CONTROLE E
MANEJO DE
PLANTAS
DANINHAS
O que é uma planta daninha ?
Uma planta crescendo onde não é desejada e em competição com a planta cultivada
Problemas
• Redução de Produtividade • Elevação Custos de Controle
PREVINIR ? CONTROLAR ?
ERRADICAR ? MANEJAR ?
Prevenção – Impedir contaminação de novas áreas Controle - Técnicas para limitar as infestações e minimizar a competição
Erradicação – Eliminação todas as plantas e sementes Manejo – Combinação técnicas de prevenção,
1. CONTROLE PREVENTIVO
Práticas que visem o impedimento da introdução e estabelecimento de espécies
Decorre de aspectos técnicos ou legais
Ex: Limites e proibições de semente em lotes de produção e mudas comerciais que em geral são de difícil erradicação, prejudiciais à cultura e ao seus produtos.
Aspectos técnicos
Aspectos técnicos
• Uso de sementes com boa qualidade
Não apenas evita espécies, mas também biótipos
Ex: Phalaris minor no trigo ou azevém com resistência a herbicidas.
Sementes nos Estados Unidos
• IN 30/2008 e IN 46/2013
Espécies de sementes nocivas toleradas e proibidas na produção, comercialização e no transporte de
sementes nacionais e importadas para forrageiras de clima tropical e demais.
Sementes no Brasil
• Cada Estado tem sua lei.
Brasil – Nível Federal
Regulação Sementes
• IN 30/2008 e IN 46/2013
Espécies de sementes NOCIVAS toleradas e proibidas na produção, comercialização e no transporte de sementes nacionais e importadas para forrageiras de clima tropical e demais.
Semente Nociva = Semente de espécie que, por ser de difícil erradicação no campo ou remoção no beneficiamento, é prejudicial à cultura ou a seu produto, sendo relacionada e limitada, conforme padrões estabelecidos (IN 9 de 2005).
Aspectos técnicos
Aspectos técnicos
• Limpeza canais de irrigação
Aspectos técnicos
• Animais adquiridos em quarentena e prevenção da produção de sementes por plantas já existentes
Aspectos técnicos e legais
• Possivelmente um dos primeiros tipos de controle com o arranquio manual e a enxada.
• Passaram-se a utilizar animais e depois máquinas. Ou seja, no controle mecânico utiliza-se algum tipo de estrutura/máquina.
• Com o surgimento de herbicidas caiu. Hoje tem
retomado em algumas situações, como orgânicos e locais com resistência.
2. CONTROLE MECÂNICO
Pontos negativos – Dependem do clima, são não-seletivas e podem prejudicar o solo
A - Pré-plantio
Aração, grade, subsolagem.
Controlam plantas daninhas emergidas e podem enterrar sementes a diferentes profundidades.
Arado de Aiveca
• Inversão da superfície do solo. Enterra os resíduos das plantas, expõe raízes de plantas daninhas e
Arado de disco e sulcadora
2. CONTROLE MECÂNICO
B – Pós plantio
Uso de cultivadores
Cultivo nas entrelinhas
Cultura muito bem implantada
Densidade de plantas daninhas não muito alta Plantas daninhas pequenas
Plantas daninhas com reprodução vegetativa tendem a não ser controladas
Questão da noite. Cultivo de dia elevou entre 70 a 400% a germinação de plantas daninhas (Scopel et al., 1994; Buhler and Kohler, 1994). Folhas largas com sementes pequenas
• Reduzido devido a adoção do plantio direto Espécies beneficiadas com a ausência do cultivo - Bianuais
- Espécies perenes
• Porém utilizado na agricultura familiar,
principalmente na Europa na produção de alimentos orgânicos
C – Pré ou Pós Plantio
Arranque e Capina manual.
Mais utilizada na agricultura familiar e em
catação/coroamento.
Roçada manual e mecanizada. Muito usada em perenes.
Roçadora ecológica.
Ambientes público, rodovias e carreadores. Controle na colheita
Remoção da parte aérea das plantas – Impede chuva de sementes e diminui reserva energética da planta Estratégia utilizada para diminuir a biomassa da
planta e na aplicação de herbicidas, levar mais do ingrediente ativo às raízes.
Estratégia utilizada para elevar a competitividade de culturas forrageiras.
Efeito Preparo Solo
• O caso NITA APA do Iraí
Não permitido uso de herbicidas
Inicio da Instalação - Controle de plantas daninhas Inversão com Aiveca e plantio Panicum em seguida Semente PD até germinar mais ou menos 40 dias.
Ainda
• O solo pode ser preparado antes do plantio • Estimular germinação banco de sementes • Controlar plantas daninhas de 1° fluxo
Pós-emergência
Pós-emergência
Capina Manual
Área Soja Brasil ~ 37 milhões de hectares.
37 milhões de pessoas para capinar área de soja em 12 dias. 444 milhões de pessoas para capinar área soja em 1 dia.
R o çada + Herbic idas
Controle na colheita
HWSC – Harvest weed seed control
Inicio Austrália e testes nos Estados Unidos
Controle de até 99% das sementes em plantas que escaparam o controle
Queima de leiras
Controle = 100% Caruru Corda de Viola Controle = 99% Nabiça Azevém Redução de 73% BS CaruruCaçamba de palha
Coleta restos culturais e sementes que são queimados ou feita compostagem. A palhada é separada. Coletam de 75 a 85% de sementes de azevém.
Harrington Seed Destructor - HSD
Gaiola com moinho que mói as sementes.
Mata 100% das sementes que entram no moinho. Espécies como caruru, rabo de raposa, corda-de-viola.
Azevém
Aveia
3. CONTROLE FÍSICO
A - Calor, Fogo e Vapor
Fogo
No Brasil é proibido o uso de fogo, apenas se aprovado pelo órgão compeente.
Este ainda é usado em pastagens degradadas antes do preparo do solo, principalmente na região Norte do País ou para evitar invasões em florestas.
Problemas: Riscos ao aplicador, custo do combustível, danos a plantas cultivadas. Problemas: Uso propano, segurança aplicador, risco incêndio, baixa eficácia contra plantas perenes.
3. CONTROLE FÍSICO
A - Calor, Fogo e Vapor Vapor
Vapor e água quente, pura ou misturada com espumas de materiais biodegradáveis, tal como coco e açúcar.
Óleo vegetal aquecido – mistura vapor e água quente.
Consumo de água de 1,5 a 1,9 Litros por metro quadrado. Ou seja, em 1 ha, aplicação de 15000 L de água, contra 150 com herbicidas.
Ecocapina
Patente
Ação de óleo aquecido a 100°C borrifado sobre plantas
daninhas por 1 segundo, rompendo membranas celulares e levando a planta a morte.
Uso de 30 Litros por hectare de óleo Estudos
Uso de 6 Litros de óleo por m² = 60.000 L por ha • Preço Litro óleo – 3,50
• Custo aplicação – 210 mil reais por hectare • Custo glyphosate – 20 reais por hectare
3. CONTROLE FÍSICO
Calor
Cobertura do solo com filme polietileno ou cobertura vegetal
Cobertura durante cultivo e/ou solarização: Semente
germina, mas plântula morre. Existem espécies
adaptadas – Poa annua
Se cobertura vegetal – Somam-se ao efeito físico, o químico e biológico
3. CONTROLE FÍSICO
B - Água
Inundação e drenagem
Inundação utilizada na cultura do arroz para eliminar o arroz-vermelho.
Falta oxigênio as raízes das plantas e estas morrem. Algumas espécies sobrevivem, como o capim-arroz.
3. CONTROLE FÍSICO
C - Eletricidade
Utilização de descargas elétricas – Eletroherb
4. CONTROLE BIOLÓGICO
• Uso de organismos vivos (fungos, bactérias, vírus, insetos, aves, peixes, etc.) capazes de reduzir a população das plantas e a capacidade de competição (DeBach, 1964).
Em geral ineficaz se aplicada isoladamente. Muito usada no controle de espécies invasoras.
• Exemplos
Ovinos no pastoreio de daninhas no café
Controle leiteiro com Bipolaris euphorbiae (fungo) Controle Egeria spp. com tilápias e carpas
ESPECIFICIDADE
BOA OU RUIN ?
CONTROLE
BIOLÓGICO
• INOCULATIVA
Introdução de um agente externo de onde a espécie é nativa.
Usada em pastagens, reservas florestais e ecossistemas aquáticos. Agente não pode apresentar eficácia muito elevada
Exemplos:
Insetos.
Eichhornia crassipes – Aguapé – Neochetina brushi e N eichhoriniae Pistia stratioides – Alface d’água - Neohydronomus affinis
Peixes.
Várias espécies - Carpas herbívoras não seletivas Fungos.
Ageratina riparia – Fungo - Entyloma compositarum Acacia saligna – Fungo - Uromycladium tepperianum
• INUNDATIVA e AUMENTATIVA
Fungos, bactérias e vírus usadas como agentes de biocontrole pela aplicação mássica de doses do inóculo do patógeno. Aplicações em regularmente em área total ou regularmente em parte da área.
Estratégia a ser usada em áreas cultivadas
Ex:
Fungo Phytophtora palmivora – De Vine – 1981 – Controle Morrenia odorata Fungo ativo por anos, acabou com as vendas.
Fungo Colletotrichum gloeosporioides – Collego – 1982 – Controle Angiquinho Fungo Sclerotinia sclerotiorum – Controle de dente de leão em gramíneas.
CONTROLE BIOLÓGICO
5. CONTROLE CULTURAL
O mais importante dos controles. Tem por objetivo fazer com que a cultura manifeste seu máximo potencial produtivo
A. Preparo do solo
Revolvimento do solo. Cobertura do solo. Fertilidade do solo. B. Rotação e Consorciação de culturas
Altera as comunidades infestantes predominantes pois usa diferentes métodos de controle.
Ex: Utilização da soja intercalada com a cana-de-açúcar, utilização de culturas de inverno.
C. Escolha das cultivares, época e densidade de semeadura
Fechamento da cultura, sombreamento do solo. Densidade de semeadura. Cultivar mais agressiva.
Olhar recomendação de zoneamento agrícola. D. Irrigação
Pode ser utilizada para estimular a germinação de sementes
visando posterior destruição de plântulas, assim como auxiliar na ação de herbicidas residuais que necessitem de umidade.
E. Controle de Pragas e Doenças
Produtividade estimada dos feijoeiros após 102 dias nas diferentes convivências com plantas daninhas, Barroso & Alves (2008).
Planta Daninha Produtividade Estimada (Kg/ha)
Rubi Carioca Tiririca 2305,81 A ab 2180,82 A ab Caruru-de-mancha 685,97 A b 611,28 A b Capim-colchão 3123,04 A a 1603,44 B b Nabiça 3742,88 A a 1941,13 B ab Capim-pé-de-galinha 3823,89 A a 1792,45 B ab Picão-preto 3719,46 A a 1946,13 B ab Testemunha 3915,44 A a 3461,38 A a
Cultivar
Predação sementes Menor longevidade
Tabela 01. Número de plantas por vaso de braquiária e capim-colchão aos 6 e 32 dias após a semeadura e matéria seca das plantas submetidas a 4 quantidades de palha de cana crua sobre o solo. Adaptado de CORREIA & DURIGAN, (2002).
Palha (t/ha)
Brachiaria decumbens Digitaria horizontalis
6 DAS 32 DAS Matéria seca (g) 6 DAS 32 DAS Matéria seca (g) 0 15,75 a 17,75 a 3,80 a 45,75 a 57,50 a 6,12 a
5 6,25 b 9,75 b 2,93 a 36,00 a 51,00 a 4,88 a 10 4,75 b 8,50 b 1,54 b 11,00 b 20,50 b 1,75 b 15 3,50 b 7,00 b 1,18 b 3,75 b 9,50 b 0,65 b
Efeito Físico Cobertura Morta
Mais microorganismos na camada superficial do solo +
Sementes e plântulas fontes de energia e matéria = Deterioração e perda de viabilidade dos diversos tipos de propágulos no solo.
Segundo Pitelli a instalação de Senna obtusifolia (fedegoso) é prejudicada pelo fungo Alternaria cassiae que sobrevive na
cobertura morta e infecta a planta.
Palha é um abrigo seguro para alguns predadores de sementes e plântulas.
Alelopatia