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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Distribuição por Dependência – ADPFs 754 e 756

REDE SUSTENTABILIDADE, partido político com representação no Congresso Nacional, inscrito no CNPJ sob o nº 17.981.188/0001-07, sito à ST SDS, Bloco A, CONIC, Ed. Boulevard, Sala 108/109, Asa Sul, Brasília – DF, representado na forma de seu Estatuto Social, vem à presença de Vossa Excelência, com as praxes de estilo, neste ato por seus advogados infra-assinados (Doc. 01, 02 e 03), com fulcro nos arts. 102, §1º da CRFB/88 e no art. 2º, I da Lei 9.882/99 interpor a presente

ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL

c/ pedido cautelar

Em face do ato violador de violador de preceitos fundamentais cometido pelo Senhor Presidente da República o Senhor Ministro da Saúde de não mais divulgar cronograma detalhado de recebimento de doses de imunizantes contra a COVID-19 para operacioanlização do Plano Nacional de Imunização (PNI).

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I. Os Fatos

Infelizmente o Brasil passa hoje pelo pior momento da pandemia de COVID-19, e vem sendo considerado por diversos países e entidades uma ameaça a saúde mundial. Fato é que mesmo o Congresso Nacional tendo fornecido amplo apoio e este Supremo Tribunal Federal, em incontáveis oportunidades, estabelecido regras e conferindo segurança jurídica ao Governo Federal, a condução desastrosa da pandemia custou até o momento mais de trezentas e cinquenta mil vida de brasileiros e brasileiras.

O Exmo. Presidente de República, em incontáveis oportunidades, já deixou claro que não apoia qualquer medida de distanciamento social, e, aparenta ter dificuldade de dar os mais singelos dos exemplos, como por exemplo, fazer o uso de máscaras. Fato é que chegamos em uma situação tão triste e deletéria que a única esperança é a imunização em massa da população.

Muito embora experiências estrangeiras tenham demonstrado que a vacinação da população não gera o fim automático da pandemia, com as tristes diretrizes adotadas pelo Governo Federal, infelizmente esse é o único instrumento que depositamos nossas esperanças atualmente.

Graças a um hercúleo e heroico esforço científico, diversos imunizantes foram desenvolvidos em tempo recorde, de modo que pouco mais de um ano após a detecção dos primeiros casos de COVID-19 no mundo, as primeiras doses de vacina foram aplicadas no Reino Unido.

O que se viu foi que o mundo estava em uma corrida pela vida, com países e empresas se esforçando ao máximo para conseguir a maior quantidade de vacinas no menor prazo possível. Tragicamente, o Brasil, por conta de uma série de atitudes negacionistas do Governo Federal (em especial do Sr. Presidente da República e do ex-chanceler Ernesto Araújo), foi em sentido completamente oposto.

Felizmente, as instituições e a sociedade civil se mostraram fortes e unidas em torno do objetivo de salvar vidas. Nesse aspecto, cabe destacar a histórica atuação deste Pretório Excelso.

Diante da pressão da sociedade e de diversas decisões judiciais (e uma irresponsável disputa política com Governo(s) de Estado(s)), o Exmo. Sr. Presidente da República confia ao atrapalhado ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello a “missão” de

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conseguir o número máximo de imunizantes para o Brasil. É nesse contexto que surge o “Plano Nacional de Imunização”, que iria começar a ser executado no dia “D” e na hora “H”.

Desse modo, o mesmo Governo Federal que havia recusado ofertas de compra das mais diversas vacinas em 2020, agora buscava, desesperadamente, acordos para a compra de imunizantes. Foi assim que, entre trancos e barrancos, e muito mais pelo notável esforço do Instituto Butantan, no dia 17/01/2021 iniciou-se a passos tímidos a imunização no Brasil.

Esse é o contexto que surge o objeto da presente ADPF.

Desde sua primeira apresentação nos autos da ADPF 756, o Plano Nacional de Imunização vem sendo severamente criticado. Tanto é que naqueles autos, após sua apresentação, foi determinada pelo Exmo. Ministro Relator a especificação da previsão de início e final da imunização da população brasileira.

Cabe destacar que parte crucial do PNI é o cronograma de recebimento de imunizante para a distribuição aos Estados. Em sua primeira versão (dez/2020), o Governo Federal previa as seguintes quantias:

Fiocruz/AstraZeneca – 102,4 milhões de doses até julho/2021 e 110 milhões de doses entre agosto e dezembro/2021

Covax Facility – 42,5 milhões de doses

Instituto Butantan/Sinovac – 46 milhões de doses no primeiro semestre e 54 milhões de doses no segundo semestre

Após isso, em fev/2021, foi anunciado no website do Ministério da Saúde o seguinte cronograma:

CONSÓRCIO COVAX FACILITY Entregas das 42,5 milhões de doses:

Março: 2,66 milhões de doses da AstraZeneca até Junho: 8 milhões de doses da AstraZeneca

FUNDAÇÃO BUTANTAN – CORONAVAC/SINOVAC Entregas das 100 milhões de doses:

Janeiro: 8,7 milhões - entregues Fevereiro: 9,3 milhões

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Março: 18,06 milhões Abril: 15,96 milhões Maio: 6,03 milhões Junho: 6,03 milhões Julho: 13,55 milhões Agosto:13,55 milhões Setembro: 8,8 milhões

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ – OXFORD/ASTRAZENECA Entregas das 222,4 milhões de doses:

Janeiro: 2 milhões - entregues Fevereiro: 2 milhões Março: 16,9 milhões Abril: 31,3 milhões Maio: 28,6 milhões Junho: 28,6 milhões Julho: 3 milhões

A partir da incorporação da tecnologia da produção do IFA, a Fiocruz deverá produzir e entregar mais 110 milhões de doses no segundo semestre de 2021. UNIÃO QUÍMICA - Sputnik V/Instituto Gamaleya

Entrega das 10 milhões de doses (importadas da Rússia) – Previsão de assinatura de contrato esta semana.

Março: 400 mil entregues 15 dias após a assinatura do contrato Abril: 2 milhões entregues 45 dias após a assinatura do contrato Maio: 7,6 milhões entregues 60 dias após a assinatura do contrato

A partir da incorporação da tecnologia da produção do IFA, a União Química deverá passar a produzir mais 8 milhões de doses por mês.

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Entrega das 20 milhões de doses, importadas da Índia – Previsão de assinatura de contrato esta semana.

Março: 8 milhões - 4 milhões + 4 milhões de doses entregues entre 20 e 30 dias após a assinatura do contrato

Abril: 8 milhões - 4 milhões + 4 milhões de doses entregues entre 45 e 60 dias após a assinatura do contrato

Maio: 4 milhões entregues 70 dias após a assinatura do contrato

É digno de registro que no mesmo dia que o Ministério da Saúde publicou nota em seu sítio oficial contendo o cronograma acima transcrito, foi publicada a 4ª edição do PNI, totalmente desatualizada, visto que continua o mesmo cronograma de dez/2020.

Ainda, no dia 17/02/2021, em reunião com governadores, o Governo Federal afirmou que seriam distribuídas 230 milhões de doses até o final de julho de 2021, sendo 10 milhões de doses de Astrazeneca importadas da Índia, 10 milhões de doses da Sputinik V importadas da Rússia, 20 milhões de doses da Covaxin importadas da Índia, 30 milhões de doses da Moderna, 42,5 milhões de doses do Covax Facility e 130 milhões de doses da Coronavac do Instituto Butantan.

No dia 04/03/2021, o Governo Federal enviou ao Senado documento em que reduziu em 8 milhões de doses o quantitativo para o mês de março, totalizando 37,4 milhões de doses.

Já em 19/03/2021, o Governo divulgou nova alteração do cronograma, prevendo uma redução de 10 milhões de doses para o mês de abril, totalizando a quantidade de 47,3 milhões de doses.

No dia 24/03/2021, o Exmo. Sr. Presidente publicou no Twitter o seguinte cronograma:

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No dia 31/03/2021, o Ministério da Saúde informou que reduziria a previsão de entrega para o mês de abril, totalizando uma quantia de 25,5 milhões de doses frente as 47,3 milhões que haviam sido inicialmente divulgadas.

Após essa verdadeira bagunça, o mesmo Ministério da Saúde informou que não iria mais divulgar o cronograma de recebimento de imunizantes, fato que gerou grande repercussão, levando o Exmo. Sr. Ministro da Saúde contradizer a informação repassada dizendo que a divulgação estava mantida.

Ocorre que desde então, não há qualquer atualização oficial por parte do Governo Federal, e hoje ninguém sabe qual a real previsão do recebimento de doses para os próximos meses.

Não bastasse esse ato violar frontalmente a Constituição e legislação federal (conforme demonstrar-se-á adiante), vai em sentido diametralmente oposto a um

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compromisso feito pelo próprio Governo Federal com este Supremo Tribunal Federal no bojo da ADPF 756:

Importante registrar que tudo isso acontece na fase que o Brasil atravessa seu pior momento na pandemia, contabilizando médias assustadoras de óbitos, colapso no sistema de saúde e com a vacinação suspensa em diversos locais por falta de doses.

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Assim, Excelentíssimo Senhor Ministro Relator, se desenha mais um capítulo do cenário da caótica condução da pandemia pelo governo federal. Diante disso, não restou outra opção ao partido Requerente senão o ajuizamento da presente ADPF. II. Os Requisitos Formais

A ADPF serve para combater atos do Poder Público que importem em lesão ou ameaça a preceitos fundamentais da Constituição. Sendo assim, seu cabimento exige Ato do Poder Público, que cause lesão ou ameaça a preceito fundamental, e que não exista nenhum outro instrumento apto a sanar essa lesão ou ameaça.

Conforme demonstrar-se-á, todos os requisitos restam presentes no presente caso, senão vejamos.

II.I Do Ato do Poder Público

A Lei 9.882/99 regulamenta a ADPF, e traz em seu art. 1º as hipóteses de cabimento da arguição:

Art. 1º A argüição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público. (nossos grifos)

No caso, o ato do Poder Público violador de preceito fundamental é a ausência de publicação e atualização por parte do Exmo. Sr. Presidente da República e do Exmo. Sr. Ministro da Saúde do cronograma de recebimento de imunizantes contra COVID-19 para a operacionalização do Plano Nacional de Imunização.

II.II Da Lesão a preceito fundamental

De acordo com a lição de José Afonso da Silva, preceito fundamental não é “sinônimo de princípios fundamentais. É mais ampla, abrange estes e todas as prescrições que dão o sentido básico do regime constitucional”1. No presente caso, o preceito

1 DA SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 27 ed. São Paulo: Malheiros,

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fundamental que se busca defender são aqueles insculpidos nos arts. 5º, caput, XXXIII, 6º, 21, XVII, 37, 196 e 198, III da CRFB/88.

Em poucas palavras, ao deixar de realizar a divulgação do cronograma de recebimento de imunizantes contra COVID-19 para a operacionalização do PNI, o Governo Federal viola frontalmente os preceitos fundamentais do direito à vida, à saúde, o dever da União de planejar e promover a defesa permanente contra calamidades públicas, a publicidade no âmbito da administração pública, da coordenação do sistema de saúde e da participação da comunidade no sistema único de saúde.

II.III Da inexistência de outro meio eficaz de evitar a lesão denunciada

É uníssono o entendimento deste Supremo Tribunal Federal de que o pressuposto da subsidiariedade da ADPF está preenchido quando inexistirem outros instrumentos aptos a evitar a lesão a preceito fundamental2.

Cabe salientar ainda, que a mera possibilidade de utilização de outros meios processuais, não basta, por si só, para justificar a invocação do princípio da subsidiariedade. Revela-se essencial que os instrumentos disponíveis mostrem-se capazes de neutralizar, de maneira eficaz, a situação de lesividade que se busca obstar com o ajuizamento da ADPF.

Nesse sentido, imprescindível destacar trecho do acórdão da MC ADPF 549/PB:

Isso significa, portanto, que o princípio da subsidiariedade não pode e não deve ser invocado para impedir o exercício da ação constitucional de arguição de descumprimento de preceito fundamental, eis que esse instrumento está vocacionado a viabilizar, numa dimensão estritamente objetiva, a realização jurisdicional de direitos básicos, de valores essenciais e de preceitos fundamentais contemplados no texto da Constituição da República. Se assim não se entendesse, a indevida aplicação do princípio da subsidiariedade poderia afetar a utilização dessa relevantíssima ação de índole constitucional, o que representaria,

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em última análise, a inaceitável frustração do sistema de proteção, instituído na Carta Política, de valores essenciais, de preceitos fundamentais e de direitos básicos, com grave comprometimento da própria efetividade da Constituição. Daí a prudência com que o Supremo Tribunal Federal deve interpretar (e assim tem interpretado!) a regra inscrita no art. 4º, § 1º, da Lei nº 9.882/99, em ordem a permitir que a utilização da nova ação constitucional possa, efetivamente, prevenir ou reparar lesão a preceito fundamental causada por ato do Poder Público, inclusive por decisões emanadas do Poder Judiciário. E essa é exatamente a situação que se registra na presente causa, eis que o ora arguente não dispõe de meio processual idôneo capaz de afastar, de maneira efetiva e real, a situação de suposta lesividade que por ele é denunciada neste processo (omissões e destaques meus)

No caso em testilha, é evidente que inexiste qualquer outro meio eficaz de se evitar a lesão denunciada. O ato de natureza administrativa não pode ser combatido por nenhum outro meio seja no âmbito da jurisdição constitucional ou nas instâncias ordinárias, assim como inexiste qualquer medida extrajudicial ou administrativa apta a fazer cessar a grave violação dos tão importantes preceitos fundamentais indicados.

Pelo exposto, com as vênias aos entendimentos diversos, é plenamente cabível a presente ADPF.

II.IV Legitimidade Ativa

A Arguente, além de ser partido político regular e ativo, possui representação no Congresso Nacional por meio dos mandatos dos parlamentares Joênia Wapichana (REDE-RR), Randolfe Rodrigues (REDE-AP) e Fabiano Contarato (REDE-ES).

Sendo assim, enquadra-se como legitimada à propositura de Ação Direta de Inconstitucionalidade, e, por conseguinte de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, nos termos do art. 2º, I da Lei 9.882/99.

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III. Da importância da divulgação do cronograma de recebimento de imunizantes

O direito à saúde e à vida já foram tão reafirmados neste Pretório Excelso que sua importância e imediata aplicabilidade prescinde de maior argumentação. Em especial no contexto da pandemia, este Supremo Tribunal Federal, em incontáveis oportunidades deixou claro que sempre irá atuar em favor da saúde e da vida.

Em que pese esse inequívoco compromisso, cabe destacar trecho de decisão do Exmo. Ministro Lewandovisk na ADPF 756:

É por isso que inexiste, a meu ver, qualquer dúvida de que o direito social à saúde se coloca acima da autoridade de governantes episódicos, pois configura, como visto, um dever constitucionalmente cometido ao Estado, entidade político-jurídica que representa o povo, ou seja, a coletividade dos cidadãos, em caráter “absoluto e perpétuo”, para empregar a clássica expressão - ainda válida nos dias atuais - do jurisconsulto quinhentista francês Jean Bodin, precursor do estudo da soberania (BODIN, Jean. On sovreignty. Editado e traduzido por Julian H. Franklin. Cambridge: Cambridge University Press, 2001, p. 1).

Ficou muito também estabelecida por esta Suprema Corte a competência dos entes federativos para a adoção de medidas de combate da pandemia. Nesse aspecto, muito embora o Sr. Presidente da República tente por vezes propagar entendimentos teratológicos sobre as decisões tomadas na ADI 6341 e ADPF 672, tem clareza solar o papel de coordenação nacional das medidas de enfrentamento a pandemia.

Não é diferente o texto do art. 21, XVIII da CRFB/88:

Art. 21. Compete à União:

XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações;

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Esse papel fica ainda mais claro quando vemos a redação do art. 198 da Carta Magna e o art. 16, III da Lei 8.080/1990:

Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) compete:

III - definir e coordenar os sistemas:

a) de redes integradas de assistência de alta complexidade; b) de rede de laboratórios de saúde pública;

c) de vigilância epidemiológica; e d) vigilância sanitária;

Esse é justamente o papel do Plano Nacional de Imunização, coordenar os trabalhos de imunização contra a COVID-19 para, juntamente com os demais entes federativos, garantir que o maior número de indivíduos seja imunizado no menor prazo possível. Esse papel de coordenação consta do próprio PNI:

Fls. 11-12

É certo que o principal ponto do PNI, em especial no contexto de pandemia, é a disponibilidade de doses de imunizantes, fato que fica consignado também no documento, como um de seus “eixos”:

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Fls. 11

Nota-se, ainda, que outros dois eixos são o sistema de informação e comunicação. Em que pese esses serem considerados eixos centrais, ao vermos o conteúdo e o sumário do plano (fls. 8), vemos que ao cronograma de recebimento de doses recebe pouquíssima atenção, e nunca foi atualizado no documento oficial divulgado pelo Governo Federal.

Além do compromisso que o Governo Federal prestou com essa Colenda Corte de atualizar continuamente o PNI na ADPF 756, o próprio plano contém essa diretriz:

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Fls. 12

Não obstante todos esses pontos, a Lei Federal nº 14.124/21 contém as seguintes disposições:

Art. 13

§ 1º O Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, de que trata o caput deste artigo, é o elaborado, atualizado e coordenado pelo Ministério da Saúde, disponível em sítio oficial na internet.

Art. 14. A administração pública disponibilizará em sítio oficial na internet informações atualizadas a respeito do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 e de sua execução, que deverão conter, no mínimo:

I - a relação do quantitativo de vacinas adquiridas, com indicação:

a) do laboratório de origem; b) dos custos despendidos; c) dos grupos elegíveis; e

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d) da região onde ocorreu ou ocorrerá a imunização; e

Vejamos que a previsão de recebimento de imunizantes é inequivocamente assunto de maior interesse público, cuja divulgação deve se dar de forma mais transparente e ampla possível. Nesse sentido, cabe registro da aclamada doutrina de Celso Antônio Bandeira de Mello:

(...) O dever administrativo de manter plena transparência em seus comportamentos. Não pode haver em um Estado Democrático de Direito, no qual o poder reside no povo (art. 1º, parágrafo único, da Constituição), ocultamento aos administrados dos assuntos que a todos interessam, e muito menos em relação aos sujeitos individualmente afetados por alguma medida.3

Isso se torna ainda mais evidente no cenário de calamidade pública que vivemos. Tanto é que assim assentou esta Suprema Corte:

Na 2ª edição Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 estabeleceu-se a população que será imunizada prioritariamente, sem, no entanto, detalhar adequadamente, dentro daquele universo de cerca de setenta e sete milhões de pessoas, qual a ordem de cada grupo de pessoas. O perigo decorrente da alegada omissão sobre a discriminação categorizada dos primeiros brasileiros a serem vacinados – uma vez que a quantidade de vacinas disponíveis até o momento em solo nacional é muito inferior ao número das pessoas incluídas como prioritárias –, é evidente, e compromete o dever constitucional da proteção da vida e da saúde. O direito à informação e o princípio da publicidade da Administração Pública constituem verdadeiros pilares sobre os quais se assenta a participação democrática dos cidadãos no controle daqueles que gerenciam o patrimônio comum do povo, seja ele material ou imaterial, com destaque para a saúde coletiva,

3 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 32ª Ed. São Paulo:

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sobretudo em período de temor e escassez de vacinas. Medida cautelar referendada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal para determinar ao Governo Federal que divulgue, no prazo de 5 (cinco) dias, com base em critérios técnico-científicos, a ordem de preferência entre os grupos prioritários, especificando, com clareza, dentro dos respectivos grupos, a ordem de precedência dos subgrupos nas distintas fases de imunização contra a Covid-19.4

A gravidade da emergência causada pela COVID-19 exige das autoridades brasileiras, em todos os níveis de governo, a efetivação concreta da proteção à saúde pública, com a adoção de todas as medidas possíveis para o apoio e manutenção das atividades do Sistema Único de Saúde, entre elas o fornecimento de todas as informações necessárias para o planejamento e o combate à pandemia. O risco decorrente da interrupção abrupta da coleta e divulgação de informações epidemiológicas, imprescindíveis para a análise da série histórica de evolução da pandemia (COVID-19), fundamenta a manutenção da divulgação integral de todos os dados que o Ministério da Saúde realizou até 4 de junho 2020, e o Governo do Distrito Federal até 18 de agosto passado, sob pena de dano irreparável.5

A ampla publicidade, além de ser dever constitucional previsto no art. 37 da CRFB/88, permite cumprir o comando insculpido no inciso III do art. 198 da CRFB/88:

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: (Vide ADPF 672)

4 ADPF 754 TPI segunda REF, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 1º-3-2021, P, DJE de 11-3-2021 5 ADPF 690 MC REF, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 23-11.2020, P, DJE de 19-3-2021.

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III - participação da comunidade.

Cabe dizer que essa previsão de participação da comunidade, nas palavras de Fernando Facury Scaff e Luma Cavaleiro Scaff6:

Trata-se da densificação de uma especial função dos direitos fundamentais, que, no contexto dos direitos a prestações em sentido amplo, atuam como direitos de participação na organização e no procedimento. A participação da comunidade no SUS evidencia a faceta democrático-participativa do direito à saúde, retomando a ideia de um status activus processualis tal qual defendida, há muito, por Peter Haberle.

Por meio da participação direta a Constituição assegura que os próprios indivíduos participem do processo de definição das políticas públicas de saúde, intervindo sobre o que será a efetivação desse direito fundamental, além de posteriormente exercerem o controle dessas mesmas ações. Esse Pretório Excelso, dentre outras oportunidades, já asseverou a importância da participação popular na formação, execução e fiscalização de políticas pública (ADPF 622).

Isso revela um importante aspecto da divulgação do cronograma, e provavelmente o motivo pelo qual o Governo Federal deixou de divulgá-lo, que é o escrutínio público. Se o Poder Executivo hoje tem grande dificuldade em conseguir doses de vacinas por conta de seu comportamento negacionista, não é deixando de divulgar o cronograma de recebimento de doses de imunizantes que a situação vai ser resolvida.

Como vem sendo dito, em diversas oportunidades pelos Exmos. Ministros desta Corte, está na hora de cada um assumir sua responsabilidade.

O que se vê, é que além de não possibilitar que a comunidade participe desse processo como um todo, ao negar essas informações o Governo Federal tenta se blindar contra as cobranças dos mais diversos setores pela vacinação em massa.

Mas não é só isso, a ausência de divulgação causa prejuízos seríssimos aos Governos de Estado e Prefeituras, pois não permite que esses entes organizem e se programem em termos de continuidade da vacinação. Ora, se não existe

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previsão de chegada de vacinas ao longo dos meses, toda a execução do plano vai ser feita na base do improviso pois é inviável planejar sem dados fidedignos de recebimento de imunizantes.

Sem contar o sério prejuízo a já gravíssima situação sanitária no Brasil, essa atitude causa forte instabilidade, inclusive econômica, pois todos sabemos que a retomada da economia depende diretamente da melhora da situação da pandemia.

Por fim, cabe dizer que o fato de que as previsões de entrega de imunizantes dependam de acordos com fornecedores e estejam sujeitas a imprevistos, não pode servir como justificativa para o Governo Federal deixar de divulgar continuamente e de forma atualizada o cronograma. Até porque, por mais que a quantidade de doses possa variar, isso não acontecerá a ponto de tornar as previsões ali contidas inutilizáveis, sob pena de se ter uma gestão ainda mais desastrosa do que se imagina.

III. Da Medida Cautelar

A Lei 9.882/99 prevê a possibilidade de concessão de medida cautelar em sede de ADPF, inclusive monocraticamente senão vejamos:

Art. 5º O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na argüição de descumprimento de preceito fundamental. § 1o Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno.

Para tanto, deve a Arguente demonstrar a existência de fumus boni juris e perigo de lesão grave. No que toca o caso telado, por todos os argumentos exaustivamente demonstrados nesta exordial, é evidente a configuração de ambos os requisitos.

O fumus boni juris restou inequivocamente demonstrado pelos argumentos lançados bem como pelas provas colacionadas aos autos.

Primeiro, ficou claro que o governo deixou de divulgar o cronograma de recebimento de imunizantes contra a COVID-19 para a operacionalização do PNI. Isso foi dito à imprensa pelo próprio Ministério da Saúde.

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Muito embora o Exmo. Sr. Ministro da Saúde tenha dito que a divulgação seria mantida, isso foi feito de maneira extraoficial, e o que se vê é que atualmente não há qualquer definição da entrega de imunizantes para os próximos meses.

Por mais embaraçoso que seja dizer isso, não há uma previsão oficial e atualizada do Governo Federal sobre a quantidade de imunizantes que serão recebidos nos próximos meses para operacionalizar o PNI.

Segundo, tanto o website do Ministério da Saúde como do Governo Federal, não contém qualquer informação atualizada sobre a previsão de entrega de doses para os próximos meses. Inclusive, a última versão do PNI está em descompasso absoluto com as próprias informações enviadas pelo Governo Federal à imprensa.

Terceiro, o próprio Governo Federal, por meio da Advocacia-Geral da União, peticionou nos autos da ADPF 756 ratificando seu compromisso com esta Suprema Corte em manter o PNI atualizado mensalmente, compromisso esse que jamais foi cumprido.

Quarto, o PNI deixa claro em seus termos que será continuamente atualizado. Ocorre que sua última atualização oficial foi no dia 19 de março de 2021, e desde então ocorreram diversas mudanças na estimativa de recebimento de doses para os próximos meses e o cronograma segue desatualizado.

Cabe reiterar que no mês de março, a quantidade efetivamente recebida de imunizantes foi cerca de 50% da estimativa publicada pelo Governo.

Quinto, mesmo que em diversas passagens durante a pandemia o Governo Federal tenha tentado omitir ou distorcer dados (tanto é que teve de ser criado um consórcio de veículos de notícias para apurar junto as secretarias estaduais e municipais a quantidade de óbitos causados pela COVID-19), a CRFB/88 é clara ao obrigar a Administração Pública o dever de publicidade. Nesse sentido existe amplo entendimento desta Corte, bem como legislação federal.

Sexto, a ausência de publicação do cronograma tolhe o direito da comunidade participar das ações de saúde, direito garantido expressamente pelo art. 198, III da CRFB/88.

Sétimo, o Governo Federal, nos termos do art. 21, XVIII da CRFB/88 tem o dever DE planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades

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pública, o que envolve, logicamente, a obtenção de imunizantes para frear a pior tragédia de saúde pública dos últimos tempos.

Oitavo, infelizmente nota-se no atual Governo a tendência em tentar omitir ou distorcer dados quando entende que estes podem lhe desfavorecer. Isso ocorreu diversas vezes na divulgação no número de óbitos por conta da COVID-19.

O periculum in mora é também evidente no caso trazido também.

De início, a ausência de divulgação apropriada do cronograma de recebimento de imunizantes impacta diretamente na programação dos Estados e Municípios. Como se sabe, ambos os entes gerenciam a aplicação das doses na população, e isso envolve o planejamento de uma complexa operação de logística. É impossível crer que essa delicada logística será executada sem improviso e da melhor maneira possível se os Estados e Municípios não puderem nem ao menos estimar o quantitativo de doses que irão receber nos próximos meses. Vejamos que, por exemplo, a disponibilização de local, a mobilização e treinamento de pessoal, a compra de EPIs e insumos necessários para a aplicação das doses, definitivamente, não se faz do dia para noite e sempre irá depender da quantidade de doses que serão disponibilizadas.

Além disso, gera prejuízo diário e imensurável o fato da comunidade ser tolhida da participação na execução dessas ações de defesa da saúde. Imperioso registrar que muito além do rigoroso escrutínio advindo da comunidade que todo agente público merece estar sujeito, a ausência da divulgação do cronograma prejudica também eventuais ajudas que poderiam ser concedidas pelos mais diversos setores da sociedade.

Não há como adivinhar a real situação da previsão de recebimento vacinas do Governo Federal, é justamente por isso que o cronograma é tão importante e deve ser divulgado!

Por conta disso, surge também uma severa insegurança não apenas da população, mas dos mais variados agentes da sociedade quanto ao futuro da crise sanitária brasileira. Essa incerteza traz os mais diversos prejuízos socioeconômicos para uma população que já se encontra extremamente fragilizada.

Por fim, e mais importante, esse conjunto de fatores custa vidas. A ausência da divulgação do cronograma, como se viu, traz prejuízos que sempre irão prejudicar o mesmo ponto: o salvamento de vidas.

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Infelizmente é um efeito em cadeia que contribui para a mais grave crise de saúde pública enfrentada pelo Brasil nos últimos tempos.

Por essas razões, o partido Requerente postula que, em caráter liminar, seja determinado que o Governo Federal apresente, em até 48 horas, cronograma atualizado com a previsão de recebimento de doses para, no mínimo, os próximos três meses observando as seguintes condições:

a) a indicação da quantidade de doses efetivamente contratadas e com previsão de entrega definida, bem como sua origem/fabricação;

b) com base nas doses efetivamente contratadas e com previsão de entrega definida, a expectativa de entrega semanal7 de doses, especificando a quantidade,

origem e fabricação;

c) a indicação pormenorizada de doses que ainda não foram efetivamente contratadas e não tem previsão de entrega definida, mas que estão em fase de negociação, em pendência de registro ou em situação que permite crer que poderão ser fornecidas nos próximos três meses;

d) a discriminação clara e objetiva entre as doses que têm previsão de entrega definida e aquelas que não tem;

Além disso, requer também que o cronograma seja publicado no website do Ministério da Saúde e do Governo Federal, bem como seja atualizado com a frequência mínima de 15 dias, caso não haja alterações consideráveis (para mais ou para menos) em período inferior, bem como as referidas informações passem a fazer parte do Plano Nacional de Imunização.

Por derradeiro, cabe dizer que esta Corte já determinou obrigações de fazer a outros Poderes em outras oportunidades, como bem registrou o ilustre Ministro Relator em trecho da TPI na ADPF 756:

“Além do mais, o Supremo Tribunal Federal já entendeu, com esteio na supremacia da dignidade da pessoa humana, que “é lícito ao Judiciário impor à Administração Pública obrigação de fazer, consistente na promoção de medidas ou na execução de obras emergenciais em estabelecimentos prisionais” (RE 592.581/RS,

7 Vejamos que o período se mostra adequado pois essa tem sido a frequência que o Ministério da

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de minha relatoria, grifei), de modo que não se poderia opor à decisão judicial o argumento da reserva do possível ou o princípio da separação dos poderes.

Isso porque, conforme pontuado pelo Ministro Celso de Mello, na ADPF 45-MC/DF, não seria lícito ao Judiciário omitir-se “se e quando os órgãos estatais competentes, por descumprirem os encargos político- jurídicos que sobre eles incidem, vierem a comprometer, com tal comportamento, a eficácia e a integridade direitos individuais e/ou coletivos impregnados de estatura constitucional”.

Desse modo, pelas razões elencadas no curso dessa inicial, em especial a tragédia de saúde pública que infelizmente vivemos, requer o deferimento da medida cautelar requerida em todos seus termos.

IV. Dos Pedidos

Ante o exposto, requer a Vossa Excelência:

a) Que diante da extrema urgência e o risco de grave lesão aos preceitos fundamentais indicados, seja determinado que o Governo Federal apresente, em até 48 horas, cronograma atualizado com a previsão de recebimento de doses para, no mínimo, os próximos três meses observando as seguintes condições:

I. a indicação da quantidade de doses efetivamente contratadas e com previsão de entrega definida, bem como sua origem/fabricação;

II. com base nas doses efetivamente contratadas e com previsão de entrega definida, a expectativa de entrega semanal8 de doses, especificando a quantidade,

origem e fabricação;

III. a indicação pormenorizada de doses que ainda não foram efetivamente contratadas e não tem previsão de entrega definida, mas que estão em fase de negociação, em pendência de registro ou em situação que permite crer que poderão ser fornecidas nos próximos três meses;

IV. a discriminação clara e objetiva entre as doses que têm previsão de entrega definida e aquelas que não tem;

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b) Além disso, requer também que o cronograma seja publicado no website do Ministério da Saúde e do Governo Federal, bem como seja atualizado com a frequência mínima de 15 dias, caso não haja alterações consideráveis (para mais ou para menos) em período inferior, bem como as referidas informações passem a fazer parte do Plano Nacional de Imunização.

c) Que determine a intimação do Exmo. Sr. Presidente da República e do Exmo. Senhor Ministro da Saúde;

d) Que determine a intimação da Procuradoria-Geral da República e o Advogado Geral da União;

e) Que julgue, ao final, julgue totalmente procedente a presente Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, para o fim de reconhecer a existência de lesão ao preceito fundamental na ausência de divulgação pelo Governo Federal do cronograma de recebimento de imunizantes contra a COVID-19 para a operacionalização do Plano Nacional de Imunização, bem como se confirme todos os pedidos liminares anteriormente lançados.

f) Que realize todas as publicações e intimações em nome dos advogados LUIZ CARLOS ORMAY JÚNIOR, OAB/DF 62.683, RAFAEL ECHEVERRIA LOPES, OAB/DF 62.686 e MOARA SILVA VAZ DE LIMA, OAB/DF 41.835, todos com escritório na SCN Quadra 1, Bloco G, Asa Norte, Ed. Esplanada Business, Sala 1509, Brasília – DF,

contato@lopesormayjr.adv.br, sob pena de nulidade. Termos em que, Pede deferimento.

Brasília – DF, 15 de abril de 2021.

LUIZ CARLOS ORMAY JÚNIOR OAB/DF 62.863

(Assinado Digitalmente)

RAFAEL ECHEVERRIA LOPES OAB/DF 62.686

MOARA SILVA VAZ DE LIMA OAB/DF 41.835

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