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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA UNIPÊ COORDENAÇÃO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ALAN SANTOS DE OLIVEIRA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA

– UNIPÊ

COORDENAÇÃO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ALAN SANTOS DE OLIVEIRA

NÍVEIS DIFERENCIADOS DE GOVERNANÇA

CORPORATIVA E A QUALIDADE DA INFORMAÇÃO

CONTÁBIL

:

evidências de empresas brasileiras antes, durante e

após o processo de convergência às normas internacionais de

contabilidade

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NÍVEIS DIFERENCIADOS DE GOVERNANÇA

CORPORATIVA E A QUALIDADE DA INFORMAÇÃO

CONTÁBIL

: evidências de empresas brasileiras antes, durante e

após o processo de convergência às normas internacionais de

contabilidade

Monografia submetida ao Curso de Ciências Contábeis, do Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis. Linha de Pesquisa: Teoria da Contabilidade

Orientador: Prof°. MSc. Vinícius Gomes Martins

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048n Oliveira, Alan Santos de.

Níveis diferenciados de governança corporativa e a qualidade da informação contábil: evidências de empresas brasileiras antes, durante e após o processo de convergência às normas internacionais de contabilidade.

-- João Pessoa, 2012. 58 f.

Monografia (Curso de graduação em Ciências Contábeis) Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ

1. Níveis diferenciados de Governança Corporativa. 2. Qualidade da informação Contábil. I. Título

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ALAN SANTOS DE OLIVEIRA

NÍVEIS DIFERENCIADOS DE GOVERNANÇA

CORPORATIVA E A QUALIDADE DA INFORMAÇÃO

CONTÁBIL

: evidências de empresas brasileiras antes, durante e

após o processo de convergência às normas internacionais de

contabilidade

Monografia submetida ao Curso de Ciências Contábeis, do Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis. Linha de pesquisa: Teoria da Contabilidade

Monografia defendida e aprovada em:

Banca examinadora:

______________________________________________

Prof°. MSc. Vinícius Gomes Martins

Presidente da Banca

(UNIPÊ)

_______________________________________________

Profº. Dr. Josedilton Alves Diniz

Membro Examinador

_______________________________________________

Profº. MSc. Paulo César Pereira da Silva

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, meu maior confidente e principal responsável por todas às minhas conquistas.

Agradeço as professoras Adélia (minha mãe, que será destacada especialmente adiante), Cristina e Neta, responsáveis pela minha formação inicial e testemunhas dos meus sonhos, que, graças a Deus, boa parte já foram realizados.

Agradeço imensamente ao professor Vinícius Gomes Martins, um dos mais recentes professores a iniciar no Unipê, contudo um dos principais responsáveis pela minha formação, tanto no âmbito das aulas ministradas, como na orientação de minha monografia.

As professoras Isabelle Carlos Campos Rezende e Cláudia Lúcia Ribeiro da Cruz, pela ajuda no desenvolvimento de artigos científicos no decorrer da minha graduação.

Ao coordenador e professor Paulo Cesar Pereira da Silva, pelo apoio e consideração que sempre me prestou.

Aos professores Mamadou Dieng e Josedilton Alves Diniz que sempre me motivaram na graduação, mesmo indiretamente, em virtude dos seus exemplos profissionais e de vida, que me servem de espelho.

Agradeço a meu amigo Giulian Santos de Oliveira, lá da época do Argentina Pereira Gomes.

Aos meus amigos da universidade, Leonardo (infelizmente não pode concluir o curso), João Paulo, Jéssyca, Cláudia, Rubens, Demetrius, Tathiana, Nícolas (“meu irmão”), o grande Rômulo Henriques, e a todos os demais que não foram citados. Agradeço em especial, à minha mãe Adélia, pela educação, experiência de vida que sempre me concedeu da forma mais doce e firme que se pode imaginar e pelo compartilhamento de todas as minhas aflições em todas as fases da minha vida. Mãe essa vitória também é sua, eu sou a continuidade de seus sonhos !!!

À meu pai, Rossini, pelo incentivo, proteção e dedicação em todos os momentos, os mais inusitados possíveis eu diria , em que precisei.

À meu irmão, Rossini Junior, exemplo de pessoa com bom coração, meu espelho e motivação. Obrigado pelo seu cuidado!!!

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RESUMO

O objetivo da presente pesquisa foi analisar os reflexos do processo de convergência na qualidade da informação contábil e, mais especificamente, avaliar se esses possíveis reflexos se comportam de forma distinta para as companhias listadas nos Níveis Diferenciados de Governança Corporativa (NDGC). Para tanto, utilizou-se um painel de dados balanceado composto por empresas não financeiras listadas na BM&FBovespa, no período definido como: antes (2006 e 2007) durante (2008 e 2009) e após (2010 e 2011) o processo de convergência as normas IFRS. As métricas utilizadas para avaliar a informação contábil, foram a relevância, por meio do modelo de value relevance, e conservadorismo e tempestividade, mensuradas por meio dos modelos teórico de Basu (1997) ajustado. As principais evidências indicaram que, de maneira geral, o conservadorismo das empresas diminuiu ao longo do processo de convergência, porém, o grau de redução das empresas listadas nos NDGC foi inferior ao das demais. Em relação à tempestividade, as evidências demonstraram que as empresas listadas nos NDGC apresentaram-se mais oportunas antes do processo de convergência, porém, com o processo de adoção das IFRS, o nível de tempestividade não foi distinto entre os grupos de empresas. Isso sugere que a adoção do padrão IFRS contribuiu positivamente no que se refere ao atributo da tempestividade para as empresas que não estão listadas nos NDGC. Finalizando, a relevância das informações contábeis também melhorou com a adoção das IFRS, sendo que, antes e durante a adoção parcial, as informações das empresas aderentes aos NDGC apresentaram um maior nível de relevância do que as demais, entretanto, com a adoção integral não se verificaram evidências de distinção.

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ABSTRACT

This study aimed to examine whether different levels of Corporate Governance (NDGC), influence the quality of accounting information before, during and after the implementation of international accounting standards. Therefore, we proceeded empirical analytical approach by collecting information of the population consisted of all non-financial companies listed on the BM&FBovespa, the period from 2006 to 2011, available on the basis of Economática. The metrics used to evaluate accounting information, were the relevance, timeliness and conservatism, comparing the metrics of companies with NDGC and businesses in general. The results of the regressions revealed that NDGC did not significantly increase the quality of accounting information in the process of convergence to international standards, due to the controversial results before and during the convergence process. However, it is noted that the results of the period after the full implementation of the convergence process, showed that companies with NDGC, possessed better accounting information, bringing with it, good prospects of staying with differentiated quality with future revisions and additions of accounting pronouncements issued by CPC. The goal of this research was to analyze the impacts of the convergence process in the quality of accounting information, and more specifically, to evaluate whether these potential consequences behave differently for listed companies in Corporate Governance Levels (DLCG). Therefore, we used a panel data balanced comprising non-financial companies listed on the BM & FBovespa, the period defined as before (2006 and 2007) during (2008 and 2009) and after (2010 and 2011) the convergence standards IFRS. The metrics used to evaluate the accounting information were relevance, using the model of value relevance, timeliness and conservatism and, measured by means of theoretical models of Basu (1997) set. The main evidence indicated that, in general, the conservatism of the companies declined throughout the convergence process, however, the degree of reduction of companies listed in DLCG was lower than the other. Regarding timing, the evidence showed that companies listed in DLCG were more timely before the process of convergence, however, the process of adoption of IFRS, the level of timeliness was not different between groups of companies. This suggests that the adoption of IFRS has contributed positively in relation to the attribute of the timing for companies that are not listed in DLCG. Finally, the relevance of accounting information also improved with the adoption of IFRS, and before and during partial adoption, the information of subscriber to DLCG showed a higher level of importance than the others, however, not with the full adoption were seen evidence of distinction.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Processo de Implementação das Normas Internacionais no

Brasil...33 Quadro 1 - Níveis diferenciados de Governança Corporativa e suas principais

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resultados dos modelos estimados para o período de 2006 a 2007

(antes)...40 Tabela 2 – Resultados dos modelos estimados para o período de 2008 a 2009

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LISTA DE SIGLAS

BOVESPA - Bolsa de Valores de São Paulo

CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis CVM - Cartilha de Governança Corporativa da, CVM - Comissão de Valores Mobiliários

FASB - Financial Accounting Standards Board e GAAPs - Generally Accepted Accounting Principles GC - Governança Corporativa

IAS - International Accounting Standards IASB - International Accounting Standards Boar IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa IFRS - International Financial Reporting Standards

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO...14

2. REFERENCIAL TEÓRICO...17

2.1 Teoria da regulação...17

2.1.2 Teoria do interesse público...18

2.1.3 Teoria da captura...19

2.1.4 Teoria econômica da regulação...20

2.2 Processo de convergência às normas internacionais de contabilidade no Brasil...21

2.3 Governança Corporativa...24

2.3.1 Níveis diferenciados de Governança Corporativa – NDGC...24

2.4 Métricas de qualidade da informação contábil...26

2.4.1 Relevância...27 2.4.2 Conservadorismo...28 2.4.3 Tempestivade...29 2.5 Evidências empíricas...30 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...32 3.1 Caracterização da Pesquisa...32

3.2 Seleção e Composição da Amostra...32

3.3 Descrição dos Modelos Econométricos...34

3.3.1 Modelo de Relevância (Value Relevance)...34

3.3.2 Modelo de Conservadorismo e Tempestividade...35

3.3.3 Especificação e pressupostos dos modelos de regressões...37

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS...39

5 CONCLUSÕES...46

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1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento do mercado de capitais e a globalização da economia trouxeram a necessidade de alguma forma de intervenção por parte dos produtores de normas contábeis, visando melhorar e unificar os relatórios financeiros mundiais. Desse modo, as mudanças dos padrões do Financial Accounting Standards Board (FASB) e International Accounting Standards Board (IASB) para os regimentos do

International Financial Reporting Standards (IFRS) foi a mudança regulatória

adotada pela Europa como marco desta intervenção.

No Brasil, o processo de convergência às normas internacionais, é representado pela coexistência de três conjuntos regulatórios e normativos distintos: (1) o antigo (Lei nº 6.404/76); (2) o da primeira fase de transição para o IFRS (Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09 e CPCs 01 a 14), vigentes para os exercícios de 2008 e 2009 e (3) o padrão internacional completo (Leis nº 11638/07 e nº 11.941/09, CPCs 01 a 43, OCPC 1 a 5 e ICPC 1 a 15), com adoção obrigatória para as demonstrações contábeis do exercício social de 2010 (COSTA, 2012).

Santos et al. (2011) destacam que essas mudanças regulatórias e normativas além de permitirem a harmonização das normas e práticas contábeis adotadas nacionalmente às normas internacionais, provocaram um impacto sistemático na qualidade da informação contábil. Para Hellman (2008) as informações contábeis produzidas com base no modelo IFRS objetiva propiciar uma melhor qualidade, isto é, uma melhor compreensibilidade, comparabilidade, relevância, fidelidade e menos conservadorismo.

Alguns estudos têm apontado que empresas que transitaram para o padrão IFRS apresentaram menos gerenciamento de resultados, uma melhor tempestividade no reconhecimento de perdas e informações mais relevantes, especificamente do lucro contábil (BARTH; LANDSMAN; LANG, 2006).

Não obstante, Ball, Robin e Wu (2003), Chen (2010), Lima (2010) e Houqe et

al. (2012) defendem que altos padrões de qualidade, como os preconizados pelo

IFRS, não produzem, necessariamente, melhores informações contábeis, pois elementos de infraestrutura institucional, como a Governança Corporativa, podem ser indicadores significativos.

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de maneira intencional, algumas empresas decidem possuir um maior nível de transparência ou confiabilidade através de suas estruturas de Governança Corporativa, visando obter vantagens competitivas (HOLM; SCHØLER, 2012).

Nesse contexto, surgem as lacunas de pesquisas descritas pelas seguintes questões:

• Quais os reflexos do processo de convergência às normas internacionais na qualidade da informação contábil?

• Esses possíveis reflexos apresentam comportamento distinto para as companhias listadas nos Níveis Diferenciados de Governança Corporativa em comparação com as companhias em geral?

Diante do exposto, o presente estudo tem por objetivo analisar os reflexos do processo de convergência na qualidade da informação contábil e, mais especificamente, avaliar se esses possíveis reflexos se comportam de forma distinta para as companhias listadas nos Níveis Diferenciados de Governança Corporativa em oposição às empresas em geral.

Nesse sentido, grande parte dos estudos que mensuram a qualidade da informação contábil, normalmente, utilizam atributos como, tempestividade, relevância e conservadorismo como métricas de qualidade (BUSHMAN et al., 2004; BARTH; LANDSMAN; LANG, 2008; ALMEIDA; SCALZER; COSTA, 2008; SANTOS

et al., 2011). A delimitação dessas características qualitativas pelas pesquisas pode

ser justificada pela possibilidade de testar empiricamente esses atributos, portanto, é com esse direcionamento que o presente estudo será operacionalizado.

Contudo, esta pesquisa justifica-se na suposição de que mais períodos em full IFRS podem esclarecer as discussões quando a temática, dado que os resultados tenderão a ser mais robustos, pois se evitou a escolha de períodos isolados para comparação e, consequentemente, de fases incompletas do processo de adoção às IFRS. E, ainda, por contribuir no debate sobre outros fatores paralelos as mudanças normativas que podem influenciar a qualidade da informação contábil, tal como os Níveis Diferenciados de Governança Corporativa, adotados por empresas brasileiras de capital aberto.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Teorias da Regulação

Ao longo dos anos tem havido muitas discussões e debates sobre a necessidade da regulação contábil. Aqueles que acreditam na eficiência dos mercados argumentam que a regulamentação não é necessária, pois o próprio mercado irá operar para melhor servir a sociedade e otimizar a alocação de recursos (MAJONE, 1996). Outros apontam que os mercados nem sempre funcionam observando os interesses das sociedades, de modo que algum tipo de intervenção na forma de regulamentação seria necessário (PIGOU, 1938; BREYER, 1982).

Não obstante, a questão da regulação da contabilidade passou a ser uma necessidade, especialmente, após a crise econômica de 1920, conhecida como a Grande Depressão. Nesse momento, os contadores da época sofreram inúmeras cobranças, que os incentivaram a buscar princípios contábeis e teorias descritas, com o intuito de amenizar as pressões socais e atender os interesses dos

stakeholders (GAFFIKIN, 2005).

Hendriksen e Van Breda (1999) advertem que desde o início, os princípios e as teorias foram fixadas reativamente, e não proativamente. Ou seja, os contadores perderam um pouco de sua liderança sendo obrigados a reagir às ameaças de mais regulamentação e padronização, decorrentes, normalmente, de fatos negativos.

Segundo Consenza e Laurencel (2011) a regulação contábil está associada com uma forma de legitimação, decorrente da ação política e da competência técnica. É a atuação harmônica destas duas vertentes, agindo perante uma categoria de sujeitos sociais definidos a fortiori e obedecendo à lógica de uma plêiade de processos, permitindo que uma pseudolegitimidade venha a se instaurar. Silva (2007) corrobora, ao perceber que o sistema de regulação contábil de um país é influenciado por diferentes agentes, onde em consonância aos seus objetivos e autoridade, que lhe são inerentes, esses agentes formulam leis, decretos, regulamentos, padrões, recomendações, resoluções, deliberações, e pronunciamentos direcionados às entidades. Estabelecendo políticas contábeis a serem adotadas pelos entes regulados na mensuração e evidenciação de suas transações (CARDOSO et al., 2010).

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mais diversificados mercados e incentivar a transparência das informações contábeis. Cardoso et al. (2009) identificam, que essas teorias podem ser simplesmente descritivas dos fenômenos regulatórios, podem ser prescritivas de como deve ser organizado o processo de regulação, ou podem ser uma combinação das duas perspectivas.

Nesse sentido, este estudo adotará para análise das teorias da regulação, a taxonomia de Posner (1974), na qual define as três principais teorias que procuram explicar as razões para intervenção do governo nos mercados: (1) teoria do interesse público; (2) teoria da captura e (3) teoria econômica da regulação.

2.1.2 Teoria do interesse público

A teoria do interesse público postula que a regulamentação governamental é, essencialmente, um dispositivo de redistribuição de assistência social visando corrigir a má alocação decorrente da falha do mercado ou de alguma crise política. Os defensores da teoria argumentam que o processo de regulamentação ajuda a promover a concorrência de preços, por exemplo, a eliminação de práticas comerciais restritivas comumente associadas com o abuso do poder de monopólio (ADAMS; TOWER, 1994).

Segundo Kotari (2010) a teoria do interesse público, vê a regulação como resposta dos benevolentes e oniscientes tomadores de decisões políticas para "naturais" falhas de mercado. Para Gaffikin (2005) essa teoria tem um propósito de alcançar certa publicamente aos resultados desejados, que, se deixados para o mercado, não seriam obtidos.

A principal justificativa da teoria do interesse público, de acordo com Kotari (2010), refere-se a quatro falhas de mercado: monopólios naturais, externalidades, assimetria da informação e excesso de competição.

Entretanto, ressalta, que a externalidade é a única destas que pode fundamentar a regulação das normas internacionais, pois ela envolve custos, relacionados a certas atividades produtivas, difíceis de ser reconhecidos, como os custos ambientais. Nessa perspectiva, as discussões atuais sobre a utilização do valor justo podem demonstrar essa influência.

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opositores a esta abordagem com base no que eles acreditam que não seria possível determinar metas objetivas para regulação, visto que não há base para identificar objetivamente o interesse público (GAFFIKIN, 2005).

Baldwin e Cave (1999) ratificam a dificuldade de representar o interesse social, pois a regulação geralmente acontece no meio de um conflito entre diversas concepções (interesse público e interesse individual), podendo acarretar a criação de regulamentos enviesados, por parte dos tomadores de decisões políticas.

2.1.3 Teoria da captura

A teoria do interesse público, anteriormente debatida, a principio, atende as necessidades do mercado, no entanto, quando considera o agente político benevolente e onisciente, em um sentido prático perde a sua relevância. Dessa forma, a teoria da captura e teoria econômica, discutidas a seguir, explicam mais adequadamente à regulamentação contábil, servindo de preceitos as práticas atuais do IFRS.

Cardoso et al. (2009) evidenciam que a teoria da captura surgiu como resposta à teoria do interesse público, uma vez que indícios empíricos comprovaram que a regulação foi exercida em prol da empresa regulada, e não para beneficiar os interesses socais.

Segundo Kotari (2010) a teoria da captura, é o resultado de contadores e auditores na tentativa de socializar o esperado custo de produção das normas, que incluem perda de reputação e responsabilidade legal. Ressaltando, que a utilidade da regulação, é revelada quando se evita a criação de certos padrões que provem a má alocação de capital e, consequente, diminuição da qualidade informacional.

Adams e Tower (1994) defendem que essa teoria é fundamentada por um processo político partidário, conferindo benefícios aos grupos politicamente eficazes que capturam e dominam o processo de regulamentação. Posner (1974) define que a teria da captura pode ser distinguida sobre dois paradigmas: (1) visão marxista e (2) perspectiva política científica.

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mercados (ADAMS; TOWER, 1994).

No que se refere à percepção política científica, ainda para Adams e Tower (1994), os agentes políticos utilizam o processo regulatório como o resultado de captura oportunista dos grupos de elite, que geralmente representam os setores que são regulados.

Costa (2012) salienta que nessa percepção, os produtores (investidores) procuram obter riqueza da sociedade, negociando, na maioria das vezes, com os políticos uma regulação favorável. Assim, os políticos fornecem tal regulação de maneira a não afetar suas chances de reeleição e em troca de subornos pagos pelos produtores beneficiados.

No cenário atual, de adoção às normas internacionais, que visaram promover o aumento da qualidade da informação contábil, a teoria da captura pode explicar essa padronização internacional no sentido de que os produtores de normas contábeis, ou seja, gerentes, contadores e auditores tiveram o intuito de minimizar o risco da criação de normas contábeis de má qualidade, visto que tais riscos e seus custos associados proporcionariam a perda de reputação e a responsabilidade jurídica, o que pode afetar as perspectivas de negócios futuros (KOTARI, 2010). De todo modo, mesmo com essa atitude protecionista, os produtores transferiram os custos (risco) de inovação da contabilidade para a sociedade, enquanto capturam benefícios, se houver (Ibid., 2010).

2.1.4 Teoria econômica da regulação

As teorias até aqui apresentadas, trataram da regulação contábil como uma ação social visando corrigir a má alocação decorrente da falha do mercado ou que esta seria fundamentada por um processo político partidário, conferindo benefícios aos grupos politicamente eficazes que capturam e dominam o processo de regulamentação.

No entanto, devido a críticas de autores como Posner (1971) e Becker (1983), essas teorias foram contestadas por não ser baseadas em evidências empíricas, mas em simples hipóteses ou padrões sobre a regularidade empírica (CARDOSO, 2009).

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principal característica dessa teoria versa sobre a concorrência entre grupos de interesse que incentivam os reguladores a tomar decisões conforme a demanda do mercado e por representar um modelo teórico testável.

Cardoso et al. (2009) comparam essa teoria com a física mecânica (teoria dos vetores). Onde, a regulação pode ser representada por um pêndulo e as pressões exercidas pelos grupos de interesse representam os vetores de força. Caso as forças sejam exercidas em mesma intensidade e em sentidos opostos, o pêndulo permanece parado (a regulação é mantida no status quo). Por outro lado, o grupo que conseguir exercer pressão relativa maior que os demais grupos de interesse provavelmente obterá a regulação conforme suas demandas.

De acordo com Gaffikin (2005) essa abordagem para a regulação é consistente com a teoria da escolha pública, pois salienta em que medida o comportamento governamental é entendido por todos os atores. A análise é dirigida para a competição de preferências dos indivíduos envolvidos, a fim de promover, principalmente, seus próprios objetivos.

Para Adams e Tower (1994) a teoria econômica da regulação prevê que onde há um grande número de empresas concorrentes no mercado, a demanda por regulamento será mais alta. Por outro lado, onde é relativamente pequeno o número de empresas no mercado, e particularmente onde acordos de cartéis predominam, o

lobby corporativo tenderá a favorecer a autorregulação.

Nesse sentido, essa concorrência de mercados com grande ou pequeno número de empresas, que incentivam a regulação ou autorregulação contábil, pode justificar o processo sistemático atual de adoção às normas internacionais. Pois, os organismos profissionais tentaram incialmente desenvolver princípios contábeis geralmente aceitos (GAAP) e depois uma estrutura conceitual que serviria como base para uma teoria da contabilidade e para as normas IFRS (GAFFIKIN, 2005).

Ressalta-se, que a teoria econômica não esvazia as discussões sobre teorias de regulação, pois outras correntes foram criadas e promoveram alguns avanços, a exemplo da teoria ideológica; teoria habermasiana e teoria tridimensional.

2.2 Processo de convergência às normas internacionais de contabilidade no Brasil

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de fatores pontuais, que, supostamente, facilitaram o processo de convergência às normas internacionais no Brasil: formação profissional do contador; exames para a obtenção do grau de Contador Público Certificado (a exemplo de outros países); familiarização dos contadores com os métodos quantitativos e a computação e, por fim, a preocupação dos órgãos representativos de classes na melhoria dos conceitos e das normas contábeis (IUDÍCIBUS, 2010).

Historicamente, a evolução da qualidade das disposições legais que envolvem conceitos da contabilidade iniciou-se em 1808, na determinação da contabilização dos fatos contábeis por meio das partidas dobradas (NIYAMA; SILVA, 2011). Posteriormente, esses autores destacam o ano de 1850, com a criação do primeiro Código Comercial Brasileiro e, 10 anos mais tarde, em 1860, uma evolução na contabilidade através da lei nº 1.083, que determinou a obrigatoriedade de publicação, sendo considerada a primeira lei das sociedades por ações.

No ano de 2000, revelou-se um dos primeiros indícios de convergência às normas internacionais com a criação dos níveis diferenciados de Governança Corporativa (NDGC). Schmidt, Santos e Fernandes (2006) percebem que a apresentação das normas internacionais era evidenciada nas orientações para adesão aos NDGC, pois as empresas listadas no nível 2 ou NM apresentavam suas demonstrações de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos (US-GAAP) ou de acordo com os International Accounting Standards (IAS) emitidos pelo IASB.

Entretanto, a legislação que marcou a contabilidade brasileira no processo de convergência às normas internacionais, foi a lei 11.638/07, que alterou a lei 6.404/76. Conforme Santos et al. (2011) com a promulgação desta lei, o processo brasileiro de convergência às normas internacionais passou a ser um amplo e articulado esquema de regulação que envolve o Estado, por intermédio de seus órgãos reguladores de normas contábeis, tais como: a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Central do Brasil e a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); além de órgãos privados, tal como o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), dentre outros.

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CVM optou pela eliminação gradual das diferenças dos padrões nacionais de contabilidade, para facilitar a adaptação dos usuários da informação contábil às normas internacionais.

Dessa forma, esse processo de adoção das IFRS foi dividido em duas grandes fases, a primeira fase, em 2008 e 2009, que foi marcada pelas mudanças na Lei Societária pelos dispositivos legais das Leis 11.638 e 11.941, e a segunda fase, em 2010, com a adoção integral das normas internacionais.

Essas mudanças normativas e legais acabaram modificando muitas práticas contábeis tais como: mudanças na mensuração de instrumentos financeiros, ativos intangíveis, mudanças na avaliação de investimentos societários, extinção da reavaliação, mudanças na contabilização nos contratos de leasing, entre outras mudanças no reconhecimento e mensuração de elementos patrimoniais que são suscetíveis de impactar na qualidade da informação contábil.

Nesse contexto, várias pesquisas têm demonstrado que a adoção do padrão IFRS tem impactado positivamente na qualidade das informações contábeis, em oposição ao padrão local (BARTOV; GOLDBERG; KIM, 2005; BARTH; LANDSMAN; LANG, 2008; MACEDO; ARAÚJO; BRAGA, 2012). Por outro lado, alguns estudos têm evidenciado que a adoção do modelo IFRS não incrementou melhorias na qualidade da informação contábil (NISKANEN; KINNUNEN; KASANEN, 2000; MORAIS; CURTO, 2008). Contudo, salienta-se que a qualidade da informação contábil não é apenas influenciada pelos padrões contábeis vigentes em si, mas por incentivos para a preparação e a evidenciação das informações, como a estrutura de Governança Corporativa (LIMA, 2010).

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2.3 Governança Corporativa

A Teoria da Agência, baseada no utilitarismo econômico de Ross (1973), surge quando uma pessoa contrata outra para executar em seu nome um serviço, de maneira que, se a pessoa contratada, chamada de agente, agir de forma a maximizar os resultados do serviço, acredita-se que ela estará defendendo os interesses de quem o contratou (JENSEN; MECKLING,1976).

Entretanto, devido às diferenças existentes entre os interesses e os incentivos dos gestores, acionistas e outros stakeholders, os mecanismos de Governança Corporativa são colocados em prática para reduzir os conflitos de agência através de uma gestão eficiente de monitorização dos contratos (LARA; OSMA; PENALVA, 2009). La porta et al. (2000) pontuam que a Governança Corporativa deve estabelecer mecanismos através dos quais investidores se protegem contra a expropriação, originária, essencialmente, desses conflitos.

Shleifer e Vishny (1997) tratam da Governança Corporativa como um conjunto de mecanismos que induzem os investidores das corporações a obterem um retorno sobre seu investimento e prevenir-se dos conflitos de agência. Conforme Denis e Mcconnell (2003) esses mecanismos se caracterizam como internos (conselho de administração e participantes da estrutura acionária da empresa) ou externos à empresa (mercado externo para controle corporativo e o sistema legal / regulamentar).

Dessa forma, no mercado de capitais brasileiro, a Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) estabeleceu mecanismos internos adicionais frente aos utilizados internacionalmente, com a finalidade de oferecer aos investidores melhorias nas práticas de Governança Corporativa. Logo, foram criados os NDGC, em que as companhias aderem voluntariamente a suas normas de conduta, levando em consideração regulamentos específicos que primam pela transparência, prestação de contas, equidade e qualidade das informações (JACQUES et al., 2011).

De acordo com Gonçalves et al. (2008) com a adesão das empresas aos NDGC, os investidores teriam maior segurança para fazer seus investimentos com a redução do nível de incerteza em relação à expropriação de seu capital investido e as empresas aumentariam o nível da qualidade de suas informações.

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A Governança Corporativa brasileira é estimulada por uma série de iniciativas regulamentares, tais como: a elaboração do Código das Melhores Práticas do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, a Cartilha de Governança Corporativa da CVM, a reforma na lei 6.404/76 e a criação de segmentos especiais de listagem destinados a empresas com padrões superiores de Governança Corporativa, pela BOVESPA (JACQUES et al., 2011).

No entanto, uma das iniciativas que merece maior destaque é a criação dos segmentos especiais de listagens, ou seja, os NDGC. De acordo com Gonçalves et

al. (2008) com a adesão das empresas aos NDGC, os investidores teriam maior

segurança para fazer seus investimentos com a redução do nível de incerteza em relação à expropriação de seu capital investido e as empresas aumentariam o nível da qualidade de suas informações.

Segundo a Bovespa os NDGC são classificados em quatro (4): Novo Mercado (NM), Nível 2, Nível 1 e Bovespa Mais (BM), visualizado no Quadro 1. Para Backes

et al. (2009) a classificação dentre esses níveis considera o grau de

comprometimento, sendo semelhante a um selo de qualidade dos mecanismos de Governança Corporativa da companhia para com seus stakeholders, variando conforme o nível assumido.

O NM é destinado à negociação de ações emitidas por companhias que se comprometam, voluntariamente, com a adoção de práticas de governança corporativa adicional em relação ao que é exigido pela legislação. O Nível 1 contempla as regras de transparência e dispersão acionária estabelecidas no novo mercado que é o mais exigente; o Nível 2 contempla as regras aplicáveis ao Nível 1, adicionando, um conjunto mais amplo de práticas de governança relativas aos direitos societários dos acionistas minoritários; por fim, o Bovespa Mais contempla todos os princípios do NM, que exige elevados padrões de governança corporativa, sendo indicado para empresas que desejam ingressar no mercado de capitais de forma gradativa, destacando-se as empresas de pequeno e médio porte que almejam crescer. O Quadro 1 resume de forma didática, as principais exigências regulatórias que cada empresa ao aderir os NDGC deve se responsabilizar.

Quadro 1 Níveis diferenciados de Governança Corporativa e suas principais diferenças

(26)

Características das Ações Emitidas Permite a existência somente de ações ON Permite a existência de ações ON e PN (com direitos adicionais) Permite a existência de ações ON e PN (conforme legislação) Somente ações ON podem ser negociadas e emitidas, mas é permitida a existência de PN Permite a existência de ações ON e PN (conforme legislação) Percentual Mínimo de Ações em Circulação (free float)

No mínimo 25% de free float

25% de free float até o 7º ano de listagem, ou condições mínimas de liquidez Não há regra Vedação a disposições estatutárias (a partir de 10/05/2011)

Limitação de voto inferior a 5% do capital, quorum qualificado e "cláusulas pétreas” Não há regra Composição do Conselho de Administração

Mínimo de 5 membros, dos quais pelo menos 20% devem ser independentes com mandato unificado de até 2 anos

Mínimo de 3 membros (conforme legislação)

Obrigação do Conselho de Administração (a partir de

10/05/2011)

Manifestação sobre qualquer oferta pública de aquisição

de ações da companhia Não há regra

Divulgação adicional de informações (a partir de 10/05/2011)

Política de negociação de valores

mobiliários e código de conduta Não há regra

Concessão de

Tag Along 100% para ações ON

100% para ações ON e PN 80% para ações ON (conforme legislação) 100% para ações ON 80% para ações ON (conforme legislação) 100% para ações ON e 80% para PN (até 09/05/2011) Adesão à Câmara de Arbitragem do Mercado

Obrigatório Facultativo Obrigatório Facultativo

Fonte: Bovespa (2011)

2.4 Métricas de qualidade da informação contábil

(27)

sejam úteis na tomada de decisões e nas avaliações por parte dos stakeholders. Nessa perspectiva, para que as demonstrações contábeis atendam essas necessidades, o CPC00 (R1) definiu que a informação contábil deve possuir dois tipos de características qualitativas: (1) características qualitativas fundamentais: relevância e representação fidedigna e (2) características qualitativas de melhoria: comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade. E, que a presença de conservadorismo nas escolhas contábeis deveria ser excluída, por ser inconsistente com a neutralidade.

Na literatura internacional, a maioria dos estudos que mensuram a qualidade da informação contábil, normalmente, utilizam métricas como, tempestividade, relevância e conservadorismo como proxies para realizar os testes (BUSHMAN et

al., 2004; BARTH; LANDSMAN; LANG, 2008). Desse modo, este estudo também

utiliza esses atributos por eles serem operacionais e por eles influenciarem a redução dos custos e de cerceamento, fatores associados com a Governança Corporativa (ANTUNES, 2007).

Adicionalmente, este estudo utiliza essas métricas por elas representarem as principais mudanças das normas IFRS no que concerne ao entendimento de características qualitativas dos relatórios contábeis. Onde, conforme apresentado, as empresas ao adotarem o CPC00 (R1) devem manter os atributos relevância e tempestividade em seus registros contábeis e retirarem as praticas conservadoras das escolhas de avaliação.

2.4.1 Relevância

Baseados nos trabalhos pioneiros de Ball e Brown (1968) e Beaver (1968) vem se desenvolvendo na contabilidade estudos fundamentados na Teoria Positiva, que testam a relevância (value relevance) de informações contábeis. De modo que, uma informação contábil é considerada relevante, quando estiver minimamente associada como o valor de mercado das empresas ou com o retorno de suas ações (BARTH; BEAVER; LANDSAMAN, 2001).

(28)

Para Holthausen e Watts (2001) os estudos de value relevance são classificados em (3) três categorias: (a) estudos de Associação Relativa; (b) estudos de Associação Incremental e (c) estudos de Conteúdo Informacional Marginal.

Logo, esta pesquisa por analisar a qualidade da informação contábil no processo de convergência, classifica-se como estudo de Associação Relativa, visto que esse grupo compara a associação entre o preço das ações (ou retornos) e valores contábeis calculados por novos padrões propostos em relação aos valores de padrões existentes (HOULTHAUSEN; WATTS, 2001). Nessa linha, existem estudos que comparam informações em diferentes GAAPs (Generally Accepted

Accounting Principles) e mudanças nos padrões contábeis, concluindo, de maneira

geral, que a prática contábil com maior R2 é mais relevante (MACEDO et al., 2011).

2.4.2 Conservadorismo

Tradicionalmente, dentro do arcabouço conceitual da contabilidade, esse princípio tem sido descrito como o procedimento contábil de se escolher, dentre mais de uma alternativa igualmente válida e economicamente viável, o registro de eventos econômicos que demonstre o menor valor para o patrimônio líquido de uma entidade (SANTOS, et al, 2011). Assim, as receitas devem ser reconhecidas mais tardiamente e as despesas antecipadamente (WATTS; ZIMMERMANN, 1986).

Basu (1997) visualiza o conservadorismo nos casos onde os lucros reflitam “más notícias” mais rapidamente do que “boas notícias”, fato que afetaria as decisões dos contadores porque estes tendem a requerer maior nível de verificação para reconhecer “boas notícias”.

Ball e Shivakumar (2005) aprimora o conceito definido por Basu (1997), quando classifica o conservadorismo em condicional e conservadorismo incondicional, onde o conservadorismo condicional é definido como a oportunidade assimétrica de reconhecimento de ganhos e perdas no lucro contábil, enquanto o conservadorismo incondicional ocorre com a contabilização dos custos de grande parte dos bens intangíveis e se reflete na subavaliação da razão book-to-market (SANTOS et al., 2011).

(29)

em divulgar informações relevantes e consistentes; na falta de comparabilidade, dentre outras.

Iudícibus (2010) adverte que a aplicação do conservadorismo, no bom sentido do termo, não é totalmente negativa para as entidades. Contudo, complementa que a adoção irrestrita dessa métrica, pode-se tornar um meio de restrição ao desenvolvimento da teoria contábil, pois, ao se reverterem as causas que deram origem à adoção do conservadorismo sem abandonar a convenção, perde-se o controle de seus impactos nos resultados.

Nessa perspectiva, de maneira preventiva, após a revisão do CPC00, culminou na exclusão do atributo conservadorismo da condição de característica qualitativa fundamental. Esse fato é um reflexo de uma tendência natural, pois, conforme Hendriksen e Van Breda (1999) essa prática é inconsistente com a neutralidade, na medida em que a subestimação deliberada pode conduzir tão frequentemente a decisões incorretas quanto à superestimação.

2.4.3 Tempestividade

Bushman et al. (2004) definem tempestividade como a velocidade em que os números contábeis atuais capturam o conjunto de informações subjacentes que alteram o valor da empresa, sendo mensurada neste estudo pelo retorno da ação no período e o resultado contábil divulgado, conforme modelo teórico de Basu (1997).

Para Dechow et al. (2010) esse modelo teórico é um dos métodos mais utilizados para mensurar a tempestividade da informação contábil, visto que admite que o mercado de capitais espelha as perdas no retorno da ação quando tais perdas são incorridas, baseando-se na hipótese do mercado eficiente.

De acordo com Niyama e Silva (2011) para uma informação ser tempestiva as variações patrimoniais devem ser identificadas, capturadas, classificadas e divulgadas integralmente de modo a evidenciar com representação fidedigna a posição patrimonial, econômica e financeira da entidade no momento de sua ocorrência.

(30)

é possível haver relevância sem tempestividade.

Em linhas gerais, a informação contábil mais antiga é a que menos afeta as predições e decisões do usuário. No entanto, certa informação pode ter o seu atributo tempestividade prolongado após o encerramento do período contábil, em decorrência de alguns usuários, como auditores, necessitarem identificar e avaliar tendências em mais de um período contábil (CPC00 (R1)).

2.5 Evidências empíricas

A qualidade da informação contábil em virtude do processo de convergência às normas IFRS e a estrutura de incentivos dos países vem sendo alvo de muitas discussões atuais. Segundo Lima (2010) os estudos que analisam a reação do mercado de capitais frente aos padrões contábeis vigentes e a estrutura de incentivos que as empresas possuem para disponibilizarem informações com maior qualidade são classificados em quatro subgrupos: (1) consequências econômicas da adoção das normas IFRS; (2) fatores institucionais e estruturas de incentivos; (3) escolha do GAAP e (4) qualidade da informação contábil.

O presente estudo centra-se na segunda subdivisão, focando na influência da estrutura de Governança Corporativa, por meio dos NDGC, como elemento de infraestrutura institucional. E na quarta subdivisão, por meio da mensuração das métricas de qualidade da informação contábil (relevância, conservadorismo e tempestividade).

Desde os primeiros indícios de convergência às normas internacionais, desenvolveram-se muitos estudos medindo a influência da estrutura de Governança Corporativa na qualidade da informação contábil (BUSHMAN et al., 2004; DALMÁCIO; REZENDE, 2008; ALMEIDA; SCALZER; COSTA, 2008; CHI; LIU; WANG, 2009; LARA; OSMA; PENALVA, 2009; ARMSTRONG et al.; 2010; LIMA, 2010; CHEN et al., 2010; ANTUNES et al., 2010; HOUQE et al., 2012).

Bushman et al. (2004) verificaram que existe relação entre Governança Corporativa com a tempestividade nas empresas dos EUA. Dalmácio e Rezende (2008) identificaram que as empresas brasileiras que possuem algum nível de Governança Corporativa diferenciado apresentam informação contábil útil e tempestiva.

(31)

que o grau de conservadorismo utilizado pelas empresas com forte governança corporativa é maior do que as demais empresas. No entanto, os resultados Chi, Liu e Wang (2009) indicam que empresas com estruturas mais fracas de governança tendem a ser mais conservadoras.

Lima (2010) quando investigou a relevância das informações contábeis antes e depois do início do processo de convergência, obteve evidências inconclusivas para as empresas da amostra cujas boas práticas de governança corporativa foram mensuradas. Entretanto, Antunes et al. (2010) avaliando se a adesão aos NDGC, aumenta a qualidade contábil, por meio das métricas oportunidade, relevância e conservadorismo, identificaram que a adesão aos NDGB aumenta a qualidade contábil apenas no elemento relevância.

(32)

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 3.1 Caracterização da Pesquisa

No que se refere à caracterização da pesquisa, pode-se enquadrar o presente estudo como empírico-analítico. De acordo com Martins (2002) essa abordagem utiliza técnicas de coleta, tratamento e análise de dados marcadamente quantitativas. Seus objetivos possuem caráter técnico, restaurador e incrementalista, preocupando-se na busca de relação causal entre proxies que são testadas por meio de instrumentos, graus de instrumentos, graus de significância e sistematização das definições operacionais.

3.2 Seleção e Composição da Amostra

A população do presente trabalho é composta por todas as empresas não financeiras listadas na BM&FBovespa. Partiu-se dessa população pelo fato da disponibilidade de dados e por essas empresas se enquadrarem nas necessidades metodológicas. As empresas financeiras foram excluídas da população, pois, essas companhias possuem regulação específica, possuem estrutura patrimonial diferenciada, logo, poderia distorcer os resultados.

Para a composição da amostra (não probabilística), alguns critérios foram exigidos das companhias, quais sejam:

a) Valor de mercado, para o cálculo do retorno, disponível na base de dados da Economática;

b) Informações contábeis referentes ao Patrimônio Líquido e Lucro Líquido; c) Estivesse listada durante todo o período de análise em dois grupos: a)

listadas nos NDGC; e b) empresas não financeira em geral.

(33)

V v N n P p ILB=100* * * Onde:

p = é o número de dias que houve pelo menos um negócio com a ação dentro do período escolhido;

P = é o número total de dias do período escolhido;

n = é o número de negócios com a ação dentro do período escolhido;

N = é o número de negócios com todas as ações dentro do período escolhido; v = é o volume em dinheiro com a ação dentro do período escolhido; e

V = é o volume em dinheiro com todas as ações dentro do período escolhido.

O período utilizado para a apreciação, e por consequência, para constituição da amostra foi de 2006 a 2011. A justificativa para esse corte transversal se dar no sentido de que a análise foi procedida antes, durante e após o processo de convergência, conforme Figura 1:

Figura 1 – Processo de Implementação das Normas Internacionais no Brasil

Fonte: Elaborado pelos autores.

Utilizaram-se os anos de 2006 e 2007 como o período que antecedeu o início da convergência em virtude da promulgação da Lei 11.638/07, que entrou em vigor em 2008. Portanto, o período de 2008 foi o marco quanto o início da implantação das normas internacionais de contabilidade pelas companhias abertas. Como o prazo para a adoção do padrão IFRS integral pelas companhias foi até o exercício de 2010, utilizou-se como “durante” os anos de 2008 e 2009, uma vez que a adoção ainda era parcial. Por fim, utilizaram-se os anos de 2010 e 2011 como o período após a implantação do padrão IFRS integral pelas companhias abertas.

(34)

amostra de 119 empresas por ano, sendo, 38 empresas listadas nos NDGC e 81 empresas não financeira em geral. Como as regressões que seguem, foram estimadas por meio de modelo de dados em painel balanceado, trabalhou-se com as mesmas empresas em todo período analisado. Dessa forma, para cada fase, descrita pela Figura 1, utilizaram-se 238 observações.

3.3 Descrição dos Modelos Econométricos 3.3.1 Modelo de Relevância (Value Relevance)

Para análise da relevância das informações contábeis, utilizou-se da Equação 1, onde o objetivo é capturar evidências quanto essa qualidade por meio das variáveis Lucro Líquido (LL) e Patrimônio Líquido (PL). A escolha dessas variáveis se justifica no sentido dessas resumirem em parte o desempenho da empresa e por s as principais proxies do Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado. Essas variáveis são amplamente testadas e validadas no que se refere à relevância das mesmas (MACEDO et al., 2011). Portanto, a Equação 1 descreve o modelo de value

relevance:

,=  + ,+ ,+ ,+ , ,+ ,,+ , (1)

Onde:

RETi,t = Retorno econômico da empresa i no ano t, quatro meses após o encerramento do exercício ( VMi,t – VMi,t-1).

VMi,t = Valor de Mercado da empresa i no dia 30 de abril do ano t.

VMi,t-1 = Valor de Mercado da empresa i no dia 30 de abril anterior a t.

PLt,i = Patrimônio Líquido da empresa i no período t menos o Lucro Líquido da empresa i no período t (subtraiu-se o LL do PL, uma vez que o LL líquido é um componente do PL, portanto, evita-se problemas de multicolinariedade entre as variáveis).

LLt,i = Lucro Líquido da empresa i no período t.

(35)

DGCt,iPLt,i = É uma variável Dummy de interação, que busca captar o efeito da governança na relevância do PL.

DGCt,iPLt,i = É uma variável Dummy de interação, que busca captar o efeito da governança na relevância do LL.

εt,i = Termo de erro da regressão da empresa i no período t.

A análise da relevância foi procedida por meio dos coeficientes de inclinação das variáveis PL e LL, onde, corroborando as pesquisas do value relevance, se o coeficiente da variável explicativa apresenta significância estatística na determinação do retorno das ações, com sinal positivo, diz-se que a mesma possui valor relevante para o mercado de capitais. Segundo Antunes et al. (2010) maiores valores e mais significativos destes coeficientes sugere maior relevância da informação contábil para a precificação das empresas.

Para avaliar o efeito da governança corporativa na relevância das variáveis LL e PL, introduziu-se uma variável Dummy (DCG) no modelo e suas respectivas variáveis de interação, quais sejam: DCGi,tLLi,t e DCGi,tPLi,t. Da mesma forma, espera-se que os coeficientes dessas variáveis sejam significativos e com sinal positivo, isso, na hipótese de que as empresas aderente aos níveis de governança corporativa apresentem as informações referente a essas variáveis com um grau de relevância superior as demais companhias.

3.3.2 Modelo de Conservadorismo e Tempestividade

Para a análise do conservadorismo e da tempestividade da informação, utilizou-se do modelo de Basu (1997) ajustado para medir o efeito da governança corporativa.

A premissa do modelo parte da hipótese dos mercados eficientes, em que o comportamento do valor de mercado das empresas resume o consenso dos participantes do mercado no que se refere às expectativas futuras das companhias. Desse modo, os retornos das ações positivos indicariam as “boas notícias” e os retornos negativos, as “más notícias”.

(36)

pelo maior grau de verificabilidade exigido para ativos e receitas.

Portanto, o modelo de Basu (1997) busca captar a oportunidade da informação contábil, ou seja, pelo grau de associação entre o retorno de mercado da ação e o resultado contábil, diferenciando-o para empresas que tiveram retornos negativos versus positivos da ação. Tal fato é possível por meio da inserção de uma variável Dummy e sua interação com as outras variáveis (ALMEIDA; SCALZER; COSTA, 2008; SANTOS et al., 2011). O modelo original é descrito pela Equação 2:

,/ , =  + ,+ ,+ ,, + , (2)

Já o modelo ajustado, utilizado nesta pesquisa, que visa captar evidências do efeito da governança corporativa no conservadorismo das empresas é descrito pela Equação 3:

,/ , =  + , + , + ,, + , + ,,+ ,,, + , (3)

Onde:

Lucit = Lucro por ação da empresa i, no final do ano t.

Pi,t-1 = é o preço da ação da empresa i, em 30 de abril do ano t.

Dit = Variável Dummy, em que se atribuiu 1 para o retorno econômico negativo e zero para o retorno econômico positivo.

RETit = Retorno econômico da empresa i no ano t, quatro meses após o encerramento do exercício (VMt – VMt-1).

DGCi,t = É uma variável Dummy de Governança Corporativa. Onde se atribuiu 1 (um) para as empresas listadas em algum dos níveis diferenciados de governança corporativa e 0 (zero) para as demais.

β1 e β3 = Refletem o reconhecimento assimétrico do retorno econômico, as boas e más noticias, pelo lucro contábil.

β2 = Reflete a oportunidade do lucro contábil, ou seja, o reconhecimento do retorno econômico pelo lucro contábil.

(37)

β6 = Reflete um maior nível de conservadorismo pelas empresas listadas nos níveis diferenciados de governança corporativa.

ε = É o termo de erro da regressão.

O coeficiente β3 indica o reconhecimento assimétrico das “boas” e “más” notícias em relação aos ganhos econômicos não realizados (BASU, 1997). Na presença de conservadorismo, o sinal esperado para este coeficiente é positivo e significativo, que representará o conservadorismo (SANTOS et al., 2011). O coeficiente β6 medirá a magnitude do conservadorismo para as empresas listadas nos níveis de governança corporativa, da mesma forma, espera-se, no caso de um maior grau de conservadorismo por essas empresas, que o seu valor seja estatisticamente significativo e positivo.

Os coeficientes β2 e β5 indicam a tempestividade no reconhecimento do retorno econômico pelo resultado contábil, sendo que o primeiro, é de forma geral e o segundo indica uma maior velocidade para as empresas listadas nos níveis diferenciados de governança corporativa. O sinal esperado para esses coeficientes é positivo e significativo (SANTOS et al., 2011).

Dessa forma, a relevância, o conservadorismo e a oportunidade serão analisados por meio dos coeficientes descritos acima, durante as três fases do processo de convergência as normas internacionais de contabilidade.

3.3.3 Especificação e pressupostos dos modelos de regressões

Inicialmente, antes de estimar as regressões, foram conduzidos testes para especificar qual o melhor modelo para o Painel de dados balanceado com abordagem robusta. Portanto, para avaliar se o modelo de efeito fixo é melhor do que o POLS (Pooled Ordinary Least Square) realizou-se o teste (F) de Chow, para avaliar se o modelo de efeito aleatório é melhor do que o POLS realizou-se o teste LM de Breusch-Pagan e, por fim, para avaliar se o modelo de efeito fixo é melhor do que o aleatório procedeu-se o teste de Hausman.

Sendo assim, após a aplicação dos testes verificou-se que a melhor especificação para todos os modelos foi o de efeitos aleatórios, conforme resultados evidenciados nas tabelas que seguem.

(38)

robusta a heterocedasticidade.

Com relação aos outros pressupostos dos modelos de regressão, não há problemas de autocorrelação dos resíduos, uma vez que a série de dados para cada regressão é de apenas dois anos e utilizou-se o método de estimação GLS.

O teste de Jarque-Bera (evidenciado nas tabelas que seguem) indicou, em todas as regressões, ausência de distribuição normal. Entretanto, como o foco das regressões estimadas não é de fazer inferências, ou seja, de realizar previsões, o pressuposto da normalidade pode ser relaxado (GUJARATI, 2011). Outra suposição para o relaxamento de tal pressuposto reside na teoria do limite central, uma vez que a amostra é composta por 238 observações.

(39)

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

A Tabela 1 evidencia os resultados dos modelos de regressão estimados, que buscou captar evidências quanto à relevância, o conservadorismo e a tempestividade com dados referentes ao período de 2006 e 2007, que compreendeu a fase que antecede o início do processo de convergência no Brasil.

Verifica-se, por meio do teste Wald, que ambas as regressões apresentaram-se significativas ao nível 1%. Percebe-apresentaram-se que os coeficientes das variáveis que captam o conservadorismo levando em consideração todas as companhias da amostra (Di,tRETi,t e Di,t) apresentaram-se significativos e com sinal esperado. Portanto, as evidências indicam que o lucro contábil é mais sensível aos resultados negativos em oposição aos resultados positivos, ou seja, houve conservadorismo no mercado acionário brasileiro no período que antecede o início do processo de convergência.

Verifica-se também que, nesse período, as empresas listadas nos níveis de governança corporativa apresentaram um maior grau de conservadorismo do que as demais companhias, uma vez que o coeficiente da variável DGCi,tDi,tRETi,t mostrou-se significativo. Esmostrou-ses resultados convergem com as pesquisas de Almeida, Scalzer e Costa (2008) e Lara, Osma e Penalva (2009) onde concluíram que o grau de conservadorismo utilizado pelas empresas com forte governança corporativa é maior do que o das demais empresas.

Por meio do coeficiente da variável RETi,t confere-se que o lucro contábil é oportuno no reconhecimento do retorno econômico nesse período. Entretanto, corroborando as evidências de conservadorismo, essa tempestividade também foi distinta para as empresas listadas nos NDGC, uma vez que o coeficiente da variável

DGCi,tRETi,t apresentou-se significativa. Essas evidências convergem com os resultados do estudo de Bushman et al. (2004), em que verificaram relação entre as práticas de governança corporativa e a tempestividade da informação, em empresas norte-americanas.

(40)

mercado de capitais corroborando estudos anteriores (LIMA, 2010).

Do mesmo modo, as evidências indicam que os mecanismos de governança corporativa acabam intensificando o grau de relevância dessas informações, ou o mercado acaba dando uma maior importância a essas informações dessas empresas, pois as variáveisDGCi,tPLi,t e DGCi,tLLi,t apresentaram-se significativas com o nível de significância de 10% e 1%, respectivamente. Essas evidências corroboram os resultados evidenciados por Antunes et al. (2010), onde identificaram que a adesão aos NDGB aumenta a qualidade da informação contábil no que se refere ao elemento relevância.

Tabela 1 – Resultados dos modelos estimados para o período de 2006 a 2007 (antes)

Descrição Conservadorismo/TempestividModelo de

ade Modelo de Relevância

C (0,665) -0,043 (0,000) 1,753 RETi,t 0,171 (0,000) Di,t -0,203 (0,007) Di,tRETi,t

0,773 (0,000) PLi,t 3,293 (0,000) LLi,t 4,275 (0,000) DGCi,t 0,230 0,915 (0,017) (0,010)

DGCi,tDi,tRETi,t

0,321 (0,000) DGCi,tRETi,t

0,221 (0,000) DGCi,tPLi,t 4,223 (0,098) DGCi,tLLi,t 5,102 (0,000) R² Ajustado 0,270 0,375

Teste Wald (p-valor) (0,000) (0,000)

Teste de Chow (p-valor) (0,000) (0,000)

Breusch-Pagan (p-valor) (0,000) (0,000)

Teste de Hausman

(p-valor) (0,177) (0,213)

Jarque-Bera (p-valor) (0,000) (0,000)

Observações 238 238

VIF = RETi,t = 5,14; Di,t = 8,53; Di,tRETi,t = 11,31; PLi,t = 1,15; LLi,t = 2,93; DGCi,t = 13,42;

(41)

A Tabela 2 evidencia os resultados dos modelos estimados com as informações referentes à primeira fase do processo de convergências as normas internacionais no Brasil.

Inicialmente, observa-se por meio do teste de Wald que os modelos estimados apresentaram significância estatística, ao nível de 1%. No que se refere às evidências de conservadorismo, os resultados são persistentes para esse período, ou seja, o grau de conservadorismo das empresas que compõem a amostra, na primeira fase do processo de convergência se manteve.

Porém, ao comparar o coeficiente da variável Di,tRETi,t estimado no período que antecede o processo de convergência (Tabela 1) com o mesmo coeficiente estimado na primeira fase da implementação do padrão IFRS (Tabela 2), observa-se que o valor do primeiro (0,773) é maior do que o segundo (0,530), indicando uma possível redução no nível de conservadorismo pelas empresas da amostra. Tais evidências sugerem que nessa primeira fase, o reconhecimento assimétrico das más notícias pelo lucro contábil, ainda existiu, porém, em um nível inferior ao período que o antecedeu.

Corroborando os resultados evidenciados na Tabela 1, as empresas listadas nos níveis de governança corporativa apresentaram um maior grau de conservadorismo ao comparar com as demais companhias, como pode ser visualizado pelo coeficiente da variável DGCi,tDi,tRETi,t, corroborando, portanto, com os estudos anteriores (ALMEIDA; SCALZER; COSTA, 2008; LARA; OSMA; PENALVA, 2009).

Da mesma forma, ao comparar o valor do coeficiente da variável

DGCi,tDi,tRETi,t evidenciado na Tabela 1 (0,321) com o mesmo coeficiente evidenciado na Tabela 2 (0,255), verifica-se que as empresas listadas nos níveis de governança corporativa mesmo apresentando um nível de conservadorismo superior ao das demais companhias, nessa primeira fase da convergência, esse nível diminuiu.

Essas evidências são confirmadas pela redução do R² Ajustado do modelo de Basu (1997) ajustado, onde, no período que antecede a fase inicial da convergência o seu valor foi de 0,27, já na primeira fase o seu valor foi de 0,12, indicando uma redução no poder explicativo do modelo.

(42)

reconhecimento do retorno econômico também para esse período. Entretanto, essa tempestividade não foi distinta para as empresas listadas nos níveis de governança corporativa ao comparar com as demais, uma vez que o coeficiente da variável

DGCi,tRETi,t não apresentou-se significativa. Isso sugere que essa primeira fase tenha contribuído positivamente no que se refere ao atributo da tempestividade para as empresas que não estão listadas nos NDGC, uma vez que não há evidências de diferenças na tempestividade no reconhecimento do retorno econômico pelo resultado contábil, entre esses dois grupos de empresas.

No que se trata da relevância da informação relativa ao PL e LL, observa-se que as mesmas apresentaram significância estatística na determinação do retorno das ações das empresas, confirmando as evidências de que essas variáveis são valores relevantes para o mercado de capitais. Vale enfatizar que, ao comparar o R² Ajustado estimado antes (0,375) e após (0,429) a primeira fase do processo de convergência, verifica-se que houve uma melhora no modelo. Tal resultado sugere que as mudanças normativas e legais ocorridas em 2007 e 2008, que deram origem a primeira fase do processo de convergência, acarretaram em uma melhoria na relevância dessas informações oriundas da contabilidade.

Os resultados indicam ainda que, nessa primeira fase de convergência, mesmo obtendo evidências de melhoria na qualidade da informação contábil, as empresas listadas nos níveis de governança corporativa, ainda apresentaram um maior grau de relevância no que se trata do Lucro Líquido, uma vez que a variável

DGCi,tLLi,t apresentou-se significativa ao nível de 1% e com sinal positivo. Esses resultados convergem com os resultados da pesquisa de Chalmers, Clinch e Godfrey (2009) realizada com empresas australianas, onde verificaram que, após adoção do modelo contábil IFRS, dentre as informações do LL e PL, apenas o LL tornou-se mais relevante para os usuários.

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confiabilidade para o mercado, pois essas companhias acabam assumindo um maior grau de responsabilidade no que se refere ao trato das informações contábeis, em função da adesão aos NDGC.

Tabela 2 – Resultados dos modelos estimados para o período de 2008 a 2009 (durante) Descrição Conservadorismo/TempestividModelo de

ade Modelo de Relevância

C -0,601 0,148 (0,069) (0,010) RETi,t 0,411 (0,008) Di,t -0,017 (0,358) Di,tRETi,t

0,530 (0,006) PLi,t 1,237 (0,002) LLi,t 2,751 (0,000) DGCi,t 0,650 0,119 (0,073) (0,008)

DGCi,tDi,tRETi,t

0,255 (0,000) DGCi,tRETi,t

0,009 (0,401) DGCi,tPLi,t 1,963 (0,460) DGCi,tLLi,t 3,121 (0,000) R² Ajustado 0,124 0,429

Teste Wald (p-valor) (0,000) (0,000)

Teste de Chow (p-valor) (0,000) (0,000)

Breusch-Pagan (p-valor) (0,000) (0,009)

Teste de Hausman

(p-valor) (0,979) (0,087)

Jarque-Bera (p-valor) (0,000) (0,000)

Observações 238 238

VIF = RETi,t = 6,37; Di,t = 4,78; Di,tRETi,t= 9,62; PLi,t= 1,80; LLi,t = 1,37; DGCi,t= 8,52; DGCi,tDi,tRETi,t =

14,98; DGCi,tRETi,t = 2,62; DGCi,tPLi,t = 4,37; DGCi,tLLi,t = 2,29.

Por fim, a Tabela 3 evidencia os resultados dos modelos de regressão estimados, que buscou captar evidências quanto à relevância, o conservadorismo e a tempestividade com dados referentes ao período de 2010 e 2011, que compreendeu a fase da implementação do padrão IFRS integral.

Referências

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