (ABCD)

subseção Balneário Camboriú/Faculdade Unidas do Norte de Minas FUNORTE, como parte dos requisitos para obtenção do titulo de Especialista

Orientador: Prof.Dr. Fabiano R. Palma

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N972r Nunes, Júlio Leonardo.

Revisão dos principais tipos de implantes e suas conexões / Júlio Leonardo

Nunes, Fabiano R. Palma. - Balneário Camburiú, 2008. 26f. ; 30 cm.

Monografia (especialização) – Faculdade Unidas do Norte de Minas – Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas. Curso de Pós-Graduação em Implantologia.

1. Odontologia. 2. Implantações dentárias. I. Palma, Fabiano R.. II. Título.

CDU: 616.34 Elaborada por: Simone da Silva Conceição CRB 14/526

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RESUMO

O propósito desse trabalho foi abordar assuntos gerais sobre os principais sistemas de implantes mostrando aos profissionais que pequenos detalhes podem fazer grande diferença. Para tanto, foi realizada uma breve revisão bibliográfica, mostrando que desde o início da era da osteointegração sabe-se que o tratamento com implantes está sujeito a falhas e vem-se tentando buscar condutas que as minimizem. Observou-se que implantes com conexões internas apresentam melhor estabilidade do sistema, porém essa vantagem pode ser comprometida pelo fato de a sobrecarga suportada pelo implante ser transmitida excessivamente ao osso de suporte. Os implantes de hexágono externo aparentemente apresentam mais problemas relacionados à resistência do sistema, mas devido ao fato de estarem sendo empregados há muito tempo, conhecemos bem esses problemas e limitações. Assim, a busca por uma conduta com mais previsibilidade continua e devemos sempre ter em mente que o tratamento com implantes ainda precisa de aprimoramentos.

Palavras-chave: Implantes, conexões protéticas, osteointegração.

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SUMMARY

The purpose of this issue was to list some topics about the main implant systems, showing to the dentists that little details can make some difference. It was done a bibliographic review to show that since the beginning of the osteointegration the implants treatment it’s not perfect and we are trying to find a way to minimize the troubles. We saw that implants with the internal connections are more stable, but this could overload the bone. The traditional external hexagon implant system apparently has more troubles but these troubles are well known and we know what expect. So, the search for a more predictable protocol remains and we can’t forget that implants treatment needs improvements.

Key words: Implants, Prosthetics connections, osteointegration .

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SUMÁRIO

RESUMO... 4iv SUMMARY ... Erro! Indicador não definido.v

1 INTRODUÇÃO ... 7 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 9 3 PROPOSIÇÃO ... 19 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO ... 20 5 CONCLUSÃO ... 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 24

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1 INTRODUÇÃO

Desde a antigüidade a humanidade tem buscado alternativas para resolver alguns problemas decorrentes do processo natural de envelhecimento e seqüelas causadas por traumas e patologias.

No que diz respeito à perda dos dentes (precoce ou não) há relatos históricos de diversas civilizações antigas tentarem repor os elementos dentais perdidos: ferulização dental com fios de ouro na Grécia antiga, “implantes” esculpidos com conchas do mar nas civilizações pré-colombianas, dentre outros.

A partir de 1969, BRANEMARK apresentou ao mundo suas descobertas a respeito da capacidade de “fusão” do titânio ao osso, o que veio a ser chamado de osseointegração. Dessa forma, surgiu um novo marco na história da odontologia, possibilitando alternativas e soluções de tratamento até então inimagináveis.

Com a consolidação dos conceitos introduzidos por BRANEMARK et al., (1985) e com os altos índices atuais de sucesso da integração óssea dos implantes dentários, passamos a buscar o refinamento dos sistemas de implantes (e obviamente das técnicas odontológicas) para atendermos às exigências cada vez maiores do mercado. No início, somente o fato de o implante fixar-se ao osso era motivo de orgulho e sucesso do tratamento. Atualmente busca-se o resultado imperceptível e não são mais toleradas por parte da maioria dos nossos pacientes algumas imperfeições a pouco tidas como normais. Os nossos pacientes querem conforto, estética, funcionalidade e longevidade dos implantes muitas vezes superiores ao que puderam exigir dos seus próprios dentes.

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Com essa crescente demanda (em volume e grau de exigência), as empresas lançam constantemente variações do sistema original dos implantes propostos por BRANEMARK, e cabe a nós dentistas a difícil tarefa de distinguir o que de fato trará melhores resultados a cada caso.

A configuração da estrutura das conexões dos implantes (externa ou interna) tem sido mencionada como um aspecto importante na manutenção da estabilidade dos trabalhos. A opção por uma prótese cimentada ou parafusada é outro ponto bastante discutido, em que a seleção do sistema baseia-se, muitas vezes, em preferências pessoais, porém vantagens são mencionadas em cada um dos sistemas.

O afrouxamento ou fratura dos parafusos, fratura da cerâmica ou material de cobertura, dissolução do cimento em próteses cimentadas, são mencionados nas avaliações clínicas longitudinais como algumas das principais complicações das próteses implanto-suportadas unitárias.

E agora, o que devemos escolher na vasta gama de opções? Diante destas considerações estabeleceu-se como objetivo geral deste trabalho abordar alguns aspectos importantes dos principais sistemas de implantes, mostrando aos profissionais que pequenos detalhes podem fazer grande diferença na tentativa de otimização dos tratamentos. Além disso, se possível, descrever algumas das vantagens e desvantagens dos principais sistemas de implante.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

No ano de 1991, Lazzara (1991) publicou um trabalho enumerando as vantagens dos implantes com hexágono externo e, segundo ele, inicialmente este hexágono foi desenhado para levar o implante ao leito cirúrgico. As principais vantagens deste tipo de conexão são obtidas na fase protética, em que uma conexão mais estável entre o implante e a restauração é necessária. O mecanismo anti-rotacional desta conexão é importante para estabilizar a correta angulação dos pilares, fundamental em restaurações unitárias. Uma das vantagens do hexágono coronal é que sua posição pode ser transferida para o modelo de trabalho através de componentes de moldagens, que transferem a localização do implante; permitindo ao técnico reproduzir a correta posição deste. Isso permite selecionar componentes para próteses unitárias, idealizando a angulação do implante e dos componentes, assim como o perfil de emergência, possibilitando uma restauração estética e funcional.

Niznick (1991) denominou a conexão implante/pilar como a chave do sucesso protético. Em sistemas com hexágono interno a interdigitação dos hexágonos é um fator para obter uma conexão estável e uma precisão na transferência. Essa conformação de uma conexão cônica dos hexágonos, o que permite uma interdigitação com rotação zero e uma adaptação friccional que aumenta a estabilidade durante a função. Para esse autor a vantagem de utilizar uma conexão de hexágono interno é o aumento da resistência, a qual reduz a possibilidade de complicações como afrouxamento ou fraturas dos parafusos, já que as forças laterais são transmitidas diretamente às paredes do implante devido

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ao comprimento e ao íntimo contato dos hexágonos; a diferença dos pilares segmentados unidos à conexão de hexágono externo, onde as forças laterais são transmitidas ao parafuso de retenção, no ponto em que este entra no implante, assim como no ombro do implante, pode provocar afrouxamento ou fratura deste parafuso.

McGlumphy, Robison e Mendel (1992) quantificaram e compararam a força necessária para causar falha em vários sistemas de implantes sob uma carga em “Cantilever”. Todas as cinco amostras de cada grupo fraturaram no mesmo lugar durante cada ensaio, na área do parafuso do pilar e no pilar. Os resultados deste estudo sugerem que são necessárias maiores forças para causar falha em sistemas e componentes de implantes de maiores diâmetros.

Sutter, Weber e Sorensen (1993) apresentaram o desenho e a engenharia do “Octa-abutment” o qual é um pilar restaurativo do sistema ITI (Bonefit). Os autores relataram também os resultados de testes de vários parâmetros críticos para a estabilidade longitudinal do complexo implante/supraestrutura com este pilar. Resultados dos testes mecânicos com os pilares relatados pelos autores garantem que o desenho cônico interno proporciona adaptação friccional, o que elimina o risco de rotação ou afrouxamento das partes. Os resultados dos testes da aplicação de força de rotação até a falha proporcionaram forças maiores de 400N/cm. Quando foram comparados testes de torque de aperto contra torque de afrouxamento os resultados revelaram que o torque de afrouxamento foi entre 10 e 15% superior ao torque de aperto, o que segundo os autores resulta em um aumento de 20% na resistência ao afrouxamento para um nível de torque determinado. Em testes de carga dinâmica, foi relatado que após dois milhões de ciclos, o torque de afrouxamento não diminuiu quando comparado com o torque

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de aperto antes da carga; por estes resultados, os autores acreditam que a estabilidade mecânica deste sistema favorece biologicamente, sendo obtidas restaurações estéticas com procedimentos técnicos simples, o que fornece garantia de sucesso à restauração.

Dixon et al., (1995) compararam três sistemas de implantes de diferentes fabricantes, determinando a flexão do complexo pilar/implante durante a aplicação de forças e a quantidade de torque necessária para afrouxar o parafuso do pilar. Neste estudo, utilizaram implantes de hexágono externo, hexágono interno e octógono interno, nos quais foram fixados pilares retos e angulados, sobre os quais coroas de 10 mm de altura foram confeccionadas e cimentadas. Os resultados não mostraram diferenças estatisticamente significante entre pilares retos e angulados nos testes realizados para os diferentes sistemas. Na quantidade de torque necessária para afrouxar os parafusos depois da carga, obteve-se uma perda média de 2,97N/cm² no sistema de hexágono externo, de 1,62N/cm² no sistema de octógono interno e 5,58N/cm² no sistema de hexágono interno.

Estudos de testes de resistência a torsão de Balfour; O’Brien (1995), utilizando implantes de hexágono externo de 0,7mm de altura, octógono interno de 0,6mm, e hexágono interno de 1,7mm, demonstraram que o desenho da conexão pode afetar a resistência e durabilidade dos componentes. O hexágono interno de 1,7mm foi encontrado como o desenho mais efetivo e o octógono interno de 0,6mm de altura o desenho menos resistente. Nos desenhos de hexágono e octógono interno, o modo de falha foi limitado ao pilar, já no desenho de hexágono externo o modo de falha foi específico da conexão protética do implante, tornando o implante irrestaurável.

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Mollersten, Lockowandt e Linden (1997) testaram a força de dobramento até a falha de conexões internas e externas, com profundidades entre 0,6 e 6,0mm, encontrando uma forte correlação entre a profundidade da união e força necessária para falha, e as uniões de conexões pouco profundas precisam de valores de forças baixas para a falha, concluindo os autores que conexões profundas favorecem à resistência do sistema.

Boggan et al., (1999) avaliaram a influência do diâmetro da base do implante, a altura do hexágono na resistência mecânica e a qualidade da adaptação da interface pilar/implante. Para seu estudo, utilizaram implantes de hexágono externo com 4 e 5 mm de diâmetro da base. Os resultados mostraram que nos testes de carga estática uma média de falha de 966N e 1955N, nos implantes de 4 e 5 mm, respectivamente, sendo uma diferença estatisticamente significante quando se comparam ambos grupos. Nos testes de cargas cíclicas a média do limite de resistência dos grupos foi de 350N e 625N, respectivamente. Nos testes de carga estática foi observado dobramento ou deformação do parafuso, já nos testes de carga cíclica, a fratura do parafuso foi o modo de falha mais comum. Na microscopia eletrônica de varredura, foi encontrado contato íntimo de 100% entre a base do implante e o pilar em todas as amostras, independente do diâmetro. Assim, os autores afirmaram que implantes de largo diâmetro devem ser utilizados para reduzir fraturas dos componentes e que quando a altura do hexágono aumenta,diminui a carga no parafuso de fixação do pilar.

Keith et al., (1999), avaliaram a magnitude da discrepância marginal da interface prótese/implante, em restaurações parafusadas e cimentadas, utilizando implantes ITI (Straumann). Seus resultados mostraram que a menor discrepância

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marginal foi encontrada no grupo parafusado (2,6µm antes da fundição do cilindro de ouro, 6,0µm após a fundição e 8,8µm após acabamento da coroa). O grupo cimentado teve uma maior média de discrepância marginal sendo de 32µm antes da fundição, 54µm após a fundição; e de 57,4µm e 67,4µm após a cimentação, com ionômero de vidro e fosfato de zinco respectivamente; sendo estas diferenças, estatisticamente significantes entre os cimentos.

Em um trabalho sobre implantes e componentes, BINON(2000), classificou os implantes em dois grandes tipos de conexões: externa e interna. Segundo o autor, nas conexões internas o parafuso recebe pouca carga e as superfícies do pilar estão em íntimo contato com as paredes internas do implante, resistindo melhor aos micro movimentos, resultando em uma interface implante/pilar mais estável.

Guichet et al., (2000) compararam a integridade marginal e a tensão gerada durante o assentamento de restaurações retidas por implantes, cimentadas e parafusadas. Concluíram que a desadaptação marginal das próteses, antes de ser parafusadas ou cimentadas, não foram estatisticamente diferentes entre os dois grupos (parafusadas 46,7µm, e cimentadas 45,0µm). Após serem fixadas, o grupo de próteses parafusadas teve uma desadaptação marginal estatisticamente diferente que o grupo de próteses cimentadas após sua cimentação (parafusadas 16,5µm, cimentadas 49,1µm).

Taylor, Agar e Vogiatzi (2000) afirmaram que a seleção de próteses cimentadas ou parafusadas envolve uma preferência pessoal, não existindo evidências de que um método de retenção é superior a outro. Para os autores as vantagens da restauração parafusada são limitadas à reutilização ou recuperação da restauração, e dentre as vantagens das restaurações cimentadas

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encontram-se: uma melhor estética, melhor oclusão, simplicidade de fabricação e redução dos custos dos componentes e da fabricação. Uma possível vantagem adicional da restauração cimentada é que tem potencial de ser colocada de forma passiva na boca, devido à ausência de um parafuso para puxar a desadaptação dos componentes com a força de aperto.

Hermann et al., (2001) realizou uma análise de caráter histométrico comparando os efeitos sobre a crista óssea, utilizando três dimensões de microfendas entre o implante e pilar (10, 50 e 100 micrômetros). Acreditando que fendas com amplitudes maiores que não foram soldadas causavam micro movimentos entre as peças, os autores concluíram que o tamanho das microfendas não determina por si só uma maior perda óssea, mas sim os possíveis movimentos entre os componentes dos implantes mesmo em interfaces menores de dez micrômetros.

Khraisat et al., (2002) avaliaram a resistência à fadiga e a condição de falha de dois desenhos de interface implante/pilar de restaurações unitárias. Os sistemas Branemark com pilar ceraone e ITI com conexão de topo e 8º de conexão interna foram avaliados. Os resultados mostraram que os parafusos dos pilares ceraone fraturaram entre 1.178.023 e 1.733.526 ciclos, ao passo que os pilares ITI permaneceram estáveis até 1.800.000 ciclos. Nenhuma descimentação ou afrouxamento da supraestrutura fixada ao pilar foi encontrado. Concluindo-se que a dispersão da tensão na interface de união do sistema ITI pode ter sido a razão para a alta resistência do sistema às cargas cíclicas de fadiga.

Rafee et al., (2002) submeteram parafusos de retenção de ouro a testes de resistência à tração sob condições de repetidos torques e de contaminação, demonstrando que estes parafusos podem ser apertados e removidos acima de

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vinte vezes sem afetar a resistência à tração e que a contaminação com saliva humana não afeta a resistência dos mesmos.

Sequier, Psoter e Taylor (2002) examinaram o efeito da anodização e a redução da área de conexão do sistema cone morse, nos valores de torque de afrouxamento, em implantes do sistema ITI. Neste sistema existem dois tipos de superfície do pilar: anodizado e convencional. Também existem dois tipos de conexões cone morse convencional e cone morse octogonal; o último reduz a área de superfície interna, com a incorporação de entalhes, de 24 para 16mm2. Concluíram que o torque de afrouxamento foi 20% superior no grupo de implantes com superfície convencional quando comparado com o grupo com superfície anodizada. Nos grupos com uma conexão cone morse octogonal e superfície convencional foram obtidos melhores resultados de torque de afrouxamento quando comparado com o torque de aperto, média de 106.2%, entretanto no grupo com superfície anodizada e uma conexão convencional foram obtidas médias de 78,9%.

Krennmair, Schmidinger e Waldenberger (2002) realizaram análises clínicas de 146 implantes Frialit-2 para substituição de elementos unitários. A avaliação foi realizada por um período de 3 a 84 meses. A complicação protética mais freqüente foi a necessidade de recimentação de nove coroas (9,9%), e a substituição de quatro coroas (2,8%) devido à fratura da cerâmica. Em nenhum caso foi encontrado afrouxamento do parafuso de fixação do pilar, porém em quatro casos (3,5%) de parafusos horizontais foi encontrado afrouxamento do pilar. Com os resultados obtidos neste estudo os autores acreditam que a baixa percentagem de afrouxamento dos parafusos é devido à conexão hexagonal

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interna deste sistema que se estende 5,5mm dentro do implante o que aumenta a resistência da conexão quando comparada com outros sistemas.

Gibbard, Zarb (2002) apresentaram avaliação longitudinal realizado por ARBER, ZARB (1996), em implantes unitários, após cinco anos de função. A amostra do estudo original consistiu de 42 pacientes tratados com 49 implantes unitários do sistema Branemark. Neste estudo, 24 pacientes com trinta implantes dos originalmente tratados foram avaliados clínica e radiograficamente. Todos os trinta implantes avaliados permaneceram estáveis, e nenhum deles foi associado à fístula ou mobilidade. Afrouxamento do parafuso de ouro foi encontrado em 13% das coroas, mas em nenhum dos parafusos dos pilares foi observado afrouxamento. Radiograficamente foi observada uma média de perda óssea anual de 0,2mm, e os pacientes avaliaram suas próteses como satisfatórias.

Em uma análise clínica de implantes ITI, Levine et al., (2002), avaliaram a sobrevivência de 675 restaurações unitárias no setor posterior suportadas por implantes, e compararam restaurações cimentadas e parafusadas. Os autores concluíram que os mínimos problemas restaurativos das coroas cimentadas (98,2%) e parafusadas (80,3%) sugerem que os implantes ITI podem ser utilizados satisfatoriamente para substituir restaurações unitárias do setor posterior da boca.

Barbosa et al., (2005) avaliaram os efeitos na interface implante/abutment, aplicando diferentes níveis de torque, utilizando ucla calcinável. Um mesmo laboratório confeccionou quatro próteses fixas de três elementos cada e aplicaram torques de 10N(T1) e 20N(T2). Medidas verticais foram feitas através de microscopia eletrônica de varredura nas regiões distal e mesial de cada implante, totalizando 24 regiões para cada torque. Após análise dos dados, encontraram

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diferenças significativas entre a adaptação marginal vertical para 10N e 20N e concluíram que a desadaptação marginal diminui quando aplicados os torques recomendados pelos fabricantes, podendo reduzir complicações mecânicas e biológicas.

Bonachela et al., (2005) mediram a adaptação marginal inermediário/cilindro antes e após sobrefundição. Utilizaram um implante de hexágono externo e um intermediário tipo estheticone. Antes das fundições utilizaram cilindros pré-usinados de ouro e Ni-Cr-Be e parafusaram ao intermediário com parafusos de ouro e titânio com torques de 10N e 20N e fizeram medições verticais através de microscopia. Então, fundiram os cilindros em vigas de Ag-Pd e ligas de Ni-Cr-Be e repetiram as medições. Concluíram que a desadaptação marginal foram maiores em cilindros de Ni-Br-Be após as fundições, mas dentro de níveis aceitáveis de adaptação independente do tipo de parafusos. Cilindro de ouro obteve o maior índice da adaptação das margens. Constataram também que o torque de 20N melhorou a adaptação marginal em todas as situações, porém, aumenta o nível de falha na prótese. Dessa forma, ficou demonstrado pelos autores que as ligas de Ni-Cr-Be podem ser usadas com sucesso nas restaurações unitárias sobre implantes, sem prejuízo na adaptação entre o intermediário/cilindro protético.

Em um outro trabalho, Bonachela et al., (2006) avaliaram a influência do tipo de parafuso, liga e posição do cilindro na adaptação marginal da infra-estrutura sobre implantes antes e após soldagem à laser. Observaram que para cilindros fundidos em titânio os parafusos em fenda ou com hexágono não apresentaram diferenças estatisticamente significantes. Para os cilindros fundidos em Cr-Co, os parafusos tipo fenda melhoraram a adaptação do que com

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parafusos do tipo hexágono. Após a soldagem não encontraram nenhuma diferença significante. Dessa forma, concluíram que diferentes ligas metálicas influenciam os resultados de adaptação marginal cilindro/pilar. Os parafusos somente possuem o papel de fixar a prótese e não melhoram a adaptação dos cilindros. A posição do cilindro (uma prótese fixa de 3 elementos, cilindro mesial/distal ou intermediário) não afetou os valores de adaptação marginal.

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3 PROPOSIÇÃO

Os objetivos deste estudo consistiram em abordar assuntos gerais sobre:  principais sistemas de implantes;

 mostrar os tipos de implantes desde a era da osteointegração à implantes de conexões internas e externas;

 estabelecer as vantagens e desvantagens da utilização dos implantes de conexão interna e externa

 instrumentallizar os conhecimentos dos profissionais em ralação ao uso dos dois tipos de conexão dos implantes.

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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO

Niznick et al., (1991) concluíram que conexões de hexágono interno apresentam maior resistência na interface pilar/implante, diminuindo complicações protéticas como afrouxamento e fratura de parafusos. BINON et al (2000) verificaram que nas conexões internas o parafuso recebe pouca carga e as superfícies implante/pilar estão em íntimo contato proporcionando menos micro movimentos e, por conseqüência, interfaces mais estáveis.

Mc Glumphy et a.,l (1992) e Boggan et al., (1999) demonstraram que quanto maior o diâmetro dos implantes, maiores são as forças necessárias para provocarem falhas e menor a tendência de problemas.

Sutter, Weber e Sorensen (1993) afirmaram que implantes com conexão do tipo octógono interno permitem estabilidade mecânica que favorece biologicamente os tecidos peri-implantares. Porém na comparação entre hexágono externo, hexágono interno e octógono interno, DIXON et al., (1995) obtiveram resultados que mostram que o octógono interno teve maior perda média na quantidade de torque necessária para afrouxar os parafusos depois da carga que os outros sistemas.

O’Brien et al., (1995) também compararam estes três tipos de conexões e demonstraram que o desenho da conexão pode alterar a resistência e durabilidade dos componentes, sendo o hexágono interno o que apresentou melhor desempenho e o octógono interno como o pior. Citaram ainda que o tipo de falha encontrado para o hexágono externo foi do próprio hexágono do implante, o que inviabilizou a confecção de nova prótese, enquanto que as falhas para conexões internas ocorreram no próprio pilar.

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Mollersten et al., (1997) e Boggan et al., (1999) concordam que conexões profundas ou hexágonos mais altos favorecem a resistência do sistema por diminuírem a carga sobre o parafuso de fixação do pilar .

Keith et al., (1999) Verificaram que próteses cimentadas têm maior desadaptação entre cilindro e pilar, sendo que o cimento de ionômero de vidro proporcionou menor fenda marginal que o cimento de fosfato de zinco. As próteses parafusadas apresentaram menor desadaptação e a utilização de ligas de ouro foram mais afetivas na redução dessa desadaptação.

Guichet et al., (2000) Determinaram que a desadaptação marginal das próteses cimentadas/parafuradas não eram diferentes antes da fixação, porém após da fixação das próteses, as cimentadas apresentavam desadaptação muito maior que as parafusadas. Nestas, a desadaptação diminuiu ainda mais, após o torque do parafuso de fixação.

No que diz respeito a desadaptação marginal, Herman et al., (2001) mostraram que o diâmetro da fenda marginal por si só, não determina influência na perda da crista óssea, mas sim, quando associados a micro-movimentos mesmo em desadaptações marginais muito pequenas (menores que 10µm).

Taylor et al., (2000) Comentaram que próteses cimentadas e parafusadas têm vantagens e desvantagens. A principal vantagem das parafusadas é quando há necessidade de manutenção de prótese. Segundo os autores, as próteses cimentadas têm melhor estética, oclusão, simplicidade de fabricação e menores custos.

Em um estudo bem curioso, Sequier et al., (2002) mostraram que superfícies anodizadas das conexões protéticas, necessitam de menor torque para afrouxar quando comparadas às conexões com superfície convencional.

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Barbosa et al., (2005) e Bonachela et al., (2006) afirmaram que para maior torque de fixação das próteses, menor desadaptação marginal, conseqüentemente, tendência de menores complicações mecânicas e biológicas.

Bonachela et al., (2005) observaram que diferentes ligas metálicas influenciam na adaptação marginal cilidro/pilar e que cilindros em ouro têm melhor adaptação que cilindros fundidos com Ni-Cr-Be, apesar destes também apresentarem níveis aceitáveis de adaptação.

Apesar de parecer haver uma tendência do uso de conexões protéticas internas por aumentarem a resistência dos sistemas de implantes, não podemos esquecer que o desenho original proposto por BRANEMARK (1969) foi concebido para que o elo fraco do sistema fosse a conexão protética, diminuindo o risco de sobrecarga sobre os tecidos de suporte. Dessa forma, aumentando a resistência dos componentes, talvez o osso passe a receber cargas além do seu limite de tolerância, com conseqüências irreparáveis.

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5 CONCLUSÃO

Não existe ainda um consenso de qual implante ou conexão devemos utilizar em cada caso, nem mesmo que tipo de liga devemos utilizar para fundição das nossas próteses, ou se devemos cimentar ou parafusá-las. A literatura mostra uma grande divergência de opiniões sobre tais aspectos e sabe-se que tudo apresenta vantagens e desvantagens.

Assim, devido às divergências de opiniões sobre os aspectos abordados talvez a conduta mais coerente ainda seja a utilização dos sistemas tradicionais de hexágono externo, os quais têm ampla comprovação científica das suas indicações e contra-indicações e sabemos através dos anos quais são suas limitações e o que podemos fazer para minimizar o risco quando da sua utilização.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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