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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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REGENTE: Professor Doutor Rui Maio

ORIENTADORA: Doutora Ana Alexandra Sousa

Machado Leitão

ANO LETIVO 2019/2020

LAURA GUARDA FERRAZ DOS SANTOS

2014254

LISBOA JULHO 2020

RELATÓRIO FINAL

ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE

6º ANO

MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA

NOVA MEDICAL SCHOOL | FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA

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Agradeço,

Aos meus pais e irmão, pelo apoio incondicional na perseguição dos meus objetivos.

Aos meus avós, em particular ao meu avô Guto, que partilhou comigo este sonho, mesmo que não o tenha visto realizado.

À restante família, por me acompanharem neste percurso. Aos amigos da faculdade, por serem a família longe de casa.

Aos amigos de sempre, por mostrarem que não é a distância que separa a amizade. A todos os meus tutores, por me ensinarem e inspirarem a ser melhor todos os dias.

A todos os doentes que acompanhei e que, mesmo nos momentos mais delicados das suas vidas, confiaram nas minhas capacidades.

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ÍNDICE

1. Introdução e objetivos gerais ... 1

2. Atividades desenvolvidas

2.1. Estágio Parcelar de Cirurgia Geral. ... 2

2.2. Estágio Parcelar de Medicina Interna ... 2

2.3. Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia ... 3

2.4. Estágio Parcelar de Saúde Mental ... 4

2.5. Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar ... 5

2.6. Estágio Parcelar de Pediatria ... 5

2.7. Estágio Opcional ... 6

2.8. Atividades Extracurriculares ... 6

3. Reflexão Crítica ... 7

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1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS GERAIS

“A finalidade da educação médica pré-graduada é ajudar o estudante médico a adquirir uma base de conhecimentos sólida e coerente, associada a um adequado conjunto de valores, atitudes e aptidões que lhe permita tornar-se um médico fortemente empenhado nas bases científicas da arte da Medicina, nos princípios

éticos, na abordagem humanista que constituiu o fundamento da prática médica e no aperfeiçoamento ao longo da vida das suas próprias capacidades de modo a promover a saúde e o bem-estar das comunidades que

servem.” [1]

[1] Victorino, Rui Manuel et al.; O Licenciado Médico em Portugal | Core Graduates Learning Outcomes Project; Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, 2005

O 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da Nova Medical School – Faculdade de Ciências Médicas (NMS | FCM) pretende ser um ano profissionalizante, em que o estudante fortalece as bases teóricas adquiridas ao longo do curso, integrando o dia-a-dia de várias equipas onde, progressivamente, adquire autonomia para aplicar os seus conhecimentos a cenários reais. Através da inclusão do estudante em equipas de diversas especialidades – Cirurgia Geral, Medicina Interna, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Mental, Medicina Geral e Familiar e Pediatria – pretende-se que este adquira os alicerces fundamentais da prática clínica de um médico.

Assim, defini, para este ano, objetivos gerais que considero serem essenciais para obter bases fortes e, no futuro, ter uma prática médica bem suportada, numa constante procura da melhor abordagem ao doente. Esses objetivos foram: consolidar o ensino teórico prévio e complementá-lo em áreas em que me sinto mais insegura; adquirir confiança no meu raciocínio clínico de modo a ser capaz de identificar as patologias mais comuns, e também, as mais urgentes e ter capacidade para a sua gestão correta; conhecer as medidas de prevenção para as comorbilidades mais frequentes e saber aplicar a promoção da saúde às populações; treinar aptidões práticas necessárias para o médico geral, como realização e interpretação de exames; abordar o doente segundo o modelo biopsicossocial e através de integração multidisciplinar com outras vertentes como enfermagem ou serviço social; integrar equipas e desenvolver uma boa comunicação com outros profissionais de saúde; praticar a comunicação médico-doente-família, com entendimento mútuo e construção de relações de confiança. No presente relatório, irei descrever a minha passagem pelos estágios parcelares que constituíram este estágio profissionalizante. Devido à pandemia por Sars-Cov-2 (Covid-19), o meu 6º ano foi peculiar, sendo que os estágios de Pediatra e Medicina Geral e Familiar, bem como o estágio opcional, forma substituídos por atividades online. Serão descritas algumas atividades extracurriculares que realizei ao longo do curso e que considero terem sido fundamentais ao longo do meu percurso. Por fim, farei uma reflexão crítica em relação ao 6º ano, ao cumprimento dos objetivos acima descritos, ao impacto de cada estágio na minha formação e às dificuldades ainda sentidas. Em anexo, coloquei um cronograma que descreve os locais e duração dos estágios parcelares, bem como os meus tutores, e acrescentei os certificados das atividades extracurriculares realizadas.

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2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

2.1. CIRURGIA GERAL

Regente: Professor Doutor Rui Maio

Hospital Beatriz Ângelo (HBA) 9 de Setembro de 2019 a 1 de Novembro de 2019 Para o estágio parcelar de Cirurgia Geral delineei como objetivos específicos: aperfeiçoar conhecimentos sobre patologias cirúrgicas frequentes; desenvolver competências técnicas como assepsia e atos cirúrgicos simples. O estágio iniciou-se com uma semana de sessões teóricas e teórico-práticas, que incluíram o curso TEAM® –

Trauma Evaluation and Mangement, sobre conceitos básicos de avaliação e gestão do doente politraumatizado.

Durante 4 semanas estagiei no serviço de Cirurgia Geral onde acompanhei o Dr. Gonçalo Luz. Na enfermaria é feita a avaliação física, laboratorial e, pontualmente, imagiológica de todos os doentes internados, em regime pré ou pós-operatório, sendo posteriormente realizada uma discussão multidisciplinar dos mesmos para definir o plano individualizado, onde pude participar ativamente. Participei assiduamente nas atividades do bloco

operatório, onde assisti a várias cirurgias. As mais frequentes foram colecistectomias por via laparoscópica (CVL)

e sleeves gástricos, tendo também observado cirurgias mais complexas como sigmoidectomias e gastrojejunostomias. Participei em três CVL, numa delas como 1ª assistente, onde pude realizar gestos cirúrgicos simples. Acompanhei o Dr. Gonçalo Luz nas consultas externas onde são avaliados doentes com patologia cirúrgica, é discutida a sua gestão futura, ou avaliado o seu estado pós-operatório com análise da ferida cirúrgica e sinais ou sintomas que possam indicar complicação ou indiciar o resultado precoce da cirurgia. Frequentei uma semana o Serviço de Urgência, onde saliento a oportunidade de passar pelas várias vertentes e a autonomia que me foi concedida para avaliar doentes com patologia aguda e suturar uma ferida incisa. Como estágio opcional, frequentei duas semanas a Unidade de Cuidados Intensivos, onde observei doentes críticos com patologias complexas e necessidade de monitorização apertada e cuidados constantes. A discussão em equipa dos doentes internados, da sua evolução e plano terapêutico individual, permitiram-me testar o meu raciocínio clínico. No Mini-Congresso realizado na última semana de estágio apresentei um trabalho de grupo intitulado “A triste

história de um estômago retardado”, a propósito de um caso clínico de uma doente com gastroparésia.

2.2. MEDICINA INTERNA

Regente: Professor Doutor Fernando Nolasco

Hospital São Francisco Xavier (HSFX) 4 de Novembro de 2019 a 10 de Janeiro de 2020 No estágio parcelar de Medicina Interna integrei a equipa dos cuidados intermédios médicos e a enfermaria do serviço de Medicina IV, sob tutela do Dr. Hugo Moreira. Para estes 2 meses de estágio defini como objetivos

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específicos: avaliar, diagnosticar e prescrever terapêutica para as situações clínicas mais importantes e

frequentes na população portuguesa; aprender a gerir um doente agudo ou crónico exacerbado em regime de internamento ou no serviço de urgência, tendo em conta o modelo biopsicossocial.

Na enfermaria, ganhei autonomia para avaliar 1 a 3 doentes diariamente, elaborar os diários clínicos, requisitar e interpretar exames complementares de diagnóstico e elaborar planos terapêuticos, posteriormente discutidos em reunião de equipa. Pude realizar e interpretar o resultado de eletrocardiogramas e gasimetrias, e escrevi individualmente algumas notas de entrada e de alta. Por ter acompanhado a unidade de cuidados intermédios, tive contacto com patologias de maior gravidade e observei a realização de procedimentos invasivos como toracocenteses e colocação cateteres venosos centrais. O tipo de patologia mais frequentemente observada foi a pulmonar, com destaque para vários casos de tromboembolismo pulmonar. No que concerne às comorbilidades que condicionavam a gestão dos doentes, as principais foram a patologia cardiovascular e renal. Acompanhei a equipa em conversas com familiares e frequentei reuniões de serviço, onde apresentei casos clínicos e assisti a várias discussões multidisciplinares. Frequentei semanalmente o serviço de urgência onde adquiri autonomia para praticar uma marcha diagnóstica mais dirigida e um raciocínio clínico rápido, com elaboração de um plano de gestão para cada situação, que era posteriormente discutido com o assistente responsável. Acompanhei o Dr. Hugo Moreira na consulta externa onde tive oportunidade de entender o manejo de doentes com listas extensas de comorbilidades, com especial atenção à sua polimedicação. Na faculdade, assisti a 2 workshops intitulados “Decisões de fim de vida” pela Dra. Camila Tapadinha, e “Alterações do equilíbrio ácido base” pelo Dr. Pedro Póvoa. Assisti a aulas dirigidas aos alunos do 6º ano sobre patologias comuns da Medicina Interna. Semanalmente presenciei as sessões clínicas, numa delas apresentei um trabalho de grupo sobre “Sono e abordagem do doente no internamento com alterações do sono”.

2.3. GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

Regente: Professora Doutora Teresinha Simões

Maternidade Alfredo da Costa (MAC) 20 de Janeiro de 2020 a 14 de Fevereiro de 2020

Para o estágio de Ginecologia e Obstetrícia estabeleci como objetivos específicos: consolidar conhecimentos sobre prevenção na saúde da mulher e patologias ginecológicas e obstétricas frequentes; entender os principais aspetos do acompanhamento da gravidez e do trabalho de parto; praticar exame objetivo ginecológico.

O estágio foi dividido em duas componentes: Obstetrícia, onde fui tutorada pelo Dr. Gonçalo Cardoso, e Ginecologia, onde acompanhei a Dra Patrícia Amaral. Na área da Obstetrícia, frequentei o Internamento Materno-Fetal, onde se encontram grávidas com patologia de risco, para que sejam monitorizadas, e também mulheres submetidas a interrupções voluntárias da gravidez que, por razões médicas ou sociais, necessitaram

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de internamento. Acompanhei o Dr. Gonçalo Cardoso na consulta de Gravidez de Alto Risco frequentada por grávidas de termo e/ou com patologia que necessita de atenção especializada. Acompanhada pelo meu tutor, realizei toque vaginal para avaliação do colo uterino, medição da altura uterina, procura do foco fetal e ecografia obstétrica. Na área da Ginecologia, acompanhei a Dra. Patricia Amaral na Consulta de Uroginecologia, onde observei maioritariamente doentes com prolapsos de órgãos pélvicos e/ ou incontinência urinária. Tive oportunidade de praticar exame ao espéculo, realização de citologias e stress tests e analisar exames complementares específicos como estudo urodinâmico. No bloco operatório assisti a correções de prolapsos e perineoplastias. Todas as semanas acompanhei os meus tutores no serviço de urgência onde assisti e participei no atendimento de mulheres com queixas ginecológicas ou obstétricas agudas. No bloco de partos observei a assistência ao parto normal e distócico. Assisti a 3 cesarianas e ainda uma laparoscopia por gravidez ectópica. No decorrer do estágio tive a oportunidade de passar por outros serviços específicos como: puerpério, histeroscopia, ecografia ginecológica, consulta de planeamento familiar e laser/ colposcopia. No final do estágio apresentei um trabalho de grupo com o tema “Anomalias müllerianas”

2.4. Saúde Mental

Regente: Professor Doutor Miguel Talina

Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL) 16 de Fevereiro de 2020 a 13 de Março de 2020 Para estas 4 semanas, determinei como objetivos específicos: praticar a entrevista clínica psiquiátrica e estruturar as melhores hipóteses diagnósticas a partir da mesma; consolidar conhecimento em relação às psicopatologias mais frequentes e a sua abordagem em contexto agudo e crónico. Fui tutorada pelo Dr. Pedro Rodrigues, no serviço de Psiquiatria Geral, clínica 5, onde estão internados doentes adultos por diversas psicopatologias na sua fase aguda, maioritariamente perturbações psicóticas e afetivas. Nesta enfermaria são realizadas entrevistas aos doentes, um exame de estado mental, e, posteriormente, são discutidas as hipóteses diagnósticas de cada doente, a sua evolução clínica e a proposta terapêutica. Numa tentativa de melhor esclarecimento dos quadros clínicos e/ou preparação de alta clínica, assisti também a algumas entrevistas com o doente e os seus familiares. Frequentei semanalmente a consulta externa, onde vi principalmente seguimento de doentes estáveis, já previamente avaliados e diagnosticados com patologias psiquiátricas, sendo que alguns já tinham estado internados no serviço de psiquiatria do CHPL e estas consultas faziam parte do seu plano de seguimento após a alta. Observei ainda algumas primeiras consultas de doentes principalmente referenciados do seu médico assistente. Semanalmente frequentei o serviço de urgência do Hospital de São José, onde observei doentes com episódios inaugurais de sintomatologia psicótica e outros com perturbação psiquiátrica já conhecida, mas que se encontrava descompensada. Complementarmente assisti à consulta externa de

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Perturbação Obsessivo-compulsiva, aulas introdutórias de saúde mental na NMS|FCM nos primeiros 2 dias de estágio, aulas destinadas a internos de formação específica do CHPL e ainda aulas dedicadas aos alunos do 6º ano, lecionadas pelo Dr. Pedro Rodrigues.

2.5. Medicina Geral e Familiar

Regente: Professora Doutora Isabel Santos

16 de Março de 2020 a 17 de Abril de 2020 Realizei o estágio de Medicina Geral e Familiar (MGF) em regime de confinamento social devido à Covid-19, sendo que este consistiu num conjunto de atividades alternativas. Os meus objetivos específicos para este estágio eram: aprender a melhor abordagem para os problemas de saúde mais prevalentes na população portuguesa; adquirir ferramentas para promover a saúde populacional através da prevenção. Como atividades, realizei a resolução de um caso clínico em que me foi fornecida a história clínica de uma doente e, a partir dela, deveria estruturar uma entrevista clínica e exame físico a realizar em contexto de consulta, identificar os principais problemas e propor um plano terapêutico. Tendo por base o mesmo caso clínico, realizei a análise da prescrição de um exame complementar de diagnóstico, a razão da sua prescrição e os benefícios e consequências a explicar ao doente. Através da visualização de consultas videogravadas, analisei a estruturação das mesmas, tendo por base o modelo centrado na pessoa, e averiguei a sua representatividade tendo em consideração o perfil de morbilidade da MGF, refletindo posteriormente sobre os ganhos formativos gerados. Frequentei cursos

online da plataforma da Organização Mundial de Saúde, que permitiram consolidar conhecimentos adquiridos

no passado. No Mini-Congresso apresentei individualmente o trabalho intitulado “Doutor, tenho esta crosta na cara. É normal?” sobre neoplasias cutâneas e o seu diagnóstico diferencial.

2.6. Pediatria

Regente: Professor Doutor Luís Varandas

20 de Abril de 2020 a 15 de Maio de 2020 Defini como objetivos específicos para o estágio de pediatria: colocar em prática os conhecimentos adquiridos previamente sobre a avaliação do normal desenvolvimento da criança e adolescente e as principais patologias em idade pediátrica; treinar a comunicação com a criança e os pais. Este estágio foi realizado em regime de confinamento social devido à COVID-19 e, por isso, foi feito em moldes diferentes do habitual, adaptado à situação excecional que vivemos. Apresentei um trabalho de grupo com as minhas colegas sobre o tema “Sépsis em idade pediátrica” onde pretendemos abordar a sua etiologia mais frequente, sinais e sintomas, exames complementares de diagnóstico a solicitar, ressuscitação na 1ª hora e abordagem em unidade de cuidados intensivos pediátricos. Individualmente realizei um artigo de revisão sobre a temática “Icterícia Neonatal” tendo

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por base 15 artigos científicos. Nele pretendi compilar de forma sistemática as informações fidedignas mais recentes em relação à sua prevalência, manifestações clínicas e laboratoriais, estudo etiológico, abordagem e terapêutica desta entidade frequente na neonatologia.

2.7. Estágio Opcional

Habitualmente, é dada a oportunidade ao aluno de escolher uma área para estagiar duas semanas, de modo a ter uma experiência numa valência do seu interesse, que o possa ajudar a definir as suas escolhas no futuro. Desta forma, escolhi estagiar no serviço de Urgência Geral do Hospital São Francisco Xavier. Para além de ser uma área de interesse pessoal, é um local que privilegia a abordagem rápida a um leque amplo de patologias, treinando o raciocínio clínico e a gestão do doente, aptidões fundamentais a todos os médicos. Devido à pandemia por Covid-19 e ao regime de confinamento com cancelamento dos estágios clínicos, este foi substituído por uma nova unidade curricular (UC). A nova UC opcional consiste em aulas online via plataforma

Zoom, onde docentes de várias áreas abordam as questões da Prova Nacional de Acesso à especialidade 2019,

resolvendo-as com os alunos e esclarecendo as suas dúvidas.

2.8. Atividades Extracurriculares

Durante os 6 anos de MIM procurei realizar atividades extracurriculares que me enriquecessem pessoal e profissionalmente. Frequentei workshops e palestras, na sua maioria promovidas pela faculdade ou pela associação de estudantes (AEFCM) – vide anexos. Integrei alguns projetos de voluntariado dos quais destaco, em 2017, um projeto de 2 meses organizado pela AIESEC onde fiz parte de uma equipa que prestou auxílio numa instituição de crianças e adultos com deficiência em Galle, Sri Lanka. As atividades realizadas eram maioritariamente educacionais (ensino de língua inglesa básica e preparação de refeições simples) e lúdicas. Em 2018 realizei 6 meses de mobilidade académica, pelos Acordos de Cooperação da NMS | FCM, na Universidade Luterana do Brasil, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Tive oportunidade de integrar equipas de áreas de grande interesse pessoal: Cuidados Intensivos e Urgência e Emergência Médica. O ensino médico no Brasil difere do nosso, uma vez que é dado ao aluno um grau de autonomia muito superior e são privilegiadas a experiência real e a prática clínica. Assim, sinto que adquiri um enorme grau de autossuficiência, ao mesmo tempo que nunca me senti desapoiada por quem supervisionava o meu trabalho. Durante o confinamento social pela Covid-19 participei em 2 webinars promovidos pela Ordem dos Médicos, abordando a temática COVID-19 e a organização dos serviços de Medicina Intensiva e urgência do Hospital São João no Porto.

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3. REFLEXÃO CRÍTICA

De maneira geral, esforcei-me bastante para aproveitar todos os estágios e retirar deles as melhores práticas. Considero ter atingido, com êxito, a maior parte dos objetivos a que me propus, ciente da necessidade de colmatar as lacunas ainda presentes, e mantenho consciência que faz parte do dever do médico a perpetuação da aprendizagem ao longo da vida, com atualização constante.

Em relação à cimentação dos conhecimentos teóricos, em particular aqueles em que ainda sentia alguma

insegurança, tentei encontrar em todos os estágios tempo para o estudo das várias patologias que fui

observando, e contei também com a disponibilidade de todos os profissionais com que me cruzei. Paralelamente, o estudo constante para a Prova Nacional de Acesso permitiu-me estar a par da parte teórica de cada uma das especialidades.

No que concerne a prática do meu raciocínio clínico e a abordagem de patologias frequentes e urgentes, considero que o fiz com sucesso, principalmente no estágio de Medicina Interna onde pratiquei a abordagem de vários doentes em regime de internamento e urgência. Adicionalmente, a passagem pelos serviços de urgência nas várias parcelas do estágio profissionalizante foi uma mais valia. Infelizmente considero que existe uma lacuna neste aspeto em relação às áreas de Pediatria e da Medicina Geral e Familiar, uma vez que o estágio foi substituído por ensino à distância e não houve observação real da gestão dos doentes nestas especialidades. No que diz respeito às medidas de prevenção para as comorbilidades mais frequentes e promoção da saúde

na população portuguesa, apesar de este ser um objetivo geral, está muito vocacionado para a área da Medicina

Geral e Familiar. Devido à Covid-19, não obstante terem sido criadas atividades a simular consultas, estas não foram suficientes para considerar que atingi este objetivo plenamente. Tentei e tentarei colmatar esta falha através do estudo teórico destes temas e na passagem por esta especialidade no Internato de Formação Geral. Perante o objetivo de treino de competências práticas, creio tê-lo atingido, especialmente no estágio de Ginecologia e Obstetrícia, onde a componente prática foi significativa e me permitiu uma familiarização com a apresentação clínica de um vasto leque de patologias destas áreas. O estágio de Cirurgia Geral também sobressaiu pela capacidade de integração dos alunos nas cirurgias e prática de gestos cirúrgicos simples. No estágio de Medicina Interna, a componente prática também foi relevante, com a realização e interpretação de exames simples e observação de alguns exames mais invasivos, com explicitação das suas técnicas.

A abordagem biopsicossocial do doente e a sua gestão multidisciplinar teve particular relevância no estágio de Medicina Interna em que houve contacto diário com as equipas de enfermagem, psicologia e serviço social para avaliação correta do doente, das suas comorbilidades, evolução e necessidade de apoio psicossocial. Estas outras vertentes estavam também presentes nas reuniões multidisciplinares, e era evidente o esforço de todos os

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envolvidos para olhar o doente de forma global, dar-lhe o maior conforto e assegurar que, à data da alta, este saía melhorado e com os apoios necessários para assim se manter. Nesta gestão multidisciplinar, pratiquei a

comunicação com outros profissionais de saúde, e considero ter sido um objetivo cumprido com sucesso.

Um dos objetivos primordiais era o treino da comunicação com os doentes e as suas famílias, competência que considero fulcral na atividade médica, e com a qual não contactamos diretamente ao longo do curso. Iniciei a prática da comunicação com o doente, incluindo comunicação de más notícias, durante a minha mobilidade no Brasil, no 5º ano, onde os alunos eram responsáveis por tal. Este ano, continuei a prática desta competência, essencialmente no estágio de Medicina Interna. Em Psiquiatria, constatei a relevância das reuniões familiares, não só para compreender melhor as psicopatologias dos doentes, como também para garantir o seu acompanhamento após a alta. No estágio de Cirurgia Geral, observei no meu tutor uma enorme capacidade de olhar os doentes de forma humana, informando-os de forma clara e acessível, o que lhes permitia tomar decisões conscientes e com confiança no futuro.

Para complementar todos estes objetivos, durante o curso procurei conhecer todas as áreas de modo a escolher aquelas com que mais me identifico. Para isso, contribuiu muito a mobilidade para o Brasil onde pude viver a realidade da área em que revejo a minha atividade profissional – a Medicina Intensiva – e também a Urgência e Emergência que, apesar de não ser uma especialidade em Portugal, é uma vertente que pretendo desempenhar no futuro. Apesar de ter sido a realidade de um país muito distinto do nosso, permitiu-me vivenciar o dia-a-dia destes especialistas e moldou as decisões que tomarei no futuro.

Paralelamente, gostaria de destacar o estágio de Cirurgia Geral e o Dr. Gonçalo Luz, pela parte humana da Medicina que me conseguiu transmitir e que transparecia nas suas relações com os doentes. Conseguiu também incorporar-me em todas as suas atividades diárias, sempre com um enorme interesse pelos alunos e vontade de ensinar. De igual modo, quero salientar o estágio de Medicina Interna, o Dr. Hugo Moreira e toda a sua equipa, que me fizeram sentir como parte integrante da mesma desde o primeiro dia, depositaram confiança nas minhas capacidades e mostraram-se recetivos a todas as minhas dúvidas. A constante busca da melhor evidência e a exigência na abordagem do doente foram uma fonte de motivação para aprender e fazer melhor a cada dia. Para concluir, gostaria de reforçar a qualidade da formação médica na NMS | FCM, que privilegia o ensino prático com um rácio tutor/aluno que nos permite um contacto direto com o doente e prática clínica em situações reais, acompanhados por docentes dedicados.

Finalizo agradecendo a todos os docentes e profissionais de saúde que acompanharam o meu percurso. Os médicos que um dia seremos são o resultado, não só do conhecimento que adquirimos em 6 anos de faculdade, mas principalmente dos profissionais que nos marcam e nos incentivaram a ser melhores a cada dia, em prol do doente.

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4. Anexos

A. Cronograma ano letivo 2019/2020

B. Ações de voluntariado Nacional e Internacional

a. Voluntariado Apoio aos sem abrigo – AEFCM (2017)

b. Voluntariado AIESEC - Programa Global Volunteer – Sri Lanka (2017)

C. Mobilidade Internacional – Acordos de Cooperação – Universidade Luterana do Brasil (2018)

D. CEMEF – Curtos estágios Médicos em Ferias

a. Serviço de Anestesiologia do Hospital de Santo André (2019)

E. Cursos e conferências frequentadas durante o 6º ano do MIM

a. Curso TEAM® (Setembro 2019)

b. Encontros da academia: Arritmologia para não electrofisiologistas – dúvidas do dia-a-dia - Sociedade Portuguesa de Cardiologia (Setembro 2019)

c. Mesa Redonda: Emergências Éticas (Outubro 2019)

d. II Jornadas de Medicina Geral e Familiar – Hospital CUF Descobertas (Outubro 2019) e. Sessão Clínica TagusPark – Trauma 2020 (Novembro 2019)

f. Palestra: Prescrição Social de A a Z – AEFCM (Abril 2020) g. Palestra: Burnout em Medicina – AEFCM (Abril 2020)

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B. Ações de voluntariado Nacional e Internacional

a. Voluntariado Apoio aos sem abrigo – AEFCM (2017)

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C. Mobilidade Internacional – Acordos de Cooperação – Universidade Luterana do Brasil (2018)

D. CEMEF – Curtos estágios Médicos em Ferias

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E. Cursos e conferências frequentadas durante o 6º ano do MIM

a. Curso TEAM® (Setembro 2019)

b. Encontros da academia: Arritmologia para não electrofisiologistas – dúvidas do dia-a-dia - Sociedade Portuguesa de Cardiologia (Setembro 2019)

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c. Mesa Redonda: Emergências Éticas (Outubro 2019)

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e. Sessão Clínica TagusPark – Trauma 2020 (Novembro 2019)

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g. Palestra: Burnout em Medicina – AEFCM (Abril 2020)

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