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ANÁLISE DOS TIPOS DE RECUPERAÇÃO EM CORREDORES DE RUA AMADORES PÓS TESTE DE ESFORÇO

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AMADORES PÓS TESTE DE ESFORÇO

ANALYSIS OF TYPES OF RECOVERY IN AMATEUR STREET RUNNERS AFTER EFFORT TEST

Murilo Fogaça

Resumo: A corrida de rua é caracterizada como uma modalidade com intensidades

moderadas e elevadas, realizado de forma contínua. Dessa forma, estratégias que possam de alguma forma minimizar a fadiga muscular ou acelerar o processo de recuperação, podem fornecer uma importante vantagem competitiva. Objetivou-se analisar qual tipo de recuperação pós teste de esforço será efetivo. A amostra foi composta por 48 indivíduos, separados em 3 grupos: repouso (REP), alongamento (AL) e crioterapia (CR), com 16 integrantes cada, após o teste os indivíduos foram separados para aplicação dos protocolos de recuperação e no dia seguinte reponderam o questionário da qualidade total da recuperação (QTR). Foi verificada diferença estatística significante na comparação entre os grupos AL x REP p=0,01089; REP x CR p<0,0000001 e AL x CR p<0,0000001. Portanto, pode-se concluir que CR e AL são eficazes para o auxílio na recuperação dos atletas, ainda que a CR apresentou-se estatisticamente significante quando comparada com AL.

Palavras-chave: Crioterapia, Alongamento, Repouso.

Abstract: The street race is characterized as a modality with moderate and high intensities,

performed continuously. Thus, strategies that can somehow minimize muscle fatigue or accelerate the recovery process can provide an important competitive advantage. The objective was to analyze which type of recovery after stress test will be effective. The sample consisted of 48 individuals, separated into 3 groups: resting (REP), stretching (AL) and cryotherapy (CR), with 16 members each. After the test, the individuals were separated for application of recovery protocols and the following day. answered the Total Recovery Quality Questionnaire (QTR). Significant statistical difference was verified when comparing groups AL x REP p = 0.01089; REP x CR p <0.0000001 and AL x CR p <0.0000001. Therefore, it can be concluded that CR and AL are effective to aid athletes recovery, although the CR was statistically significant when compared to AL.

Keywords: Cryotherapy, Stretching, Resting.

Artigo apresentado como requisito parcial para a conclusão do curso de Graduação em Educação Física Bacharel da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. Orientador: Prof. Marcos Paulo Huber, Msc.

 Acadêmico do curso de Educação Física Bacharel da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul. E-mail: murilo_fogaca@hotmail.com.

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1 INTRODUÇÃO

Com o intuito de prevenir o aparecimento de diversas doenças crônicas a American College of Sports Medicine (ACSM) e American Heart Association (AHA) preconizam a prática de atividades físicas de longa duração, intensidade moderada e com o envolvimento de grandes grupamentos musculares, cujas características se enquadram perfeitamente à corrida10.

Atualmente, o critério da Federação Internacional das Associações de Atletismo (IAAF), define as Corridas de Rua, as chamadas provas de pedestrianismo, como as disputadas em circuitos de rua, avenidas e estradas com distâncias oficiais variando entre 5 e 100 Km1.

A corrida de rua é uma modalidade que vem se expandindo a cada ano, com grande número de adeptos, tanto pela facilidade de sua prática, como pelos seus benefícios para a saúde, baixo custo envolvido. Por essas e outras razões, este esporte tem se tornado cada dia mais popular, no entanto, os indivíduos que a praticam, seja no âmbito competitivo ou recreativo, estão expostos aos eventuais riscos associados, particularmente, se o movimento, a forma de treinamento ou a forma de recuperação estiverem inapropriados2,3.

Neste estudo analisar-se-á a Qualidade Total de Recuperação (TQR), dentre 3 tipos de recuperação pós teste de esforço, qual tipo terá maior efeito para a TQR, e por consequência, proporcionar aos atletas o prosseguimento da rotina de treinamento e competições, minimizando a DMIT (dor muscular de início tardio), e em função disso, o risco de possíveis lesões.

Uma revisão detalhada dos procedimentos associados ao TQR é apresentada em KENTAA e HASSMEN4, onde diz que a TQR é análoga à escala de percepção subjetiva de

esforço (escala de borg) e é composta por dois fatores: Recuperação Percebida e Recuperação da Ação.

O uso da TQR permite o monitoramento simples da recuperação de cada indivíduo de acordo com o grau de estresse a que ele foi submetido, porém poucos estudos têm utilizado este recurso4.

Neste artigo serão propostos 3 tipos de recuperação aos atletas: 1° crioterapia de imersão, 2° sessão de alongamentos e 3° repouso passivo.

A crioterapia, definida como a utilização de aplicações de gelo ou frio com propósitos terapêuticos5, é uma técnica de recuperação amplamente difundida, mas,

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especialmente entre atletas de elite e/ou performance, pois no âmbito esportivo social essa prática ainda não é difundida.

No meio acadêmico, estudos envolvendo crioterapia de imersão já utilizaram desde 10 (dez) até 193 (cento e noventa e três) minutos, com temperaturas variando de 1º C a 15º C6. Por outro lado, na prática desportiva, a crioterapia de imersão consiste na colocação de

determinada quantidade de gelo em um balde associado à água (normalmente com temperatura inferior a 15º C), onde os atletas mergulham seus segmentos corporais por quantidades de tempo variáveis7.

De acordo com Machado et al.11, a imersão em água fria (IAF) é uma das

estratégias de recuperação pós-esforço mais utilizadas no contexto esportivo e tem sido demonstrada a redução de marcadores do dano muscular. Contudo, a literatura ainda é controversa quanto aos protocolos adotados, sobretudo com relação à temperatura da água, tempo e profundidade da imersão12.

Segundo Knight15, o resfriamento faz com que ocorra um aumento na duração do

potencial de ação dos nervos sensoriais e, consequentemente, um aumento do período refratário, acarretando em uma diminuição na quantidade de fibras que irão despolarizar no mesmo período de tempo. Conclui-se então que ocorre uma diminuição na frequência de transmissão do impulso e naturalmente na sensibilidade dolorosa, a aplicação de gelo faz com que aumente o limiar de excitação das células nervosas em função do tempo de aplicação, ou seja, quanto maior o tempo, menor a transmissão dos impulsos relacionados a temperatura, o que pode gerar analgesia ou diminuição da dor.

Santos et al.13 observaram que os efeitos agudos da IAF (imersão em água fria)

pós-exercício foram a redução de marcadores de dano muscular (CK - Creatina Quinase e LDH – lactato desidrogenase), preservação da força isométrica e redução da percepção de dor dos atletas.

O termo alongamento é entendido pelo aumento da extensibilidade muscular, assim como também os movimentos ou exercícios utilizados para treinar a flexibilidade. Stone o define como o ato de aplicar uma força tênsil para o aumento do comprimento do músculo e do tecido conjuntivo8.

Muitos atletas e técnicos realizam sessões de treino acreditando que o efeito crônico do alongamento, isto é, melhora da flexibilidade irá melhorar a performance, no entanto, alguns autores colocam que nos estudos este aumento parece ser pequeno, por volta de 3-4%, entretanto, lembram que nas últimas olimpíadas a diferença entre o primeiro e o quarto colocado em várias modalidades esportivas foi menor que 1,5%8.

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Flexibilidade é definida como a qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão9.

Desta forma, os estudos sobre os tipos de recuperação a serem proporcionados aos praticantes desta modalidade se fazem muito importantes, pois podem indicar a melhor prática a ser seguida para minimizar a sensação de dor pós treino e pós provas.

Ao levantar os dados referentes aos indivíduos praticantes da corrida de rua, é fundamental para que se obtenha informações relevantes que podem colaborar para o mundo da pesquisa, através de uma metodologia bem definida pela comunidade científica e este estudo poderá ser comparado a outros estudos com a mesma população e modalidade.

As informações contidas neste estudo, poderão trazer um olhar mais atento para atletas, técnicos e comunidade, sobre como reagirão em relação a sua percepção do estado de dor e o papel dos tipos de recuperação aliados a rotina de treinos e competições.

Conhecer qual o melhor estímulo para a recuperação, colocando os atletas fora do estado de dor, para que os mesmos possam dar prosseguimento a rotina de treinamento faz-se importantissímo na programação diária, semanal e mensal dos atletas, mesmo eles sendo considerados atletas amadores.

Portanto, este estudo tem o objetivo de analisar qual tipo de recuperação será mais efetiva pós teste de esforço.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa é um estudo de campo descritivo, quantitativo do tipo transversal, que é composta por atletas amadores participantes da modalidade de corrida de rua da equipe F3 assessoria esportiva da Cidade de Tubarão – SC.

Os dados obtidos serão transcritos para o programa Excel, a significância estatística e seus intervalos de confiança, resultados de p<0,05 serão considerados significativos. A diferença entre médias será verificada através do Test T-Student.

De acordo com as informações cedidas pela Assessoria Esportiva F3 existem em Tubarão – SC aproximadamente 70 atletas treinando e participando efetivamente dos treinos e competições. Pelo número de indivíduos na população escolhida, a seleção dos participantes será realizada por conveniência.

Dos critérios de inclusão e exclusão no estudo, tem-se como critérios de inclusão no estudo: assinatura dos atletas do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE);

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estar treinando a mais de 3 (três) meses; ter participado de pelo menos uma competição no ano de 2019. São critérios de exclusão na participação do estudo: preenchimento inadequado do questionário, não ter participado de nenhuma competição no ano de 2019, não estar treinando a mais de 3 (três) meses.

Participaram deste estudo 48 corredores de ambos os sexos, bem treinados em provas de meio-fundo e fundo do atletismo, todos os corredores tem uma frequência de treinamento de 2x a 6x por semana, com um volume semanal que oscila de 30 a 80km. Todos os participantes conheceram os procedimentos do experimento e suas implicações (riscos e benefícios), através de um termo de consentimento escrito e explicado. O protocolo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, com aprovação 14699419.4.0000.5369.

Todos os indivíduos participantes compareceram na pista de atletismo da UNISUL em um único dia para realização do teste, os indivíduos foram instruídos a comparecerem alimentados e hidratados no dia do teste.

O teste constituiu-se de um aquecimento prévio de 10 (dez) minutos, após o aquecimento os indivíduos foram posicionados para a largada, ao sinal de “prepara” e “vai” deu-se início ao teste, percorrendo 3200 metros no menor tempo possível. Conforme finalização os indivíduos já foram separados para os respectivos grupos de recuperação; imersão no tonel de gelo, alongamentos e repouso. No grupo repouso, os indivíduos foram liberados; no grupo crioterapia, foram imersos até a linha do quadril em tonel com água e gelo com temperatura de ~10°C por 05 (cinco) minutos; já no grupo alongamento, os indivíduos

foram orientados para seguirem uma ordem de alongamentos específicos para membros inferiores, o método de alongamento foi o ativo estático e os indivíduos foram orientados a permanecer por 30 (trinta) segundos em cada segmento de membro alongado. Após a finalização, todos foram orientados a preencher um questionário na manhã do dia seguinte relatando o nível de dor nos membros inferiores após acordarem.

O questionário QTR (Qualidade Total de Recuperação) mede de 0 a 10 o nível de dor dos participantes, sendo 0 (zero) para o estado de muita dor e 10 (dez) para o estado de recuperação total, a ponto de conseguir executar o mesmo teste na mesma intensidade.

3 RESULTADOS

Os resultados encontrados neste estudo se referem a uma amostra de 48 indivíduos, separados em 3 grupos com 16 integrantes cada, a média geral de idade de

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37±9,89 anos, sendo que para valores relativos de estado civil temos 29% solteiros, 49% casados, 14% união estável, 8% divorciados e 0% viúvos. Para escolaridade temos 2% ensino fundamental, 2% ensino médio incompleto, 20% ensino médio completo, 8% graduação incompleto, 39% graduação completo, 29% pós-graduação/mestrado/doutorado. Para situação profissional atual, temos 4% desempregados, 59% empregados e 37% proprietário/sócio-proprietário.

(REP) Repouso (AL) Alongamento (CR) Crioterapia 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 6.25 8.62 8.93

Gráfico 1 - Médias dos índice de recuperação

Métodos de Recuperação

Ín

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o

O gráfico 1 apresenta os valores absolutos da média dos índices de recuperação por grupo, sendo que 0 (zero) para uma recuperação muito muito ruim e 10 (dez) para uma recuperação muito muito boa, valores estes relatados pelos participantes do estudo através do questionário QTR. Dentre os 3 tipos de recuperação analisados observa-se que os grupos alongamento e crioterapia tem a sua média mais alta em relação a recuperação.

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Tabela 1 – Comparação Estatística por Método de Recuperação

Associação P. Valor

Repouso x Alongamento *=0,01089

Repouso x Crioterapia *<0,0000001

Alongamento x Crioterapia *<0,0000001

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

* Diferença estatística significativa – Test T-Student

Na tabela 1 foram feitas as comparações entre os grupos, apresentando diferenças estatísticas significativas para todas as comparações. Nos grupos AL e CR, que tiveram maiores médias nos índices de recuperação no gráfico 1, fora encontrada diferença estatística significativa quando comparados pelo Test T-Student.

4 DISCUSSÃO

O principal achado do presente estudo foi que a recuperação com CR, mostrou-se superior de forma estatística significante, corroborando a hipótese central da pesquisa.

A recuperação do exercício é crucial para atletas, especialmente em exercícios repetidos, sendo elas em situações competitivas ou não, portanto, melhorar e acelerar o processo de recuperação parece ser benéfico para estes tipos de esporte.

Parece certo que uma sessão de exercício de longa duração é capaz de produzir alterações depressoras no organismo, como, por exemplo, uma acentuada depleção dos estoques de glicogênio muscular e hepático, bem como a ocorrência de lesões musculares induzidas pelo exercício. Essas lesões são decorrentes de um estresse metabólico e mecânico causado pelo exercício, havendo o predomínio de um sobre o outro, conforme variam as atividades realizadas24. Essas alterações no corpo humano principalmente a ocorrência de

lesões musculares induzidas pelo exercício (LMIE) podem ainda serem observadas nos testes de esforço submáximo, conforme fora apresentado no presente estudo, o teste de Weltman (3.200m), parece ser um importante marcador de LMIE.

O termo alongamento é entendido pelo aumento da extensibilidade muscular, assim como também os movimentos ou exercícios utilizados para treinar a flexibilidade. Stone o define como o ato de aplicar uma força tênsil para o aumento do comprimento do músculo e do tecido conjuntivo8. Conforme apresenta o estudo de Buroker et al (1989), uma

redução de força para os sujeitos que se alongaram após o exercício, não foi estatisticamente diferente daqueles que não se alongaram25. Sujerindo que REP e AL irão causar o mesmo

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efeito para QTR, no entanto no presente estudo o AL mostrou-se superior na significância estatística quando comparado com REP, ainda no estudo de Buroker et al., a atividade da CK (creatina-quinase) foi significativamente elevada após o teste de etapa, porém não houve diferenças entre os grupos para a CK25.

A recuperação passiva (repouso absoluto) é a forma mais instintiva de retornar os parâmetros fisiológicos aos valores de repouso e parece ser a mais lógica após esforços intensos, uma vez que o descanso é o reflexo natural do ser humano que deseja relaxar28. No

entanto, este estudo indica que REP parece não ser a melhor estratégia para recuperação após teste de esforço. A recuperação passiva ou repouso pode ser entendido como o período após o exercício, no qual não é realizado nenhum trabalho de “volta à calma”, nem qualquer atividade de menor intensidade, ou seja, o indivíduo permanece sem realizar nenhuma atividade física na recuperação pós-exercício28.

O estudo de Junior27 sugere que é aconselhável não aplicar unicamente as rotinas

de alongamento estático, por causa do “efeito potencial sobre o desempenho muscular”. A pesquisa verificou que o alongamento estático tem um efeito negativo sobre a força da musculatura ativa. Um motivo possível para tal, pode dever-se às alterações das características mecânicas da razão de amortecimento (capacidade de absorver e dissipar choques) e da rigidez mecânica (capacidade de resistir à deformação) dos tecidos moles27. Já

para Dos Santos29 como o alongamento ativo é mais específico para uma disciplina, tem maior

valor potencial para o atleta. Além disso, o alongamento ativo pode ser mais fácil de ser realizado porque não requer um parceiro ou equipamento29.

Existem na literatura muitas variações de protocolos com relação a intensidade o tempo e a forma de aplicação dos alongamentos, no presente estudo, fora protocolado 30 (trinta) segundos em cada exercício de AL por segmento de membro corporal alongado. O que comprova a idéia de Alter30 que define essa técnica e faz com que o membro a ser

alongado vá até o ponto mais distante. O autor ainda faz alguns apontamentos a respeito desta técnica: esse método de alongamento pode ser considerado o mais seguro pelos seguintes fatores; é simples de aprender e fácil de ser executado; proporciona o tempo adequado para reajustar a sensibilidade do reflexo; permite uma mudança permanente no comprimento; pode induzir ao relaxamento pelo disparo dos órgãos neurotendíneos de Golgi (ONGs) se o alongamento for suficientemente intenso30.

A imersão em água fria (IAF) é uma prática que vem se popularizando entre muitos atletas, tanto pelo lado performance quanto pelo lado amador. A IAF pode causar alterações fisiológicas no corpo, como redução do edema muscular, aumento do débito

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cardíaco, entre outros benefícios, ajudando assim a melhorar o fluxo sanguíneo e a distribuição de nutrientes no corpo, portanto, estes fatores apontam serem benéficos na recuperação do exercício.

Conforme cita o estudo de Guirro et al. a CR reduz o edema, a dor e o período de recuperação pós-trauma16, vindo ao encontro com os resultados obtidos no presente estudo

que parecem apontar melhores benefícios na recuperação com CR, como também aponta nos estudos19,21.

Na revisão literária de Sellwood et al., o descanso deve ser suficiente para permitir a recuperação natural; o alongamento suave que ajuda o músculo a se recuperar mais rapidamente; um período de resfriamento necessário versus a interrupção imediata e abrupta; uma dieta equilibrada e adequada; substituição adequada de líquidos; massagem adequada17.

No entanto para Marcelo et al., do ponto de vista metodológico, técnicas como crioterapia, contraste e massagem necessitam de maior embasamento clínico para sua aplicabilidade14.

Atualmente, os modelos de recuperação citados acima têm sido usados com frequência, mas seus resultados são questionáveis devido à escassez de informações sobre os aspectos fisiológicos envolvidos no fenômeno e à falta de padronização das rotinas para coleta de informações principalmente no que tange à CR e AL, como afirma nas revisões de Marcelo et al. e Guirro et al14,16.

Nota-se que quaisquer modelos de recuperação podem apresentar falhas em relação ao controle das variáveis e, portanto, devem ser mais bem estudados. Os 3 (três) métodos de recuperação avaliados no presente estudo (CR, AL e REP), devem-se: atentar na temperatura da água e o tempo de imersão; tempo de execução, pressão exercida sobre o músculo alongado e a técnica do alongamento; observar as atividades diárias dos indivíduos após o teste; estes fatores respectivamente podem ser variáveis a serem observadas para melhores respostas aos estímulos de recuperação.

Segundo a revisão sistemática de Pastre et al., observou-se que alguns estudos relatam que a crioterapia é prejudicial em se tratando de recuperação pós-exercício, pois reduz o desempenho imediatamente após a aplicação da técnica22. Por outro lado, estudos16,19,21

apontam a CR como sendo benéfica, pois reduzem o nível de creatinaquinase após alta intensidade de esforço, evitando danos musculares. Para o contraste, embora apresente significância em se tratando de remoção de lactato sanguíneo, sua efetividade necessita ser mais bem discutida. Na massagem e na recuperação ativa, os principais vieses descritos dizem respeito à pressão exercida e à intensidade do exercício, respectivamente. Entre as técnicas, as que parecem ter efeitos semelhantes são o contraste e a recuperação ativa, no que tange à

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remoção de lactato e diminuição da CK. Ressalta-se que o tempo de exposição é de fundamental importância para todos os métodos. Entretanto, diversos estudos não se propõem a identificar os reais efeitos fisiológicos promovidos pelas técnicas, utilizando-as de modo incipiente. Portanto, a inconsistência dos resultados encontrados sugere que a análise das variáveis utilizadas como método de recuperação deve ser mais bem controlada22.

Como achados principais deste estudo tivemos superioridade estatística quando comparamos AL x REP e na comparação CR x REP, sendo as duas técnicas superiores ao REP, porém quando comparados AL x CR a superioridade estatística ainda aponta para CR. Ainda que outros estudos apontem variação no tempo de imersão e na temperatura da água, de maneira geral, os métodos de recuperação pós treino objetivam a redução das dores do treinamento, redução dos efeitos colaterais ocasionados pelo exercício físico, aumento da adesão dos praticantes da atividade, além disso, o presente estudo mostrou ser benéfico a IAF com 5 (cinco) minutos de imersão com temperatura da água ~10°C.

5 CONCLUSÃO

Portanto, com base nas análises estatísticas, conclui-se neste estudo que a crioterapia apresenta os melhores indicadores de recuperação pós teste de esforço. Tendo em vista que para atletas amadores a IAF pode-se gerar um custo, o alongamento pode se tornar uma alternativa com menor custo e ainda apresenta benefícios. No entanto, no presente estudo, a CR mostrou ser benéfica com a IAF em 5 (cinco) minutos de imersão com temperatura da água ~10°C.

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REFERÊNCIAS

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ANEXO A – TÍTULO

Imagem da escala da PSR.

AGRADECIMENTOS

Aos atletas da F3 Assessoria Esportiva que se disponibilizaram para fazer parte deste estudo; ao professor e proprietário do grupo de corrida Felipe Costa da Silva, por disponibilizar seus atletas e sua aula para os testes e as avaliações; a todos os alunos e professores do Curso de Educação Física da Unisul pelos conhecimentos adquiridos durante essa jornada de 5 anos; agradecer aos profissionais que cederam seus espaços para campo de estágio, agradecimento especial ao orientador Marcos Paulo Huber pela disponibilidade e pela orientação na confecção deste artigo.

A minha família, meu pai e minha mãe que mesmo estando um pouco fora do cenário da produção científica deste estudo, me tornaram um cidadão de bem e com atitude capaz de resolver os problemas de um jeito mais consciente possível. Agradecer aos amigos que fiz durante todos os anos de graduação e aos membros da banca avaliadora Professor José Acco Junior e Professor Felipe Costa da Silva, que com certeza contribuíram de forma positiva neste trabalho.

Referências

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