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Dispersão de Nitrogênio Sintético em área de Floresta-Cerrado

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Dispers˜

ao de Nitrogˆ

enio Sint´

etico em ´

area de Floresta-Cerrado

Geraldo L. Diniz,

Depto de Matem´atica, ICET, UFMT, 78060-900, Cuiab´a, MT E-mail: geraldo@ufmt.br, Osvaldo D. Moraes SEDUC/MT 78049-909, Cuiab´a, MT E-mail: brendans@terra.com.br.

Resumo: Neste trabalho ´e apresentado um problema de dispers˜ao de nitrogˆenio sint´etico na

atmosfera, devido `a aplica¸c˜ao de adubos nitrogenados na agricultura, em uma ´area de transi¸c˜ao floresta-cerrado. O modelo foi elaborado a partir de uma equa¸c˜ao geral de difus˜ao-advec¸c˜ao-rea¸c˜ao, para a qual se obteve a existˆencia e unicidade de solu¸c˜ao para o problema em sua for-mula¸c˜ao variacional. A aproxima¸c˜ao num´erica foi obtida por m´etodos computacionais com a discretiza¸c˜ao espacial atrav´es do m´etodo dos elementos finitos (MEF), via t´ecnica de Galerkin. Para a discretiza¸c˜ao temporal, a op¸c˜ao foi pelo m´etodo de Crank-Nicolson. O uso das simula¸c˜oes computacionais permitiu a apresenta¸c˜ao de cen´arios, onde foi poss´ıvel verificar os efeitos da dis-pers˜ao do nitrogˆenio sint´etico na ´area em estudo.

Palavras-chave: Polui¸c˜ao, modelagem e simula¸c˜ao, m´etodo dos elementos finitos (MEF)

1

Introdu¸c˜

ao

A comunidade cientifica internacional come¸ca a alertar para as graves conseq¨uˆencias da radical modifica¸c˜ao no ciclo do nitrogˆenio, nos ´ultimos 40 anos, ap´os o advento dos fertilizantes sint´eticos [15].

O nitrogˆenio ´e indispens´avel `a fotoss´ıntese, ´e integrante das prote´ınas vegetais, auxilia a forma¸c˜ao das folhagens e favorece o r´apido crescimento das plantas. Ainda na d´ecada de 60, a disponibilidade de nitrogˆenio era controlada por processos naturais, por meio da fixa¸c˜ao deste elemento pelas plantas [15].

O aumento das adi¸c˜oes de fertilizantes nitrogenados sint´eticos aos solos agr´ıcolas tem sido indicado como principal respons´avel pela crescente emiss˜ao de ´oxido nitroso (N2O) para a

atmos-fera. O ´oxido nitroso ´e um dos gases envolvidos no processo de aquecimento global. Apresenta uma vida ´util na atmosfera estimada em 120 anos [11]. O potencial de aquecimento global de cada mol´ecula de N2O, num horizonte de cem anos, ´e maior (310 vezes) do que o de cada

mol´ecula de CO2.

Embora o N2O seja um g´as reativo, ele contribui pouco para esse processo de

aqueci-mento global, em decorrˆencia de sua baixa concentra¸c˜ao na atmosfera [18]. Os estudos demon-straram que a concentra¸c˜ao atmosf´erica desse g´as vem aumentando consideravelmente nas ´

ultimas d´ecadas, e continua a aumentar anualmente a uma taxa de 0,25% [13].

“O nitrogˆenio tem extrema mobilidade, muda rapidamente de estado e vai da terra para o ar e dali para a ´agua com muita facilidade, contaminando os ecossistemas agr´ıcolas e penetrando nos len¸c´ois fre´aticos” [15].

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circunstˆancias, parece ter uma importˆancia relativamente maior [22]. No caso da nitrifica¸c˜ao, os microorganismos oxidantes da amˆonia utilizariam o nitrito (NO2) como aceptor final de el´etrons,

para minimizar a acumula¸c˜ao intracelular de n´ıveis t´oxicos de nitrito [20].

Medi¸c˜oes in situ de emiss˜oes de N2O, sob diferentes tipos de solos e sistemas de cultivo, s˜ao

ainda necess´arias para se obter estimativas globais mais precisas [13]. Avalia¸c˜oes das emiss˜oes de ´oxido nitroso ainda s˜ao raras no Brasil. Da´ı a necessidade de incrementar estudos visando `as medi¸c˜oes de fluxo de N2O sob diferentes sistemas de manejo de solo, assim como condi¸c˜oes

clim´aticas e pedol´ogicas.

Neste sentido, o presente estudo foi realizado para uma ´area de transi¸c˜ao floresta-cerrado pr´oxima ao munic´ıpio de Sinop-MT, onde se aplicou o modelo proposto para a dispers˜ao do nitrogˆenio na atmosfera local.

2

Desenvolvimento

2.1 Area de estudo´

A ´area de estudo est´a situada na Fazenda Maraca´ı, localizada, aproximadamente, a 50 km NE de Sinop, Mato Grosso, Brasil (11o24,75’S; 55o19,50’O - ver figura 1(a)) e a 423 m acima

do n´ıvel do mar. Esta ´area ´e constitu´ıda por uma floresta tropical de transi¸c˜ao, que ocupa o ec´otono entre a floresta Amazˆonica e o Cerrado. O relevo ´e plano com pequenas ondula¸c˜oes, o clima ´e tropical com temperatura m´edia de 24oC [19].

(a)Area de estudo Fonte: [8]´ (b) Defini¸c˜ao do dom´ınio

Figura 1: Localiza¸c˜ao da ´area de estudo e defini¸c˜ao do dom´ınio

2.2 Modelo matem´atico

Para Bassanezi [1], modelar ´e selecionar no sistema argumentos ou parˆametros considerados essenciais e formaliz´a-los atrav´es de um sistema artificial sobre uma por¸c˜ao da realidade, na tentativa de explicar, de entender, ou de agir sobre ela. No contexto dos sistemas ambientais, h´a relevˆancia para os fluxos de nutrientes nos ecossistemas.

Quanto `a formula¸c˜ao dos modelos, Jo/rgensen [12] afirma que um modelo consiste de cinco componentes, a saber: as fun¸c˜oes de for¸ca ou vari´aveis externas que influenciam as condi¸c˜oes do ecossistema; as vari´aveis de estado; as equa¸c˜oes para a representa¸c˜ao dos processos biol´ogicos, qu´ımicos e f´ısicos que ocorrem dentro do ecossistema; os parˆametros ou coeficientes e, finalmente, o modelo ou diagrama conceitual.

(3)

km de longitude e 100 m de altitude, a partir da superf´ıcie, se justifica a ado¸c˜ao de um plano horizontal (dom´ınio bidimensional), conforme apresentado na figura 1(b).

A fonte de nitrogˆenio adotada ser´a considerada sobre uma parcela do dom´ınio (cultivar), aproximada por uma fun¸c˜ao do tipo exponencial decrescente ao longo do tempo, o transporte de um ponto a outro ser´a afetado, principalmente, por gradientes de concentra¸c˜ao, pelo vento e pela perda de alguma parcela na atmosfera por degrada¸c˜ao.

No modelo, ser´a denominado u(x, y, t) a concentra¸c˜ao de nitrogˆenio sint´etico no ponto (x, y) ∈ Ω, para o instante t ∈ (0, T ]. Neste caso, a referida dispers˜ao pode ser descrita atrav´es da equa¸c˜ao diferencial parcial, denominada de difus˜ao-advec¸c˜ao-rea¸c˜ao, genericamente dada por:

∂u

∂t = [difus˜ao] − [transporte] − [degrada¸c˜ao] + [fonte]

que ´e obtida atrav´es da lei de conserva¸c˜ao das massas [2].

A fonte descreve o mecanismo pelo qual a substˆancia ´e introduzida no meio. Em termos de modelagem cl´assica deste fenˆomeno, os termos apresentados acima s˜ao descritos por:

[difus˜ao] = −div[−α∇u] (cf. [17, 21]); [transporte] = div[−→VV · u] (cf. [7]);

[degrada¸c˜ao] = σu (cf. [2]);

[fonte] = F (cf. [16]).

Assim, a equa¸c˜ao adotada para modelar o processo de dispers˜ao efetiva do nitrogˆenio sint´etico no dom´ınio estabelecido ser´a dada por:

∂u

∂t = −div[−α∇u] − div[

VV · u] − σu + F (1)

onde α ser´a constante no dom´ınio considerado, representando a difusibilidade efetiva no meio a´ereo; div[−→VV ] = 0 aproximando um campo “bem comportado” no sentido dos fluxos a´ereos; σu aproxima linearmente a degrada¸c˜ao total no meio a´ereo; F = Q0exp(−κt) representa uma

primeira aproxima¸c˜ao do termo fonte nesta abordagem, sendo Q0 a quantidade de nitrogˆenio sint´etico aplicada no instante inicial.

Seja η o vetor normal exterior unit´ario ao longo da fronteira Γ. As condi¸c˜oes de contorno ser˜ao consideradas assintoticamente estacion´arias (condi¸c˜oes de Von Neumann - cf. [2]) que s˜ao dadas por: −α ∂u ∂η ¯ ¯ ¯ ¯ Γi = 0, ∀ t ∈ (0, T ], i = 1, 2, 3 e 4. (2) Esta condi¸c˜ao simplificadora significa dizer que a entrada e sa´ıda de nitrogˆenio sint´etico no dom´ınio se anulam, pelo fato de considerar a fronteira suficientemente distante, de modo que o balan¸co de entrada e sa´ıda na fronteira do dom´ınio seja nulo (condi¸c˜ao assintoticamente est´avel).

Al´em disso, para estabelecer o problema, ser´a considerada a condi¸c˜ao inicial dada por:

u(x, y, 0) = u0(x, y) (3)

que descreve a distribui¸c˜ao inicial da concentra¸c˜ao de nitrogˆenio sint´etico sobre o dom´ınio. As equa¸c˜oes (1) a (3) constituem a formula¸c˜ao cl´assica ou “forte” do problema. Em geral, as equa¸c˜oes derivadas a partir das leis de conserva¸c˜ao tˆem solu¸c˜ao no sentido cl´assico, no entanto, nem sempre ´e vi´avel obter a solu¸c˜ao anal´ıtica. Neste sentido ser´a obtida uma aproxima¸c˜ao da solu¸c˜ao fraca, atrav´es do m´etodo dos elementos finitos.

2.3 Formula¸c˜ao variacional

(4)

aplica¸c˜ao do m´etodo dos elementos finitos (via m´etodo de Galerkin) para a discretiza¸c˜ao espacial, de modo a obter as aproxima¸c˜oes num´ericas adequadas da solu¸c˜ao do problema para instante

t ∈ (0, T ], cuja descri¸c˜ao ´e feita a seguir.

Uma justificativa para a solu¸c˜ao fraca consiste na possibilidade de se usar fun¸c˜oes que mod-elem fenˆomenos descont´ınuos, cuja solu¸c˜ao deve ser procurada num espa¸co m´etrico conveniente. Neste sentido, deve ser obtida outra formula¸c˜ao do problema, dado em sua formula¸c˜ao cl´assica (ou forte) pelas equa¸c˜oes (1–3). Considerar as derivadas da formula¸c˜ao cl´assica no sentido das distribui¸c˜oes e multiplicar cada termo da equa¸c˜ao (1) por uma fun¸c˜ao, denominada fun¸c˜ao teste, sendo esta pertencente a um sub-espa¸co conveniente [16] de:

H1(Ω) = ½ υ(x, y) ∈ L2(Ω) : ∂υ ∂x e ∂υ ∂y ∈ L 2(Ω) ¾ ,

e que ser´a denotado por V, caracterizado a seguir, onde L2 ´e o espa¸co das fun¸c˜oes de quadrado

integr´avel no sentido de Lebesgue. Neste sub-espa¸co V, o produto interno ´e definido da seguinte forma: (f |g)0;Ω := Z Z Ω f gdµ; ³−→f ||−→g ´ 0;Ω := Z Z Ω f · −→g dµ; hf |gi0;∂Ω:= Z Γ f gdγ

Em seguida, ´e feita a integra¸c˜ao da equa¸c˜ao resultante, no sentido de Lebesgue, sobre o dom´ınio Ω, fornecendo a chamada formula¸c˜ao variacional do problema. Nesta primeira abor-dagem, o termo fonte ser´a considerado homogˆeneo sobre uma parte do dom´ınio Ω, cujas condi¸c˜oes de contorno s˜ao aquelas apresentadas pela equa¸c˜ao (2), ou seja, do tipo von Neumann. Al´em disso, ao considerar a densidade do ar constante na faixa horizontal do dom´ınio, permite uma aproxima¸c˜ao do coeficiente de difus˜ao a´erea (α) nas equa¸c˜oes (1) e (2) como sendo constante no dom´ınio Ω. Da´ı, considerando o produto interno definido em V, e reagrupando no primeiro membro, se obt´em: µ ∂u ∂t ¯ ¯ ¯ ¯ υ ¶ 0;Ω − α (∆u|υ)0;Ω+³−→VV · ∇u|υ ´ 0;Ω+ σ (u|υ)0;Ω = (F|υ)0;Ω ∀ υ ∈ V (4)

Ao fazer o uso da primeira identidade de Green [10] para operadores, que aplicada ao termo

−α (∆u|υ)0;Ω da equa¸c˜ao (4), se obt´em a seguinte igualdade para este termo:

−α (∆u|υ)0;Ω = α (∇u||∇υ)0;Ω− α ¿ ∂u ∂ν ¯ ¯ ¯ ¯ υ À 0;∂Ω

que, substituindo em (4), se torna: µ ∂u ∂t ¯ ¯ ¯ ¯ υ ¶ 0;Ω + α (∇u||∇υ)0;Ω+³−→VV · ∇u|υ ´ 0;Ω+ σ (u|υ)0;Ω= (F|υ)0;Ω ∀ υ ∈ V, (5)

lembrando que a condi¸c˜ao de contorno dada na equa¸c˜ao (2), resulta em −α­∂u∂ν¯¯ υ®0;∂Ω = 0 e considerando, ainda, que as componentes advectivas sejam definidas por: V1 = V cos θ e

V2= V senθ , sendo V a velocidade do vento na dire¸c˜ao predominante e θ o ˆangulo da dire¸c˜ao do

vento, orientado no sentido anti-hor´ario a partir do eixo `a leste, o que determina as proje¸c˜oes da velocidade nas dire¸c˜oes correspondentes aos eixos x e y, da´ı, se chega a formula¸c˜ao variacional na forma: µ ∂u ∂t ¯ ¯ ¯ ¯ υ ¶ 0;Ω + α (∇u||∇υ)0;Ω+ V cos θ µ ∂u ∂x ¯ ¯ ¯ ¯ υ ¶ 0;Ω + V sen θ µ ∂u ∂y ¯ ¯ ¯ ¯ υ ¶ 0;Ω + σ (u|υ)0;Ω = (Q0exp(−κt)|υ)0;Ω ∀ υ ∈ V, (6)

(5)

2.4 Discretiza¸c˜ao do problema

A discretiza¸c˜ao do modelo, para a formula¸c˜ao obtida na equa¸c˜ao (6), ´e feita atrav´es do M´etodo dos Elementos Finitos (MEF) para a discretiza¸c˜ao espacial e Crank-Nicolson para a dis-cretiza¸c˜ao temporal. Para obter a disdis-cretiza¸c˜ao espacial via MEF, se trabalha com a formula¸c˜ao variacional do problema dada pela equa¸c˜ao (6). Denominando de Vh o subespa¸co de V gerado

pelas Nh fun¸c˜oes ϕi chamadas fun¸c˜oes base de Vh [4]. Assim, toda υh ∈ Vh ´e da forma:

υh =

Nh X

i=1

υi(t)ϕi(x, y)

Considerando o subespa¸co Vh ⊂ V e a nota¸c˜ao de produto interno indicados anteriormente,

a equa¸c˜ao (6) resulta no seguinte sistema de equa¸c˜oes diferenciais ordin´arias discretizado:

Nh X j=1 duj dt (ϕj|ϕi)0;Ω+ Nh X j=1 uj(t) " α (∇ϕj||∇ϕi)0;Ω+ V cos θ µ ∂ϕj ∂x ¯ ¯ ¯ ¯ ϕi ¶ 0;Ω +V sen θ ³ ∂ϕj ∂y ¯ ¯ ¯ ϕi ´ 0;Ω+ σ (ϕj|ϕi)0;Ω ¸ = (Q0exp(−κt)|ϕi)0;Ω ∀ ϕi ∈ Vh, (7) Em seguida, a discretiza¸c˜ao da vari´avel temporal ser´a obtida pelo m´etodo de Crank-Nicolson, com diferen¸cas centradas em¡tn+∆t

2

¢

[3], fazendo as seguintes aproxima¸c˜oes:

duj dt µ tn+∆t 2 ¶ u n+1 j − unj ∆t e (8) uj µ tn+∆t2 u n+1 j + unj 2 (9) onde un+1j = uj(tn+1) e un j = uj(tn).

Da´ı, levando (8) e (9) em (7) se obt´em o sistema linear:

Au(n+1)= Bu(n)+ d(n+1/2),

dado u(0), onde

aij = ¡ 1 + σ∆t2 ¢(ϕj|ϕi)0;Ω+ α (∇ϕj||∇ϕi)0;Ω+ V cos θ ³ ∂ϕj ∂x ¯ ¯ ¯ ϕi ´ 0;Ω+ V sen θ ³ ∂ϕj ∂y ¯ ¯ ¯ ϕi ´ 0;Ω bij1 − σ∆t 2 ¢ ji)0;Ω− α (∇ϕj||∇ϕi)0;Ω− V cos θ ³ ∂ϕj ∂x ¯ ¯ ¯ ϕi ´ 0;Ω− V sen θ ³ ∂ϕj ∂y ¯ ¯ ¯ ϕi ´ 0;Ω d(n+ 1 2) i = ∆t (Q0exp(−κt)|ϕi)0;Ω

A matriz A ´e chamada de matriz de rigidez e o vetor resultante das opera¸c˜oes Bu + d(n+1/2),

para cada instante t(n+1/2), ´e denominado vetor carga. A ordem das aproxima¸c˜oes temporais ´e, localmente, da ordem de (∆t)2.

3

Resultados obtidos

Os c´odigos foram desenvolvidos para utiliza¸c˜ao em ambiente MATLABr, cuja facilidade

de interface gr´afica, permite a obten¸c˜ao de anima¸c˜oes que descrevem o processo evolutivo de dispers˜ao do nitrogˆenio sint´etico para o dom´ınio discretizado, dentro de um determinado per´ıodo de tempo previamente escolhido [6].

(6)

– Coeficiente de difus˜ao (α) foi estimado; – Constante de degrada¸c˜ao (σ) foi estimado;

– Carga de nitrogˆenio inicial (Q0) foi obtida pelo quociente entre a quantidade de fertilizante

aplicada e a ´area plantada, de acordo com [9].

As simula¸c˜oes a seguir, foram consideradas para ventos na esta¸c˜ao seca e ´umida, para as duas dire¸c˜oes mais freq¨uentes na ´area, isto ´e, de noroeste e de sudeste.

3.1 Primeiro cen´ario

Neste cen´ario, foi considerada a esta¸c˜ao seca, com vento de sudeste¡θ = 4 ¢, cujos parˆametros est˜ao apresentados na Tabela 1, a seguir.

Parˆametros do modelo Valores Unidades

α 1, 2 × 10−4 km2/h σ 1, 5 × 10−4 h−1 θ 4 radianos V 6,09 km/h κ 0,5 h−1 Q0 1,39 ton/km2

Parˆametros da discretiza¸c˜ao Valores Unidades

∆x 20 km

∆y 20 km

∆t 0,5 horas

Tabela 1: Parˆametros do primeiro cen´ario

Figura 2: Distribui¸c˜ao da concentra¸c˜ao de nitrogˆenio sint´etico ao longo do dom´ınio, na esta¸c˜ao ´umida com vento de sudeste.

3.2 Segundo cen´ario

Neste cen´ario, ´e feita a simula¸c˜ao para a situa¸c˜ao de vento de sudeste na esta¸c˜ao seca, cujos parˆametros adotados foram os mesmos da Tabela 1, exceto V = 8, 6 km/h e α = 2, 2 × 10−4

(7)

(a)Segundo cen´ario (b) Terceiro cen´ario

Figura 3: Distribui¸c˜ao da concentra¸c˜ao de nitrogˆenio sint´etico nas esta¸c˜oes seca com vento de sudeste (Fig3(a)) e ´umida com vento de noroeste(Fig.3(b))

3.3 Terceiro cen´ario

Para este cen´ario, a simula¸c˜ao foi feita para a esta¸c˜ao ´umida, agora com vento de noroeste ¡

θ = −π4¢. Nesta nova situa¸c˜ao, os parˆametros utilizados foram os mesmos da Tabela 1, exceto

θ = −π4 radianos. Os resultados obtidos para esta simula¸c˜ao est˜ao apresentados na figura 3(b).

4

Conclus˜

oes

Para as simula¸c˜oes apresentadas, a velocidade e dire¸c˜ao do vento mostraram ser o fator determinante para o processo de dispers˜ao da concentra¸c˜ao do nitrogˆenio sint´etico, como j´a era esperado. Tanto o modelo quanto o c´odigo implementado se mostraram adequados para a simula¸c˜ao dos cen´arios de dispers˜ao.

No entanto, devido a falta de dados reais, n˜ao foi poss´ıvel fazer a valida¸c˜ao do modelo. A contribui¸c˜ao deste trabalho, neste sentido, serve para estimular e orientar a obten¸c˜ao de dados campo, que contribu´ıam para a sua valida¸c˜ao.

Referˆ

encias

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Referências

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