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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

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Academic year: 2021

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Área de concentração: Produção do Espaço Regional

Linha de Pesquisa: Planejamento e Gestão Ambiental

ADELSOM SOARES FILHO

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AQUIDAUANA 2006

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Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

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Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como requisito final para a obtenção do grau de Mestre em Geografia, sob a orientação do Professor Dr. Arnaldo Yoso Sakamoto.

Aquidauana 2006

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COMISSÃO JULGADORA

:

Orientador

Prof. Dr. Arnaldo Yoso Sakamoto

Prof. Dr. Walter Guimarães

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O êxito na realização de um trabalho depende em muito do esforço de quem propõe fazê-lo e, não menos, da disposição de receber contribuições. Foram inúmeros os subsídios recebidos para a realização deste estudo e de várias formas.

Inicialmente agradeço a Deus por ter me dado a vida; ao meu pai Adelson Soares, a quem Deus recolheu do nosso convívio durante a elaboração deste estudo e a minha mãe Elzita N. Soares pelo amor, carinho, apoio e exemplo que moldou o meu ser.

Particularmente agradeço à minha família; minhas filhas Jackeline e Janaína; meus irmãos Adelmo e Anderson; e a Carmen D. Schultz, pelo apoio que tem me dado em todas as etapas de minha vida, paciência e tolerância que foram essenciais para a realização desta pesquisa.

Ao Professor Dr. Arnaldo Yoso Sakamoto, orientador e estimulador, que sempre colocou a disposição sua extensa e valiosa experiência e soube entender e apoiar nos momentos difíceis.

Aos professores Dr. Valter Guimarães e Dr. Wallace de Oliveira, pelas valiosas contribuições dadas durante o exame de qualificação. À Rosana

Aos meus mestres, que demonstraram muita competência e dedicação no desempenho de suas funções.

Aos amigos do Geoprocessamento da EMBRAPA/CPAO Dourados, Éder Comunello e Walder Antônio G. de A. Nunes, pela constante troca de idéias, de material, de informações e pelo companheirismo diário.

Ao professor MSc. José Daniel de Freitas, aos acadêmicos José Carlos Nogueira, Ângelo Franco do N. Ribeiro e Lígia Lidiane de S. Mota; aos funcionários da UFGD Gilberto, Denílson e Jonas; ao amigo Lourival Ramos de Almeida; a Regiana Prado, Tatiana Costa e Ana Elza M. Nóia pela colaboração constante neste trabalho.

À Rosana, pela presença otimista, generosidade e apoio irrestrito, carinho, dedicação e paciência para comigo.

Aos amigos da pós-graduação, pela troca de informações de experiência acadêmica e pela amizade conquistada.

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Graduação em Geografia.

Ao Instituto de Desenvolvimento Agrário, Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul - IDATERRA, pelo material cedido e a professora Sirlene Soares pela tradução do texto resumo.

E, finalmente, agradeço ao povo brasileiro, a quem espero, de alguma forma, retribuir todo o investimento público que recebi ao longo de minha vida.

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A defesa de sua aplicação para propiciar à humanidade uma melhor sensação de bem estar, o aproxima de Deus.

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A ocupação do Centro-Oeste brasileiro, ocorrida com maior intensidade a partir dos anos 70, provocou a retirada da vegetação natural para posterior utilização da exploração agropecuária. A ação antrópica, realizada através da retirada da cobertura vegetal, do uso inadequado e ou intensivo do solo, tem acelerado o processo de degradação ambiental, provocando impactos no ambiente. Este trabalho tem por objetivo mapear e analisar o uso e ocupação do solo, as áreas de risco e de degradação ambiental da microbacia do córrego Laranja Doce, utilizando um método espaço-temporal. Estudou-se o uso e ocupação da microbacia num período compreendido entre os anos de 1964 e 2001. Para tanto foram elaborados mapas temáticos a partir da interpretação de cartas topográficas e fotos aéreas e do processamento de imagens de satélite Landsat/7 ETM+. Os dados temáticos foram analisados por meio de técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto e os resultados permitiram realizar o diagnóstico e a proposição de medidas mitigadoras para a área de estudo. Por outro lado, demonstrou serem essenciais o planejamento e o desenvolvimento de mecanismos específicos que garantam a ocupação racional da microbacia. Propondo-se minimizar os impactos destacados na área, foram elaboradas propostas que possam contribuir para o planejamento ambiental urbano e rural para pequenas bacias hidrográficas.

Palavras-chave: Bacia Hidrográfica, Sensoriamento Remoto, SIG, Uso do solo,

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The occupation of the center west Brasilian, it was occurred with greater intensity from years 70, it provoked the withdrawal of the natural vegetation for posterior use of the farming exploration. The antropic action, carried through the withdrawal of the vegetation covering, the inadequate and or intensive use of the ground, has speed up the process of ambient degradation, provoking impacts in the environment. This work has for objective to map out and to analyze the use and occupation of the ground, the areas of risk and ambient degradation of the microbasin of the stream Laranja Doce, using a method space-weather. The use was studied and occupation of the microbasin in a understood period from the years 1964 until 2001. Therefore they had been elaborated thematic maps from the interpretation of topographical letters and aerial photos and the picture processing of satellite Landsat/7 ETM+. The thematic data had been analyzed by means of techniques of geoprocessing and remote sensing and the results had allowed to carry through the diagnosis and the proposal of brighten up measures for the study area. On the other hand, it demonstrated to be essential the planning and the development of specific mechanisms that guarantee the rational occupation of the microbasin. Considering itself to minimize the impacts detached in the area, proposals had been elaborated that can contribute for the urban and agricultural environment planning for small hidrographic basins.

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1. INTRODUÇÃO...17 1.1 A Escolha do Tema ... 20 2. OBJETIVOS...25 2.1 Objetivo Geral ... 25 2.2 Objetivo Específicos ... 25 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...26

3.1 SIG (Sistema de Informações Geográficas) ... 26

3.2 Cartografia Temática ... 26

3.3 A Bacia Hidrográfica como Unidade de Planejamento ... 27

3.4 Considerações sobre a Legislação Ambiental... 30

4. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...35

4.1 Materiais... 36

4.2 Equipamentos Utilizados (software e hardware) ... 38

4.3 Métodos... 38

4.4 Organização da Base Cartográfica ... 40

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES...44

5.1 Caracterização da Área de Estudo... 44

5.1.1 Localização ... 44

5.1.2 Clima... 46

5.1.3 Vegetação... 50

5.1.3.1 Floresta Estacional Semidecidual ... 52

5.1.3.1.1 Floresta Aluvial ... 53

5.1.3.1.2 Floresta Submontana ... 53

5.1.3.2 Cerrado (Savana) ... 54

5.1.3.3 Áreas de Tensão Ecológica ... 55

5.1.3.3.1 Contato savana / Floresta estacional... 56

5.1.4 Solos... 56

5.1.4.1 Latossolos ... 58

5.1.4.2 Gleissolos... 59

5.1.5 Geologia ... 60

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5.1.5.4 Depósitos detríticos quaternário – Ha ... 66 5.1.5.4.1 Geologia da área ... 66 5.1.6 Geomorfologia ... 73 5.1.6.1 Geomorfologia regional ... 73 5.1.6.2 Região geomorfológica ... 74 5.1.6.3 Unidade geomorfológica ... 75 5.1.6.4 Geomorfologia da área... 75 5.1.6.4.1 Compartimentação geomorfológica ... 75

5.1.6.4.3 Morfogênese das vertentes ... 82

5.1.6.4.4 Quadro morfoestrutural da área de estudo ... 86

5.1.6.4.5 Morfotectônica ... 88

5.1.7 Aspectos Sócio-Econômicos ... 93

5.1.7.1 A urbanização de Dourados e Douradina ... 93

5.1.7.2 Aspectos da urbanização do Mato Grosso do Sul e da Micro-Região Geográfica de Dourados... 94

5.2 Uso e Ocupação dos Solos ... 101

5.2.1 Área Urbanizada ... 107

5.2.2 Área de Preservação Permanente... 111

5.2.3 Área de Lazer ... 113

5.2.4 Diversos... 115

6. CONCLUSÕES...117

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LISTA DE FOTOS

Foto 5.1 - Área de extração de basalto - Pedreira Santo Antonio. ...69

Foto 5.7 - Vista panorâmica de colinas suaves com altitudes variando entre 300 a Foto 5.8 - Planície aluvial na confluência do Laranja Lima com o Laranja Doce, com Foto 5.12 - Marco Verde na MS-156, demarcando a Área de Preservação Ambiental Foto 5.13 - Ocupação com características rural na área urbana. Curral de gado às margens do Córrego Laranja Doce. A seta indica a localização do curso d’água – Foto 5.14 - Ocupação irregular (Fundo de vale), com alguma infra-estrutura (energia Foto 5.16 - Erosão em área rural na vertente da margem direita do córrego Laranja Foto 5.17 - Lixo jogado às margens do Córrego Laranja Doce, ponto localizado no Foto 5.18 - Ausência de mata ciliar, evidenciando o assoreamento do curso d’água. Foto 5.2 - Afloramento de basalto no curso do córrego Laranja Doce. ...70

Foto 5.3 - Fraturas verticais e horizontais em basalto - pedreira Santo Antonio. ...71

Foto 5.4 - Atuação do intemperismo em basalto - decomposição esferoidal. ...71

Foto 5.5 - Planície Aluvial no baixo curso do Córrego Laranja Doce. ...72

Foto 5.6 - Assoreamento no curso médio do córrego Laranja Doce. ...81

440 m. ...84

altitude inferior a 300 m. ...84

Foto 5.9 - Universidade Federal da Grande Dourados...105

Foto 5.10 – UNIDERP ...106

Foto 5.11 – UNIGRAN...106

na microbacia do Laranja Doce...107

Parque Alvorada...108

elétrica). ...109

Foto 5.15 - Erosão linear provocada pelas águas pluviais na área urbana...110

Doce. ...110

BNH III plano -Av. Hayel Bon Faker. ...111

...113

Foto 5.19 - Lixo doméstico jogado no leito do córrego Laranja Doce...113

Foto 5.20 - Lago artificial em clube recreativo nas margens do córrego Laranja Doce. ...114

Foto 5.21 - Churrasqueiras construídas às margens do córrego Laranja Doce. ...114

Foto 5.22 - Esgoto lançado in natura no Córrego Laranja Doce, área localizada nos fundos Tênis Clube de Dourados. A seta indica a localização do cano de esgoto. Foto 5.23 - Usina Sen. Filinto Muller - Patrimônio Histórico do Município de Dourados – MS. ...116

(14)

Gráfico 5.1 - Precipitação acumulada mensal para a cidade de Dourados -MS, obtida

nas normais climatológicas (1961-1990) ...47

Gráfico 5.8 - Evolução da população total e rural em Mato Grosso (1970) e Mato Gráfico 5.9 - Gráfico comparativo espaço/temporal dos tipos de uso dos solos da Gráfico 5.2 - Temperatura média e precipitação em Dourados-MS/ 2004 ...49

Gráfico 5.3 - Vegetação da microbacia do córrego Laranja Doce ...52

Gráfico 5.4 - Classificação dos solos da microbacia do córrego Laranja Doce. ...58

Gráfico 5.5 - Formações Geológicas da Área de Estudo ...69

Gráfico 5.6 - Declividade da Área de Estudo...91

Gráfico 5.7 - Evolução da população total e rural de Dourados entre 1970 e 2000 ..94

Grosso do Sul entre 1980 e 2000...96

(15)

Ilustração 4.1 - Modelo da imagem Landsat - 7 utilizada na classificação. ...37

Ilustração 5.1 - Localização da área de estudo, a microbacia do córrego Laranja Doce com os dois perímetros delimitados. O tracejado pelos divisores topográficos e Ilustração 5.2 - Distribuição dos tipos climáticos na região centro-sul de Mato Grosso Ilustração 5.3 - Mapa de Vegetação (RADAMBRASIL) da Microbacia do córrego Ilustração 5.5 - Coluna litoestratigráfica simplificada da Bacia Sedimentar do Paraná no Centro-Oeste brasileiro. ALG (Fm. Alto Garças), IAP (Fm. Iapó), VLM (Fm. Vila Ilustração 5.6 - Principais elementos tectônicos das bacias sedimentares do Paraná, Ilustração 5.7 - Área de ocorrência dos derrames basálticos na porção brasileira da Ilustração 5.9 - Perfil geológico de Dourados a Maracajú, mostrando a diminuição da Ilustração 5.12 - Rede de drenagem da microbacia do córrego Laranja Doce com Ilustração 5.13 - Cortes transversal e longitudinal da área da microbacia do córrego Ilustração 5.14 - Perfil Longitudinal do córrego Laranja Doce elaborado à partir dos Ilustração 5.16 - Modelo Digital do Terreno em 2D referente a microbacia do córrego Ilustração 5.17 - Modelo Digital do Terreno em 3D referente a microbacia do córrego Ilustração 5.18 - Mapa de Descontinuidades da microbacia do córrego Laranja Doce. outro pelos fatores hidrológicos e geomorfológicos da área ...45

do Sul. ...46

Laranja Doce ...51

Ilustração 5.4 - Mapa Pedológico da Microbacia do Córrego Laranja Doce...57

Maria). ...61

Chaco-Paraná e Chaco-Paraguai ...62

Bacia Sedimentar do Paraná, destaque para o município de Dourados. ...64

Ilustração 5.8 - Arcabouço estrutural do Estado de Mato Grosso do Sul. ...65

espessura do basalto na direção NW, a partir do alto de Itaporã...67

Ilustração 5.10 - Mapa Geológico da Microbacia do córrego Laranja Doce. ...68

Ilustração 5.11 - Mapa Geomorfólogico da Microbacia do córrego Laranja Doce ...77

altimetria do relevo. Eqüidistância das curvas de nível: 40 metros. ...78

Laranja Doce. Eqüidistância das curvas de nível: 40 metros. ...80

dados SRTM/NASA...81

Ilustração 5.15 - Perfis Transversais da microbacia do córrego Laranja Doce. ...83

Laranja Doce. ...85

Laranja Doce. ...86

...87

Ilustração 5.19 - Mapa Morfotectônico da Micorbacia do córrego Laranja Doce...89

Ilustração 5.22 - Mapa do Uso e Ocupação dos Solos da Microbacia do córrego Ilustração 5.23 - Mapa de Uso e Ocupação dos Solos da da Microbacia do córrego Ilustração 5.20 - Mapa de Declividade da microbacia do córrego Laranja Doce...92

Ilustração 5.21 – Micro-região homogênea de Dourados...98

Laranja Doce no ano 1964. ...103

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Quadro 4.1 - Dados referente a imagem Landsat-7 utilizada para processamento e

classificação. ...38

Quadro 5.1 - Precipitação acumulada mensal para a cidade de Dourados-MS, obtida Quadro 5.2 - Direção predominante de ventos para a região de Dourados de 1979 a Quadro 5.3 - Evolução da população total e rural da microbacia e Mato Grosso do Quadro 5.4 - Percentuais dos tipos de uso dos solos da microbacia do córrego Laranja Doce, nos períodos de 1964 e 2001 (agrupados de acordo com a Tabela nas normais climatológicas (1961-1990). ...47

1999. ...49

sul entre 1970 e 2000...95

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Tabela 4.1 - Códigos atribuídos a legenda de uso do solo da base de dados de 1964 para análise espaço-temporal. ...42 Tabela 5.1 - Dados normais de precipitação (P), temperatura média do ar (T) e

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Este trabalho foi desenvolvido no Programa de Pós-Graduação, em Geografia, em nível de mestrado, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, sob a orientação do Profº. Dr. Arnaldo Yoso Sakamoto do Departamento de Ciências Humanas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

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A proposta deste trabalho consistiu na avaliação das mudanças na cobertura e uso dos solos da microbacia do córrego Laranja Doce nos últimos 37 anos, baseando-se numa análise espaço-temporal, diagnosticando e propondo medidas mitigadoras para os impactos antrópicos negativos.

O objeto desse estudo localiza-se quase totalmente na cidade de Dourados, Estado de Mato Grosso do Sul, elevada à categoria de município pelo decreto de nº. 30 de 20 de dezembro de 1935 (Estado de Mato Grosso do Sul, 1935), com uma população estimada em 20.000 habitantes, atualmente conta com 164.949 habitantes, ocupando uma área urbana de 75,76 Km2, onde estão fixados mais de 90% de sua população. Entretanto a ocupação efetiva dessa região por brasileiros concretizou-se com a implantação da Colônia Agrícola de Dourados – CAND, criada em 1943, com a fixação de 6.200 famílias.

Analisando os projetos de dêsenvolvimento econômico para esta região do Estado de Mato Grosso do Sul, é possível afirmar que aconteceram de forma a priorizar o atendimento às demandas do comércio exterior.

Discorrendo sobre o tema, Terra (2004), cita que a elevada propagação da lavoura mecanizada no Mato Grosso do Sul, em especial na região de Dourados, desencadeou transformações profundas no arranjo da espacialização da população no espaço regional, afetando tanto o meio rural, quanto o espaço urbano.

A partir da introdução do novo modelo agrícola, atrelado aos respectivos complexos agroindustriais, configurou-se um sistema agrícola, cujo funcionamento requer um grande consumo de máquinas e insumos agrícolas industrializados, desencadeando um intenso processo de tecnificação da agricultura e também, desarticulando a estrutura agrária herdada do período anterior, embasada na pequena propriedade familiar.

Para Moraes (1999 apud GUERRA; CUNHA, 2001) o valor de um lugar pode ser estimado através dos conceitos de valor contido e de valor criado. O primeiro é definido pelas vantagens comparativas apresentadas pelos lugares. O segundo decorre da valoração (ato de atribuir valor qualitativo ou quantitativo) dos lugares, criando valores de uso, renda e lucro. No valor contido, um lugar tem sua vocação reconhecida por seu valor potencial, como é o caso do valor dos espaços

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preservados e os monumentos naturais, que constituem uma reserva de valor. No valor criado, os recursos naturais são transformados em produtos.

O meio físico da microbacia do córrego Laranja Doce por apresentar grande potencial para o desenvolvimento da tecnificação da agricultura, aliado, à crescente concentração de investimentos federais a partir de 1970, no espaço urbano, favoreceu a maciça transferência do campo para cidade.

Concomitantemente a esse processo, a degradação ambiental tanto no campo quanto na cidade começaram a aparecer. No primeiro, desmatamentos, o mau uso da terra, aliado a mecanização intensa e a monocultura. Nas áreas urbanas, ocupação dos fundos de vales, construção nas encostas, poluição e outros.

A partir dos anos 60 surgiram vários acontecimentos em favor da preservação ambiental. Pode-se admitir que nestes anos deu-se a gênese da conscientização sobre as questões ambientais. Foi neste contexto histórico que a ideologia do desenvolvimento1 a qualquer preço, passou a ser radicalmente contestada por grupos de pessoas, por se preocupar apenas com o crescimento econômico, deixando de lado a problemática, das conseqüências para a biosfera dessas alterações predatórias sobre o habitat terrestre.

Fatos marcantes ocorreram a partir deste período: A criação do Greenpeace em 1971, formado no Canadá, devido à indignação de um grupo de pessoas por ocasião dos testes nucleares que ocorriam no Alaska, EUA; A conferencia das Nações Unidas sobre o meio ambiente – Estocolmo 72; A Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento – Rio 92, que culminou com a assinatura da AGENDA 21; A cúpula mundial sobre o desenvolvimento sustentável em Johannesburgo – Rio + 10.

Apesar de terem surgido estas iniciativas e outras tantas, também importantes, em defesa da preservação ambiental, o que se viu na prática, foi à permanência das transgressões.

No Brasil, tais transgressões ocorreram ao longo do tempo histórico em diversas ações e intensidades. Exemplificando, em relação ao solo e à vegetação, diríamos que ocorreram e ocorrem abusos imperdoáveis causados pelos atores

1

O termo “desenvolvimento”, no contexto dos anos 60, passou a estar relacionado diretamente com os termos “progresso”, “expansão” e “crescimento”. Termos, estes, que as sociedades ocidentais buscariam arduamente, mesmo que significasse um crescimento econômico determinado, que acarretaria conseqüências humanas, ambientais e sociais desastrosas.

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locais, e também, pelos próprios organismos oficiais. Espelha-se então em programas federais como o extinto Provárzeas2 e nos recortes dos lotes em assentamentos de reforma agrária.

O Provárzeas previa o aproveitamento das várzeas então tidas como Áreas de Preservação Permanente; do mesmo modo, os projetos de colonização e de reforma agrária normalmente não obedecem à legislação de preservação de matas ciliares e das áreas íngremes nos recortes dos lotes.

Mas, as previsões mais pessimistas são em relação à água. Além da sua desigual distribuição na superfície terrestre, ocorre uma elevada deterioração de seus mananciais. No Brasil, o assoreamento dos rios, contaminação por agros químicos, diminuição das nascentes pela destruição das florestas, eutrofização, e aproveitamento irracional de várzeas, são alguns exemplos.

É importante lembrar que o consumo também aumentou desde o pós II Guerra, visto que a sociedade urbano-industrial demanda desse recurso, e paralelamente a isto ocorreu o aumento populacional.

Igualmente, tem-se uma realidade ambiental bastante problemática em relação aos recursos naturais, dentro de uma visão de economia sustentável. Uma vez que a demanda é superior à capacidade suporte da natureza, e paralelamente a isto temos a poluição e perda destes recursos. A economia sustentável está em risco, buscando soluções.

A implantação de projetos voltados para o desenvolvimento sustentável para a região de Dourados é imprescindível. Mas o desenvolvimento sustentável deve ser visto como algo mais do que um compromisso entre ambiente físico e o crescimento econômico. Significa uma definição que reconhece, nos limites da sustentabilidade, origens não só naturais como também estruturais.

Cabe assim, reconhecer na relação homem-natureza os processos históricos, através dos quais os ambientes são transformados, e a sustentabilidade será decorrência de uma conexão entre movimentos sociais, mudança social e, conseqüentemente, possibilidade de políticas mais efetivas (ALMEIDA E GUERRA, 2001 apud GUERRA E CUNHA, 2001).

Diante disto, é nosso dever propormos alternativas para o estancamento e/ou recuperação dos sistemas degradados, e uma alternativa seria o planejamento

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e gestão ambiental por bacias hidrográficas, criando, diretrizes monitoradas, pelos órgãos oficiais de controle e a sociedade.

A microbacia hidrográfica acaba por tornar-se a unidade geográfica ideal para o planejamento integrado do manejo dos recursos naturais no ecossistema por ele envolvido, envolve não a demarcação artificial do território, mas todo o sistema natural, e de outro, a tentativa de conscientizar a população que a habita da necessidade de conservação.

Dentre as diretrizes, é importante a integração das gestões dos recursos hídricos com a gestão ambiental e sua articulação com o uso do solo. Para isto é necessário um conhecimento da área onde seriam implantados estes sistemas de gestão. As bacias hidrográficas oferecem estas condições pela sua grandeza territorial e fácil delimitação.

Espera-se que este trabalho seja mais um objeto de informação que possa contribuir para a redução dos impactos ambientais que ocorrem nesse ambiente.

1.1 A Escolha do Tema

Os ambientes naturais encontrados na superfície da Terra mantêm-se trocas de energia e matéria entre os seus diferentes componentes (rocha, relevo, solos, vegetação, clima, etc.), que se articulam e interagem por meio de mecanismos de funcionamento e interdependência.

Constantemente, a primeira ação humana no ambiente refere-se à retirada de parte ou toda a cobertura vegetal, chegando a muitos casos, a eliminá-la. Christofoletti (1995) ao expressar-se a respeito do desequilíbrio de um sistema cita:

Ao romper o equilíbrio do sistema natural, outros componentes do meio físico tendem a se modificar. Surgem sintomas, tais como deslizamentos, voçorocas e carregamentos de detritos das vertentes, geralmente interpretados na dinâmica das vertentes (CHRISTOFOLETTI, 1995, p.104-6).

O crescente uso dos recursos naturais pela sociedade tem causado grandes alterações na paisagem, com um ritmo muito mais intenso que o determinado pela natureza.

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Estudiosos de diversas áreas e ciências afins têm pesquisado a degradação ambiental sob o ponto de vista de sua formação. Entretanto, alguns pesquisadores destacam o fato de que a problemática ambiental é, em gênese, um problema social.

Ao caracterizar processos físicos, como degradação ambiental, deve-se levar em consideração critérios sociais que relacionam a terra com seu uso, ou pelo menos, com o potencial de diversos tipos de uso, conforme exposto abaixo:

Na realidade, para que o problema possa ser entendido de forma global, integrada, holística, devem-se levar em conta as relações existentes entre a degradação ambiental e a sociedade causadora dessa degradação que, ao mesmo tempo, sofre os efeitos e procura resolver, recuperar, reconstruir as áreas degradadas (CUNHA E GUERRA, 1996, p. 337 - 338).

Objetivando amenizar os impactos ocasionados pelo uso inadequado dos recursos naturais, é necessário o conhecimento integrado da paisagem, como maneira de ajustar as transformações realizadas pela sociedade às potencialidades do meio.

Certamente um dos maiores desafios do homem no século XXI, é concentrar esforços e recursos para a preservação e recuperação de áreas naturais consideradas estratégicas, pois delas vários ecossistemas são dependentes. Dentre estas áreas estratégicas, destacam-se as Bacias Hidrográficas.

A bacia hidrográfica é entendida como uma unidade geográfica formada por uma área da superfície terrestre, que contribui na formação e no armazenamento de um determinado curso d’água.

Machado (1998) destaca que:

a bacia hidrográfica tem sido adotada internacionalmente como unidade físico-territorial básica para o planejamento e a gestão de recursos naturais, principalmente hídricos. Sendo a água de um manancial o resultado da drenagem de sua bacia, sua qualidade e, portanto, suas características físicas, químicas, biológicas e ecológicas encontram-se sempre na dependência direta das ações (uso e ocupação) que se realizam no solo dessa bacia, bem como do grau de controle que se tem (ou não se tem) sobre essas fontes (MACHADO, 1998, p. 36).

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Diversos instrumentos de planejamento e gestão encontram dificuldades de compatibilizar os aspectos socioeconômicos com os aspectos ambientais das bacias hidrográficas, principalmente porque o espaço territorial adotado para o planejamento, na maioria das vezes tem seus limites de contorno estabelecidos artificialmente por critérios políticos e administrativos.

A lei nº 9433, de 8 de Janeiro de 1997 (Brasil, 1997) no artigo lº define a bacia hidrográfica como unidade de planejamento: “A bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (...)”.

Segundo Fernandes e Silva (1994 apud Souza e Fernandes 2000) a subdivisão de uma bacia hidrográfica de maior ordem em seus componentes (sub­ bacias, microbacias), permite a pontualização de problemas difusos, facilitando a identificação de focos de degradação de recursos naturais, dos processos de degradação ambiental e o grande comprometimento da produção sustentada existente.

De acordo com Castro (1999), as microbacias ou bacias de cabeceiras, são pequenas áreas de terras localizadas em regiões montanhosas, que formam as nascentes e drenam córregos e riachos.

Fernandes e Silva (1994) destacam que os conceitos de bacia e sub­ bacias relacionam-se a ordens hierárquicas dentro de uma determinada malha hídrica. Cada bacia hidrográfica interliga-se com outra de ordem hierárquica superior, constituindo, em relação à última, uma sub-bacia ou microbacia de acordo com termo utilizado.

Uma bacia hidrográfica, geralmente é formada por inúmeras microbacias, que normalmente possuem inúmeros pequenos riachos, que formam a rede de drenagem dessa bacia.

Uma microbacia hidrográfica é definida como um conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus afluentes, cuja delimitação é dada pelas linhas divisoras de água que demarcam seu contorno (Cunha e Guerra, 1996).

As microbacias, sistemas frágeis e, de suma importância dentro do abastecimento de água da população, além de sofrerem com a poluição, tanto domésticas quanto de agrotóxicos, também sofrem com os desmatamentos destruindo as matas ciliares.

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Além do lado estético, o manejo de microbacias é hoje centro de grande interesse dos pesquisadores e governantes, pois a cada dia a água se torna objeto de disputas entre países ou regiões.

Ainda discorrendo sobre o tema, Souza e Fernandes (2000, p. 20.),

destacam:

Dentro desse enfoque, os territórios municipais podem ser subdivididos em pequenas sub-bacias hidrográficas com características sociofisiográficas próprias, em aspectos relacionados com o uso/ocupação, as densidades demográficas, em nível socioeconômico, aos sistemas viário e hidrológico. (...) Dentro da região fisiográfica em que se inserem as sub-bacias hidrográficas pilotos, serão obtidas informações e experiências consistentes de modelos de produção sustentada, aplicáveis a respectiva região.

A microbacia hidrográfica do córrego Laranja Doce possui seu curso principal desenvolvendo um trajeto no sentido Nordeste-Sudoeste, suas nascentes situadas na divisa da Reserva Indígena de Dourados, escoando de forma perene até o Rio Brilhante, sub-bacia do Rio Ivinhema tributário do Rio Paraná.

Possui características bem distintas em função da forma de ocupação que recebeu, entre essas destacam-se:

a) A Reserva Indígena de Dourados é considerada a segunda maior do Brasil em população, cuja área não comportaria mais a densidade demográfica atual;

b) O córrego Laranja Doce corta a região Norte da segunda maior cidade em densidade demográfica do Estado de Mato Grosso do Sul, recebendo todos os impactos dessa ocupação;

c) O córrego Laranja Doce é afluente da margem direita do Rio Brilhante, e sua bacia possui como principal atividade econômica a agropecuária mecanizada, em menor escala a suinocultura, avicultura, e piscicultura, que podem estar contribuindo para a degradação ambiental da microbacia, sejam através do desmatamento ou da utilização de agro químicos;

d) As nascentes estão situadas próximas a Reserva Indígena de Dourados, onde a principal atividade econômica é a agricultura mecanizada. A jusante, seu canal atravessa uma área de pequenas propriedades rurais, que desenvolvem culturas de subsistência e áreas

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de lazer, logo após, cruza áreas urbanizadas, com loteamentos e residências de alto padrão, de classe média alta. No baixo curso, a microbacia volta a situar-se novamente em área rural;

e) Trata-se de uma área de expansão urbana recente e acelerada, onde os problemas ambientais se apresentam bastante visíveis;

f) Verifica-se grande disparidade na população da microbacia quanto ao aspecto socioeconômico. Determinados setores (alto/médio) da microbacia, concentram populações de renda elevada, enquanto a parte baixa (fundos de vale) existe moradores de baixa renda, que residem em vilas, favelas, geralmente as margens dos córregos.

Este trabalho tem como propósito avaliar as mudanças na cobertura e uso dos solos na microbacia nos últimos 37 anos, baseando-se numa análise espaço­ temporal, diagnosticar e propor medidas mitigadoras para os impactos antrópicos negativos.

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Apesar de já citados anteriormente alguns dos objetivos do trabalho, pensa-se ser necessário, pontuá-los.

2.1 Objetivo Geral

Mapear e analisar o uso e ocupação do solo, as áreas de risco e de degradação ambiental da bacia utilizando um método espaço-temporal.

2.2 Objetivo Específicos

Os objetivos específicos decorrem de uma necessidade de maior precisão do objetivo geral. São eles:

a) Criar um de banco de dados georreferenciados e espaço­ temporal para a avaliação da dinâmica ambiental de áreas naturais ameaçadas pela atividade humana;

b) Elaborar mapas de uso e ocupação dos solos dos anos de 1964 e 2001;

c) Apresentar diretrizes de usos para as áreas a serem preservadas e/ou conservadas (margens de rios, embaciados, áreas de várzea, etc.);

d) Elaborar cartas temáticas das feições geológicas, geomorfológicas, declividade, hipsométrica, descontinuidades, morfotectônica, cobertura vegetal, pedológica e uso dos solos.

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3.1 SIG (Sistema de Informações Geográficas)

Do inglês GIS (Geographic Information System), Câmara e Medeiros (1998) definem que são todos os sistemas que realizam o tratamento computacional de dados geográficos.

Segundo Intera Tydac (1992), que pelo fato de sua grande adaptabilidade, tem-se utilizado estes sistemas nas mais variadas formas de aplicações, entre elas são citadas a análise ambiental, o planejamento de uso da terra entre outros. Estes e outros motivos tornam o SIG a ferramenta de uso ideal para a caracterização e gerenciamento do meio físico.

3.2 Cartografia Temática

Segundo Sanchez (1981), a cartografia pode ser definida como a ciência que se preocupa com os estudos e as operações científicas, artísticas e técnicas resultantes de observações e medidas diretas ou explorações de documentações visando a obtenção de dados e informações para a elaboração de representações gráficas tipo: plantas, cartas, mapas, gráficos, diagramas e outras formas de expressão, bem como, sua utilização.

Ainda se referindo sobre o tema, este mesmo autor, considera a cartografia temática como um conjunto de preocupações e operações que visam representar graficamente um conjunto de dados em uma certa área.

Duarte (1991) caracteriza a cartografia temática, como parte da cartografia que diz respeito ao planejamento, execução e impressão de mapas sobre um fundo básico, ao qual serão anexadas informações através de simbologias adequadas, visando atender as necessidades de um público específico.

Capri Jr. (1995) expôs uma proposta metodológica vinculada às técnicas cartográficas aplicadas aos estudos de processos erosivos em uma bacia. O autor sugeriu a elaboração de quatro mapas temáticos em estudos de erosão:

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a) Pedológico: visa à representação espacial dos tipos de solos; fornece informações de suas características que influenciam a ação dos processos erosivos, entre as quais a textura, a porosidade, a profundidade e a estrutura;

b) geológico: permite avaliar as características litoestruturais condicionantes da atividade erosiva em uma determinada área, como a constituição mineralógica e o grau de resistência das rochas, a estrutura e o tipo de contato entre as camadas sedimentares ou, ainda, a presença de falhas e fraturamentos;

c) uso do solo: ao mostrar as características da ocupação humana, seja em áreas rurais ou urbanas, permite avaliar a influência da ação antrópica sobre as formas de relevo;

d) rede de drenagem: possibilita a obtenção de informações importantes sobre aspectos litoestruturais, pedológicos, grau de dissecação do relevo, entre outros.

De acordo com Santos (2001), a cartografia temática é o ramo da cartografia que representa maiores afinidades com os estudos geográficos. Amplamente utilizada pela geografia, os seus recursos são importantes para a elaboração de seus estudos, desde a coleta de dados, até a finalização com a elaboração de cartas.

Silva (2002) destaca a técnica de mapeamento ambiental como contribuição eficaz na apresentação de informações em trabalhos de caráter técnico­ científico, em estudos do meio físico nas diferentes esferas da ciência da terra.

3.3 A Bacia Hidrográfica como Unidade de Planejamento

Dentre as unidades de observação e análise da paisagem, a bacia hidrográfica é uma das mais utilizada pelos ambientalistas. O conceito envolve um conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus afluentes (Guerra, 1980).

Christofolletti (1980) ressalta que a drenagem fluvial é composta por um conjunto de canais de escoamento inter-relacionados que formam a bacia de drenagem, definida como a área drenada por um determinado rio ou por um sistema fluvial. A quantidade de água que atinge os cursos fluviais está na dependência do

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tamanho da área ocupada pela bacia, da precipitação total e de seu regime, das perdas devidas a evapotranspiração e a infiltração.

Assad e Sano (1993), destacam a importância do estabelecimento de uma unidade básica de planejamento no que diz respeito aos parâmetros ambientais e objetivos que pretende atingir em determinada região, e a bacia hidrográfica seria a unidade básica ideal.

Leal (1995) destaca “a necessidade do planejamento das cidades, considerando a inclusão das microbacias na elaboração de projetos urbanísticos, de parcelamento do solo, de deposição final de resíduos, etc”, e, também, nos planos de combate as enchentes e inundações.

Para Espíndola (2000), a utilização da bacia hidrográfica como unidade de estudo e planejamento tem sido adotada em inúmeros estudos recentes em todo o país e os resultados obtidos têm reforçado a idéia de que esta abordagem é a mais adequada para diferentes tipos de estudo, planejamento e aplicações práticas.

O mesmo autor ressalta que uma característica importante é o fato da bacia hidrográfica ser uma unidade funcional, com processos e interações ecológicas passíveis de serem estruturalmente caracterizados, quantificados e matematicamente modelados.

Conforme definido por Cunha e Guerra (1996, p.154) apud Leal (2000) as bacias hidrográficas são sistemas abertos, recebem energias do clima e tectônica locais, com constantes ajustes nos elementos das formas e processos associados, possuindo papel fundamental na evolução do relevo, uma vez que os cursos d’água constituem importantes modeladores da paisagem, e permitindo uma visão conjunta do comportamento das condições naturais e das atividades humanas nelas desenvolvidas.

Desta forma conclui-se que as bacias hidrográficas integram uma visão conjunta do comportamento das condições naturais e das atividades humanas nelas desenvolvidas sendo que, mudanças significativas em qualquer dessas unidades, podem gerar alterações, efeitos e/ou impactos a jusante e nos fluxos energéticos de saída (descarga, cargas sólidas e dissolvida) (CUNHA, 1995a).

Machado (2001) destaca que a bacia hidrográfica tem sido adotada internacionalmente como unidade físico-territorial básica para o planejamento e a gestão de recursos naturais, principalmente hídricos. Sendo a água de um manancial o resultado da drenagem de sua bacia, sua qualidade e, portanto, suas

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características físicas, químicas, biológicas e ecológicas encontram-se sempre na dependência direta das ações (uso e ocupação) que se realizam no solo dessa bacia, bem como o grau de controle que se tem, sobre essas fontes.

A vantagem de se utilizar a bacia hidrográfica como unidade fisiográfica, ao contrário de unidades administrativas como regiões urbanas ou bairros, está no fato de se obter características homogênea de uma região, como a montante e a jusante dos mesmos cursos d’água e os mesmos divisores de água.

A facilidade de uso das bacias hidrográficas está no fato de que as mudanças ocorridas numa bacia serão sentidas por todos os ocupantes desta, o que nem sempre é possível acontecer, quando são adotadas unidades administrativas, pois, muitas destas tem parte em uma bacia e parte em outra, ocorrendo também o contrário, uma bacia estar situada sobre duas regiões administrativas.

Segundo Grigio (2002), uma microbacia, quando utilizada como unidade natural de paisagem, demonstra ser a unidade mais conveniente de definição espacial, dentro da qual é possível fazer um estudo detalhado das interações entre o uso e ocupação da terra e os recursos hídricos.

Pode-se considerar que alterações significativas na composição ambiental de uma área da bacia de drenagem poderão afetar outras áreas situadas a jusante. Significa, portanto, que os efeitos hidrológicos e geomorfológicos de processos naturais e antrópicos se vão refletir num determinado ponto de saída de uma bacia de drenagem, podendo propagar-se a jusante por meio de bacias de drenagem adjacentes (GUERRA; CUNHA, 2003).

Os autores referidos destacam que tais aspectos devem ser levados em consideração no planejamento das formas de intervenção humana, mesmo que o interesse do planejador recaia sobre uma área restrita da bacia de drenagem.

Nas últimas décadas, a bacia hidrográfica estabeleceu-se como unidade fundamental para os estudos ambientais. Justifica-se, sobretudo, pela importância da água como veículo de transporte e meio de propagação, seja de soluções do solo, dos sedimentos, dos poluentes ou dos vetores de doenças, além do uso em atividades humanas.

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3.4 Considerações sobre a Legislação Ambiental

Discorrendo sobre os antecedentes dos Estudos de Impactos Ambientais EIA-RIMA, Cunha e Guerra (1998), apontam inicialmente dois importantes marcos nesta questão: a criação, durante o primeiro governo Vargas, em 1934, do Código da águas, um instrumento legal de controle ambiental e a criação do Código Florestal, em 1965. Estes dois instrumentos jurídicos passaram a compor a base legal para administrar o uso das águas de superfície e estabelecer restrições à exploração de espécies vegetais, sobretudo madeiras, além de estabelecer critérios para os desmatamentos.

A partir dos anos 60, a preocupação com as questões ambientais se acentuou em função da forte influência dos movimentos ambientalistas ou ecologistas da Europa Ocidental que, progressivamente se organizaram e, cada vez mais, ganharam espaço na mídia.

A Conferência das Nações Unidas, promovida em Estocolmo, Suécia, em 1972, foi um evento importante para a questão ambiental em todos os países e, sobretudo, para o Brasil.

Viveu-se nos anos 70, nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, uma intensa atividade dos grupos ecológicos, inclusive com o surgimento dos partidos verdes, com maior ênfase na então Alemanha Ocidental, França, Inglaterra e Suécia. No Brasil em 1973 foi criada a SEMA, Secretaria do Meio Ambiente em nível federal.

Segundo Santos (2001), os conceitos de gestão dos recursos naturais em bacias hidrográficas são questões ligadas diretamente às tarefas de planejamento integral nesses âmbitos de intervenção. A necessidade de ação concreta por parte do Estado, da sociedade civil e da comunidade acadêmica voltada para reverter o quadro de degradação ambiental tornou a questão do manejo e da gestão dos recursos naturais em bacias hidrográficas uma preocupação crescente e aponta uma alternativa para solucionar a problemática ambiental.

O Manejo de bacias hidrográficas deve ser entendido como um conjunto de procedimentos resultantes de trabalho integrado, multi e interdisciplinar, que deve ser conduzido para identificar opções de soluções dos problemas que alteram os sistemas ambientais (VALÉRIO FILHO, 1995 apud SANTOS, 2001).

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Para ações de conservação dos recursos naturais, a unidade de planejamento mais adequada é a microbacia, uma vez que:

seu uso como unidade de planejamento se justifica por estar fisicamente bem caracterizada e por não haver área geográfica, por menor que seja que não se integre a uma microbacia, pois nessa unidade de planejamento e ação é possível integrar todas as atividades que nela ocorrem (MARTINS, 1996, p. 240 apud SANTOS, 2001).

De acordo com a Constituição Federal de 1988, no artigo 20, e do cap.VI, da lei 8.171, de 17 de janeiro de 1991, que dispõem sobre política agrícola estabelece que “as bacias hidrográficas constituem unidades básicas de planejamento de uso da conservação e da recuperação dos recursos naturais” (BRASIL, 1991).

Na constituição Federal em seu cap.V, art., 225 diz que

todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial, a sadia qualidade de vida impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defender e preservá-lo para os presentes e futuras gerações” (BRASIL, 1988, p. 123).

I. Preservar, e restaurar os processos

ecológicos essenciais e promover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;

II. Definir, em todas as unidades da

Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através da lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;

IV. Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização do meio ambiente.

A Lei nº. 4.771, de 15 de Novembro de 1965 (Brasil, 1965) institui o novo Código Florestal, que no artigo 1º, parágrafo 2º, traz o seguinte texto:

Para os efeitos deste Código, entende-se por:

Área de preservação permanente: área protegida nos termos dos arts. 2 e 3 desta lei, coberta ou não por vegetação nativa, com função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;

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Em seu artigo 2º, a referida lei, regulamenta e caracteriza essas áreas:

“Consideram-se de preservação permanente, pelo só efeito desta lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas”:

a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja:

1 – de 30 m (trinta metros) para os cursos d’água de menos de 10 m (dez metros) de largura;

2 – de 50 m (cinqüenta metros) para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 m (cinqüenta metros) de largura;

b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais;

c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados ‘olhos­ d’água’, qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 m (cinqüenta metros) de largura.

Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal e nas regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, observar-se-á o disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo”.

Na esfera municipal a lei que regulamenta a Política Municipal de Meio Ambiente é a Lei Complementar Nº 055, de 19 de Dezembro de 2002 (Município de Dourados - MS, 2002) que "Dispõe sobre a Política Municipal de Meio Ambiente do Município de Dourados, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, instituindo o Sistema Municipal de Meio Ambiente, o Fundo Municipal de Meio Ambiente e dá outras providências”.

No capítulo II, em seu artigo 4º constam os seguintes objetivos:

I. identificar e caracterizar os ecossistemas presentes no território municipal, caracterizando suas funções, fragilidades e potencialidades, definindo usos compatíveis à sua conservação, através do zoneamento ecológico econômico.

II. adotar obrigatoriamente no Plano Diretor do Município normas relativas ao desenvolvimento urbano que levem em conta a proteção ambiental estabelecendo entre as funções da cidade prioridade para aquelas que dêem suporte, no meio rural, ao desenvolvimento de técnicas voltadas ao manejo sustentável dos recursos naturais cerceando os vetores de expansão urbana em áreas ambientalmente frágeis ou de relevante interesse ambiental; IX. preservar as áreas protegidas do Município e criar outras necessárias ao equilíbrio ecológico e ao bem estar da população, com ênfase para as áreas de mananciais, recuperando corpos hídricos poluídos ou assoreados e sua mata ciliar;

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O Planejamento Ambiental é o instrumento da Política Ambiental, que estabelece as diretrizes visando o desenvolvimento sustentável do Município e deve observar os seguintes princípios:

I. a adoção, como unidade básica de planejamento o

recorte territorial das bacias hidrográficas, considerando na zona urbana o desenho da malha viária;

O texto trata também sobre os espaços territoriais especialmente protegidos no artigo 13:

Incumbe ao Poder Público Municipal, através do IPLAN, no âmbito local, a definição, criação, implantação e controle de espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sejam estes de domínio público ou privado, definidos como Unidades de Conservação Ambiental.

§ 5º - A recuperação das faixas de mata ciliar, consideradas pelo Código Florestal como áreas de preservação permanente, bem como a despoluição e descontaminação dos corpos hídricos, nas Áreas de Proteção aos Mananciais, deve ser objeto de programa prioritário a ser elaborado e coordenado pelo IPLAN, ficando o Poder Executivo Municipal autorizado a estabelecer consórcios intermunicipais para a recuperação e preservação das bacias hidrográficas como tal consideradas.

O Artigo 14 trata sobre os objetivos do poder público ao definir as Unidades de Conservação:

IV. proteger os recursos hídricos e edáficos, minimizando a erosão, o assoreamento e a contaminação dos corpos d’água bem como a ictiofauna;

V. conservar as paisagens de relevante beleza cênica,

naturais ou alteradas, visando à pesquisa, à educação ambiental, ao turismo ecológico e à recreação;

VI. conservar valores culturais, históricos e arqueológicos para pesquisa e visitação.

O projeto de Lei Complementar nº 007/03/AGM, de 05 de Novembro de 2003, (Município de Dourados – MS, 2003) “Institui o Plano Diretor de Dourados, cria o Sistema de Planejamento Municipal e dá outras providências”. No seu título VI, das políticas setoriais, do capitulo I, da Política Municipal de Meio Ambiente, no artigo 96, traz a seguinte grafia:

XI - a proteção da flora e da fauna e de seus habitats, incentivando a formação de corredores ecológicos;

XII - a proteção das áreas de preservação permanente; das Unidades de Conservação; das áreas de arborização urbana e de

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especial interesse ecológico; bem como daquelas ameaçadas de degradação;

XIII - a demarcação e proteção das áreas de mananciais do Município, disciplinando o uso e a exploração dos recursos hídricos tendo as microbacias hidrográficas como unidades territoriais de planejamento;

Desta forma observa-se no município de Dourados uma constante preocupação com o planejamento voltado para a conservação ambiental. Entretanto, não é possível constatar os impactos positivos na paisagem, apesar de uma legislação ambiental tão bem elaborada.

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A delimitação e a caracterização dos componentes das relações que formam uma paisagem são muito complexas e de acordo com Bertrand (1972) podem ser definidas como: a composição dinâmica dos elementos do meio físico, biótico e abiótico em um determinado espaço, interagindo uns sobre os outros em constante evolução e, formando um conjunto unido e indissociável.

Na escolha da área, decidiu-se pela microbacia do córrego Laranja Doce, pois, como definido por Maio (1983) a bacia hidrográfica é uma unidade geométrica completa podendo representar as paisagens.

A delimitação da bacia hidrográfica foi realizada a partir das curvas de nível das cartas planialtimétricas e confirmadas nas fotografias aéreas de 1964, traçando-se uma linha divisora de água que liga os pontos mais elevados - topos - da região em torno da drenagem considerada.

Para a delimitação do perímetro da microbacia hidrográfica do Laranja Doce no presente estudo conclui-se que, além da delimitação topográfica, deviam-se observar ainda os efeitos hidrológicos e geomorfológicos da área.

Diante disto, optou-se por incluir as drenagens de primeira ordem do Rio Brilhante na área de estudo, em função dos indícios do canal ter sido afluente do córrego Laranja Doce num passado geológico recente.

Dentre os indícios destaca-se a presença de lagos na grande planície de inundação que se apresenta na foz do córrego, podendo ser um indicativo de que a dinâmica fluvial ser a mesma da microbacia.

Justifica-se a inclusão dessa área no perímetro da bacia em função do contexto sócio-econômico-ambiental ser o foco de estudo deste trabalho. A área acrescentada apresenta as mesmas características físicas e sócio-ambientais da microbacia do Laranja Doce, e por sua localização poderia não se contemplada em estudos realizados no local.

De acordo com Leal (2000) considerar uma bacia hidrográfica como uma unidade, portanto, impõe abordar todos seus elementos (água, solo, flora, fauna, uso e ocupação do solo, etc.) e compreendê-la como uma totalidade composta por elementos naturais e sociais, inter-relacionados e dinâmicos (Ilustração 4.1).

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O método de interpretação dos processos físicos utilizado na proposta deste trabalho foi desenvolvido a partir das teorias sistêmicas apresentadas por Bertrand (1972) e Monteiro (1976).

Este método propõe os sistemas como um conjunto de elementos com variáveis e características diversos, que mantém relações entre si e entre o meio ambiente.

Os geossistemas, embora sejam considerados “fenômenos naturais”, devem ser estudados à luz dos fatores econômicos e sociais que influenciam sua estrutura. Podem refletir parâmetros sociais e econômicos que influenciam importantes conexões em seu interior.

Um dos princípios básicos desta teoria é a consideração da natureza como sistemas dinâmicos abertos e hierarquicamente organizados, passíveis de delimitação ou de serem circunscritos espacialmente em sua tridimensionalidade.

Para atingir os objetivos propostos, os elementos do meio físico foram compartimentados com a elaboração de mapas temáticos, propiciando, primeiramente, o estudo individualizado de cada atributo e permitindo, posteriormente, integrá-los através dos estudos de perfis. Possibilitando estabelecer relações entre os elementos da paisagem por meio de planilhas e gráficos, em uma análise conjunta.

Os trabalhos de gabinete foram desenvolvidos de forma contínua, com coleta de dados, revisão bibliográfica, aquisição de material fotográfico e cartográfico, juntamente com outras atividades como exemplo, a obtenção de dados climáticos da região.

4.1 Materiais

Para a realização desta pesquisa, foram utilizados as seguintes cartas planialtimétricas e mapas temáticos:

a) Fotografias aéreas, escala 1:60.000, do vôo da USAF, realizado em 1964;

b) Cartas Planialtimétricas da DSG (Divisão do Serviço Geográfico do Exército), folhas de Dourados SF 21.21-Z-B-II, Rio Brilhante SF.21-X­

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D-V, Glória de Dourados SF.21-Z-B-III e Aroeiras SF.21X-D-VI, em escala 1:100.000.

c) Imagem de satélite TM LANDSAT 7 ETM+, órbita 225, ponto 075, Bandas 1,2,3,4,5 e 7 de 14/11/2001, correspondentes à cobertura da área da microbacia em análise.

d) Mapas Geológico, Geomorfológico, Solos e Vegetação, publicados pelo Projeto RADAMBRASILBRASIL (1982), na escala de 1:1.000.000;

e) Mapas Geológico, Geomorfológico, Solos e Vegetação, publicados pelo Atlas Multirreferencial de Mato Grosso do Sul (1990) na escala 1:15.000.000;

Os dados encontravam-se dispersos e em diferentes escalas, o que requereu uma padronização dos mesmos para a escala 1:100.000 (Ilustração 4.1).

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Os dados referentes à imagem de satélite serão especificados no quadro 4.1:

Sensor Satélite Órbita Ponto Formato Bandas

Espectrais Data LANDSAT/7

ETM+ 225 075 TIFF 123457 14/11/01

Quadro 4.1 - Dados referente a imagem Landsat-7 utilizada para processamento e classificação.

4.2 Equipamentos Utilizados (software e hardware)

Os softwares e equipamentos utilizados na realização do trabalho foram: a) Software SPRING: Sistema para Processamento de Informações

Georreferenciadas, versão 4.1.1, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE,1996), reúne rotinas para a construção e manipulação de banco de dados espaciais e funções para processamento digital de imagens;

b) software AUTOCAD MAP (Autodesk inc, 2000), para digitalização e edição vetorial;

c) software Global Mapper v8.00, copyright © 2002-2006

d) software Surfer(R) Version 8.02 ReadMe File 9-28-02 Copyright © 2002 Golden Software, Inc. All rights reserved;

e) software de edição gráfica COREL DRAW 11 (Corel Coparation, 2002);

f) microcomputadores Pentium IBM PC-compatíveis e periféricos (mesa digitalizadora A1, plotter, impressoras, etc.);

g) aparelhos receptores portáteis de navegação GPS (Global Positioning

System);

h) câmera digital;

i) estereoscópio de espelhos de mesa e de bolso, para a observação dos pares de fotografias aéreas;

j) automóvel e combustível.

4.3 Métodos

Apresenta-se a seguir no fluxograma das etapas realizadas no presente trabalho visando atingir os objetivos propostos.

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Trabalho de Campo – 1ª

Etapa Visita as Digitalização das cartas Fotointerpretação

Administrações Municipais / (base cartográfica)

Estaduais / Federais.

Tabulação dos Geoprocessamento 1 Imagem de satélite

dados coletados Entrada de dados básicos processamento e

Entrada de dados de campo classificação

Trabalho de Campo 2ª

Tabulação de dados etapa

coletados Visitas aos pontos de uso

do solo e cobertura vegetal

Geoprocessamento 2 Integração e análise de dados

Produção dos Mapas

Mapas de usos dos solos, cobertura vegetal, geológico, geomorfológico, pedológico, rede drenagem, declividade, hipsométrico, descontinuidades e morfotectônico da microbacia do Córrego Laranja Doce.

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4.4 Organização da Base Cartográfica

Dispondo da imagem matricial (raster) das cartas topográficas da Divisão do Serviço Geográfico do Exército (DSG), escala 1:100.000, em formato TIFF, utilizou-se o software GlobalMapper para o georreferenciamento das mesmas. Após retificadas, as cartas foram salvas no formato GeoTIFF. Utilizou-se então o software AutoCad 2000i Map, para extração, em formato vetorial, da base topográfica da área (curvas de nível, pontos cotados, hidrografia, a malha viária) e o usos do solo do ano de 1964.

Os dados vetoriais foram inseridos em um banco de dados geográficos do programa Spring 4.1.1. Para isto, os dados vetoriais foram salvos no formato DXF R12 e importados em rotina própria do Spring. Após importados, procedeu-se a edição dos vetores, com ajustes de linhas, poligonização e classificação temática (uso do solo 1964). As cartas planialtimétricas em formato GeoTIFF também foram importadas e integradas ao banco de dados geográfico.

Visando compartimentar a área foram selecionadas fotografias aéreas, imagens de satélite e todo o material cartográfico necessário à execução da pesquisa. Através destes, segue-se uma seqüência de trabalho que tem como técnica principal, a fotointerpretação das fotografias aéreas e das imagens de satélite na identificação dos elementos componentes da paisagem.

Esse procedimento é necessário em vista das dificuldades de acesso à área, além de agilizar e facilitar o mapeamento dos elementos da paisagem, porém sem dispensar os trabalhos de campo, no detalhamento e comprovações desses elementos.

Com um papel vegetal superposto à fotografia, marcou-se com uma caneta fina o contorno exato das feições a serem extraídas iniciando-se a análise e interpretação pelo registro dos elementos prontamente visíveis, como a rede de drenagem, o relevo e a cobertura vegetal.

A fase de identificação consistiu em agrupar os elementos de imagem a fim de se obterem formas que sejam familiares, tendendo compará-las. Neste

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estágio, baseou-se em elementos observáveis nas fotografias aéreas como cor, textura, tonalidade, forma, dimensão e convergência de evidências, confirmados com verificação e análise de campo.

Para obter informações referentes ao uso do solo em 2001, empregaram-se técnicas de sensoriamento remoto sobre uma imagem de satélite TM LANDSAT 7 ETM+. A imagem utilizada correspondia à cena 225/075, data de 14/11/01 e foi obtida em formato digital TIFF (bandas 1, 2, 3, 4, 5 e 7). Após convertidas para o formato GRB, formato proprietário do software Spring, realizou­ se o procedimento de registro (georreferenciamento) da imagem Landsat. Para o registro da imagem foram selecionados pontos de controle, utilizando-se como referência as cartas digitais (escala 1:100.000) e pontos obtidos a campo com receptor GPS. Com base nas características das imagens Landsat, apresentadas por Novo (1992) e Rosa (1996), têm-se a possibilidade de integração dos dados de sensoriamento remoto com dados geográficos oriundos da escala 1:100.000 e mesmo em escala maior que esta.

Após o georreferenciamento classificou-se as imagens, envolvendo as seguintes etapas:

A primeira etapa refere-se a classificação digital que envoveu o processo de segmentação, para o qual

será utilizado um algoritmo não supervisionado, denominado crescimento de regiões, que visa agrupar regiões contínuas, similares radiometricamente, a partir de pixels individuais, até que todos sejam processados” (NASCIMENTO, 1996 apud RIZZI e RUDORFF, 2003, p.233).

O processo de segmentação exige a definição de dois parâmetros: a) o limiar de similaridade: distância mínima entre os valores

de cinza, abaixo do qual dois segmentos considerados são agrupados em uma região;

b) o limiar área: a área mínima a ser considerada como uma região, definida em pixels (ANDERSON et al. 2003).

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Para a segunda fase da classificação digital, utilizou-se de acordo com Rizzi e Rudorff (2003, p. 233), “as imagens fração segmentadas foram classificadas através de um algoritmo não supervisionado, denominado ISOSEG, que agrupou as regiões em classes espectralmente homogêneas”.

Após a classificação das imagens segmentadas, os temas obtidos pelo classificador foram associados às classes definidas anteriormente no banco de dados (ANDERSON et al., 2003).

Como a base de dados de 1964 apresentou características diferentes da base de dados de 2001, e, para que fosse possível efetuar a comparação, necessitou-se fazer um novo reagrupamento das classes de modo a homogeneizá-las e permitir a comparação dos dados (Tabela 4.1).

Legenda 1964 – (DSG/IBGE) Código

atribuído Significado

Antropismo agro Agropecuária (agricultura, pasto)

Plantação agro Agropecuária (agricultura, pasto)

Floresta, mata e bosque veg Superfície coberta por vegetação

natural ou renaturalizada

Cerrado, macega veg Superfície coberta por vegetação

natural ou renaturalizada

Mata alagada veg Superfície coberta por vegetação

natural ou renaturalizada

Várzea umi Áreas úmidas

Alagável umi Áreas úmidas

Urbana Urb Áreas urbanas

Não classificado nc Áreas Não classificadas

Tabela 4.1 - Códigos atribuídos a legenda de uso do solo da base de dados de 1964 para análise espaço-temporal.

Fonte: Paranhos Filho, 2000.

Esta nova classificação separou de modo genérico, as zonas naturais (ou renaturalizadas), daquelas sob influência antrópica direta. Este novo reagrupamento resolveu também o problema entre a separação de áreas com pastagem e agricultura, agrupando-as como agropecuária.

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Os mapas de cobertura vegetal foram elaborados seguindo os procedimentos de Lueder (1959), Spurr (1960) e Carneiro (1980), para fotografias aéreas e Mattos e Saraiva (1992) para imagens de satélite.

Para o estudo do relevo foram elaborados os mapas hipsométrico, clinográfico e Modelo Digital de Elevação (MDE), a partir dos dados da Missão Topográfica por Radar interferométrico, ou Shuttle Radar Topography Mission (SRTM). O mapa hipsométrico permitiu caracterizar os traços e a configuração geral do relevo.

O mapa clinográfico estabeleceu quatro classes de declividade a partir de dados percentuais (0-2%, 2-5%, 5-8%, 8-12%), elaborado como indicado por De Biasi (1970).

A rede de drenagem foi detalhada como propõe Strahler (1957) e serviu de base também para a elaboração dos mapas geológico, da vegetação, bem como definir os principais lineamentos estruturais através das direções preferenciais da drenagem.

O mapa de vegetação foi elaborado a partir dos dados do Macrozoneamento Geoambiental de Mato Grosso do Sul de 1989 e, o de pedologia a partir dos dados do Radambrasil (1982) na escala 1:250.000, em arquivos no formato shapefile,

Os dados extraídos das cartas topográficas foram cruzados com aqueles fornecidos pelas imagens de satélite, obtendo-se como produto final, um banco de dados SIG de toda a área de estudo. Desta forma estes dados podem ser comparados entre si, gerando os subsídios para a análise da evolução do uso e ocupação dos solos da área.

Como produtos finais foram elaborados as cartas de uso dos solos de 1964 e 2001, declividade, cobertura vegetal, geológica, geomorfológica pedológico, em formato impresso e ou digital.

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5.1 Caracterização da Área de Estudo

5.1.1 Localização

A microbacia do córrego Laranja Doce está delimitada pelas coordenadas de 21°55’ a 22°16’ de Latitude Sul a 54°28’ a 54°52’ de Longitude Oeste e estende-se por uma área de aproximadamente 715 km², com comprimento da bacia de 57,49 km, no sentido Nordeste - Sudoeste envolvendo dois �municípios: Dourados e Douradina.

Está inserida no sistema Paraná, sub-bacia do rio Ivinhema e bacia do Rio Brilhante. Limita-se a O e NW (Oeste e Noroeste) com o município de Itaporã, ao S e NE (Sul e Nordeste) com Dourados e ao N (Norte) com o município de Rio Brilhante, situando-se cerca de 80% de sua área no município de Dourados e o restante no município de Douradina, ambos em Mato Grosso do Sul.

Dentre os principais córregos que banham o município, apenas o Laranja Doce corta a região norte da cidade, no sentido Oeste-Leste, apresentando o maior volume d`água entre todos e possuindo o maior comprimento no perímetro urbano.

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