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8 o ano TECENDO LINGUAGENS LÍNGUA PORTUGUESA MANUAL DO PROFESSOR

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(1)

8

o

ano

4a edição São Paulo 2015

TANIA AMARAL OLIVEIRA

Formada em Letras, Pedagogia e Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP). Mestra em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP). Formadora de educadores nas áreas de Língua Portuguesa e de Comunicação. Professora do Ensino Fundamental das redes pública e privada de ensino de São Paulo.

ELIZABETH GAVIOLI DE OLIVEIRA SILVA

Bacharel e licenciada em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP). Professora do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos. Autora de livros didáticos de Língua Portuguesa e de Letramento e Alfabetização (Ensino Fundamental e EJA). Professora do Ensino Fundamental da rede particular de ensino de São Paulo.

CÍCERO DE OLIVEIRA SILVA

Bacharel em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Graduando em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP). Autor de livros didáticos de Língua Portuguesa e de Letramento e Alfabetização (Ensino Fundamental e EJA). Educador em projetos sociais nas áreas de Comunicação e Educação para a Cidadania.

LUCY APARECIDA MELO ARAÚJO

Bacharel e licenciada em Língua Portuguesa e Linguística pela Universidade de São Paulo (USP). Especialista em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Mestranda em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora do Ensino Fundamental da rede particular de ensino de São Paulo.

ENSINO FUNDAMENTAL

LÍNGUA PORTUGUESA

TECENDO

LINGUAGENS

LÍNGUA PORTUGUESA

MANUAL DO PROFESSOR

(2)

Coleção Tecendo Linguagens Língua Portuguesa – 8o ano

© IBEP, 2015

4a edição – São Paulo – 2015 Todos os direitos reservados.

Av. Alexandre Mackenzie, 619 – Jaguaré São Paulo – SP – 05322-000 – Brasil – Tel.: (11) 2799-7799 www.ibep-nacional.com.br editoras@ibep-nacional.com.br

Diretor superintendente Jorge Yunes Diretora editorial Célia de Assis

Gerente editorial Maria Rocha Rodrigues Supervisora editorial de conteúdos e metodologias Márcia Cristina Hipólide

Coordenadora editorial Simone Silva

Editora Fabiana Panhosi Marsaro Assistente editorial Karina Danza

Revisora técnica Márcia Chiréia Coordenadora de revisão Helô Beraldo

Revisão Beatriz Hrycylo, Cássio Dias Pelin, Luiz Gustavo Bazana, Monalisa Neves, Salvine Maciel, Sheila Saad

Secretaria editorial e Produção gráfica Fredson Sampaio

Assistentes de secretaria editorial Carla Marques, Karyna Sacristan, Mayara Silva Assistentes de produção gráfica Ary Lopes, Eliane Monteiro, Elaine Nunes

Coordenadora de arte Karina Monteiro

Assistentes de arte Aline Benitez, Gustavo Lima, Gustavo Prado Ramos, Marilia Vilela, Thaynara Macário

Coordenadora de iconografia Neuza Faccin

Assistentes de iconografia Bruna Ishihara, Thais Milson, Thiago Batista, Victoria Lopes, Wilson de Castilho

Ilustração Jótah, Renato Arlem e Ulhôa Cintra Processos editoriais e tecnologia Elza Mizue Hata Fujihara, Fernando Cardille

Projeto gráfico e capa Departamento de Arte – IBEP

Imagens da capa Blend Images, Hugo Felix/Shutterstock Diagramação Bertolucci Estúdio Gráfico

Os textos e as imagens reproduzidos nesta coleção têm fins exclusivamente didáticos e não representam qualquer tipo de recomendação de produtos ou

(3)

APRESENTAÇÃO

Caro aluno e cara aluna,

Não sabemos quem vocês são, mas imaginamos que estejam curiosos para saber o que lhes trazem as páginas deste livro. Por isso adiantamos algumas respostas. Esta obra foi escrita especial-mente para vocês que gostam de fazer descobertas por meio de trabalhos individuais ou em grupo e de se relacionar com as pessoas ao seu redor.

Para vocês que gostam de falar, de trocar ideias, de expor suas opiniões, impressões pessoais, de ler, de criar e escrever, foram pre-paradas atividades que, certamente, farão com que gostem mais de estudar Língua Portuguesa. Estão duvidando disso? Aguardem os próximos capítulos e verão que estamos certos.

Este livro traz algumas ferramentas para tornar as aulas bem mo-vimentadas, cheias de surpresas. Vocês terão oportunidade de ler e interpretar textos dos mais variados gêneros: causos, mitos e lendas do Brasil e de outras regiões do planeta, textos teatrais, poemas, textos retirados de revistas e jornais, textos instrucionais, histórias em quadrinhos e muito mais.

Mas não estamos rodeados apenas de textos escritos. Vivemos em um mundo em que a imagem, o som e a palavra falada ou escrita se juntam para construir atos de comunicação. Por isso, precisamos des-vendar o sentido de todas essas linguagens que nos rodeiam para me-lhor interagir com as pessoas e com o mundo em que vivemos. Assim, descobriremos os múltiplos caminhos para nos comunicar.

Acreditem: vocês têm uma capacidade infinita e, por isso, a res-ponsabilidade de desenvolvê-la. Pesquisem, expressem suas ideias, sentimentos, sensações; registrem suas vivências; construam e reconstruam suas histórias; sonhem, emocionem-se, divirtam-se, leiam por prazer; lutem por seus ideais e aprendam a defender as suas opiniões, oralmente e por escrito. Não sejam espectadores na sala de aula, mas agentes, alunos atuantes. Assim, darão mais senti-do às atividades escolares, melhorarão seu desempenho nessa área e, com certeza, descobrirão a alegria de aprender.

Um abraço!

(4)

Para começo de conversa

Momento inicial de cada capítulo, que propõe uma discussão prévia sobre o gênero ou o tema a ser estudado.

CONhEÇA SEu livRO

Prática de leitura

Momento de ler textos verbais e não verbais e desenvolver a competência leitora.

ANTES DE LER

Momento de explorar os conhecimentos prévios dos alunos sobre determinado tema ou gênero, levantar hipóteses e fazer inferências.

POR DENTRO DO TEXTO

Momento de verificar se o texto e as informações que ele apresenta foram compreendidos e de interpretar também aquilo que não está escrito.

TROCANDO IDEIAS

Momento de discutir oralmente sobre os aspectos apresentados pelo texto e de dividir com os colegas o que cada um compreendeu, as hipóteses e as opiniões.

CONFRONTANDO TEXTOS

Momento de comparar os textos já lidos ou esses textos e outros apresentados na seção. TEXTO E CONSTRUÇÃO

Momento de organizar a aprendizagem sobre os textos, sua construção, forma, seus conceitos e sua definição.

(5)

TEXTO E CONTEXTO

Momento de ampliar a leitura e estabelecer relações entre texto e contexto.

Momento de ouvir

Momento em que o professor fará a leitura de textos para a turma.

De olho na ortografia

Momento de conhecer os aspectos ortográficos da língua e aprender a escrita correta das palavras.

Reflexão sobre o uso da língua

Momento de estudar e refletir sobre os aspectos gramaticais da língua escrita e oral.

DE OLHO NO VOCABULÁRIO

Momento de conhecer os aspectos semânticos da língua e de usar o dicionário. APLICANDO CONHECIMENTOS

Momento de colocar em prática aquilo que foi estudado. APRENDER BRINCANDO

(6)

Hora da pesquisa

Momento de aprender de maneira mais autônoma por meio de pesquisas orientadas.

Atividade de criação

Momento de produzir colagens, ilustrações e pequenos textos.

Na trilha da oralidade

Momento de analisar questões próprias da língua oral.

Produção de texto

\’

Momento de produzir textos orais e escritos.

(7)

Preparando-se para o próximo capítulo

Momento de realizar atividades que exploram o tema do capítulo seguinte.

iMPORTANTE SABER

Momento de organizar, ampliar e sistematizar os conhecimentos.

Projetos em ação

Momento de realizar um conjunto de atividades que resultam na elaboração de um produto final comum à turma ou a um grupo de alunos.

Momento de ler curiosidades e informações interessantes sobre os gêneros ou os temas abordados no capítulo.

PARA vOCÊ QuE É CuRiOSO

Momento de conferir sugestões para ampliar as leituras feitas no capítulo.

(8)

Capítulo 1

BAÚ DE PAlAvRAS ... 14

X X Para começo de conversa ...14

X X Prática de leitura ...15

Texto 1 – Verbete ...15

(Palavra, Adriana Falcão) POR DENTRO DO TEXTO ...16

TEXTO E CONSTRUçãO ...17

CONFRONTANDO TEXTOS ...17

X X Reflexão sobre o uso da língua ...17

Estrutura das palavras APLICANDO CONHECIMENTOS ...18

X X Prática de leitura ...19

Texto 2 – Crônica ...19

(Trágico acidente de leitura, Mário Quintana) POR DENTRO DO TEXTO ...19

APRENDER BRINCANDO ...20 X X Momento de ouvir ...20 X X Atividade de criação ...20 Mural de palavras X X Prática de leitura ...22 Texto 3 – Conto ...22

(Chuva: a abensonhada, Mia Couto) POR DENTRO DO TEXTO ...24

TEXTO E CONSTRUçãO ...25 TROCANDO IDEIAS ...26 DE OLHO NO VOCABULÁRIO ...26 X X Momento de ouvir ...28 X X Prática de leitura ...28

Texto 4 – Prefácio de livro ...28

(Prefácio de Codinome Duda, Marcelo Carneiro da Cunha) POR DENTRO DO TEXTO ...29

TEXTO E CONSTRUçãO ...29 X X Produção de texto ...30 Prefácio X X Na trilha da oralidade ...31 Gírias Capítulo 1 COMuNiCAÇÃO EM DifERENTES liNguAgENS ... 14 X X Para começo de conversa ... 14

X X Prática de leitura ... 15

Texto 1 – Crônica ... 15

(Comunicação, Luis Fernando Verissimo) POR DENTRO DO TEXTO ... 18

TEXTO E CONTEXTO ... 18

TEXTO E CONSTRUçãO ... 19

DE OLHO NO VOCABULÁRIO ... 20

APRENDER BRINCANDO ... 21

X X Reflexão sobre o uso da língua ... 22

Código, língua e linguagem APLICANDO CONHECIMENTOS ... 23 X X Hora da pesquisa ... 24 Sinais X X Prática de leitura ... 24 Texto 2 – Crônica ... 24

(A vaguidão específica, Millôr Fernandes) POR DENTRO DO TEXTO ... 25

TEXTO E CONSTRUçãO ... 26

TEXTO E CONTEXTO ... 26

X X Reflexão sobre o uso da língua ... 26

Discurso, situação de comunicação e interlocutores APLICANDO CONHECIMENTOS ... 27

X X Prática de leitura ... 30

Texto 3 – Bilhetes ... 30

POR DENTRO DO TEXTO ... 31

TEXTO E CONTEXTO ... 32

TROCANDO IDEIAS ... 32

Texto 4 – Tela ... 32

(O grito, Edvard Munch) POR DENTRO DO TEXTO ... 33

TEXTO E CONTEXTO ... 33

SuMáRiO

X X Hora da pesquisa ...33 Gírias X X Leia mais ...34 X X Preparando-se para o próximo capítulo ...34

Capítulo 2 ADOlESCER ... 35

X X Para começo de conversa ...35

X X Prática de leitura ...35

Texto 1 – Reportagem ...35

(Projeto Sonho Brasileiro analisa perfil do jovem, Marcos Bonfim) POR DENTRO DO TEXTO ...37

TROCANDO IDEIAS ...37

TEXTO E CONTEXTO ...37

X X Prática de leitura ...38

Texto 2 – Poema ...38

(Mascarados, Cora Coralina) POR DENTRO DO TEXTO ...38

X X Reflexão sobre o uso da língua ...39

Modos verbais APLICANDO CONHECIMENTOS ...41

X X Prática de leitura ...42

Texto 3 – Poema ...42

(O adolescente, Mário Quintana) POR DENTRO DO TEXTO ...43

TROCANDO IDEIAS ...44

X X Prática de leitura ...44

Texto 4 – Poema ...44

(Palavras de amor, Sérgio Capparelli) POR DENTRO DO TEXTO ...45

X X Prática de leitura ...45

Texto 5 – Poema ...45

(Atenção!, Sérgio Capparelli) POR DENTRO DO TEXTO ...45

X X Prática de leitura ...46

Texto 6 – Poema visual ...46

(Chá, Sérgio Capparelli)

13

uNiDADE 1

vEM TROCAR COMigO!

(9)

Capítulo 1

lENDAS, CANTADORES E ABÓBORAS

MágiCAS ...60 X

X Para começo de conversa ...60

X

X Prática de leitura ... 61 Texto 1 – Poema de cordel ...61

(O poeta da roça, Patativa do Assaré)

POR DENTRO DO TEXTO ...62

X X Atividade de criação ...63 Interpretação de estrofes TEXTO E CONSTRUçãO ...63 X X Na trilha da oralidade ...64 Tipos de registro X X Prática de leitura ...66

Texto 2 – Poema de cordel ...66

(O burro é o ser humano, José Acaci)

POR DENTRO DO TEXTO ...68 TEXTO E CONTEXTO ...69 TEXTO E CONSTRUçãO ...69

X

X Atividade de criação ...70 Apresentação de poemas de cordel

X

X Momento de ouvir ...71 X

X Prática de leitura ...72

Texto 3 – Lenda ...72

(Irapuru – o canto que encanta, Waldemar de Andrade e Silva)

POR DENTRO DO TEXTO ...72 TEXTO E CONSTRUçãO ...73 TROCANDO IDEIAS ...74

X

X Prática de leitura ...75 Texto 4 – Mito ...75

(O príncipe infeliz e as abóboras desprezadas, Reginaldo Prandi)

POR DENTRO DO TEXTO ...77

X

X Reflexão sobre o uso da língua ...78 Tipos de predicado APRENDER BRINCANDO ...81 X X Produção de texto ...82 Verbete X X Leia mais ...83 X

X Preparando-se para o próximo capítulo ...83

Capítulo 2

DE REPENTE... O iNESPERADO ... 84 X

X Para começo de conversa ...84

X

X Prática de leitura ...85 Texto 1 – Romance de aventura (fragmento I) ...85

59

uNiDADE 2

COM A PAlAvRA, NARRADORES E POETAS

POR DENTRO DO TEXTO ...46 CONFRONTANDO TEXTOS ...47

X

X Na trilha da oralidade ...47 Declamação de poemas

X

X Reflexão sobre o uso da língua ...48

Frase e oração

X

X Prática de leitura ...49 Texto 7 – Romance infantojuvenil (fragmento) ...49

(Um bom sujeito, Antônio Carlos Olivieri)

POR DENTRO DO TEXTO ...51

X

X Prática de leitura ...51 Texto 8 – Poema ...51

(O medo, Carlos Drummond de Andrade)

POR DENTRO DO TEXTO ...52 TEXTO E CONTEXTO ...53

X

X Reflexão sobre o uso da língua ...53 Oração sem sujeito

APLICANDO CONHECIMENTOS ...55

X

X Prática de leitura ...55

Texto 9 – Poema ...55

(No caminho com Maiakóvsky, Eduardo Alves da Costa)

POR DENTRO DO TEXTO ...56

X

X Reflexão sobre o uso da língua ...56

Tipos de sujeito (revisão)

X X Produção de texto ...57 Poema X X Projetos em ação ...58 Traduções do amor Evento “Adolescer” X

(10)

Capítulo 1

COM OS OlhOS NO CÉu ... 106

X X Para começo de conversa ...106

X X Prática de leitura ...107

Texto 1 – Romance (fragmento) ...107

(Os semeadores da Via-Láctea, Paulo Rangel) TROCANDO IDEIAS ...107

X X Prática de leitura ...108

Texto 2 – Romance (fragmento) ...108

(Os alienígenas humanoides, Paulo Rangel) POR DENTRO DO TEXTO ...110

TEXTO E CONSTRUçãO ...111

TROCANDO IDEIAS ...112

TEXTO E CONTEXTO ...112

X X Produção de texto ...113

Conto de ficção científica X X Reflexão sobre o uso da língua ...114

Adjunto adnominal APLICANDO CONHECIMENTOS ...115 X X Momento de ouvir ...116 X X Prática de leitura ...116 Texto 3 – Notícia ...116

(Mares em luas geladas de Júpiter e Saturno podem abrigar vida, Salvador Nogueira) DE OLHO NO VOCABULÁRIO ...117

POR DENTRO DO TEXTO ...117

TROCANDO IDEIAS ...118

X X Prática de leitura ...118

Texto 4 – Charge ...118

(Koizas da vida, Fabiano dos Santos) POR DENTRO DO TEXTO ...119

X X Prática de leitura ...120

Texto 5 – Texto de divulgação científica ...120

(Moléculas que podem ser precursoras de vida são encontradas no espaço, Revista Pesquisa Fapesp) POR DENTRO DO TEXTO ...121

CONFRONTANDO TEXTOS ...122

X X Reflexão sobre o uso da língua ...123

Adjunto adverbial APLICANDO CONHECIMENTOS ...124 X X De olho na ortografia ...125 Mas e mais APLICANDO CONHECIMENTOS ...126 X X Produção de texto ...127

Conto de ficção científica X X Preparando-se para o próximo capítulo ...129

Capítulo 2 ESTAÇÃO DO RiSO ... 130

X X Para começo de conversa ...130

105

uNiDADE 3

ENTRE DuAS ESTAÇÕES

(Primeira parte – A origem da personagem Robinson Crusoé e sua primeira aventura, Daniel Defoe) TROCANDO IDEIAS ...86

POR DENTRO DO TEXTO ...88

TROCANDO IDEIAS ...89

DE OLHO NO VOCABULÁRIO ...90

X X Reflexão sobre o uso da língua ...90

Transitividade verbal APLICANDO CONHECIMENTOS ...92 X X Momento de ouvir ...93 X X Prática de leitura ...93

Texto 2 – Romance de aventura (fragmento II) ...93

(As aventuras de Robinson Crusoé, Daniel Defoe) POR DENTRO DO TEXTO ...94

TEXTO E CONSTRUçãO ...95

X X Prática de leitura ...96

Texto 3 – Conto ...96

(A terra dos meninos pelados, Graciliano Ramos) POR DENTRO DO TEXTO ...99

TEXTO E CONSTRUçãO ...99 CONFRONTANDO TEXTOS ...100 DE OLHO NO VOCABULÁRIO ...100 X X Produção de texto ...101 Diário Conto para apresentação oral X X Projetos em ação ...103 Coletânea de histórias Conto Exposição X X Preparando-se para o próximo capítulo ...104

(11)

Capítulo 1

OlhOS CRÍTiCOS ... 146

X X Para começo de conversa ...146

X X Prática de leitura ...147

Texto 1 – Reconto de fadas ...147

(Dois beijos: o príncipe desencantado, Flávio de Souza) POR DENTRO DO TEXTO ...148

TEXTO E CONSTRUçãO ...148

TROCANDO IDEIAS ...148

X X Reflexão sobre o uso da língua ...149

Vocativo APLICANDO CONHECIMENTOS ...150

X X Prática de leitura ...150

Texto 2 – Reportagem ...150

(Propagandas mostram “força jovem” no consumo, Fernanda Mena) POR DENTRO DO TEXTO ...152

TEXTO E CONSTRUçãO ...153

TROCANDO IDEIAS ...153

X X Reflexão sobre o uso da língua ...154

Complemento nominal APLICANDO CONHECIMENTOS ...155

X X Prática de leitura ...156

Texto 3 – Notícia ...156

(Infratoras buscam sonho de consumo “cor-de-rosa”, Eliane Trindade) POR DENTRO DO TEXTO ...157

TROCANDO IDEIAS ...157 X X Hora da pesquisa ...158 Hábitos de consumo APRENDER BRINCANDO ...158 X X Prática de leitura ...159

Texto 4 – Carta do leitor ...159

(Cartas, Época) POR DENTRO DO TEXTO ...159

CONFRONTANDO TEXTOS ...160

145

uNiDADE 4

COMuNiCAÇÃO E CONSuMO

X X Prática de leitura ...130 Texto 1 – Crônica ...130

(Amigos, Luis Fernando Verissimo) POR DENTRO DO TEXTO ...133

TEXTO E CONSTRUçãO ...133 TROCANDO IDEIAS ...133 X X De olho na ortografia ...133 Uso do x X X Atividade de criação ...134 Uso do x APRENDER BRINCANDO ...134 X X Prática de leitura ...135 Texto 2 – Anedotas ...135

(Pulga sonhadora, Brasil Almanaque de Cultura Popular; Bem explicado, Cornélio Pires) POR DENTRO DO TEXTO ...136

TEXTO E CONSTRUçãO ...136

TROCANDO IDEIAS ...136

CONFRONTANDO TEXTOS ...137

X X Reflexão sobre o uso da língua ...137

Revisão X X Prática de leitura ...138

Texto 3 – Causo ...138

(Filhote não voa, Rolando Boldrin) POR DENTRO DO TEXTO ...138

TEXTO E CONSTRUçãO ...139 TEXTO E CONTEXTO ...139 X X Momento de ouvir ...140 X X Na trilha da oralidade ...140

“Contação” de causos e de anedotas X X Produção de texto ...141 Texto de humor X X Projetos em ação ...143 Sarau X X Leia mais ...144 X X Preparando-se para o próximo capítulo ...144

(12)

X

X Apêndice ...188

X X Glossário ...217

X X Indicações de leituras complementares ...220

X X Produção de texto ...161 Carta do leitor X X Na trilha da oralidade ...163 Jornal falado X X Leia mais ...165 X X Preparando-se para o próximo capítulo ...165

Capítulo 2 ENTRE O SER E O TER ... 166

X X Para começo de conversa ...166

X X Prática de leitura ...167

Texto 1 – Conto (fragmento) ...167

(Kholstomér, Liev Tolstói) POR DENTRO DO TEXTO ...169

TEXTO E CONTEXTO ...169 TROCANDO IDEIAS ...171 X X Prática de leitura ...172 Texto 2 – Propaganda ...172 (Havaianas, AlmapBBDO) POR DENTRO DO TEXTO ...174

TEXTO E CONSTRUçãO ...174

TROCANDO IDEIAS ...175

DE OLHO NO VOCABULÁRIO ...175

X X Reflexão sobre o uso da língua ...175

Aposto APLICANDO CONHECIMENTOS ...176

X X Prática de leitura ...177

Texto 3 – Propaganda ...177

(Vida urgente, Fundação Thiago de Moraes Gonzaga) POR DENTRO DO TEXTO ...177

X X Prática de leitura ...178

Texto 4 – Propaganda ...178

(HAM, Leiaute) POR DENTRO DO TEXTO ...178

X X Prática de leitura ...179

Texto 5 – Propaganda ...179

(Dia das Crianças, Movimento Infância Livre de Consumismo) POR DENTRO DO TEXTO ...179

X X Reflexão sobre o uso da língua ...180

Advérbio e locução adverbial (revisão) X X Prática de leitura ...180

Texto 6 – Propaganda ...180

(Água pede água, Akatu) POR DENTRO DO TEXTO ...181

X X Reflexão sobre o uso da língua ...181

Verbo – modo imperativo (revisão) X X Prática de leitura ...183

Texto 7 – Propaganda ...183

(Campanha de doação de órgãos e tecidos, Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre) POR DENTRO DO TEXTO ...183

X X Na trilha da oralidade ...184 Análise de propagandas na TV X X Produção de texto ...184 Propaganda de conscientização X X Projetos em ação ...187

Criação e divulgação de um produto X X Leia mais ...187

(13)

Unidade

1

vEM TROCAR COMigO!

Um poeta dizia que a palavra “horror” era horrorosa. Você

con-corda com ele? Você já parou para pensar nas sensações que uma

palavra pode transmitir?

Nesta unidade, você e seus colegas vão estudar as palavras.

No Capítulo 1, brincarão com aquelas que acham estranhas e

curiosas, farão entrevistas, desenharão e se divertirão com as

produções da turma.

Ah! As gírias não ficaram de fora. Você conhecerá algumas que

eram muito comuns em décadas passadas e, depois, será

con-vidado a pesquisar outras mais recentes. Também conhecerá o

que é neologismo e aprenderá um pouco mais sobre a formação

das palavras. Tudo isso, certamente, o aproximará do mundo das

palavras e vai motivá-lo a produzir textos.

O Capítulo 2 vai tratar de um assunto que é a sua cara: a

ado-lescência. Lá você vai ler a história de um garoto que resolveu

estudar Língua Portuguesa para conquistar o amor de uma colega

de turma. Nesse capítulo, também vai encontrar mais

informa-ções sobre os tipos de sujeito.

(14)

Professor, uma das atividades deste capítulo propõe uma consulta dos alu-nos a alguns prefácios de livros. É interessante solicitar a eles que tragam alguns livros que contenham prefácio no dia da atividade.

Você já parou para pensar que importância tem a palavra na vida e no nosso dia a dia? Você já parou para imaginar a força que ela tem? Como é usada para ensinar, construir, destruir, enganar, mascarar, separar, reunir? As palavras têm dono? São livres? São domáveis? São fáceis ou difíceis? As palavras condenam ou absolvem?

Leia o texto a seguir para conhecer um enigma:

1. Qual é a palavra que decifra o enigma apresentado no último parágrafo do texto?

2. Que consequência sofriam aqueles que não conseguiam decifrar os enigmas da esfinge? 3. Nesse contexto, qual era a importância das palavras que solucionavam os enigmas?

A palavra é “homem”: quando é bebê engatinha, quando adulto anda sobre duas pernas e ao envelhecer necessita da terceira perna, que é a bengala. Eram devorados.

Essas palavras eram decisivas, tinham muito poder, pois aqueles que as descobriam decifravam os enigmas e salvavam a própria vida.

Para começo de conversa

A esfinge era um monstro mitológico, com cabeça de mulher, corpo de leão e asas de águia. Essa tradição mitológica originou-se no Egito e passou para a Grécia. Sua principal estátua ficava no templo de Apolo, no chamado oráculo de Del-fos. “Esfinge” é uma palavra do egípcio arcaico que significa apertar a garganta até sufocar ou mesmo asfixiar. Já “oráculo” é uma palavra em parte grega e em parte latina que significa profeta,

adivinho.

Delfos era um local sagrado onde Apolo, o deus da luz e das profecias, era consultado por meio da sua grande sacerdotisa, chamada de Pí-tia ou Pitonisa, nome que quer dizer “aquela que vence a escuridão”. A esfinge era famosa por seus enigmas, mas todos tinham uma mesma finali-dade: “Decifra-me ou te devoro”, ou seja, aquele que não os decifrasse era por ela devorado.

Um desses enigmas, muito conhecido, era mais ou menos assim: “O que é, o que é? De ma-nhã anda de quatro, ao meio-dia, sobre duas per-nas, e, pela tarde, com três pernas”.

SaliS, Viktor D. Mitologia viva: aprendendo com os deuses a arte de viver e amar. São Paulo: Nova alexandria, 2003.

O enigma da esfinge e o oráculo de Delfos

Museu

Arqueológico, Delf

os, Grécia/Get

ty Images

Esfinge de Naxos, Delfos, Grécia, c. 560 a.C.

capítul

o

1

BAÚ DE PAlAvRAS

(15)

Texto 1 – verbete

Como o primeiro trecho é mais explicativo, é possível que os alunos reconheçam um gênero cuja intenção principal seja também a de explicar, expor.

Prática de leitura

1. Leia o primeiro trecho em destaque no texto a seguir e responda: Que gênero de texto você acha que vai ler?

2. Leia agora o segundo trecho em destaque. Esse trecho se parece com o primeiro? Você con-tinua com a mesma opinião sobre o gênero de texto?

Leia o texto integralmente e verifique suas hipóteses.

ANTES DE LER

As gramáticas classificam as palavras em substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, conjun-ção, pronome, numeral, artigo e preposição. Os poetas classificam as palavras pela alma porque gostam de brincar com elas e para brincar com elas é preciso ter intimidade primeiro. É a alma da palavra que define, explica, ofende ou elogia, se coloca entre o significante e o significado para di-zer o que quer, dar sentimento às coisas, fadi-zer sentido. [...] A palavra nuvem chove. A palavra triste chora. A palavra sono dorme. A palavra tempo passa. A palavra fogo queima. A palavra faca corta. A palavra carro corre. A palavra palavra diz. O que quer. E nunca desdiz depois. As palavras têm corpo e alma mas são diferentes das pessoas em vários pontos. As palavras dizem o que querem, está dito e pronto. As palavras são sinceras, as segundas intenções são sempre das pessoas. [...] As palavras também têm raízes mas não se parecem com plantas, a não ser algumas delas, verde, caule, folha, gota. As células das palavras são as letras. Algumas são mais importantes do que as outras. As consoantes são um tanto insolentes. Roubam as vogais para construírem sílabas e obrigam a língua a dançar dentro da boca. A boca abre ou fecha quando a vogal manda. As palavras fechadas nem sempre são mais tímidas. A palavra sem-vergonha está aí de prova. Prova é uma palavra difícil. Porta é uma palavra que fecha. Janela é uma palavra que abre. Entreaberto é uma palavra que vaza. Vigésimo é uma palavra bem alta. Carinho é uma palavra que falta. Miséria é uma palavra que sobra. A palavra óculos é séria. Cambalhota é uma palavra engraçada. A pala-vra lágrima é triste. A palapala-vra catástrofe é

trágica. A palavra súbito é rápida. Demo-radamente é uma palavra lenta. Espelho é uma palavra prata. Ótimo é uma palavra ótima. Queijo é uma palavra rato. Rato é uma palavra  rua. Existem palavras frias como mármore. Existem palavras quentes como sangue. Existem palavras mangue, caranguejo. Existem palavras lusas, Alen-tejo. Existem palavras itálicas, ciao. Exis-tem palavras grandes, anticonstitucional. Existem palavras pequenas, microscó-pio, minúsculo, molécula, partícula, qui-nhão, grão, covardia. Existem palavras dia, feijoada, praia, boné, guarda-sol. Existem palavras bonitas, madrugada.

Palavra

Jót

ah

Professor, o primeiro trecho é mais explicativo; sua linguagem se parece com a que é usada em textos didáticos. Já o segundo apresenta linguagem poé-tica, lúdica e bem-humorada. Espera-se que os alunos façam algumas infe-rências sobre as características dos trechos lidos; a intenção nesse momen-to não é classificar o gênero textual, mas apenas fazer com que os alunos percebam a mistura de diferentes tipos de linguagem em um mesmo texto.

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POR DENTRO DO TEXTO

1. Você achou o texto interessante? Por quê?

2. De acordo com o texto, gramáticos definem a palavra de um modo e poetas, de outro. Qual é essa diferença?

3. Releia a classificação apresentada no início do texto e responda: O que você já sabe sobre esse assunto? A classificação se refere às classes gramaticais, já estudadas nesta coleção.

4. As definições apresentadas no texto correspondem às utilizadas em um dicionário? Que tipo de significado é atribuído às palavras no texto?

5. Responda em seu caderno:

a) Por que o texto considera pequenas as palavras “microscópio”, “minúsculo”, “molécula”, “par-tícula”, “quinhão”, “grão” e “covardia”?

b) Por que o texto afirma que “shazam”, “abracadabra”, “pirlimpimpim”, “sim” e “não” são pala-vras mágicas?

c) Por que o texto associa “enigma”, “trigonometria”, “adolescente” e “casal” a palavras complicadas? d) Por que as palavras “eu”, “um”, “apenas” e “sertão” são relacionadas a palavras sozinhas? 6. No texto, a palavra “madrugada” é considerada bonita. Em seu caderno, escreva sua percepção

sobre as palavras a seguir: Respostas pessoais. a) abraço b) casa c) tristeza d) desculpa e) amanhã f) mágica 7. Explique a seguinte afirmação encontrada no texto:

A palavra pela palavra tirando o seu significado fica estranha. Palavra, lavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, pa-lavra, papa-lavra, papa-lavra, papa-lavra, papa-lavra, palavra não diz nada, é só letra e som.

Os gramáticos entendem que a palavra pode ser classificada de acordo com sua forma e função. Já os poetas classificam as palavras pela alma, pois, para brincar com elas, precisam conhecer sua intimidade.

Não. O texto explica o significado das palavras de maneira lúdica, alterando o sentido original (encontrado em um dicionário) e estabelecendo alguma relação entre a palavra e outros significados: a linguagem figurada, a sonoridade, o conteúdo etc.

A maioria delas se refere ao tamanho do que representam, exceto pela palavra “covardia”, que está empregada em sentido figurado, pois se refere a algo pequeno do ponto de vista comportamental. Resposta pessoal.

Existem palavras complicadas, enigma, trigonometria, adolescente, casal. Existem palavras mágicas, shazam, abracadabra, pirlimpimpim, sim e não. Existem palavras que dispensam imagens, nunca, vazio, nada, escuridão. Existem palavras sozinhas, eu, um, apenas, sertão. Existem palavras plurais, mais, muito, coletivo, milhão. Existem palavras que são um palavrão. Existem palavras pesadas, chumbo, elefante, tonelada. Existem palavras doces, goiabada, marshmallow, quindim, bombom. Existem palavras que andam, automóvel. Existem palavras imóveis, montanha. Existem palavras cariocas, Corcovado. Existem palavras completas, elas todas. Toda palavra tem a cara do seu signifi-cado. A palavra pela palavra tirando o seu significado fica estranha. Palavra, palavra, palavra, pala-vra, palapala-vra, palapala-vra, palapala-vra, palapala-vra, palapala-vra, palapala-vra, palapala-vra, palapala-vra, palapala-vra, palapala-vra, palapala-vra, palavra não diz nada, é só letra e som.

Falcão, adriana. Pequeno dicionário de palavras ao vento. São Paulo: Planeta, 2003.

Sugestão: As três primeiras palavras são encontradas no universo das narrativas de ficção dos contos maravilhosos e são responsáveis por mágicas, encantamentos e transformações. As outras duas, “sim” e “não”, dizem respeito às decisões de ação ou omissão do ser humano, que podem transformar ou não determinada realidade.

As palavras “enigma” e “trigonometria” estão relacionadas ao ato de desvendar situações-problema difíceis; enquanto as palavras “adolescente” e “casal” se referem às complicações de uma faixa etária e dos relacionamentos humanos, respectivamente.

Porque essas palavras podem ser relacionadas a situações de solidão, distanciamento.

A grafia e o som esvaziados de sentido deixam de cumprir a função de comunicar. Assim, a palavra ganha significado apenas no uso, no contexto.

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TEXTO E CONSTRUÇÃO

1. No texto, há uma série de repetições de palavras e expressões. Releia o trecho a seguir: Existem palavras doces, goiabada, marshmallow, quindim, bombom. Exis-tem palavras que andam, automóvel. ExisExis-tem palavras imóveis, montanha. Existem palavras cariocas, Corcovado. Existem palavras completas, elas to-das. Toda palavra tem a cara do seu signi ficado.

a) Que efeito foi produzido pela repetição da expressão “Existem palavras”? Com que intenção essa repetição pode ter sido utilizada?

b) Identifique a rima empregada nesse trecho do verbete. Corcovado/significado.

c) É possível considerar o texto “Palavra” um verbete poético? Justifique sua resposta.

CONFRONTANDO TEXTOS

1. Leia esta tira em quadrinhos:

A repetição da expressão reforça e intensifica a ideia da existência de uma grande variedade de palavras. Essa repetição foi utilizada como um recurso poético e contribuiu na construção da beleza do texto.

Professor, espera-se que o aluno responda que sim, pois o texto emprega a linguagem figurada, criando novos significados para as palavras por meio de combinações originais. A rima e as repetições do trecho são exemplos de recursos bastante empregados em textos poéticos.

• Agora, releia o trecho a seguir, retirado do texto “Palavra”:

As palavras dizem o que querem, está dito e pronto. As palavras são since-ras, as segundas intenções são sempre das pessoas.

• Que relação é possível estabelecer entre a tirinha e o trecho lidos?

Reflexão sobre o uso da língua

Estrutura das palavras

Leia as palavras do quadro a seguir:

reavaliar realizar receita recordar rede reeducação reimprimir retardar revisão

No segundo quadrinho, a fala de Calvin indica que ele não quer que o tio vá embora. Porém, o real motivo dessa fala, que não está declarado logo no início da tirinha, está relacionado ao fato de que, com a visita em casa, sua mãe fica mais paciente com ele. O fato de dizer uma coisa, mas querer expressar outra, é corroborado pelo trecho do texto “Palavra”, em que se lê que “As palavras são sinceras, as segundas intenções são sempre das pessoas”.

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APLICANDO CONHECIMENTOS

1. Identifique os morfemas das palavras a seguir:

a) certeza b) descobri c) completamente d) recomeça 2. Forme novas palavras com os morfemas do quadro a seguir:

idade ista in izar des ação aria Exemplos possíveis: mocidade, jornalista, infeliz, profetizar, desigual, malhação, sapataria.

3. Conheça outras definições feitas por Adriana Falcão, autora do texto poético que você leu anteriormente: recomendação: frase típica de mãe que geralmente é repetida mil vezes.

recordação: quando um pedacinho do passado volta ainda mais enfeitado. resumir: ato de desenfeitar o que é essencial.

retrospectiva: tudo de novo, meu Deus, tomara que tenha sido bom.

Falcão, adriana. Pequeno dicionário de palavras ao vento. São Paulo: Planeta, 2003.

a) No trecho, de que maneira as palavras originais se aproximam dos novos significados atribuídos a elas?

b) É possível afirmar que re- é prefixo nas palavras “recomendação”, “recordação”, “resumir” e “retrospectiva”? Explique sua resposta.

Elas se aproximam pela exemplificação de uma situação em que tal palavra ocorre ou pela sensação que ela provoca no interlocutor. Por exemplo: o novo significado da palavra “recomendação” aproveita-se de uma situação em que ela é bastante empregada; já a palavra “retrospectiva” provoca no ouvinte uma sensação ao mesmo tempo de temor (se ele torce para que tenha sido bom é porque teme que pode não ter sido) e de enfado. A aproximação é dependente de um saber compartilhado: leitor e produtor devem ter repertório social comum.

Não. Não há um prefixo atrelado a uma palavra original, alterando o seu significado. Se retirarmos o re-, elas se tornarão apenas pedaços de palavras. No caso de “resumir”, teríamos “sumir”, que não possui relação com a palavra em seu sentido original.

1. O que todas essas palavras têm em comum?

2. Procure os significados dessas palavras no dicionário e anote em seu caderno.

3. Algumas palavras da língua portuguesa são formadas pelo prefixo re-, que significa “de novo”. Em quais palavras do quadro a sílaba re tem essa função?

2. Reavaliar: tornar a avaliar, zer nova avaliação. Realizar: fa-zer, efetuar, colocar em prática. Receita: valor recebido; prescri-ção médica; modo de preparo de uma iguaria. Recordar: lembrar, fazer lembrar. Rede: tecido de malhas com espaçamentos regulares; mesmo que internet. Reeducação: ato ou efeito de reeducar, nova educação. Reimprimir: tornar a imprimir, fazer nova impressão de. Retardar: adiar, procrastinar. Revisão: nova leitura, mais minuciosa, de um texto; inspeção para corrigir ou prevenir falhas em equipamentos, máquinas.

Nas palavras “reavaliar”, “reeducação”, “reimprimir” e “revisão”. Professor, é importante recordar com os alunos que prefixo é um elemento que faz parte da palavra e que vem antes da raiz. O quadro Importante saber, a seguir, traz alguns exemplos.

Todas são iniciadas pela sílaba re.

As palavras são formadas por lexemas e morfemas.

O lexema dá o significado à palavra e com ele formam-se novos vocábulos. Veja o exemplo:

Lembr- lembrar, lembrança, relembrar

O que se acrescenta aos lexemas para formar palavras é chamado de morfema.

Os morfemas se classificam da seguinte maneira:

morfemas de gênero: indicam masculino ou feminino;

morfemas de número: indicam singular ou plural;

prefixos: aparecem antes do lexema;

sufixos: aparecem depois do lexema;

terminações verbais: indicam pessoa, número, tempo e modo.

iMPORTANTE SABER

-eza des-/-i -amente re-/-a

morfema lexema

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Texto 2 – Crônica

POR DENTRO DO TEXTO

1. O que o narrador considerou um acidente de leitura? 2. Releia o trecho a seguir:

Tão comodamente que eu estava lendo, como quem viaja num raio de lua, num tapete má-gico, num trenó, num sonho. Nem lia: deslizava.

O fato de alguém ter encontrado uma palavra desconhecida no meio do livro que ele estava lendo.

a) Que ideia é apresentada pelo narrador nesse trecho?

b) As palavras foram empregadas no sentido literal ou figurado? Justifique sua resposta. c) Podemos afirmar que o ato de ler dá prazer ao narrador? Explique sua resposta. 3. No texto, o que está sendo comparado ao ato de ser fotografado?

4. Quem fala no texto relata o aparecimento da palavra “abscôndito” no meio de sua leitura. Para você, ela é desconhecida? Em caso afirmativo, procure o significado da palavra no dicionário. 5. Por que a palavra “abscôndito” aparece em letra maiúscula no texto?

6. Localize o emprego de reticências no texto e explique que efeito de sentido elas criam. 7. É possível imaginar uma cena relacionada com o que está sendo relatado no texto?

Resposta possível: Que estava envolvido na leitura, distante da realidade.

Em sentido figurado: um exemplo é o emprego da expressão “Nem lia: deslizava”, que dá a ideia da suavidade e desenvoltura com que vivia aquele momento. Sim, ele declara que lê comodamente como quem viaja, quem vive um sonho.

O fato de um leitor (no caso, o próprio narrador) se ver diante de uma palavra desconhecida e parar estático diante dela, como se fosse ser fotografado por alguém.

Resposta pessoal. Abscôndito: invisível, escondido, secreto.

Resposta possível: Elas servem para marcar a pausa e indicar a perplexidade do leitor diante da palavra nova. Elas também são usadas para indicar a suspensão da narração, permitindo ao leitor imaginar os sentimentos do narrador.

Sim. Ao descrever o momento de perplexidade diante da palavra, o autor usa recursos que nos permitem criar imagens com base no que está sendo relatado. Porque, escrita dessa maneira, ela se destaca, salta aos olhos do leitor, assim como saltou aos olhos do narrador da crônica.

Prática de leitura

O que a palavra “abscôndito” sugere? O que ela parece significar?

ANTES DE LER

Resposta pessoal. Professor, faça um levantamento dos significados apresentados pelos alunos para essa palavra. Eles poderão verificar suas hipóteses a partir da leitura do texto e da realização das atividades propostas.

Tão comodamente que eu estava lendo, como quem viaja num raio de lua, num tapete mágico, num trenó, num sonho. Nem lia: deslizava. Quando de súbito a terrível palavra apare-ceu, apareceu e ficou, plantada ali diante de mim, focando-me: ABSCÔNDITO. Que momento passei!... O momento de imo-bilidade e apreensão de quando o fotógrafo se posta atrás da máquina, envolvidos os dois no mesmo pano preto, como um duplo monstro misterioso e corcunda... O terrível silêncio do condenado ante o pelotão de fuzilamento, quando os soldados dormem na pontaria e o capitão vai gritar: Fogo!

QuiNtaNa, Mário. Nova antologia poética. 5. ed. São Paulo: Globo, 1995.

Trágico acidente de leitura

R

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8. Releia este trecho:

O terrível silêncio do condenado ante o pelotão de fuzilamento, quando os soldados dormem na pontaria e o capitão vai gritar: Fogo!

• Que relação existe entre esse trecho do texto e o surgimento da palavra “abscôndito”?

9. Avalie as atividades que você realizou anteriormente nas seções Aplicando conhecimentos e Por dentro do texto.

a) O que você aprendeu com elas? Respostas pessoais.

b) Qual atividade você teve mais dificuldade em realizar?

c) Houve dificuldade na hora de procurar as palavras no dicionário? Por quê?

d) Ao encontrar a palavra “abscôndito” no dicionário, você percebeu que ela apresenta mais de um significado. Como podemos, então, saber qual é o significado mais adequado dessa palavra em determinado texto?

APRENDER BRINCANDO

1. Procure no dicionário cinco palavras que, para você, sejam curiosas, engraçadas, estranhas. Anote o significado delas em seu caderno.

2. Depois de realizar a tarefa anterior, escreva essas mesmas palavras em uma folha de papel avulsa e troque-a com um dos colegas. Então, dê um significado a cada uma das palavras encontradas pelo seu colega, de acordo com as ideias que vêm à sua mente ao lê-las. Escreva as respostas em seu caderno.

3. Para terminar, escreva um pequeno texto, empregando essas palavras no sentido imaginado por você. Dê um tom de humor à redação, criando situações engraçadas.

4. A apresentação oral das redações deverá ser precedida da leitura por parte do aluno que pes-quisou as palavras no dicionário e que foram incorporadas ao texto criado. Em seguida, conforme orientação do professor, cada aluno deverá apresentar seu trabalho para a turma.

Pode estar comparando a angústia do condenado, seu medo pelo que vai lhe acontecer, com a situação do leitor, provocada pelo surgimento da palavra desconhecida. Pode também estar comparando o silêncio do condenado à espera de ser executado ao silêncio provocado pelo aparecimento da palavra “abscôndito” no meio da leitura.

Podemos perceber seu significado observando o contexto em que ela foi empregada. Professor, se necessário, retome com a turma os procedimentos para uso do dicionário.

Professor, se necessário, adapte a atividade, conforme seu planejamento e a realidade de sua turma. Seria interessante expor os textos produzidos no mural da sala ou da escola. A turma pode elaborar, coletivamente, um pequeno texto e afixá-lo no mural, explicando o processo de elaboração das redações.

Ouça o poema que o professor vai ler e inspire-se nele para realizar a próxima tarefa.

Momento de ouvir

O poema “Vocabulário”, de Carlos Queiroz Telles, encontra-se no Manual do Professor (daqui por diante, referido simplesmente como Manual).

Mural de palavras

Vamos criar um mural de palavras “malucas”? Siga as orientações.

Etapa 1

Sente-se com um dos colegas e entreviste-o. Você fará uma série de perguntas que exigirão do entrevistado apenas uma palavra como resposta. Veja, a seguir, algumas sugestões.

Atividade de criação

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Novocabulário

Paulillo, Maria célia R. a. (org.). Millôr Fernandes: literatura comentada. São Paulo: Ed. abril, 1980.

• Por qual nome você gosta de ser chamado?

• Que palavra diz muito sobre você?

• Que palavra você usa bastante?

• De qual palavra você quer distância?

• Qual palavra é proibida em seu dicionário?

• Cite uma palavra chata.

• Cite uma palavra doce.

• Cite uma palavra triste.

• De qual palavra você mais gosta?

Durante a entrevista, tenha papel e caneta em mãos para anotar as respostas de seu colega. Após entrevistá-lo, será a sua vez de ser entrevistado.

Depois, cada um apresentará o seu companheiro para a turma por meio das respostas obtidas.

Etapa 2

Escolha algumas das palavras de sua apresentação e brinque com o formato delas, sugerindo seu significado pela forma de desenhá-las no papel. Veja como o escritor e humorista Millôr Fer-nandes brincou com algumas palavras:

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Agora, deixe fluir sua criatividade. Para isso, siga estas etapas:

• Deixe chover palavras. Solte sua imaginação, escrevendo em uma folha avulsa as que ima-ginou e, uma a uma, relacione-as a outras palavras que estejam ligadas aos significados que você deu a elas.

• Selecione as melhores palavras e imagine como elas podem ser representadas na forma de um desenho feito de letras. Brinque com os formatos, atrelando-os ao significado, como fez Millôr Fernandes em seu “Novocabulário”.

• Teste o resultado do seu trabalho, mostrando-o a um colega e solicitando dele uma inter-pretação de sua produção. A interinter-pretação de seu colega não precisa ser semelhante à sua. Só precisa fazer sentido. Você poderá se surpreender com a riqueza de significados que seu trabalho pode sugerir.

• Encerrada a fase de criação, é hora de expor os trabalhos no mural da turma ou em um lu-gar visível e permitido no espaço escolar, para que todos possam fazer as próprias leituras.

Prática de leitura

1. Você sabe em quantos países a língua portuguesa é a oficial?

2. Você já leu textos em língua portuguesa escritos por autores de outros países? Resposta pessoal.

3. Você imagina que encontraria dificuldades ao ler um texto em português escrito por um autor que não é brasileiro?

ANTES DE LER

Texto 3 – Conto

Estou sentado junto da janela olhando a chuva que cai há três dias. Que saudade me fazia o molhado tintintinar do chuvisco. A terra perfumegante semelha a mulher em véspera de carícia. Há quantos anos não chovia assim? De tanto durar, a seca foi emudecendo a nossa miséria. O céu olhava o sucessivo falecimento da terra, e em espelho, se via morrer. A gente se indaguava: será que ainda podemos recomeçar, será que a alegria ainda tem cabimento?

Agora, a chuva cai, cantarosa, abençoada. O chão, esse indigente indígena, vai ganhando varie-dades de belezas. Estou espreitando a rua como se estivesse à janela do meu inteiro país. Enquanto, lá fora, se repletam os charcos a velha Tristereza vai arrumando o quarto. Para Tia Tristereza a chuva não é assunto de clima, mas recado dos espíritos. E a velha se atribui amplos sorrisos: desta vez é que

Chuva: a abensonhada

1. Resposta pessoal. Professor, a língua portuguesa é falada oficialmente em oito países: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné--Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Além disso, está presente em pequenos povoados em Zanzibar, na Tanzânia, costa oriental da África, em Macau, ex-possessão portuguesa na China, em Goa, Diu e Damão, na Índia, e em Málaca, na Malásia.

Resposta pessoal. Professor, talvez os alunos citem dificuldades com a forma de escrita das palavras, com o vocabulário e com as referências contextuais.

O texto que você lerá agora é de autoria de Mia Couto, premiado escritor de Moçambique, país do continente africano onde a língua portuguesa é idioma oficial. O momento descrito no conto refere-se à época logo após a longa guerra civil em Moçambique (1977-1992). Nesse período, o povo moçam-bicano superava as consequências do violento conflito, ao mesmo tempo em que convivia com uma forte estiagem. A guerra na qual o país ficou mergulhado, assim como qualquer outra, deixou sequelas com as quais a população ainda tem de conviver: inúmeras minas terrestres que mutilam pessoas até os dias de hoje.

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eu envergarei o fato que ela tanto me in-siste. Indumentária tão exibível e eu en-vergando mangas e gangas. Tristereza sacode em sua cabeça a minha teimosia: haverá razoável argumento para eu me apresentar assim tão descortinado, sem me sujeitar às devidas aparências? Ela não entende.

Enquanto alisa os lençóis, vai puxan-do outros assuntos. A ipuxan-dosa senhora não tem dúvida: a chuva está a acontecer devido das rezas, cerimónias oferecidas aos antepassados. Em todo o Moçambi-que a guerra está parar. Sim, agora já as chuvas podem recomeçar. Todos estes anos, os deuses nos castigaram com a

seca. Os mortos, mesmo os mais veteranos, já se ressequiam lá nas profundezas. Tristereza vai es-covando o casaco que eu nunca hei-de usar e profere suas certezas:

– Nossa terra estava cheia do sangue. Hoje, está ser limpa, faz conta é essa roupa que lavei. Mas nem agora, desculpe o favor, nem agora o senhor dá vez a este seu fato?

– Mas, Tia Tristereza: não será está chover de mais?

De mais? Não, a chuva não esqueceu os modos de tombar, diz a velha. E me explica: a água sabe quantos grãos tem a areia. Para cada grão ela faz uma gota. Tal igual a mãe que tricota o agasalho de um ausen-te filho. Para Trisausen-tereza a natureza ausen-tem seus serviços, decorridos em simples modos como os dela.

As chuvadas foram no justo tempo encomendadas: os deslocados que regressam a seus lugares já encontrarão o chão molhado, conforme o gosto das sementes. A Paz tem outros governos que não passam pela vontade dos políticos.

Mas dentro de mim persiste uma desconfiança: esta chuva, minha tia, não será prolongadamente demasiada? Não será que à calamidade do estio se seguirá a punição das cheias?

Tristereza olha a encharcada paisagem e me mostra outros entendimentos meteorológicos que minha sabedoria não pode tocar. Um pano sempre se reconhece pelo avesso, ela costuma me dizer. Deus fez os brancos e os pretos para, nas costas de uns e outros, poder decifrar o Homem. E apon-tando as nuvens gordas me confessa:

– Lá em cima, senhor, há peixes e caranguejos. Sim, bichos que sempre acompanham a água.

E adianta: tais bichezas sempre caem durante as tempestades.

– Não acredita, senhor? Mesmo em minha casa já caíram. – Sim, finjo acreditar. E quais tipos de peixes?

Negativo: tais peixes não podem receber nenhum nome. Seriam precisas sagradas palavras e essas não cabem em nossas humanas vozes. De novo, ela lonjeia seus olhos pela janela. Lá fora con-tinua chovendo. O céu devolve o mar que nele se havia alojado em len tas migrações de azul. Mas parece que, desta feita, o céu entende invadir a inteira terra, juntar os rios, ombro a ombro. E volto a interrogar: não serão demasiadas águas, tombando em maligna bondade? A voz de Tristereza se repete em monotonia de chuva. E ela vai murmurrindo: o senhor, desculpe a minha boca, mas parece um

bicho à procura da floresta. E acrescenta:

– A chuva está limpar a areia. Os falecidos vão ficar satisfeitos. Agora, era bom respeito o senhor usar este fato. Para condizer com a festa de Moçambique...

Tristereza ainda me olha, em dúvida. Depois, resignada, pendura o casaco. A roupa parece sus-pirar. Minha teimosia ficou suspensa num cabide. Espreito a rua, riscos molhados de tristeza vão descendo pelos vidros. Por que motivo eu tanto procuro a evasão? E por que razão a velha tia se

Sv

etlana Arapo

va/Shut

terstoc

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Homem pedala ao longo de estrada vazia. Ao fundo, tempestade se aproxima. Mocuba, Moçambique, 2008.

(24)

aceita interior, toda ela vestida de casa? Talvez por pertencer mais ao mundo, Tristereza não sinta, como eu, a atração de sair. Ela acredita que acabou o tempo de sofrer, nossa terra se está lavando do passado. Eu tenho dúvidas, preciso olhar a rua. A janela: não é onde a casa sonha ser mundo?

A velha acabou o serviço, se despede enquanto vai fechando as portas, com lentos vagares. En-trou uma tristeza na sua alma e eu sou o culpado. Reparo como as plantas despontam lá fora. O verde fala a língua de todas as cores. A Tia já dobrou as despedidas e está a sair quando eu a chamo:

– Tristereza, tira o meu casaco.

Ela se ilumina de espanto. Enquanto despe o cabide, a chuva vai parando. Apenas uns restantes pingos vão tombando sobre o meu casaco. Tristereza me pede: não sacuda, essa aguinha dá sorte. E de braço dado, saímos os dois pisando charcos, em descuido de meninos que sabem do mundo a alegria de um infinito brinquedo.

couto, Mia. Estórias abensonhadas. São Paulo: companhia das letras, 2012.

POR DENTRO DO TEXTO

1. Quem são as personagens do conto? Descreva-as.

2. Em que lugar ocorre o diálogo entre essas personagens? Elas estão dentro de uma casa.

3. Descreva o assunto sobre o qual as personagens conversam. Elas concordam sobre o assunto que está sendo tratado?

4. Transcreva em seu caderno apenas a alternativa que melhor exprime a opinião da personagem Tris-tereza sobre a chuva.

a) A chuva era um castigo dos deuses, assim como o período de estio que o povo havia enfrentado. b) A chuva serviria para limpar o povo de qualquer pecado e excesso que houvesse cometido

du-rante o período de guerra.

c) A chuva estava lavando a terra do triste passado de guerra. Alternativa “c”. 5. Releia este trecho:

A gente se indaguava: será que ainda podemos recomeçar, será que a ale-gria ainda tem cabimento?

a) A alegria que as personagens experimentam refere-se somente à chuva que cai após o período de seca? Não. Na verdade, elas estão alegres porque a guerra está no fim.

b) Comprove sua resposta ao item anterior com um trecho do terceiro parágrafo. Transcreva-o em seu caderno. “Em todo o Moçambique a guerra está parar”.

6. Releia este outro trecho:

A Paz tem outros governos que não passam pela vontade dos políticos.

• Em seu caderno, explique seu significado.

O narrador-personagem, provavelmente jovem, bastante pensativo e reflexivo, e tia Tristereza, que é idosa e mostra-se sábia e conhecedora das crenças do seu país.

As personagens conversam sobre uma festa que ocorrerá em breve e sobre a chuva. Os dois não têm a mesma opinião: ela acredita que a chuva é um recado dos espíritos e ele não. Ela quer que ele se vista bem para ir à festa de Moçambique, mas ele não quer usar a roupa que ela lavou e preparou.

De acordo com o trecho, a paz não depende da vontade dos políticos, mas é influenciada por outras razões. No conto, a paz é atribuída à chegada da chuva, ou seja, à ocorrência de um fenômeno da natureza.

Professor, há nota biográfica sobre Mia Couto no Manual.

(25)

Alguns escritores são reconhecidos pela inovação quanto ao uso da linguagem. Uma das

caracte-rísticas dos textos de Mia Couto é a utilização de neologismos, ou seja, de palavras ou expressões

criadas ou recriadas pelo próprio autor. O autor moçambicano já revelou ter como inspiração o

gran-de autor brasileiro Guimarães Rosa, cujas obras são muito conhecidas pelo uso gran-desse mesmo recurso.

Uma maneira possível de atribuir significado aos neologismos é observar sua forma de

constru-ção. Geralmente, o novo termo relaciona-se a alguma palavra já existente na língua portuguesa.

iMPORTANTE SABER

TEXTO E CONSTRUÇÃO

1. Em sua opinião, que característica mais se destaca no texto? Por quê? 2. Releia o título e o primeiro parágrafo do conto:

Chuva: a abensonhada

Estou sentado junto da janela olhando a chuva que cai há três dias. Que saudade me fazia o molhado tintintinar do chuvisco. A terra perfumegante semelha a mulher em véspera de carícia. Há quantos anos não chovia assim? De tanto durar, a seca foi emude-cendo a nossa miséria. O céu olhava o sucessivo falecimento da terra, e em espelho, se via morrer. A gente se indaguava: será que ainda podemos recomeçar, será que a alegria ainda tem cabimento?

a) As palavras destacadas podem ser localizadas no dicionário? Não.

b) Observando o contexto, é possível definir o significado de “tintintinar”. Explique qual é ele. c) E quanto à palavra “indaguava”, por que também é possível defini-la? Explique.

d) As palavras “abensonhada” e “perfumegante” também são criações do autor. Observe-as e indique a partir de que outras palavras foram formadas.

e) Agora, explique o significado de “abensonhada” e “perfumegante”, no contexto em que foram utilizadas.

3. No texto de Mia Couto, há outras palavras formadas pela junção de termos existentes, como: “can-tarosa”, “Tristereza” e “murmurrindo”. Explique como se deu a formação nesses exemplos.

Resposta possível: barulho intermitente do chuvisco caindo, provavelmente batendo em alguma superfície metálica.

Resposta pessoal. Professor, espera-se que os alunos citem o uso criativo da linguagem e a presença de muitas palavras diferentes das que estamos acostumados.

É muito próxima de outra palavra que usamos: “indagava”, que significa “perguntava/ questionava”. Professor, incentive os alunos a perceberem que há uma junção entre o termo “indagar” com a palavra “aguar”, em uma provável tentativa de se referir à água da chuva.

Abensonhada – formada por meio da junção de duas palavras: “abençoada” e “sonhada”.

Perfumegante – formada por meio da junção de duas palavras: “per-fumada” e “fumegante”.

Abensonhada – a chuva era abençoada e sonhada (desejada) porque o período de seca fora muito longo.

Perfumegante – a terra seca e quente da estiagem, ao ser molhada pela chuva, libera um vapor como o odor agradável de um perfume.

Cantarosa – chuva que “canta” e que é “maravilhosa”, “gostosa” etc.

Tristereza – fusão de “triste” com “Tereza”, provavelmente definindo uma característica marcante da personagem. Murmurrindo – rindo em murmúrio, rindo e falando baixo ao mesmo tempo.

4. Além do uso de neologismos, Mia Couto e Guimarães Rosa têm em comum a recriação da fala daqueles que vivem longe dos grandes centros urbanos. Nos textos desses autores, o linguajar simples e despojado das pessoas comuns ajuda a construir trechos poéticos, recheados de cita-ções populares que demonstram sabedoria. Localize e transcreva, em seu caderno, o trecho de uma fala de Tia Tristereza que comprove essas afirmações.

5. Releia outro trecho:

Tristereza ainda me olha, em dúvida. Depois, resignada, pendura o casaco. A roupa parece suspirar. Minha teimosia ficou suspensa num cabide. Espreito a rua, riscos molha-dos de tristeza vão descendo pelos vidros.

Sugestões: “[...] a água sabe quantos grãos tem a areia. Para cada grão ela faz uma gota. Tal igual a mãe que tricota o agasalho de um ausente filho.”; “A Paz tem outros governos que não passam pela vontade dos políticos.”; “Um pano sempre se reconhece pelo avesso, ela costuma me dizer. Deus fez os brancos e os pretos para, nas costas de uns e outros, poder decifrar o Homem.”

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Muitas palavras da língua portuguesa apresentam mais de um significado. É por isso que só é

possível compreender o sentido delas na situação de comunicação em que estão sendo empregadas.

Damos o nome de polissemia à variedade de sentidos que uma palavra pode ter.

iMPORTANTE SABER

• Outro aspecto marcante dessa prosa poética é a personificação de elementos que possuem características de seres vivos. Localize, no trecho anterior, três elementos que foram personifi-cados e indique que ações praticam.

TROCANDO IDEIAS

1. No texto lido, embora não concorde com algumas das ideias de Tristereza, que postura o narrador--personagem assume em relação ao que ela diz? Ele a escuta e a respeita.

2. Podemos dizer que Tristereza e o narrador-personagem representam aspectos opostos da socieda-de: o antigo e o novo. Tendo em vista essa afirmação, responda: Em sua opinião, o que o diálogo entre eles pode representar?

3. Como é a sua convivência com pessoas de outras gerações e/ou com crenças diferentes das suas? Cite exemplos de situações em que existem divergências e explique como elas são admi-nistradas. Resposta pessoal.

DE OLHO NO VOCABULÁRIO

1. Releia este trecho do conto:

Talvez por pertencer mais ao mundo, Tristereza não sinta, como eu, a atração de sair.

a) Nas frases a seguir, a palavra “atração” foi empregada com o mesmo sentido da expressão em destaque no trecho? Justifique sua resposta.

I. A atração principal do circo era um mágico estrangeiro. II. A lei de atração é também conhecida como a lei da gravidade.

b) Escolha, dentre as palavras a seguir, aquela que corresponde ao sentido do termo “atração” no trecho: Alternativa “II”.

I. força; II. vontade; III. espetáculo; IV. distração; V. divertimento; VI. interesse.

A roupa suspira, a teimosia fica em um cabide e gotas de chuva (aqui chamadas de riscos molhados) descem pelos vidros.

Resposta pessoal. Professor, espera-se que a resposta do aluno contemple a ideia de que as gerações precisam dialogar em todas as situações e os mais jovens devem respeitar as tradições e as crenças dos mais velhos, mesmo que não concordem totalmente com elas.

O sentido não é o mesmo em nenhum dos casos. I. sentido de apresentação pública; II. Lei da física.

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© 20 05 b y King F eat ures S yndicate Inc.

BROWNE, Dik. Hagar, o Horrível. In: Folha de S.Paulo, 6 jun. 2005.

Laerte

LAERTE. Suriá. In: Folha de S.Paulo, 10 abr. 2004. 2. Leia esta tira em quadrinhos:

a) No primeiro quadrinho, qual era a intenção do irmão Olaf? Ele queria pregar, transmitir ensinamentos religiosos. b) A personagem com quem Olaf conversa entende essa intenção de modo adequado à situação?

Explique. Não. A personagem pensa que Olaf está vendendo velas.

c) Identifique a palavra responsável pela dupla interpretação de sentido.

d) Você acha que a polissemia foi utilizada como recurso para causar humor na tira? Explique sua resposta. 3. Agora, leia esta história em quadrinhos:

A palavra é “iluminar”: o frei a usou em sentido religioso, de orientação espiritual, discernimento, esclarecimento, mas seu interlocutor a compreendeu em seu sentido literal.

Sim, o fato de a palavra “iluminar” apresentar mais de um significado contribuiu para a construção do humor, uma vez que é esse recurso que possibilita que a personagem a interprete de outra maneira.

a) Que palavra da história em quadrinhos possui mais de um significado? Quais são eles, conside-rando-se o texto? A palavra “pilha”. No texto, ela adquire o sentido de “bateria” e de “monte, porção de livros”.

b) Descreva o efeito gerado em cada uma das cobras após engolirem as pilhas.

c) Explique a relação entre o título da história em quadrinhos e a polissemia presente no texto. d) Considerando o contexto de cada uma das frases a seguir, em seu caderno, substitua a palavra

“pilha” por outra de significado semelhante. Faça as adaptações necessárias.

• A minha tia anda uma pilha. nervosa, irritada

• Trouxe uma pilha de serviço para casa. um monte, muito trabalho Uma das cobras não consegue parar de sacodir o chocalho, enquanto a outra não para de ter ideias.

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Prática de leitura

Uma linguagem informal, com a presença de marcas de oralidade. Resposta pessoal.

Texto 4 – Prefácio de livro

• A pilha do controle remoto acabou. bateria

• O bandido pilha o espaço público sempre que pode. rouba

4. Crie duas frases para cada palavra a seguir de modo a demonstrar a polissemia destes termos: coberta banco cortar terra desarmar

Ouça com atenção a história que o seu professor vai ler. Nela, as personagens se expressam em uma linguagem própria dos adolescentes. É fundamental que você observe as falas das per-sonagens para participar das atividades sobre o próximo texto.

Momento de ouvir

Professor, o texto está no Manual. Este Momento de ouvir apresenta, além da fruição do texto, a antecipação da leitura do prefácio do livro Codinome Duda do qual o texto foi retirado. Algumas atividades que se seguem tratarão da gíria. Como o texto deste Mo mento de ouvir é rico em gírias, sugerimos duas leituras: na primeira, os alunos poderão ouvir o texto e conversar sobre ele. Na segunda leitura, os alunos anotarão todas as gírias que puderem identificar. Essa anotação será retomada adiante, na subseção Texto e construção.

O texto a seguir é o prefácio do livro Codinome Duda. Nele, o autor Marcelo Carneiro apre-senta o livro ao leitor, dando-lhe algumas explicações sobre as opções que fez para registrar a fala das personagens na história. Responda às próximas questões com base na história que você acompanhou no Momento de ouvir.

1. Que tipo de linguagem o autor emprega na fala das personagens?

2. Que tipo de explicação você imagina que o autor vai dar para justificar o uso dessa linguagem?

ANTES DE LER

Contar a história do Duda foi legal pra mim, porque tem esse jei-to dele, de guri, de contar tudo assim, rápido, bem videogame mesmo. Também foi um pouco difícil, porque existe o lance da linguagem – vocês sabem, da diferença que muitas vezes existe entre a forma que a gramática diz que é correta (que também chamam de linguagem culta), e o jeito que a gente usa para falar. Assim, como quando a gente fala “Tu foi?” e devia escrever “Tu foste?”. Mas como eu queria escrever de um jeito que fosse a cara do Duda, preferi manter a linguagem bem parecida com o jeito que ele fala. Pode não ser lá como a gramática manda. Mas saber a gramática é uma coisa, e eu acho que é superim-portante. Contar histórias é outra. Às vezes elas se juntam sem pro-blemas. Às vezes não. Espero que todos curtam. Ou melhor: gostem.

cuNha, Marcelo carneiro da. Codinome Duda (Prefácio). Porto alegre: Projeto, 1992.

Prefácio de Codinome Duda

Fabiana Klein

O escritor gaúcho Marcelo Carneiro da Cunha, em foto de 2010.

Respostas pessoais.

Referências

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