Reunião Matinal
Análise XP
Abertura
Mercados reagem de formas distintas à decisão do Fed de manter a taxa de juros dos Estados Unidos inalterada. No exterior, ainda indicadores econômicos da China trazem alguma força para as declarações da presidente do Fed, que afirmou estar atenta ao crescimento econômico mundial. No Brasil, PT decidiu apoiar o pacote de medidas anunciado pelo governo, embora tenha se colocado como contrário a condução da política econômica. O governo trabalha para legalizar os jogos e aumentar sua arrecadação.
Fechamento
Ibovespa chegou a ganhar força após Fed, mas perdeu ímpeto antes do fechamento. Fechou estável, em 48.551,08 pontos.
Painel Corporativo
Petrobras: Dificuldade com o acordo da Braskem e negociação de reajustes com trabalhadores Siderúrgicas: Resistência aos reajustes
JBS: Expansão à Europa e Ásia
Eletrobras e Eletropaulo: Disputa Judicial
Agenda do Dia
Fontes dos textos: AE, Bloomberg, InfoMoney e Reuters.
Índice
Resumo Cotações Macroeconomia Painel Corporativo Proventos Carteiras Recomendadas DisclaimerMacroeconomia
Brasil – Ação contra Dilma liberada, PT apoia pacote, governo estuda legalizar jogos e STF proíbe doações de empresas para campanhas .
Ministra libera ação contra Dilma para julgamento no TSE - A ministra Luciana Lóssio, do TSE, liberou ontem para julgamento uma das ações que pedem a cassação de mandato da presidente Dilma Rousseff. Importante lembrar, que o TSE já tem maioria favorável para abrir a ação e permitir a investigação de fatos relacionados à campanha eleitoral de Dilma, como pede o PSDB. Até agora, votaram pela continuidade da ação os ministros Gilmar Mendes, João Otávio de Noronha, Luiz Fux e Henrique Neves. O único voto pelo arquivamento foi de Maria Thereza.
PT apoia pacote, mas critica área econômica – Após reunião, a Executiva Nacional do PT optou por apoiar o pacote de medidas de ajuste fiscal anunciado pelo governo, mas criticou as medidas "antipopulares" e decidiu atuar no Congresso e nas ruas para mudar a política econômica do governo Dilma Rousseff. De acordo com a resolução aprovada ontem, o pacote é uma imposição gerada em um "contexto de ameaças à democracia", "escalada golpista" e "chantagem" da oposição. No entanto, o partido viu dois pontos favoráveis, a recriação da CPMF e a decisão de preservar programas sociais. Outro ponto defendido, é a manutenção de Aloizio Mercadante na chefia da Casa Civil mas sem as atribuições de articulação política. O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, teria "todas as condições" para cumprir este papel e "não consta" que a ministra da Agricultura, Katia Abreu (PMDB), ou qualquer outro nome de fora do PT esteja cotado para assumir a Casa Civil.
Governo estuda legalizar jogos – Com intuito de aumentar a arrecadação, o governo estuda a possibilidade de legalizar jogos de azar como jogo do bicho, cassinos e bingos. Em reunião na manhã de ontem no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff consultou líderes de partidos da base aliada para saber se a ideia seria bem recebida por suas bancadas na Câmara. A ideia havia sido sugerida à presidente por senadores em encontro no início da semana.
STF proíbe doações de empresas para campanhas - O STF declarou ontem a inconstitucionalidade do financiamento de empresas a partidos e a candidatos em campanhas eleitorais. A decisão, tomada por oito votos a três, foi comemorada no Palácio do Planalto. A presidente Dilma Rousseff terá de decidir se veta ou sanciona uma lei aprovada pelo Congresso que prevê a possibilidade de doação empresarial em campanhas até o limite de R$ 20 milhões. A tendência é de que Dilma vete este item após decisão da Corte. Conforme especialistas, a decisão do STF atinge apenas a lei como ela estava até ontem. A minirreforma aprovada na Câmara é uma nova lei e valerá se for sancionada por Dilma. Ela só poderá ser anulada por uma nova ação no Supremo. Porém, juízes eleitorais poderão se negar a aplicar as decisões da Câmara com base na decisão do STF.
Arrecadação, serviços e Levy em destaque - A arrecadação de impostos e contribuições federais de agosto deve ser inferior ao valor de julho, variando de R$ 90,000 bilhões a R$ 104,500 bilhões, com mediana de R$ 96,885 bilhões, de acordo com levantamento AE Projeções. Em julho, o resultado fora de R$ 104,868 bilhões. O dado de agosto sai às 10h30. O índice de confiança do empresário industrial (Icei) de setembro é conhecido às 11 horas. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, profere palestra no em evento do Ibef-SP também às 11 horas. Nos EUA, há uma única divulgação: os indicadores antecedentes do Conference Board referentes a agosto.
Mercados Internacionais – Reações distintas à decisão do Fed, preços de moradia novas em queda na China.
Juros dos Treasuries e de bônus europeus recuam - A decisão do Fed de manter os juros inalterados ontem continua dando sustentação aos preços dos bônus, pressionando ainda mais os juros dos Treasuries e também os de papéis europeus. O papel norte-americano renovou mínimas sequenciais esta manhã. O dólar cai em relação às principais rivais e maioria das moedas emergentes e ligadas a commodities após o Fed manter os juros inalterados
Futuros de NY e bolsas europeias recuam – Mesmo com a decisão de manter juros inalterados, os índices futuros das bolsas de Nova York e as bolsas europeias recuam em torno da maior preocupação do Fed com o crescimento mundial. Na Europa, apesar da queda, os mercados acionários ainda acumulavam ganhos na semana.
Preço médio de moradias novas na China em queda - O preço médio das novas moradias recuou 3,2% em agosto na comparação anual. Os dados anteriores foram de recuo de 4,4% em julho, 5,4% em junho e 6,0% em maio, todos na comparação anualizada. Em agosto, os preços apresentaram alta em 35 das 70 cidades pesquisadas, ante 31 em julho. Os preços avançaram 0,17% em agosto ante julho, que registrou aumento de 0,15%.
Bolsas da Ásia fecham em alta - As bolsas asiáticas reagiram bem à decisão do Fed, de manter os juros básicos dos EUA inalterados. O Xangai Composto subiu 0,4% e o Shenzhen Composto avançou 1,3%. Na semana, porém, o Xangai acumulou perda de 3,2%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng teve alta de 0,3%, garantindo a segunda semana consecutiva de valorização, de 1,9%. Na Oceania, o S&P/ASX 200 avançou 0,5%. Na contramão, a Bolsa de Tóquio caiu 1,96%.
Painel Corporativo
Petrobras: Dificuldade com o acordo da Braskem e negociação de reajustes com trabalhadores.
A possibilidade de Petrobras e Braskem assinarem um novo acordo de longo prazo para fornecimento de nafta até o final do aditivo em vigor está cada dia mais distante. O acerto que atualmente une as duas empresas tem validade de apenas dois meses, até o final de outubro, período no qual o governo federal acreditava ser possível a conclusão de um acordo. O dia a dia das negociações indica, entretanto, que esse prazo curto pode ser insuficiente diante da posição da Petrobras de repassar à Braskem o custo de importação de nafta, possibilidade que é rechaçada pela petroquímica.
Em outra frente, a Petrobras divulgou ontem proposta de reajuste salarial em acordo coletivo dos petroleiros. O reajuste proposto é inferior à inflação acumulada em 2015, que em agosto atingiu o patamar de 9,53% no acumulado em 12 meses. De acordo com a proposta, a categoria receberia reajuste de 5,73% no salário básico e igual porcentual na Remuneração Mínima por Nível e Regime (RMNR) - tabela que diferencia valores complementares de salários de acordo com as categorias funcionais. No documento apresentado aos sindicatos e trabalhadores, a companhia propõe também reajuste em outros benefícios da categoria, como vale-refeição, e de adicional de risco na assistência médica. Os reajustes também segue o porcentual proposto de 5,73%.
Siderúrgicas: Resistência aos reajustes.
A notícia de que a Usiminas elevará os preços de seus produtos siderúrgicos - essencialmente aço, em diferentes formatos - de 5% a 7% a partir de 1º de outubro fará a CNH Industrial pleitear descontos junto à siderúrgica. Osias Galantine, diretor de compras da CNH Industrial para América Latina, grupo que detém 12 marcas, entre elas as de máquinas agrícolas Case IH e New Holland, disse ao Broadcast que o reajuste não é uma grande preocupação de imediato, mas precisa ser levado em conta no atual momento de retração econômica e fraca demanda por aço. "Estamos em fase de renegociação de contratos e nós queremos é desconto. Pode ser que eu consiga um preço até melhor (que o do contrato vigente)", afirmou. Galantine espera conseguir desconto de 3% a 5% sobre os valores ainda em vigor.
JBS: Expansão à Europa e Ásia.
A JBS, que deve chegar a um faturamento de R$ 140 bilhões neste ano, se prepara para um novo salto no mercado global de carnes e alimentos processados. Líder na produção mundial de proteína animal, com presença marcante nas Américas e Oceania, a companhia pretende ocupar posição também relevante na Europa e, mais à frente, na Ásia. A estrutura para essa nova etapa começou a tomar forma na segunda¬feira, quando a JBS anunciou a criação de dois cargos globais: a presidência de operações e a presidência de marketing e inovação. "É relativamente simples. O tamanho da companhia está crescendo. É uma operação complexa e pensamos em continuar crescendo", disse ao Valor o CEO global da JBS, Wesley Batista. Essa expansão deverá ser feita por meio de aquisições de outras companhias. "Logicamente, tudo no momento certo, na hora certa. Mas já falei algumas vezes: faz parte do nosso DNA", afirmou o empresário. Desta vez, a meta é avançar nas áreas de frangos e suínos, sobretudo com alimentos processados e com marca. "Quando a gente olha cinco anos para frente, a JBS claramente se candidata a ser um 'player' global de alimentos e não apenas proteínas", disse. Sobre a situação brasileira, Batista comentou que o plano fiscal proposto nesta semana pelo governo está "desbalanceado", devido à maior ênfase no aumento de impostos. Ele reconheceu que, "no fundo", é inevitável que o ajuste implique aumento de tributos e o setor privado sabe que terá de "arcar" com uma parte disso.
Eletrobras e Eletropaulo: Disputa Judicial.
A Eletropaulo informou ontem a divulgação do laudo pericial sobre a disputa judicial que envolve as três companhias quanto à responsabilidade pelo pagamento do saldo de empréstimo contratado pela Eletropaulo - Eletricidade de São Paulo, à época controlada pelo Estado de São Paulo, junto à Eletrobras, em 30 de outubro de 1986. O laudo é a primeira manifestação do perito judicial nomeado para auxiliar o juízo de primeira instância (5ª Vara da Comarca do Rio de Janeiro) no esclarecimento de fatos, estando, segundo a Eletropaulo, sujeito ainda a questionamentos pelas partes. "O documento, apesar de reconhecer as premissas técnicas defendidas pela AES Eletropaulo concernentes ao processo de cisão (anterior à privatização), emite opinião no sentido de que a responsabilidade pelo pagamento da diferença de correção do saldo do empréstimo teria ficado com a companhia", afirma. O valor da dívida é estimado pela Eletropaulo em R$ 1,7 bilhão, conforme divulgado em 30 de junho de 2015.
Mais sobre Elétricas
Proventos
Fonte: Análise XP e Bloomberg
1 - Dividend Yield estimado da empresa no ano em questão, com base no consenso das previsões do Bloomberg. 2 - Yield do provento a ser distribuído (valor bruto do provento ÷ preço de fechamento)
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