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INTEGRAÇÃO DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DO FILTRO DIGITAL DE BUTTERWORTH MEDIANTE ALGORITMO DE QUADRATURA NUMÉRICA DE ORDEM ELEVADA

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(1)

INTEGRAÇÃO DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DO

FILTRO DIGITAL DE BUTTERWORTH MEDIANTE

ALGORITMO DE QUADRATURA NUMÉRICA DE

ORDEM ELEVADA

Celso de Carvalho Noronha Neto1 & José Elias Laier2

R e s u m o

Neste trabalho é elaborado, através da linguagem FORTRAN, um método matricial que

representa o filtro de freqüências de sinais. Inicialmente, apresenta-se a formulação

das equações diferenciais do filtro de Butterworth e em seguida exibe-se a elaboração

de filtro digital através de algoritmos matriciais de passo simples empregando-se

integrador hermitiano. Obtidos por meio de métodos inspirados na dinâmica de

estruturas tal como Newmark de passo simples, os resultados apresentam excelente

precisão e estabilidade.

Palavras-chave: processamento de sinais; filtro digital; Butterworth; hermitiano;

solução numérica; equações diferenciais.

1 INTRODUÇÃO

Como sabido, um elemento estrutural quando solicitado por uma carga dinâmica apresenta diversos modos de vibração, com uma freqüência associada a cada modo. A título de ilustração, tem-se na figura 1 os três primeiros modos de vibração de um elemento de barra biapoiado solicitado dinamicamente.

Figura 1 - Modos de vibração de uma barra.

1 Mestre em Engenharia de Estruturas - EESC-USP, cnoronha@sc.usp.br

(2)

Na análise prática do comportamento dinâmico de uma estrutura in loco, para se obter as freqüências naturais correspondentes à estrutura ou elemento estrutural, dispõe-se em alguns pontos de interesse na estrutura um aparelho de mensuração chamados acelerômetros. Este aparelho capta a aceleração no decorrer do tempo. Tratando-se de um movimento onde estão presentes vários componentes de freqüência, para se obter as freqüências de interesse é necessário filtrar o sinal em sua forma bruta. A figura 2 procura ilustrar o processo de filtragem.

Sinal de entrada Sinal de saída

Figura 2 - Exemplo do processo de filtragem.

Atualmente há diversos tipos de filtros desenvolvidos pela engenharia elétrica, mais precisamente na área de processamento de sinais, porém o tipo abordado é o filtro digital de Butterworth. Portanto, por estar diretamente ligado aos resultados da engenharia de estruturas, o processo de filtragem merece certa atenção na análise dinâmica estrutural. Além de interpretar a literatura utilizada pelos engenheiros elétricos, o objetivo da dissertação é promover um algoritmo numérico inspirado nos utilizados pela engenharia de estruturas.

2 INTEGRAÇÃO DAS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DO FILTRO DIGITAL

DE BUTTERWORTH MEDIANTE ALGORITMO DE QUADRATURA

NUMÉRICA DE ORDEM ELEVADA

2.1 Equação diferencial de filtragem

A equação diferencial de filtragem tem como objetivo envolver duas funções, uma denominada sinal de entrada, com a nomenclatura x(t), e outra denominada sinal de saída, com nomenclatura y(t), na forma:

) t ( x dt ) t ( y d a N 0 k k k k =

= (1)

onde N representa a ordem da equação diferencial.

Para lidar com o estudo da equação diferencial, torna-se interessante utilizar a transformada de Fourier, o que torna uma equação diferencial de ordem N em uma equação algébrica de N raízes denominadas pólos, devido à propriedade da transformada das derivadas. A base do processo consiste em relacionar a transformada de Fourier do sinal de entrada (Y(ω)) e do sinal de saída (X(ω)) da seguinte forma:

(3)

2 pólos 5 pólos 20 pólos ) ( X ) ( Y ) ( H ω ω = ω (2)

Prova-se que a amplitude do sinal de saída (AY) se relaciona com o sinal de entrada (AX) na forma:

X Y H( ).A

A = ω (3)

onde, devido a este fato, arranja-se uma equação diferencial objetivando |H(ω)|≈1 para freqüências de interesse e |H(ω)|≈0 para freqüências indesejadas.

A saber, existem quatro tipos básicos de filtro, o passa-baixa, que retém componentes de freqüência acima de um certo valor, o passa-alta, que retém as componentes com freqüência abaixo de um certo valor, o passa-banda, que coleta apenas as componentes com freqüências dentro de uma certa faixa e o rejeita-banda, que retém apenas as componentes com freqüências dentro de uma faixa. Porém os três últimos podem ser obtidos através do primeiro. Sendo assim, o tipo básico utilizado neste estudo é o filtro passa-baixa.

A eficiência da filtragem em freqüência decorre de uma adequada escolha para o módulo |H(ω)|. No modelo de Butterworth tal escolha é do tipo:

N 2 c N 1 1 ) ( H ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ω ω + = ω (4)

A figura 3 ilustra graficamente a igualdade (4) para N igual a 2, 5 e 20.

|HN(ω)|

ωc =50 rad/s rad/s

Figura 3 - Comportamento de |HN(ω)| para N assumindo valores de 2, 5 e 20.

Nota-se que a zona de transição é mais abrupta conforme se aumenta o número de pólos (ordem da equação diferencial).

Aplicando a transformada de Fourier na equação diferencial de filtragem (1), tem-se:

)

(

X

)

(

Y

)

i

(

a

N 0 k k k

ω

=

ω

ω

= (5)

(4)

chegando-se a uma relação algébrica. Assim, denominando PN(ω) o polinômio relativo à transformada de Fourier das derivadas da equação diferencial, ou seja:

=

ω

=

ω

N 0 k k k N

(

)

a

(

i

)

P

(6)

a relação (4) pode é assegurada quando:

− = ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ π+ π+π ⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ − ω ω = ω N1 0 k 2 N k N 2 i c N( ) i e P (7)

A tabela 1 denota os coeficientes da equação diferencial para os primeiros oito pólos.

Tabela 1 - Coeficientes de Butterworth para até 8 pólos.

2.2 Filtro digital com quadratura numérica de segunda ordem (integrador

trapezoidal)

Uma vez demonstrado como se obter as equações de filtragem em freqüência segundo o modelo de Butterworth, segue-se o desenvolvimento do clássico algoritmo de integração de segunda ordem de convergência, denominado algoritmo trapezoidal. Na filtragem digital, os dados de entrada são, em geral, os captados pelo aparelho de mensuração, armazenando-se os valores da grandeza de interesse a cada intervalo de tempo especificado Δt. Assim, o vetor de entrada é do tipo xk=x(kΔt), ou seja, sendo xk o k-ésimo valor captado. A equação diferencial deve então ser representada por um algoritmo numérico equivalente, cuja integração resulte num vetor de resposta yk =y(kΔt).

2.2.1 Equação diferencial na forma reduzida

O método consiste em transformar uma equação diferencial de ordem N em N equações diferenciais de primeira ordem de forma matricial. Portanto, tendo-se uma equação diferencial na forma:

Número

de pólos

a

1

a

2

a

3

a

4

a

5

a

6

a

7

a

8

a

9

1

1 1 0 0 0 0 0 0 0

2

1 1,414 1 0 0 0 0 0 0

3

1 2 2 1 0 0 0 0 0

4

1 2,613 3,414 2,613 1 0 0 0 0

5

1 3,236 5,236 3,236 3,236 1 0 0 0

6

1 3,864 7,464 9,141 7,464 3,864 1 0 0

7

1 4,494 10,103 14,606 14,606 10,103 4,494 1 0

8

1 5,126 13,138 21,848 25,691 21,848 13,138 5,126 1

(5)

)

t

(

x

b

)

t

(

y

a

dt

)

t

(

dy

a

...

dt

)

t

(

y

d

a

dt

)

t

(

y

d

a

N 1 1 0 0 1 N 1 N N N N

+

+

+

+

=

− − (8)

pode-se reduzir em N equações diferenciais em cada instante t, ou seja:

i N 0 i ) 1 N ( ) 1 N ( ) 2 N ( ) 2 N ( ) 3 N ( ) 3 N ( 2 2 N 1 N N 2 N N 3 N N 3 N 1 N 0 i ) 1 N ( ) 1 N ( ) 2 N ( ) 2 N ( ) 3 N ( ) 3 N ( 2 2 x a b0 0 0 0 0 dt y d dt y d dt y d dt y d dt dyy a a a a a a a a a a a a 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 dt y d dt y d dt y d dt y d dt y d y ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎭ ⎪⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎬ ⎫ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎩ ⎪⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎨ ⎧ + ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎭ ⎪⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎬ ⎫ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎩ ⎪⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎨ ⎧ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ ⎡ − − − − − − = ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎭ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎬ ⎫ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎩ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎨ ⎧ − − − − − − − − − − • − − • − − • − • • • M M L L L L M M M O M M M L L M (9)

que pode ser resumido como: i i i

[

A

]{

Y

}

{

X

}

}

Y

{

=

+

(10)

onde {Y}i é denominado vetor de resposta e {X}i é denominado vetor de entrada.

2.2.2 Integração trapezoidal da equação diferencial

O integrador trapezoidal aplicado em todos os termos do vetor de resposta pode ser resumido como:

+

Δ

+

=

• • + +1 i i i 1 i

{

Y

}

{

Y

}

2

t

}

Y

{

}

Y

{

(11)

A substituição de (10) em (11), com conseqüente rearranjo dos termos conduz a: i i 1 i

[

G

*]{

Y

}

{

F

}

}

Y

]{

G

[

+

=

+

(12) onde:

]

A

[

2

t

]

I

[

]

G

[

=

Δ

]

A

[

2

t

]

I

[

*]

G

[

=

+

Δ

(13)

[

i i 1

]

i

{

X

}

{

X

}

2

t

}

F

{

=

Δ

+

+

(6)

2.2.3 Resultados obtidos

O algoritmo trapezoidal foi desenvolvido via linguagem FORTRAN, utilizando as relações (12) e (13) com condições iniciais nulas, ou seja, {Y}0={0}. Para o caso de um sinal de entrada composto por duas freqüências, uma abaixo do corte com amplitude unitária e outra acima do corte com 0,3 de amplitude, emprega-se filtros de cinco, dez e quinze pólos de acordo com as figuras 4, 5 e 6 respectivamente.

Figura 5.6 - Análise do filtro trapezoidal de cinco pólos

-1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 Sinal de entrada Algoritmo trapezoidal de 5 pólos

(7)

Figura 5.7 - Análise do filtro trapezoidal de dez pólos

-1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 Sinal de entrada Algoritmo trapezoidal de 10 pólos

Figura 5.8 - Análise do filtro trapezoidal de quinze pólos

-1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 Sinal de entrada Algoritmo trapezoidal de 15 pólos

Percebe-se que conforme se aumenta o número de pólos, mais próximo do ideal é o filtro, porém o tempo de resposta do sistema aumenta, pois para uma equação de filtragem de ordem N, no instante inicial tem-se as N primeiras ordens de derivadas igualadas à zero devido às condições de contorno.

Figura 5 - Análise do filtro trapezoidal de dez pólos.

(8)

2.3 Filtro digital com quadratura numérica de ordem superior (operador

hermitiano)

Entende-se por operador hermitiano o integrador que envolve a função e suas derivadas em pontos discretos. Em verdade, o integrador trapezoidal como mostrado em (11) é um operador hermitiano com erro local de terceira ordem, por envolver o vetor {Y} e sua derivada nos pontos i e i+1.

Assim, o operador busca a melhor combinação linear que satisfaça uma igualdade quando expandidos mediante a aplicação da série de Taylor. Integradores com maior grau de precisão podem ser obtidos através da consideração de uma combinação hermitiana contendo mais termos com maior grau de derivação, conforme extensão apresentada também neste trabalho.

2.3.1 Operador hermitiano com derivada de segunda ordem

Considerando uma combinação linear, contendo a segunda derivada da função, na forma: 1 i 2 6 i 2 5 1 i 4 i 3 1 i 2 i 1

y

c

y

c

t

y

c

t

y

c

t

y

c

t

y

c

+

+

+

Δ

&

+

Δ

&

+

+

Δ

&&

+

Δ

&&

+ (14) tem-se que a substituição da série de Taylor nos pontos i+1 fornece:

(

)

(

)

L + Δ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ + + + Δ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ + + + Δ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ + + + + Δ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ + + + Δ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎝ ⎛ + + + + Δ + + + + i 6 6 6 6 4 2 i 5 5 5 6 4 2 i 4 4 4 6 4 2 i 3 3 3 6 4 2 i 2 2 2 6 5 4 2 i 4 3 2 i 2 1 dt y d t 24 c 120 c 720 c dt y d t 6 c 24 c 120 c dt y d t 2 c 6 c 24 c ... ... dt y d t c 2 c 6 c dt y d t c c c 2 c dt dy t c c c y c c (15)

Para a combinação (14) ser o mais próximo de zero, procura-se anular o máximo possível de parcelas em (15) para que a ordem de erro local do operador seja mais elevada. É óbvio que uma solução trivial onde todas as constantes em (14) são nulas satisfaz o sistema. Devido a isso, deve-se arbitrar o valor de uma constante. De forma geral, a penúltima constante em (14) é sempre positiva e menor. Portanto, é interessante arbitrá-la como sendo unitária, trabalhando-se assim somente com números inteiros.

Resolvendo o sistema linear gerado por (15), tem-se que a combinação correspondente adquire a forma:

( )

5 1 i 2 i 2 1 i i 1 i i

12

y

6

t

y

6

t

y

t

y

t

y

0

O

t

y

12

+

+

Δ

&

+

Δ

&

+

+

Δ

&&

Δ

&&

+

=

+

Δ

(16)

onde a ordem de erro desta aproximação é proporcional à quinta potência de Δt. é oportuno notar que para o caso de se desconsiderar a segunda derivada, recai-se no integrador trapezoidal.

2.3.2 Caso geral dos operadores hermitianos

Seja o sistema matricial proveniente de (15) resumido como se segue:

(9)

onde {c} representa o vetor contendo as constantes c´s da combinação (14) e {f} um vetor de resposta onde os termos são nulos exceto o primeiro termo, que está reservado para arbitrar um valor unitário para a penúltima constante. De forma genérica, combinações hermitianas contendo grau M de derivadas apresenta um sistema matricial a ser resolvido onde [β], de dimensões (2M+2)x(2M+2), vale:

=

β

+ − − − − − − − − − − − − − − − − − ! 1 )! 1 ( 1 )! 1 2 ( 1 )! 2 ( 1 )! 1 ( 1 ! 1 )! 2 2 ( 1 )! 1 2 ( 1 )! 2 ( 1 )! 1 ( 1 )! 3 2 ( 1 )! 2 2 ( 1 )! 3 ( 1 )! 2 ( 1 )! 4 2 ( 1 )! 3 2 ( 1 )! 1 2 ( 1 )! 1 3 ( 1 )! 1 1 ( 1 )! 1 2 ( 1 )! 1 1 ( 1

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

0

1

0

0

0

0

0

0

0

1

0

1

0

0

0

0

0

0

]

[

M M M M M M M M M M M M M M M M

L

L

L

L

M

M

M

M

O

M

M

M

M

L

L

L

L

(18)

2.2.3 Integração da equação diferencial de filtragem via operador hermitiano contendo derivada segunda

Analogamente ao executado em 2.2.2, a integração se dá substituindo os termos contendo derivadas em (16) pela equação diferencial de filtragem na sua forma matricial reduzida. Nota-se que em (16) aparece a segunda derivada do vetor de resposta. Para discretizá-la no domínio do tempo, deriva-se ambos os membros da equação diferencial (10) obtendo-se:

i i i [A]{Y} {X} } Y {•• = • + • (19)

e, por recorrência de (10), tem-se: i i i 2 i

[

A

]

{

Y

}

[

A

]{

X

}

{

X

}

}

Y

{

••

=

+

+

• (20)

Nota-se que a derivada de ordem N do vetor de resposta pode ser dada como:

− = − − + = N1 0 k k i k k 1 N i N i N N dt } X { d ] A [ } Y { ] A [ dt } Y { d (21) Aplicando o integrador hermitiano em todos os graus de derivadas do vetor de resposta, tem-se que a substituição de (10) e (20) em (16) já na forma matricial, fornece: i i 1 i [G*]{Y} {F} } Y ]{ G [ + = + (22) onde: 2 2

[

A

]

t

]

A

[

t

6

]

I

[

12

]

G

[

=

Δ

+

Δ

(10)

2 2

[

A

]

t

]

A

[

t

6

]

I

[

12

*]

G

[

=

+

Δ

+

Δ

(23)

(

2

)

i

(

2

)

i 1 2 i 2 i 1 i

6

t

t

[

A

]

{

X

}

6

t

t

[

A

]

{

X

}

t

{

X

}

t

{

X

}

}

F

{

=

Δ

+

Δ

+

Δ

Δ

+

+

Δ

&

Δ

&

+

Devido à diferença numérica mínima entre o algoritmo hermitiano e o trapezoidal, os resultados obtidos são praticamente os mesmos.

2.4 Análise comparativa entre os algoritmos

Cabe agora uma comparação numérica entre o algoritmo trapezoidal e o algoritmo hermitiano, analisando seus erros locais e seus comportamentos perante alguns tipos de sinais de entrada.

Utiliza-se o filtro de dois pólos e freqüência de corte estipulada de ωc=50rad/s para todos os casos comparativos.

2.4.1 Entrada de uma única freqüência

Para o caso de um sinal de entrada do tipo x(t)=sen(ω0t), a tabela 2 fornece os erros locais dos algoritmos em um certo trecho no de tempo discretizado com Δt=0,01s.

Tabela 2 - Erros locais dos algoritmos para Δt=0,01s.

Nota-se o produto da superioridade numérica do algoritmo hermitiano.

2.4.2 Comportamento dos algoritmos perante a variação de Δt

Admitindo um sinal de entrada do tipo:

x(t)=sen(30t)+0,3sen(70t) (24) as tabelas 3, 4 e 5 mostram os resultados obtidos com os algoritmos trapezoidal e hermitiano com discretizações no tempo com passos de Δt=0,005s, Δt=0,01s e Δt=0,02s, respectivamente. A comparação com o resultado teórico e seus respectivos erros locais é também aí indicada.

w0 = 30 rad/s w0 = 70 rad/s w0 = 30 rad/s w0 = 70 rad/s

0,50 50 0,002121 0,030527 0,000005 0,000691 0,51 51 -0,000085 0,009861 0,000002 0,000438 0,52 52 -0,002284 -0,015444 -0,000001 -0,000020 0,53 53 -0,004279 -0,033485 -0,000004 -0,000470 0,54 54 -0,005892 -0,035777 -0,000006 -0,000698 0,55 55 -0,006978 -0,021243 -0,000008 -0,000598 0,56 56 -0,007441 0,003282 -0,000009 -0,000217 0,57 57 -0,007240 0,026263 -0,000009 0,000266 0,58 58 -0,006391 0,036893 -0,000009 0,000624 0,59 59 -0,004972 0,030171 -0,000008 0,000689 0,60 60 -0,003109 0,009259 -0,000006 0,000429 Operador hermitiano t (s) i Trapezoidal

(11)

Tabela 3 - Erros locais dos algoritmos para Δt=0,005s.

Tabela 4 - Erros locais dos algoritmos para Δt=0,01s.

Tabela 5 - Erros locais dos algoritmos para Δt=0,02s.

t (s) i Algoritmo Trapezoidal Algoritmo Hermitiano Resultado Teórico Erro Local Trapezoidal Erro Local Hermitiano 2,000 400 0,5088771 0,5086904 0,5086911 -0,0001860 0,0000007 2,005 401 0,4346363 0,4350738 0,4350764 0,0004400 0,0000025 2,010 402 0,3495061 0,3503734 0,3503774 0,0008713 0,0000040 2,015 403 0,2509394 0,2519742 0,2519792 0,0010397 0,0000050 2,020 404 0,1373685 0,1382760 0,1382813 0,0009128 0,0000052 2,025 405 0,0086985 0,0091910 0,0091958 0,0004974 0,0000048 2,030 406 -0,1333696 -0,1335339 -0,1335302 -0,0001606 0,0000037 2,035 407 -0,2852329 -0,2862166 -0,2862145 -0,0009816 0,0000021 2,040 408 -0,4415178 -0,4433803 -0,4433801 -0,0018623 0,0000002 2,045 409 -0,5954384 -0,5981248 -0,5981266 -0,0026882 -0,0000018 2,050 410 -0,7393462 -0,7426902 -0,7426938 -0,0033476 -0,0000036 t (s) i Algoritmo Trapezoidal Algoritmo Hermitiano Resultado Teórico Erro Local Trapezoidal Erro Local Hermitiano 2,000 200 0,5097683 0,5087050 0,5086911 -0,0010772 -0,0000138 2,010 201 0,3470891 0,3502552 0,3503774 0,0032882 0,0001222 2,020 202 0,1346076 0,1380831 0,1382813 0,0036736 0,0001982 2,030 203 -0,1331039 -0,1337079 -0,1335302 -0,0004263 0,0001777 2,040 204 -0,4362191 -0,4434502 -0,4433801 -0,0071610 0,0000701 2,050 205 -0,7295064 -0,7426198 -0,7426938 -0,0131875 -0,0000741 2,060 206 -0,9549078 -0,9699793 -0,9701660 -0,0152582 -0,0001867 2,070 207 -1,0617093 -1,0732806 -1,0734948 -0,0117854 -0,0002142 2,080 208 -1,0254530 -1,0289530 -1,0290959 -0,0036428 -0,0001428 2,090 209 -0,8571378 -0,8509550 -0,8509601 0,0061777 -0,0000051 2,100 210 -0,5985870 -0,5848240 -0,5846888 0,0138982 0,0001352 t (s) i Algoritmo Trapezoidal Algoritmo Hermitiano Resultado Teórico Erro Local Trapezoidal Erro Local Hermitiano 2,000 100 0,5186370 0,4976238 0,5086911 -0,0099459 0,0110674 2,020 101 0,1242062 0,1310142 0,1382813 0,0140750 0,0072670 2,040 102 -0,4193104 -0,4346896 -0,4433801 -0,0240697 -0,0086905 2,060 103 -0,9100579 -0,9596002 -0,9701660 -0,0601081 -0,0105657 2,080 104 -1,0090537 -1,0337195 -1,0290959 -0,0200422 0,0046236 2,100 105 -0,6367483 -0,5963864 -0,5846888 0,0520595 0,0116976 2,120 106 -0,0754633 -0,0151865 -0,0160847 0,0593785 -0,0008982 2,140 107 0,3820011 0,3990591 0,3870819 0,0050808 -0,0119772 2,160 108 0,6952230 0,6798132 0,6769332 -0,0182897 -0,0028799 2,180 109 0,8920949 0,8973578 0,9088145 0,0167197 0,0114567 2,200 110 0,8311364 0,8547581 0,8619961 0,0308598 0,0072380

(12)

Percebe-se nesse exemplo que o algoritmo hermitiano, embora seja derivado de uma quadratura numérica superior, apresenta aqui a mesma instabilidade observada para o algoritmo trapezoidal, conforme o passo de tempo se aproxima do período do sinal.

2.4.3 Análise de entrada amortecida

Considerando o caso de um sinal de entrada do tipo:

x(t)=sen(30t)e-2t (25)

a figura 7 contempla, com ωc=50rad/s e Δt=0,01s, a comparação entre o sinal de entrada (25) e o sinal de saída (filtrado), empregando-se, por exemplo, um filtro trapezoidal de dez pólos. No início do movimento, nota-se que a correspondência em amplitude não é obedecida devido ao tempo de resposta do sistema. Por outro lado, a partir do segundo ciclo em diante, observa-se que há sim uma correspondência na amplitude do sinal de entrada e do sinal de saída, denotando-se uma certa defasagem.

Figura 7 - Análise de entrada exponencial no algoritmo trapezoidal de dez pólos.

2.4.4 Análise de entrada contendo parcela randômica

Admitindo então uma entrada do tipo:

x(t)=sen(30t) + ε(ζ) (26)

onde ε representa uma parcela aleatória de valor máximo ζ. Para um filtro de dois pólos com corte ωc=50rad/s e Δt=0,02s, a tabela 6 copara o resultado do algoritmo trapezoidal, o resultado do algoritmo hermitiano e o resultado teórico, com os respectivos erros locais dos algoritmos para ζ=0,1.

-1 -0,8 -0,6 -0,4 -0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 Algoritmo Trapezoidal de 10 pólos Sinal de entrada

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Tabela 6 - Análise de entrada randômica com envoltória de 10% do valor da amplitude do sinal de entrada.

Percebe-se que o algoritmo hermitiano se comporta de forma excepcional perante um erro aleatório de 10% da amplitude. Supondo então o mesmo exemplo porém com um erro de 20% da amplitude, ou seja ε (0,2), a tabela 7 compara os valores obtidos nos dois algoritmos.

Tabela 7 - Análise de entrada randômica com envoltória de 20% do valor da amplitude do sinal de entrada.

Nota-se novamente o bom desempenho do algoritmo hermitiano. A tabela 8 admite para o mesmo exemplo um erro de até 30% na leitura do aparelho.

Hermitiano Trapezoidal Hermitiano Trapezoidal

200 -0,282586027 -0,3099134 -0,2826348 -0,0000488 0,0272786 201 0,273296109 0,20050626 0,2734604 0,0001643 0,0729542 202 0,733712846 0,685483872 0,7340281 0,0003152 0,0485442 203 0,937827373 0,94646643 0,9381786 0,0003512 -0,0082878 204 0,814336612 0,844372323 0,8145964 0,0002597 -0,0297760 205 0,40637944 0,418575098 0,4064522 0,0000727 -0,0121229 206 -0,143532967 -0,14096523 -0,1436775 -0,0001445 -0,0027122 207 -0,643300384 -0,61347719 -0,6436164 -0,0003160 -0,0301392 208 -0,918339673 -0,87580235 -0,9187216 -0,0003820 -0,0429193 209 -0,872571698 -0,85718783 -0,8728910 -0,0003193 -0,0157031 210 -0,52198453 -0,52254391 -0,5221344 -0,0001498 0,0004095 i Yi do algoritmo: Resultado Teórico Erro local

Hermitiano Trapezoidal Hermitiano Trapezoidal

200 -0,282632861 -0,3222592 -0,2826348 -0,0000020 0,0396244 201 0,273249275 0,272187367 0,2734604 0,0002111 0,0012730 202 0,733666012 0,789203516 0,7340281 0,0003621 -0,0551754 203 0,937780539 1,025659272 0,9381786 0,0003981 -0,0874807 204 0,814289778 0,935141511 0,8145964 0,0003066 -0,1205452 205 0,406332606 0,543742334 0,4064522 0,0001196 -0,1372902 206 -0,143579801 -0,02683348 -0,1436775 -0,0000977 -0,1168440 207 -0,643347218 -0,5491421 -0,6436164 -0,0002692 -0,0944743 208 -0,918386507 -0,84030032 -0,9187216 -0,0003351 -0,0784213 209 -0,872618532 -0,82839273 -0,8728910 -0,0002724 -0,0444982 210 -0,522031364 -0,50873409 -0,5221344 -0,0001030 -0,0134003 i Yi do algoritmo: Resultado Teórico Erro local

(14)

Tabela 8 - Análise de entrada randômica com envoltória de 30% do valor da amplitude do sinal de entrada.

2.4.5 Sinal de entrada puramente randômico

Finalizando a análise, uma entrada puramente randômica é admitida como sinal de entrada. O sinal de resposta esperado, naturalmente, é nulo. A figura 8 demonstra um dos sinais randômicos de variação limitada entre –0,4 e +0,4, para um filtro de dez pólos com ωc=50rad/s e Δt=0,02s.

Figura 8 - Filtragem de sinal puramente randômico com filtro de dez pólos.

Hermitiano Trapezoidal Hermitiano Trapezoidal

200 -0,282656478 -0,3339654 -0,2826348 0,0000216 0,0513306 201 0,273225916 0,202841142 0,2734604 0,0002345 0,0706193 202 0,733642489 0,75592873 0,7340281 0,0003856 -0,0219007 203 0,93775683 1,032592538 0,9381786 0,0004218 -0,0944139 204 0,81426597 0,959561831 0,8145964 0,0003304 -0,1449655 205 0,406308769 0,617420176 0,4064522 0,0001434 -0,2109680 206 -0,143603636 0,078786053 -0,1436775 -0,0000738 -0,2224635 207 -0,643371044 -0,51893862 -0,6436164 -0,0002454 -0,1246778 208 -0,918410327 -0,88306626 -0,9187216 -0,0003113 -0,0356554 209 -0,87264235 -0,85700615 -0,8728910 -0,0002486 -0,0158848 210 -0,522055181 -0,54887377 -0,5221344 -0,0000792 0,0267394 i Yi do algoritmo: Resultado Teórico Erro local

(15)

3 CONCLUSÕES

Em primeiro lugar, cabe assinalar que foram duas as principais contribuições do presente trabalho para a análise dinâmica de estruturas. A primeira delas, a mais importante, foi uma apropriada leitura processo de filtragem de freqüência, traduzindo-se a redação de tal processo, por assim traduzindo-se dizer, para uma linguagem mais facilmente inteligível para a engenharia de estruturas. A segunda contribuição, de cunho mais inédito, foi o desenvolvimento de algoritmos incondicionalmente estáveis e com alta precisão para a filtragem digital de freqüências segundo o clássico modelo de Butterworth.

O emprego de operadores hermitianos de ordem elevada [6] na elaboração de algoritmos de integração das equações diferenciais correspondentes aos filtros de Butterworth se mostrou bastante sugestivo. Os operadores hermitianos em questão foram elaborados procurando-se, como mostrado, aumentar a ordem de precisão do integrador, sem deixar de se utilizar a importante característica de se tratar e um algoritmo matricial de passo único, no qual, para a consideração das condições iniciais, diferentemente do que ocorre com os algoritmos de múltiplos passos, bastante usuais na engenharia elétrica, não é necessário ter-se em conta a elaboração de algoritmos especiais. É interessante também ser observado que a forma mais simples deste operador consiste no clássico integrador trapezoidal, muito empregado na engenharia de estruturas. Todavia, tal operador é empregado na dinâmica das estruturas gerando-se algoritmos de integração de passo único, e não como preconizado pela via da chamada transformada Z, conduzindo-se a um algoritmo de integração de passo duplo. Neste trabalho, foi elaborado um algoritmo com erro local de integração de quinta ordem, e indicados os procedimentos para a obtenção de algoritmos com ordem maior de precisão. Os resultados obtidos são, naturalmente, de maior precisão, mas é necessário ressaltar que, conforme a combinação de operadores hermitianos envolve mais valores de derivadas de maior ordem, torna-se necessário contar também com uma maior discretização do sinal de entrada, que deve ter ordem de erro compatível com a do integrador sendo considerado.

Verificou-se em alguns exemplos de aplicação que o algoritmo hermitiano mostrou-se capaz de filtrar um sinal, mesmo quando considerada uma componente aleatória no sinal de entrada (um eventual erro aleatório de leitura do aparelho de mensuração, por exemplo). Pode-se justificar tal comportamento pelo fato de que uma eventual regularidade na freqüência do sinal aleatório não dispor de duração suficiente para mobilizar valores na resposta em regime permanente (tempo de resposta do filtro), como sucede com a componente harmônica presente.

Vale ressaltar que a redução da equação diferencial de filtragem a um sistema de equações diferenciais de primeira ordem considerada neste trabalho pode ser aplicada não só para o caso do filtro de Butterworth, mas também para o do filtro de Chebyschev, do filtro elíptico e outros, dado que também possuem suas respectivas equações diferenciais no domínio do tempo, resultando-se, naturalmente, em diferentes algoritmos de filtragem de freqüência. Aliás, tal redução apresentada pode ser aplicada para formular a integração de qualquer equação diferencial.

4 AGRADECIMENTOS

Agradecemos à CNPq pelo apoio financeiro, sem o qual esta pesquisa não poderia ter sido realizada.

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5 REFERÊNCIAS

LUDEMAN, L. C. (1987). Fundamentals of digital signal processing. New Mexico: State University.

WARBURTON, G. B. The dynamical behavior of structures. Oxford: Pergamon Press, 1976.

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CARLSON, G. E. Signal and linear system analysis. University of Missouri, 1998. ASCHER, U. M.; ROBERT, M. M.; Russel, R. D. Numerical solution of boundary

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LAIER, J. E. High order hermitian algorithm of integration in time. In: ASCE Engineering Mechanics Conference, 15., Columbia University, New York, NY, 2002. NORONHA NETO. C. C. (2003). Integração das equações diferenciais do filtro

digital de Butterworth mediante algoritmo de quadratura numérica de ordem elevada. São Carlos. Dissertação (Mestrado) - Escola de Engenharia de São Carlos -

Referências

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