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OS ARGUMENTOS ECONÔMICOS SOBRE A TESE DA DECADÊNCIA A BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

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OS ARGUMENTOS ECONÔMICOS SOBRE A TESE DA DECADÊNCIA A BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

Post: 28 de fevereiro de 2013

Por: Mario Kendy Miyasaki

Diretor Comercial da Previcalc – Cálculos Previdenciários. Técnico em Contabilidade.

Calculista Especializado em Direito Previdenciário. Palestrante e Consultor Previdenciário.

Bacharelando em Direito pela PUC-PR

Presidente da ADEC – Associação em Defesa dos Contribuintes de 2003 Até 2011.

Obras: Co-Autor da obra Revisão Previdenciária: Mínimo Divisor, Editora Juruá Artigos Publicados:

1)Revisão do Mínimo Divisor – Revista de Direito do Trabalho e Previdenciário Nº 38/ Lex Magister. 2)Revista Brasileira de Direito Previdenciário – Nº 08 / Lex Magister

O Processo da decadência ainda será discutido pelo STF no RE 626.489, por enquanto não temos sequer um relator para o recurso, esta importante demanda já passou de “mão em mão” duas vezes e deve ir para o terceiro relator diferente.

Como bem sabemos, trata-se de uma ação que se discute a possibilidade de uma norma ser criada e operar efeitos retroativos sobre direitos fundamentais, esta norma foi criada em 27/06/1997, introduzindo a regra da decadência que antes era omissa em norma especifica.

A tese da defesa seria aplicar esta regra mesmo para os benefícios concedidos antes da criação da tal norma, enquanto a tese do autor seria a aplicação da norma apenas para os benefícios concedidos após a sua criação, respeitando assim o direito adquirido e a segurança jurídica.

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Para muitos estudiosos constitucionalistas, o simples fato de existir margem para discussão de tal tese já soa como aberração, contumaz imaginarmos a possibilidade real de retroatividade da norma.

Ocorre que existem algumas decisões acolhendo a possibilidade desta retroatividade, entretanto esse entendimento surgiu apenas recentemente.

Caso queiram saber mais e entender alguns dos argumentos da defesa leia o post neste outro link: http://www.mariokendy.com.br/wp-content/uploads/2012/03/Post-Decad%C3%AAncia_2012.pdf

Talvez a pergunta da maioria das pessoas fosse: “Qual foi o fundamento jurídico utilizado para sustentar essa tese absurda?”.

A resposta seria semelhante a esta: Lendo as próprias decisões nós encontramos diversas controvérsias nos próprios fundamentos apresentados, a linha de raciocínio de maneira geral ataca o direito intertemporal, matéria processual, a aplicação analógica do artigo 54 da Lei 9.874/99, o ato jurídico perfeito versus o direito adquirido, etc.

Mesmo diante de tantos argumentos que entendemos serem “forçados”, um dos maiores não pode ser escrito redigido ou publicado pelos relatores. Trata-se da “Repercussão Econômica e Reserva do Possível”, este é o “Super Trunfo” do INSS, este argumento não é uma tese, não é uma lei, não é constitucional, e sim puro e integralmente “Político”.

Este argumento ignora a Constituição, ignora a dignidade da pessoa humana e todos os direitos fundamentais, ignora as normas infraconstitucionais, ignora os aposentados idosos que vivem na miséria, ignora a fome, ignora o respeito ao idoso, ignora o sofrimento e também ignora a própria justiça. Este argumento é o nosso “Leviatã” dos tempos modernos, que se alimenta de tudo que já foi aqui exposto e infelizmente a cada dia se torna mais forte.

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Fala-se na imprensa (esta por sua vez muitas vezes não bem informada) do prejuízo que os cofres públicos teriam, caso determinados direitos fossem garantidos ao segurado do INSS. Usando estas informações, a defesa do INSS pauta-se num possível déficit para justificar a impossibilidade de recalcular o beneficio dos segurados nas mais variadas revisões, entretanto em nenhuma destas noticias, informativos, etc., constam os dados destas pesquisas.

Como sabemos este argumento também será utilizado na ação da decadência, para escapar do falacioso déficit previdenciário, que já foi desmistificado por diversos estudos.

O que pouco se discute é que decadência não causará um "rombo" aos cofres públicos, vejamos:

A tese da defesa seria aplicar o prazo decadencial para os segurados que se aposentaram antes de 27.06.1997.

A) No entanto quem são estas pessoas?

R: Necessário se faz lembrar da que só podem ajuizar à ação às pessoas que possui algum direito.

B) Que número elas representam?

R: Além dos segurados serem possuidores de direitos, eles teriam que comprovar, e entrar com uma demanda judicial, tendo em vista que a grande maioria, mais de 90% desses segurados nunca invocam a tutela jurisdicional, deste modo a Previdência Social sempre está em vantagem econômica em desfavor dos mesmos.

C) Considerando que os segurados que recebem aposentadorias no valor de um salário mínimo não tem qualquer direito à revisão. Qual a porcentagem de pessoas que se aposentaram antes de 27.06.1997 teriam o direito a revisar o seu benefício?

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R: Mais de 68% dos aposentados recebem salário mínimo, ou seja, não tem direito a

revisão, e somente os 32% restantes dos aposentados poderiam propor algum tipo de

revisão em sua aposentadoria, mas antes precisamos observar as respostas da pergunta (A e B) e também se eles se aposentaram antes de 27/06/1997, tendo em vista que depois desta data já teria operado de fato a decadência. Deste modo esse número cai drasticamente.

D) Considerando que a expectativa de vida publicada na tabela do IBGE é de 72 anos de idade, e ainda que os segurados homens em geral se aposentem aos 56 anos e as mulheres aos 53 anos, em que faixa etária se encontraria estes segurados que tiveram seus benefícios concedidos antes de 27.06.1997 ?

E.1) Exemplo: Os segurados do período do IRSM que vai de 03/1994 até 01/1997 teriam, DIB:1994 Idade: 74 H, 71 M DIB:1995 Idade: 73 H, 71 M DIB:1996 idade 72 H, 70 M DIB:1997 Idade: 71 H, 70 M

Observamos que infelizmente pode ser que esta decisão ainda que favorável aos aposentados já venha de modo tardio, socorrendo apenas alguns “poucos heróis da resistência”, mesmo um segurado que se aposentou em 1997 (marco do início do período decadencial), já se encontra em média com idade superior a 70 anos.

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Quando se fala que todas as pessoas que se aposentaram antes de 27.06.1997 teriam direito a revisar seu benefício a qualquer tempo é importante deixar claro que como vimos, seriam poucos os beneficiados e não “todo mundo!”.

Ao que tudo indica não será um número tão expressivo de modo a desequilibrar as finanças da Previdência.

Repisa-se, considerando os dados supramencionados os segurados que tiveram seu benefício concedido em 1994 e contavam na época com 55 anos, teriam hoje 73 anos de idade. Em conformidade com a tabela do IBGE a médias dos brasileiros não chegam a atingir esta idade, e os que ultrapassam os 73 anos tratam-se de uma minoria, infelizmente.

D) Afinal de contas, “Que revisões são estas?”

R: Como sabemos as revisões do IRSM, ORTN/BTN, foram feitas judicialmente, e promovidas ações civis públicas. Já as ações BURACO NEGRO, ADCT 58, foram realizadas administrativamente, ou seja, as grandes revisões que existiam na época já foram feitas, e o que restou é de fato muito incipiente.

Esta observação responde aquela dúvida de muitos, quando entendem que todos têm direito à revisões, quando na realidade isso nem sempre é verdade, pois de fato de fato poucos têm direito às mesmas.

Conclusão: Diante destas fartas observações, acredita-se que é possível analisar

que, caso seja julgada procedente a decadência, não haverá nenhum resultado extremamente danoso à previdência, e que a falta de recursos financeiros não deve ser motivo para negar o direito aos aposentados consagrados pela jurisprudência e também pela Constituição.

O que a sociedade necessita no momento é de um trabalho sério, efetuado por indivíduos defensores dos interesses sociais.

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Conseguimos nos últimos dias o apoio da OAB federal, da COBAP, IBDP, entre outras Instituições, mas creio que podemos fazer mais, deste modo convido vocês para compartilhar e promover as discussões sobre este assunto em seu site facebook, blog, twiter, etc..

Referências

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