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Boletim. Previdência Social. Manual de Procedimentos. Acidente do trabalho. Legislação Trabalhista e Previdenciária 1. CONCEITO

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Manual de Procedimentos

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Acidente do trabalho

SUMÁRIO 1. Conceito

2. Doenças não consideradas como decorrentes do trabalho

3. Segurados abrangidos e não abrangidos pelas prestações decorrentes de acidente do trabalho 4. Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) 5. Acidente fatal na atividade de construção civil 6. Caracterização do acidente do trabalho 7. Benefícios decorrentes de acidente do trabalho 1. CONCEITO

A legislação define como sendo do trabalho o aci-dente que ocorre pelo exercício da atividade a serviço da empresa ou, ainda, pelo exercício do trabalho

que provoque lesão corporal ou perturba-ção funcional causadora de morte ou de perda ou redução da capaci-dade para o trabalho, em caráter permanente ou temporário.

1.1 Doenças profissionais e do trabalho

Consideram-se, também, acidente do trabalho as seguin-tes entidades mórbidas:

a) doença profissional - aquela

pro-duzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da relação de que trata o Regula-mento da Previdência Social (RPS), Anexo II, aprovado pelo Decreto no 3.048/1999; observa-se, portanto, que a doença é própria (típica) da atividade e tem relação direta com o trabalho executado - por exemplo: tenossinovite em em-pregado que exerce função de digitador; b) doença do trabalho - aquela adquirida ou

desen-cadeada em função das condições especiais em que o trabalho é realizado e que com ele se relaciona diretamente, desde que constante do

Anexo II anteriormente mencionado. Nesta hipó-tese, constata-se que não há uma ligação direta entre a atividade e a doença, mas normalmente entre as condições de trabalho e a doença - por exemplo: pneumoconiose em empregado que trabalha exposto a poeiras de carvão mineral. Serão considerados como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, o dia da segregação compulsória ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para esse efeito o que ocorrer primeiro.

1.2 Doenças não relacionadas no Anexo II do RPS

Embora a lei vincule a caracteriza-ção da doença profissional ou do

trabalho ao fato de estes consta-rem do RPS/1999, Anexo II, em

casos excepcionais, quando se constatar que a doença, mesmo não incluída na relação constante do Anexo II, foi de-sencadeada pelas condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona di-retamente, a Previdência Social deve-rá considedeve-rá-la como acidente do trabalho.

1.3 Extensão do conceito

Equipara-se também ao acidente do trabalho: a) o acidente ligado ao trabalho que, embora não

tenha sido a causa única, haja contribuído dire-tamente para a morte do segurado, bem como para a redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; Nota

Não é considerada agravamento ou complicação de acidente do traba-lho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do anterior.

Ocorrendo

acidente do trabalho com o empregado (exceto o doméstico) e com o trabalhador avulso, a empresa é obrigada a comunicar o fato à Previdência

Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência, ainda que o acidente não tenha acarretado o afastamento

do empregado das suas atividades

(2)

b) o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário de trabalho, em consequência de: b.1) ato de agressão, sabotagem ou

terroris-mo praticado por terceiro ou companhei-ro de trabalho;

b.2) ofensa física intencional, inclusive de ter-ceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho.

Nota

O ato de agressão por motivos pessoais não é considera-do acidente considera-do trabalho.

b.3) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;

b.4) ato de pessoa privada do uso da razão; b.5) desabamento, inundação, incêndio e

outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;

c) a doença proveniente de contaminação aci-dental do empregado no exercício de sua ati-vidade;

d) o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:

d.1) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; d.2) na prestação espontânea de qualquer

serviço à empresa para lhe evitar prejuí-zo ou proporcionar proveito;

d.3) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capaci-tação da mão de obra, independentemen-te do meio de locomoção utilizado, inclusi-ve inclusi-veículo de propriedade do segurado; d.4) no percurso da residência para o local de

trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado, des-de que não haja alteração ou interrupção desse percurso por motivo de interesse pessoal do trabalhador; a Instrução Nor-mativa INSS no 20/2007 define ainda que

acidente de trajeto é aquele que ocorre no percurso do local de residência para o de trabalho, deste para aquele ou de um para outro local de trabalho habitual, considerando-se a distância e o tempo de deslocamento compatíveis com o percur-so do referido trajeto.

d.5) no percurso da residência para o Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) ou

sin-dicato de classe, e destes para aquela, tratando-se de trabalhador avulso; se o acidente do trabalhador ocorrer no traje-to do referido órgão ou sindicatraje-to para a residência, é indispensável para a carac-terização do acidente o registro de com-parecimento ao Ogmo ou ao sindicato. Nota

Quando houver registro policial da ocorrência do acidente, será exigida a apresentação do respectivo boletim.

e) o acidente sofrido pelo segurado nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por oca-sião da satisfação de outras necessidades fi-siológicas, no local do trabalho ou durante este, visto que o empregado, nos períodos respecti-vos, é considerado no exercício do trabalho.

1.4 Tipos de acidente do trabalho

Os acidentes do trabalho são classificados em 3 tipos:

a) acidente típico (tipo 1) - ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa;

b) doença profissional ou do trabalho (tipo 2) - mencionada no subitem 1.1;

c) acidente de trajeto (tipo 3) - mencionado no subitem 1.3, letras “d.4” e “d.5”.

2. DOENÇAS NÃO CONSIDERADAS COMO DECORRENTES DO TRABALHO

Não são consideradas como doença do trabalho: a) a doença degenerativa;

b) a inerente ao grupo etário;

c) a que não produza incapacidade laborativa; d) a doença endêmica adquirida por segurado

habitante de região em que ela se desenvol-va, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

3. SEGURADOS ABRANGIDOS E NÃO ABRANGIDOS PELAS PRESTAÇÕES DECORRENTES DE

ACIDENTE DO TRABALHO

As prestações relativas a acidente do trabalho são devidas aos segurados empregado urbano ou rural (exceto o doméstico), trabalhador temporário, trabalhador avulso e segurado especial.

Notas

(1) São segurados obrigatórios da Previdência Social, enquadrados na qualidade de empregado, os relacionados no RPS/1999, art. 9o, I.

(3)

(2) O presidiário somente fará jus ao benefício de auxílio-doença decor-rente de acidente do trabalho, bem como a auxílio-acidente, quando exercer atividade remunerada na condição de empregado, trabalhador avulso ou segurado especial.

Os segurados contribuinte individual (empresário, autônomo e equiparado), facultativo, e empregado doméstico não têm direito às prestações decorrentes de acidente do trabalho. Contudo, caso fiquem inca-pacitados para o trabalho, farão jus ao auxílio-doença previdenciário, desde que atendam aos demais requi-sitos exigidos por lei.

Não são devidas as prestações decorrentes de acidente do trabalho nem o auxílio-doença, após 15 dias de afastamento, ao aposentado que volta ou con-tinua a trabalhar na condição de empregado; porém, nesse caso, as Comunicações de Acidentes de Traba-lho (CAT) relativas ao acidente ou doença do trabaTraba-lho ou à doença profissional ocorridos com o empregado aposentado deverão ser registradas e encerradas.

O segurado aposentado deverá ser cientificado do encerramento da CAT e orientado quanto ao direi-to à reabilitação profissional, desde que atendidos os requisitos legais.

4. COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO (CAT)

Ocorrendo acidente do trabalho com o empregado (exceto o doméstico) e com o trabalhador avulso, a em-presa é obrigada a comunicar o fato à Previdência So-cial até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência, ain-da que o acidente não tenha acarretado o afastamento do empregado das suas atividades. Em caso de morte, além dessa comunicação, a empresa deverá comunicar o fato de imediato à autoridade policial competente.

As comunicações de acidentes do trabalho feitas ao INSS devem se referir às seguintes ocorrências:

a) CAT inicial: acidente do trabalho típico, trajeto, doença ocupacional ou óbito imediato;

b) CAT reabertura: afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou de doen-ça profissional ou do trabalho;

c) CAT comunicação de óbito: falecimento de-corrente de acidente ou doença profissional ou do trabalho, após o registro da CAT inicial. Na falta de comunicação por parte da empresa, ou quando se tratar de segurado especial, podem for-malizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assis-tiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo, nestes casos, o prazo anteriormente citado.

A comunicação à Previdência Social é feita por meio do formulário CAT, preenchido e entregue em 4 vias com a seguinte destinação:

a) 1a via - ao INSS;

b) 2a via - ao segurado ou dependente deste;

c) 3a via - ao sindicato dos trabalhadores;

d) 4a via - à empresa.

Compete ao emitente da CAT a responsabilidade pelo envio das vias dessa comunicação às pessoas e às entidades anteriormente mencionadas. Assim, temos:

a) segurado empregado - a empresa emprega-dora é a responsável;

Notas

(1) No caso de trabalhador temporário, a obrigação é da empresa de trabalho temporário, contudo, inexiste impedimento para que a toma-dora dos serviços comunique o acidente ocorrido;

(2) No caso de o segurado empregado e o trabalhador avulso exerce-rem atividades concomitantes e vieexerce-rem a sofrer acidente de trajeto en-tre uma e outra empresa na qual trabalhem, será obrigatória a emissão da CAT pelas duas empresas.

b) trabalhador avulso - a obrigação é da empre-sa tomadora dos serviços e, na falta desta, do Ogmo ou do sindicato, conforme o caso; c) segurado especial - a CAT será preenchida e

en-tregue pelo próprio acidentado ou dependente, pelo médico responsável pelo atendimento, pelo sindicato da categoria ou por qualquer autoridade pública (magistrados, membros do Ministério Pú-blico, comandantes de unidades militares etc.). No caso de segurado desempregado, nas situ-ações em que a doença profissional ou do trabalho manifestou-se ou foi diagnosticada após a demissão, a comunicação pode ser formalizada pelo acidenta-do, pelos seus dependentes, pela entidade sindical competente, pelo médico assistente ou por qualquer autoridade pública.

Ocorrendo acidente do trabalho com emprega-do já aposentaemprega-do, embora este não tenha direito ao benefício, a CAT deverá ser elaborada e entregue ao INSS, conforme o item 3 deste texto.

4.1 CAT via Internet

A CAT poderá ser registrada na Agência da Pre-vidência Social (APS) mais conveniente ao segurado ou pela Internet (www.previdenciasocial.gov.br), sen-do válida para tosen-dos os fins perante o INSS.

No ato do cadastramento da CAT via Internet, o emissor deverá transcrever as informações que cons-tam no atestado médico para o respectivo campo da

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CAT, sendo obrigatória a apresentação do atestado médico original por ocasião do requerimento do be-nefício, bem como ao médico perito por ocasião da avaliação médico-pericial.

A CAT registrada pela Internet deverá ser impressa e nela deverão constar assinatura e carimbo de identi-ficação do emitente e do médico assistente, devendo ser apresentada pelo segurado ao médico perito do INSS por ocasião da avaliação médico-pericial.

4.2 CAT reabertura

A CAT reabertura deverá ser formalizada quando houver afastamento por agravamento de lesão de aci-dente do trabalho ou doença profissional ou do traba-lho, devendo nela constar as mesmas informações da época do acidente, exceto quanto ao afastamento, ao último dia trabalhado, ao atestado médico e à data da emissão, que serão relativos à data de reabertura.

Os pedidos de reabertura de auxílio-doença decor-rente de acidente de trabalho deverão ser formulados mediante apresentação da CAT de reabertura, quando houver reinício de tratamento ou afastamento por agra-vamento de lesão do acidente ou doença ocupacional que tenha gerado a incapacidade laborativa.

Não serão consideradas CAT de reabertura as emiti-das para as situações de simples assistência médica ou afastamento por menos de 15 dias consecutivos.

Notas

(1) Caso seja concedida reabertura de auxílio-doença acidentário, em razão de agravamento de sequela decorrente de acidente do trabalho ou do-ença profissional ou do trabalho, com fixação da Data de Início do Benefício (DIB), dentro de 60 dias da cessação do benefício anterior, o novo pedido será indeferido prorrogando-se o benefício anterior, e descontando-se os dias trabalhados, quando for o caso.

(2) Se for ultrapassado o prazo estabelecido para o restabelecimento, poderá ser concedido novo benefício, desde que na referida data se compro-ve a qualidade de segurado, sendo obrigatórios o cadastramento da CAT, de reabertura e a vinculação desta ao novo benefício.

4.3 CAT comunicação de óbito

O óbito decorrente de acidente ou de doença pro-fissional ou do trabalho, ocorrido após a emissão da CAT inicial ou da CAT de reabertura, será comunicado ao INSS por meio de CAT de comunicação de óbito, da qual devem constar a data do óbito e os dados relativos ao acidente inicial.

A empresa deverá comunicar a morte, ocorrida com o segurado empregado e com o trabalhador avulso, de imediato à autoridade competente, sob pena de multa.

Nota

Quando do acidente resultar morte imediata do segurado, o INSS exigirá: a) o boletim de registro policial da ocorrência ou, se necessário, cópia

do inquérito policial;

b) o laudo de exame cadavérico ou documento equivalente, se houver; c) a Certidão de Óbito.

4.4 Não entrega da CAT - Multa

A não entrega da CAT, ou sua entrega fora do pra-zo, sujeita o responsável à multa variável entre os limi-tes mínimo e máximo do salário-de-contribuição por acidente não informado.

A multa será aplicada no seu grau mínimo na ocor-rência da primeira comunicação feita fora do prazo le-gal, ou pela não comunicação, observado o disposto no RPS, arts. 290 e 292.

5. ACIDENTE FATAL NA ATIVIDADE DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Conforme estabelece a Norma Regulamentadora (NR 18), aprovada pela Portaria MTb no 3.214/1978,

subitens 18.31 e 18.32, na redação da Portaria SSST no 4/1995, ocorrendo acidente fatal com trabalhador,

na atividade de construção civil, a empresa deverá adotar as seguintes medidas:

a) comunicar o acidente fatal, de imediato, à auto-ridade policial competente e ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que repassará a informação imediatamente ao sindi-cato da categoria profissional do local da obra; b) isolar o local diretamente relacionado ao

aci-dente, mantendo suas características até sua liberação pela autoridade policial competente e pelo órgão regional do MTE.

Nota

A liberação do local poderá ser concedida após a investigação pelo órgão regional do MTE, que ocorrerá no prazo máximo de 72 horas, contado do protocolo do recebimento da comunicação es-crita ao referido órgão, podendo ser suspensas, após esse prazo, as medidas referidas na letra “b” supracitada.

c) o empregador deve encaminhar, por meio de serviço de postagem, à Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), a Ficha de Acidente do Trabalho constante da NR 18, Anexo I, em até 10 dias após o dia do acidente, mantendo cópia e protocolo do encaminhamento pelo período de 3 anos, para fins de fiscalização do órgão regional do MTE. Nota

A Ficha de Acidente do Trabalho deve ser preenchida pelo empre-gador no estabelecimento da empresa em que ocorrer o acidente ou doença do trabalho. Esta ficha se refere tanto ao acidente fatal e ao acidente com ou sem afastamento quanto à doença do trabalho.

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d) o empregador deve, ainda, encaminhar por meio de serviço de postagem, à Fundacen-tro, o Resumo Estatístico Anual, conforme NR 18, Anexo II, até o último dia útil de fevereiro do ano subsequente, mantendo para fins de fiscalização, por 3 anos, cópia e protocolo de encaminhamento.

6. CARACTERIZAÇÃO DO ACIDENTE DO TRABALHO

O acidente do trabalho será caracterizado tec-nicamente pela perícia médica do INSS, mediante a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo, ob-servado que:

a) considera-se estabelecido o nexo entre o traba-lho e o agravo quando se verificar nexo técnico epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapaci-dade, elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID) em conformidade com o dis-posto na lista “C” do Anexo II do RPS.

Nota

Entende-se por agravo, para fins de caracterização do acidente do trabalho, a lesão, a doença, o transtorno de saúde, o distúrbio, a disfunção ou a síndrome de evolução aguda, subaguda ou crô-nica, de natureza clínica ou subclícrô-nica, inclusive morte, indepen-dentemente do tempo de latência.

b) reconhecidos pela perícia médica do INSS a in-capacidade para o trabalho e o nexo entre o tra-balho e o agravo, serão devidas as prestações acidentárias a que o beneficiário tenha direito; c) a perícia médica do INSS deixará de aplicar o

dis-posto na letra “a” quando demonstrada a inexis-tência de nexo entre o trabalho e o agravo, sem prejuízo do disposto nas letras “d” e “i”, a seguir; d) a empresa poderá requerer ao INSS a não

aplicação do nexo técnico epidemiológico ao caso concreto mediante a demonstração de inexistência de correspondente nexo entre o trabalho e o agravo;

e) o requerimento de que trata a letra “d” poderá ser apresentado no prazo de 15 dias a contar da data para a entrega da Guia de Recolhi-mento do Fundo de Garantia do Tempo de Ser-viço e Informações à Previdência Social (GFIP) que registre a movimentação do trabalhador, sob pena de não conhecimento da alegação em instância administrativa;

f) caracterizada a impossibilidade de atendi-mento ao disposto na letra “e”, motivada pelo não conhecimento tempestivo do diagnóstico do agravo, o requerimento de que trata a letra “d” poderá ser apresentado no prazo de 15 dias a contar da data em que a empresa tomar

ciência da decisão da perícia médica do INSS referida na letra “b”;

g) juntamente com o requerimento de que tratam as letras “e” e “f”, a empresa formulará as ale-gações que entender necessárias e apresenta-rá as provas que possuir, demonstrando a ine-xistência de nexo entre o trabalho e o agravo; h) a documentação probatória poderá trazer,

en-tre outros meios de prova, evidências técnicas circunstanciadas e tempestivas à exposição do segurado, as quais poderão ser produzidas no âmbito de programas de gestão de risco, a cargo da empresa, que possuam responsável técnico legalmente habilitado;

i) o INSS informará o segurado sobre a contes-tação da empresa para que este, querendo, possa impugná-la, obedecendo, quanto à produção de provas, ao disposto na letra “g” sempre que a instrução do pedido evidenciar a possibilidade de reconhecimento de inexis-tência do nexo entre o trabalho e o agravo; j) da decisão do requerimento de que trata a

le-tra “d” cabe recurso, com efeito suspensivo, por parte da empresa ou, conforme o caso, do segurado, ao Conselho de Recursos da Pre-vidência Social (CRPS), nos termos dos arts. 305 a 310 do RPS.

6.1 Incapacidade acidentária - Nexo técnico previdenciário - Caracterização

A Instrução Normativa INSS no 31/2008

estabele-ce critérios para aplicação das diversas espécies de nexo técnico aos benefícios por incapacidade conce-didos pelo INSS.

Sobre o assunto, veja a nota constante no item 6, letra “a”, deste texto.

6.1.1 Nexo técnico previdenciário - Espécie

O nexo técnico previdenciário poderá ser de natu-reza causal ou não, havendo 3 espécies:

a) nexo técnico profissional ou do trabalho, fun-damentado nas associações entre patologias e exposições constantes das listas “A”, “B” e “C” do Anexo II do RPS, aprovado pelo Decre-to no 3.048/1999;

b) nexo técnico por doença equiparada a aci-dente de trabalho ou nexo técnico individual, decorrente de acidentes de trabalho típicos ou de trajeto, bem como de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele

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rela-cionado diretamente, nos termos do § 2o do

art. 20 da Lei no 8.213/1991;

c) nexo técnico epidemiológico previdenciário, aplicável quando houver significância estatís-tica da associação entre o código da CID e o da Classificação Nacional de Atividade Econô-mica (CNAE), na parte inserida pelo Decreto no

6.957/2009, na lista “C” do Anexo II do RPS.

6.1.2 Agravos associados aos agentes etiológicos

Os agravos associados aos agentes etiológicos ou aos fatores de risco de natureza profissional e do trabalho das listas “A”, “B” e “C” do Anexo II do RPS, presentes nas atividades econômicas dos emprega-dores, cujo segurado tenha sido exposto, ainda que parcial e indiretamente, serão considerados doenças profissionais ou do trabalho, nos termos dos incisos I e II, art. 20, da Lei no 8.213/1991.

A empresa poderá interpor recurso ao CRPS em até 30 dias após a data em que tomar conhecimento da con-cessão do benefício em espécie acidentária por nexo téc-nico profissional ou do trabalho, conforme art. 126 da Lei no 8.213/1991, quando dispuser de dados e informações

que demonstrem que os agravos não possuem nexo téc-nico com o trabalho exercido pelo trabalhador.

O recurso interposto contra o estabelecimento de nexo técnico, com base no Anexo II do RPS, não terá efeito suspensivo.

6.1.3 Nexo técnico epidemiológico

Considera-se epidemiologicamente estabelecido o nexo técnico entre o trabalho e o agravo sempre que se verificar a existência de associação entre a ativida-de econômica da empresa, expressa pela CNAE, e a entidade mórbida motivadora da incapacidade, rela-cionada na CID, em conformidade com o disposto na parte inserida pelo Decreto no 6.957/2009 nas listas

“B” e “C” do Anexo II do RPS.

A inexistência de nexo técnico epidemiológico não elide o nexo entre o trabalho e o agravo, cabendo à perícia médica a caracterização técnica do acidente do trabalho, fundamentadamente, sendo obrigatórios o registro e a análise do relatório do médico assisten-te, além dos exames complementares que eventual-mente o acompanhem.

Na hipótese prevista no parágrafo anterior, a perícia médica poderá, se necessário, solicitar as demonstrações ambientais da empresa e efetuar pesquisa ou realizar

vis-toria do local de trabalho ou solicitar o Perfil Profissiográfi-co Previdenciário (PPP), diretamente ao empregador.

A perícia médica do INSS poderá deixar de apli-car o nexo técnico epidemiológico, mediante decisão fundamentada, quando dispuser de informações ou elementos circunstanciados e contemporâneos ao exercício da atividade que evidenciem a inexistência do nexo técnico entre o agravo e o trabalho.

6.1.4 Não aplicação do nexo técnico epidemiológico - Requerimento

A empresa poderá requerer ao INSS, em até 15 dias após a data para a entrega da GFIP, a não aplicação do nexo técnico epidemiológico ao caso concreto quando dispuser de dados e informações que demonstrem que os agravos não possuem nexo técnico com o trabalho exercido pelo trabalhador, sob pena de não conheci-mento da alegação em instância administrativa, caso não protocolize o requerimento tempestivamente.

Caracterizada a impossibilidade de atendimento ao disposto no parágrafo anterior, motivada pelo não conhecimento tempestivo da informação do diagnósti-co do agravo, o requerimento poderá ser apresentado no prazo de 15 dias a contar da data para entrega da GFIP do mês de competência da realização da perícia que estabeleceu o nexo entre o trabalho e o agravo.

A informação de que trata o parágrafo anterior será disponibilizada para consulta pela empresa, por meio do site www.previdencia.gov.br ou, subsidiariamente, por meio da Comunicação de Decisão do requerimento de benefício por incapacidade entregue ao segurado.

Com o requerimento, a empresa formulará as ale-gações que entender necessárias e apresentará a do-cumentação probatória, em 2 vias, para demonstrar a inexistência do nexo técnico entre o trabalho e o agravo.

A Agência da Previdência Social (APS), mante-nedora do benefício, encaminhará o requerimento e as provas produzidas à perícia médica para análise prévia. Sempre que a instrução do pedido evidenciar a possibilidade de reconhecimento de inexistência do nexo técnico entre o trabalho e o agravo, o segurado será oficiado sobre a existência do requerimento da empresa, podendo retirar uma das vias apresentada pela mesma para, querendo, apresentar contrarrazões no prazo de 15 dias da ciência do requerimento.

Com as contrarrazões, o segurado formulará as ale-gações que entender necessárias e apresentará a

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do-cumentação probatória, com o objetivo de demonstrar a existência do nexo técnico entre o trabalho e o agravo.

A análise do requerimento e das provas produzi-das será realizada pela perícia médica, cabendo ao setor administrativo da APS comunicar o resultado da análise à empresa e ao segurado.

Da decisão do requerimento cabe recurso com efeito suspensivo, por parte da empresa, ou, confor-me o caso, do segurado, ao CRPS. Referida possibili-dade não prejudica o pagamento regular do benefício, desde que atendidos os requisitos de carência que permitam a manutenção do reconhecimento do direito ao benefício como auxílio-doença previdenciário.

O INSS procederá à marcação eletrônica do be-nefício no Sistema de Administração de Bebe-nefícios por Incapacidade (Sabi), que estará sob efeito suspensi-vo, deixando para alterar a espécie após o julgamento do recurso pelo CRPS, quando for o caso.

Será considerada apenas a documentação pro-bante que contiver a indicação, a assinatura e o nú-mero de registro, bem como a anotação técnica, ou equivalente, do responsável legalmente habilitado, para os respectivos períodos e escopos, perante o conselho de profissão.

O segurado em situação de desemprego, no pe-ríodo de graça, terá todos os direitos característicos da forma de filiação de empregado.

6.1.5 Comunicação de Decisão

A Comunicação de Decisão quanto ao requeri-mento de benefício por incapacidade deverá conter informações sobre:

a) a espécie de nexo técnico aplicada ao benefí-cio, bem como a possibilidade de recurso pelo empregador, conforme subitens 6.1.1 e 6.1.2; e b) a associação entre CNAE e CID, e a conclusão

pericial sobre o nexo, em caso de não aplica-ção do NTEP pela perícia médica, bem como sobre a possibilidade de contestação e/ou re-curso pelo segurado, nos mesmos moldes pre-vistos para o empregador no subitem 6.1.4.

6.1.6 Nexo de qualquer espécie - Perícia médica - Definição

A existência de nexo de qualquer espécie entre o trabalho e o agravo não implica o reconhecimento

automático da incapacidade para o trabalho, que de-verá ser definida pela perícia médica.

Reconhecida pela perícia médica do INSS a inca-pacidade para o trabalho e estabelecido o nexo técni-co entre o trabalho e o agravo, serão devidas as pres-tações acidentárias a que o beneficiário tenha direito.

6.1.7 Pedido de prorrogação e reconsideração - Incapacidade para o trabalho

Quando dos exames periciais por Pedido de Pror-rogação (PP), ou Pedido de Reconsideração (PR), de benefícios em manutenção, não serão apresentados ao perito médico os quesitos sobre as espécies de nexo técnico, haja vista que a eventual prorrogação decorre da incapacidade para o trabalho e não da na-tureza acidentária do agravo.

Os requerimentos de revisão e recurso tempesti-vos do segurado visando à transformação do bene-fício previdenciário em acidentário serão analisados pela perícia médica e operacionalizados no Sabi pela ferramenta “Revisão Médica”.

6.1.8 Indícios de culpa e dolo - Desrespeito às normas de segurança e saúde do trabalhador - Procuradoria Federal Especializada - Comunicação

A perícia médica do INSS, quando constatar indícios de culpa ou dolo por parte do empregador, em relação aos benefícios por incapacidade concedidos, deverá oficiar o fato à Procuradoria Federal Especializada - INSS, subsi-diando-a com evidências e demais meios de prova co-lhidos, notadamente quanto aos programas de gerencia-mento de riscos ocupacionais, para as providências cabí-veis, inclusive para ajuizamento de ação regressiva contra os responsáveis, conforme previsto nos arts. 120 e 121 da Lei no 8.213/1991, de modo a possibilitar o ressarcimento à

Previdência Social do pagamento de benefícios por morte ou por incapacidade permanente ou temporária.

Quando a perícia médica do INSS, no exercício das atribuições que lhe confere a Lei no 10.876/2004,

constatar desrespeito às normas de segurança e saúde do trabalhador, bem como fraude ou simula-ção na emissão de documentos de interesse da Pre-vidência Social, por parte do empregador ou de seus prepostos, deverá produzir relatório circunstanciado da ocorrência e encaminhá-lo, junto com as evidên-cias e demais meios de prova colhidos, à Procurado-ria Federal Especializada - INSS para conhecimento e providências pertinentes, inclusive, quando cabíveis, para representações ao Ministério Público e/ou a

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ou-tros órgãos da administração pública encarregados da fiscalização ou controle da atividade.

6.1.9 Comissões Intersetoriais de Saúde do Trabalhador (Cist) - Representação

A perícia médica do INSS representará esta autar-quia nas Comissões Intersetoriais de Saúde do Traba-lhador (Cist), para garantir a devida articulação entre a política nacional de saúde do trabalhador e a sua execução no tocante à concessão de benefícios por incapacidade e reabilitação profissional, nos termos dos arts. 12 e 13 da Lei no 8.080/1990.

A gerência regional indicará o servidor perito mé-dico, no âmbito das Cist estaduais, e a diretoria de benefícios, em relação à Cist nacional.

Os representantes deverão emitir, mensalmente, Relatório de Acompanhamento do Controle Social relativo às ações e providências da competência do INSS, bem como sugerir as mudanças necessárias à consecução dos objetivos.

6.1.10 CAT - Emissão

A dispensa de vinculação do benefício a uma CAT no Sistema Único de Benefícios, para a sua conces-são em espécie acidentária, não desobriga a empre-sa da emissão da mesma, conforme previsto nos arts. 19 a 23 da Lei no 8.213/1991.

Não caberá aplicação de multa, por não emissão de CAT, quando o enquadramento decorrer de aplica-ção do NTEP, conforme disposto no § 5o, art. 22 da Lei no

8.213/1991, com redação dada pela Lei no 11.430/2006.

7. BENEFÍCIOS DECORRENTES DE ACIDENTE DO TRABALHO

Em caso de acidente do trabalho, o acidentado e seus dependentes têm direito, independentemente de carência, às seguintes prestações:

a) quanto ao segurado: a.1) auxílio-doença;

a.2) aposentadoria por invalidez; a.3) auxílio-acidente;

a.4) reabilitação profissional; Nota

Será considerado agravamento do acidente aquele sofrido pelo acidentado quanto estiver sob a responsabilidade da reabilitação profissional. Neste caso, caberá ao profissional técnico da reabilitação emitir a CAT e encami-nhá-la para a perícia médica, que preencherá o campo “Atestado Médico”.

b) quanto ao dependente: pensão por morte.

7.1 Auxílio-doença acidentário

Terá direito ao auxílio-doença acidentário, indepen-dentemente de carência, o segurado empregado (ex-ceto o doméstico), o trabalhador avulso, o temporário e o segurado especial, que por motivo de acidente do trabalho, doença profissional ou do trabalho ou, ainda, acidente de trajeto, ficar incapacitado para a sua ativi-dade habitual, observados os requisitos legais.

O benefício terá início, para o segurado empre-gado, a partir do 16o dia de afastamento do trabalho

e, para o segurado especial e o trabalhador avulso, a partir do início da incapacidade ou, a contar da Data de Entrada do Requerimento (DER), quando requeri-do após o 30o dia de afastamento da atividade para

todos os segurados, correspondendo o valor da ren-da inicial a 91% do salário-de-benefício.

7.1.1 Complementação do benefício

Não há qualquer dispositivo legal obrigando o em-pregador a complementar o benefício acidentário pago pelo INSS ao empregado. Entretanto, alguns sindicatos representativos de categorias profissionais, por meio do respectivo documento coletivo de trabalho, conce-dem este benefício aos seus representados. Algumas empresas também o fazem por mera liberalidade ou por previsão no seu regulamento interno.

Assim, tratando-se de obrigação decorrente do documento coletivo de trabalho ou da liberalidade do empregador, este pagará ao acidentado a diferença entre o valor do benefício pago pelo INSS e o salário que o trabalhador estaria recebendo caso não tivesse havido o afastamento, salvo outra previsão no citado documento coletivo.

Os valores pagos a título de complementação de au-xílio-doença, desde que esse direito seja extensivo à totali-dade dos empregados da empresa, não sofrem incidência de contribuição previdenciária e FGTS (Lei no 8.212/1991,

art. 28, § 9o, “n”, e Lei no 8.036/1990, art. 15, § 6o).

7.2 Aposentadoria por invalidez

A aposentadoria por invalidez é devida ao aciden-tado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilita-ção para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência.

A renda mensal da aposentadoria por invalidez consiste num valor correspondente a 100% do salá-rio-de-benefício.

(9)

O valor dessa aposentadoria é majorado de 25% quando o aposentado necessitar de assistência per-manente de outra pessoa por se encontrar em uma das situações constantes do RPS/1999, Anexo I.

7.3 Pensão por morte

A pensão por morte é devida aos dependentes do segurado falecido em decorrência de acidente, a contar da data do óbito, quando requerida até 30 dias depois desta, ou da data do requerimento, quando solicitada após o mencionado prazo. O valor consisti-rá em uma renda mensal correspondente a 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia, ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento, e será ra-teado em partes iguais entre os dependentes. Quan-do um dependente deixa de ter direito à pensão, sua cota reverte em favor dos demais.

7.4 Auxílio-acidente

O auxílio-acidente será concedido como indeni-zação ao segurado empregado, exceto o doméstico, ao trabalhador avulso e ao segurado especial quan-do, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar sequela de-finitiva, conforme as situações determinadas pela le-gislação previdenciária que impliquem:

a) redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia;

b) além do disposto na letra anterior, exigência de maior esforço para o desempenho da mesma atividade que exercia à época do acidente; c) impossibilidade de desempenho da atividade

que exercia à época do acidente, porém, com a capacidade de desempenhar outra, após o processo de reabilitação profissional, nos ca-sos indicados pela perícia médica do INSS; d) acidente de qualquer natureza ocorrido

duran-te o período de manuduran-tenção da qualidade de segurado, desde que atendidas as condições inerentes à espécie.

Notas

(1) Desde 31.12.2008, data da publicação do Decreto no 6.722/2008,

cabe a concessão de auxílio-acidente oriundo de acidente de qualquer natu-reza ocorrido durante o período de manutenção da qualidade de segurado, desde que atendidas as condições inerentes à espécie.

(2) O auxílio-acidente também será devido ao segurado que, indevi-damente, foi demitido pela empresa no período em que estava recebendo auxílio-doença decorrente de acidente de qualquer natureza, desde que as sequelas definitivas resultantes estejam conforme o anteriormente descrito.

Esse benefício é devido a contar do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença e será pago mensalmente,

correspondendo a 50% do salário-de-benefício que deu origem ao auxílio-doença do segurado, corrigido até o mês anterior ao do início do auxílio-acidente (RPS, art. 104).

Não caberá a concessão de auxílio-acidente de qualquer natureza ao segurado:

a) empregado doméstico, contribuinte individual e facultativo;

b) que na data do acidente não detinha mais a qualidade de segurado;

c) que apresente danos funcionais ou redução da capacidade funcional sem repercussão na capacidade laborativa;

d) quando ocorrer mudança de função, mediante readaptação profissional promovida pela em-presa, como medida preventiva, em decorrên-cia de inadequação do local de trabalho.

7.4.1 Integração do auxílio-acidente ao cálculo do salário-de-benefício para fins de concessão de aposentadoria

O auxílio-acidente cessará no dia anterior ao iní-cio de qualquer aposentadoria ocorrida a partir de 11.11.1997, data de publicação da Medida Provisória no 1.596-14, convertida na Lei no 9.528/1997, ou na

data da emissão de Certidão de Tempo de Contribui-ção (CTC) ou, ainda, na data do óbito, observadas as disposições da legislação previdenciária.

Para a aposentadoria requerida ou com direito ad-quirido a partir de 11.11.1997, o valor mensal do au-xílio-acidente integra o salário-de-contribuição, para fins de cálculo de salário-de-benefício de qualquer aposentadoria, cujo valor será somado ao salário-de-contribuição existente no Período Básico de Cálculo (PBC), limitado ao teto máximo de contribuição.

No caso de transformação de auxílio-doença em aposentadoria por invalidez, inclusive decorrente de acidente de qualquer natureza, quando o segurado es-tiver recebendo auxílio-acidente de outra origem, a ren-da mensal deste será somaren-da à renren-da mensal inicial ren-da aposentadoria, observado o limite máximo legal.

Para o segurado especial que não contribui facul-tativamente, será somada ao valor da aposentadoria a renda mensal do auxílio-acidente vigente na data de início da referida aposentadoria, não sendo, neste caso, observada a limitação de 1 salário-mínimo.

Se, dentro do PBC, o segurado tiver recebido auxílio-doença, inclusive decorrente de acidente de

(10)

qualquer natureza, concomitantemente com auxílio-acidente de outra origem, a renda mensal deste será somada, mês a mês, ao salário-de-benefício daquele, observado o teto máximo, para fins de apuração do salário-de-benefício da aposentadoria.

Nota

Inexistindo período de atividade ou gozo de benefício por incapacida-de incapacida-dentro do PBC, o valor do auxílio-aciincapacida-dente não supre a falta do salário-de-contribuição.

7.5 Reabilitação profissional

O segurado em gozo de auxílio doença está obri-gado, independentemente de sua idade, sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame mé-dico, a cargo da Previdência Social, tratamento e pro-cesso de reabilitação profissional, por ela prescritos e custeados, podendo apenas recusar-se a ser subme-tido a cirurgias e transfusões de sangue.

A reabilitação profissional consiste na assistência reeducativa e de readaptação profissional, visando a proporcionar ao trabalhador incapacitado, parcial ou totalmente, para o trabalho os meios indicados para a sua volta à atividade.

O empregado acidentado pode ser reabilitado para o exercício da mesma função que exercia ou para uma nova função. Caso a reabilitação o torne apto a exercer uma função inferior àquela que exercia antes do infortúnio, a sua remuneração, após o retor-no ao trabalho, não poderá ser reduzida, sob pena de

ferir o disposto na Constituição Federal/1988, art. 7o,

VI, o qual assegura a irredutibilidade salarial. Contu-do, o aludido trabalhador não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial (RPS/1999, arts. 77 e 136 e CLT, art. 461, § 4o).

Anteriormente ao advento da Lei no 9.032/1995, o

empregado acidentado que, por meio de reabilitação profissional, se tornava apto a exercer função diversa da que exercia antes do acidente poderia ser aproveitado em função de nível salarial inferior, desde que a remune-ração, somada ao auxílio-acidente percebido, resultas-se em valor igual ou superior àquela que recebia antes do acidente, conforme Portaria MTb no 3.046/1972 e Lei

no 8.213/1991, art. 118, parágrafo único.

Contudo, com a revogação do parágrafo único do art. 118 da Lei no 8.213/1991 pela Lei no 9.032/1995,

não é mais permitido o pagamento a empregado rea-bilitado de remuneração inferior àquela percebida por ocasião do acidente.

(Lei no 8.213/1991, art. 18, § 2o, arts. 19 a 21-A, arts. 22

e 23, art. 26, II, arts. 42, 44, 61, 62, 75 e 86; RPS, aprovado pelo Decreto no 3.048/1999, arts. 9o, 39, § 5o, art. 104, § 8o,

arts. 336 a 339, 341 a 343, com as alterações introduzidas pelos Decretos nos 6.042/2007 e 6.939 e 6.957, ambos de

2009; Instrução Normativa INSS no 20/2007, arts. 72, 211 a

231, 255 e 262; Instrução Normativa INSS no 31/2008;

Ins-trução Normativa INSS no 40/2009; Norma Regulamentadora

- NR 18, aprovada pela Portaria MTb no 3.214/1978, com

re-dação da Portaria SSST no 4/1995)

IOB Setorial

MARINHA MERCANTE

Grupo de Segurança e Saúde no Trabalho

a Bordo de Embarcações (GSSTB)

1. INTRODUÇÃO

É obrigatória a constituição de Grupo de Segu-rança e Saúde no Trabalho a Bordo de Embarcações (GSSTB) de bandeira nacional com, no mínimo, 500 t de arqueação bruta (AB).

2. REPRESENTAÇÃO DOS MARÍTIMOS NA COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA)

A Cipa das empresas de navegação marítima/flu-vial deve ser constituída pelos empregados envolvidos nas atividades de cada estabelecimento da empresa e por marítimos empregados, que efetivamente traba-lhem nas embarcações, eleitos na forma estabelecida pela Norma Regulamentadora (NR 5), aprovada pela Portaria MTb no 3.214/1978, obedecendo-se as regras

(11)

a) o total de empregados existentes em cada estabelecimento da empresa deve determinar o número de seus representantes, de acordo com o Quadro I da NR 5;

b) os marítimos devem ser representados na Cipa do estabelecimento-sede da empresa por um membro titular para cada 10 em-barcações da empresa, ou fração, e de um suplente para cada 20 embarcações da em-presa, ou fração, e de 1 suplente para cada 20 embarcações da empresa.

Os marítimos titulares e suplentes devem ser elei-tos separadamente em votação para composição da Cipa, tendo todos os direitos assegurados pela NR 5.

2.1 Participação dos representantes dos marítimos nas reuniões da Cipa

A participação dos marítimos eleitos nas reuniões da Cipa fica condicionada à presença da embarca-ção onde o empregado está lotado no município onde a empresa tem estabelecimento, no dia da reunião, desde que razões operacionais não impeçam sua saída de bordo.

Entretanto, a empresa deve adequar as datas das reuniões da Cipa de modo a permitir a presença dos marítimos a, no mínimo, 3 reuniões durante cada ano de seu mandato.

As despesas decorrentes da participação do ma-rítimo eleito nas reuniões da Cipa são de responsabi-lidade da empresa.

No caso de o representante dos marítimos estar em trânsito pelo estabelecimento da empresa em vir-tude de início ou término de férias ou de afastamento legal, a data da reunião da Cipa deve ser alterada para permitir a sua participação. Nessa hipótese, deve-se alterar a data de contagem do início das férias ou do afastamento legal, ou do regresso do marítimo a bor-do, devido ao fim das férias ou do afastamento legal, correspondente ao número de dias necessários à sua participação na reunião da Cipa.

A administração de bordo deve adequar o regime de serviço para que o representante dos marítimos possa participar das reuniões da Cipa sem prejuízo de suas horas de repouso.

Nota

As empresas privadas ou públicas e os órgãos da administração direta ou indireta obrigam-se ao cumprimento do disposto neste texto.

3. GSSTB - COMPOSIÇÃO

O GSSTB funcionará sob orientação e apoio técnico dos Serviços Especializados em Engenharia de Segu-rança e em Medicina do Trabalho (SESMT), observando-se o disposto na Norma Regulamentadora (NR 4), apro-vada pela Portaria MTb no 3.214/1978, e sob a

responsa-bilidade do comandante da embarcação, devendo ser integrado pelos seguintes tripulantes:

a) oficial encarregado da segurança; b) chefe de máquinas;

c) mestre de cabotagem ou contramestre; d) tripulante responsável pela seção de saúde; e) marinheiro de máquinas.

O comandante da embarcação poderá convocar qualquer membro da tripulação para compor o grupo.

A constituição do GSSTB não gera estabilidade aos seus membros, em razão das peculiaridades inerentes à atividade a bordo das embarcações mercantes.

4. FINALIDADES DO GSSTB

Constituem finalidades do GSSTB:

a) manter procedimentos que visem à preserva-ção da segurança e da saúde no trabalho e no meio ambiente, procurando atuar de forma preventiva;

b) agregar esforços de toda a tripulação para que a embarcação possa ser considerada lo-cal seguro de trabalho;

c) contribuir para a melhoria das condições de trabalho e de bem-estar a bordo;

d) recomendar modificações e receber suges-tões técnicas que visem à garantia de segu-rança dos trabalhos realizados a bordo; e) investigar, analisar e discutir as causas de

aci-dentes do trabalho a bordo, divulgando o seu resultado;

f) adotar providências para que as empresas man-tenham à disposição do GSSTB informações, normas e recomendações atualizadas em ma-téria de prevenção de acidentes, doenças rela-cionadas ao trabalho, enfermidades infectocon-tagiosas e outras de caráter médico-social; g) zelar para que todos a bordo recebam e usem

equipamentos de proteção individual e coleti-va para controle das condições de risco.

(12)

5. ATRIBUIÇÕES DO GSSTB

Cabe ao GSSTB:

a) zelar pelo cumprimento a bordo das normas vigentes de segurança, saúde no trabalho e preservação do meio ambiente;

b) avaliar se as medidas existentes a bordo para prevenção de acidentes e doenças relaciona-das ao trabalho são satisfatórias;

c) sugerir procedimentos que contemplem medidas de segurança do trabalho, especialmente quan-do se tratar de atividades que envolvam risco; d) verificar o correto funcionamento dos sistemas

e equipamentos de segurança e de salvata-gem (salvamento);

e) investigar, analisar e divulgar os acidentes ocorridos a bordo, com ou sem afastamento, fazendo as recomendações necessárias para evitar a possível repetição destes;

f) preencher o quadro estatístico de acordo com o modelo constante no Quadro I anexo à NR 30, aprovada pela Portaria SIT/DSST no 34/2002, e

ela-borar relatório encaminhando-os ao empregador; g) participar do planejamento para a execução

de exercícios regulamentares de segurança tais como abandono, combate a incêndio, res-gate em ambientes confinados, prevenção à poluição e emergências em geral, avaliando os resultados e propondo medidas corretivas; h) promover, a bordo, palestras e debates de

ca-ráter educativo, bem como distribuição, publi-cações e/ou recursos audiovisuais relaciona-dos com os propósitos do grupo;

i) identificar as necessidades de treinamento so-bre segurança, saúde do trabalho e preserva-ção do meio ambiente;

j) quando da ocorrência de acidente de trabalho, zelar pela emissão da Comunicação de Aci-dente do Trabalho (CAT) e pela escrituração de termo de ocorrência no diário de bordo.

5.1 Reuniões do GSSTB

O GSSTB reunir-se-á, em sessão ordinária, de ca-ráter obrigatório, pelo menos uma vez a cada 30 dias, a qual ocorrerá:

a) por iniciativa do comandante da embarcação; b) por solicitação escrita da maioria dos componen-tes do GSSTB ao comandante da embarcação;

c) quando da ocorrência de acidente de traba-lho, tendo como consequência óbito ou lesão grave do acidentado;

d) na ocorrência de incidente, práticas ou proce-dimentos que possam gerar riscos ao trabalho a bordo.

Serão consideradas de efetivo trabalho as horas des-tinadas ao cumprimento das atribuições do GSSTB que devam ser realizadas durante a jornada de trabalho.

O comandante tomará as providências para pro-porcionar aos membros do GSSTB os meios neces-sários ao desempenho de suas funções e ao cumpri-mento das deliberações do grupo.

Ao final de cada reunião, será elaborada uma ata referente às questões discutidas, a qual ficará arquivada a bordo, sendo extraída cópia para o envio à direção da empresa ou, quando houver, diretamente ao SESMT.

5.2 Reunião anual com o SESMT

Anualmente, sempre que compatível com a movi-mentação da embarcação, o GSSTB reunir-se-á a bordo com representantes do SESMT da empresa, em porto nacional escolhido por esta, para acompanhamento, mo-nitoração e avaliação das atividades do referido grupo.

Quando o empregador não for obrigado a manter o SESMT, deverá recorrer aos serviços profissionais de uma assessoria especializada em segurança e medicina do trabalho para avaliação anual das ativi-dades do GSSTB.

6. COMUNICAÇÕES

Cabe ao comandante da embarcação:

a) comunicar e divulgar as normas que a tripula-ção deve conhecer e cumprir em matéria de segurança e saúde no trabalho a bordo e de preservação do meio ambiente;

b) dar conhecimento à tripulação das sanções legais que poderão advir do descumprimento das normas regulamentadoras, no que tange ao trabalho a bordo;

c) encaminhar à empresa as atas das reuniões do GSSTB solicitando o atendimento para os itens que não puderam ser resolvidos com os recursos de bordo.

(13)

a) analisar as propostas do grupo, implementan-do-as sempre que se mostrarem adequadas e exequíveis, informando, em qualquer caso, ao GSSTB sua decisão fundamentada;

b) quando do transporte de substâncias perigo-sas, assegurar que o comandante da embar-cação tenha conhecimento das medidas de segurança que deverão ser tomadas;

c) promover os meios necessários para o cum-primento das atribuições do GSSTB relativas a higiene e conforto a bordo e aos salões de refeições e locais de recreio.

(Norma Regulamentadora - NR 30, aprovada pela Portaria SIT/DSST no 34/2002, subitens 30.4 a 30.4.9.2)

IOB Perguntas e Respostas

Acidente de trajeto - Caracterização

1) É considerado acidente de trajeto (acidente do trabalho - tipo 3) aquele que ocorre quando o empre-gado se desvia do percurso habitual para resolver pro-blemas particulares?

Não. Considera-se acidente de trajeto (acidente do trabalho - tipo 3) aquele que ocorre no desloca-mento de casa para o trabalho, ou vice-versa, ou de um para outro local de trabalho habitual, levando-se em conta a distância e o tempo de deslocamento compatíveis com o percurso do referido trajeto.

Portanto, não se caracteriza como acidente de trabalho o acidente de trajeto sofrido pelo segurado que, por interesse pessoal, tenha interrompido ou al-terado seu percurso habitual.

(Instrução Normativa INSS no 20/2007, art. 216, inciso III

e § 2o)

Acidente do trabalho - Responsabilidade civil da empresa

2) A empresa pode vir a ser responsabilizada civil-mente pelo acidente sofrido por seu empregado?

Sim. O pagamento pelo INSS das prestações de-correntes de acidente do trabalho não exclui a res-ponsabilidade civil da empresa ou de terceiros.

A empresa é responsável pela adoção e pelo uso das medidas coletivas e individuais de

prote-ção a segurança e saúde do trabalhador, consti-tuindo contravenção penal punível com multa o não cumprimento das normas de segurança e saúde do trabalho.

Cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) fiscalizar e aos sindicatos e entidades representativas de classe acompanhar o cumprimento dessas obriga-ções por parte das empresas.

A Constituição Federal, em seu art. 7o, inciso

XXVIII, dispõe que é direito do trabalhador urbano e rural o seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou cul-pa. Assim, caso tenha sido negligente, imprudente ou omisso na adoção de medidas de proteção à segurança e à saúde do trabalhador, o emprega-dor poderá ser compelido a indenizar o empregado acidentado.

Caso o empregado sofra acidente do trabalho mo-tivado por negligência do empregador em observar as normas de segurança e saúde no trabalho indicadas para a proteção individual e coletiva, a Previdência Social concederá os benefícios devidos ao trabalha-dor acidentado, contudo, proporá ação regressiva contra os responsáveis pelo acidente.

(Lei no 8.213/1991, art. 19, §§ 1o e 2o, art. 22, § 3o, e arts.

338, caput, 339, 341 a 343 do Regulamento da Previdência So-cial - RPS, aprovado pelo Decreto no 3.048/1999)

(14)

Doença profissional ou do trabalho - Dia do acidente - Caracterização

3) No caso de doença profissional ou de doença do trabalho, qual data deverá ser considerada como dia do acidente?

Considera-se dia do acidente, no caso de do-ença profissional ou do trabalho, a Data do Início da Incapacidade (DII) de laboração para o exer-cício da atividade habitual, o dia da segregação compulsória ou o dia em que for realizado o diag-nóstico, valendo para esse efeito o que ocorrer pri-meiro.

(Lei no 8.213/1991, art. 23; Instrução Normativa INSS no

20/2007, art. 212)

Período de afastamento decorrente do acidente do trabalho - FGTS - Depósito -

Obrigatoriedade

4) A empresa está obrigada a efetuar o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) durante o período de afastamento do empregado de-corrente de acidente do trabalho?

Sim. O depósito dos valores relativos ao FGTS na conta vinculada do trabalhador é obrigatório durante todo o período de afastamento decorrente do trabalho.

O referido depósito deixará de ser efetuado caso haja a transformação do auxílio-doença acidentário em aposentadoria por invalidez.

(Lei no 8.036/1990, art. 15, § 5o; Regulamento do Fundo de

Garantia do Tempo de Serviço - RFGTS, aprovado pelo Decreto no 99.684/1990, art. 28, inciso III)

Acidente do trabalho - CAT - Emissão

5) A empresa deverá emitir Comunicação de Aci-dente do Trabalho (CAT) quando o aciAci-dente ocorrer com um empregado que já é aposentado?

Sim. As CAT relativas ao acidente do trabalho, à doença do trabalho ou à doença profissional ocorri-dos com o aposentado que permaneceu na atividade como empregado, ou a ela retornou, serão registra-das e encerraregistra-das pelo INSS.

(Instrução Normativa INSS no 20/2007, art. 231)

(15)

IOB

Atualiza

Legislação Trabalhista e Previdenciária

Eletrônico IOB

CONSELHO FEDERAL DE FONOAUDIOLOGIA

Manual de orientação e fiscalização da

profissão - Aprovação

Por meio da Resolução CFFa no 380/2010, em vi-gor desde 19.04.2010, do Conselho Federal de Fo-noaudiologia, considerando, dentre outras coisas, o Código de Ética da Fonoaudiologia e a necessidade de atualizar as normas acerca da fiscalização nas ju-risdições dos Conselhos Regionais de Fonoaudiologia (Crefonos), foi aprovado o manual de orientação e fis-calização do exercício profissional da fonoaudiologia. A resolução em referência entrou em vigor na data de sua publicação e revogou as disposições em contrário, em especial a Resolução CFFa no 340, de 20.10.2006, publicada no DOU de 27.10.2006.

Nota

A Resolução CFFa no 340/2006 dispunha sobre a aprovação do manual

de orientação e fiscalização do exercício da fonoaudiologia e dava outras providências.

(Resolução CFFa no 380, de 20.03.2010 - DOU 1 de

19.04.2010)

Para visualizar a íntegra do(s) ato(s) citado(s), acesse o conteúdo da Biblioteca Legislativa IOB, pelo link disponível no Site do Cliente.

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Desfibrilador - Obrigatoriedade de

manutenção no âmbito do Município

de São Paulo

Os aeroportos, os shopping centers, os centros empresariais, os estádios de futebol, os hotéis, os hipermercados e supermercados, as casas de

es-petáculos e os locais de trabalho com concentração superior a 1.000 pessoas ou circulação média diária de 3.000 pessoas ou mais, os clubes e as academias com mais de 1.000 sócios, e as instituições financei-ras e de ensino com concentração ou circulação mé-dia diária de 1.500 pessoas ou mais ficam obrigados a manter, em suas dependências, aparelho desfibrila-dor externo automático (DEA), determinando um fluxo que permita a disponibilidade ao paciente em até 5 minutos depois de constatado o evento.

Os estabelecimentos que por vezes se enqua-drem nas condições anteriormente descritas poderão terceirizar a prestação do serviço mediante a contra-tação de empresas devidamente cadastradas nos ór-gãos de vigilância sanitária.

Com a finalidade de estabelecer os parâmetros de conduta a serem seguidos na utilização do DEA, a capacitação deverá ser promovida por meio de cur-so ministrado de acordo com as recomendações do Conselho Nacional de Ressuscitação (CNR).

Os estabelecimentos e órgãos públicos abrangi-dos por essas medidas deverão promover a capaci-tação de todos os integrantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), de todo o efetivo da Brigada de Incêndio e da Brigada de Emergência, além de mais 2 funcionários por turno, por aparelho.

Os estabelecimentos que disponham de serviços médicos próprios deverão manter a gestão, o plano de ação e o fluxo sob responsabilidade de sua equipe médica, nomeando profissional médico responsável, que deverá estar presente durante todo o período de funcionamento. Para tanto, os estabelecimentos de-verão manter registros atualizados do pessoal capa-citado para operar os desfibriladores.

O DEA deverá preencher os requisitos gerais de: a) facilidade de operação, de modo que o

equi-pamento possa ser utilizado pela população em geral, devidamente treinada;

(16)

b) segurança, a fim de proteger tanto o opera-dor quanto a pessoa acometida de proble-mas cardíacos, devendo haver garantia de que a liberação do choque somente ocorrerá em vítimas em fibrilação ventricular, basean-do-se em evidenciação científica, por meio de testes de sensibilidade e especificidade; c) portabilidade, permitindo seu acondiciona-mento em automóveis e kits de primeiros socorros transportados por socorristas em meio a multidões ou através de locais de acesso complicado ou limitado;

d) durabilidade, para que o equipamento se mantenha em prontas e corretas condições de uso em locais não protegidos e sujeitos a choques ou quedas;

e) manutenção mínima, de sorte que o sistema de baterias dispense recargas frequentes, dependentes de inspeção constante, contan-do, para isso, com dispositivos autocapazes de monitorizar a situação das baterias e dos componentes eletrônicos e, assim, alertar o usuário sobre a necessidade de quaisquer reparos;

f) atender às normas de fabricação e manuten-ção da Agência Nacional de Vigilância Sa-nitária (Anvisa), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e do Instituto Na-cional de Metrologia, Normatização e Quali-dade Industrial (Inmetro).

O descumprimento das disposições anteriores im-plicará na imposição de multa de R$ 2.000,00, renova-da semanalmente até a constatação de que cessou o ato de infração, cabendo a fiscalização pelos órgãos técnicos da Secretaria Municipal da Saúde. A multa citada será atualizada anualmente pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apu-rado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumulada no exercício anterior, sendo que, no caso de extinção desse índice, será adotado outro, criado por legislação federal e que reflita a perda do poder aquisitivo da moeda.

Não obstante as disposições anteriores váli-das para o Município de São Paulo, ressalte-se que, por meio da Lei estadual no 12.736/2007 (DOE SP

16.10.2007), no âmbito do Estado de São Paulo, também há previsão de obrigatoriedade da disponi-bilização de desfibrilador em locais de grande con-centração de pessoas, como centros de compras,

aeroportos, rodoviárias, estádios de futebol, feiras de exposições e outros eventos.

Nos termos da citada lei estadual, a aquisição e o funcionamento do desfibrilador, bem como a contrata-ção de técnico para sua utilizacontrata-ção, ficarão por conta dos responsáveis pela administração dos locais ora mencionados, lembrando-se que o aparelho deverá estar à disposição durante todo o período em que es-ses locais registrarem a presença de público.

(Lei no 13.945/2005 - DOM São Paulo de 08.01.2005,

alte-rada pela Lei no 14.621/2007 - DOM São Paulo de 12.12.2007,

regulamentadas pelo Decreto no 49.277/2008 - DOM São Paulo

de 05.03.2008; Lei no 12.736/2007 - DOE SP 16.10.2007) Para visualizar a íntegra do(s) ato(s) citado(s), acesse o conteúdo da

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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Cipa - Objetivo e atribuições - NR 5

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tor-nar compatível, permanentemente, o trabalho com a preservação da vida e promoção da saúde do traba-lhador.

A Cipa tem as seguintes atribuições:

a) identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com asses-soria dos Serviços Especializados em Seguran-ça e em Medicina do Trabalho (SESMT), onde houver;

b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;

c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção neces-sárias, bem como da avaliação das priorida-des de ação nos locais de trabalho;

(17)

d) realizar, periodicamente, verificações nos am-bientes e nas condições de trabalho visando à identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalha-dores;

e) realizar, a cada reunião, avaliação do cum-primento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;

f) divulgar aos trabalhadores informações relati-vas à segurança e saúde no trabalho;

g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relaciona-dos à segurança e saúde relaciona-dos trabalhado-res;

h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalha-dores;

i) colaborar no desenvolvimento e na implemen-tação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e de outros programas relacionados à seguran-ça e saúde no trabalho;

j) divulgar e promover o cumprimento das nor-mas regulamentadoras, bem como de cláu-sulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no tra-balho;

k) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise das causas das doenças e dos acidentes de tra-balho e propor medidas de solução dos pro-blemas identificados;

l) requisitar ao empregador e analisar as infor-mações sobre questões que tenham interfe-rido na segurança e saúde dos trabalhado-res;

m) requisitar à empresa as cópias das emissões de Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT);

n) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Sipat);

o) participar, anualmente, em conjunto com a em-presa, de Campanhas de Prevenção da Sín-drome da Imunodeficiência Adquirida (Sida/ Aids).

(NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - Cipa, itens 5.1 e 5.16, aprovada pela Portaria MTb no 3.214/1978,

ob-servada a redação dada pela Portaria SSST no 8/1999)

Para visualizar a íntegra do(s) ato(s) citado(s), acesse o conteúdo da Biblioteca Legislativa IOB, pelo link disponível no Site do Cliente.

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Proteção contra incêndio quanto às

saídas, portas e escadas no ambiente

de trabalho - NR 23 - Regras

Todas as empresas deverão possuir proteção contra incêndio, saídas suficientes para a rápida re-tirada do pessoal em serviço, em caso de incêndio, equipamento suficiente para combater o fogo em seu início e pessoas treinadas para seu uso correto.

Os locais de trabalho deverão dispor de saídas em número suficiente e dispostas de modo que aque-les que se encontrem nesses locais possam abando-ná-los com rapidez e segurança, em caso de emer-gência, observando-se que:

a) a largura mínima das aberturas de saída deve-rão ser de 1,20 m;

b) o sentido de abertura da porta não poderá ser para o interior do local de trabalho;

c) onde não for possível o acesso imediato às saídas, deverão existir, em caráter permanente e completamente desobstruídos, circulações internas ou corredores de acesso contínuos e seguros, com largura mínima de 1,20 m; d) quando não for possível atingir, diretamente,

as portas de saída, deverão existir, em caráter permanente, vias de passagem ou corredores, com largura mínima de 1,20 m, sempre rigoro-samente desobstruídos;

e) as aberturas, saídas e vias de passagem de-vem ser claramente assinaladas por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a dire-ção da saída;

Referências

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