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À noite todos os gatos são pardos 1.

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Academic year: 2021

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À noite todos os gatos são pardos

1

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Ana Carulina Vindilino ROELIS

2

Murillo Guedes MANALISCHI

3

Mayane Bispo do NASCIMENTO

4

Mérice da Silva NETTO

5

Moacir Francisco de Santana BARROS

6

Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Cuiabá, MT

RESUMO

Curta-Metragem consiste em uma produção audiovisual com duração que pode variar de quinze minutos a vinte cinco minutos. Por meio dele narra-se diversas histórias com inúmeras finalidades que podem ser educacionais, informativas, estéticas ou publicitárias. O curta-metragem aqui explanado aborda em seu contexto brigas de gangues, que são motivadas apenas por estereótipo como: cor, raça, opção sexual, entre outros e/ou a simples vontade de querer agredir alguém que por má sorte esteja vagando pelas ruas. O roteiro ora apresentado baseia-se em fatos reais sobre a história de um estudante, vestibulando que pertence à classe média alta, e que por um azar acaba envolvido em uma briga com uma gangue sedenta por confusões, gerando um imenso problema ao garoto.

Palavras-Chave: Curta-metragem; violência; juventude.

1 INTRODUÇÃO

O paper apresenta o desenvolvimento do roteiro “À noite todos os gatos são pardos”

proposto em uma oficina de roteiro oferecida pelo programa de extensão Cinematografando, promovido pelo Cineclube Coxiponés em 2012, como atividade final do trabalho executado. Dos roteiros apresentados, quatro foram escolhidos para serem filmados entre os quais se inclui o roteiro apresentado neste paper.

1

Trabalho submetido ao XX Prêmio Expocom 2013, na Categoria Cinema e Audiovisual, modalidade Roteiro de Ficção.

2

Aluna líder do Grupo e estudante do 2ª Semestre Curso de Comunicação Social – Rádio e TV da UFMT, email:

anacarulinaroelis@hotmail.com.

3

Estudante do 2º. Semestre do Curso Comunicação Social– Rádio e TV da UFMT, email: murillo_guedes@hotmail.com

4

Estudante do 2º Semestre do Curso Comunicação Social – Jornalismo da UFMT, email:

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A base para o desenvolvimento do roteiro foi uma apostila disponibilizada pelos orientadores da oficina, Carol Araújo e Diego Baraldi de Lima, que consistia em informações sobre a metodologia necessária para a criação de um roteiro. A principal referência bibliográfica aqui utilizada foi à obra de Syd Field, que salienta as etapas de produção e contextualização de um roteiro, e a divisão da trama a partir dos acontecimentos e efeitos do desenrolar da história.

“À noite todos os gatos são pardos”, aborda dois temas: a violência gratuita, fruto da intolerância dos agressores que iniciam um conflito desnecessário e inaceitável; e a injustiça em conseqüência do despreparo policial. Mesmo entendendo que um produto audiovisual permite a pluralidade de sentidos, o roteiro foi pensado com a intenção de gerar no espectador uma reflexão sobre a violência que vitima cidadãos comuns e àquela praticada pelo mau uso do poder e da lei.

2 OBJETIVO

O objetivo é expor um recorrente problema urbano de gangues que buscam conflitos sem uma justificativa plausível, apenas pelo prazer de criar confusão. Abordando essa temática o curta-metragem fomenta a conscientização da não violência, o respeito e a tolerância entre jovens que gradativamente tem se perdido.

3 JUSTIFICATIVA

Propomos a questão do dano moral e a agressão física gratuita, dado que atualmente há um grande indício de violência entre jovens e gangues urbanas, que cometem suas ações independentemente de lugar e/ou pessoa.

Países que sofrem de baixa estrutura econômica, somado ao fácil acesso à armas de

fogo, são muito propícios a formação de gangues que geralmente são responsáveis por boa

parte dos casos de homicídios. Os membros das gangues se unem e fazem novos alvos e a

partir de uma seleção coletiva mantêm um ciclo de violência até que se tenham uma

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de fogo, pedras, cacetes, facas, canivetes ou apenas confronto corporal, o método é sempre semelhante independente do país, cultura ou contexto.

4 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS

Uma das fontes para se buscar uma idéia para o enredo são as experiências vividas pelo próprio roteirista ou por pessoas próximas que relatam situações que podem gerar um roteiro, assim como em “Á noite todos os gatos são pardos” que foi criado com base em fatos reais, após uma experiência de intolerância sofrida por uma pessoa próxima a mim.

Houve assim a necessidade de expressar tal indignação, conciliando com as atividades da oficina e transformando a idéia em uma oportunidade de descrever de forma adaptada um fato real.

Após a definição da idéia, a intenção era que a história fosse contada de forma mais próxima da realidade possível. Mas, como um processo técnico que se constitui em etapa da produção audiovisual, houve algumas adaptações necessárias para um melhor fluir da historia. O processo foi desenvolvido de forma colaborativa com sugestões por parte da produção e colaboradores que logo foram aceitas e organizadas pelo roteirista.

No desenvolvimento da trama houve a preocupação com os chamados pontos de

virada ou plot point que são utilizados no roteiro como forma de impulsionar a trama para

frente mantendo a atenção do espectador. Com base em Field (2001, p. 86) sobre a

necessidade da estruturação do roteiro em atos, esses elementos podem ser assim

apresentados:

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O ato I consiste na caracterização do personagem e apresentação do cenário. O ato II consiste no desenrolar da história e na exposição do conflito central. O ato III soluciona o problema gerando não necessariamente o término do enredo, mas um ponto de virada.

No curta-metragem “À noite todos os gatos são pardo” esse método é aplicado:

Ato I: A volta do protagonista à sua casa de seu cursinho universitário, tarde da noite.

Ato II: Encontra-se com a gangue composta por três garotos que iniciam a briga sem ao menos um diálogo.

Ato III: O protagonista consegue pegar seu canivete e entra em confronto corporal contra os meninos da gangue, porém a polícia o leva preso, e condena-o como culpado.

Os pontos de viradas ou Plot Point pode ser definido como “[...] um incidente, o evento, que “engancha” na ação e a reverte noutra direção” (FIELD, 2001, p.101). Os plot point do enredo “Á noite todos os gatos são pardos” são: I - Quando a briga se inicia desencadeando o conflito principal do roteiro. II- O momento em que o protagonista alcança seu canivete e consegue se desvencilhar dos agressores. Usando esses procedimentos conseguimos concluir nosso objetivo de classificar o enredo como um roteiro de ficção baseado em fatos reais.

5 DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO

O desencadeamento do processo de criação e desenvolvimento do curta-metragem

“À noite todos os gatos são pardos” foi gerado a partir da oficina de roteiro oferecida no Cineclube Coxiponés, dentro do programa Cinematografando, ministrado na Universidade Federal do Mato Grosso, UFMT. Esse programa foi criado no ano de 2012 e tinha por objetivo fomentar a produção audiovisual em Mato Grosso, com a participação de universitários e pessoas da comunidade interessadas em audiovisual.

Durante a oficina de criação de roteiro, a primeira ofertada ao público, o orientador

explanava dinamicamente o conteúdo e o abordava de forma mais usual, com exemplos de

fácil compreensão como a apresentação de produções audiovisuais e com atividades que

aos poucos agregavam mais ao até então, pouco conhecimento que tínhamos sobre roteiro.

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A história destaca uma situação cotidiana, fazendo uma dura crítica à questão da agressão moral e física, enfrentada pela população que a cada momento relata novos fatos sobre a atuação de gangues. Os monólogos foram pensados como uma “estética verborrágica” por meio de palavras cruas. Os personagens utilizam termos e palavras informais, como gírias e palavrões. O ambiente onde ocorre a ação é uma região central e perigosa de uma cidade urbana. O local é pouco frequentado, tomado por mendigos e andarilhos. O roteiro é inteiramente narrado pelo protagonista, a partir de seu ponto de vista e composto por seus pensamentos

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O tema pode ser considerado comum, por se tratar de um assunto já abordado em outras produções, mas é relatado de uma forma diferente e com um desfecho criativo, o que o distingue de outras obras dessa mesma temática, tal como afirma o sociólogo italiano Vilfredo Pareto [...] “A criatividade é a capacidade de estabelecer novas relações entre os elementos de um repertório comum a todos” (PARETO, apud, SARAIVA; CANNITO, 2004, p.48). O curta surpreende com seu final, trazendo um resultado não esperado, pois, após a briga, momento intitulado clímax dentro de uma narração, a verdadeira vítima da história é detida como agressora e responsável pela confusão. Tal desfecho foi empregado como forma de caracterizar o roteiro como fictício. “[...], pois se evidenciasse demais a mensagem os romances deixariam de ser ficção, virariam jornalismo.” (REY, 1989, p. 17).

6 CONSIDERAÇÕES

O roteiro de ficção permite a construção de uma narrativa imaginária ao explorar elementos da criatividade do autor e fatos reais, estruturados com início, meio e fim. Ele constitui-se numa peça básica para a realização audiovisual. Ao colocar as ideias no papel organizamos o nosso pensamento para que a produção do filme seja feita da maneira mais sóbria possível, permitindo o planejamento das ações a serem desenvolvidas para facilitar a filmagem e assim, economizar tempo e custo de produção.

Neste trabalho operamos com a metodologia desenvolvida na oficina de capacitação em roteiro do Programa Cinematografando e com base na bibliografia de referência..

Conscientes de nossa pouca experiência no ramo, estabelecemos uma meta de escrever de

forma clara e objetiva para que , quando finalizado como um produto audiovisual, possa ser

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compreendido pelo espectador. O nosso objetivo é que os personagens, através de seus comportamentos irracionais possam despertar a reação do espectador no sentido de refletir sobre a atual intolerância por parte de gangues e jovens agressores e do desrespeito com as diferenças entre pessoas. Consideramos que a experiência do exercício de criação é essencial num curso de Comunicação para o crescimento do estudante e para o conhecimento das ferramentas técnicas do roteiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REY, Marcos. O Roteirista Profissional. São Paulo. Ed. Ática S.A. 1989

SARAIVA, Leandro. CANNITO, Newton. Manual de roteiro. São Paulo. Ed. Conrad Livros. 2004

FIELD, Syd. Manual do Roteiro: os fundamentos do texto cinematográfico. Rio de

Janeiro: Ed. Objetiva LTDA. 2001

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