• Nenhum resultado encontrado

Introdução. Com base na constituição uma série de documentos foram promulgados na forma de leis e decretos

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Introdução. Com base na constituição uma série de documentos foram promulgados na forma de leis e decretos"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Proposta de Ensino/Aprendizagem para Surdos sobre o conceito de paisagem sonora: interdisciplinaridade da Música e da Física a partir de um projeto de extensão universitária, COUTINHO,

Proposta de Ensino/Aprendizagem para Surdos sobre o Conceito de

Paisagem Sonora: interdisciplinaridade entre a Música e a Física a

partir de um Projeto de Extensão Universitária.

Laís Coutinho de Souza – Universidade Sagrado Coração – USC – lais.coutinho@outlook.com Fábio de Souza Alves – Universidade de São Paulo – USP – fsalves@usp.br

Luis Mateus da Silva Souza – Universidade Sagrado Coração – USC – luis.souza@usc.br Eixo 1: Direitos, Responsabilidades e Expressões para o Exercício da Cidadania

Resumo

A inclusão escolar é um processo que está em andamento nas escolas brasileiras. Por se tratar de políticas recentes a escola ainda não está preparada para receber alunos com deficiência. Neste sentido, iniciativas que viabilizem o dialogo para elaboração de novas estratégias de ensino é uma exigência. Além disso, preocupar-se com a formação de futuros professores em áreas específicas como ciências e música faz-se necessário devido o pouco material disponível para este público e aos conceitos que ainda não estão constituídos na Libras que permita o acesso aos conteúdos. Este trabalho pretende apresentar uma proposta de ensino e aprendizagem sobre o tema paisagem sonora cuja interdisiciplinaridade se encontra entre a Física e a Música , proposta que faz parte do projeto de Extensão Universitária Ensino de Ciências na Língua Brasileira de Sinais – Libras que teve inicio em 2015 e que está em andamento. Para isso, diferentes atores Universidade Sagrado Coração - USC – Bauru, a Escola Estadual Ernesto Monte e a Associação de Surdos do municipio de Jahu serão os objetos desta pesquisa e funcionam como mola propulsora para estabelecimento de reflexões. Como resultados podemos concluir que os alunos da graduação participantes puderam aprofundar na complexidade do didatismo dos conteúdos, compreender o contexto e a vivência dos Surdos na sala de aula, a complexidade da escola e da sociedade para tratar sobre o tema. Também percebemos como um projeto de extensão pode contribuir para a formação de futuros professores e configura um espaço importante para a formação inicial e continuada, mas é necessário que os programas de extensão sejam mais flexíveis para projetos de longa duração. Por fim, espera-se que as atividades propostas possam contribuir para esse complexo campo de estudo ainda em construção em nosso país.

Palavras Chave: Libras, Som, Ensino de Música e Física.

Abstract

School inclusion is a process that is underway in Brazilian schools. Because it is recent policy school is not ready to receive students with disabilities. In this sense, initiatives that facilitate the dialogue for developing new teaching strategies are a requirement. In addition, concerned with the training of future teachers in specific areas such as science and music it is necessary because the little material available for this audience and concepts that are not made in Libras enabling access to content. This work intends to present a proposal for teaching and learning on the subject Soundscape who’s interdisciplinary is between Physics and Music, a proposal which is part of the University Extension Project Science Education in Brazilian Sign Language - Libras which began in 2015 and that is in progress. For this, different actors Sacred Heart University USC - Bauru, the State School Ernesto Monte and the Deaf Association of Jahu the municipality will be the objects of this research and act as driving force for the lead of reflections. As a result we can conclude that the students of undergraduate participants were able to deepen the complexity of the didacticism of the contents, understand the context and the experience of the Deaf in the classroom, the complexity of school and society to treat on the subject. We also realized as an extension project may contribute to the training of future teachers and sets up an important space for the initial and continuing education, but it is necessary that the extension programs are more flexible for long-term projects. Finally, it is expected that the proposed activities can contribute to this complex field of study still under construction in our country.

Keywords: Libras, Sound, Music and Physics Education

(2)

8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Proposta de Ensino/Aprendizagem para Surdos sobre o conceito de

Introdução

A inclusão escolar é um processo que está em construção nas escolas brasileiras. No Brasil, há pouco mais de uma década as pessoas surdas, cegas, com deficiência visual, com transtornos globais e pessoas com limitações de mobilidade e comunicação eram consideradas inaptas para frequentar e ter acesso ao ambiente escolar. Compreendia-se que essas pessoas eram mais bem cuidadas e atendidas se estivessem excluídas e escondidas dos demais contextos sociais (ARANHA, 1995).

Estes sujeitos quando alfabetizados frequentavam as instituições especializadas substituindo a educação formal oferecida pela escola pela educação especial que era considerada substitutiva. Houve também um período da integração escolar na qual o objetivo era a socialização das pessoas com deficiência fazendo-as conviver com as pessoas consideradas normais, mas não havia a preocupação com o acesso e didatização dos saberes escolares (MENDES, 2006). A partir de movimentos sociais e educacionais nos Estados Unidos na década de 1980 propõe-se um conceito denominado de inclusão total que tem a finalidade de adequar as condições pedagógicas e didáticas dos conteúdos para as pessoas com deficiência (MENDES, 2006). O Brasil acompanhou essas tendências, porém de uma forma relativamente tardia, e resumidamente o campo da inclusão escolar passou por um enorme círculo de debates que aos poucos foi convergindo para os documentos oficiais brasileiros.

Neste trabalho, trataremos sobre a inclusão escolar das pessoas Surdas público que foi impedido de se comunicar por uma língua própria fruto de concepções clínicas sobre o Surdo e a surdez que obrigavam a pessoa Surda a conviver em um ambiente com ouvintes passando por sessões e exercícios para audição e fala, prática esta denominada de Oralismo (GOLDFELD, 1997, SKLIAR, 1997).

A mudança de paradigmas sobre o Surdos no mundo todo influenciou nações para a construção de um conjunto de leis de acordo com seu tempo e realidade e com base em princípios naturais e direitos civis cujo objetivo era dar a eles o que é por direito, o que inclui o acesso aos conteúdos escolares (ALVES E CAMARGO, 2013).

De forma ampla em relação a educação brasileira a constituição de 1988 determina que:

é direito de todos e dever do Estado e da família, tendo a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola como um de seus princípios (BRASIL, 1988).

Com base na constituição uma série de documentos foram promulgados na forma de leis e decretos

como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394/1996 (BRASIL, 1996).

Para os surdos especificamente promulga-se a Lei º 10.436/2002 que considera que a Língua Brasileira de Sinais como língua de comunicação e expressão do Surdos e que representa um grande avanço na tentativa de garantir os direitos aos Surdos brasileiros fruto também da luta estabelecida pela comunidade Surda (BRASIL, 2002).

Há também o Decreto federal nº 5626/2005 que regulamenta a Lei 10.436/2002, este decreto estabelece alguns pontos importantes como a formação e atuação do professor e do tradutor intérprete da Língua de Sinais, as diretrizes para o acesso aos conteúdos escolares a partir da adaptação de acordo com contexto e a necessidade (BRASIL, 2005).

Outros documentos como o decreto federal nº 6949/2009 promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007 e que tem status de emenda constitucional (BRASIL ,2009).

Em 2008 é criada a Política Nacional na Perspectiva da Educação Inclusiva, no qual se estabelece diretrizes para o acesso e os direitos dos Surdos à escolarização (BRASIL, 2008).

Há Também o decreto federal nº 7611/2011 além de outras atribuições o decreto determina que a educação especial não será mais substitutiva e sim complementar e suplementar através do atendimento educacional especializado – AEE oferecidos nas salas de recursos multifuncionais, porém mantém a atuação e funcionamento das instituições especializadas (BRASIL, 2011).

Por fim, é promulgada a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência, lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015) que torna obrigatório o cumprimento dos documentos oficiais em todo territorio nacional. Portanto, vivemos um momento de mudanças recentes, na qual os Surdos tem acesso a escola de forma regular, porém a escola não se sente preparada para receber este público (ALVES E CAMARGO, 2014).

Este cenário permite fomentar para tal reflexão devido o crescente número de alunos surdos ingressantes nas escolas, o Decreto Federal nº 5626/2005, orienta as escolas a disponibilizar o acesso desses indivíduos e conceder possibilidades para que eles convivam no ambiente escolar utilizando a Libras (BRASIL, 2005).

Desse modo, todo e qualquer saber e conhecimento deve ser acessível para todas as pessoas. Leme, (2010, p. 22) destaca que:

A Educação é um fator propulsor de desenvolvimento da cidadania, uma ação que leva ao progresso da pessoa para que ela possa conhecer o mundo e ser um agente ativo e que

(3)

8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Proposta de Ensino/Aprendizagem para Surdos sobre o conceito de legitima, assim, suas ações dentro da sociedade.

(LEME, 2010, p. 22).

Na escola haverá professores, tradutores e intérpretes da língua de sinais, alunos ouvintes, Surdos, professores da sala de recursos todos juntos compartilhando os saberes e os conhecimentos que ali estarão constituídos (CANUTO e ALVES, 2015, ALVES e CAMARGO, 2014).

A escola deverá passar por um processo de transformação, sabendo enfrentar os desafios do ensino/aprendizagem que alcance a inclusão escolar. Segundo Resende e Lacerda, (2013):

A atual Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (2008) tem apontado para a necessidade de ressignificação do espaço escolar, considerando a inclusão de todos no ensino regular um imperativo central e único das políticas públicas em Educação Especial. Ou seja, em defesa da proposta de educação inclusiva, o Estado brasileiro tem direcionado todas as ações educacionais para o esforço de inserção de todos os educandos num único e possível espaço - a sala de aula comum, disponibilizando apoios e serviços da Educação Especial, considerada desde a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996) como modalidade de ensino e não mais um tipo específico de atendimento paralelo ao ensino regular (RESENDE e LACERDA, 2013, p.1)

Especialmente, no estudo dos conceitos que envolvem áreas específicas como Física, Química e Biologia haverá a necessidade da junção de interesses e esforços dos expertises das áreas ciências e educação especial para estabelecer parâmetros para que permitam o acesso a todos os presentes em uma sala de aula comum (ALVES et al, 2014, ALVES et al, 2013)

Por este motivo, estabelecer um espaço de diálogo que pretende a formação do Surdos, oferecer subsídios teóricos, pedagógicos e didáticos para professores e futuros professores, tradutores e intérpretes da língua de sinais e professores da sala de recursos é uma necessidade emergente em nosso país.

Este trabalho é parte constituinte de um projeto de extensão universitária iniciado em 2015 denominado Ensino de Ciências na Língua Brasileira de Sinais/ Libras que é desenvolvido pela Universidade do Sagrado Coração – USC em Bauru no Estado de São Paulo com a colaboração da escola pública estadual Ernesto Monte e pela Associação de Surdos de Jahu.

No projeto trabalhamos vários temas em ciências dentre eles o ensino dos conceitos da Física e da Música como forma interdisplinar. A escolha do tema considerou que o projeto dialogasse com a formação do aluno de graduação participante do projeto de extensão.

O projeto em questão não possui uma intervenção imediata, pois pretende-se que o aluno da

graduação se aproprie o melhor possível dos conteúdos propostos nas atividades de forma que o processo não conduza o aluno participante como mero organizador ou executor do projeto.

Há também de considerar que o campo escolar possui sua rotina e que merece toda a atenção para que não seja necessário a repetição da prática ou mesmo atrapalhe o trabalhos desenvolvidos na escola.

Para isso, o projeto levou pelo menos 4 (quatro) meses de planejamento em encontros semanais e quinzenais onde havia acesso e estudo da literatura disponível.

Neste momento, apresentaremos apenas as etapas do que se pretende fazer no projeto para os próximos meses, apresentando os dados iniciais os objetivos que se pretendem na elaboração da proposta e contribuição na formação de futuros professores. Além disso, apresentaremos os pontos positivos e negativos previstos no projeto como enquadramento em um contexto de extensão universitária.

Desse modo, elaboramos uma proposta abordando as propriedades do som e nos conduzindo ao conceito de paisagem sonora onde encontramos dois desafios em destaque: a falta do sentido fundamental no público alvo para a análise desses conceitos e a inexistência de códigos da língua materna, que são os sinais na Libras. As duas disciplinas contêm claramente em seu currículo o estudo dos conceitos que pertencem a essas áreas de conhecimento.

Alves et al, (2014) desenvolveu uma pesquisa sobre a quantidade e categorizou quais são os conceitos científicos presentes nos principais dicionários de Libras no Brasil com edição recente e que são utilizados amplamente como instrumento de consulta pela comunidade escolar e acadêmica. Os referidos autores apontam que o eixo temático “Propriedades do Som” não aparece nesta seleção e portanto, conclui-se que possivelmente elas não existam oficialmente no contexto da lingua de sinais. E em relação à Música os números são ainda menores, porque esta disciplina esteve ausente da grade curricular brasileira durante décadas retornando em 2008 com a lei nº 11769/2008 incluída na LDB 9394/1996. No Art. 26 inciso 6o temos que:

A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2o deste artigo” (BRASIL, 2008).

O estudo e a construção de sinais que correspondam à Paisagem Sonora descrita pelo educador musical canadense Schafer (1991) são as propriedades do som; onda, frequência, amplitude, altura, intensidade, duração, timbre, ruído, som, silêncio e os elementos da música; melodia, harmonia e ritmo são relevantes no contexto da

(4)

8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Proposta de Ensino/Aprendizagem para Surdos sobre o conceito de

construção do conhecimento e acesso aos saberes escolares e para superar o obstáculo latente na Educação a complexa relação didática que envolve o professor, aluno e o saber.

Já o professor compreendendo a necessidade dos alunos torna os saberes mais acessíveis e o conhecimento adquirirá sentido em suas realidades. O estudo a respeito do som tem se distanciado da sua significação no meio escolar e social, rotineiramente tratado apenas como mais alguns conceitos e fórmulas que são necessários para o conteúdo “vestibulano”. Segundo Júnior, (2010, p.9):

O ensino de acústica tem se caracterizado por um modo bancário, centrado na transmissão de conceitos científicos prontos, que em muito se distância do mundo tecnológico e cultural nos quais os alunos encontram-se inseridos. Voltado apenas à construção de uma base teórica para o estudo do som enquanto onda mecânica, pouco contribui para o ideal de formação de cidadãos capazes de entender e atuar na melhoria das paisagens sonoras dos ambientes nos quais convivem. Igualmente distante do mundo da cultura sonora e musical, da tecnologia de áudio e do ambiente acústico, em nada se alinha com o esforço cada vez mais crescente de sensibilização da escuta e da educação sonora, protagonizado pelo educador canadense Raymond Murray Schafer e que já encontra arrego em diversas experiências de pesquisa e ensino no Brasil, materializadas na educação ambiental, em música, em artes e emgeografia. A questão ambiental e, mais especificamente, do ambiente sonoro, parece atravessar muitos dos mundos disciplinares escolares e, portanto, passa a ser responsabilidade dos diversos professores a sua condução enquanto projeto pedagógico. (JÚNIOR, 2010, p. 9)

A seguir, apresentaremos os objetivos propostos neste trabalho que elucidam a complexidade do tema em questão.

Objetivos

Como objetivo, este trabalho apresentaremos uma proposta de ensino/aprendizagem sobre os conceitos físicos com interdisciplinaridade com a Música que possa contribuir com o ensino dos Surdos. A atividade terá como objetivos específicos a) Investigar qualitativamente o ensino de ciências para surdos b) Criar situações didáticas para o ensino dos temas: propriedades do som e elementos musicais; c) Permitir que os Surdos e com deficiência auditiva tenham acesso aos conteúdos em ciências; d) Fomentar as possibilidades do ensino deste tema por meio da construção de material didático; e) contribuir para a construção dos sinais sobre o tema propriedades do som e elementos musicais ainda não existentes na Libras f) permitir aos professores e futuros professores formação especifícia sobre o tema; g ) oferecer subisídios para atuação dos tradutores e interpretes da lingua de sinais e professores da sala

de recurso no auxilio do trabalho em sala de aula comum; h) descrever a ponetcialidade da extensão universitária como fomento para um projeto educacional.

Metodologia

A metodologia do projeto de extensão, para a construção da proposta e da análise dos possíveis resultados com os Surdos é qualitativa. Para desenvolve-la foram feitos encontros para formação sobre os princípios que norteiam a relação didática do conteúdo com o publico alvo.

Neste segundo semestre definimos o público alvo na Associação de Surdos de Jaú e na Escola Estadual Ernesto Monte.

Na escola estabeleceremos o processo de ensino/aprendizagem com alunos Surdos que possuem em sua estrutura curricular semelhante aos conteúdos a serem trabalhados pelo projeto, fazendo uma interface entre o conteúdo e a necessidade escolar do aluno.

Na Associação de Surdos de Jahu teremos a preocupação de validar a mesma metodologia, porém com Surdos fluentes e proficientes na língua de sinais e que representam uma força política da comunidade Surda.

O trabalho será desenvolvido na sala de recursos multifuncionais com 4 (quatro) tempos de 50 minutos, junto com os tradutores e intérpretes o mesmo ocorrerá na associação de surdos de Jahu. Os dados serão coletados através da filmageme de anotações em um livro de anotações e acompanhamento da atividade que serão analisadas qualitativamente. Ao final da atividade faremos a coleta dos conceitos discutidos em ambos os grupos buscando a criação de Sinais ainda não constituídos na Libras.

Resultados e Discussão

Para o planejamento da atividade foram feitos estudos sobre o tema, no qual a partir desta inciativa construímos um mapa conceitual que permita visualizar estruturalmente o conteúdo. A construção do mapa permitirá aos leigos, professores tradutores e intérpretes a possibilidade de perceber as relações entre conceitos.

Após a construção do mapa começamos a etapa para elaboração de materiais que pudessem estabelecer a interface com o conteúdo proposto. Além do conteúdo téorico utilizaremos experimentos que possam permitir a aproximação sensorial dos alunos Surdos.

Os materiais serão construídos pelos autores deste trabalho. Esses instrumentos são aplicados em ouvintes para didatização do conteúdo sobre sons que apresentaremos a seguir.

(5)

8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Proposta de Ensino/Aprendizagem para Surdos sobre o conceito de

Figura 1 - Mapa conceitual sobre paisagem sonora - Fonte: elaborado pelos autores

Figura 2 Material percusivo com material reciclável - Fonte: PELIZER, (2011) disponível em Ponto Ciência

Os Instrumentos percussivos produzidos com tubos de embalagem de batata frita, balões, elásticos e fita crepe para a abordagem do conceito de Altura.

Figura 3 - Material percusivo com material reciclável. Fonte: PELIZER, (2011) disponível em Ponto Ciência

O mecanismo é feito de garrafa pet, bexiga, espelho, fita isolante, eletroduto corrugado e um laser permitirá para o estudo das Ondas Mecânicas da voz.

Figura 4 - Material percusivo com material reciclável. Fonte: PELIZER, (2011) disponível em Ponto Ciência

Bolas com diversas massas e tamanhos com praticáveis de madeira de palco para explicação da Intensidade.

Figura 5 - Instrumentos musicais fonte: os autores Instrumento musical Violino e trompete para o ensino da Duração, timbre e altura.

.

Figura 5 – Experimento utilizando diferentes luzes Para o estudo do conceito de Altura e timbres fonte: os autores

Efeitos luminosos permitirão que o surdo perceba o timbre e a Altura dos sons. A partir da apropriação dos conceitos espera-se que os Surdos possam estabelecer a criação de sinais que correspondam ao tema apresentado e desse modo contribua para a composição de um léxico específico.

Conclusões

Para a formação do futuro professor o estudo do tema permitiu a melhor percepção e a complexidade do trabalho que deve ser feito sobre a didatização do conteúdo aproximando a realidade escolar da realidade acadêmica.

Notamos que a apropriação do conhecimento e de seu sentido no desenvolvimento do cidadão é o que apresenta o progresso na vida do ser humano de forma integral.

Pensando na temática da Paisagem Sonora, essa integralidade é ressaltada, pois como observamos no exposto acima ela está presente na interdisciplinaridade. O estudo desses conceitos traz mudanças conceituais, estimulando a evolução cognitiva lógica e a exploração das emoções. A relação entre a física e a música está no estudo sobre o som, uma onda mecânica, onde há vários elementos que a caracteriza e a didatização dos saberes constituídos torna para o futuro professor

(6)

8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Proposta de Ensino/Aprendizagem para Surdos sobre o conceito de

uma tarefa relativamente complexa devido o distanciamento da academia e a realidade escolar. Consideramos que a extensão universitária é um locus para forte intervenção na realidade da comunidade e permite que haja uma interface direta entre comunidade escolar e a comunidade acadêmica, professor, futuro professor, tradutores e intépretes, professores da sala de recursos, alunos surdos e ouvintes.

Porém, os mecanismos de exigência institucional requerem resultados que para um período curto não são possíveis a medida que se pretende não apenas intervenções pontuais, mas algo mais profundo para todos os participantes.

Nesta etapa já se pode concluir quanto é dificil montar a estratégia e com os materiais utilizados espera-se que haja mudanças conceituais através dos diálogos entre pesquisadores e os indivíduos, assim, interiorizando os conceitos explorados pelo tema. Também espera-se que as estratégias possam contribuir com o didatismo e a criação de sinais na Libras sobre os conceitos presentes no ensino de ciências (Física) e nas linguagens artísticas (Música) no que se refere as propriedades do som e elementos musicais.

Referências

ALVES, Fábio de Souza, NUNES, Patrícia da Silva, Denis Eduardo Peixoto, ROSSINI, Suzi Mara, SOUZA, Luis Mateus Silva. Revisão Epistemológica dos Conceitos de Ciências Disponíveis nos Dicionários de Libras: implicações para tradução e interpretação, In: VI Congresso Brasileiro de Educação Especial – VI CBEE e IX Encontro Nacional dos pesquisadores da educação especial, UFSCar, São Carlos, 2014 ALVES, Fabio de Souza, CAMARGO, Eder Pires de. Educação para o Surdos no Brasil Desafios e perspectivas para o novo milênio. In: LIPPE, Eliza Márcia Oliveira, ALVES, Fabio de Souza (org) Educação para o Surdos no Brasil Desafios e perspectivas para o novo milênio. Curitiba: Editora CRV – 2014, p.13-24

ALVES, Fabio de Souza, PEIXOTO, Denis Eduardo, LIPPE, Eliza Márcia Oliveira. Releitura de conceitos relacionados à astronomia presentes nos dicionários de Libras: implicações para interpretação/tradução. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 4, p. 531-534, 2013.

ALVES, Fábio de Souza; CAMARGO, Eder Pires, O atendimento educacional especializado e o ensino de física para pessoas surdas: uma abordagem qualitativa - DOI 10.5752/P.2316-9451.2013v2n1p61. Revista Abakós, v. 2, p. 61-74, 2013.

ARANHA, Maria Salete Fábio, Integração Social do Deficiente: Análise Conceitual e Metodológica. Temas em Psicologia, número 2, 1995, pp. 63-70. Ribeirão Preto, Sociedade Brasileira de Psicologia BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988.

______. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Diário Oficial da União, 23 de dezembro. 1996. Lei nº 9.394/96 artigo 26, 6º parágrafo

________ Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 24 abr. 2002.

_______ Decreto nº 5626 de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Presidência da República. Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos.

Disponível em:

<http://www.presidencia.gov.br/ccivil/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm>. Acesso em: 06/08/2015.

_______ Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Secretária de Educação Especial – MEC: SEESP, 2008.

_______, CASA CIVIL, Emenda constitucional nº 59 de 11 de novembro de 2009 que dispõe sobre a nova redação dos artigos 208 da constituição federal, Disponível em

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Eme ndas/Emc/emc59.htm Acesso: 01/08/2015

_______ CASA CIVIL, Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011 Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Disponível: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ Ato2011-2014/2011/Decreto/D7611.htm Acesso 06/08/2015

BRASIL, CASA CIVIL, Emenda constitucional nº 59 de 11 de novembro de 2009 que dispõe sobre a nova redação dos artigos 208 da constituição federal, Disponível em

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Eme ndas/Emc/emc59.htm Acesso: 01/08/2015

______ Lei nº 11769/2008, Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na

(7)

8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Proposta de Ensino/Aprendizagem para Surdos sobre o conceito de

educação básica. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ _ato2007-2010/2008/lei/l11769.htm Acesso 06/08/2015 CANUTO, Kelly, ALVES, Fábio de Souza, O papel do tradutor/intérprete de libras na sala de aula regular pós-decreto federal nº 5626/2005 In: V Congresso Brasileiro de Educação – V CBE , UNESP- Bauru, Bauru, 2015

GOLDFELD, Marcia, A Criança Surda: linguagem e cognição numa perspectiva sócio-interacionista. São Paulo: Plexus, 1997.

JÚNIOR, Francisco Nairon Monteiro. Educação Sonora: encontro entre ciências, tecnologia e cultura. 2012. 315 f. Tese (Doutorado - Concentração de Ensino em Ciências) – Faculdade de Ciências da UNESP, Bauru/SP, 28 jun. 2012. LEME, Lívia Maria Ribeiro. Informática como Recurso Pedagógico para a Prática de uma Professora de Educação Especial. 2010. 138 f. Dissertação (Mestrado em Educação Especial) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos/ SP, 2010.

MENDES, Enicéia Gomes, A radicalização do debate sobre inclusão escolar no Brasil. Rev. Bras. Educ. [online]. 2006, vol.11, n.33 ISSN 1413. PELIZER,Gianini, Ciência dos instrumentos: percussão. In Ponto Ciência

http://www.pontociencia.org.br/experimentos/visualiz ar/ciencia-dos-instrumentos-Percussao/18 Acesso em: 01/08/2015

RESENDE, Alice Almeida Chaves, LACERDA, Cristina Broglia Feitosa, Mapeamento de alunos surdos matriculados na rede de ensino pública de um município de médio porte do Estado de São Paulo: dissonâncias. Rev. bras. educ. espec.[online]. 2013, vol.19, n.3, pp. 411-424. ISSN 1413-6538

SKLIAR, Carlos; Educação e exclusão: Abordagens sócio antropológicas em educação especial. Porto Alegre: Mediação,1997.

SCHAFER, Raymond Murray. O Ouvido Pensante. 5ª ed. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1991

(8)

8º Congresso de Extensão Universitária da UNESP, 2015. Proposta de Ensino/Aprendizagem para Surdos sobre o conceito de

Referências

Documentos relacionados

Este trabalho é resultado de uma pesquisa quantitativa sobre a audiência realizada em 1999 envolvendo professores e alunos do Núcleo de Pesquisa de Comunicação da Universidade

A taxa do INR ideal para os paci- entes com disfunção ventricular e insuficiência cardíaca também não foi estimada por meio de estudos prospectivos e randomizados, e a taxa

Exposição no Átrio do Auditório Municipal de Mesão Frio Exposição dos trabalhos feitos nas Oficinas de Origamis para alunos, promovida no dia 13 de Abril de 2011 na

Lopes et al., (2013), utiliza imagens de sensoriamento remoto do TM LANDSAT 5 na análise da qualidade da água com relação do clorofila-a espacializado nas margens

Outro ponto importante referente à inserção dos jovens no mercado de trabalho é a possibilidade de conciliar estudo e trabalho. Os dados demonstram as

Todavia, nos substratos de ambos os solos sem adição de matéria orgânica (Figura 4 A e 5 A), constatou-se a presença do herbicida na maior profundidade da coluna

Resultados: Os parâmetros LMS permitiram que se fizesse uma análise bastante detalhada a respeito da distribuição da gordura subcutânea e permitiu a construção de

H´a dois tipos de distribui¸co˜es de probabilidades que s˜ao as distribui¸c˜oes discretas que descrevem quantidades aleat´orias e podem assumir valores e os valores s˜ao finitos, e