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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO JOÃO HENRIQUE VERA ULRICH

2010326

2015/2016

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA – 6ºAno

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Índice

Índice ... 2 INTRODUÇÃO ... 3 ESTÁGIOS PARCELARES ... 4 Cirurgia Geral ... 4 Medicina Interna ... 4 Ginecologia e obstetrícia ... 5 Saúde Mental ... 5

Medicina Geral e Familiar ... 6

Pediatria ... 7

Estágio Opcional ... 7

ELEMENTOS VALORATIVOS ... 8

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INTRODUÇÃO

Concluídos os estágios do 6º Ano pertencentes à Unidade curricular do Estágio Profissionalizante pretende-se que os alunos façam um balanço do Ano letivo, tendo em conta as atividades realizadas, os objetivos e o seu cumprimento ou não, descrevendo sucintamente o que foi feito ao longo do último ano de curso.

Após a uma longa reflexão e a leitura dos documentos: “O licenciado em Médico

em Portugal” 1, texto elaborado com o contributo dos docentes das Faculdades de

Medicina do país, bem como do documento “The tunning Project – Learning

Outcomes/ Competences for under graduate Medical Education in Europe.” 2

Constato que o que a Faculdade de Ciências Médicas me ensinou, foi muito mais do que os objetivos gerais expressos nas unidades curriculares.

Não esquecendo a elaboração de história clinica, exame objetivo, raciocínio clínico e recomendação terapêutica, para mim a Medicina tem muito mais do que a sua

faceta pura e científica, como sintetizou o Prof. Abel Salazar na frase: “quem só

sabe medicina nem medicina sabe”. A Medicina é um conceito mais amplo do que o de técnica médica.

Como “Atualmente é indiscutível a importância da autoavaliação e da avaliação

exterior de cursos de medicina e das instituições que a lecionam.” 1 , gostaria de

transmitir neste relatório aquilo que de mais valioso os estágios do 6º Ano me transmitiram, para que tanto eu próprio possa ser avaliado com base na minha autoavaliação, como a faculdade de Ciências Médicas possa ser avaliada e reconhecida com base neste meu testemunho.

Assim sendo, destaco dois objetivos que tive sempre presentes durante o 6º Ano e que encontramos no “The tunning Project”: Comunicar efetivamente num contexto médico e aplicar princípios éticos e legais na prática clinica. A meu ver a comunicação é o ponto principal da prática médica e terei este aspeto como fio condutor do meu relatório. Como a vertente humana é tão ou mais importante que a vertente técnica e a primeira foi menos vezes demostrada em elementos de avaliação, irei salientar, passando por todos os estágios do 6º ano, a forma como me ensinaram a viver toda a vertente médica, que vai além da técnica e do conhecimento científico, e a forma como eu a adquiri.

Apesar de não fazer parte do 6ºano, farei questão de mencionar a minha passagem pela comissão de curso e o meu intercambio no Brasil. Sem dúvida as maiores oportunidades de aprendizagem, mais uma vez tanto técnica como humana, que a faculdade de Ciências médicas me deu.

Concluirei o relatório expondo os pontos mais e menos fortes do 6ºano, relatando as dificuldades que senti e aquilo que dos estágios retirei. Farei também um balanço geral deste curso, que ao fim de 6 anos não se pode resumir ao último.

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ESTÁGIOS PARCELARES

Cirurgia Geral – 14 de Setembro a 6 de Novembro de 2015

Sob a regência do Prof. Dr. Rui Maio, realizei o estágio de Cirurgia Geral no Hospital Beatriz Ângelo, tutelado pelo Dr. Paulo Oliveira. Sendo o primeiro estágio foi aquele em que o choque com a autonomia de um sexto ano foi maior. Aquele em que senti que era aluno do sexto ano e teria mais oportunidade para desenvolver competências do que em qualquer outro ano. Além de desenvolver técnica cirúrgica, pelo número de vezes que entrei em cirurgias, foi uma excelente oportunidade para desenvolver competências de condução de consulta e comunicação com o doente. Aprendi que a patologia cirúrgica tem resolução na sua maioria das vezes completa, o que facilita o diálogo com o doente. Ajuda a sentirmo-nos bem ao dar boas notícias e confiantes no decorrer da consulta. Aprendi a respeitar a decisão dos doentes sobre a proposta cirúrgica (podem e estão no direito de recusar), mas o mais importante foi ganhar capacidades para os informar da melhor maneira possível, o que muitas vezes é o suficiente para optarem pela cirurgia.

Durante este estágio tive ainda oportunidade de passar duas semanas pela Unidade de Cuidados Intensivos, onde embora seja um local pouco adequado para a um aluno do 6º ano desenvolver técnicas, constata-se que muitas vezes o doente não se expressa e o médico tem de fazer tudo por desvendar os problemas adjacentes, nunca esquecendo o contacto com familiares de alguém numa situação suficientemente grave para estar numa UCI.

Na última semana apresentei o caso clínico sobre o qual mais me debrucei durante o estágio – Ampuloma, causa ou consequência?

Medicina Interna – 9 de Novembro de 2015 a 15 de Janeiro de 2016

Realizei o estágio de Medicina Interna no hospital das forças armadas. Sendo um hospital militar sem idoneidade para formação em Medicina Interna, o serviço É apenas constituído por 6 especialistas, 4 dos quais recebiam alunos. Tive o privilégio de acompanhar o Dr. Ricardo Ferreira com as vantagens de não ter internos no serviço. A medicina interna é das áreas mais importantes da medicina e onde os alunos aprendem mais. Aqui tive oportunidade de conviver com patologia crónica, que ao contrário da cirurgia na sua maioria não tem resolução completa. Por ser um hospital militar tive oportunidade de desenvolver competências que noutro local não seriam tão enfatizadas como é o caso da organização, da disciplina e da responsabilidade. Embora sejam essências à nossa profissão em qualquer hospital, neste ambiente é mais notória a forma como estas ferramentas ajudam a um bom funcionamento. Aqui tive contacto com doentes da minha idade ou mais novos, com patologia aguda. Assim sendo tive de me tornar mais adulto perante estes doentes que confiavam em mim como seu médico. Assumir que estamos

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perante um doente da nossa idade não pode de forma alguma influenciar o nosso tratamento e nesta unidade aprendi a comportar-me de forma semelhante, independentemente da idade ou patente do doente que tinha em mãos.

A comunicação com a equipa de enfermagem e auxiliares ajudou-me muito nas tarefas diárias, aprendi a desenvolver o espirito de equipa que torna qualquer trabalho melhor. Confirmei o quão importante é respeitar e valorizar o trabalho dos outros profissionais de saúde, e constatei que são os nossos maiores aliados. Tive ainda oportunidade de visitar o centro de medicina hiperbárica onde descobri a medicina aeronáutica e as suas vertentes. Apresentei também na última semana um caso clínico sobre leishmaniose visceral.

Ginecologia e obstetrícia – 25 de Janeiro a 19 de Fevereiro de 2016

O meu estágio de Ginecologia e obstetrícia foi realizado no Hospital Beatriz Ângelo sob tutoria da Dra. Ana Nobre Pinto. Este foi o estágio onde vi mais o quanto uma especialidade pode ser completa, desde a enfermaria às consultas, passando pela urgência, pelo bloco operatório ou pelas técnicas de ecografia ou colposcopia. Foi muito interessante ver como uma equipa se completa, tendo todos a mesma base de formação mas subespecializando-se.

Aqui aprendi a conviver não só com a gravida mas com a mulher em qualquer faixa etária, bem como os seus familiares, destacando o marido. Foi interessante ver a forma como as famílias recebem a noticia de um nascimento, que tanto pode ter tudo de bom como por vezes correr mal. Aprendi a lidar com situações de malformação fetal que muitas vezes é um choque para os pais e a forma como a notícia é transmitida pode ajudar a mudar a forma como esta é encarada.

Grande parte do meu estágio foi dedicada à patologia mamária, na sua maioria maligna e foi interessante ver a forma como se aborda um doente oncológico, especialmente uma mulher prestes, ou pós a perda de um órgão que tanto a caracteriza como mulher. Aprender a lidar com esta fragilidade foi sem dúvida uma grande mais-valia deste estágio.

Durante o estágio dediquei-me a um caso clinico de pneumotórax catamenial, trabalho este que apresentei na última reunião de serviço.

Saúde Mental – 22 de Fevereiro a 18 de Março de 2016

Sob regência do Prof. Dr. Miguel Xavier tive a oportunidade de fazer um estágio diferente. Fiquei sob tutela da Dra. Georgina Maia no serviço de pedopsiquiatria do CHLO – Hospital S. Francisco Xavier.

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A saúde mental não poderia faltar na formação de um aluno de 6ºano, não só pelo facto de ser cada vez mais prevalente mas também porque cada um de nós, nas mais diversas áreas, vai contactar com estes doentes. Se por um lado perdi por não ter acompanhado patologia adulta, no que toca a psiquiatria pura ganhei muito por trabalhar com crianças pelo facto de trabalhar não só com elas mas também com os pais. Perceber a forma como os pais encaram estes problemas, uns mais abertos outros mais preconceituosos, foi muito benéfico.

Percebi com este estágio que a forma como se explica a abordagem de uma especialidade é o maior fator de aceitação por parte dos pais e mesmo das crianças. Se em alguns casos, na minha opinião aconteceu sobrediagnóstico, em muitos mais vi questões realmente sérias, como anorexia e tentativas de suicídio. Aqui pude aprender a avaliar risco de suicídio e acompanhar sessões de psicoterapia.

Ainda a salientar foi o facto de que com a experiência que este estágio me deu consegui notar um grande, se não o maior, fator de risco para desenvolvimento de patologia psiquiátrica infantil: O ambiente e história familiar vividos pela criança.

Medicina Geral e Familiar – 28 de Março a 22 de Abril de 2016

Tive a oportunidade de realizar este estágio num ambiente completamente diferente do que havia visto até então. Acompanhei o dia-a-dia da Dra. Sofia Norte na USF Vale do Sorraia em Coruche, concelho pertencente ao distrito de Santarém.

A Medicina Geral e Familiar não só é das especialidades mais importantes como para mim a mais abrangente da medicina. Aqui tive oportunidade de acompanhar doentes e saudáveis, dos 0 aos 100 anos de Idade, acompanhei doentes em consulta na USF, em urgência e nas suas próprias casas onde fui sempre bem recebido. Este foi sem dúvida o estágio onde mais desenvolvi competências e onde atingi em maior profundidade os meus objetivos de comunicação e de ética profissional.

O acompanhamento de famílias, seja de que tipo forem, o conhecimento dos seus membros relacionando as patologias e fatores de risco, sem quebrar sigilos é muito importante. Neste estágio, apesar da duração de um mês (a meu ver insuficiente), tive tempo para conhecer doentes e as suas problemáticas e necessidades, e tive ainda tempo para conhecer algumas famílias e aperceber-me que ao conhecê-las, melhorei sem dúvida o meu conhecimento do doente como um todo.

Por estar localizada no interior a USF tem doentes diferentes dos do meio urbano, foi bom ver como era o médico urbano há uns anos atrás e fazer o paralelismo com o médico atual ainda neste meio.

Aqui aprendi algumas competências técnicas também, como o tratamento de patologia simples que não chegamos a abordar em teoria mas que são a grande

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maioria das queixas como dores ou inquietações. Uma simples onicomicose ou lombalgia eram coisas que eu não saberia tratar se não tivesse tido este estágio. É importante saber abordar um enfarte, mas não vai ser tão comum como uma lombalgia. E, para o enfarte, terei colegas mais experientes para me acompanharem e ajudarem durante os primeiros anos mas num jantar de família quando a tia me pedir para a ajudar com a lombalgia não vou ter um colega, vou ser eu o médico, cidadão e sobrinho só com os meus recursos para poder ajudar, e nisso a medicina geral e familiar fez de mim um melhor médico para a minha família.

Pediatria – 26 de Abril a 20 de Maio de 2016

Durante o estágio de pediatria frequentei o serviço de pediatria do HCLO – Hospital S. Francisco Xavier.

Nas duas primeiras semanas pude acompanhar recém-nascidos no berçário e fazer a sua triagem e reavaliação pré alta. Foi bom acompanhar recém-nascidos na sua maioria saudáveis e as suas mães nesta fase tão importante, perceber as suas inquietações e ajudar naquilo que as pudesse tranquilizar. Aprendi que ter uma postura confiante e simpática ajuda muito a tranquilizar as mães e também a manter os bebés tranquilos para a avaliação.

Aprendi muito sobre risco infecioso e sobre exame objetivo do recém-nascido bem como sobre a integração entre serviços, nomeadamente ginecologia e obstetrícia e pediatria.

Nas duas últimas semanas foquei-me mais nas urgências e consultas de pediatria uma vez que a enfermaria não tinha muitas crianças internadas e além de IACS tinha também muitos alunos de 5º ano. Acabei então por retirar o máximo que pude de outras áreas que também em muito valorizaram o meu percurso. No serviço de urgência acompanhei a patologia aguda, o que mesmo não sendo pediatra me vai sempre ser útil. Além de médico pretendo ser pai e este estágio ensinou-me a abordar as situações de forma adequada à gravidade além de me ensinar a tratar as patologias mais frequentes. Acompanhei também a consulta de desenvolvimento onde aprendi a avaliar cada criança como individuo singular, como individuo inserido na comunidade e a forma como interage.

A patologia à qual mais me dediquei neste estágio foi a Pneumonia uma vez que realizei colheita, apresentação de história clinica e revisão bibliográfica.

Estágio Opcional – Medicina Interna – 23 de Maio a 3 de Junho de 2016

Optei por voltar para o Hospital das forças armadas com o mesmo tutor – Dr.

Ricardo Ferreira por dois motivos: Tive menos formação em medicina Interna do que gostaria, tanto pelo meu Intercambio no Brasil, onde de 3 meses de medicina

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interna passei 1 mês e meio na Unidade de Cuidados Intensivos, como pelo facto de no estagio deste ano o meu tutor se encontrar alguns dias de férias (altura em que visitei outras especialidades). Assim sendo, como considero uma área muito importante, que nos prepara para o ano comum, embora não pretenda seguir como especialidade, considerei importante colmatar algumas falhas. Ficou combinado que o estágio passaria por bastantes técnicas, como toraco ou paracentese, introdução de cateteres, etc. e assim foi. Este estágio colmatou as minhas falhas e deu-me oportunidade de desenvolver técnicas médicas.

ELEMENTOS VALORATIVOS

Membro da Comissão de curso de Setembro de 2010 a Dezembro de 2012 (1º e 2º ano) – Durante estes mandatos de Comissão de Curso desenvolvi competências de gestão de recursos humanos, organização e comunicação com docentes e discentes. Deu-me oportunidade de representar os meus colegas e chegar mais perto de todos fazendo com que saia da faculdade a reconhecer todos os meus colegas.

Ao longo do 6º ano tive oportunidade de lecionar duas turmas do 3º ano da escola básica Fernando Teixeira Lopes. Aulas essas sobre o sistema respiratório e circulatório.

Intercambio em Porto Alegre (RS) Brasil, de Julho de 2014 a Dezembro de 2014 – Foi uma experiencia muito gratificante que guardarei para sempre. Neste país os alunos têm mais oportunidade para treinar e aprender. A verdade é que há muita falta de profissionais e a partir do 5º ano os alunos são vistos como parte ativa do hospital. Um Pais onde o choque cultural é tão grande como esta frase proferida por um professor meu: “Nós estamos aqui neste Hospital moderno e envidraçado, num 8º Andar a fazer medicina, a fazer ciência a fazer futuro. E basta-nos olhar lá para baixo para vermos passar um homem, a carregar uma carroça a procurar no lixo o que virá a ser o seu almoço”. Durante o intercâmbio, além do programa curricular necessário para equivalências realizei um total de 300 horas em urgência de medicina interna, cirurgia geral e ginecologia e obstetrícia.

Também durante o 6ºano participei em várias formações extracurriculares que em áreas específicas contribuíram para a minha formação e para entender melhor o funcionamento de um congresso médico. Algo que se vai tornar habitual na minha profissão. Os certificados encontram-se em anexo.

REFLEXÃO CRÍTICA FINAL

Refletir sobre o final do 6º ano é como refletir sobre uma montanha da qual não conheço o cume. A verdade é que é a primeira vez que me pedem para refletir sobre o facto de deixar de ser estudante e as primeiras palavras que me vêm à cabeça

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são medo, insegurança e desconhecido. No entanto, durante esta reflexão vou sumarizar de forma clara os objetivos que atingi ou não e relembrar os pontos mais e menos fortes do meu percurso académico, de forma poder terminá-la com outras palavras.

Começando pela medicina interna (englobando aqui o meu estágio opcional) não há como negar que é a especialidade médica por excelência. Não sendo a única, é a que mais engloba o termo medicina no seu próprio nome e apesar de reconhecer que foi a especialidade que mais me ajudou a atingir os meus objetivos pessoais, de conhecimento científico e técnico e de medicina em si, tenho de confessar que não me conquistou. Com o constante envelhecimento da população a faixa etária mais abordada pela medicina interna não desperta em mim a vontade de conhecer ou ajudar. Senti-me muitas vezes nestes estágios a perpetuar vidas que a meu ver não tinham mais qualidade a investigar o que muitas vezes já não tinha cura ou ajuda possível. Aprendi no entanto a conviver com a idade, a reconhecer que muitos destes doentes não têm apoio da família e os médico e as suas palavras muitas vezes são o melhor que o doente pode ouvir. Aprendi aqui que o contacto entre assistentes sociais e médico é das coisas mais importantes para um bom funcionamento de casos sociais, que cada vez mais estão presentes nos nossos hospitais.

No estágio de cirurgia geral tive a primeira experiência da minha formação de um hospital público com gestão privada. Apesar de todas as competências técnicas e humanas que adquiri o que eu gostaria de enfatizar foi o facto de me familiarizar com o preço das coisas e a economia de saúde. É claro que todos têm direito a saúde gratuita, mas muitas vezes os profissionais de saúde não têm noção do preço dos materiais ou das técnicas laboratoriais. Assim sendo, o estar num hospital em que cada seringa tem o preço na prateleira ou as analises surgem no computador com um preço associado, dá-nos outra consciência e evita desperdícios. Queria ainda salientar que o preço de um determinado material nunca foi impeditivo de eu o manusear ou utilizar. A cirurgia geral é uma das minhas opções como especialidade futura, uma vez que eu gosto de situações cuja resolução dependa de mim mais do que de um fármaco ou da adesão terapêutica do doente e com a vantagem de ser na sua maioria das vezes cirúrgica. Gosto do facto de contactar com doentes oncológicos sem toda a bioquímica e genética que envolve a oncologia médica.

A meu ver não existe especialidade mais completa que a ginecologia e obstetrícia. É sem dúvida a minha primeira opção enquanto futura especialidade e a Dra. Ana Nobre Pinto foi fundamental para esta decisão. Aprendi muitas técnicas e muito sobre relação médico doente, aprendi muito sobre trabalho em equipa (especialmente na urgência) e fiquei surpreendido por me deparar com um hospital onde a equipa é mista. Na maioria dos hospitais a maioria dos ginecologistas são mulheres e isto é algo que me deixa intrigado, mas não será nunca um fator de exclusão para mim. Durante o meu intercâmbio no Brasil, apesar de não fazer parte

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do meu programa curricular optei por fazer um banco por semana. Tanto nesses meses fora como neste mês no Hospital Beatriz Ângelo tive muita autonomia e aprendi muito, tanto com ajuda como por conta própria. Foi o estágio onde a maior parte dos meus objetivos foi cumprido.

A Pedopsiquiatria não era, de longe, uma área pela qual nutria particular interesse, mas ao conhecer a especialidade foi-me muito fácil entende-la pelo meu background familiar estar extensamente ligado à educação. Foi um estágio onde aprendi muito sobre entrevista clínica e postura de um médico para poder ajudar da melhor forma o seu doente, tendo por isso sido um estágio que me surpreendeu pela positiva.

No que toca à Medicina Geral e Familiar, o ponto que eu mais gostaria de destacar é o facto de a faculdade dar oportunidade aos alunos de explorarem outros ambientes, no caso, mais rurais. Infelizmente já não há tantas vagas como havia em anos anteriores mas na minha turma não houve grande luta pelas mesmas, o que prova que nem todos os alunos partilham da minha opinião: é algo que nos torna mais ecléticos e melhores profissionais. Como disse anteriormente no corpo do relatório este estágio preparou-me para a vida, não só para médico dos meus doentes mas também para ser medico da minha família, dos meus amigos e da minha comunidade, assim como me demostrou o quão importante é conhecer o máximo que possa sobre as suas histórias.

Sendo o mais sincero possível tenho de dizer que o estágio de pediatria foi o que menos correspondeu às minhas espectativas. É uma especialidade que considerava, mas surpreendeu-me a forma como o serviço está sobrecarregado de médicos e internos. Acredito que todos sejam imprescindíveis em escala de urgência, mas no que toca a enfermaria, e por grande trabalho destes profissionais em evitar o internamento, o rácio doentes médico é muito baixo. Desta forma, compreendo que o Dr. Edmundo Santos se tenha esforçado por nos distribuir no berçário e ter recomendado a urgência à enfermaria. Apesar destes pontos menos bons não posso deixar de referir que para alguém como eu, que além de médico quer ser pai, foi um estágio fundamental para mais uma vez relembrar a patologia pediátrica e treinar o contacto com crianças.

Refletir sobre o 6ºano é refletir sobre todas as equipas que acompanhei e sobre os excelentes profissionais que me guiaram neste percurso. É refletir sobre o programa curricular na FCM que na minha opinião se destaca pela constante evolução e melhoria com base na opinião dos alunos e que se destaca pelo rácio que oferece de professor/aluno. Isto faz com que internos desta casa se destaquem, nos primeiros anos de carreira. É refletir sobre o ambiente vivido nesta faculdade muitas vezes elogiado por outros colegas e por mim vivido, vivência essa que levo comigo para ser um melhor profissional, um melhor médico e um melhor cidadão. Cidadão este que se vai sempre lembrar de ter confiança, prudência e trabalho para poder ter sucesso tanto na medicina como na vida.

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Referências

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