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O TRABALHO DO PEDAGOGO NA EMPRESA FAVORECENDO A EDUCAÇÃO CONTINUADA

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Academic year: 2018

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DÉBORA OLIVEIRA FRANÇOIS

O TRABALHO DO PEDAGOGO NA EMPRESA FAVORECENDO A

EDUCAÇÃO CONTINUADA

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA SÃO PAULO

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DÉBORA OLIVEIRA FRANÇOIS

O TRABALHO DO PEDAGOGO NA EMPRESA FAVORECENDO A

EDUCAÇÃO CONTINUADA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para aprovação na Habilitação de Orientação Educacional e Supervisão Escolar do Curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sob a orientação do Prof. Artur Costa Neto.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA SÃO PAULO

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Aos meus queridos pais pelas palavras positivas, apoio, compreensão, por terem acreditado em mim e sempre me ajudado de todas as formas possíveis e impossíveis.

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Agradecimentos

Primeiramente a Deus, o qual é a razão do meu viver, por ter me dado força e sabedoria no percurso do curso e para desenvolver este trabalho.

Aos meus pais João e Dora e a minha avó Gildete por toda oração, todo amor, compreensão e incentivo.

Ao meu orientador Artur Costa Neto por ajudar-me na elaboração deste trabalho.

A Professora Dra. Marília J. Mariano por toda atenção e colaboração.

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Epígrafe

Eu tudo posso naquele que me fortalece!

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Resumo

A busca da elaboração deste trabalho foi inspirada na questão de compreender o papel do pedagogo como educador atuando na formação continuada de pessoas na empresa. Na busca de suas necessidades no que se refere ao ambiente de trabalho num mundo de transformações. Pensando no pedagogo como facilitador do processo de ensino e aprendizagem em contextos escolares, e lhe atribuindo outros campos de atuação, permitido que o mesmo utilize seus conhecimentos didáticos no contexto empresarial.

Para isto se torna necessário o trabalho da educação na formação do trabalhador e a aprendizagem continuada neste contexto. Na busca necessária às especificidades do treinamento e desenvolvimento de uma empresa, destaca-se o departamento de recursos humanos e a educação corporativa.

Para isto, após uma pesquisa bibliográfica para fundamentar a minha busca, fiz estágio num RH de uma Universidade religiosa e complementei o trabalho com uma entrevista com a supervisora de recursos humanos e uma pesquisa feita através de questionários fechados com funcionários desta mesma empresa. Pedi que destacassem o que consideravam importante para o bom desempenho profissional, como consideravam o departamento de recursos humanos e os treinamentos e desenvolvimentos oferecidos por ele.

O objetivo era verificar a atuação do pedagogo no departamento de recursos humanos e a sua capacidade para promover mudanças através de um processo continuo de aprendizagem perante as tarefas executadas na rotina de trabalho. Sendo assim o pedagogo passa a ser além de um facilitador de ensino, tanto na escola como na empresa utilizando como ferramenta de trabalho a Educação.

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Abstract

The search for the preparation of this work was inspired by the question of understanding the role of educator serving as an educator in the continuing education of people in the company. In search of their needs with regard to the desktop in a world of transformations. Thinking of the educator as facilitator of the process of teaching and learning in school contexts, and giving him other fields of work, allowed it to use their knowledge in teaching for business.

To this becomes necessary the work of education in the worker and for continuous learning in this context. In search of the specificities of the necessary training and development of a company, are referred to the department of human resources and education professionals.

For this, after a literature search to support my quest, did an internship in a University of HR religious and complement the work with an interview with the supervisor of human resources and a search made through questionnaires sealed with officials of that company. I asked who gave what they considered important for good work performance, but felt the department of human resources and training and development offered by him.

The objective was to verify the role of educator in the department of human resources and its ability to promote change through a continuous process of learning to the tasks performed in the routine of work. Thus the educator becomes more than a facilitator of learning, both at school and in the company using as a tool to work on Education.

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Sumário

I. Introdução...09

II. Metodologia...12

Cap. I-Referencial teórico/ concepções gerais 1.1- Concepção de homem, mundo e educação...13

1.2- Concepção de sociedade, trabalho e importância de O.V...16

1.3- Concepção de coordenador pedagógico, escola e P.P.P...22

1.4- Concepção de avaliação ...27

Cap.II- Considerações introdutórias ao tema/problema...30

Cap.III- Trabalho e aprendizagem 3.1 – O trabalho capitalista na sociedade ...33

3.2 – Aprendizagem na empresa ...38

3.3- O trabalho da educação na formação continuada ...40

3.4 – Aprendizagem continuada no ambiente de trabalho ...42

Cap.IV - Competências organizacionais ...46

Cap. V - Educação corporativa...48

5.1- Surgimento do departamento de RH e o que são recursos humanos ...51

Cap. VI- As novas mudanças no setor de treinamento e desenvolvimento ...56

6.1- Desenvolvimento...57

6.2- Treinamento ...58

6.3- Processo de treinamento...59

VII - Analise institucional ...61

VIII.- Proposta de ação ...74

Considerações finais ...79

Referencias bibliográficas...80

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Introdução

Essa introdução tem por objetivo resgatar a minha trajetória de vida, como aluna do curso de pedagogia da PUC-SP, na habilitação conjunta de orientação educacional e supervisão escolar, levando por fim ao meu tema/ problema.

Minha trajetória em direção à profissionalização começa no final do ensino básico, com muitos sonhos de carreiras que gostaria de seguir; resolvi assim que daria continuidade aos meus estudos, cursando nível superior. Sem saber qual carreira queria seguir, só sabia que universidade gostaria de estudar que era USP e PUC-SP. Comecei a buscar informações sobre diversas profissões e em cada momento queria fazer uma. Quando fui fazer minha inscrição no vestibular parei para pensar o que faria, era hora de decidir. A minha família, a qual amo muito, não interferiu em nenhum momento na minha decisão ou dando opinião do que deveria fazer.

Acabei me escrevendo no vestibular em pedagogia por causa de uma amiga, que estava fazendo esse curso, e me contava o quanto ela amava a pedagogia.

Ao entrar na faculdade, no curso de pedagogia foi amor a primeira vista. Encontrei muitas dificuldades, mas nada que me fizesse desistir. Gosto muito do curso e vejo que a educação tem vários problemas e precisa de pessoas capazes de ajudar a resolvê-los. Claro que não se pode mudar o mundo, mas pouco a pouco se dá soluções para alguns problemas; isso deve partir de dentro das escolas por isso escolhi a habilitação de OESE, para saber ao certo qual a função do coordenador, pois ele é peça fundamental no desenvolvimento de uma escola e também para saber como o pedagogo pode trabalhar fora da sala de aula.

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de alunos nas salas de aula. Fazendo assim com que o aluno não tenha vontade nem estímulos para estudar, dar continuidade aos estudos e nem o conhecimento das profissões que ele pode seguir ao terminar o ensino básico.

Eu fui uma dessas alunas que não obteve nenhum tipo de orientação e que me fez para no curso de pedagogia. A pesar de ter falado que foi amor à primeira vista, “foi”, mais o amor acabou no terceiro ano de pedagogia quando descobri que não era a carreira que eu gostaria de seguir. Não desisti, pois estava no terceiro ano e não queria jogar fora tudo que aprendi o que me fez pensar nas diversas áreas de atuações do pedagogo.

Convivemos até bem pouco tempo com a visão de um pedagogo inserido somente em ambientes escolares, uma idéia falsa, o que me fez chegar ao meu tema/problema: O papel do pedagogo e sua importância dentro da empresa, na área de treinamento e desenvolvimento, com o objetivo de pesquisa sobre: O trabalho do pedagogo na empresa favorecendo a educação continuada. Como

isso é possível?

Desde sempre, o pedagogo tem se caracterizado como o profissional responsável pela docência e especializações na educação, tais como: direção, coordenação entre outras atividades especificas da escola. O curso de pedagogia passou por processo de reestruturação com propostas divergentes das diretrizes curriculares, considerando as mudanças ocorridas no processo produtivo, faz-se importante contemplar a atuação desse profissional em outros setores de trabalho, como na empresa.

“Nunca se esqueça de que a empresa é um ser vivo e dinâmico, em contínuo desenvolvimento e transformação”. (CHIAVENATO, 2002:89)

Refletindo na frase do autor pode-se dizer que o pedagogo na empresa produz e difunde o conhecimento, exercendo o seu papel de educador. A maneira de atuar na empresa deve buscar modificar o comportamento dos trabalhadores de modo que estes melhorem tanto suas qualidades no desempenho pessoal e profissional.

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surgir psicólogos, administradores de empresa entre outros. No entanto a meu ver, os profissionais da educação, como o pedagogo estão muito mais aptos para lidar com esses trabalhadores, pois têm conhecimentos de formação educacional e das necessidades humanas, didáticas e o dever de respeitar uma visão coerente de homem, de educação e de sociedade, através de teorias fundamentadas e recursos para trabalhar e alcançar o tão esperado progresso desses trabalhadores.

No meu estágio realizado no âmbito empresarial percebi a falta de profissionais especialistas em educação na formação continuada do trabalhador, pois os recursos oferecidos para sua aprendizagem só dizem respeitos a melhorar a seu desempenho nas suas funções.

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Metodologia

Para desenvolver este trabalho foi necessário fazer uma pesquisa bibliográfica para compreender os pontos principais sobre o sentido de educação na empresa, sociedade e o pedagogo aliado a um trabalho de formação continuada de pessoas, para isto foram destacados os seguintes autores: TOLEDO, Flavio; FREIRE, Paulo; KUENZER, Acácia Zenaide; CHIAVENATO, Idalberto; dentre outros.

Para complementar as informações obtidas fiz uma pesquisa de campo com um questionário fechado com quatorze perguntas com alternativas para alguns funcionários e uma entrevista pessoal com questionário fechado e aberto com dezesseis questões com a supervisora de recursos humanos de uma conceituada Universidade em São Paulo.

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Referencial teórico

Concepção de: Mundo, Homem e Educação.

A minha visão de homem e mundo esta baseada no criacionismo.

O criacionismo como idéia geral, se caracteriza pela oposição, em diferentes graus, ás teorias científicas sobre fenômenos relacionados à origem do universo, da vida e da evolução das espécies. A teoria do criacionismo se baseia, nas escrituras bíblicas que relatam a criação do mundo e do homem. É normalmente aceita por aqueles que acreditam em Deus, como o Criador de todas as coisas.

Alguns criacionistas se opõem às teorias propostas pelo meio científico, a minha visão é que a ciência existe e comprova que a terra tem milhões de anos. Porém creio que para Deus mil anos são não como um dia, mas para o homem um ano é como um ano, e Deus é perfeito até nisto, pois o relato bíblico narra o dia de cada parte da criação como uma época, e não um dia literal. Não posso deixar de falar que algumas pessoas relatadas na Bíblia, um exemplo Moisés viveu num país do oriente e, apesar de ter recebido a cultura mais moderna da civilização da época, é totalmente primitiva em relação à ciência do século XXI, é inquestionável a existência de fósseis, cidades e resíduos humanos com mais de dez mil anos como a ciência relata.

Acredito que o homem foi formado diferente do resto da criação como narra o texto bíblico:

“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”

“E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, do lado oriental; e pôs ali o homem que tinha formado”. (GÊNESIS 2:7-8)

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“A religião sem ciência é manca, e a ciência sem a religião é cega.” (frase retirada da internet).

Algumas pessoas que acreditam nessa teoria são chamadas de Evolucionistas Teístas.

O Evolucionismo Teísta é uma mistura de evolucionismo com criacionismo, perece ser uma tentativa de compatibilizar o evolucionismo com a Bíblia.

Eu creio que é perfeitamente possível compatibilizar os conceitos científicos com os conceitos espirituais ao tratar a Bíblia como um livro espiritual, e não como um livro científico. Não desprezo o poder da revelação de Deus, pois Isaías, que viveu no séc.VIII a.C., já dizia que a terra era redonda (confira em Isaías 40:22), enquanto um papa religioso condenou e excomungou Galileu Galilei porque este falava a respeito de uma verdade cientifica que a Igreja religiosamente condenava.

“Pela fé, entendemos que foi universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” (HEBREUS 11:3 )

Não há no mundo nenhuma peça literária mais importante que os primeiros onze capítulos de Gênesis. É o registro verdadeiro e histórico, real e inspirado por Deus. Registro da origem do mundo e da vida humana, pois os fatos relatados no livro de Gênesis têm profundas implicações na nossa estrutura de vida cotidiana.

Vida cotidiana, que baseada em alguns argumentos Filosóficos de Marx onde vou basear a minha visão de como o homem se desenvolve.

A construção do ser humano se dá, a partir do seu nascimento. Desde o nascimento ao longo da vida passamos por processo de construção e desconstrução da nossa história, da nossa identidade, através de experiências inseridas num contexto sócio político histórico e se constrói nas relações estabelecidas entre os seres humanos.

O ser humano é um produto histórico-social, ou seja, ele se constrói no conjunto de suas relações sociais, adquirindo várias capacidades para poder agradar suas necessidades e apropriar-se do que a sociedade humana criou no percurso de sua história.

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ideologia. Não é a idéia que produz a realidade, é a realidade que produz a idéia, ou seja, matéria e idéia são categorias que de forma opostas se inter-relacionam, tendo, a própria matéria (o homem é modificado pelo espaço e tempo e só pode ser sujeito histórico se tem noção de espaço e clareza do tempo, essa relação que constrói sua ideologia).

“A ação humana não é apenas biologicamente determinada, mas se dá principalmente pela incorporação das experiências e conhecimentos produzidos e transmitidos de geração a geração; a transmissão dessas experiência e conhecimentos - por meio da educação e da cultura - permite que a nova geração não volte ao ponto de partida da que a precedeu.

A atuação do homem diferencia-se da do animal porque, ao alterar a natureza, por meio de sua ação, torna-a humanizada; em outras palavras, a natureza adquire a marca da atividade humana. Ao mesmo tempo, o homem altera a si próprio por intermédio dessa interação; ele vai se construindo, vai se diferenciando cada vez mais, das ouras espécies animais. A interação homem-natureza é um processo permanente de mútua transformação: esse é o processo de produção da existência humana”.(PARA COMPREENDER A CIÊNCIA ,2004: 10)

Isso é necessário para a própria sobrevivência do homem , porque ele vai se modificam, alterando aquilo que for necessário, para sobreviver.

O processo de produção da existência humana é um processo social o homem não vive isoladamente, ao contrário , depende de outros para sobreviver. Então é com a presença de outros que o homem se constrói.

Essa construção se dá por meio da educação “a transmissão dessas experiências e conhecimentos - por meio da educação...” (PARA COMPREENDER A CIÊNCIA, 2004:10) educar para, ter uma direção; exige firmeza, objetivo, consciência da necessidade de transformar as estruturas do presente.

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de casa, de uma amizade... Mais quando se pensa em educação vem logo à mente a escola e é nesse contexto que vou falar sobre educação.

A escola tem um papel fundamental, ela que vai gera o conhecimento e as experiências do homem, tomando o devido cuidado de não deixar de contextualizar a história de cada um. Sendo transmitido pelo professor, pois ele é o elemento central da escola e da educação é o professor, ele que vai ser o transmissor e o receptor do conhecimento.

É importante deixar claro que a educação não é somente responsabilidade da escola e do professor, mas também da família, dos grupos sociais em que estamos inseridos. Uma fez que a educação é uma prática social no sentido de inserir o individuo no universo social.

A escola é uma instituição social que envolve os conceitos mais amplos de educação, pois a mesma é um ambiente onde fenômenos e concepções de vida sociais são analisadas e discutidas. Para isso a escola tem que estar comprometida com a educação deste individuo.

A escola deve desenvolver no educando a aptidão de expressar suas idéias, participar, interpretar, criar e analisar criticamente através de um pensamento coerente, articulando ao seu cotidiano e sua vida social.

A educação é uma das formas de formar pessoas, ajudá-las em seu crescimento; na sua auto-imagem, na sua introdução na sociedade, claro que uma educação com os pés no chão, não idealizada. Não que seja errado idealizar, não tem problema, o problema é tentar trazer isso para a realidade. É preciso sempre olhar para a sociedade em que vivemos e achar soluções, não viver fora dela.

“o homem é basicamente bom; sua natureza é sempre boa e todo mal que um homem apresenta é fruto de defeitos da sua educação, resultado de pressões sociais e psicológicas que sofreu na vida”. ROUSSOAU

Concepção de: Sociedade, Trabalho e Importância de O.V

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De acordo com o dicionário brasileiro “O Globo -1993”, a palavra Sociedade significa: reunião de pessoas que têm a mesma origem os mesmos usos e as mesmas leis; estado social; corpo social; associação; parceria; participação; companhia de pessoas que se juntam para viver segundo as regras de um instituto ou ordem religiosa; interesses comuns; conjunto de pessoas de uma mesma esfera social; grupo ou agregado social...

A sociedade humana é formada de pessoas que têm necessidade uma das outras para continuar a espécie, buscar seus objetivos e realizar sonhos.

Viver em sociedade é uma necessidade vital para o ser humano, pois ele constrói uma imagem de si próprio e do mundo através do outro. Na medida em que vivem seus papéis sociais. A partir da rede de papéis de cada pessoa, forma-se a rede social onde estamos inseridos.

“Ou seja, uma sociedade é uma forma organizada de associação humana que se constitui em vários níveis”. (MARIANO, 1995:30)

Essa rede social é constituída de: pessoa (cada individuo), pessoa-pessoa (dimensão inter-relacional/eu e você), o grupo (nós/ relação face a face/com objetivos compartilhados), as organizações (estabelecimentos com normas, regulamentos/diferentes planos) e as instituições (sistema social/ estado).

A rede social esta sendo transformada e movimentada a todo o momento, devido à forma de que é constituída, pois a sociedade é construída a partir das nossas relações.

Pode se dizer que somos formados pela sociedade, pois cada sujeito social é formado de acordo com a sua história e cultura que se dá nas relações. E não podemos esquecer a sociedade como instituição, ou seja, um conjunto de leis que regem a conduta social nos vários papéis desempenhados pelo individuo.

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por trabalhadores informais, que não se têm perspectiva de melhorias econômicas e sociais.

De acordo com PIMENTEL (2002) o trabalho é uma possibilidade e uma necessidade do ser humano, sem a qual o homem não pode existir diferente dos animais irracionais. Estes se adaptam passivamente ao meio ambiente, enquanto que o homem atua sobre ele ativamente, obtendo os bens materiais necessários para sua existência. Com seu trabalho, os homens se colocam a questão do que fazer para alcançar sua sobrevivência.

Por outro lado, o trabalho pode ser visto como um meio de evolução em todos os sentidos. Podemos aprender a cada minuto com ele, como por exemplo: a relacionar-mos melhor com nossos colegas, a superar desafios com maneiras cada vez mais criativas.

Será que em muitas vazes vale realmente à pena viver grande parte da nossa vida fazendo ou encarando nosso trabalho como algo que não gostaríamos de estar fazendo? Algo que não nos dá prazer, aprendizagem e autodesenvolvimento.

No meu tema/problema vou aprofundar mais essa questão do trabalho na vida do ser humano e determinar também, relação especifica de trabalho que têm profundas implicações sobre o trabalhador e que reproduzem as relações de poder do capital sobre o trabalho. Essas relações só podem ser compreendidas a partir da análise do modo de produção e das formas de organização do processo produtivo.

Esta crença pode influenciar na escolha da profissão de muitas pessoas, que motivadas apenas pelo medo e insegurança, procuram uma carreira baseada apenas em sua remuneração e ganhos materiais, distanciando-se cada vez mais da sua escolha consciente.

Nesse momento que a questão da seleção e, por conseqüência, a escolha profissional, passam a ter importância, uma vez que passa a prevalecer à idéia do homem certo no lugar certo, visando maior produtividade.

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temática do trabalho para além da mera sobrevivência pessoal. A rigor, só se pode falar em opção num caso em que a pessoa não mais pode sobreviver de forma autônoma e por isso precisa vender sua força de trabalho. A idéia de que a pessoa escolhe seu caminho a partir das condições em que vive e em função de suas vontades a aptidões só ocorre nesse momento. (BOCK, 2006: 25)

A questão da escolha profissional tem trazido uma grande angústia para os jovens, pois é uma fase onde há o desprendimento da infância entrando em um novo mundo onde se começa a pensar no futuro com muitos sonhos tendo que assumir um lugar na sociedade. Conforme o jovem vai criando a sua identidade ele começa a ter necessidade de uma profissão. Ele se depara com esse modelo capitalista, com a globalização, com uma multiplicidade de profissões, cursos... Ficando confuso, e busca como referência para sua profissão questões econômica sem se valer do que ele busca para si.

O mercado de trabalho tem levado em consideração o capital, desconsiderando a fase da adolescência que por sua vez é muito complicada, pois o jovem passa por diversas alterações tanto físicas como psicológicas que trazem consigo conflitos e inseguranças. Escolher uma profissão não é tarefa fácil, devem-se levar em conta vários fatores, entre eles: a aptidão, a satisfação pessoal, o mercado de trabalho, vantagens financeiras, o avanço tecnológico, a conjuntura econômica, a faculdade que poderá cursar e etc. com essa variedade de profissões, surgindo assim à necessidade de que os indivíduos sejam orientados quanto ás escolhas profissionais. Para isso é necessário a orientação vocacional.

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A orientação tem o propósito de abrir as possibilidades de escolha através da percepção dos interesses e aptidões de cada um, é antes de tudo, um processo de intervenção. Nele, o profissional desta área multidisplinar, ajuda a pessoa indecisa a reunir informações, a refletir e a tomar a decisão de maneira mais ponderada e segura. A idéia é ampliar os horizontes, sem excluir nada que pareça importante ao adolescente, respeitando suas potencialidades e limitações.

Importante saber que é essencial para escolher uma profissão o autoconhecimento. O objetivo principal no processo de orientação profissional é possibilitar ao jovem ao que passa para fase adulta, buscar seu autoconhecimento, conhecendo suas habilidades, potencialidades, as profissões e inclusive seu momento pessoal, para que construa um projeto de vida. A orientação vocacional e profissional é um processo dinâmico podendo ser usados testes e outras técnicas como facilitadores e não como resultado final.

Para BOCK (2006) se o jovem escolher uma profissão apenas em função de um teste vocacional, da opinião do pai ou sugestão do professor, provavelmente a decisão será questionável. É fundamental ouvir todas as opiniões para ter mais dados para optar. A decisão é pessoal e nunca deveria ser transferível, o que não significa deixar de ouvir quem admiramos e respeitamos. Os jovens têm se dedicado com maior empenho ao vestibular do que à escolha profissional. Acredita que o conhecimento exigido nesse exame é grande e cumulativo, não se deve perder tempo. Infelizmente, essa concepção explica, em parte, a grande evasão nos cursos superiores. O raciocínio deve ser invertido, a importância dada ao vestibular deve ser conseqüência das reflexões e da escolha. Pois se não, por que prestar vestibular sem saber o que se quer?

Escolher uma profissão é uma opção, relativamente recente. Durante muitos anos, a ocupação de uma pessoa era geralmente determinada pela camada social ou mesmo pela família. Na maioria das vezes a profissão em seguida de pai para filho. Os pais ensinavam seus ofícios aos filhos.

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levam a lutar para concretizá-lo. Assim propõem-se formas para que o sujeito se conheça, percebendo suas identificações e singularidades, analisando suas determinações, para melhor organizar seus projetos de vida.

A orientação vocacional deve incluir variáveis culturais, econômicas e históricas. Todas essas variáveis influem na sua escolha. Para um jovem definir o futuro, não é somente definir o que fazer fundamentalmente, é definir quem ser e ao mesmo tempo definir quem não ser. Nas mudanças implícitas na passagem da infância à idade adulta, no individuo deve encontrar maneiras deferentes de se adaptar a áreas e a níveis diferentes. Uma das áreas em que ajustamento se realizará refere-se precisamente ao estudo e ao trabalho.

A escolha madura é uma escolha que se baseia na possibilidade do jovem passar de um uso defensivo das identificações a um uso instrumental delas, ao conseguir identificarem-se com seus próprios gostos, interesses, aspirações etc.

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Então o trabalho de O.V deveria ser mais trabalhado nas escolas através dos educadores, desde ás séries iniciais até ás últimas séries, adequadas a cada faixa etária, com um trabalho muito bem elaborado e fazer parte do currículo e do PPP. Isso cabe ao coordenador pedagógico.

A função da Coordenação pedagógica é coordenar e orientar o planejamento pedagógico para qualificar a ação do coletivo da escola, vinculando e articulando o trabalho à Proposta Pedagógica da instituição. Possibilita também, a construção e o estabelecimento de relações entre todos os grupos que desempenham o fazer pedagógico, refletindo e construindo ações coletivas, através de uma formação continuada junto aos professores. Não se esquecendo que ele é o orientador profissional dos professores e os professores dos alunos.

Assim a orientação vocacional perseguirá com definição de uma carreira ou um trabalho, por um lado, considerando-se que a orientação vocacional permite ao jovem aprender a escolher e, por outro lado, a promoção da identidade vocacional, e, portanto, de sua identidade pessoal, tarefa da educação.

Concepção de: coordenador pedagógico, escola e projeto político pedagógico.

No mundo em que vivemos atualmente, cada vez mais é exigido das pessoas habilidades e conhecimentos. Nessas habilidades e conhecimento a escola exercer um papel fundamental, pois a escola é entendida como uma instituição de implementação de políticas públicas, pois possibilita a oportunidade da sociedade ter o direito à educação.

A escola é do aluno e será necessário que todos compreendam isso. Porque a mesma reflete a realidade, com o dever traduzir essa realidade, em conteúdos escolares para prepara o aluno, para a vida, de modo que ele possa se integrar e ao mesmo tempo questionar e transformar essa sociedade.

Por isso é preciso que haja um ambiente favorável para a construção de conhecimento.

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“Conceitos e enfoque da ética, do meio ambiente e do cotidiano escolar. Esses temas atendem, também, ao principio da contextualização: um dos princípios de inter e transdisciplinariedade de conhecimento e práticas” (IN: RAGEL 2005:120)

A autora justifica afirmando que a ética é constituinte do desenvolvimento humano, da formação de sua consciência. A escola precisa ter um plano que envolva a organização (espaço/ meio ambiente/ o cotidiano) e a ética (respeito de uns para com os outros, para um melhor rendimento).

Pois a escola formalmente é criada para “educar o homem”. Para isso é preciso ter projetos elaborados para desenvolver essa educação, normalmente estes projetos são desenvolvidos pelo coordenador e com todos os membros da escola, e se deve enfatizar os elos éticos que aproximam conhecimentos e valores.

“... a educação é de conhecimentos e valores, a escola, seus princípios e processos, também os assume, nos estudos, nos projetos, e na própria construção das suas bases epistemológicas do currículo”-elaboração curricular (IN:RAGEL 2005:122)

O coordenador educacional tem um papel importante em um ambiente escolar, diagnosticando as deficiências e sugerindo meios para solucioná-las; estimulando a todos à procura de recursos educacionais para, alcançar maior eficácia no processo de ensino; organizar ações que impulsionem o corpo docente a refletir, analisar e transformar a prática pedagógica, a através da formação continuada do professor.

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A formação continuada de professores só é compreensível à luz da sua relação com a profissão docente.

A articulação da formação continuada visa à formação do docente e deve considerar as metodologias de ensino e com a qualidade de vida pessoal e profissional do professor, exige uma dinâmica capaz de integrar os seguintes vetores do processo de ensino-aprendizagem: a experiência do docente, a investigação e a reflexão do mesmo.

Esta coordenação frente a educação continuada não poderá ser exercida de maneira alguma vacilante, e autoritária e indutiva.

Será isto sim, democrática, ascendente, criadora, segura, ética, sem envolvimento do seu ego próprio, consciente, mas sem aparentar fundos e mundos em sua atividade.

Por isso o coordenador deve ter limites, que não devem ser arbitrários devem sim estar pautados em valores.

“Os limites demarcam os espaços de liberdade individual, de modo a preservar os espaços coletivos” (IN: RAGEL 2005:126)

Jamais a função do coordenador deverá ser fiscalizadora, impondo autoridade. Mas sim, criadora, justa, entusiasta, que acompanhe a todos, orientando, modificando, instruindo e coordenando. Democrático e não autocrático.

O coordenador e o diretor estão juntos no que diz respeito à administração e coordenação de uma escola. Para que ela funcione bem, todas as peças que a movimentam têm que estar em funcionamento harmônico e equilibrado. Basta um delas emperrar, para que a escola toda sofra conseqüências.

A escola tem que ser como o corpo humano, que só funciona bem se estiver com todos os membros, caso um não esteja bem, isso se reflete no corpo.

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de normas possibilitaria a participação de todos propiciando um viver democrático. Cabe ao coordenador, estudar, conhecer, ter contato e reuniões para conhecer melhor a todos. É a metodologia de trabalho que caracteriza por ser democrática e coletiva “uma gestão participativa”.

Nesta gestão, “não somente na gestão”, mas na escola se tem como elemento central da educação, que é construída entre educador e educando, pois, é o primeiro que vai cuidar do conhecimento a ser veiculado na escola em função do que é importante para aprendizagem do aluno.

Revisar e refletir sobre as práticas pedagógicas leva o educador e, conseqüentemente a escola, a assumirem um papel diferenciado frente ao educando.

Descobrindo um espaço nos processos de ensinar e aprender, que possam visualizar a importância do vínculo e, conseqüentemente do aspecto afetivo. Isso faz do educador uma pessoa diferenciada.

O educador, enquanto profissional atento ao seu contexto, é um construtor da história, portanto, sua ação não poderá em momento algum ser entendida e praticada como um fazer neutro. Na verdade, o educador atento, possibilita o processo ensino-aprendizagem em que educador e educando tornam-se aprendentes e ensinantes.

Nesse contexto o coordenador deve tomar cuidado, pois o olhar do educador é diferente do seu, porque ás vezes o coordenador idealiza um educador perfeito, que não existe, traz isso para a realidade, sem conhecer o contexto histórico do mesmo (isso não cabe somente ao educador, mas a todo contexto escolar citado acima).

Um erro do coordenador é ter uma utopia do educador ideal, sem erros, isso muitas vez prejudica o seu trabalho, o coordenador não pode abrir mão da sua história de vida e das suas utopias, mas para analisar um professor ou um aluno é preciso se colocar no seu lugar, para achar soluções cabíveis para os problemas.

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Esse movimento que gera convergências e divergências, recuos e avanços, a diferentes percepções da realidade conforme a posição que se ocupa na sociedade, múltiplos lugares, ocupar um lugar social implica em ter interesses, objetivos diferentes, tudo isso se repercute na escola. Por tanto na construção de um projeto político pedagógico.

“Em razão disso, o projeto político pedagógico esta impregnado desse permanente movimento de embate entre diferentes posições relativas à sua função social”. (GOLÇALVES, 1998:25)

O P.P.P na mais é que um movimento e um documento, é político porque é educacional e também implica em interesses diferentes uma vez que é elaborado coletivamente.

Que deve ser articulado, de um diagnostico da realidade concreta da escola, um P.P.P deve ser flexível, construído e reconstruído através de discussões, das problemáticas levantadas por todos os membros da instituição e comunidade, levantado juntos os objetivos, valores e ações que darão sentido a prática escolar. Daí a consideração do projeto como um movimento, pois ele é um processo coletivo, fundamentado na realidade daquele grupo especifico. Por isso à medida que surgindo necessidades o P.P.P deve ser revisto e atualizado.

É um documento porque é onde vão ficar registrado as decisões.

O P.P.P é um planejamento de como será o regimento das atividades na escola , como já dito deve ser feito coletivamente através de reuniões bem laboradas para levantar todas as questões, a partir da realidade de escola , pois é ali que ocorre a formação da cidadania ativa e se iniciam as transformações na educação.

Para montar o P.P.P no livro planejamento dialógico há uma estrutura básica para ajudar na sua construção:

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“Como se trata de um processo e não apenas de um produto, a estrutura básica de um projeto pedagógico é sempre indicativa e pode variar de escola para escola, não ficando presa a modelos tecnicistas que estariam predeterminando a apresentação formal do projeto.”

“... Mais importante do que produzir um documento perfeito e tecnicamente de acordo com os jargões científicos ou burocráticos, é dizer com clareza o que a escola vai realmente fazer, a partir de suas condições, de acordo com as estratégias que são factíveis e com os recursos que, mesmo ainda não disponíveis, têm condições de ser alocados”. (PADILHA, 2001: 90)

Concepção de: avaliação

“A avaliação é uma pratica muito difundida no sistema escolar em qualquer nível de ensino e em qualquer de suas modalidades ou especialidades”. (SACRISTÁN, 1998:295)

Estamos acostumados a quando ouvimos a palavra avaliação logo nos vem à memória a palavra prova.

Antes esse conceito, para mim, era normal, sem problemas, porque fazia o aluno estudar, na verdade, decorar, mas consigo hoje enxergar que esse modelo de avaliação deixa o conhecimento muito contraditório, pois se avalia constantemente o produto, não o processo de conhecimento. Segundo MENDES (1998), ele “trata o conhecimento como objeto sem sujeito, sem contexto, sem história, sem conflito” (IN: MENDES, 1998: 22)

Esse tipo de avaliação tem um caráter antigo, coerente com a pedagogia tradicional, mas que vem sendo questionado há décadas. De acordo com SOUSA (1998):

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O conceito “tradicional” de avaliação, para as décadas passadas, parecia correto, pois ainda não havia os estudos sobre avaliação na educação disponíveis hoje, e, ainda hoje, mesmo com tantas informações disponíveis, a avaliação continua sendo feita de forma errada, por alguns educadores.

Conforme SOUSA (1998), na frase acima, este é um momento de desafio. Não vou dizer que seja fácil mudar a forma de avaliação nas escolas, e também que todos os professores agem assim. É claro existem algumas exceções, que são poucas, mas pelo nível dos estudos realizados e pelos especialistas nessa área, a avaliação na educação do Brasil tem deixado muito a desejar.

Em meus estágios feitos em escolas da rede pública e particular, observei que quase nada mudou desde o tempo em que eu era aluna da educação básica. A escola continua sendo uma empresa e o conhecimento o produto, um lugar onde se fabricam pessoas.

Não há, em relação à avaliação, o diálogo necessário entre a direção, o corpo docente e discente. Isso é um dos grandes problemas, pois o professor tem medo de ser ousado, de modificar a realidade com medo de errar.

A avaliação deve ser vista como processo de desenvolvimento, de forma que não seja um massacre, e que contribua para mostrar o conhecimento apreendido pelo aluno, não apenas algo decorado! O coordenador pode auxiliar o professor a avaliar sem julgar, nem tomar nenhuma conclusão precipitada, respeitando e atendendo as situações que possam aparecer.

Conforme SACRISTÁN(1998):

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Considerações introdutórias ao tema /problema

Não podemos duvidar de que a nossa prática nos ensina. Não podemos duvidar de que conhecemos muitas coisas por causa de nossa prática... Mas este conhecimento que ganhamos de nossa prática não basta. Precisamos de ir além dele. Precisamos conhecer melhor as coisas que já conhecemos e conhecer outras que ainda não conhecemos.

Paulo Freire Há anos, as instituições de ensino contam, em seu quadro de pessoal, com o pedagogo como profissional, especialista de educação.

Até pouco tempo, tinha-se a concepção do pedagogo como profissional inserido somente em instituições de ensino, na sala de aula, escolas. Não deixa de ser um foco importante para o pedagogo, mas não é o único.

Hoje o curso de pedagogia passa por um processo de reestruturação com propostas divergentes das diretrizes curriculares, considerando as mudanças ocorridas, faz-se importante contemplar a possibilidade de atuação desses profissionais em outros setores do trabalho tais como:

-ONGs, editoras, sites, consultorias especializadas, centros de reabilitação, ambientes escolares, hospitais, bibliotecas e empresas de diversos setores.

Segundo as novas diretrizes curriculares nacionais do curso de pedagogia, o pedagogo pode atuar em diversas áreas, não somente dentro do ambiente escolar.

Art. 5º O egresso do curso de pedagogia deverá estar apto a:

IV- Trabalhar, em espaços escolares e não-escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo;

XI- Desenvolver trabalho em equipe, estabelecendo diálogos entre área educacional e as demais áreas do conhecimento;

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XIII- Participar da gestão das instituições planejando, executando, acompanhando e avaliando projetos e programas educacionais, em ambientes escolares e não-escolares;

O pedagogo pode contribuir muito em suas diversas áreas de atuação no crescimento destes novos campos de trabalho, mas para isso tem que estar sempre se atualizando.

Dentro dessas diversas atuações vou me deter em uma que é a atuação na empresa.

Para FERREIRA (1985) a pedagogia na empresa é uma área recente, onde, dentro de uma perspectiva interdisciplinar, o pedagogo é convidado a atuar junto aos recursos humanos da organização em atividades relativas à docência em organizações não escolares. Partindo do pressuposto de que a aprendizagem não acontece somente no ambiente escolar, mas em todos os espaços sociais, não se pode restringir a atuação do educador – e em especial do Pedagogo – somente nos ditos locais formais onde ocorre aprendizagem.

O pedagogo é um dos profissionais habilitados para atuar na escola e nas organizações, desenvolvendo projetos educacionais, propondo ações estratégicas que possam aperfeiçoar resultados, considerando diferenciais em seus processos.

O pedagogo está capacitado para desenvolver tecnologias educacionais eficientes e eficazes que podem ajudar os funcionário a entender perfeitamente as necessidades da organização.

A pedagogia na empresa oferece conhecimentos aos profissionais, para atuação na área de gestão de pessoas, evidenciando formas educacionais para aprendizagem organizacional significativas; gerando mudanças culturais no ambiente de trabalho, coordenando, equipes, bem como prestando consultoria interna relacionada ao treinamento e desenvolvimento nas organizações.

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A pedagogia na empresa caracteriza-se como uma das possibilidades de atuação/formação do pedagogo bastante recente, especialmente no contexto brasileiro. Tem seu surgimento vinculado à idéia da necessidade de formação e/ ou preparação dos recursos humanos nas empresas.

Vale destacar que nem sempre as empresas preocupam-se com o desenvolvimento de seus recursos humanos, entendidos como fator principal do êxito empresarial. Essa preocupação surge como uma demanda, ao mesmo tempo, interna e externa por melhor desempenho e formação profissional.

De acordo com FERREIRA (1985) o pedagogo a partir daí passa a ganhar espaço nas empresas, enquanto alguém que atua na área de recursos humanos, especialmente em treinamento e desenvolvimento de pessoas, responsável pela preparação / formação dos funcionários.

É interessante perceber que a atuação do pedagogo na empresa tem como pressuposto principal a filosofia e a política de recursos humanos adotadas pela mesma. Daí o cuidado para não imaginar que o treinamento tem fim em si mesmo e que a postura adotada na empresa é a mesma a ser adotada em uma escola.

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Trabalho e a aprendizagem

“Uma educação completamente diferente da educação colonial. Uma educação pelo trabalho, que estimule a colaboração e não a competição. Uma educação que dê valor à ajuda mútua e não ao individualismo, que desenvolva o espírito crítico e a criatividade, e não a passividade. Uma educação que se fundamente na unidade entre a prática e a teoria, entre o trabalho manual e o trabalho intelectual e que, por isso, incentive os educandos a pensar certo”.

Paulo Freire Para que possamos entender melhor essa mudança precisamos entender a evolução do trabalho capitalista na sociedade e porque a importância da aprendizagem na empresa.

O trabalho capitalista na sociedade

Para podermos estudar as transformações dos modelos de produção no trabalho de diversas maneiras, com os mais variados enfoques vou procurar delimitar um pouco esse processo histórico, enfatizando apenas alguns pontos que são mais pertinentes.

As mudanças no trabalho vão ocorrer no modo de produção capitalista, que é fruto tardio do racionalismo, que só começa a atingir a organização do trabalho a partir do século XVIII para institucionalizar-se definitivamente no fim de século XIX e início do século XX.

Na idade média se destacava muito o trabalho de estrutura familiar, onde o espaço físico do trabalho é o: espaço do lar, da residência e dos arredores da casa familiar. Onde nesse espaço vai ser executado o trabalho, como de agricultores, sapateiros, alfaiates e outros. Nesta época o nível de “autoridade” (autoritarismo) se expressava em termos do poder pelas armas, pela nobreza, da igreja, e após a idade média, especialmente pelo poder do proprietário.

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cidade assume, no interior daquela determinada sociedade, o papel de centro aglutinador de pessoas e de produtos, frutos do trabalho de agricultores e artesãos.

Rompendo as fronteiras do espaço temporal do dia e do espaço físico dos lares, o trabalho vai sendo executado no espaço da cidade, seja dia, ou seja, noite, seja em casa, ou seja, nas fábricas. Não só o espaço do trabalho é rompido, mas também a estrutura feudal que vigorou durante quase toda a Idade Média rui.

A ruína do sistema feudal cede vez ao surgimento do que costumamos chamar de sistema capitalista. A ruína de um e o surgimento de outro foi decisiva para a transformação efetivada pela ação dos reis e da burguesia: a expansão comercial, patrocinada pelos reis e enormemente apoiada, quando não financiada, pela burguesia emergente do rápido crescimento das relações comerciais (burgueses comerciantes, financistas e industriais).

A nova estrutura social, a do sistema capitalista, não surgiu imediatamente após o declínio do sistema feudal, mas num processo lento e não tão longo. Além do crescimento comercial e urbano o fator determinante foi a produção em larga escala que veio caracterizar definitivamente a revolução capitalista, pois é na transformação dos produtos em mercadorias que o sistema capitalista vai se firmar. O valor de uso já avia dado vez ao valor de troca e agora este é substituído pelo valor monetário.

O trabalho na sociedade capitalista também vai diferir do da sociedade feudal. Os trabalhadores, antes detentores do seu próprio trabalho e com domínio total do processo produtivo, passam a ser trabalhadores que irão vender sua força de trabalho em troca de um pagamento. O tempo de trabalho e o espaço para o trabalho são outros. O uso do relógio vai permitir que se mensure a quantidade de trabalho em horas. O espaço físico, não mais o lar, mas a fábrica vai condicionar os trabalhadores a um disciplinamento constante. A própria atividade do trabalho ativo exigirá disciplina na execução de tarefas mecanicamente repetitivas.

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menos que as mulheres. Um dos motivos, além do barateamento de custos, era a maior facilidade de se disciplinar esses dois grupos de operários.

Dá-se início ao processo de industrialização e a Revolução Industrial. Como se produziam cada vez mais mercadorias, foram sendo buscadas pelos proprietários burgueses formas de se aumentar o lucro reduzindo-se as despesas, fosse pela incrementação tecnológica das unidades produtivas, fosse pela maxi exploração dos operários (jornadas intermináveis de trabalho em locais insalubres, com baixíssima remuneração).

A introdução de inovações tecnológicas no corpo das fábricas vai ser muito cara para os trabalhadores de modo geral. Cada nova tecnologia representava, quase sempre, a redução dos postos de trabalho em nome do aumento da produtividade.

O contexto histórico decorrente da Revolução Industrial dilatou as cidades. Camponeses em busca de melhores condições de vida migravam e se deparavam com um cenário um tanto quanto desolador. Jornadas excessivas de trabalho; ritmo frenético das máquinas; a rotina do todo dia tudo sempre igual; fábricas sombrias, com pouca luminosidade, quentes e úmidas, quase sem nenhuma ventilação. O descontentamento era lugar comum no meio dos trabalhadores. Devido a essas situações vão aparecer algumas críticas das quais se destaca a de Marx que vai dizer que as relações econômicas são causadoras da alienação que impede a humanização crescente da sociedade.

Logo nas primeiras décadas do século XX, em Detroit, Henry Ford coloca em prática na sua fábrica de automóveis a produção em série, através das famosas linhas de montagem. Essa nova forma de trabalho consistia na avançada fragmentação de tarefas entre os seus diversos operários.

Ou seja, cada trabalhador seria responsável por uma única tarefa, que deveria ser repetida infinitamente de forma a se alcançar uma maior produtividade. O sistema fordista de produção está diretamente ligado aos fundamentos propostos pelo conjunto de teorias desenvolvidas pelo engenheiro norte-americano Taylor para aumentar a produtividade do trabalho industrial.

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homem e da máquina em cada tarefa, para aperfeiçoá-los e racionalizá-los gradativamente. Com base na idéia de que a eficiência aumenta com a especialização, Taylor dividiu o trabalho e limitou cada operário à execução de uma única tarefa, de maneira contínua e repetitiva.

Para obter a colaboração dos funcionários, foram estabelecidos remuneração e prêmios extras. A produção individual, até o nível de 100% de eficiência no tempo padrão (tempo médio que um operário leva para executar as tarefas), era remunerada conforme o número de peças produzidas. Acima dessa porcentagem, à remuneração seria acrescentado um prêmio de produção ou incentivo salarial adicional, que aumentava à medida em que a eficiência do operário era elevada. Além de racionalizar o trabalho do operário, Taylor tentou mudar o comportamento dos supervisores, chefes, gerentes e diretores que ainda trabalhavam nos velhos padrões, criando, assim, a Administração Cientifica que foi rapidamente aplicada na indústria americana, estendendo-se a todos os países e campos de atividade.

No entanto, seus princípios de super especialização foram criticados por robotizar o operário, fazendo-o perder a liberdade e a iniciativa de estabelecer sua própria maneira de trabalhar. Um perfil autoritário e burocrático das organizações de trabalho.

“A revolução industrial caracterizou-se pelo desenvolvimento crescente das máquinas e ferramentas, com a conseqüente intensificação da produção e comércio das riquezas”. (TOLEDO, 1983:21)

Após a revolução industrial, ficou uma fenda entre direção e execução do trabalho, a escalada pelo poder de mandar, o autoritarismo tecnocrático.

“Tratou-se do” direito de mando “vestido pela capacidade técnica elitista de direção de uma organização: ou seja, a tecnocracia. De certa forma, o governo dos reis e dos sacerdotes, da antiguidade, ressurgiu como o governo dos detentores do capital, com os tecnocratas a seu serviço”. (TOLEDO, 1983:22)

A autonomia ficou exclusivamente com os grupos minoritários, detentores do capital.

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trabalhador. O trabalho era uma forma de alienar o trabalhador, o corpo trabalhando e a cabeça dormindo, vender sua força de trabalho como mercadoria, se submeter à dominação exercida pelo capital. A gerência ficava responsável pela parte administrativa, planejamento das tarefas a partir do conhecimento profundo do processo produtivo, cabendo ao operário apenas a execução segundo as instruções dos superiores.

Como diz a frase da autora KUENZER:

“Assim, Taylor institucionaliza definitivamente a heterogestão como fundamento básico da organização capitalista do trabalho, tirando do trabalhador a possibilidade de pensá-lo, criá-lo, controlá-lo.” (KUENZER, 1989:30)

Ou seja, uma desqualificação do trabalho e, portanto uma alienação.

Taylor preocupou-se no que diz respeito à racionalização do trabalho ao nível dos operários. A partir do seu trabalho foi possível construir uma teoria sólida e bem estruturada que foi facilmente incorporada pelas indústrias, que hoje é usada em quase todo mundo.

O que gera uma grande injustiça social, econômica e intelectual que é a crítica feita por Marx. Para ele o homem se constrói de acordo com a sociedade e o trabalho é apontado como a essência do homem, contudo ao ir à realidade social, ele encontra apenas o homem que aliena sua essência numa relação prática, o trabalho que determina as relações do homem, ou seja, ele faz uma crítica ao trabalho capitalista. Para Marx esse tipo de trabalho é caracterizado por determinadas relações de produção, que trazem, como um dos resultados, a exploração do trabalho humano e a sua alienação. Os trabalhadores vendem sua força de trabalho. Vendendo sua força de trabalho, como se fossem mercadorias e, como toda mercadoria, recebe um preço, isto é o salário.

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O que não deveria acontecer, pois perante a Lei somos todos cidadãos e, portanto, temos os mesmos direitos sociais, econômicos, políticos e culturais. No entanto, sabemos que isso não acontece de fato. A maioria, porém acredita que o fato de ser eleitor, pagar suas dívidas e contribuir com impostos já nos fazem cidadãos, sem considerar as condições concretas que fazem alguns serem mais cidadãos do que outros.

Dentro desse contexto distorcido é que vai surgir a importância da aprendizagem em uma empresa.

Aprendizagem na empresa

Vimos que a administração cientifica de Taylor baseava-se na concepção do homo economicus, segundo a qual o comportamento do dinheiro é motivado exclusivamente pela busca do dinheiro e pelas recompensas salariais. Passado o tempo alguns estudiosos desenvolveram uma nova teoria: a de que, o homem é motivado, não só por estímulos econômicos e salariais, mas por recompensas sociais, simbólicas e não materiais que nada mais são do que o desejo de ser, que corresponde à busca da realização da vida com a força motriz de cada.

Isso é permitido e facilitado por meio da educação.

Ao se pensar em educação, é impossível não lhe atribuir papéis na qual ela tenha total relevância dentro do contexto social. Desta forma a educação é a base primordial que faz a integração entre processo político da sociedade e pode mudar a “triste” realidade de alienação do trabalho que vem do passado (como já vimos) e a qual vivendo nos dias atuais e por sua vez, eliminar o grande índice de analfabetismo que permeia a nossa sociedade, pois o acesso à escola ainda tem sido muito restrito em determinadas classes sociais.

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trabalho, na educação e em outros órgãos que são fundamentais na vida da sociedade.

“O trabalho que transforma nem sempre dignifica os homens e as mulheres. Só o trabalho livre nos dá valor. Só o trabalho com o qual estamos contribuindo para a criação de uma sociedade justa, sem exploradores nem explorados, nos dignifica. Na época colonial, o nosso trabalho não era livre. Trabalhávamos para os interesses dos colonistas que nos exploravam. Eles se apropriaram de nossas custas. Quanto mais ricos ficavam eles, tanto mais pobres ficávamos nós.Eles eram a minoria exploradora. Nós éramos a maioria explorada. Hoje somos independentes. Já não trabalhamos para uma minoria trabalhamos para criar uma sociedade justa. Temos muito que fazer ainda” (FREIRE, 2006:66)

Este trecho citado por FREIRE (2006) nos faz refletir um pouco sobre o conceito de dignidade do trabalho. Ele nos destaca que apenas o trabalho livre dignifica e nos faz criar uma sociedade justa. Ou seja, não basta apenas sairmos para trabalhar na instituição, empresa ou organização, como é feito rotineiramente em busca apenas do capital para a sobrevivência nesse mundo capitalista em que vivemos. Mas ao se falar em trabalho livre, muitos pensam que é um trabalho desorganizado, mas não é bem assim, esse tipo de trabalho é de ter a consciência de se trabalhar pela igualdade e pela própria justiça da nossa sociedade, pois é o único meio de conquistar direitos e promover a dignidade humana que às vezes é muito desvalorizada.

“O Brasil foi“inventado” de cima para baixo, autoritariamente. Precisamos reinventá-lo em outros termos”. (FREIRE, 2006:35) De acordo com a frase de FREIRE (2006) para podermos mudar esse caráter de desvalorização. É preciso reinventá-lo em outros termos, a educação é um ótimo ponto de partida para se realizar estratégias bem estruturadas, promovendo resultados surpreendentes. Para isso é preciso educar o trabalhador.

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forma eficaz, ética e coerente a partir da formação e da reflexão sobre sistema vigente.

O trabalho da educação na formação do trabalhador

A educação não acontece apenas na escola, mas, em diversos outros espaços da sociedade inclusive nas empresas.

A educação assume um papel muito importante na formação profissional, pois além do seu papel de formar cidadãos, ela também prepara profissionais qualificados para o mercado de trabalho.

A qualificação do trabalhador é entendida como resultado da instrução e da experiência, sendo que por instrução compreende-se tanto a freqüência à escola, quanto a realização de cursos profissionais ofertados por instituições específicas de treinamento ou pelas próprias empresas.

Para KUENZER (1989) é preciso uma análise profunda de como a empresa tem enfrentado a relação entre saber obtido na escola e saber obtido pela experiência no trabalho com o propósito de captar o seu grau educativo, na medida em que, para a autora a partir dessa relação, o operário vai estabelecer seus conceitos de saber teórico/ prático, que desempenham papel muito importante no processo de sua constituição enquanto trabalhador.

“A forma como ele capta esta relação contribui para definir seu comportamento político, aceitando em maior ou menor grau a sua condição subalterna, os critérios de valorização do seu trabalho, os critérios de salário e promoções, submetendo-se e /ou discutindo, negociando, reivindicando”. (KUENZER, 1989:132)

A frase de KUENZER (1989) mostra a importância da formação do profissional, pois o trabalhador deixa de ser alienado e começa a ter conhecimento sobre a sua força de trabalho, habilidades e competências.

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Conforme o trecho que a autora nos destaca, nada mais compreensível, portanto, que a empresa tente controlar as representações e as formas de concretização da qualificação / desqualificação, e da aquisição de saber teórico/ prático, na medida em que a ausência destes saberes compromete a acumulação do capital.

É nesse sentido que muitas empresas têm se desenvolvido, sendo mais valorizado o trabalho à medida que aumenta o grau de qualificação. Algumas empresas visam à qualificação, outras a experiência e algumas exigem as duas qualificação/experiência.

Características de uma sociedade velha, fruto da forma capitalista de produção.

Pensado por esse lado é preciso reorganizar essa “sociedade velha, transformá-la para criar a nova sociedade não é tão fácil assim. Por isso, não se cria a sociedade nova da noite para o dia, nem a sociedade nova aparece por acaso. A nova sociedade vai surgindo com as transformações profundas que a velha sociedade vai sofrendo”. (FREIRE, 2006:74)

Onde se possa pensar o trabalho de modo que o profissional não seja o mercado e, sim, o mercado seja uma dimensão da realidade social. Trata-se de pensar o trabalho em outro contexto social, no qual o trabalhador produza para si, e no qual o produto do trabalho coletivo se redistribua igualmente, projeto que se contrapõe à forma capitalista de produção e aponte para a constituição de novas relações sociais e de um projeto de um homem novo. Trata-se de opor-se a uma visão reducionista, utilitarista, atrofiadora e, essencialmente, restritiva à formação humana.

Como foi destacado acima, precisamos transformar essa sociedade velha, para isso é preciso formar pessoas que reflitam sobre a sociedade e ao mesmo tempo em que possam usufruir os sistemas de informação disponíveis. Ao mesmo tempo, o mercado de trabalho depende de pessoas qualificadas para determinadas funções, é preciso prepará-las desde a educação básica e continuar o processo quando estiverem empregados.

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feito no momento e no lugar do nosso trabalho... Não importa que o estudo seja feito noutro local e noutro momento, como o estudo que fazemos no círculo de cultura. Em qualquer caso, o estudo exige sempre esta atitude séria e curiosa na procura de compreender as coisas e os fatos que observamos”. (FREIRE, 2006:58)

Aqui cabe o educador não limitar-se a transmitir conteúdos prontos, mas estar sempre se atualizando para poder permitir que os trabalhadores sejam formados não só pessoas para exercer uma função pedida pela empresa, mas para pensar indo além das paredes da empresa.

Nesse momento a intervenção do pedagogo na empresa é de extrema relevância, pois o mesmo estará apto para auxiliar no comportamento dos mesmos, sendo na forma como devem agir durante a execução de suas tarefas no ambiente de trabalho e nas suas ações que devem ser bem articuladas perante as hierarquias que devem ser respeitadas. Assim é possível compreender que a educação tem um papel importante na vida da sociedade, tanto em democracia, política, profissional e pessoal. Ou seja, todos os aspectos que compõem a sociedade fazem uma integração com a educação.

Aprendizagem continuada no ambiente de trabalho

É necessária uma aprendizagem permanente no ambiente de trabalho. Ao se falar de aprendizagem permanente, como o nome já diz, não é temporária, é um processo contínuo, ou seja, uma formação continuada.

Nesse sentido o trabalho do pedagogo é fundamental, não somente como educador, mas também em grandes empresas com diversas áreas de treinamento e desenvolvimento em sua outra área de atuação, como coordenador pedagógico.

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para o desenvolvimento profissional dos participantes, tornando-os autores de suas próprias práticas”.( IN: GARRIDO, 2000:9)

No espaço da escola, é o coordenador pedagógico o responsável por organizar ações que, impulsionem o corpo docente a refletir, analisar e transformar a prática pedagógica, visando os objetivos propostos no projeto político pedagógico da escola.

O que tudo isso tem haver com a empresa?

Como já havia dito acima, a empresa precisa de uma aprendizagem continuada dos seus trabalhadores, nada mais certo que um profissional da educação (coordenador) desenvolver na empresa essa aprendizagem continuada, ou seja, o mesmo trabalho que o coordenador pedagógico desenvolve na escola com os professores pode desenvolver também na empresa.

Se pegar a frase da autora GARRIDO (2000) e substituirmos as palavras ESCOLA por EMPRESA e PROFESSOR por TRABALHADOR veremos a forma de como pode se dar a formação continuada na empresa.

“Ao subsidiar e organizar a reflexão dos trabalhadores sobre as razões que justificam suas opções e sobre as dificuldades que encontram para desenvolver seu trabalho, o coordenador está favorecendo a tomada de consciência dos trabalhadores sobre suas ações e o conhecimento sobre o contexto da empresa em que atuam. Ao estimular o processo de tomada de decisão visando à proposição de alternativas para superar esses problemas e ao promover a constante retomada da atividade reflexiva, para readequar e aperfeiçoar as medidas implementadas, o coordenador está propiciando condições para o desenvolvimento profissional dos participantes, tornando-os autores de suas próprias práticas”.( IN: GARRIDO, 2000:9)

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Ao tratar de formação continuada dos trabalhadores, pode se perceber um conjunto de equívocos como, a desvalorização da sua formação inicial, porém uma supervalorização de uma política de formação em serviço de forma rápida, mas sem a valorização do conhecimento prévio desses profissionais. Na frase citada acima o coordenador pedagógico é o responsável por organizar ações que impulsionem o corpo docente a refletir, no caso da empresa e levar o trabalhador a refletir.

“Mudar práticas significa reconhecer limites e deficiências no próprio trabalho. Significa lançar olhares questionadores e de estranhamento para práticas que nos são tão familiares que parecem verdadeiras, evidentes ou impossíveis de serem modificadas. Significa alterar valores e hábitos que caracterizam de tal modo nossas ações e atitudes que constituem parte importante de nossa identidade pessoal e profissional. Mudar práticas implica o enfrentamento inevitável e delicado de conflitos entre os participantes (trabalhadores e a hierarquia do sistema), originados de visão de mundo, valores, expectativas e interesses diferentes. Mudar práticas implica mudanças nas formas de relacionamento entre os participantes, e isso pode gerar desestabilidade na estrutura de poder, risco de novos conflitos, desgastes e frustração. Mudar práticas pedagógicas significa empreender mudanças em toda a cultura organizacional”. (IN: GARRIDO, 2000:10)

A frase da autora resumidamente é de que não é fácil a aprendizagem continuada em uma empresa ou em qualquer lugar, pois envolve mudar a prática de um sistema, e respeitar hierarquias.

Mas é preciso que a empresa e a sua hierarquia perceba que educar é muito mais do que ensinar conteúdos e transmitir conhecimentos é necessário garantir também a total compreensão de diversos fatores, como também desenvolver cidadãos solidários no âmbito intelectual e moral dentro da sociedade. Isso vai ajudar no desenvolvimento da empresa, na capacidade de se colocar no lugar do outro e de respeitá-lo.

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Competências organizacionais

Se vivemos num tempo e espaço onde todos estamos conectados, interligados, ou para usar um termo mais atual, globalizados (com a conseqüente introdução das novas tecnologias no mundo do trabalho), a abertura das fronteiras dos países para a competitividade acirrada, provocou mudanças muito profundas na sociedade como um todo e, como não poderia deixar de ser, também no âmbito empresarial. No universo das empresas essas mudanças ocasionaram novas reestruturações organizacionais. Para tanto, algumas empresas têm investido e incentivado treinamento ou a formação continuada.

No mercado globalizado, onde as empresas disputam em um ambiente altamente competitivo, cresce a busca por métodos eficientes de gestão. Neste cenário, as organizações encontram dificuldades em definir quais os métodos de gestão que melhor se adaptam ao seu negócio.

A empresa do século XXI terá que ser eficaz internamente, agressiva com a concorrência e responsável e ética em todos os seus relacionamentos. Qualidade não é mais um diferencial e sim uma obrigação. O processo sem qualidade não desperta satisfação do cliente, pois ele é o fiel da balança de nosso sistema de qualidade.

Para obter melhor qualidade é importante observar se o ambiente interno é turbulento, globalizado e muito competitivo para planejar os rumos da empresa, com metodologia definida e alinhada às diretrizes organizacionais.

MEISTER (1999) recomenda uma boa análise de cenários externos, analisando a concorrência, mercado potencial e as oportunidades e ameaças para o negócio.

Com todas as análises bem exploradas e desenvolvidas é importante ainda observar a cultura da empresa, seus objetivos futuros, seus valores e princípios. Para MEISTER (1999) essas análises conduzem a empresa à uma tendência cada vez melhor, obtendo resultados estratégicos esperados pela organização:

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Para um bom desempenho da execução das tarefas e o sucesso empresarial em meio às coerências globais para MEISTER (1999) essas tendências exigem algumas competências.

“Estas tendências definem o cenário para compreendermos as sete competências básicas no ambiente de negócios identificadas pela empresa. Essas competências são definidas como a soma de qualificações, conhecimento e”conhecimento específico” necessária para superar o desempenho da concorrência. Elas são a base da capacidade de empregabilidade do individuo”.

1. Aprendendo a prender

2. Comunicação e colaboração

3. Raciocínio criativo e resolução de problemas

4. Conhecimento tecnológico

5. Conhecimento de negócios globais

6. Desenvolvimento de liderança

7. Autogerenciamento da carreira (MEISTER, 1999:13)

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Educação corporativa

A Era do Conhecimento trouxe a certeza da impossibilidade do ser humano estagnar o seu processo de aquisição de novos conhecimentos, além de obrigá-lo, também, a tornar-se capaz de gerenciar um novo e inusitado processo: o de desenvolver a competência ligada à necessidade do “aprender de novo”.

“O antigo contrato social implícito: você trabalha bastante e terá emprego durante o tempo que quiser, não existe mais. A segurança do emprego não é mais uma decorrência do trabalho em uma única empresa, mas da manutenção de uma carteira de qualificações relacionadas ao emprego. Essa transformação sinaliza um “novo contrato psicológico” entre empregabilidade e empregado. Sob os termos desse novo contrato, os empregadores oferecem aprendizagem em lugar de segurança do emprego. As qualificações e conhecimento adquirido promovem capacidade contínua de emprego do funcionário à capacidade de encontrar um trabalho significativo dentro ou fora da empresa”. (MEISTER, 1999:9)

Como retrata MEISTER(1999) a idéia de novas propostas de educação corporativa acabou com paradigmas, que antes sustentavam certezas tidas como imbatíveis, ruíram, levando com eles os indivíduos que não foram capazes de, numa visão prospectiva, calcular a necessidade da mudança.

Essa realidade vale tanto no aspecto da individualidade como nas situações nas quais os seres humanos atuam em conjunto, principalmente nas empresas, sejam elas pequenas, médias ou grandes.

Referências

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