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Incidência de perfurações de luvas durante o ato operatório (análise de 132 pares de luvas): análise de 132 pares de luvas.

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(1)

uN1v5Rs1DÀDg¿F5DERAL¿ñE SANTA CATARINA Qcêwraogge Q1ÊNc1As DA SAÚDE

¿D5PARfiAMENIozpE cLIN1çA¡ç1RÚRs¶cA

~^ ' .-

fàuciufiucpâ DE PE3FuRAçoEs DE LuvAs

(2)

ii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIENCIAS DA SAÚDE A DEPARTAMENTO DE CLÍNICA CIRÚRGICA

INCIDENCIA DE PERFURACOES DE LUVAS DURANTE O ATO OPERATÓRIO (ANÁLISE DE 132 PARES DE LuvAS)

Á

BRÁULIO TERCIUS ESCODAR ODAIR CESAR EuzÉBIo

DISSERTACÂO SDBMETIDA Ao CORPO DOCENTE DO CURSO DE GRA DUACÃO EM MEDICINA DO DEPARTAMENTO DE CLINICA CIRÚRGICA DA U-

NIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA COMO PARTE DOS REQUISI-

TOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENCAO DO GRAU DE MÉDICO.

ORIENTADOR: CARLOS ALBERTO JUSTO DA SILVA

APROVADO POR: PROF. PROFII PROPI FLORIANÓPOLIS, SC - BRASIL JUNHO DE 1989

(3)

AGRADECIMENTOS

AO Dr. CARLOS ALBERTO JUSTO DA SILVA, pela orientação no planejamento e execução do presente traba-

lho.

à Enfë ZULMIRA M. CIPRIANO e a Equipe de

Enfermagem do Centro Cirúrgico pela colaboração prestada.

(4)

ÍNDICE

RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ....

msmmN..“..

. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. I. INTRODUÇÃO ....z . . . . . . .. 2. CASUISTICA E METODO .. . . . . .. 3. RESULTADOS .... . . . . ... . . . . . . . . . . . . .. 4. DIscUssÃO . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . . ._ 5. CONCLUSÃO ... . . . . . . .. . 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...

O~

Z 1 |

(5)

V

R E S U M O

¢

No presente estudo avaliou-se a Perfuraçao em 132 pares de luvas, de 37 procedimentos cirúrgicos realiza -. dos.

Verificamos a ocorrência de 56,8% de pares com

~

perfuraçoes em 83 ` CD o\° dos procedimentos cirúrgicos.

,` ~

› Observamos a incidencia em relaçao aos membros

da equipe cirúrgica, constatando um maior índice de perfura-

çoes pelo cirurgiao e a instrumentadora.

~ ~

Na caracterizaçao quanto a mao da luva perfu-

rada, houve predomínio da esquerda (63%).

Conclui-se que há um alto índice de perfuraçao

(6)

Vl

R E S U M E N

En el presente estudio hicimos la avaliacion

de las perforaciones en 132 pares de guantes, de 37 procedi

mientos quírurgicos realizados. '

Verificamos la ocurrencia de 56 ` O) o\0 de pares

` CO o\°

con perforaciones, en 83 de los procedimientos quirurgi-

cos.

Cuanto a los miembros del equipo, verificamos un mayor indice de perforaciones para el cirujano ny la

instrumentadora.

En la caracterizacion, cuanto a las manos

de los guantes perforados, ocurrio predomínio de las

izquierdas L63%l.

De todos los 'procedimientos analizados, en

3 (8,l%l ocurrio complicacion pos-operatorio.

Concluímos que hay un alto indice de perfora ciones de guantes y que estos son superiores a los de la

(7)

1NTRoDuçÃo

._

~

Ontem, como hoje, ferida e infecçao constituem

dualismo mórbido que nos desafia, apesar do acúmulo de conhe-W cimentos sobre sua natureza,causa e controle.

O conhecimento sobre infecções remonta aos

anos de 460-370 a.C., com Hipócrates, que já distinguia a

ci-E

catrização primária da secundária e recomendava a limpeza das

maos e das unhas antes da operaçao, e ainda, o uso de água fervida e vinho no cuidado das feridas.L4'l4)

Utilizando os ensinamentos de Hipócrates, GALE

NO (201-l3l a.C.) os aperfeiçou e ensinava a íncisar extensi-

vamente as feridas, irrigá-las com vinho e suturá-las com li-

nho para, finalmente, cobrí-las com ataduras.(4)

Após séculos de obscurantismo,IGNAT 4 PHILIPP

SEMMELWEIS, em 1840, postulou que o agente etiológico da fe-

bre pueqmral era transmitido de uma parturiente doente ä ou-

tra sadia, através das mãos de quem as atendiam.‹4'9'l4'l5)

No entanto, o problema tornou-se compreendi- do através dos estudos de PASTEUR e KOCH, que atribuíram o

`

_ ~ _ (1,4,14)

papel etiologico da infecçao.. Ãs bacterias.

Entre 1867 e 1875 LISTER 'praticou e

introduziu a teoria da antissepsia, usando ácido fênico como anti-sëptico, que aquecido, valorizava o campo operatório ou

(8)

2

feridas infectadas; Recomendava, também, imergir os instrumen

. . . - . 1 4 6 14

tos cirurgicos no mesmo acido. ( ' ' ' )

.HALSTED, em 1890, introduziu o uso das luvas

~ ~

de borracha esterilizadas, para proteger as maos do cirurgiao

e sua equipe, contra a ação irfitativa dos anti-sépticos e a

. _ . 4

contaminaçao no manuseio dos focos de infecçao.( )

Entretanto, somente em 1935, é que DOMAGK des-

creve o primeiro agente químico terapêutico para as infec-

ções: tratava-se de uma sulfonamida.(4'l4)

Mas o conceito de terapêutica antimocrobiana,

como o conhecemos, foi introduzido por FLOREY e FLEMING.(4'l4›

~

Os avanços do controle de infecçao associados

aos avanços da narcose, ampliaram os limites da cirurgia, resultando consequentemente em novos desafios, entre eles, o

controle da infecçao pôs-operatõria.

. Mesmo com o desenvolvimento de novas técnicas de anti-sepsia e assepsia, vacinas e o uso dos antibiõticos ,

~

as infecçoes continuam sendo um sério problema de âmbito mun-

dial. '

A despeito dos progressos obtidos, principal -

mente no desenvolvimento de novos antimicrobianos,nenhuma drg

ga foi ainda capaz de substituir os PTiHCÍPi0S defendidos por

SEMMELWEIS, LISTER, HALSTED e tantos outros.

~ 4 4 -

A infecçao pos-operatoria se manifesta, mais franmnummnte,porsunuração da incisão.

Segundo CRUSE e ALTEMEIER, a infecção da feri-

da, como causa de complicação pôs-operatõria, varia de 4 ` \l o\°

(9)

3

a 7,4=-à.('6'8)~ '

~ ~

Uma das grandes.preocupaçoes dos cirurgioes tem

sido a redução no número de bactérias.

Está comprovado o valor.da anti-sepsia prê-ope- ¢.

4 ~ 4 ~

ratoria das maos da equipe cirurgica, do tempo de escovaçao e

do uso de luvas, na tentativa de diminuir a incidência de

in-~

fecçoes da ferida operatõria.

E amplamente assumido,que luvas cirúrgicas pro- porcionam uma barreira entre as maos da equipe cirúrgica e os

tecidos de um paciente submetido ã cirurgia, quandoíse

preten-~

. . . 5 -

de previnir doenças transmissiveis em ambas as direçoes.(-) Ha trabalhos, inclusive, que afirmam ser de 18 a 40.000 o número

de microorganismos que podem passar através de.um único furo

de agulha em um dedo de luva em um período de 20 minutos.(3'6)

' Se

aceitarmos está hipótese como verdadeira, ë

importante, determinar o percentual de ocorrência de perfura -

ções de luvas durante o ato cirúrgico e qual a correlação com

o número de infecções pôs-operatõrias.

Procurando responder a este e outros quesitos

~

relacionados â proteçao efetiva da luva durante o ato curúrgi-

co, realizamos estudo visando determinar a incidência de per-=

furações de luvas, manobras determinantes, freqüência em rela

~ ~

çao aos membros da equipe, bem como a possível associaçao com

(10)

cAsuisT1cA E MÉTonos

Para a realizaçao deste trabalho, coletamos as

luvas utilizadas por todos os membros da equipe cirúrgica de

37 procedimentos efetuados no Hospital Universitário da UFSC

no período de 10 de abril a 30 de maio de l989.

7

Trata-se de um trabalho prospectivo, sequencial

onde os membros da equipe cirúrgica, ao final de cada procedi

mento, completaram um questionário. (Vide anexo)

As luvas foram divididas e coletadas,¡em sacos

plasticos identificados de acordo com o usuãrio. cirurgião,l?

auxiliar, 2° auxiliar e instrumentadora.

As mesmas eram posteriormente testadas para fu-

ros, usando técnicas similar a de BROUGH, HUNT e BARRlE.5

'Cada luva foi inflada com água e o punho amarra

-4

do, cada dedo e a palma da mão foi espremido, sendo entao, as

perfurações facilmente indentificadas pela produção de um fi-

no jato de ãgua. As luvas foram assim,classificadas em perfu-

radas e não perfuradas. '

'

_ Analisamos as luvas por pares e individualmen-

te, separando-as em direita e esquerda.

Foi utilizado como grupo controle 20 pares de

... »~ _.

luvas nao usadas, para determinar a incidencia de perfuraçao

prévia, bem como a sensibilidade das mesmas ä perfuraçao por

(11)

-~

@

O teste provou ser 100% efetivo em detectar fu- ros feitos com as seguintes agulhas: plástica atrapoint PS-4 l,5cm ethicon;.plãstica atrapoint P-3 l,3cm ethicon; cardiovas cular atraloc SH-l 2,0cm ethicon;ministraum 3/8 circ. 3cm ci-

rumêdica e mfififitrwflfl 3/8 circ.~2cm cirumêdica.

~ ~

_ Nao observamos nenhuma perfuraçao nos pares de

luvas usados como controle. ~

Para a Verificaçao das complicaçoes pôs-operatê

ria, acompanhamos os pacientes na enfermaria num período entre

2 e 7 dias e consultamos seus prontuários e a Comissão de

In-v

~

fecçao Hospitalar.

O presente trabalho foi feito em consonância com

~ ~

a comissao de infecçao hospitalar e a chefia do centro cirúrgi-

co, segundo a qual, no atual organograma, ê responsável pela

realização da pesquisa no âmbito do referido centro. Não foi

enviado o protocolo â comissão de ética médica, pois, embora tratando-se de trabalho prospectivo, não submetemos a população estudada a formas diversas de tratamento.

(12)

REsuLTÀDos

'

Análise de perfuraçaO de luvas em 37 procedimen

tos cirúrgicos realizados. Ver Gráfico l.

GRÁFICO l - Incidência de perfurações de luvas durante o ato

operatório.

Relação procedimentos cirúrgicos/perfurações de luvas. -_.-__--:__-_.:-_'¬-.

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(13)

,z"

55

7

Análise de 132 pares de luvas de acordo com as

perfurações. Ver Gráfico 2.

GRÁFICO 2 - Incidência de perfurações de luvas durante o ato

operatõrio.

Relação pares de luvas/perfurações.

Í _¡_..-"í""¬¬.¡__ aø' '\'._ IJ. ._\ ...._,u- ""': I; 1.' .f "~ 'aê äë I ¡ 1 |_:

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(14)

¡I-8

Caracterização dos 57 pares de luvas perfura -

dos de acordo com o membro da equipe cirúrgica. Ver Gráfico 3.

GRÁFICO 3 - Incidência de perfurações de luvas durante o ato

Ê'-Í' Lú Ci C1

a

F°FäF2EEE3 F*EEFEF7LHQ .-.|z~-- ,-~›... 135 operatório.

Relaçao pares perfurados/membros da equipe

_ .»..;~'-›_._ .ur , -Wm¢¡-iM$ !!!Ê;MrÊ* .-1 , ..._. ¡ . - .z .J .L-. .ÊÚ CU ffi GU E? - Cirurgiao - 19 Auxiliar ¬ 29 Auxiliar - Instrumentadora H B E D

EQUIPE

EIRUREIEÊ

(15)

9

Encontrámos na análise individual das luvas, 73 com perfurações, sendo 27 (37%) na mão direita, e 46 (63%) na mão esquerda. Ver tabela l.

TABELA 1 - Incidência de perfuraçoes de luvas durante o ato

operatório.

~ ~

Relaçao membro da equipe/mao da luva perfurada. _

Çirur 19 augi. 29 augi . Instrumen

ç gião % liar % liar % jtadora %

Não esquerda 19 76 07 ` 702 03 ` 75 17 50 Mão direita t 06 24 03 2 30 Ol 25‹ l7 50

TofrAL

25 1 1o 04 34

Em 2 procedimentos cirúrgicos, os membros da e-

quipe utilizaram 2 pares de luvas, e em outro, o cirurgião uti lizou 2 luvas na mão direita. Estas foram computadas nos núme- ros individual e de pares total.

Na anãlise da relação de infecção com perfura

-~

çoes de luvas, observamos que nos 3 casos em que ocorreram

in-e

fecção (8'l° 2 todos tinham perfurações de luvas. Vide tabela

(16)

10

Q ~

TABELA Z - Incidencia de perfuraçoes de. luvas durante o ato

'

operatório.

Relaçäg 'Vdo tipo de cirurgia com as complica~

ções pôs-operatõría, agentes etiolõgicos e perfura~

ções de luvas. i

Tipos de Complicaçoes Ag. etiológico Perfuraçoes cirurgia

INFECTADA Óbito-septiçemia -

r

sim

e abscessoihepátice-~ - I'

CONTAMINADA Abscesso da ferida Estafilococos Sim operatõria

CONTAMINADA Abscesso da ferida Pseudomonas ' Sim

f____

operatoria aeruginosai \ I À .mzezë-w2»«4«›é L‹.fl›/M ~ /VMLÍH/:yV}¢ zz»vu'§

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(17)

D1.scussÃo

z .

~

A reduçao do número de bactêrias da pele das maos e dos antebraços do cirurgiao e da sua equipe ê de funda-_

mental importância para diminuir a incidência de infecçoespõs- operatõriasf3'7)

Para tanto, ê necessário que se faça uma boa e

'›.

i

~ , ,. ~

correta escovaçao pre-operatoria das maos e antebraços da equi

pe cirúrgica, além de se utilizar anti-sêpticos que tenham efi

4 ~ ` ~ ~

cacia em relaçao a populaçao bacteriana da pele e açao resi-

dual durante o ato cirúrgico.(3'6) ~

.

A função das luvas ê estabelecer uma barreira

fisica entre a pele das maos da equipe cirúrgica e os- tecidos operados.

O risco de contaminação da ferida operatõria,dg

~

vido ã perfuraçao de luvas, parece ser mínimo. CRUSE consta -

tou a ocorrência de 142 luvas (ll,6%) perfuradas em 1209 -pa-

res, mas não registrou nenhum caso de supuração decorrente des

~

ta perfuraçao, considerando portanto, irrelevante o risco de

operar.sem luvas, exceto o do cirurgião contrair, eventualmen-

te, hepatite. Contudo, o Centers for DEweresControl dos Esta-

dos Unidos, recomenda que as luvas sejam substituídas ao se

constatar a perfuração das mesmas.(16)

Segundo a literatura, a percentagem de perfura

ções de luvas varia de 5 a 70% dos atos cirúrgicos.(3'l3'l7)Em

(18)

12

dos procedimentos. ~

'

BROUGH, HUNT e BARRIE ao analisarem 339 pares

de luvas, encontraram uma percentagem de.37,5% de w perfura -

ções.(5›

Em nosso material, a incidência de furos nos

pares de luvas foi de 43,2%. Deste modo, observamos uma inci -

dência maior de luvas perfuradas em relação a literatura estu-

dada, independentemente se o dado for analisado em relação ao

número de cirurgias ou na análise individual da luva em si. Is to mostra que Iwo ounflermnem determinadas cirurgias um maior índice de luvas perfuradas, mas-sim, uma distribuição similar

no total de procedimentos estudados.

Na tentativa de explicar a razão de tão

eleva-~ da incidência, cabe-nos tecer algumas consideraçoes.

Na análise do material de controle, aqui enten- dido como luvas esterilizadas e embaladas segundo sua origem

de fábrica, não constatamos perfurações prévias.

Se considerarmos a hipótese de que a perfura -

çao ê resultado do trauma mecânico de um objeto cortante em contato com a luva I podemos concluir que a responsabilidade pe --

lo acidente seja da equipe cirúrgica. Deste modo, os altos ín-

dices encontrados em nosso meio, sõ podem ser explicados por um descuido maior da equipe no manuseio do instrumental cor -

tante.

Assim, o passo seguinte, seria identificar en-

tre os membros da equipe cirúrgica, quais apresentavam as maig

(19)

13

BROUGT, 'HUNT e BARRIE encontraram -valores de

42,5%, 42% e l5,5% respectivamente para a instrumentadora, ci-

~ ~ ~

rurgiao e 19 auxiliar, sendo que nao‹xfierWnum perfuraçoes nas

luvas utilizadas pelo 29 auxiliar.(5)

. Estes valores eram esperados, devido ao fato do cirurgião e a instrumentadora terem maior contato com o ins

trumental cirúrgico. ‹

D

~

Em relaçao aos membros da equipe cirúrgica, os

dados encontrados por nõs e referidos no gráfico 3, demonstram

que os índices para a instrumentadora sao similares, ainda que pudessemos pressupor a existência de índices maiores já que a

qualificação para este profissional, na América do Norte, ê

~

bem mais elevada. Para o cirurgiao, os dados que encontramos ,

são inclusive, ligeiramente inferiores.

Desta forma, a elevaçao dos índices se reflete

no aumento da incidência entre o 1? e 29 auxilknes respectiva -

mente, que juntos foram responsáveis por 23% das luvas perfura

das. Este dado pode ser traduzido como resultante da inexperi-

ência dos elementos que exercem estas funções na maioria das

~

cirurgias, por se tratarem de alunos de graduaçao.

Na anãlise das luvas individualmente,encontra-

~ ~

mos a maior parte das perfuraçoes (63%) na mao esquerda. Pos- sivelmente este dado seja decorrente do fato da maioria dos

membros da equipe serem dextros, portando os materiais

perfu-~

rantes nesta mao.

O trabalho se propunha, inicialmente, a identi ficar as principais manobras que implicavam em perfuraçõesdas

(20)

14'

luvas e a precisar a-capacidade de percepção dos membros da equipe cirúrgica-do momento da perfuração. No entanto, o com -

portamento.do pessoal envolvido no preenchimento do protoco -

lo, tornou impossível a determinação da significância estatís- tica destes dados,jã que dos 37~questionãrios, apenas 23 esta-

vam corretos, sendo que destes,em 18 haviam perfuraçoes e so -

mente em 5 os membros da equipe estavam cientes da possibilida ._.ç

de das mesmas.

As observações parciais dos dados obtidos reve- lam uma tendência de que a maioria dos membros da“equipe não percebem o momento da perfuraçao.

Finalmente o trabalho ainda se propunha a rela-

cionar as perfurações das luvas e a possibilidade de aumento

nas taxas de infecções pôs-operatõria.

&r&y}}r A abordagem deste tema \ apresenta considerável

Q///////complexidade,

í¿í/`

já que vários são os fatores envolvidos no apare

_

1

cimento da infecção cirúrgica, tais como: idade, potencial de contaminação, mecanismos de defesa anti-infecciosa locais, sis_ têmicos _z¬ e .___ imunolõgicos...

i. i

. Deste modo, somente durante a fase de análise dos dados obtidos, ë que observamos a necessidade de se refor- `______,,,, mular a metodologia, através de uma padronização maior das variáveis implicadas, fato que poderá se tornar objeto de ou-

tros estudos.

W

7`>) °o

Constatamos a ocorrência de 3 (8,l%) procedimen

tos com infecções pôs-operatõrias(tabela 2), contra 4 (6,3)

\ \I o\° 01

(21)

15

Levando em consideração as limitações do estue do, pelos aspectos anteriormente mencionados, somente podemos

relatar que nos casos em que houve complicações põs-operatõ -

Iíasgúgwn dos membros da equipe cirúrgica tinha perfuração de

luvas. " .

O

×

(22)

16

coNcLusÃo

~ Dos 132 pares de luvas estudados, 57 pares

ti-~

nham perfuraçoes, refletindo numa incidência de 83,8% dos pro- cedimentos cirúrgicos.

~

Os índices obtidos sao superiores aos da litera

z

tura estudada e deveram-se, principalmente, a indicência mais elevada entre o 19 e 29 auxiliares.

(23)

.B 1 B L 1 0.5 R A F 1 À

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2.

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3.

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TCC UFSC CC 0084 Ex.l N-Chaflh TCC UFSC CC 0084 Autor: Escobar, BráulioT

Título: Incidência de perfurações de luv

972375364 Ac. 255605

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