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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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Relatório Final

Estágio profissionalizante | 6º ano

Mestrado Integrado em Medicina

Nova Medical School | Faculdade de Ciências Médicas

Universidade Nova de Lisboa

Diana Margarida Damas Teixeira

Aluna nº 2013170

Regente:

Professor Doutor Rui Maio |

Orientador: Professor Doutor António Panarra

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 3

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES 4

MEDICINA INTERNA - 10 de Setembro de 2018 a 2 de Novembro de 2018 4

CIRURGIA GERAL - 12 de Novembro de 2018 a 11 de Janeiro de 2019 4

PEDIATRIA - 21 de Janeiro de 2019 a 15 de Fevereiro de 2019 5

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA - 18 de Fevereiro de 2019 a 15 de Março de 2019 5

SAÚDE MENTAL - 18 de Março de 2019 a 12 de Abril de 2019 6

MEDICINA GERAL E FAMILIAR - 22 de Abril de 2019 a 17 de Maio de 2019 6

OPCIONAL: ENDOCRINOLOGIA - 20 de Maio de 2019 a 31 de Maio de 2019 7

ELEMENTOS VALORATIVOS 7

REFLEXÃO CRÍTICA 7

ANEXOS 11

Anexo 1 - Cronograma do ano letivo. 11

Anexo 2 – Apresentações ao longo do ano letivo. 12

Anexo 3 - Atividades extracurriculares. 13

Anexo 3.1. 10º Curso de Antibioterapia 13

Anexo 3.2. 1º Encontro de Nutrição 14

Anexo 3.3. 4ª Reunião Clínica de Pediatria 15

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INTRODUÇÃO

A medicina é uma ciência que requer a percepção da globalidade do ser humano doente, na sua dimensão pessoal, física, espiritual e familiar e não pode ser indiferente ao componente social1. Tendo isto em conta, ao longo dos anos de curso nenhuma destas componentes do doente deve ser esquecida, especialmente quando falamos do 6º ano. Este é um ano que se distingue pelo facto de ser profissionalizante e, portanto, espera-se um contacto ainda maior e mais próximo com os doentes. Para isso, cada uma das componentes que falei inicialmente deve estar nas nossas mentes para que consigamos fazer o nosso trabalho da melhor forma que estiver ao nosso alcance. Na minha opinião, tanto o entendimento teórico dos temas, como o prático dos diversos procedimentos devem ser a pedra basilar deste ano e para isso este é dividido em 6 estágio parcelares: Medicina Interna, Cirurgia Geral, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Mental e Medicina Geral e Familiar. Temos ainda possibilidade de escolher realizar uma unidade curricular (UC) opcional que nos dá acesso a duas semanas de mais e melhor aprendizagem de uma área do nosso interesse, algo que podemos sempre complementar e estimular com diversas atividades extra - curriculares. No entanto, no meio de toda a ânsia de aprender torna-se fundamental não esquecer as pessoas que temos à nossa frente que antes de serem doentes são seres humanos. E para cumprir essa componente também ela fulcral neste ano, é fundamental o contacto próximo com estes. O facto de podermos falar com os doentes sozinhos, questionar ou simplesmente escutar ensina-nos muito sobre as pessoas, sobre o que é estar doente e sobre a importância do meio envolvente na gestão da doença. Por exemplo, é diferente a abordagem a um doente com um bom suporte familiar em relação àquela que se faz a um doente sem ninguém para o apoiar.

Assim sendo, estabelecer metas para este ano é essencial não só porque constituem uma forma de organização, mas também porque me proporcionam a possibilidade de fazer uma análise retrospectiva no final do ano de modo a perceber aquilo que eu posso melhorar no meu futuro enquanto médica. Passo então a apresentar os principais objetivos por mim traçados: proceder de forma autónoma à anamnese e exame objetivo de qualquer doente; desenvolver raciocínio clínico com vista a estabelecer hipóteses de diagnóstico para as várias situações, bem como aprender a realizar uma proposta de manutenção de cuidados para o doente; desenvolver a capacidade de comunicação com todos os profissionais de saúde, doentes e familiares; aprofundar a compreensão do que significa ser médico, não apenas enquanto técnico mas também na vertente humanista da profissão.

Neste contexto, o presente relatório encontra-se dividido em 3 partes principais: descrição das atividades desenvolvidas, reflexão crítica e anexos.

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DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

O estágio profissionalizante teve uma duração total de 34 semanas. Ao longo destas tive a possibilidade de ser integrada na atividade de todas as equipas que me receberam e desenvolver atividade clínica sobretudo em contexto de enfermaria, consulta externa bem como serviço de urgência.

MEDICINA INTERNA - 10 de Setembro de 2018 a 2 de Novembro de 2018

O estágio de Medicina Interna teve lugar no serviço de Medicina II do Hospital Egas Moniz, sob a orientação da Dra. Raquel Domingos. Os meus principais objetivos durante a minha passagem pela especialidade consistiam em: melhorar capacidade de realização de anamnese e exame objetivo; melhorar raciocínio no que diz respeito ao diagnóstico diferencial e desenvolver capacidades de propor uma abordagem terapêutica para os diferentes doentes; apurar a capacidade de comunicação. Este estágio pautou-se pela possibilidade de participação ativa nas atividades da enfermaria, onde fui responsável pela observação diária de um a dois doentes, realizar registos diários clínicos, notas de entrada, notas de alta e ainda fui encarregue da apresentação diária em equipa e apresentação semanal na visita clínica dos doentes que me coube acompanhar. Pude ainda realizar alguns procedimentos técnicos como gasimetria e punção venosa e observar outros como a paracentese e colocação de catéter venoso central (CVC). Ao longo destas 8 semanas, contactei com um total de 25 doentes com média de idades de 79 anos, internados maioritariamente por patologias incluídas do grupo de doenças do sistema génito-urinário (de acordo com a classificação ICD-11). A segunda parte da minha atividade decorreu no serviço de urgência (SU) onde acompanhei os elementos da equipa da minha tutora nas suas atividades sobretudo nos balcões de atendimento. Realizei ainda uma apresentação para todo o serviço onde fiz uma revisão acerca do tema

“Hepatite Aguda Alcoólica” com base no caso clínico de um doente internado.

CIRURGIA GERAL - 12 de Novembro de 2018 a 11 de Janeiro de 2019

O estágio de Cirurgia Geral decorreu no Hospital da Luz sob a orientação do Dr. Miguel Allen. Estabeleci como prioritárias as seguintes metas: conhecer as principais síndromes cirúrgicas bem como melhorar capacidades no que diz respeito ao seu exame objetivo e anamnese; executar técnicas de pequena cirurgia, de anestesia e assepsia. Este estágio foi dividido em várias componentes. A primeira semana foi dedicada à consolidação de conhecimentos, com aulas teóricas e práticas. Estas, entre outras coisas, pretenderam abordar aspetos necessários à realização de procedimentos cirúrgicos comuns, como por exemplo suturar. Posteriormente tive oportunidade de realizar duas semanas de estágio opcional no serviço de gastroenterologia do Hospital da Luz. Aqui, estive sobretudo presente nas salas das técnicas endoscópicas. Pelo facto de existir uma ligação próxima entre ambas as especialidades (gastroenterologia e cirurgia geral),

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5 sobretudo no que diz respeito à abordagem da patologia colorretal a minha escolha recaiu nesta especialidade. Nas semanas de Cirurgia Geral acompanhei a atividade do meu tutor no bloco operatório onde observei um total de 24 procedimentos, tendo participado como 2ª ajudante em 3 deles; observei também cerca de 82 consultas externas, sendo que o principal motivo de consulta foi a patologia tiroideia; estive presente ainda em 8 pequenas cirurgias, tendo participado como 1ª ajudante em 4 delas. Este estágio terminou com o Mini-congresso de Cirurgia Geral onde realizei uma exposição com o tema “Não metas a

ansa onde não é chamada - caso sobre hérnia crural”.

PEDIATRIA - 21 de Janeiro de 2019 a 15 de Fevereiro de 2019

O estágio de Pediatria decorreu no Hospital Dona Estefânia, sob orientação da Dra. Raquel Santos. O meu plano durante estas quatro semanas foi: melhorar o conhecimento acerca das doenças mais comuns na população pediátrica, bem como saber os princípios gerais da atuação nestas; efetuar a colheita de dados de anamnese e o exame físico de forma autónoma; estabelecer comunicação com os doentes e com a família.

A maior parte do estágio decorreu no âmbito da nefrologia onde tive oportunidade de contactar com as principais patologias nefrológicas agudas ou descompensadas, como por exemplo doentes em recaída de síndrome nefrótico após abandono de terapêutica (em contexto de enfermaria), mas também acompanhar situações de doença renal crónica estas sobretudo em contexto de consulta externa. De modo a ter contacto com outras patologias além da nefrológica, assisti a diversas consultas externas de endocrinologia, hematologia, reumatologia, imunoalergologia, pediatria médica e cardiologia pediátrica. Semanalmente acompanhei a atividade da minha tutora no SU onde observei um total de 25 doentes sendo que o motivo de ida à urgência mais comum foi a febre. Além disto, participei no workshop de urgências pediátricas realizado no Centro de Simulação da NMS|FCM localizado no HDE, onde pudemos realizar uma revisão teórica e prática acerca da abordagem ABCDE. Terminei o estágio com uma apresentação oral com o tema

“Fibrose Quística - quadro clínico e terapêutico”.

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA - 18 de Fevereiro de 2019 a 15 de Março de 2019

O estágio de Ginecologia e Obstetrícia teve lugar na Maternidade Alfredo da Costa (MAC) e foi dividido de modo a contactarmos com ambas as vertentes da especialidade. Os meus principais objetivos na minha passagem pela MAC foram: conhecer as principais patologias ginecológicas e obstétricas; melhorar capacidade de estratificação de gravidade das diferentes situações clínicas; interpretar exames complementares sobretudo cardiotocografias (CTG); realizar exame objetivo ginecológico e obstétrico de forma autónoma. Em obstetrícia acompanhei a atividade da Dra. Marta Melo sobretudo nas consultas de gravidez de alto risco. Pude aqui aprender a realizar alguns procedimentos técnicos como citologias cervicais bem como a colheita de exsudados vaginais e ano-retais. Além disto, estive na enfermaria onde observei 32

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6 mulheres, sendo que o principal motivo de internamento nesta amostra de grávidas foi a ameaça de parto pré-termo. No bloco operatório assisti a interrupções voluntárias da gravidez e cesarianas. No âmbito da ginecologia estive sob orientação da Dra. Maria do Carmo Silva e estive sobretudo nas consultas externas de ginecologia, menopausa, uroginecologia e de adolescentes. Passei ainda pelo bloco operatório de ginecologia e pela ecografia ginecológica. Ao longo das quatro semanas acompanhei as minhas tutoras na sua atividade semanal no serviço de urgência, sobretudo nos balcões de atendimento. Aqui observei cerca de 23 mulheres sobretudo com queixas obstétricas, sendo que a principal foi perdas hemáticas vaginais. No bloco de partos assisti a partos distócicos (fórceps) e outros procedimentos como dequitadura manual. Na reunião clínica do serviço de Obstetrícia fiz uma apresentação com o tema “Mioma Parido: a propósito de um caso clínico”.

SAÚDE MENTAL - 18 de Março de 2019 a 12 de Abril de 2019

O estágio de Saúde Mental decorreu no Hospital Egas Moniz, sob orientação da Dra. Carolina Rocha Almeida. Para este estágio defini as seguintes prioridades: relembrar conceitos apreendidos previamente acerca das principais patologias psiquiátricas; melhorar habilidades de realização do exame do estado mental; treinar a capacidade de integração do doente segundo o modelo biopsicossocial; reconhecer a importância da relação terapêutica na especialidade.

Antes de integrarmos as nossas equipas, tivemos dois dias de sessões teórico-práticas onde discutimos casos clínicos e falamos acerca do estigma na doença mental. O estágio decorreu sobretudo na enfermaria onde contactei com diferentes doentes quer em contexto de 1ª entrevista, quer em contexto de entrevistas subsequentes. Pude ainda estar presente em entrevistas familiares e ocasionalmente participar na realização de diários clínicos e pedidos de avaliação laboratorial. Ao todo, contactei com cerca de 20 doentes sendo que os diagnósticos provisórios mais comuns pertenciam ao grupo de perturbações psicóticas (de acordo com a classificação DSM 5). Realizei uma história clínica a uma doente com o diagnóstico de perturbação bipolar. Observei ainda sessões de electroconvulsivoterapia (ECT). Semanalmente acompanhei a atividade da minha tutora no serviço de urgência que considero ter sido muito útil uma vez que me permitiu observar a realização do exame do estado mental aos diversos doentes que surgiam com psicopatologia aguda e ocasionalmente pude acompanhá-los no internamento.

MEDICINA GERAL E FAMILIAR - 22 de Abril de 2019 a 17 de Maio de 2019

O estágio de Medicina Geral e Familiar (MGF) decorreu na Unidade de Saúde Familiar (USF) Tejo, sob orientação da Dra. Diana Duarte. Para as quatro semanas que estive na USF estabeleci como principais objetivos, os seguintes: contactar com as principais patologias em contexto pré-hospitalar; realizar anamnese e exame objetivo de forma autónoma; melhorar a capacidade de realizar uma abordagem clínica centrada

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7 na pessoa; desenvolver estratégias de comunicação com o doente e melhorar empatia; integrar o doente no seu contexto biopsicossocial; melhorar o entendimento de estratégias de prevenção primária.

Integrei a equipa da USF e acompanhei a atividade clínica diária da minha tutora nas diferentes consultas existentes: saúde de adultos, saúde infantil, saúde materna e nas consultas abertas. Realizei de forma ativa o exame objetivo de cada doente, sendo que essa parte da consulta era da minha responsabilidade. Ao longo das quatro semanas de estágio participei ainda dois domicílios, a dois doentes com condições habitacionais completamente dicotómicas.

Semanalmente ocorriam reuniões da USF sendo que numa delas fiz uma apresentação após revisão do tema “Avaliação do crescimento em idade pediátrica”. Assisti também a uma apresentação realizada por um médico urologista convidado com o tema “Disfunção erétil e outras disfunções sexuais”. O estágio terminou com a discussão do diário de exercício orientado por mim realizado.

OPCIONAL: ENDOCRINOLOGIA - 20 de Maio de 2019 a 31 de Maio de 2019

Optei por realizar um estágio clínico opcional no Serviço de Endocrinologia no Hospital Curry Cabral que decorreu sob orientação da Dra. Joanna Prokop. Esta foi a minha escolha por uma questão de preferência pessoal, por querer aprofundar o meu conhecimento teórico acerca dos temas mas também para tentar perceber melhor o funcionamento da especialidade e tentar viver ao máximo a realidade de um endocrinologista. Assim sendo, acompanhei as atividades diárias da minha tutora que se resumem sobretudo à consulta externa. Dentro das consultas a que eu assisti, o principal motivo foi a patologia tiroideia, sobretudo patologia nodular desta glândula. Assisti também a duas sessões clínicas com os temas “Abordagem ao doente com hipertiroidismo” e “Orbitopatia tiroideia”. Para terminar, pude observar a realização de citologias aspirativas por agulha fina (CAAF) para estudo de nódulos tiroideus.

ELEMENTOS VALORATIVOS

Ao longo dos seis anos de curso sempre procurei complementar a minha formação através de diferentes atividades em diversas áreas. Este ano não foi uma exceção e, por não ser um ano particularmente fácil no que diz respeito à gestão do meu tempo, as atividades foram criteriosamente por mim escolhidas de modo a tentar colmatar algumas falhas quer no meu percurso académico, quer pessoal. O anexo 3 apresenta os certificados das atividades em que estive presente.

REFLEXÃO CRÍTICA

No final deste ano, depois de muitas horas passadas nos hospitais considero fundamental fazer agora um balanço. Ter espírito crítico é, para mim, uma das características essenciais para ser uma boa médica.

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8 Assim sendo, com esta reflexão crítica tento identificar alguns pontos positivos e outros negativos dos estágios que realizei ao longo destes meses.

Medicina Interna foi a especialidade pela qual iniciei este ano profissionalizante e devo dizer que a

ideia de iniciar logo com uma especialidade que é uma das pedras basilares da Medicina me assustou. No entanto, olhando em retrospectiva percebo que cumpri todos os objetivos aos quais me propus. O principal aspecto positivo a realçar destas semanas foi a possibilidade de contacto próximo com os doentes que tive diariamente. Todos os dias recebi doentes diferentes, fiz-lhes colheita de dados de anamnese bem como dados do exame objetivo, o que me permitiu perceber que cada doente é único, vale por si e a gestão de cada caso clínico é variável mesmo que o diagnóstico seja o mesmo. Algo que também considero ter sido uma grande mais-valia deste estágio foi o treino das competências de comunicação. O facto de participar ativamente nas visitas clínicas ou até mesmo diariamente conversar em equipa acerca dos doentes permitiu-me aprimorar esta capacidade. Na minha opinião, ter a habilidade de transmitir a informação relevante e essencial de um doente, quer seja a um colega médico, quer seja enfermeiro é fundamental para uma boa prática clínica e neste estágio foram-me dadas as bases para que daqui para a frente possa sempre melhorar este aspeto. A minha passagem pelo SU permitiu-me melhorar a minha capacidade de estratificação de situações urgentes e emergentes, algo fundamental nesta fase da formação tendo em conta que daqui a menos de um ano serei eu a estar atrás de um balcão de atendimento. Não posso terminar a minha reflexão acerca destas semanas sem referir um ensinamento que os doentes me deram: ter em atenção pequenos detalhes e respeitar a privacidade da pessoa que temos à nossa frente vai fazer a diferença no seu dia.

Relativamente ao estágio de Cirurgia Geral tenho a destacar como atividades de maior importância para a minha formação a passagem na pequena cirurgia e nas consultas externas. Nestas últimas tive oportunidade de treinar a realização de exame objetivo dirigido a patologias específicas como a patologia tiroideia e patologia herniária, ambas frequentes na prática clínica. Além disto, percebi a importância de uma explicação clara das cirurgias aos doentes, dos efeitos adversos que podem daí advir e a forma como isto tem a capacidade de melhorar a relação médico-doente. Na pequena cirurgia pude cumprir o meu segundo grande objetivo de lidar mais de perto com os diferentes instrumentos cirúrgicos, inclusivamente participar ativamente e desta forma adquirir conhecimentos fundamentais para o meu futuro enquanto médica. Contudo, findo este estágio percebo que não cumpri na totalidade do objetivo que tinha de melhorar o meu conhecimento acerca das principais síndromes cirúrgicas uma vez que fiquei um pouco limitada às que surgiram na consulta do meu tutor. Considero assim que teria sido importante uma maior presença neste estágio de atividade de enfermaria e de SU.

O meu principal receio em relação ao estágio de Pediatria era o de a minha formação ficar limitada a uma sub-especialidade. No entanto, isso não aconteceu e considero que consegui contactar com as patologias mais comuns em crianças e adolescentes sendo que, para isso, foi fundamental a passagem pelas

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9 diversas consultas externas e pelo SU. Além disto, estes foram também os locais preferenciais onde pude observar a aplicação de estratégias para melhorar a capacidade de comunicação com a criança e com a família e compreender que a comunicação é uma das principais “armas” que os profissionais de saúde têm para assegurar uma boa adesão terapêutica. Apesar disto, considero que neste estágio apenas cumpri parcialmente a vontade que tinha de melhorar a minha capacidade para realizar o exame objetivo às crianças, sobretudo nos 3 primeiros anos de vida.

O balanço do estágio de Ginecologia e Obstetrícia é globalmente positivo, com o cumprimento dos objetivos delineados inicialmente. Gostaria de realçar aquela que, para mim, foi a experiência mais enriquecedora deste estágio: a passagem pelas consultas externas. Estas permitiram-me melhorar a capacidade de interpretar CTG, treinar a medição da altura uterina e auscultação do foco fetal bem como realizar o exame ginecológico e obstétrico que era algo que à partida considerava que ia ser mais difícil de atingir. Além disto, a passagem pelo SU permitiu-me observar as patologias mais frequentes tanto na área da ginecologia como na área da obstetrícia e ainda melhorar a minha capacidade de reconhecer sinais de gravidade e de discutir hipóteses de diagnóstico e terapêuticas.

O período do estágio de Saúde Mental permitiu-me também o cumprimento dos objetivos que defini inicialmente. O facto de ter tido um estágio sobretudo numa enfermaria “de agudos” permitiu-me cumprir logo à partida uma parte destes. O facto de ser “de agudos” levou-me a conhecer as principais perturbações psiquiátricas na sua forma clinicamente ativa. Ou seja, pude passar dos conhecimentos teóricos que tinha adquirido previamente para a prática clínica. Por outro lado, o facto de ser uma enfermaria deu-me a oportunidade de fazer um acompanhamento diário destes doentes permitindo-me observar a evolução favorável ou desfavorável das diferentes patologias e a necessidade de gestão terapêutica consoante os casos. Este foi também o local ideal para o treino das minhas aptidões no que diz respeito à colheita de dados anamnésicos e à realização do exame do estado mental que pude pôr em prática na realização da história clínica. Por outro lado, estas semanas levaram-me ao reconhecimento prático de algo que, em teoria, já sabia ser fundamental: a importância de uma equipa multidisciplinar. Foram presença assídua no internamento a assistente social e a terapeuta ocupacional e isto permitiu-me perceber que é também a partir da comunicação entre profissionais que se entende melhor o doente. Mais uma vez, a importância de olhar para o doente segundo o modelo bio-psico-social e integrar a informação dos diversos componentes para conseguir realizar a melhor abordagem possível. Não posso deixar de referir que este foi também o estágio em que melhorei o meu entendimento da importância da relação terapêutica. Esta relação é importante em qualquer contexto nos cuidados saúde, no entanto em saúde mental assume uma importância ainda maior quer pela natureza das patologias, quer pelo potencial terapêutico que pode ter no processo de recuperação dos doentes. O estabelecimento desta relação exige um grande conhecimento de nós próprios, das nossas

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10 reações, bem como o estabelecimento de uma empatia com a pessoa à nossa frente pelo que experiências como a que tive nestas semanas com a minha tutora permitem-me ter uma bagagem algo estruturada de técnicas a aplicar no futuro. Também para isto contribuiu o meu estágio de MGF onde consegui melhorar o entendimento da abordagem clínica centrada na pessoa bem como melhorar a capacidade de comunicação com o doente. Esta é uma especialidade em que existe o privilégio do contacto próximo e frequente com os doentes, pelo que cada um destes contactos é uma oportunidade para a educação para a saúde e prevenção da doença algo que para mim é fundamental quando falamos de cuidados de saúde. Assim, foi-me possível melhorar o entendimento de estratégias de prevenção primária, objetivo que tinha delineado inicialmente. Considero ainda que cumpri os objetivos de observar as principais patologias a nível de cuidados de saúde primários pelo grande número de consultas a que assisti e, também por isto, consegui melhorar as minhas capacidades de realização do exame objetivo dirigido aos diferentes sistemas. Contudo, por não ter tido uma participação ativa na colheita de anamnese, considero que não cumpri o objetivo que tinha de melhorar as minhas capacidades para tal. Para terminar, devo ainda acrescentar que a minha passagem pela Medicina Geral e Familiar permitiu-me perceber que, em cuidados de saúde primários, além da importância extrema da relação médico - doente, não se deve deixar de parte a relação fundamental entre médico – doente – enfermeiro - família. Todos são partes indissociáveis da abordagem dos doentes e a comunicação pode e deve ser mantida e estimulada por todos e entre todos.

Considero relevante destacar a atividade “Diz não a uma seringa em segunda mão” que integrada num programa promovido pela DGS para utilizadores de drogas injetáveis com o objetivo principal de reduzir a infeção pelo VIH. Sabendo que a partilha de material com sangue é uma das principais vias de transmissão, este programa tem o objetivo de quebrar esta via de transmissão. Ao longo do curso aprendemos que o abuso de drogas é um fator de risco para uma série de doenças, por isso considero fundamental conhecer a realidade em que os consumos acontecem de modo a poder aconselhar medidas preventivas. Assim, esta atividade muniu-me de informações que eu não tinha e que sentia que era uma falha na minha formação.

Importa agora olhar para os objetivos gerais propostos no início do presente relatório. Considero que as falhas relatadas em cada estágio foram colmatadas por outros pelo que no final das contas cumpri todas metas a que me propus. Cada uma destas experiências foi sempre uma oportunidade para aprender e de cada uma delas guardo ferramentas para me tornar melhor profissional.

Antes de terminar, quero aproveitar para deixar um agradecimento a todos os colegas, professores, médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares com quem contactei ao longo destes anos. Há muito que se aprende em seis anos e sem dúvida que os exemplos positivos que tive me irão sempre acompanhar na minha prática. Por último, mas talvez o mais importante, quero agradecer a todos os doentes com quem me cruzei, que estiveram disponíveis para me ouvir, responder, ajudar e ensinar muito mais do que eles próprios podem imaginar. Serei sempre grata por isso.

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ANEXOS

Anexo 1 - Cronograma do ano letivo.

Estágio Local Data

Duração

(semanas) Regente Tutor

Medicina Interna HEM

10/09/2018 - 09/11/2018 8 Prof. Doutor Fernando Nolasco Dra. Raquel Domingos Cirurgia Geral HL 12/11/2018 - 11/01/2019

8 Professor Doutor Rui Maio Dr. Miguel Allen Pediatria HDE 21/01/2019 - 15/02/2019 4 Professor Doutor Luís Varandas

Dra. Raquel Santos

Ginecologia e Obstetrícia MAC 18/02/2019 - 15/03/2019 4 Prof.ª Doutora Teresinha Simões

Dra. Marta Melo e Dra. Maria Carmo

Silva

Saúde Mental HEM

18/03/2019 - 12/04/2019 4 Professor Doutor Miguel Talina Dra. Carolina Rocha Almeida Medicina Geral e Familiar USF Tejo 22/04/2019 - 17/05/2019

4 Prof.ª Doutora Isabel Santos

Dra. Diana Duarte

Opcional: Estágio

de Endocrinologia HCC

20/05/2019 - 31/05/2019

2 Prof. José António Pereira Delgado

Alves

Dra. Joanna Prokop

Legenda: HEM: Hospital Egas Moniz; HL: Hospital da Luz; HDE: Hospital Dona Estefânia; MAC: Maternidade Alfredo da Costa; USF: Unidade de Saúde Familiar; HCC: Hospital Curry Cabral.

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12 Anexo 2 – Apresentações ao longo do ano letivo.

Estágio Apresentação

Medicina Interna

Hepatite aguda alcoólica: baseado num caso clínico

Cirurgia Geral Não metas a ansa onde não é chamada - Caso sobre hérnia crural

Pediatria Fibrose Quística - a propósito de um caso clínico

Ginecologia e Obstetrícia Mioma parido - a propósito de um caso clínico

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13 Anexo 3 - Atividades extracurriculares.

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Referências

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