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TERCEIRIZAÇÃO - PL FERE OU NÃO OS DIREITOS FUNDAMENTAIS

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Academic year: 2021

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TERCEIRIZAÇÃO - PL 433.2004 - FERE OU NÃO OS DIREITOS

FUNDAMENTAIS

GT I: Evolução e Concretização dos Direitos Humanos e Fundamentais na América

Latina

Marcelo Abdel Valério 1 Maria Cristina Alves Delgado de Ávila2

RESUMO

A presente pesquisa objetiva fazer uma análise da terceirização, com ênfase nas regras estabelecidas no projeto de lei – PL nº 4330/2004, o qual visa tornar lícita a terceirização da mão de obra em toda e qualquer atividade empresarial, independentemente de ser atividade-fim ou atividade-meio, e com isso fechar a lacuna legal acerca do tema hoje existente. Para proceder a essa análise será necessário verificar o que caracteriza a terceirização hoje em nosso ordenamento jurídico diante da sumula 331 do TST, e quais os contornos de diferença que se apresenta na nova lei, sendo que a proposta da forma que se apresenta, em princípio, em vez que minimizar os problemas hoje existentes, e mesmo a depreciação da remuneração dos empregados, vai acabar criando novas e complicadas situações jurídicas, as quais sem dúvida estarão à beira do judiciário pedindo a efetivação da prestação jurisdicional. A metodologia utilizada é a análise bibliográfica. Da análise do novo texto se verifica que da forma que hoje se encontra a proposta de projeto ela não vai atender os ditames de garantia dos direitos fundamentais preconizados em nossa Constituição, acabando ao longo do tempo gerando mais precarização, isso numa análise quanto à garantia dos direitos dos trabalhadores.

Palavras-chave: Terceirização. Precarização. Direitos Fundamentais.PL 4330/2004.

1

Discente do Curso de Direito do Centro Univdersitário de Barra Mansa,

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Mestre em Biodireito, Ética e Cidadania. Professora do Centro Universitário de Barra Mansa - UBM.

Pesquisadora do NUPED – Núcleo de pesquisa do curso de Direito. Professora orientadora.

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1. INTRODUÇÃO

Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa estão previstos constitucionalmente como uns dos pilares da nossa República, estes valores estão posicionados no primeiro artigo da nossa constituição em condição de igualdade, merecendo, no entanto, igual cuidado no que tange às ações de criação de normas positivas, pois se antepõem uma a outra, necessitando de equilíbrio legal para que não haja a descompensação de uma em favor de outra.

A terceirização sem regras agride os direitos humanos quando rebaixa o profissional, retirando do mesmo a sua identidade de trabalhador e generalizando o mesmo como terceiro, fragilizando os sindicatos, aumentando o numero de acidentes fatais e doenças ocupacionais.

Assim, a pesquisa se justifica, pois ao proceder análise da realidade contratual com a proposta do PL se depreende que o mesmo vai servir de ponte a sacrifícios aos trabalhadores e consequentemente à sociedade, o que não deve ser reconhecido em nosso ordenamento jurídico, sob pena de afronta aos direitos fundamentais do trabalhador.

2. METODOLOGIA

A presente pesquisa será efetuada através de revisão bibliográfica e estudo comparado da terceirização que se pretende implementar.

3. OBJETIVOS

A presente objetiva fazer uma análise da terceirização no projeto de lei – PL 4330/2004, uma vez que a formatação do mesmo na forma que se encontra representa em princípio uma forma de precarização do trabalho. Assim, como objetivos secundários se vale discutir: (i) A terceirização como fator propulsor da

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precarização do trabalho; (ii) A relação da terceirização com os direitos humanos; (iii) O confronto entre o PL 4330/2004 com a sumula 331 do TST.

4. O TRABALHADOR E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS

A Constituição Federal de 88 dedicou em seu artigo 7º direitos e garantias que visem a melhoria das condições sociais dos trabalhadores.

Na terceirização, muitos desses direitos são flexibilizados de forma que quando não suprimidos, estes são achatados, é o caso das horas trabalhadas semanais, em que os terceirizados geralmente perfazem mais horas extras que o normal para compensarem os baixos salários, e também tendo, muitas vezes a mesma função de um empregado direto, porém com proventos menores.

Outra questão importante é a precariedade nas condições de trabalho destes trabalhadores, que em nome da lucratividade da empresa, as ações de prevenção de risco inerentes ao trabalho e a saúde são reduzidas ou inexistentes.

5. TERCEIRAÇÃO COMO FATOR DE PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO

A Terceirização torna precário o trabalho no sentido de que aqueles que se sujeitam a este regime geralmente tem proventos menores e seus benefícios também são inferiores aos dos funcionários empregados diretamente pela empresa tomadora.

O empregador também aufere lucro do trabalho destes, ou seja, esse lucro que a empresa fatura é retirado do trabalho dos empregados. Existindo assim uma duplicidade de ganhos em cima do trabalho, se perfazendo assim um mecanismo de exploração ilimitado do trabalho.

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Fonte: Rais 2013. Elaboração: DIEESE/CUT Nacional, 2014.

6. O PL 4330/2004 e O CONFRONTO COM A SUMULA 331.

Percebe-se que o projeto de lei tem por objetivo fechar uma lacuna legal acerca da terceirização que até então é regulada por sumula do TST.

O PL torna nula a sumula 331 do TST, que tem natureza restritiva, e considera lícita a terceirização tão somente em atividade-meio, que no caso são as exceções ao contrato de trabalho tradicional.

No texto do PL 4330/2004 fica clara a pretensão do legislador em desonerar as empresas liberando a terceirização em qualquer atividade das empresa, seja a sua finalidade ou atividade acessória.

A questão principal observada é que a lei torna passível de terceirização os funcionários que hoje são efetivos, não trazendo nada de novo para aqueles trabalhadores que já são terceirizados.

Neste sentido então, podemos dizer que essa lei, se aprovada afronta sim os direitos do trabalhador, pois reduz décadas de lutas do trabalho contra a força dominante do capital a uma perda imensurável do ponto de vista jurídico-social.

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Percebe-se que o projeto de lei tem por objetivo fechar uma lacuna legal acerca da terceirização que até então é regulada por sumula do TST.

O PL torna nula a sumula 331 do TST, que tem natureza restritiva, e considera lícita a terceirização tão somente em atividade-meio, que no caso são as exceções ao contrato de trabalho tradicional.

No texto do PL 4330/2004 fica clara a pretensão do legislador em desonerar as empresas liberando a terceirização em qualquer atividade das empresa, seja a sua finalidade ou atividade acessória.

A questão principal observada é que a lei torna passível de terceirização os funcionários que hoje são efetivos, não trazendo nada de novo para aqueles trabalhadores que já são terceirizados.

Neste sentido então, podemos dizer que essa lei, se aprovada afronta sim os direitos do trabalhador, pois reduz décadas de lutas do trabalho contra a força dominante do capital a uma perda imensurável do ponto de vista jurídico-social.

Figura 1: Fluxo do processo de Terceirização.

Figura 2: Fluxo do

processo

de

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a

negação do trabalho. 11. ed. São Paulo: Boitempo, 2009.

BAUMAN, Zigmunt. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 1999.

DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 9.ed. São Paulo: LTr, 2010.

MARTINS, Sérgio Pinto. A terceirização e o direito do trabalho. 10. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2010.

PINTO, José Augusto Rodrigues. A Emenda Constitucional n. 45/2004 e a Justiça

do Trabalho: reflexos, inovações e impactos. In Revista LTr. São Paulo: LTr, v.

69, n. 5.

STIGLITZ, Joseph E, Globalização: Como dar certo? São Paulo: Companhia das Letras, 2007

Referências

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