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DIRETORIA DE ANÁLISE DE POLÍTICAS PÚBLICAS DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

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Academic year: 2021

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Expediente 

 

FGV DAPP 

Diretoria de Análise de Políticas Públicas | Fundação Getulio Vargas   

DIRETOR 

Marco Ruediger   

• 

As manifestações expressas por integrantes dos quadros da Fundação Getulio Vargas, nas quais                          constem a sua identificação como tais, em artigos e entrevistas publicados nos meios de                            comunicação em geral, representam exclusivamente as opiniões dos seus autores e não,                        necessariamente, a posição institucional da FGV. 

 

O DAPP Report é uma publicação           sem vinculação política ou partidária         , produzida pela      Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV DAPP), que tem o                              objetivo de disponibilizar uma análise do cenário político brasileiro a partir do debate público                            nas redes sociais.  

 

As análises produzidas neste Report         não visam representar pesquisa eleitoral         , e sim aferir a          percepção social, no ambiente digital, acerca de temáticas da agenda pública, tais como atores                            políticos e pautas de políticas públicas. Portanto, não autorizam o seu uso para finalidades                            políticas, partidárias ou endosso de posições particulares. Mais informações acerca deste                      trabalho podem ser acessadas em dapp.fgv.br/observa2018/metodologia

 

A metodologia de análise de redes sociais desenvolvida pela FGV DAPP e aplicada a este                              relatório pode ser aferida na publicação "Nem tão #simples assim: o desafio de monitorar                            políticas públicas nas redes sociais", em 

http://dapp.fgv.br/observa2018/wp-content/uploads/2018/06/nem_tao_simples_assim_fgvdap p.pdf     

 

 

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Sumário-Executivo 

Parlamentares do PSL e do PT protagonizam debate no Twitter                    impulsionado por contas de congressistas da nova composição da                  Câmara e do Senado; 

 

Entre deputados da direita, discussões sobre segurança, elogios à                  primeira-dama e críticas à esquerda motivaram mais engajamento;   

Parlamentares de esquerda criticaram agenda conservadora dos              discursos do presidente e reajuste do salário mínimo;  

 

Com posse de Bolsonaro, debate político registra 4 milhões de tuítes                      em sete dias, retomando níveis identificados na campanha eleitoral;   

Presidente é principal condutor do debate em sua base de apoio,                      sendo autor de 19 dos 20 tuítes mais compartilhados no grupo; 

 

Direitos humanos é principal tema associado a Bolsonaro, com                  discussões sobre indígenas, quilombolas e grupos minoritários em                geral, além de debate sobre papel da mulher na política. 

                                     

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1. #ObservaCongresso

 

 

O ano de 2019 teve início com forte atividade nas plataformas digitais dos        parlamentares que assumirão a próxima legislatura. E duas questões        ressaltam desde já: ​(1) ​a baixa interação entre parlamentares de direita e de                          esquerda​; e ​(2) ​a ausência de políticos de partidos de centro como                        influenciadores​. 

Entre 31 de dezembro e 02 de janeiro, a FGV DAPP coletou todos os tuítes,        retuítes, citações e comentários das contas de 482 deputados federais e        senadores — ou seja, todos os que tinham perfis na rede social. Sob esse        primeiro panorama, é possível identificar inicialmente quais são os        parlamentares de maior repercussão na rede social, com quem falam e sobre        o que falam, sinalizando quais agendas poderão orientar a articulação política        no Congresso neste começo de mandato de Bolsonaro. De um total de        358.834 tuítes, o mapa de interações sobre os grupos parlamentares na rede        é formado por 229.726 retuítes (já excluídas as interações de robôs, apenas        0,6%), com sete subgrupos mais proeminentes. 

 

1.1 Mapa de interações no debate via Twitter

 

   

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À direita, o ​grupo azul (18,4% dos perfis e 25,7% das interações) tem como              principais interlocutores o deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP) e o        senador Flávio Bolsonaro (RJ), filhos do presidente e ambos do PSL, partido        que aglutina volume expressivo dos perfis de mais expressão e impacto nas        redes dentre atores da situação. No ​grupo azul-claro (16,9% de perfis e              29,6% de interações), destacaram-se as deputadas federais do PSL de São        Paulo Carla Zambelli e Joice Hasselmann, seguidas do deputado federal Paulo        Martins (PSC-PR). A posse foi o objeto central do debate em ambos os grupos,        com ênfase à participação popular e da primeira-dama, Michelle Bolsonaro,        na cerimônia e no combate ideológico à esquerda no governo federal. 

Em outro núcleo menor de direita, ​em verde (3,9% dos perfis e 2,3% das              interações), o principal tópico foi segurança pública, com mensagens de        exortação ao endurecimento no combate a criminosos, na flexibilização do        desarmamento civil e na oposição a grupos de esquerda que defendem        direitos humanos. Hasselmann, Zambelli e os filhos de Bolsonaro também são        influentes no grupo, mas o principal perfil é do Sargento Fahur (PSD-PR).  Nos grupos à esquerda, o principal é o que aglutina lideranças do PT, ​em        vermelho (19,9% dos perfis e 22,1% de interações), com destaque à        presidente do partido e deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e aos também        deputados Erika Kokay (DF), Paulo Pimenta (RS) e Paulo Teixeira (SP), além        do senador Humberto Costa (PT-PE). Afora nomes petistas, os dois principais        influenciadores foram os deputados Ivan Valente (PSOL-SP) e Jandira Feghali        (PC do B-RJ). O discurso de Bolsonaro na posse e as condições de atuação da        imprensa no evento foram os eixos centrais de debate, com ênfase no        reajuste do salário mínimo, na desigualdade do país e na agenda        conservadora quanto a políticas identitárias. 

Outros ​três grupos pequenos são identificados, articulados por postagens            específicas de políticos e que também se alinham à esquerda: em roxo (9,5%        de perfis e 4,2% de interações), as parlamentares do PSOL Sâmia Bomfim        (SP), Talíria Petrone (RJ) e Fernanda Melchionna (RS) dão ênfase a questões        de direitos humanos e citam a vereadora Marielle Franco. Em rosa (17,8% dos        perfis e 8,4% das interações), as três são novamente influentes, junto ao        deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), abordando sobretudo feminismo e        participação das mulheres e minorias na política.  

Por fim, ​em laranja (4,4% dos perfis e 2,2% das interações), o tuíte que            organiza o debate é de Patricia Lelis, candidata a deputada federal não eleita        por São Paulo, e que cita a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) por        conta da lei que regulamenta a profissão de intérprete de libras, em virtude        da repercussão do discurso de Michelle Bolsonaro com o uso da língua        brasileira de sinais. 

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2. Debate geral 

2.1 Mapa de interações no debate via Twitter

Finalizado o hiato entre o fim das eleições e a posse de Jair Bolsonaro, são        poucas as mudanças na configuração dos principais grupos de ​debate político          nas redes sociais, levando-se em conta a campanha presidencial​. Tanto pelo                      ponto de vista temático quanto de influenciadores e atores políticos em        destaque, persiste expressiva polarização entre a base de apoio a Bolsonaro,        em azul, e os grupos em rosa e vermelho em oposição ao presidente, embora        não alinhados internamente a partir da esfera de influência do PT e de outros        partidos de esquerda. ​É sob esse cenário que se inicia o governo Bolsonaro                          — sem uma terceira via com força para se posicionar nas redes como                          alternativa à polarização temático-partidária dos últimos anos no Brasil. 

 

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De 27 de dezembro a 02 de janeiro, foram identificados 4.048.342 tuítes        sobre o debate político associado ao novo governo, e 2.836.492 retuítes        compõem o mapa de interações, já excluídos robôs (3,6% do total de        interações identificadas). ​O alto volume de menções retorna a discussão aos                      níveis identificados na campanha eleitoral, da qual se mantiveram muitos                    atores, à direita e à esquerda, como os principais influenciadores​. 

No ​grupo em azul​, que reuniu 19,9% dos perfis e 43,2% das interações do            grafo, o presidente é, com sobras, o interlocutor de maior representatividade:        dos 20 tuítes mais compartilhados no grupo, 19 são de Bolsonaro e um é do        presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao congratulá-lo pela posse.        Ao conduzir a agenda, o presidente organizou os principais temas que        engajaram a base de apoio, como política externa, segurança pública,        combate à corrupção e redução dos gastos estatais — e que foram também        impactantes, em resposta, nos grupos que o fazem oposição. 

Do outro lado, no ​grupo em rosa (41,2% dos perfis, 25,3% das interações) e                  no ​grupo em vermelho (15,9% dos perfis, 22% das interações) não se            identificou o mesmo predomínio de um único perfil como organizador do        debate — inclusive, com poucos políticos em destaque. Sob o ponto de vista        temático, no núcleo em rosa, para além dos temas mobilizados a partir da        figura de Bolsonaro, o tópico de maior destaque é a pauta de direitos        humanos e proteção a minorias, que divide espaço com memes e piadas.  

Já no núcleo em vermelho, Fernando Haddad continua com bastante força, e        há postagens de veículos da imprensa tradicional sobre as condições de        atuação de jornalistas durante a cerimônia de posse. Outro tema destacado        no grupo de maior alinhamento a partidos e nomes de esquerda foi educação        pública e o fim do Ministério da Cultura, assim como a investigação do Coaf        sobre a movimentação financeira do assessor Fabrício Queiroz. 

Há que destacar, porém, que dois grupos de presença oscilante no debate        político voltaram a crescer em função da posse de Bolsonaro. ​Em verde (8,6%            dos perfis e 3,5% das interações), formou-se um núcleo de repercussão        internacional, mobilizado por posts de líderes políticos de outros países sobre        o novo presidente, articulando Trump e o primeiro-ministro de Israel,        Benjamin Netanyahu, e estadistas da América Latina, como Mauricio Macri        (Argentina) e Ivan Duque (Colômbia). ​Em laranja (7,7% dos perfis e 3,9% das              interações), há um grupo de perfis orientados a partir de piadas e ironias        sobre o cenário político, mas com predomínio de menções críticas à esquerda        e que satirizam a imprensa. 

2.2 O debate no Twitter na semana 

A agenda temática do início do governo Bolsonaro apresenta como eixo        central de debate a recuperação de um tópico de forte importância na corrida       

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presidente: ​a questão dos direitos humanos, abrangendo diferentes pautas                  de muita repercussão​. Um dos destaques do debate foi a participação da          primeira-dama, Michelle Bolsonaro, na cerimônia de posse, com o discurso        em libras e a proeminência que obteve ao falar antes do marido — eventos        que engajaram discussão sobre feminismo e o papel das mulheres nos        próximos anos na administração pública. 

Mais um subtema de expressiva relevância para impulsionar o debate sobre        direitos humanos — que suplantou, com folgas, outros macrotemas de        constante força nas redes, como corrupção, economia e segurança — foi a        retirada da demarcação de terras indígenas da alçada da Funai. A partir do        fato simbólico de que foi uma decisão logo do primeiro momento do novo        governo, a iniciativa catalisou o debate sobre os direitos de indígenas,        quilombolas e grupos minoritários em geral. Posteriormente, com a posse da        nova ministra do tema, Damares Alves, essa discussão se ampliou,        abrangendo questões LGBT e de liberdade religiosa. 

Outro destaque da semana, porém, emerge como agenda após ter papel        secundário no debate eleitoral: política externa. O desconvite a delegações        de Cuba, Venezuela e Nicarágua e a vinda do primeiro-ministro de Israel,        Benjamin Netanyahu, para a posse, assim como a aproximação com o        presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sintetizam posições de igual        polarização nas redes. Dentre os discursos inaugurais dos ministros que        foram recém-empossados, o do novo chanceler brasileiro, Ernesto Araújo,        destacou-se como um dos de maior atenção e repercussão na web. 

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3. O que observar 

A agenda de segurança pública deve permanecer em destaque, com a                      expectativa pelo decreto presidencial que permitirá maior acesso a                  armas pela sociedade civil; 

 

Com o início das atividades do Congresso em 2019, é possível que o                          debate de política externa perca a proeminência que obteve quando                    da posse de Bolsonaro, cedendo lugar a pautas como, por exemplo, a                        reforma da Previdência; 

 

Discussões sobre direitos humanos e políticas identitárias, porém,                devem seguir pelas próximas semanas com elevado destaque, em                  função do enfoque das primeiras ações do novo governo em educação                      e meio ambiente, dentre outros; 

 

Os ministros Sérgio Moro e Paulo Guedes continuam com forte                    espaço no debate político nas redes, e suas primeiras iniciativas irão                      organizar as discussões temáticas sobre o combate à corrupção e a                      economia, que seguem importantes na web, mas ainda sem eixos                    claros de quais subtópicos sobre cada tema serão predominantes. 

Referências

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