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Sistema de iluminação pública autónomo com variação do fluxo luminoso

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Universidade de Aveiro Departamento deElectr´onica, Telecomunica¸c˜oes e Inform´atica, 2013

Daniel Ant´

onio da

Costa Dinis

Sistema de Ilumina¸

ao P´

ublica Aut´

onomo com

Varia¸

ao do Fluxo Luminoso

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Universidade de Aveiro Departamento deElectr´onica, Telecomunica¸c˜oes e Inform´atica, 2013

Daniel Ant´

onio da

Costa Dinis

Sistema de Ilumina¸

ao P´

ublica Aut´

onomo com

Varia¸

ao do Fluxo Luminoso

Disserta¸c˜ao apresentada `a Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necess´arios `a obten¸c˜ao do grau de Mestre em Engenharia Electr´onica e de Telecomunica¸c˜oes, realizada sob a orienta¸c˜ao cient´ıfica dos professores:

Professor Doutor Alexandre Manuel Moutela Nunes da Mota, Professor As-sociado do Departamento de Electr´onica, Telecomunica¸c˜oes e Inform´atica da Universidade de Aveiro (orientador)

Professor Doutor Rui Manuel Escadas Ramos Martins, Professor Auxiliar do Departamento de Electr´onica, Telecomunica¸c˜oes e Inform´atica da Universi-dade de Aveiro (co-orientador)

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o j´uri / the jury

presidente / president Professor Doutor Paulo Bacelar Reis Pedreiras

Professor Auxiliar da Universidade de Aveiro

vogais / examiners committee Professor Doutor Jos´e Ant´onio Barros Vieira

Professor Adjunto do Instituto Polit´ecnico de Castelo Branco

Professor Doutor Alexandre Manuel Moutela Nunes da Mota

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agradecimentos / acknowledgements

A escrita desta disserta¸c˜ao marca o fim de mais uma etapa que tive o privil´egio de viver. Etapa que me fez crescer tanto como pessoa como profissional, cuja conclus˜ao dedico a algumas pessoas pois sem elas teria sido muito mais dif´ıcil, ou imposs´ıvel, de atingir.

Ao Professor Doutor Alexandre Mota e ao Professor Doutor Rui Martins, meus orientadores, por todo o conhecimento que me transmitiram assim como pela motiva¸c˜ao e confian¸ca que me forneceram.

Ao Professor Doutor Jos´e Alberto Fonseca, ao Professor Doutor Joaquim Ferreira e ao Professor Doutor Paulo Pedreiras, meus orientadores da Bolsa de Investiga¸c˜ao, pela flexibilidade e independˆencia que me facultaram nestes ´

ultimos meses e, principalmente, pelos conselhos t˜ao importantes que me deram.

A todos os meus amigos, pelos momentos de descontra¸c˜ao e divers˜ao, assim como pelos momentos de estudo e trabalho intensivo, que sem d´uvida, incrementaram a minha capacidade de adapta¸c˜ao e gest˜ao de tempo.

`

A Magali, minha melhor amiga, confidente e companheira, por toda a for¸ca, carinho e pela paciˆencia que teve comigo durante estes ´ultimos anos. Ao Augusto, meu irm˜ao, c´umplice e confidente, por todos os “pux˜oes de orelhas” assim como por todas as palavras de carinho, que me permitiram ultrapassar todos os obst´aculos e tomar as decis˜oes certas nos momentos corretos.

Ao Nini e `a Mimi, meus pais, meus tudo, por todo o esfor¸co que fizeram para me educar e por me terem dado os instrumentos necess´arios para construir o meu futuro. Amor, humildade e for¸ca s˜ao valores que herdei de v´os. Agrade¸co-vos tamb´em por todos momentos de carinho que tivemos a sorte de viver.

Ao Jos´e Mota e `a Manuela, meus av´os, pelo saber estar, saber ser e saber sentir que desde sempre me tˆem vindo a transmitir. Sem d´uvida, que os vossos ensinamentos, hist´orias e exemplo de vida em comum me moldaram e me permitiram crescer feliz e com os objetivos bem definidos.

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(9)

Resumo Esta disserta¸c˜ao insere-se no ˆambito da eficiˆencia energ´etica e tem como objetivo a implementa¸c˜ao de um sistema de ilumina¸c˜ao p´ublica aut´onomo, com recurso a pain´eis fotovoltaicos e baterias, com regula¸c˜ao do fluxo lu-minoso.

Tendo em considera¸c˜ao alguns requisitos de design do poste de ilumina¸c˜ao, revelou-se necess´aria a incorpora¸c˜ao dos pain´eis fotovoltaicos nas faces do mesmo, pelo que, de modo a otimizar a autonomia do sistema, optou-se pela introdu¸c˜ao de m´ultiplos conversores de Maximum Power-Point Trac-king (MPPT). Relativamente `a lumin´aria, esta ´e constitu´ıda por tecnologia Light Emission Diodes (LED) e de modo a, uma vez mais, aumentar a auto-nomia do sistema, foi necess´ario dot´a-la de capacidade para regular o fluxo luminoso de acordo com perfis pr´e-estabelecidos. Foi tamb´em desenvolvida uma interface gr´afica para permitir a configura¸c˜ao do sistema, assim como a extra¸c˜ao de resultados para posterior an´alise.

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Abstract This dissertation falls within the scope of energy efficiency and aims to im-plement an autonomous public lighting system, with the use of photovoltaic panels and batteries, with regulation of the luminous flow.

Taking into consideration some requirements from lamppost design, the in-corporation of photovoltaic panels on the faces of the lamppost was neces-sary, so in order to optimize the autonomy system, the insertion of multiple Maximum Power-Point Tracking (MPPT) converters was chosen. Regar-ding the luminaire, it consists of Light Emission Diodes (LED) technology and in order to increase the autonomy of the system, once again, it was necessary to grant it with the ability to regulate the light flow according to pre-established profiles. A graphical interface to allow configuration of the system, as well as the extraction of results for further analysis, has also been developed.

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(13)

Conte´

udo

Conte´udo i

Lista de Figuras iii

Acr´onimos vii

1 Introdu¸c˜ao 1 1.1 Enquadramento . . . 1 1.2 Objetivos . . . 2 1.3 Estrutura da disserta¸c˜ao . . . 2 2 Conceitos fundamentais 5 2.1 Sistemas fotovoltaicos . . . 5 2.1.1 Introdu¸c˜ao . . . 5 2.1.2 Radia¸c˜ao solar . . . 6 2.1.3 C´elula fotovoltaica . . . 8 Efeito fotovoltaico . . . 9

Tecnologia de c´elulas solares . . . 10

Modelo el´etrico de uma c´elula fotovoltaica . . . 12

Carater´ısticas el´etricas . . . 14

Fatores que influenciam as curvas carater´ısticas . . . 17

2.1.4 Constitui¸c˜ao de m´odulos fotovoltaicos . . . 19

2.1.5 Conversores comutados DC-DC . . . 21

Descri¸c˜ao conceptual dos conversores DC-DC . . . 21

Topologias convencionais dos conversores comutados . . . 23

Conversores DC-DC como resistˆencias vari´aveis . . . 25

Malha de realimenta¸c˜ao . . . 28

Algoritmos de Maximum Power Point Tracking . . . 29

2.2 Elementos de armazenamento de energia . . . 37

2.2.1 Introdu¸c˜ao . . . 37

2.2.2 Vis˜ao geral . . . 37

2.2.3 Distin¸c˜ao entre fontes prim´arias e secund´arias . . . 40

2.2.4 Conceitos importantes . . . 42

2.2.5 Processo de carga . . . 45

Modelos el´etricos das baterias . . . 47

Baterias de chumbo-´acido . . . 48

(14)

Baterias de i˜oes de l´ıtio . . . 53

2.3 Conceitos luminot´ecnicos e ilumina¸c˜ao p´ublica . . . 58

3 Sistema desenvolvido 59 3.1 Considera¸c˜oes iniciais . . . 59

3.1.1 Requisitos do projeto . . . 59

3.1.2 Especifica¸c˜oes t´ecnicas dos pain´eis fotovoltaicos, das baterias e da lu-min´aria . . . 60

3.2 Hardware . . . 63

3.2.1 Controlador . . . 63

3.2.2 Fonte prim´aria . . . 65

3.2.3 Conversores de MPPT . . . 65

Projeto do conversor Step-Up . . . 66

Circuitos de medi¸c˜ao da tens˜ao e da corrente para o MPPT . . . 67

Interruptor do conversor DC-DC . . . 68

3.2.4 Armazenamento . . . 69

Caracter´ısticas gerais do banco de baterias . . . 69

Circuitos de medi¸c˜ao da tens˜ao e da corrente do banco de baterias . . 69

Circuito de prote¸c˜ao contra sobre-tens˜ao . . . 70

3.2.5 Lumin´aria . . . 71

Drive da lumin´aria . . . 71

Circuito de medi¸c˜ao da corrente de descarga do banco de baterias . . 72

3.2.6 Considera¸c˜oes sobre as Printed-Circuit Board (PCBs) . . . 73

3.3 Firmware . . . 74

3.3.1 Arquitetura do Firmware do PIC-A . . . 74

3.3.2 Arquitetura do Firmware do PIC-B . . . 80

3.4 Software . . . 83

3.4.1 Interface gr´afica . . . 83

4 Resultados 87 4.1 Produ¸c˜ao de energia el´etrica . . . 87

4.1.1 Compara¸c˜ao entre algoritmos de MPPT . . . 87

Algoritmo de MPPT - “Tens˜ao Constante” . . . 88

Algoritmo de MPPT - “Perturba¸c˜ao & Observa¸c˜ao” . . . 90

Algoritmo de MPPT - “Scan & Adjust ” . . . 91

4.1.2 Sistema de gest˜ao de energia do banco de baterias . . . 95

4.2 Consumo de energia el´etrica . . . 96

4.3 Potˆencia consumida pelo sistema desenvolvido . . . 98

5 Conclus˜oes e trabalho futuro 99

Anexos 101

(15)

Lista de Figuras

2.1 Espetro Eletromagn´etico, com foco no espetro da radia¸c˜ao solar [8] . . . 6

2.2 Distribui¸c˜ao espetral da radia¸c˜ao solar [3] . . . 7

2.3 Radia¸c˜ao Solar [10] . . . 8

2.4 Corte transversal de uma c´elula fotovoltaica [12] . . . 9

2.5 Espetro de eficiˆencia de uma c´elula fotovoltaica de camadas m´ultiplas [16] . . 11

2.6 Tecnologia Fotovolaica [13] . . . 11

2.7 Distribui¸c˜ao “Produ¸c˜ao fotovoltaica - tecnologia” [17] . . . 12

2.8 Modelo El´etrico de uma c´elula fotovoltaica [11] . . . 12

2.9 Curvas carater´ısticas de um m´odulo fotovoltaico I-V e P-V [11] . . . 14

2.10 Interliga¸c˜ao de uma carga aos terminais de uma c´elula fotovoltaica . . . 15

2.11 Ponto de opera¸c˜ao definido pela interse¸c˜ao da recta de condutˆancia com a curva I-V . . . 16

2.12 Influˆencia dos n´ıveis de Irradiˆancia nas curvas carater´ısticas de um m´odulo fotovoltaico [11] . . . 17

2.13 Influˆencia da Temperatura nas curvas carater´ısticas de um m´odulo fotovoltaico [11] . . . 18

2.14 Influˆencia da resistˆencia s´erie nas curvas carater´ısticas de um m´odulo fotovol-taico [11] . . . 18

2.15 Influˆencia da resistˆencia paralela nas curvas carater´ısticas de um m´odulo foto-voltaico [11] . . . 19

2.16 M´odulo fotovoltaico constitu´ıdo por c´elulas fotovoltaicas associadas em paralelo [3] . . . 19

2.17 M´odulo fotovoltaico constitu´ıdo por c´elulas fotovoltaicas associadas em s´erie [3] 20 2.18 Incorpora¸c˜ao de um d´ıodo de bypass entre c´elulas [3] . . . 20

2.19 Incorpora¸c˜ao de um d´ıodo de bloqueio em s´erie com m´odulos fotovoltaicos [3] 21 2.20 Representa¸c˜ao esquem´atica de um conversor DC-DC [22] . . . 21

2.21 Representa¸c˜ao esquem´atica de um conversor comutado DC-DC [23] . . . 23

2.22 Topologias b´asicas de conversores comutados [23] . . . 23

2.23 Topologias obtidas atrav´es da modifica¸c˜ao das topologias b´asicas [23] . . . 24

2.24 Topologias n˜ao elementares: SEPIC e Zeta [21] . . . 25

2.25 Esquema de funcionamento de uma realimenta¸c˜ao por amostragem de tens˜ao, com gera¸c˜ao de sinal PWM [21] . . . 28

2.26 Esquema de funcionamento de uma realimenta¸c˜ao por amostragem de tens˜ao, com gera¸c˜ao de sinal PFM [21] . . . 29

2.27 Fluxograma representativo da t´ecnica de Tens˜ao Constante . . . 30

(16)

2.29 Fluxograma representativo da t´ecnica Beta . . . 32

2.30 Casos poss´ıveis na t´ecnica de P&O [11] . . . 33

2.31 Fluxograma representativo da t´ecnica de P&O . . . 33

2.32 Fluxograma representativo da t´ecnica de IncCond [11] . . . 35

2.33 Fluxograma representativo da t´ecnica de IncCond Modificado [11] . . . 36

2.34 Fluxograma representativo da t´ecnica Scan & Adjust . . . 37

2.35 Constitui¸c˜ao de uma c´elula eletroqu´ımica [32] . . . 38

2.36 Representa¸c˜ao da Pilha de Daniell [33] . . . 40

2.37 Processo de descarga de uma c´elula eletroqu´ımica [32] . . . 41

2.38 Ciclo de vida das C´elulas Galvˆanicas Secund´arias . . . 41

2.39 Processo de Carga de uma c´elula eletroqu´ımica [32] . . . 41

2.40 Curvas de descarga de uma bateria de chumbo-´acido [30] . . . 43

2.41 Perfil da evolu¸c˜ao da resistˆencia interna de uma bateria em fun¸c˜ao do seu estado de carga (a) e da temperatura (b) [11] . . . 45

2.42 Modelos el´etricos de baterias durante o Processo de Carga [11] . . . 47

2.43 Constitui¸c˜ao de uma c´elula eletroqu´ımica de chumbo-´acido [44] . . . 48

2.44 Processo de carga de uma bateria de chumbo-´acido [49] . . . 49

2.45 Constitui¸c˜ao c´elula eletroqu´ımica de Ni-Cd [44] . . . 50

2.46 Constitui¸c˜ao de uma c´elula eletroqu´ımica de Ni-MH [44] . . . 51

2.47 Tabela comparativa das baterias de Ni-MH e Ni-Cd [50] . . . 52

2.48 Perfil de Carga de baterias de NiCd e NiMH [51] . . . 53

2.49 Constitui¸c˜ao c´elula eletroqu´ımica de i˜oes de l´ıtio [44] . . . 54

2.50 Perfil de Carga de baterias de I˜oes L´ıtio [34] . . . 55

2.51 T´ecnicas de balanceamento end-of-charge - charge shunting [35] . . . 56

2.52 T´ecnicas de balanceamento ativas - charge shuttling - flying capacitor [35] . . 56

2.53 T´ecnicas de balanceamento ativas: conversores de energia - transformador co-mutado [35] . . . 57

2.54 T´ecnicas de balanceamento ativas: conversores de energia - transformador par-tilhado [35] . . . 57

2.55 T´ecnicas de balanceamento ativas: conversores de energia - transformadores m´ultiplos [35] . . . 57

2.56 T´ecnicas de balanceamento passivas - resistˆencia dissipativa [35] . . . 58

3.1 Modelo do poste de ilumina¸c˜ao a utilizar . . . 59

3.2 Diferen¸ca entre Sistemas de MPPT centralizados e distribu´ıdos . . . 60

3.3 Abordagens poss´ıveis na constitui¸c˜ao do banco de baterias . . . 61

3.4 Abordagens poss´ıveis na constitui¸c˜ao do m´odulo fotovoltaico . . . 62

3.5 Diagrama de blocos representativo da arquitetura geral do sistema desenvolvido 63 3.6 Esquem´atico representativo da arquitetura do controlador . . . 65

3.7 Esquem´atico de um conversor DC-DC Boost ou Step-Up . . . 66

3.8 Interliga¸c˜ao entre os conversores de MPPT com os m´odulos fotovoltaicos e com o banco de baterias . . . 67

3.9 Circuitos de medi¸c˜ao da tens˜ao e da corrente de sa´ıda do m´odulo fotovoltaico 68 3.10 Esquem´atico representativo do interruptor (gate driver inversor + MOSFET Canal N) . . . 69

3.11 Esquem´atico representativo dos circuitos de medi¸c˜ao utilizados no banco de baterias . . . 70

(17)

3.12 Circuito de prote¸c˜ao contra sobre-tens˜ao do banco de baterias . . . 71

3.13 Driver do tipo step-down para a adapta¸c˜ao entre o banco de baterias e a string de LEDs . . . 72

3.14 Esquema de medi¸c˜ao da corrente de descarga do banco de baterias . . . 73

3.15 S´ıntese das tarefas que constituem o Firmware do PIC-A e suas fun¸c˜oes mais importantes. . . 75

3.16 Esquem´atico representativo das correntes no banco de baterias . . . 77

3.17 Simula¸c˜ao da evolu¸c˜ao do estado de carga com base na equa¸c˜ao 3.3 . . . 78

3.18 Esquema de atribui¸c˜ao das prioridades das tarefas do Firmware do PIC-A . . 80

3.19 S´ıntese das tarefas que constituem o Firmware do PIC-B e suas fun¸c˜oes mais importantes. . . 81

3.20 Perfis Luminosos pr´e-definidos para a lumin´aria . . . 82

3.21 Esquema de atribui¸c˜ao das prioridades das tarefas do Firmware do PIC-B . . 83

3.22 Exemplo da visualiza¸c˜ao gr´afica da Interface. . . 84

4.1 Evolu¸c˜ao da tens˜ao de entrada do conversor 1 sob o algoritmo de MPPT “Tens˜ao Constante” . . . 88

4.2 Compara¸c˜ao entre a potˆencia de entrada e a potˆencia de sa´ıda do conversor 1 sob o algoritmo de MPPT “Tens˜ao Constante” . . . 89

4.3 Curva representativa da eficiˆencia do conversor 1 ao longo do tempo, sob o algoritmo de MPPT “Tens˜ao Constante” . . . 89

4.4 Evolu¸c˜ao da tens˜ao de entrada do conversor 1 sob o algoritmo de MPPT “Per-turba¸c˜ao & Observa¸c˜ao” . . . 90

4.5 Compara¸c˜ao entre a potˆencia de entrada e a potˆencia de sa´ıda do conversor 1 sob o algoritmo de MPPT “Perturba¸c˜ao & Observa¸c˜ao” . . . 91

4.6 Curva representativa da eficiˆencia do conversor 1 ao longo do tempo, sob o algoritmo de MPPT “Perturba¸c˜ao & Observa¸c˜ao” . . . 91

4.7 Compara¸c˜ao entre a potˆencia de entrada e a potˆencia de sa´ıda do conversor 1 sob o algoritmo de MPPT “Scan & Adjust ” . . . 92

4.8 Curva representativa da eficiˆencia do conversor 1 ao longo do tempo, sob o algoritmo de MPPT “Scan & Adjust ” . . . 92

4.9 Compara¸c˜ao entre a potˆencia de entrada e a potˆencia de sa´ıda do conversor 2 sob o algoritmo de MPPT “Scan & Adjust ” . . . 93

4.10 Curva representativa da eficiˆencia do conversor 2 ao longo do tempo, sob o algoritmo de MPPT “Scan & Adjust ” . . . 93

4.11 Compara¸c˜ao entre a potˆencia de entrada e a potˆencia de sa´ıda do conversor 1 e do conversor 2 sob o algoritmo de MPPT “Scan & Adjust ” . . . 94

4.12 Curva representativa da eficiˆencia do conversor 1 e do conversor 2 ao longo do tempo, sob o algoritmo de MPPT “Scan & Adjust ” . . . 94

4.13 Evolu¸c˜ao da tens˜ao de sa´ıda do conversor 1 (tens˜ao do banco de baterias) . . 95

4.14 Evolu¸c˜ao da corrente de sa´ıda do conversor 1 (corrente de entrada do banco de baterias) . . . 95

4.15 Evolu¸c˜ao da tens˜ao de entrada do conversor 1 . . . 96

4.16 Evolu¸c˜ao da corrente de entrada do conversor 1 . . . 96

4.17 Corrente m´edia que circula em cada string de LEDs durante a noite. . . 97

4.18 Corrente de sa´ıda do banco de baterias durante a noite. . . 97 4.19 Consumo do sistema desenvolvido em condi¸c˜oes normais de funcionamento . 98

(18)

5.1 Distin¸c˜ao entre as v´arias zonas de sensibilidade da retina em fun¸c˜ao do n´ıvel

de ilumina¸c˜ao [66] . . . 102

5.2 Curva de sensibilidade do olho humano [65] . . . 102

5.3 Compara¸c˜ao entre ˆangulo s´olido e ˆangulo plano [68] . . . 103

5.4 Conceito de iluminˆancia [69] . . . 104

5.5 Conceito de luminˆancia [69] . . . 105

5.6 Figura representativa das quatro relevantes luminot´ecnicas mais importantes [71] . . . 105

5.7 Figura ilustrativa das m´etricas: LOR, ULOR e DLOR [69] . . . 107

5.8 Figura ilustrativa da varia¸c˜ao do fluxo luminoso com o tempo [69] . . . 107

5.9 Figura ilustrativa da varia¸c˜ao do n´umero de lˆampadas em funcionamento com a evolu¸c˜ao do tempo [69] . . . 108

5.10 Figura ilustrativa da varia¸c˜ao do LOR em fun¸c˜ao do tempo [69] . . . 108

5.11 Figura ilustrativa da varia¸c˜ao da iluminˆancia com o passar do tempo [69] . . 109

5.12 Figura ilustrativa da varia¸c˜ao da temperatura da cor de uma fonte luminosa [69]110 5.13 Tecnologias de ilumina¸c˜ao [71] . . . 111

5.14 Tipo de radia¸c˜ao emitida pelos LEDs, consoante os materiais semicondutores utilizados [76] . . . 114

5.15 Categorias de estradas definidas para Portugal com respetivas classes de ilu-mina¸c˜ao [70] . . . 116

5.16 Curva carater´ıstica Corrente de polariza¸c˜ao - Tens˜ao direta [80] . . . 118

5.17 Curva carater´ıstica Fluxo luminoso - Corrente de polariza¸c˜ao [80] . . . 119

5.18 Trama do protocolo de comunica¸c˜ao . . . 119

5.19 Esquem´atico da topologia boost [81] . . . 121

5.20 Efeito do tempo do sinal PWM na corrente que circula na indutˆancia [81] . . 122

(19)

Acr´

onimos

• a-Si Amorphous Silicon

• a-Si:H Hydrogenated Amorphous Silicon • ADC Analog to Digital Converter • BC Banda de Condu¸c˜ao

• BV Banda de Valˆencia

• CCM Continuous Conduction Mode

• CIE Comission Internacionale de l’Eclairage • CIGS Copper Indium Gallium Selenide • CIS Copper Indium gallium Selenide • DC Direct Current

• DCM Discontinuous Conduction Mode • DLOR Downward Light Output Ratio • DSC Dye-sensitized Solar Cell

• ESR Equivalent Series Resistance • FF Fill-Factor

• FM Fator de Manuten¸c˜ao

• FML Fator de Manuten¸c˜ao da Lumin´aria

• FMLL Fator de Manuten¸c˜ao da Luminosidade da Lˆampada • FSL Fator de Sobrevivˆencia da Lˆampada

• IncCond Incremental Conductance • IP ´Indice de Prote¸c˜ao

• IRC ´Indice de Reprodu¸c˜ao de Cor

(20)

• LED Light-Emitting Diode • LOR Light Output Ratio

• MOSFET Metal Oxide Semiconductor Field Effect Transistor • MPP Maximum Power Point

• MPPT Maximum Power Point Tracking • OLED Organic Light-Emitting Diode • P&O Perturba¸c˜ao e Observa¸c˜ao • PCB Printed-Circuit Board • PI Proporcional Integrativo

• RTOS Real-Time Operating System

• SEPIC Single-Ended Primary-Inductor Converter • SFA Sistema Fotovoltaico Aut´onomo

• SI Sistema Internacional • SOC State of Charge • SSL Solid State Lighting • ST Seguidor de Tens˜ao • TF-Si Thin-Film Silicon

• UART Universal Asynchronous Receiver/Transmitter • UGR Unified Glare Rating

• ULOR Upward Light Output Ratio • UV Ultra-Violeta

(21)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸

ao

1.1

Enquadramento

O crescimento populacional e o desenvolvimento tecnol´ogico crescente levaram a um aumento do consumo energ´etico do qual tˆem surgido algumas quest˜oes. Uma delas prende-se com os custos associados que, dado `a conjetura financeira atual do pa´ıs e da Europa, se revela uma problem´atica fulcral a ser solucionada. Portugal n˜ao ´e um pa´ıs auto-sustent´avel do ponto de vista energ´etico. Segundo dados da Direc¸c˜ao Geral de Energia e Geologia, no ano de 2011, a taxa de dependˆencia energ´etica foi de 79.3% [1], existindo assim a necessidade de importar energia, o que, para al´em das consequˆencias ambientais (resultantes da produ¸c˜ao de energia a partir de combust´ıveis f´osseis) tamb´em aumenta a fatura econ´omica que cada pessoa tem de pagar, de forma direta (aumento do custo dos bens e dos servi¸cos) ou de forma indireta (impostos).

Apesar da resposta a esta quest˜ao n˜ao ser de todo conhecida, diversas entidades tentam redirecion´a-la para a eficiˆencia energ´etica e para as energias renov´aveis, atrav´es do desenvolvimento de planos energ´eticos nacionais e internacionais.

Como se sabe, a energia encontra-se presente na natureza duma forma n˜ao ideal `a nossa utiliza¸c˜ao. Assim, para a utilizarmos existe a necessidade de a transformar. O grande problema ´e que o processo de transforma¸c˜ao n˜ao ´e ideal, isto ´e, existem sempre perdas. Minimiz´a-las, quer atrav´es de novas tecnologias, quer de novos h´abitos, ´e o objetivo dos programas de incentivo `a eficiˆencia energ´etica. Sendo assim, a eficiˆencia energ´etica implica a obten¸c˜ao dos mesmos bens e servi¸cos que atualmente dispomos, com a menor quantidade de energia poss´ıvel. Falando em concreto da ilumina¸c˜ao p´ublica existente em Portugal, pode-se referir que os gastos de energia el´etrica, em alguns casos, constituem mais de 50% do or¸camento mensal dos munic´ıpios [2]. Deste modo, cada vez mais a ilumina¸c˜ao p´ublica deve ser encarada como uma ´area de interven¸c˜ao da eficiˆencia energ´etica.

Com esta disserta¸c˜ao pretende-se desenvolver um sistema de ilumina¸c˜ao p´ublica total-mente aut´onomo atrav´es da incorpora¸c˜ao de m´odulos fotovoltaicos nas faces do poste de ilumina¸c˜ao. Pretende-se tamb´em a incorpora¸c˜ao de tecnologia Light-Emitting Diode (LED) na lumin´aria e aplica¸c˜ao de t´ecnicas de regula¸c˜ao do fluxo luminoso.

(22)

1.2

Objetivos

Esta disserta¸c˜ao tem como principal objetivo o desenvolvimento de um sistema de ilu-mina¸c˜ao p´ublica totalmente aut´onomo. Para tal torna-se imprescind´ıvel a existˆencia de pain´eis fotovoltaicos e baterias. De modo a aumentar a autonomia do mesmo, dever´a possuir a capacidade de efetuar uma gest˜ao dinˆamica do fluxo luminoso da lumin´aria, de acordo com perfis previamente definidos e ainda obedecer a requisitos relativos `a geometria do poste de ilumina¸c˜ao em que ser´a incorporado.

Ap´os o estudo pr´evio do problema e respetiva familiariza¸c˜ao com os sistemas fotovol-taicos aut´onomos, especificamente com as t´ecnicas de maximiza¸c˜ao da energia produ-zida (t´ecnicas de Maximum Power Point Tracking [MPPT]), seguir-se-`a o desenho da arquitetura do sistema a desenvolver. Esta arquitetura compreender´a os detalhes da electr´onica do controlador e a sua interliga¸c˜ao com o firmware a desenvolver. Em para-lelo, ser´a necess´ario proceder `a escolha do microcontrolador a utilizar e desenvolver os device-drivers respetivos. Neste ponto, dever´a ser cuidadosamente estudada a possibi-lidade de utiliza¸c˜ao de um Sistema Operativo de Tempo Real.

Tendo finalizado as tarefas anteriores e ap´os o hardware e o firmware estarem con-clu´ıdos, dever˜ao ser realizados ensaios no sentido de aumentar a robustez do sistema e prepar´a-lo para a interliga¸c˜ao com o software que estar´a dispon´ıvel para ser integrado nos computadores dos t´ecnicos respons´aveis pela manuten¸c˜ao do mesmo. O objetivo do software ´e a configura¸c˜ao e a extra¸c˜ao de resultados do sistema.

1.3

Estrutura da disserta¸

ao

A presente disserta¸c˜ao encontra-se organizada em cinco cap´ıtulos, descritos e enumera-dos da seguinte forma:

– Cap´ıtulo 1, Introdu¸c˜ao: descri¸c˜ao do problema que serve de base a esta dis-serta¸c˜ao, assim como os objetivos gerais e a sua estrutura;

– Cap´ıtulo 2, Conceitos Fundamentais: neste cap´ıtulo s˜ao abordados os principais conte´udos te´oricos:

∗ Sistemas fotovoltaicos;

∗ Elementos de armazenamento de energia; ∗ Conceitos luminot´ecnicos e ilumina¸c˜ao p´ublica.

Estes conte´udos servem de introdu¸c˜ao te´orica ao sistema desenvolvido;

– Cap´ıtulo 3, denominado Sistema Desenvolvido: ´e iniciado com uma breve in-trodu¸c˜ao, onde se exp˜oem algumas considera¸c˜oes iniciais importantes para o sis-tema desenvolvido. Este encontra-se segmentado em trˆes m´odulos principais e cada um ´e apresentado detalhadamente:

∗ O Hardware, refere-se aos circuitos anal´ogicos/digitais que constituem a parte f´ısica do sistema;

∗ O Firmware, constitui todo o c´odigo desenvolvido e implementado nos micro-controladores;

(23)

∗ O Software, engloba uma aplica¸c˜ao gr´afica desenvolvida para o computador. – Cap´ıtulo 4, Resultados: neste cap´ıtulo procede-se `a compara¸c˜ao entre os

algorit-mos de MPPT que foram implementados, assim como `a apresenta¸c˜ao de gr´aficos ilustrativos da varia¸c˜ao do fluxo luminoso da lˆampada e ainda, gr´aficos do processo de carga do banco de baterias;

– Cap´ıtulo 5, Conclus˜oes e Trabalho Futuro: s˜ao apresentadas as ila¸c˜oes do processo de desenvolvimento e de implementa¸c˜ao do sistema desenvolvido, assim como ser˜ao apresentadas sugest˜oes de trabalho futuro;

– Anexo A1 - Conceitos luminot´ecnicos e ilumina¸c˜ao p´ublica: s˜ao explorados alguns conceitos e legisla¸c˜ao relativos `a ilumina¸c˜ao p´ublica;

– Anexo A2 - Protocolo de comunica¸c˜ao: refere-se aos detalhes do protocolo de comunica¸c˜ao que foi implementado de modo a possibilitar a comunica¸c˜ao entre os microcontroladores e o computador;

– Anexo A3 - Conversor boost : refere-se aos detalhes de projeto relativos ao conversor implementado;

– Anexo A4 - Arquitetura da interface gr´afica: s˜ao apresentados os detalhes relativos `a aplica¸c˜ao gr´afica que foi implementada.

(24)
(25)

Cap´ıtulo 2

Conceitos fundamentais

2.1

Sistemas fotovoltaicos

2.1.1 Introdu¸c˜ao

Anualmente, o sol fornece cerca de 1.5 × 1018kW h de energia. Este valor, corresponde a cerca de 10000 vezes o consumo mundial de energia durante um ano [3]. Adicionando o facto do Sol ser uma fonte de energia abundante, limpa, sustent´avel, renov´avel, segura e confi´avel [4], estes argumentos s˜ao mais do que suficientes para justificar os largos investimentos que tˆem sido feitos nos sistemas fotovoltaicos.

Este tipo de sistemas efetuam a convers˜ao de energia solar em energia el´etrica, utilizando conversores opto-eletr´onicos baseados no efeito fotovoltaico (que ser´a apresentado na sec¸c˜ao 2.1.3). As vantagens citadas anteriormente, s˜ao apenas algumas das mais importantes, po-dendo ainda referir-se: [4]

• A facilidade na instala¸c˜ao dos sistemas fotovoltaicos, assim como a reduzida necessidade de manuten¸c˜ao;

• Os conversores de energia solar em energia el´etrica, referidos anteriormente, podem ser incorporados na arquitetura dos edif´ıcios, aliando a est´etica `a sustentabilidade. Para al´em disso, possuem uma vida ´util de cerca de 25 anos;

• Apesar dos custos iniciais serem geralmente elevados, o per´ıodo de recupera¸c˜ao pode variar de 6 a 36 meses;

• Incentivando o desenvolvimento de sistemas fotovoltaicos est´a a incentivar-se a expans˜ao da economia, tendo em conta a heterogeneidade de ´areas que se encontram por detr´as deste tipo de sistemas (qu´ımica, f´ısica, metalurgia, eletr´onica, entre outras).

Tendo em conta as vantagens referidas anteriormente, a forte procura de energia e os problemas econ´omicos e ambientais associados aos combust´ıveis f´osseis, ´e de prever que no futuro este tipo de sistemas se transformem numa das maiores fontes de energia para a maior parte das aplica¸c˜oes [5][6]. No entanto, para que tal seja poss´ıvel, ´e fulcral que se verifique uma evolu¸c˜ao neste tipo de sistemas, nomeadamente no tipo de materiais utilizados (tendo em conta que os materiais atuais possuem uma eficiˆencia relativamente reduzida) e na redu¸c˜ao do seu custo inicial. Atualmente, o elevado custo ´e consequˆencia de fatores econ´omicos como a “lei

(26)

da oferta e da procura” e tamb´em do pre¸co da mat´eria-prima e das unidades armazenadoras de energia que frequentemente necessitam de ser utilizadas [5].

Os sistemas fotovoltaicos podem ser decompostos em trˆes grandes grupos: [3][7] • Sistemas fotovoltaicos aut´onomos;

• Sistemas fotovoltaicos ligados `a rede; • Sistemas fotovoltaicos h´ıbridos.

Dos trˆes sistemas referidos anteriormente, o sistema fotovoltaico aut´onomo (SFA) ´e o que vai ser abordado de forma detalhada no decorrer deste documento. ´E um tipo de sistema que utiliza exclusivamente o sol como fonte de energia, contudo, apresenta uma eficiˆencia bastante reduzida. Assim, torna-se absolutamente imprescind´ıvel m´etricas de otimiza¸c˜ao e maximiza¸c˜ao da energia produzida pelas c´elulas fotovoltaicas e, posteriormente, armazenada em baterias. Este processo de maximiza¸c˜ao revela-se um pouco complexo devido `a potˆencia extra´ıda dos pain´eis fotovoltaicos ser dependente da carga e das condi¸c˜oes atmosf´ericas. Com vista `a otimiza¸c˜ao de um SFA, revela-se indispens´avel o conhecimento pr´evio das suas carac-ter´ısticas, raz˜ao pela qual, as pr´oximas sec¸c˜oes ir˜ao ser dedicadas a estes aspetos.

2.1.2 Radia¸c˜ao solar

A radia¸c˜ao solar apresenta-se sob a forma de radia¸c˜ao eletromagn´etica (figura 2.1) propaga-se `a velocidade da luz no v´acuo (c). Em termos de comprimento de onda, varia desde 0.1 µm a 5 µm.

Figura 2.1: Espetro Eletromagn´etico, com foco no espetro da radia¸c˜ao solar [8] Um olhar atento para a figura 2.2 permite verificar que a curva de distribui¸c˜ao espectral da radia¸c˜ao solar possui um m´aximo global. Esse, corresponde ao comprimento de onda de 0.5 µm, que aos nossos olhos equivale `a luz verde [3].

(27)

Figura 2.2: Distribui¸c˜ao espetral da radia¸c˜ao solar [3]

A radia¸c˜ao solar ´e um recurso energ´etico que sofre grande variabilidade, consoante as condi¸c˜oes atmosf´ericas e meteorol´ogicas, distˆancia Terra-Sol, ˆangulo Zenital do Sol e a es-pessura da camada atmosf´erica (identificada por um coeficiente denominado “Massa de Ar”) [3]. Contudo, pode definir-se um valor m´edio para o n´ıvel da radia¸c˜ao que atinge o topo da atmosfera. Esse valor ´e cerca de 1.373 kW/m2[3]. Devido a fen´omenos de absor¸c˜ao e reflex˜ao dos raios solares nas camadas superiores da atmosfera, s´o uma parcela atinge a superf´ıcie terrestre. A m´edia desse valor ´e de 1 kW/m2 [9]. Assim, a radia¸c˜ao solar incidente pode ser decomposta em 3 componentes: [9]

• Radia¸c˜ao Solar Direta: feixes solares que alcan¸cam a superf´ıcie terrestre de forma direta; • Radia¸c˜ao Solar Difusa: feixes solares que s˜ao difundidos pela atmosfera ou pelas nuvens,

mas que atingem a superf´ıcie terrestre;

• Radia¸c˜ao Solar Refletida: feixes solares que s˜ao refletidos pela atmosfera, pelas nuvens ou pela superf´ıcie terrestre.

(28)

Figura 2.3: Radia¸c˜ao Solar [10]

Segundo [9], a irradiˆancia pode ser definida como a “quantidade instantˆanea de fluxo da radia¸c˜ao solar que incide numa determinada superf´ıcie”. ´E medida em kW/m2 e ´e utilizada

para medir a quantidade de energia recebida numa determinada ´area, e num determinado in-tervalo de tempo. Integrando esse valor para um dado inin-tervalo de tempo, obt´em-se a energia solar [9]. Esta, ´e transportada por fot˜oes, sendo que cada um, transporta um determinado quantum de energia definido pela equa¸c˜ao 2.1.

Eph = h c λ  (2.1) Onde: • h ´e a Constante de Planck; • c ´e a velocidade da luz no v´acuo; • λ ´e o comprimento de onda do fot˜ao.

2.1.3 C´elula fotovoltaica

A c´elula solar, ou fotovoltaica, ´e um semicondutor que atua como elemento b´asico na convers˜ao de energia solar em energia el´etrica, atrav´es do efeito fotovoltaico.

O conhecimento da existˆencia do efeito fotovoltaico data de 1839 quando Edmond Bec-querel observou a produ¸c˜ao de corrente el´etrica durante a exposi¸c˜ao `a luz de uma c´elula eletrol´ıtica. Apesar de algumas c´elulas terem sido constru´ıdas no decorrer desse s´eculo, s´o

(29)

em 1954, ap´os o desenvolvimento da tecnologia dos semicondutores, ´e que a primeira c´elula solar de sil´ıcio monocristalino foi constru´ıda por Chapin, Fuller e Pearson. Esta, possu´ıa uma eficiˆencia de 6% [11].

Efeito fotovoltaico

O efeito fotovoltaico verifica-se em semicondutores, quando fot˜oes na faixa da luz vis´ıvel (1.7 eV at´e 2.5 eV) conseguem excitar eletr˜oes da banda de valˆencia (BV) para a banda de condu¸c˜ao (BC). Isto ´e, quando um fot˜ao incide numa jun¸c˜ao P-N, com energia superior `a energia de gap, forma um par eletr˜ao-lacuna (excita um eletr˜ao para a banda de condu¸c˜ao enquanto que ir´a surgir uma lacuna na banda de valˆencia). Por sua vez, o campo el´etrico intr´ınseco da zona de deple¸c˜ao vai aplicar uma for¸ca ao par eletr˜ao-lacuna. Uma vez que o eletr˜ao possui carga negativa e a lacuna possui carga positiva, a aplica¸c˜ao da for¸ca vai fazer com que estes se desloquem em dire¸c˜oes opostas, observando-se um fen´omeno de separa¸c˜ao de cargas, que ir´a resultar na forma¸c˜ao de uma diferen¸ca de potencial entre as superf´ıcies opostas da c´elula (junto ao qual, encontrar-se-˜ao contactos met´alicos). Esta diferen¸ca de potencial ´e usualmente designada por Tens˜ao de Circuito Aberto (VOC) [11]. Um corte transversal de

uma c´elula fotovoltaica pode ser observado na figura 2.4.

Figura 2.4: Corte transversal de uma c´elula fotovoltaica [12]

As principais raz˜oes que podem ser apontadas para a baixa eficiˆencia das c´elulas fotovol-taicas s˜ao: [11]

• A diferen¸ca entre a energia do fot˜ao incidente e a energia de gap contribuir´a unicamente para o aumento da temperatura interna da c´elula. Especificamente, no caso do sil´ıcio, a energia de gap encontra-se pr´oxima de 1.1 eV, enquanto que a energia do fot˜ao incidente varia desde 1.7 eV at´e 2.5 eV (luz vermelha at´e luz azul, respetivamente). Portanto, neste caso, cerca de 0.6 a 1.4 eV s˜ao dissipados sob a forma de calor;

• O aumento da temperatura apesar de contribuir para o aumento da corrente em apro-ximadamente 0.1%, diminui a tens˜ao de circuito aberto a uma taxa de 0.3%/oC, o que, consequentemente, diminui a potˆencia gerada em 1% por cada 2.7 K de aumento da temperatura;

(30)

• Ap´os a forma¸c˜ao do par eletr˜ao-lacuna, existe uma probabilidade n˜ao nula de os eletr˜oes voltarem a decair para a BV recombinando-se com outras lacunas, antes de atingirem os contactos met´alicos da c´elula fotovoltaica. Na presen¸ca de impurezas ou de defeitos da estrutura cristalina, este efeito tende a ganhar importˆancia;

• A resistˆencia do material semicondutor e do contacto met´alico n˜ao ´e nula pelo que existir´a sempre potˆencia dissipada nestes elementos;

• Quanto maior a reflex˜ao dos raios incidentes, menores ser˜ao os raios absorvidos. Facto pelo qual se torna necess´ario incorporar materiais anti-reflexivos.

Tecnologia de c´elulas solares

Pode dividir-se a tecnologia de c´elulas solares para aplica¸c˜oes terrestres em trˆes gera¸c˜oes: [13]

• A primeira gera¸c˜ao conta com tecnologias envolvendo sil´ıcio monocristalino e policrista-lino. S˜ao consideradas tecnologias maduras capazes de fornecer uma razo´avel eficiˆencia (18% e 12.5%, respetivamente). A principal diferen¸ca entre as c´elulas monocristalinas e as policristalinas encontra-se no processo de prepara¸c˜ao das mesmas. A prepara¸c˜ao das primeiras exige sil´ıcio com alto grau de pureza (entre 98% e 99%), com uma estru-tura monocristalina e com baixa densidade de defeitos [3]. A prepara¸c˜ao das segundas tamb´em recorre a part´ıculas de sil´ıcio puro, mas estas ter˜ao que ser fundidas em blo-cos de sil´ıcio, recorrendo a um processo lento que contribui para que os ´atomos n˜ao se organizem num ´unico cristal [14];

• A segunda gera¸c˜ao, pode ser considerada como uma tentativa de desenvolver c´elulas solares de baixo custo. Desenvolvimentos levaram `a produ¸c˜ao de c´elulas solares por deposi¸c˜ao de finas camadas de materiais sob um substrato (thin-film solar cell ). Con-trariamente `a primeira gera¸c˜ao, esta n˜ao foi focada num ´unico semicondutor pelo que v´arias ramifica¸c˜oes foram surgindo. Consoante os materiais utilizados, foram desenvol-vidas: [4]

– Amorphous Silicon (a-Si), hydrogenated amorphous silicon (a-Si:H) e Thin-Film silicon (TF-Si);

– Cadmium telluride (CdTe);

– Copper indium gallium selenide (CIS ou CIGS);

– Dye-sensitized Solar Cell (DSC) e outras c´elulas orgˆanicas.

Este tipo de c´elulas apresenta uma eficiˆencia m´axima de 15%. No caso das c´elulas de sil´ıcio amorfo verificam-se algumas vantagens face `as da primeira gera¸c˜ao. Para al´em do processo de fabrico ser muito mais simples, barato e com menor consumo de energia, ainda ´e poss´ıvel fabricar c´elulas com maiores dimens˜oes face `as anteriores [14].

• Estudos recentes no ˆambito da termodinˆamica revelam que o limite da convers˜ao da radia¸c˜ao solar em energia el´etrica ´e de 93%, o que tem impulsionado o estudo de novas t´ecnicas. De modo a aumentar a eficiˆencia tˆem sido desenvolvidas c´elulas fotovoltaicas com m´ultiplas camadas de material semicondutor, com espetros de absor¸c˜ao diferentes

(31)

(dentro da gama da luz vis´ıvel at´e `a gama do infra-vermelho). Um exemplo desta tecno-logia foi desenvolvida recentemente pelo Fraunhofer Institute for Solar Energy Systems e obteve lugar de destaque, por ter atingido a maior eficiˆencia de sempre (44.7%). O espetro de eficiˆencia desta c´elula encontra-se vis´ıvel na figura 2.5. Paralelamente, ou-tras investiga¸c˜oes est˜ao a ser direcionadas para o desenvolvimento de c´elulas h´ıbridas orgˆanicas/inorgˆanicas, c´elulas fotovoltaicas orgˆanicas baseadas em hetero-jun¸c˜oes entre materiais polim´ericos (ou entre materiais orgˆanicos de baixo peso molecular). Todas estas, podem ser consideradas como a terceira gera¸c˜ao de c´elulas solares [15].

Figura 2.5: Espetro de eficiˆencia de uma c´elula fotovoltaica de camadas m´ultiplas [16] Um diagrama representativo da tecnologia de c´elulas solares encontra-se apresentado na figura 2.6.

Figura 2.6: Tecnologia Fotovolaica [13]

Evidencia-se na figura 2.7 um gr´afico relativo `a produ¸c˜ao de c´elulas solares no ano de 2010, onde ´e poss´ıvel verificar que as c´elulas da primeira gera¸c˜ao continuam a ser as mais produzidas.

(32)

Figura 2.7: Distribui¸c˜ao “Produ¸c˜ao fotovoltaica - tecnologia” [17] Modelo el´etrico de uma c´elula fotovoltaica

No caso das c´elulas fotovoltaicas, um dos modelos poss´ıveis para a sua carateriza¸c˜ao consiste numa fonte de corrente em paralelo com um d´ıodo (que modela a jun¸c˜ao P-N) e com uma resistˆencia (RP), e em s´erie com uma resistˆencia (RS) [11][18].

Iph D Rp Rs I Id Ip V

Figura 2.8: Modelo El´etrico de uma c´elula fotovoltaica [11]

Atrav´es do modelo da figura anterior, ´e poss´ıvel obter a carater´ıstica corrente-tens˜ao (I-V).

I = Iph− Id− Ip = Iph− Ir " e  q(V +I RS) n kb T  − 1 # −V + I RS RP (2.2) Onde: [18][11]

• Iph´e a corrente produzida pela c´elula fotovoltaica quando iluminada; • Id´e a corrente do d´ıodo;

• Ir´e a corrente de satura¸c˜ao inversa da c´elula; • n ´e o fator de idealidade da jun¸c˜ao;

(33)

• q ´e a carga eletr´onica cuja unidade SI ´e Coulomb (C); • kb ´e a constante de Boltzmann cuja unidade SI ´e (J.K−1); • T ´e a temperatura da jun¸c˜ao cuja unidade SI ´e (J.K−1);

• RS e RP s˜ao as resistˆencias s´erie e paralelo da c´elula, respetivamente.

A corrente Iph pode ser descrita pela equa¸c˜ao 2.3: [11]

Iph = [ISC + αT(T − Tr)]

S

1000 (2.3)

Onde:

• ISC ´e a corrente de curto-circuito da c´elula, tendo em conta os valores de temperatura

e de radia¸c˜ao padr˜ao;

• αT ´e valor do coeficiente de temperatura da corrente ISC;

• T e Tr, s˜ao a temperatura da c´elula e uma temperatura de referˆencia, respetivamente;

• S ´e a irradiˆancia em W/m2.

Por sua vez, a corrente de satura¸c˜ao inversa pode ser modelada por: [11]

Ir = Irr  T Tr 3 e q Eg n kb  1 Tr+ −1 T  (2.4) Onde:

• Irr a corrente de satura¸c˜ao inversa associada `a temperatura Tr;

• Eg ´e a energia do band-gap intr´ınseca do material constituinte da c´elula.

O valor da corrente gerada pela c´elula fotovoltaica tornar-se-´a nulo caso esta n˜ao seja iluminada. Neste caso, e na eventualidade de ela fazer parte de uma associa¸c˜ao de c´elulas fotovoltaicas ou de possuir uma carga n˜ao resistiva, pode acontecer que a c´elula se comece a comportar como um d´ıodo, e consequentemente, comece a dissipar energia.

Para obter a equa¸c˜ao geral de uma associa¸c˜ao de c´elulas em s´erie e/ou paralelo, parte-se da an´alise do mesmo circuito, tendo o cuidado de efetuar a multiplica¸c˜ao da tens˜ao obtida pelo n´umero de c´elulas em s´erie, e a multiplica¸c˜ao da corrente obtida pelo n´umero de c´elulas em paralelo (no caso de estas serem idˆenticas). Assim, no caso de uma associa¸c˜ao de nS c´elulas

em s´erie com nP c´elulas em paralelo, o painel fotovoltaico resultante, pode ser modelado pela

seguinte equa¸c˜ao: [11]

I = nP  Iph− Ir  e q  V nS+I RSnP  n kb T − 1  − V nS + I RS nP RP   (2.5)

(34)

Carater´ısticas el´etricas

Um exemplo das curvas corrente-tens˜ao (I-V) e potˆencia-tens˜ao (P-V) para um dado m´odulo fotovoltaico ´e apresentado na figura 2.9.

(a) (b)

Figura 2.9 Curvas carater´ısticas de um m´odulo fotovoltaico I-V e P-V [11]

Com base nestas curvas, ´e poss´ıvel definir trˆes pontos importantes: a tens˜ao de circuito aberto (VOC), a corrente de curto-circuito (ISC) e o ponto de m´axima potˆencia (Maximum

Power Point - MPP).

• Corrente de Curto-Circuito

Este valor pode ser calculado, impondo V = 0 na equa¸c˜ao 2.2.

ISC = Iph− Ir " e  q(Rs ISC) A kb T  − 1 # −RsISC Rp (2.6)

A literatura considera irrelevante a contribui¸c˜ao da resistˆencia s´erie (Rs) para este valor,

pelo que o valor de ISC ´e aproximadamente igual `a foto-corrente gerada (Iph). Este valor

´

e proporcional ao valor da irradiˆancia (S) [18]. • Tens˜ao de Circuito Aberto

Este valor pode ser calculado, impondo I = 0 na equa¸c˜ao 2.2.

Voc = A kbT q ln  Iph+ Ir Ir  (2.7)

A tens˜ao de circuito aberto ´e fun¸c˜ao dos n´ıveis de irradiˆancia e da temperatura da jun¸c˜ao (T ). Nomeadamente, cresce logaritmicamente com o aumento da primeira e decresce linearmente com o aumento da segunda [18].

(35)

• Ponto de potˆencia m´axima

Analisando a curva carater´ıstica de uma c´elula solar e percebendo que para um es-pec´ıfico ponto de opera¸c˜ao a potˆencia fornecida ser´a dada pela ´area desde a origem at´e esse ponto, ´e simples perceber que a potˆencia fornecida por uma c´elula solar n˜ao ´e constante nem linear. Para n´ıveis de irradiˆancia e de temperatura constantes, a curva carater´ıstica da potˆencia de uma c´elula solar ´e cont´ınua e apresenta um ´unico ponto m´aximo exatamente no “joelho” da curva I-V apresentada anteriormente1. Pode-se ainda definir:

– Tens˜ao do ponto de m´axima potˆencia (Maximum Power Point Voltage - Vmpp)

Corresponde ao valor de tens˜ao que proporciona a m´axima transferˆencia de energia. Graficamente, ´e o valor da tens˜ao no “joelho” da curva I-V;

– Corrente do ponto de m´axima potˆencia (Maximum Power Point Current - Impp)

Corresponde ao valor de corrente que proporciona a m´axima transferˆencia de ener-gia. Graficamente, ´e o valor de corrente no “joelho” da curva I-V;

– Resistˆencia do ponto de m´axima potˆencia (Maximum Power Point Resistance -Rmpp)

Para definir este valor, torna-se necess´ario conhecer qual o ponto de funcionamento de um m´odulo fotovoltaico2 quando n˜ao se encontra em vazio, por exemplo, na

existˆencia de uma carga acoplada aos seus terminais (figura 2.10).

Painél ou

Módulo

Fotovoltaico

RL V

I

Figura 2.10: Interliga¸c˜ao de uma carga aos terminais de uma c´elula fotovoltaica Verifica-se que a equa¸c˜ao de carga do circuito anterior (I = RV

L) corresponde a

uma reta com centro na origem e declive igual a R1

L. Posto isto, ´e poss´ıvel concluir

que o ponto de opera¸c˜ao ser´a definido pela interse¸c˜ao da curva I-V com uma reta, cujo declive ´e igual ao inverso da resistˆencia de carga, como se pode verificar na figura 2.11.

1

Assim como ser´a abordado na sec¸c˜ao 2.1.4, para cumprir especifica¸c˜oes de corrente ou tens˜ao, as c´elulas

fotovoltaicas s˜ao agrupadas em m´odulos fotovoltaicos. Em situa¸c˜oes de cobertura parcial de algumas das

c´elulas (por exemplo, atrav´es de nuvens), deixa de existir um ´unico ponto de potˆencia m´axima, passando a

existir m´ultiplos locais [5].

2

O mesmo se aplica a c´elulas fotovoltaicas ou a pain´eis fotovoltaicos, sendo a ´unica diferen¸ca os valores

(36)

I / V

= 1 /

RL

Figura 2.11: Ponto de opera¸c˜ao definido pela interse¸c˜ao da recta de condutˆancia com a curva I-V

Ap´os entender o efeito que uma resistˆencia de carga tem na defini¸c˜ao do ponto de opera¸c˜ao de um m´odulo fotovoltaico, ´e intuitivo perceber que a resistˆencia do ponto de potˆencia m´axima representa a carga que um m´odulo fotovoltaico necessita de ter, de modo a que o seu ponto de opera¸c˜ao se encontre no ponto de potˆencia m´axima [18][19]. Este valor ´e definido pela equa¸c˜ao:

Rmpp =

Vmpp

Impp

(2.8) Se o valor da resistˆencia de carga for inferior a Rmpp, o m´odulo fotovoltaico ir´a

operar numa regi˜ao de tens˜ao aproximadamente constante (VOC), caso contr´ario, o

m´odulo fotovoltaico ir´a operar numa regi˜ao de corrente aproximadamente constante (ISC) [18].

No caso de a carga ser uma bateria ou um condensador, o que foi referido anterior-mente continua v´alido, com a ligeira diferen¸ca de que a resistˆencia de entrada deste tipo de componentes n˜ao ´e linear e ´e dependente do seu estado de carga. De modo a aprofundar este assunto, considere-se, sem perda de generalidade, que a tens˜ao de circuito aberto do m´odulo fotovoltaico ´e igual `a tens˜ao de circuito aberto da bateria. Ao conectar diretamente os dois componentes, inicialmente a tens˜ao que se encontra nos terminais da bateria ir´a definir o ponto de opera¸c˜ao e `a medida que esta vai sendo carregada, passar´a a consumir menos corrente. Esta diminui¸c˜ao da corrente, poder´a ser entendida como um aumento da sua resistˆencia de entrada que na pr´atica equivale a deslocar o ponto de opera¸c˜ao para a ass´ımptota cujo declive ´

e zero (ou seja, para a direita). Tal situa¸c˜ao seria extremamente ineficiente, pois a transferˆencia de energia n˜ao seria otimizada.

• Fill-Factor (FF) ´ E definido como: F F = Vmpp.Impp VOC.ISC (2.9) Se uma determinada c´elula possui um valor de FF igual a um, significa que a curva carater´ıstica I-V se aproxima de um retˆangulo. `A medida que o valor de FF diminui,

(37)

significa que a transi¸c˜ao do ISC para o VOC se d´a de forma suave, e consequentemente,

verifica-se que o valor de m´axima potˆencia ser´a efetivamente menor. Valores t´ıpicos encontram-se geralmente entre 0.7 e 0.83 [11].

• Normal Operation Cell Temperature

Este valor define a temperatura normal de opera¸c˜ao da c´elula fotovoltaica, considerando uma potˆencia luminosa incidente total de 800 W/m2, temperatura ambiente de 20◦C e velocidade do vento de 1 m/s [11].

Fatores que influenciam as curvas carater´ısticas

Como foi referido anteriormente, a curva carater´ıstica I-V n˜ao ´e est´atica. Pelo contr´ario, ´e fortemente dependente de carater´ısticas meteorol´ogicas como a intensidade da radia¸c˜ao solar e a temperatura a que as c´elulas se encontram expostas.

• Influˆencia da Irradiˆancia:

A varia¸c˜ao da irradiˆancia quase n˜ao afeta a tens˜ao de circuito aberto (exceto quando as varia¸c˜oes s˜ao extremas). No entanto, origina uma varia¸c˜ao proporcional na corrente gerada. Assim, a curva P-V tende a variar com os n´ıveis de luminosidade, figura 2.12 [11].

(a) Curva I-V (b) Curva P-V

Figura 2.12 Influˆencia dos n´ıveis de Irradiˆancia nas curvas carater´ısticas de um m´odulo fotovoltaico [11]

• Influˆencia da Temperatura:

A influˆencia da temperatura na curva carater´ıstica da c´elula fotovoltaica revela-se contr´aria `a da influˆencia da irradiˆancia. Assim, a corrente gerada apresenta poucas

3

A t´ecnica de MPPT denominada Tens˜ao Constante que ser´a apresentada posteriormente, deriva

(38)

altera¸c˜oes, enquanto que a tens˜ao de circuito aberto tem um efeito inverso `a varia¸c˜ao da temperatura, figura 2.13 [11].

(a) Curva I-V (b) Curva P-V

Figura 2.13 Influˆencia da Temperatura nas curvas carater´ısticas de um m´odulo fotovoltaico [11]

• Influˆencia da resistˆencia s´erie e da resistˆencia paralela

O efeito da varia¸c˜ao da resistˆencia s´erie ´e vis´ıvel na zona em que a c´elula se comporta como fonte de tens˜ao. Nessa zona, a inclina¸c˜ao da curva que interliga o MPP ao Voc

torna-se mais suave e como consequˆencia a potˆencia disponibilizada torna-se menor4, figura 2.14 [11].

(a) (b)

Figura 2.14 Influˆencia da resistˆencia s´erie nas curvas carater´ısticas de um m´odulo fotovoltaico [11]

Em contrapartida, a influˆencia da resistˆencia paralela predomina na ´area em que a c´elula

(39)

se comporta como fonte de corrente (ou seja, desde ISC at´e MPP). Ao diminuir o valor

desta, a inclina¸c˜ao da curva que liga estes dois pontos torna-se mais suave, diminuindo a potˆencia disponibilizada pela fonte, figura 2.15 [11].

(a) (b)

Figura 2.15 Influˆencia da resistˆencia paralela nas curvas carater´ısticas de um m´odulo fotovoltaico [11]

2.1.4 Constitui¸c˜ao de m´odulos fotovoltaicos

Uma c´elula fotovoltaica disponibiliza uma potˆencia reduzida. De modo a alcan¸car tens˜oes e/ou correntes desejadas, ´e normal associar diversas c´elulas fotovoltaicas em m´odulos fotovol-taicos, que, por sua vez, podem ser associados, criando pain´eis fotovoltaicos5.

Existem dois modos b´asicos de associa¸c˜ao de c´elulas fotovoltaicas: • Associa¸c˜ao em paralelo

Na associa¸c˜ao de c´elulas fotovoltaicas em paralelo (figura 2.16), a diferen¸ca de potencial n˜ao se ir´a alterar, enquanto que as correntes ser˜ao somadas. Contudo, no caso de uma das c´elulas se degradar ou se encontrar `a sombra, a diferen¸ca de potencial de todas as c´elulas ir´a tender para zero. Para colmatar esse problema ´e usual colocar um d´ıodo em s´erie com cada c´elula fotovoltaica (ou com cada grupo de c´elulas fotovoltaicas em s´erie), antes de as associar em paralelo.

Figura 2.16: M´odulo fotovoltaico constitu´ıdo por c´elulas fotovoltaicas associadas em paralelo [3]

5Neste processo de associa¸ao, ser´a conveniente que os seus elementos mais b´asicos (c´elulas fotovoltaicas

ou m´odulos fotovoltaicos) sejam idˆenticos. Caso contr´ario, o que possuir caracter´ısticas inferiores (tens˜ao e/ou

(40)

• Associa¸c˜ao em s´erie

Na associa¸c˜ao de c´elulas fotovoltaicas em s´erie (figura 2.17), a tens˜ao final ir´a resultar na soma das diferen¸cas de potencial de cada uma. A corrente, no entanto, n˜ao sofrer´a altera¸c˜oes.

Figura 2.17: M´odulo fotovoltaico constitu´ıdo por c´elulas fotovoltaicas associadas em s´erie [3]

Caso uma das c´elulas se degrade, o caminho ser´a cortado, pelo que, ´e usual a coloca¸c˜ao de d´ıodos em paralelo com cada c´elula (ou com cada grupo de c´elulas fotovoltaicas em paralelo), no sentido de servir como um caminho alterno. Embora seja uma t´ecnica muito utilizada, a coloca¸c˜ao destes d´ıodos, ir´a comprometer a uniformidade das curvas I-V e P-V criando m´ultiplos picos locais [5]. Este tipo de d´ıodos ´e usualmente designado por d´ıodos de bypass e encontram-se representados na figura 2.18 [19].

Figura 2.18: Incorpora¸c˜ao de um d´ıodo de bypass entre c´elulas [3]

A liga¸c˜ao entre m´odulos fotovoltaicos e cargas resistivas n˜ao apresenta cuidados extra. Contudo, o mesmo n˜ao pode ser dito no que toca `a liga¸c˜ao de m´odulos fotovoltaicos a dispo-sitivos armazenadores de energia, como baterias ou condensadores. Tendo em conta que em situa¸c˜oes de muito baixa irradiˆancia a diferen¸ca de potencial apresentada aos terminais do m´odulo pode ser consideravelmente reduzida quando comparada com a tens˜ao aos terminais da bateria, vai existir uma corrente de descarga da bateria que tende a fluir pelas c´elulas fotovoltaicas. Neste caso, as c´elulas fotovoltaicas ir˜ao atuar como dissipadores de energia que, em casos extremos, pode levar `a destrui¸c˜ao das mesmas [3]. Uma solu¸c˜ao passa pela introdu¸c˜ao de um d´ıodo de bloqueio em s´erie com o painel fotovoltaico tal como representado na figura 2.19 [3][19].

(41)

Figura 2.19: Incorpora¸c˜ao de um d´ıodo de bloqueio em s´erie com m´odulos fotovoltaicos [3]

2.1.5 Conversores comutados DC-DC

Como j´a foi referido, para al´em da curva Potˆencia-Tens˜ao de uma c´elula fotovoltaica ser n˜ao-linear e o seu ponto de funcionamento ser definido pela resistˆencia de carga, tamb´em ´e altamente dependente de fatores meteorol´ogicos (temperatura e n´ıveis de irradiˆancia) e intr´ınsecos (resistˆencia s´erie e paralela). Relativamente ao projeto em desenvolvimento, ´e necess´aria a interliga¸c˜ao de pain´eis fotovoltaicos com dispositivos armazenadores de energia. De modo a maximizar a energia el´etrica produzida torna-se assim necess´ario o desenvolvi-mento de um circuito que se comporte como uma resistˆencia de carga que possa ser variada dinamicamente. Variando esta e com o apoio de realimenta¸c˜ao negativa, ´e poss´ıvel manter o sistema em funcionamento no MPP. Ap´os an´alise da literatura, verificou-se que a maioria das solu¸c˜oes passa pela utiliza¸c˜ao de conversores DC-DC do tipo comutado, entre o m´odulo solar e a bateria/condensador. Tal escolha deve-se sobretudo, `as facilidades inerentes `a altera¸c˜ao da resistˆencia de entrada deste tipo de circuitos [20]. Usualmente, este tipo de conversores ao serem utilizados para esta aplica¸c˜ao espec´ıfica, passam a ser designados por conversores de MPPT. Outra vantagem que adv´em da utiliza¸c˜ao deste tipo de conversores, ´e a facilidade em adaptar os diferentes n´ıveis de tens˜ao `a sa´ıda da c´elula fotovoltaica, o que facilita na implementa¸c˜ao de algoritmos que otimizem o processo de carga dos elementos armazenadores de energia.

Descri¸c˜ao conceptual dos conversores DC-DC

Os conversores ou reguladores DC-DC (figura 2.20), permitem regular a tens˜ao (ou cor-rente), dentro de limiares bem definidos, independentemente de fatores externos como a va-ria¸c˜ao dos n´ıveis de potˆencia `a entrada, a varia¸c˜ao da temperatura e a varia¸c˜ao da carga `a sa´ıda [21].

(42)

Estes podem ser divididos em dois grandes grupos: • Conversores lineares;

• Conversores comutados.

Os primeiros, baseiam-se na dissipa¸c˜ao de potˆencia num elemento s´erie ou paralelo, at´e se conseguir alcan¸car os n´ıveis de tens˜ao (corrente) desejados. Por este motivo, os n´ıveis de tens˜ao (corrente) `a sa´ıda do conversor s˜ao sempre inferiores aos da entrada. Geralmente, esse elemento s´erie ou paralelo ´e um trans´ıstor bipolar a operar na regi˜ao linear. Apesar de serem ´otimos reguladores, apresentam valores de eficiˆencia relativamente baixos, derivado `a dissipa¸c˜ao de potˆencia no elemento s´erie/paralelo. Esta, contribui tamb´em para o aumento da temperatura interna dos mesmos, o que implica a necessidade de incorporar dissipadores de dimens˜oes consider´aveis e/ou circuitos de circula¸c˜ao de ar. Este tipo de cuidados encarece o pre¸co destes conversores. Apresentam ainda uma pequena rela¸c˜ao potˆencia/volume, o que torna a sua aplica¸c˜ao desfavor´avel para aplica¸c˜oes de grande potˆencia [21][23].

Os segundos apresentam carater´ısticas n˜ao lineares e permitem controlar o fluxo de energia el´etrica da entrada para a sa´ıda, atrav´es da intera¸c˜ao de interruptores, ativos e passivos (d´ıodos), com componentes reativos, indutˆancias e/ou condensadores. Estes componentes tˆem como principal fun¸c˜ao o armazenamento de energia de forma tempor´aria antes de ser transferida da entrada para a sa´ıda [22][23]. Os interruptores s˜ao, em geral, semicondutores de potˆencia que permitem ser controlados por um circuito externo, circuito esse que tem em considera¸c˜ao os sinais de sa´ıda do conversor para gerar os sinais de controlo do mesmo (realimenta¸c˜ao). Duas abordagens s˜ao, em geral, apresentadas para os sinais de controlo: Pulse Width Modulation (PWM), em que o sinal resultante apresenta uma frequˆencia fixa e uma largura de impulso vari´avel, ou Pulse Frequency Modulation (PFM) em que o sinal resultante apresenta uma frequˆencia vari´avel [21].

No presente trabalho vamos abordar a atua¸c˜ao de circuitos com PWM, por serem os circuitos utilizados na elabora¸c˜ao do projeto. No controlo com PWM atua-se uma vari´avel de controlo denominada duty-cycle (δ) e que denota a largura de impulso vari´avel. Atrav´es da varia¸c˜ao desta, ´e poss´ıvel ajustar os n´ıveis de tens˜ao (ou corrente) `a sa´ıda do conversor para al´em de ainda ser poss´ıvel variar a resistˆencia de entrada (ver sec¸c˜ao 2.1.5). A utiliza¸c˜ao deste tipo de conversores permite que a tens˜ao de sa´ıda seja superior ou inferior `a tens˜ao de entrada, e para al´em disso, pode apresentar ou n˜ao a mesma polaridade.

Adicionalmente aos componentes referidos anteriormente, tamb´em ´e normal inclu´ırem-se filtros de entrada e sa´ıda. Estes filtros tˆem como principal objetivo colmatar o facto da comuta¸c˜ao peri´odica dos interruptores gerar frequˆencias harm´onicas que tendem a aumentar o valor do ripple na sa´ıda, para al´em de gerar ru´ıdo eletromagn´etico. Na figura 2.21 encontra-se uma representa¸c˜ao esquem´atica de um conversor comutado [23].

(43)

Figura 2.21: Representa¸c˜ao esquem´atica de um conversor comutado DC-DC [23] Este tipo de conversores possui dois modos de funcionamento dependendo da corrente que circula na indutˆancia. Se a corrente se anular em algum instante est´a-se perante o modo de condu¸c˜ao descont´ınua (Discontinuous Conduction Mode - DCM), caso contr´ario, est´a-se perante o modo de condu¸c˜ao cont´ınua (Continuous Conduction Mode - CCM). Este ser´a o ´unico abordado ao longo deste texto, por apresentar uma maior eficiˆencia [24]. Como a gama de frequˆencias que este tipo de conversores admite pode variar desde kHz a MHz, os componentes reativos podem ter menor volume6, o que aumenta a rela¸c˜ao potˆencia/volume. Este aspeto e o alto rendimento que proporcionam (devido `as perdas por comuta¸c˜ao serem teoricamente nulas)7 revelam-se as maiores vantagens deste tipo de circuitos.

Topologias convencionais dos conversores comutados

As topologias convencionais que v˜ao ser apresentadas nesta sec¸c˜ao s˜ao n˜ao isoladas, ou seja, partilham a mesma referˆencia. Contudo, ´e poss´ıvel dot´a-las de transformadores, em aplica¸c˜oes que impliquem a necessidade de isolamento galvˆanico entre a entrada e a sa´ıda [21][23].

As topologias convencionais dos conversores comutados n˜ao isolados, podem ser agrupadas em:

• Topologias elementares

Na figura 2.22 apresentam-se as trˆes topologias b´asicas de conversores comutados: [23]

Vout Vin L D S Cout (a) Buck Vout Vin L D S Cout (b) Boost Vout L D S Vin Cout (c) Flyback

Figura 2.22 Topologias b´asicas de conversores comutados [23]

6

Relembrar que quanto maior a frequˆencia de comuta¸c˜ao, menor a quantidade de energia que um

compo-nente reativo tem que armazenar para posterior fornecimento `a carga.

7

Na pr´atica existem, com muito menor peso do que nos conversores lineares. Contudo, ainda podem

vir a ser minimizadas com t´ecnicas de interruptores ressonantes ou quase-ressonantes, que permitem que nos

instantes de comuta¸c˜ao a corrente ou a tens˜ao sejam nulas. Para obter mais informa¸c˜ao acerca deste tipo de

(44)

Analisando a figura 2.22 ´e poss´ıvel identificar:

– Um conversor step-down, tamb´em denominado buck. Esta topologia permite obter uma tens˜ao de sa´ıda inferior `a tens˜ao de entrada (figura 2.22a);

– Um conversor step-up, tamb´em denominado boost, que permite obter uma tens˜ao de sa´ıda superior `a tens˜ao de entrada (figura 2.22b);

– Um conversor flyback8, tamb´em denominado por inversor, que permite que a tens˜ao de sa´ıda tenha o sinal invertido face ao sinal de entrada (figura 2.22c).

Introduzindo algumas modifica¸c˜oes nas topologias anteriores (figura 2.23) ´e poss´ıvel obter: [23] C1 S D Vin C2 R L1 L2 Vout (a) Buck C1 S D Vin L1 L2 C2 R Vout (b) Boost C1 S D Vin L1 L2 C2 R Vout (c) C¨uk

Figura 2.23 Topologias obtidas atrav´es da modifica¸c˜ao das topologias b´asicas [23] – Um conversor step-down, tamb´em denominado buck, com um filtro de segunda

ordem na entrada (figura 2.23a);

– Um conversor step-up, tamb´em denominado boost, com um filtro de segunda ordem na sa´ıda (figura 2.23b);

– Um conversor C¨uk. O m´odulo da tens˜ao de sa´ıda deste conversor pode ser superior ou inferior `a tens˜ao de entrada e possui um filtro de segunda ordem tanto `a entrada como `a sa´ıda (figura 2.23c).

• Topologias n˜ao elementares

Existem topologias n˜ao elementares como o Single-Ended Primary Inductance Converter (SEPIC ) e o Zeta que tamb´em tˆem um papel preponderante na ind´ustria. Os seus circuitos encontram-se apresentados na figura 2.24.

8Alguma literatura designa este tipo de conversores por buck-boost. Contudo, n˜ao confundir com os

con-versores derivados de buck-boost que ir˜ao ser referidos neste documento. Estes, implicam sempre n´ıveis de

(45)

L1 C1 D L2 S C2 RL Vout Vin (a) SEPIC RL C2 L1 Vout Vin S C1 L2 D (b) Zeta

Figura 2.24 Topologias n˜ao elementares: SEPIC e Zeta [21]

Ambos, apresentam um princ´ıpio de funcionamento semelhante ao C¨uk e permitem que a tens˜ao de sa´ıda seja inferior ou superior `a tens˜ao de entrada.

Conversores DC-DC como resistˆencias vari´aveis

Como foi referido no in´ıcio desta sec¸c˜ao, os conversores DC-DC enquadram-se perfeita-mente nos m´etodos de obten¸c˜ao da potˆencia m´axima de uma c´elula fotovoltaica devido `a sua resistˆencia de entrada ser vari´avel dinamicamente em fun¸c˜ao do duty-cycle (δ) do sinal aplicado ao elemento de potˆencia.

De seguida, partindo das equa¸c˜oes dos trˆes tipos de conversores comutados mais utilizados (topologias buck, boost e derivadas do buck-boost9), v˜ao-se deduzir as equa¸c˜oes que definem as suas resistˆencias de entrada.

Para a dedu¸c˜ao das resistˆencia de entrada de cada um dos conversores, certas simplifica¸c˜oes v˜ao ser realizadas:

• O rendimento do conversor em modo CCM tem o valor de 100% e, como tal:

PIN = POU T (2.10)

• As tens˜oes de condu¸c˜ao dos d´ıodos e dos interrutores v˜ao ser desprezadas.

As seguintes dedu¸c˜oes poderiam ter sido feitas sem as simplifica¸c˜oes anteriores. Contudo, iriam aumentar o grau de complexidade das mesmas, sem valor acrescentado para os resultados que se pretendem demonstrar.

• Topologia Buck :

Tendo em conta que nesta topologia:

VOU T = VINδ (2.11)

VOU T = RLIOU T (2.12)

Na equa¸c˜ao anterior, RL´e a resistˆencia de carga acoplada ao conversor DC-DC.

9

Estas ´ultimas englobam as topologias mais complexas, como o Zeta, o C¨uk, o SEPIC e as abordagens

(46)

Substituindo a equa¸c˜ao 2.11 na equa¸c˜ao 2.10:

VINIIN = VINδ IOU T

IIN = δ IOU T (2.13)

Substituindo a equa¸c˜ao 2.11 na equa¸c˜ao 2.12:

VINδ = RLIOU T

IOU T =

VINδ

RL

(2.14) Combinando as equa¸c˜oes 2.13 e 2.14:

IIN δ = VINδ RL IIN = VINδ2 RL

Conclui-se que a resistˆencia de entrada da topologia Buck, pode ser modelada por: RIN =

RL

δ2 (2.15)

• Topologia Boost :

Tendo em conta que nesta topologia:

VOU T =

VIN

1 − δ (2.16)

VOU T = RLIOU T (2.17)

Substituindo a equa¸c˜ao 2.16 na equa¸c˜ao 2.10: VINIIN =  VIN 1 − δ  IOU T IIN = IOU T 1 − δ (2.18)

Substituindo a equa¸c˜ao 2.16 na equa¸c˜ao 2.17: VIN 1 − δ = RLIOU T IOU T = VIN RL(1 − δ) (2.19) Combinando as equa¸c˜oes 2.18 e 2.19:

IIN(1 − δ) = VIN RL(1 − δ IIN = VIN RL(1 − δ)2

A equa¸c˜ao que modela a resistˆencia de entrada da topologia Boost ´e:

(47)

• Topologias derivadas do Buck-Boost : Tendo em conta que nesta topologia:

VOU T =

VINδ

1 − δ (2.21)

VOU T = RLIOU T (2.22)

Substituindo a equa¸c˜ao 2.21 na equa¸c˜ao 2.10: VINIIN =  VINδ 1 − δ  IOU T IIN = δ IOU T (1 − δ) (2.23)

Substituindo a equa¸c˜ao 2.21 na equa¸c˜ao 2.22:  VINδ 1 − δ  IOU T = RLIOU T IOU T = VINδ (1 − δ) RL (2.24) Combinando as equa¸c˜oes 2.23 e 2.24:

IIN(1 − δ) δ = VINδ (1 − δ) RL IIN = VINδ2 RL(1 − δ)2

Conclui-se, que a resistˆencia de entrada das topologias derivadas do Buck-Boost, pode ser descrita por:

RIN =

RL(1 − δ)2

δ2 (2.25)

Analisando as equa¸c˜oes 2.15, 2.20 e 2.25, verifica-se que variando δ, a resistˆencia de entrada do Buck varia entre RL e ∞, a do Boost encontra-se entre 0 e RL, enquanto que a dos

conversores derivados do Buck-Boost varia entre 0 e ∞. Deste modo, verifica-se que ao utilizar unicamente uma destas topologias nunca ser´a poss´ıvel percorrer a totalidade da curva I-V desde ISC at´e VOC. No caso concreto do ponto de potˆencia m´axima se encontrar fora da

regi˜ao abrangida por uma destas topologias, nunca ser´a poss´ıvel alcan¸car esse ponto, devido `

a resistˆencia de entrada do conversor estar confinada dentro de outros limites [25]. Deste modo, com o objetivo de percorrer a curva completa, torna-se necess´aria a utiliza¸c˜ao de uma topologia mais complexa, como o Zeta, o C¨uk, o SEPIC ou uma abordagem multi-est´agio, englobando um boost e um buck [24][25].

No entanto, ´e preciso ter em aten¸c˜ao que:

• N˜ao ´e necess´ario possuir topologias que permitam obter a totalidade da curva I-V para aplica¸c˜ao de algoritmos de MPPT. O que se torna imprescind´ıvel ´e que a gama de varia¸c˜ao da resistˆencia de entrada do conversor em quest˜ao englobe o ponto de potˆencia m´axima.

(48)

Malha de realimenta¸c˜ao

De modo a incorporar realimenta¸c˜ao nos circuitos anteriores, podem ser seguidas duas abordagens: realimenta¸c˜ao por malha de tens˜ao ou por malha de corrente. Neste ponto, apenas se vai estudar a realimenta¸c˜ao por malha de tens˜ao.

Como j´a foi referido na sec¸c˜ao 2.1.5, os circuitos externos que ativam o interruptor geral-mente fazem-no com recurso a sinais de PWM ou de PFM.

• Pulse Width Modulation:

A ideia subjacente a este tipo de realimenta¸c˜ao ´e amostrar a tens˜ao de sa´ıda, compar´ a-la com uma tens˜ao de referˆencia e aplicar o sinal resultante a um gerador de PWM. Consequentemente, o duty-cycle do sinal vai ser fun¸c˜ao da tens˜ao de sa´ıda pretendida [21]. Na figura 2.25 encontra-se um esquema de funcionamento.

Vref PWM V in V o u t L D C Rl A

Figura 2.25: Esquema de funcionamento de uma realimenta¸c˜ao por amostragem de tens˜ao, com gera¸c˜ao de sinal PWM [21]

• Pulse Frequency Modulation:

Esta alternativa baseia-se na gera¸c˜ao de um sinal vari´avel em frequˆencia. Este sinal ativa o elemento de potˆencia quando a tens˜ao de sa´ıda se encontra acima da tens˜ao pretendida e desativa-o, caso contr´ario. Esta ´e uma das principais vantagens desta t´ecnica, devido a s´o alterar o estado do elemento de potˆencia quando ´e necess´ario, o que leva a uma diminui¸c˜ao das perdas do circuito [21].

O circuito da figura 2.26 pretende mostrar um esquema de funcionamento plaus´ıvel para esta t´ecnica. Existe um sinal C que ´e utilizado para colocar o elemento de potˆencia inativo (que se ir´a encontrar ap´os o flip-flop). S´o quando uma amostra da tens˜ao de sa´ıda (αV out) for inferior `a tens˜ao de referˆencia ´e que o elemento de potˆencia voltar´a ao modo ativo [21].

Referências

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