1. NOME DO MEDICAMENTO
Brinzolamida Sandoz 10 mg/ml colírio, suspensão
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
Cada ml de suspensão contém 10 mg de brinzolamida (0,33 mg de brinzolamida por gota).
Excipiente(s) com efeito conhecido:
Cada ml de suspensão contém 0,10 mg de cloreto de benzalcónio. Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
3. FORMA FARMACÊUTICA
Colírio, suspensão.
Suspensão uniforme de cor branca ou quase branca, pH 7,1-7,9 e osmolaridade 270-320 m Osm/kg.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS
4.1 Indicações terapêuticas
Brinzolamida Sandoz está indicado para diminuir a pressão intraocular elevada em: hipertensão ocular
glaucoma de ângulo aberto
como monoterapia em doentes adultos que não respondem a bloqueadores beta ou em doentes adultos em quem os bloqueadores beta estão contraindicados, ou em terapêutica de associação com bloqueadores beta ou análogos das prostaglandinas (ver também secção 5.1).
4.2 Posologia e modo de administração Posologia
Quando usado em monoterapia ou em terapêutica de associação, a dose é de uma gota de Brinzolamida Sandoz no saco conjuntival do(s) olho(s) afetado(s) duas vezes por dia. Alguns doentes podem responder melhor ao tratamento com uma gota três vezes por dia. Em caso de substituição de outro agente antiglaucoma oftalmológico por Brinzolamida Sandoz, deve suspender-se o tratamento com o outro agente e iniciar a aplicação de Brinzolamida Sandoz no dia seguinte.
No caso de estar a ser utilizado mais do que um medicamento oftalmológico tópico , os medicamentos devem ser administrados com um intervalo de, pelo menos, 5 minutos. Se se esquecer de uma administração , o tratamento deve continuar com a administração seguinte como planeado. A dose não deve exceder uma gota no olho afectado três vezes por dia.
Modo de administração para uso oftálmico
Recomenda-se a oclusão naso-lacrimal ou fechar suavemente as pálpebras após a instilação. Deste modo, poderá ocorrer redução da absorção sistémica da medicação administrada por via ocular e, como resultado,a diminuição dos efeitos secundários sistémicos.
O doente deve ser instruído para agitar bem o frasco antes da utilização. Para evitar a contaminação da extremidade do aplicador ou da suspensão, devem ser tomadas as devidas precauções para que a extremidade do aplicador do frasco não toque nas pálpebras, zonas circundantes ou outras superfícies. O doente deve ser instruído para manter o frasco bem fechado quando não estiver a ser utilizado.
População idosa
Não é necessário qualquer ajuste da dose em doentes idosos. População pediátrica
A segurança e eficácia de Brinzolamida Sandoz em crianças com menos de 18 anos de idade não foram ainda estabelecidas, pelo que não se recomenda a sua administração nestes doentes. No entanto, existe uma experiência limitada em crianças. A segurança e a eficácia de brinzolamida foram estudadas num pequeno número de doentes pediátricos com menos de 6 anos de idade (ver secção 4.4, 4.8 e 5.1).
Insuficiência hepática e renal
A brinzolamida não foi estudada em doentes com insuficiência hepática e, portanto, não é recomendada neste tipo de doentes.
A brinzolamida não foi estudada em doentes com insuficiênciarenal grave (depuração de creatinina <30 ml / min) ou em doentes com acidose hiperclorémica. Uma vez que a brinzolamida e o seu principal metabolito são excretados predominantemente pelos rins, Brinzolamida Sandoz é, portanto, contraindicado nestes doentes (ver também secção 4.3). 4.3 Contraindicações
Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes mencionados na secção 6.1.Hipersensibilidade conhecida às sulfonamidas (ver também secção 4.4). Insuficiência renal grave.
4.4 Advertências e precauções especiais de utilização Efeitos sistémicos
Brinzolamida Sandoz é uma sulfonamida inibidora da anidrase carbónica e, embora seja administrada topicamente, é absorvida sistemicamente. Deste modo, com a administração tópica poderá observar-se o mesmo tipo de reações adversas atribuíveis às sulfonamidas. Se ocorrerem sinais de reações graves ou de hipersensibilidade, interrompa a utilização desta preparação.
Têm sido registados desequilíbrios ácido-base com inibidores da anidrase carbónica orais. A brinzolamida não foi estudada em recém-nascidos prematuros (menos de 36 semanas de gestação) ou com menos de 1 semana de idade. Os doentes com imaturidade tubular renal ou anomalias significativas só deverão ser tratados com brinzolamida após uma avaliação cuidadosa da relação risco-benefício, devido ao possível risco de acidose metabólica.
Os inibidores da anidrase carbónica orais podem prejudicar a capacidade de realizar tarefas que requeiram agilidade mental e/ou coordenação física em doentes idosos. Brinzolamida Sandoz é absorvida sistemicamente e, portanto, isto poderá ocorrer com a administração tópica.
Terapêutica concomitante
Existe a possibilidade de ocorrência de um efeito aditivo sobre os efeitos sistémicos conhecidos da inibição da anidrase carbónica em doentes a receber um inibidor da anidrase carbónica por via oral e Brinzolamida Sandoz. A administração concomitante de Brinzolamida Sandoz e inibidores da anidrase carbónica não foi estudada e não é recomendada (ver também a secção 4.5).
A brinzolamida foi avaliada inicialmente em administração concomitante com timolol durante a terapêutica de associação do glaucoma. Além disso, foi estudado o efeito de redução da pressão intraocular (PIO) de Brinzolamida Sandoz como terapêutica de associação ao análogo da prostaglandina travoprost. Não estão disponíveis dados de longa duração sobre a utilização de Brinzolamida Sandoz como terapêutica de associação do travoprost (ver também secção 5.1).
Existe experiência limitada com brinzolamida no tratamento de doentes com glaucoma pseudo exfoliativo ou glaucoma pigmentar. Devem ser tomadas precauções no tratamento desses doentes e é recomendada uma monitorização rigorosa da pressão intraocular (PIO). Brinzolamida Sandoz não foi estudada em doentes com glaucoma de ângulo estreito e a sua utilização não é recomendada nestes doentes.
O possível papel da brinzolamida na função endotelial da córnea não foi investigado em doentes com córneas comprometidas (particularmente em doentes com um número de células endoteliais reduzido). Especificamente, não foram estudados doentes utilizadores
de lentes de contacto e recomenda-se uma monitorização cuidadosa destes doentes quando utilizada a brinzolamida, uma vez que os inibidores da anidrase carbónica podem afetar a hidratação da córnea e a utilização de lentes de contacto pode aumentar o risco para a córnea. Da mesma forma, recomenda-se uma monitorização cuidadosa noutros casos de comprometimento da córnea, tais como doentes com diabetes mellitus.
O cloreto de benzalcónio, utilizado frequentemente como conservante em produtos oftalmológicos, tem sido associado a casos de queratopatia punctata e/ou queratopatia ulcerativa tóxica. Uma vez que Brinzolamida Sandoz contém cloreto de benzalcónio, recomenda-se monitorização dos doentes quando a sua utilização é frequente ou prolongada, em casos de olho seco ou quando há comprometimento da córnea.
Brinzolamida Sandoz não foi estudado em doentes utilizadores de lentes de contacto. Brinzolamida Sandoz contém cloreto de benzalcónio, que pode provocar irritação ocular e que é conhecido por alterar a coloração das lentes de contacto hidrófilas. O contacto com lentes de contacto hidrófilas deve ser evitado. Os doentes devem ser informados de que devem retirar as lentes de contacto antes da instilação de Brinzolamida Sandoz, e aguardar 15 minutos após a aplicação antes da sua reinserção.
Os efeitos rebound potenciais após a suspensão do tratamento com Brinzolamida Sandoz não foram estudados; espera-se que o efeito de redução da PIO permaneça durante 5-7 dias.
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Não foram realizados estudos específicos de interacções de outros medicamentos com Brinzolamida Sandoz. Emestudos clínicos, a brinzolamida foi utilizada concomitantemente com preparações oftalmológicas de timolol e de análogos da prostaglandina sem evidência de interações adversas. A associação de brinzolamida e mióticos ou agonistas adrenérgicos não foi avaliada como terapêutica de associação do glaucoma.
Brinzolamida Sandoz é um inibidor da anidrase carbónica que, embora topicamente administrado, apresenta absorção sistémica. Têm sido referidos desequilíbrios ácido-base com inibidores da anidrase carbónica orais. Deve considerar-se a possibilidade de interações em doentes medicados com Brinzolamida Sandoz.
As isozimas do citocromo P-450 responsáveis pelo metabolismo da brinzolamida incluem o CYP3A4 (principal), o CYP2A6, o CYP2C8 e o CYP2C9. É de esperar que os inibidores do CYP3A4, tais como o cetoconazole, o itraconazole, o clotrimazole, o ritonavir e a troleandomicina, inibam o metabolismo da brinzolamida pelo CYP3A4. Aconselha-se precaução se forem administrados concomitantemente os inibidores do CYP3A4. No entanto, a acumulação da brinzolamida é improvável uma vez que a eliminação renal é a principal via de eliminação. A brinzolamida não é um inibidor das isozimas do citocromo P-450.
Gravidez
Não existem ou existem apenas dados limitados sobre a utilização da brinzolamida em mulheres grávidas. Os estudos realizados em animais revelaram toxicidade reprodutiva (ver secção 5.3). Brinzolamida Sandoz não é recomendado durante a gravidez e em mulheres em idade fértil que não utilizem métodos contraceptivos.
Amamentação
Não se sabe se a brinzolamida ou os seus metabolitos são excretados no leite humano. Estudos em animais demonstraram a excreção da brinzolamida no leite materno. A brinzolamida só deve ser utilizada durante a amamentação quando o benefício da amamentação para a criança e o benefício da terapêutica para a mulher superam os possíveis riscos.
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Turvação transitória da visão ou outras perturbações visuais podem afetar a capacidade de conduzir ou utilizar máquinas (ver também secção 4.8). Se no momento da instilação se verificar uma turvação da visão, o doente deve esperar que a visão normalize antes de conduzir ou utilizar máquinas.
Os inibidores orais da anidrase carbónica podem comprometer a capacidade de realizar tarefas que requeiram agilidade mental e/ou coordenação motora em doentes idosos (ver também secção 4.4).
4.8 Efeitos indesejáveis
Em estudos clínicos envolvendo mais de 1800 doentes tratados com brinzolamida em monoterapia ou com maleato de timolol 5 mg/ml como terapêutica de associação, os efeitos adversos mais frequentes relacionados com o tratamento foram: disgeusia (sabor amargo ou não habitual, ver descrição em baixo) (5,8%) e turvação temporária da visão após a instilação com uma duração de alguns segundos a poucos minutos) (5,8%) (ver também secção 4.7).
As reações adversas seguintes foram avaliadas como estando relacionadas com o tratamento e estão classificadas de acordo com a seguinte convenção: muito frequentes (≥1/10)
frequentes (≥1/100 a <1/10)
pouco frequentes (≥1/1.000 a <1/100) raras (≥1/10.000 a <1/1.000)
muito raras (<1/10.000)
desconhecido (não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis)
Dentro de cada grupo de frequência, os efeitos indesejáveis são apresentados por ordem decrescente de gravidade. As reações adversas foram obtidas a partir de ensaios clínicos e relatos espontâneos pós-comercialização.
Classes de sistemas de órgãos Termo Preferencial MedDRA
Infeções e infestações Pouco frequentes: nasofaringite, faringite, sinusite Desconhecido: rinite
Doenças do sangue e do sistema linfático
Pouco frequentes: diminuição do número de hemácias, aumento dos níveis de cloro no sangue
Doenças do sistema imunitário Desconhecido: hipersensibilidade
Perturbações do foro psiquiátrico Pouco frequentes: apatia, depressão, humor depressivo, diminuição da libido, pesadelos, insónias, nervosismo Doenças do sistema nervoso Frequentes: disgeusia, cefaleia,
Pouco frequentes: sonolência, disfunção motora, amnesia, deterioração da memória, tonturas, parestesia Desconhecido: tremor, hipoestesia, ageusia
Afeções oculares Frequentes: blefarite, visão turva, irritação ocular, dor ocular, olho seco, descarga ocular, prurido ocular, sensação de corpo estranho nos olhos, hiperemia ocular
Pouco frequentes: erosão da córnea, queratite, queratite punctata, queratopatia, depósito ocular, manchas na córnea, defeito do epitélio da córnea, alteração do epitélio da córnea, pressão intraocular aumentada, relação escavação/ disco do nervo ótico aumentada, edema da córnea, conjuntivite, inchaço dos olhos, meibomianite, diplopia, brilho, fotofobia, fotopsia, diminuição da acuidade visual, conjuntivite alérgica, pterígio, pigmentação escleral, astenopia, desconforto ocular, sensação estranha no olho, queratoconjuntivite seca, hipoestesia ocular, quisto subconjuntival, hiperemia conjuntival, prurido nas pálpebras, crostas na margem da pálpebra, edema de pálpebras, aumento do lacrimejo
Desconhecido: alteração da córnea, distúrbio visual, alergia ocular, madarose, alteração da pálpebra, eritema das pálpebras
Afeções do ouvido e do labirinto Pouco frequentes: acufenos Desconhecido: vertigem
Cardiopatias Pouco frequentes: perturbação cardiorrespiratória, angina de peito, bradicardia, palpitações, frequência cardíaca irregular
Desconhecido: arritmia, taquicardia, hipertensão, aumento da pressão arterial, aumento da frequência cardíaca
Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino
Pouco frequentes: dispneia, hiperatividade brônquica, tosse, epistaxe, dor laringofaríngea, irritação da garganta, congestão nasal, congestão do trato respiratório superior, gotejamento pós-nasal, rinorreia,
espirros, secura nasal Desconhecido: asma Doenças gastrointestinais Frequentes: boca seca
Pouco frequentes: esofagite, diarreia, náuseas, vómitos, dispepsia, dor abdominal superior, desconforto abdominal, desconforto no estômago, flatulência, movimentos intestinais frequentes, distúrbio gastrointestinal, hipoestesia oral, parestesia oral
Afeções hepatobiliares Desconhecido: parâmetros da função hepática anormais
Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Pouco frequentes: urticária, erupção cutânea, exantema maculopapular, prurido generalizado, alopecia, tensão da pele
Desconhecido: dermatite, eritema Afeções musculosqueléticas e dos
tecidos conjuntivos
Pouco frequentes: dor lombar, espasmos musculares, mialgia
Desconhecido: artralgia, dor nas extremidades Doenças renais e urinárias Pouco frequentes: dor renal
Desconhecido: polaquiúria Doenças dos órgãos genitais e da
mama
Pouco frequentes: disfunção eréctil Perturbações gerais e alterações no
local de administração
Pouco frequentes: dor, desconforto no peito, astenia, fadiga, sensação anormal, sensação nervosa, irritabilidade
Desconhecido: dor no peito, edema periférico, mal-estar, resíduo do medicamento
Complicações de intervenções relacionadas com lesões e intoxicações
Pouco frequentes: corpo estranho no olho
Em pequenos estudos clínicos de curta duração, cerca de 12,5% dos doentes pediátricos foram observados por apresentarem reações adversas, a maioria das quais foram reações oculares locais, não-graves, como hiperemia conjuntival, irritação ocular, descarga ocular e aumento do lacrimejo (ver também secção 5.1).
Disgeusia (sabor amargo ou não habitual na boca após a instilação) foi a reação adversa sistémica associada à utilização de brinzolamida mais frequentemente relatada durante os ensaios clínicos. Esta reação é provavelmente causada pela passagem do colírio na nasofaringe, através do canal naso-lacrimal. A oclusão naso-lacrimal ou fechar suavemente a pálpebra após a instilação pode ajudar a reduzir a ocorrência deste efeito (ver também secção 4.2).
Brinzolamida Sandoz é uma sulfonamida inibidora da anidrase carbónica com absorção sistémica. Os efeitos gastrointestinais, no sistema nervoso, hematológicos, renais e metabólicos são geralmente associados aos inibidores sistémicos da anidrase carbónica.
O mesmo tipo de reações adversas que são atribuídas aos inibidores da anidrase carbónica orais podem ocorrer com a administração tópica.
Não foram observadas reações adversas inesperadas com brinzolamida quando utilizada como terapêutica de associação ao travoprost. As reações adversas observadas com a terapêutica de associação foram as mesmas da administração de cada substância ativa individualmente.
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.:
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos, Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53 1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 71 40 Fax: + 351 21 798 73 97
Sítio da internet: http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt.
4.9 Sobredosagem
Não foram registados casos de sobredosagem.
O tratamento deve ser sintomático e de suporte. Poderão ocorrer desequilíbrios eletrolíticos, desenvolvimento de um estado de acidose e possíveis efeitos a nível do sistema nervoso central. Devem monitorizar-se os valores séricos dos eletrólitos (especialmente do potássio) e os valores do pH sanguíneo.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS
5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico:15.4.5 Medicamentos usados em afeções oculares. Medicamentos usados no tratamento do glaucoma. Outros., código ATC: S01EC04
A anidrase carbónica (AC) é uma enzima presente em muitos tecidos do organismo, incluindo o olho. A anidrase carbónica catalisa a reação reversível que envolve a hidratação do dióxido de carbono e a desidratação do ácido carbónico.
A inibição da anidrase carbónica nos processos ciliares do olho, diminui a secreção de humor aquoso, presumivelmente devido ao atraso na formação de iões bicarbonato com subsequente redução no transporte de sódio e líquidos. Como resultado, verifica-se uma redução da pressão intraocular (PIO) o que representa um dos principais fatores de risco
na patogénese de lesões do nervo ótico e perda de campo visual no processo glaucomatoso. A brinzolamida, um inibidor da anidrase carbónica II (AC-II), é a isoenzima predominante no olho com uma CI50 in vitro de 3.2 nM e uma Ki de 0.13 nM para a AC-II.
Foi estudado o efeito de redução da PIO de brinzolamida como terapêutica de associação ao análogo da prostaglandina travoprost. Depois de um tratamento de quatro semanas com travoprost, os doentes com uma PIO ≥ 19 mmHg foram aleatorizados para receber o tratamento deste, acrescido de brinzolamida ou timolol. Foi observado um decréscimo adicional da PIO diurna média de 3,2 a 3,4 mmHg para o grupo de brinzolamida e de 3,2-4,2 mmHg para o grupo de timolol. Houve uma maior incidência global de reações adversas oculares não graves, principalmente relacionados com sinais de irritação local, nos grupos brinzolamida/travoprost. Os eventos foram moderados e não afetaram as taxas de descontinuação global nos estudos (ver também secção 4.8).
Foi realizado um ensaio clínico com brinzolamida com 32 doentes pediátricos com menos de 6 anos de idade, com diagnóstico de glaucoma ou hipertensão ocular. Alguns doentes nunca tinham sido sujeitos a terapêutica PIO enquanto outros estavam a utilizar outro(s) medicamento(s) para baixar a PIO. Aqueles que estavam a fazer um medicamento PIO anterior não eram obrigados a interromper o seu medicamento PIO (s) até ao início da monoterapia com brinzolamida.
Entre os doentes que nunca tinham sido sujeitos a terapêutica PIO (10 doentes), a eficácia da brinzolamida foi semelhante à observada anteriormente em adultos, com reduções médias da linha de base da PIO, variando, até 5 mmHg. Entre os doentes que estavam a utilizar medicamentos tópicos para redução da PIO (22 doentes), a média da PIO aumentou ligeiramente da linha de base no grupo de brinzolamida.
5.2 Propriedades farmacocinéticas
Após administração ocular tópica, a brinzolamida é absorvida para a circulação sistémica. Devido à sua elevada afinidade para a AC-II, a brinzolamida é extensamente distribuída a nível dos glóbulos vermelhos e apresenta uma longa semivida no sangue total (média de cerca de 24 semanas). Nos humanos, forma-se o metabolito N-desetil-brinzolamida, que também se liga à AC e se acumula nos glóbulos vermelhos. Este metabolito liga-se sobretudo à AC-I na presença de brinzolamida. No plasma, tanto a concentração de brinzolamida como a da N-desetil-brinzolamida são baixas e geralmente abaixo dos limites de quantificação do doseamento (<7.5 ng/ml).
A ligação às proteínas plasmáticas não é extensa (cerca de 60%). A brinzolamida é fundamentalmente eliminada por excreção renal (aproximadamente 60%). Cerca de 20% da dose foi detetada na urina, sob a forma de metabolito. A brinzolamida e N-desetil-brinzolamida são os componentes predominantes na urina assim como baixas concentrações (<1%) dos metabolitos N-desmetoxipropil e O-desmetil.
Num estudo de farmacocinética oral, voluntários saudáveis tomaram brinzolamida cápsulas de 1 mg, duas vezes por dia, durante 32 semanas e a atividade da AC nos GVs foi quantificada para avaliação do grau de inibição sistémica da AC.
No espaço de 4 semanas verificou-se uma saturação da AC-II nos GVs com a brinzolamida (concentrações nos GVs de cerca de 20 µM). A N-desetil-brinzolamida acumulou-se nos GVs e atingiu o estado estacionário no espaço de 20-28 semanas, com concentrações que variaram entre 6-30 µM. A inibição da atividade total da AC nos GVs, no estado estacionário, foi de cerca de 70-75%.
Foi administrado oralmente 1 mg de brinzolamida a indivíduos com insuficiência renal moderada (depuração da creatinina de 30-60 ml/minuto), duas vezes por dia, durante 54 semanas. As concentrações de brinzolamida nos GVs variaram entre cerca de 20 e 40
µM, na 4ª semana de tratamento. No estado estacionário, as concentrações de
brinzolamida e do seu metabolito nos GVs variaram, respetivamente, entre 22.0 e 46.1 e entre 17.1 e 88.6 µM.
As concentrações de N- desetil-brinzolamida nos GVs aumentaram e a atividade total da AC nos GVs diminuiu em função da diminuição da depuração da creatinina, mas as concentrações de brinzolamida nos GVs e atividade AC-II permaneceram inalteráveis. Em indivíduos com um maior grau de insuficiência renal a inibição da atividade total da AC foi mais elevada, embora, no estado estacionário, tenha sido inferior a 90%. Num estudo ocular tópico, no estado estacionário, as concentrações de brinzolamida nos GVs foram semelhantes às observadas no estudo realizado com administração por via oral, mas os níveis de N-desetil-brinzolamida foram inferiores. A atividade da anidrase carbónica foi cerca de 40-70% em relação aos valores antes da administração.
5.3 Dados de segurança pré-clínica
Os dados não clínicos não revelam riscos especiais para o ser humano, segundo estudos convencionais de farmacologia de segurança, toxicidade de dose repetida, genotoxicidade e potencial carcinogénico.
Estudos de toxicidade no desenvolvimento, realizados em coelhos, que receberam doses orais de brinzolamida até 6 mg/kg/dia (125 vezes a dose oftalmológica recomendada nos humanos), não revelaram qualquer efeito no desenvolvimento fetal, embora se tenha observado uma toxicidade materna significativa. Estudos semelhantes realizados em ratos resultaram numa redução ligeira da ossificação do crânio e do esterno dos fetos das fêmeas que receberam doses de brinzolamida de 18/mg/kg/dia (375 vezes a dose oftalmológica recomendada nos humanos), contudo não se verificaram alterações com doses de 6 mg/kg/dia. Estes resultados ocorreram com doses que provocaram acidose metabólica com diminuição do aumento de peso corporal nas fêmeas e diminuição do peso dos fetos. Foi observada diminuição no peso dos fetos relacionada com as doses administradas, nos filhos das fêmeas que receberam doses orais de brinzolamida, variando entre diminuição ligeira (cerca de 5-6%) com doses de 2 mg/kg/dia e perto de 14%, com doses de 18/mg/kg/dia. Durante a amamentação, o nível sem efeitos adversos na descendência foi de 5 mg/kg/dia.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1. Lista dos excipientes
Cloreto de benzalcónio Edetato dissódico Manitol (E421) Carbómero 974P Tiloxapol Cloreto de Sódio
Hidróxido de sódio e/ou ácido clorídrico (para ajuste de pH) Água purificada
6.2 Incompatibilidades Não aplicável.
6.3 Prazo de validade 2 anos
Após a primeira abertura: 4 semanas.
6.4 Precauções especiais de conservação
Este medicamento não necessita de quaisquer precauções especiais de conservação. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Frascos de LDPE, com conta-gotas de LDPE, de 5 e 10 ml com tampas de rosca de polipropileno.
As seguintes apresentações estão disponíveis: caixas contendo 1 x 5 ml, 3 x 5 ml e 1 x 10 ml.
É possível que não sejam comercializadas todas as apresentações. 6.6 Precauções especiais de eliminação
Não existem requisitos especiais.
Sandoz Farmacêutica, Lda.
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, n.º 10E Taguspark
2740-255 Porto Salvo Portugal
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO XXXXXXX - Frasco - 1 unidade(s) - 5 ml
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO/RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização:
10. DATA DA REVISÃO DO TEXTO